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Bianca Chiesa UEA - Odontologia Dentística II – Aula IV Proteção pulpar - Dentina Cariada quando não removê-la . Dentina cariada interna não necessita ser removida. *Não necessariamente todo o tecido atingido pela cárie deverá ser removido. Na dentina cariada interna as fibras colágenas ainda não estão alteradas e ela pode ser remineralizada. Muitas vezes a manutenção dessa pequena camada de tecido é o suficiente para evitar um acesso endodontico. - O órgão dental é capaz de sofrer reparo? . Sim, é capaz de responder ao agente agressor dentina terciária/esclerosada. *O órgão dentário tem a capacide de sofrer reparo, trabalhando contra o agente agresso. No caso da cárie ele trabalha formando dentina terciária para substituir o tecido pulpar por dentina nova e trabalha obliterando os túbulos dentinários que estão próximos ao ponto de agressão (dentina esclerosada). . Reparo celular; cicatrização; dor; resposta imunológica *Dor indicação de que há alguma alteração ocorrendo na cavidade. Muitas vezes ela pode ou não estar presente. Mesmo sem estar presente, o órgão já poderá estar respondendo aquela agressão sem a presença de dor. . Esmalte remineraliza: processo externo, físico-químico *Quando a lesão ocorre em esmalte, poderá ser remineralizada. Mancha remineralizada por completo desaparece, quando superficialmente deixa de ser uma mancha rugosa e opaca, para ser lisa e brilhante. . Dentina remineraliza: processo biológico, reparo pulpar *A dentina também é capaz de sofrer remineralização. Ocorre o esclerosamente dentinário, deposição de minerais no túbulo, fechando-o. . Polpa se recupera de um processo inflamatório de baixa intensidade: hiperemia pulpar *A polpa também é capaz de se recuperar da agressão. Quando há uma hiperemia pulpar (processo inflamatorio inicial, onde o agente agressor está agindo em baixa intensidade), removendo-se o agente agressor a polpa pode retornar a uma condição normal de vitalidade. *Importante identificar estado de hiperemia de estado de pulpite irreversível. Histologia do complexo dentino-pulpar - Polpa . Tecido conjuntivo frouxo . Rico em células . Especializado . Alta capacidade de reparo (função indutiva) .Formativa .Nutricional .Protetora . Aprisionado por paredes rígidas *Qualquer edema, qualquer alteração no metabolismo desse tecido que resulte em seu aumento de volume, irá gerar uma compressão dos nervos, causando dor. Além disso se existir um edema pulpar, a única área de escape para a polpa aliviar esse edema será em direção ao periápice, por isso esse edema começa a ser eliminado e começam a aparecer alterações no periápice, com espessamento do ligamento periodontal e hiperemia. Ainda não há processo irreversivel *Imagem microscópio: corpo pulpar: vasos; zona rica em células; zona acelular; zona odontoblástica; pré-dentina (pontos iniciais de remin de dentina); dentina remineralizada. Defesa e reparo - Dor dentinária . Osmose . Evaporação . Frio . Calor *Quando o paciente tem uma exposição dentinária (devido a uma cavidade, lesão de cárie, reabsorção óssea, recessão gengival etc) há exposição dos túbulos dentinários e essa exposição irá expor as células a mudança do meio. Pode acontecer por calor, frio, evaporação (jato de ar, ou quando o paciente respira pela boca) e osmose (modificação do PH do meio, por consumo de alimentos ácidos ou doces, por exemplo). Tudo isso resulta em sensibilidade dentinária. É o que ocorre em casos de abfração e também quando há uma cavidade. Esse já é o primeiro estímulo para o mecanismo de defesa ser acionado, o mecanismo de reparo, que será retração do odontoblasto, mineralização do túbulo dentinário (para o odontoblasto se afastar do processo agressor) e essa obliteração do túbulo dentinário pela deposição de minerais começa a levar ao esclerosamento da dentina. Mineralização . Esclerose dentinária . Dentina Terciária *Quando há presença de cárie existem dois processos de defesa: esclerose dentinária e formação de dentina terciária. A dentina terciária ocorre em substituição ao volume pulpar presente anteriormente. O odontoblasto secreta nova pré-dentina e dentina, para forma tecido aumentando a distância do agente agressor. A dentina que já existia começa a sofrer processo de esclerose, que é uma deposição de minerais no interior do túbulo, fazendo com que ele se feche, impedindo que qualquer substância ou bactéria se coloque diretamente sobre o órgão pulpar. Inflamação aguda e crônica . Resposta celular (fagocitose bacteriana) . Sistema circulatório . Reação de corpo estranho *Quando há algum agente agressor dentro do tecido pulpar, ele é envolvido por células multinucleadas (macrófagos, mastócitos), fazendo processo de fagocitose e levam esse agente agressor para os vasos, e dos vasos ele será eliminado pela excreção do sistema circulatório e pela reação de corpo estranho. Tudo isso ocorre dentro do tecido pulpar assim como em qualquer outra região do nosso corpo. Injúria pulpar - Cárie dental Acúmulo bacteriano ácidos orgânicos desmineralização permeabilidade difusão de agressores para polpar Reação inflamatória Reversível/Irreversível *Biofilme acúmulo de bactérias, levando a formação de uma placa específica. Essa placa começa a liberar endotoxinas, ácidos orgânicos. Esses ácidos levam primeiramente a desmineralização do esmalte e chegando em dentina, há aumento da permeabilidade dentinária, onde há difusão dos agressores em direção a polpa e dependendo da velocidade do desequilibrio, isso poderá se transformar num processo reversível ou irreversível. No processo irreversível já existe comprometimento da vitalidade pulpar, levando a necrose e necessidade de tratamento endodontico. *Essa resposta inflamatória será determinante para o dentista, sabendo-se se o órgão pulpar ainda poderá ser salvo ou se será realizado tratamento endodontico. Resposta inflamatória . O dano irreversível à polpa é um evento muito tardio no processo carioso *Para que isso ocorra, o dente em algum momento já apresentou sinal de dor para o paciente. No entanto, às vezes, se o paciente for muito saudável, tiver boa alimentação, pode não haver essa sintomatologia dolorosa. . A polpa tende a ser normal sob uma lesão cariosa paralisada antiga, mesmo se a destruição for grande e profunda *A polpa tende a ser normal se o processo for controlado. . As alterações patológicas da polpa são insignificantes quando a distância entre o fronte bacteriano e a polpa é de 1mm ou mais. *Mesmo em cavidades muito profundas, havendo parede pulpar presente, não há ainda grandes alterações a nível pulpar. Daí a necessidade de observação da profundidade da cavidade em relação a câmara pulpar, o que é constatado através da radiografia. Mesmo em dentes com restaurações pré-existentes deve ser realizada radiografia para que se saiba a distância entre a lesão e a câmara pulpar, auxiliando no diagnóstico. - Dentina cariada superficial (infectada) . Irreversivelmente desnaturada . Não remineralizável . Muito infectada *Grande quantidade de bactérias . Não sensível e morta *Pode ser removida sem necessidade de anestesia - Dentina cariada profunda (afetada) . Reversivelmente desnaturada . Remineralizável *Fibras colágenas não estão desnaturadas . Pouco infectada . Sensível e vital - Dentina cariada ativa . Amolecida/úmida - Dentina cariada inativa . Endurecida/sem umidade/escura *Opaco: é o contrário de transparente, não deixa passar a luz. O termo opaco é usado apenasem esmalte (esmalte perde sua translucidez). - Dentina cariada inativa . Escura/endurecida/sem umidade *Na mesma cavidade pode haver áreas de atividade e áreas de inatividade. A escova dental pode higienizar algumas áreas e outras não, que estão menos acessíveis. *Claso clínico: Havendo presença de dentina esclerosada, a cavidade poderá ser imediatamente restaurada, pois o processo está paralizado, não necessitando de proteção pulpar (esta já foi realizada pelo próprio dente). Poderá ser colocado ionômero de vidro, para diminuir o tamanho da cavidade (opcional). Para mascarar o tecido escuro, usa-se resina opaca de dentina. *O critério para remoção é a dureza e não coloração. Diagnóstico da condição pulpar - Sinais e sintomas . Hiperemia pulpar: Exames radiográficos: Ausência de lesão apical Pode apresentar espessamento do ligamente periodontal *Espessamento devido a edema intrapulpar. Não quer dizer que esse espessamento será sinal de inflamção irreversível. Presença de remanescente dentinário sob a lesão cariosa *Às vezes há alteração no ligamento, mas há dentina embaixo da lesão. Em uma lesão bem profunda, sem remanescente dentinário visível, é sinal sugestivo de irreversibilidade. Sinais clínicos Dor dentinária provocada; interrompe com a remoção do estímulo; curta duração; analgésicos eficazes *Dor provocada pela cárie, jato de ar, ação da broca. Na dúvida sobre presença de pulpite ou não, deve-se remover tecido cariado e colocar curativo, aguardando em torno de 15 dias para removê-lo. Se quando retirado, não houver presença de dor, o dente poderá ser restaurado. Caso haja dor, o processo é irreversível e deverá ser realizado tratamento de canal. Ausência de fístula, ou abcessos relacionados ao dente Ausência de dor à palpação Exames físicos: Pode ou não apresentar dor à repercurssão vertical * São feitos pequenos toques com o cabo do espelho. Pericementite: condição reversível Sangramento (quando a polpa é exposta): Vermelho vivo Hemostasia controlada Polpa consistente ao corte (rígida, não é tão dilacerada, pois ainda existem fibras presentes que não sofreram destruição) *Em caso de hiperemia pulpar, por mais que o dente esteja destruído (quebrado, fraturado) deve ser removida a agressão e realizada restauração. Não se deve realizar extração ou endodontia por o dente estar quebrado, com aparência ruim, escurecido ou por haver presença de gengiva no interior da cavidade, em caso de hiperemia, o dente pode ser salvo. . Inflamação irreversível da polpa Exames radiográficos Pode apresentar lesão periapical Profunda, sem remanescente dentinário visível Sinais clínicos Dor pulpar espontânea; não passa com a remoção do estímulo; contínua; pulsátil; aumenta em decúbito; analgésicos não eficazes *Aumento em decúbito pelo aumento da pressão arterial. Possibilidade de fístulas ou abcessos relacionados ao dente Possibilidade de dor à palpação *Passando o dedo pelo alvéolo no fundo de vestíbulo o paciente sente dor, pois já há alteração periapical. Lesão periapical aguda irreversível *Há dor. Sangramento (quando a polpa é exposta): Amarelado Abundante, não para tão facilmente Polpa se degrada facilmente (estado de necrose) Como tratar a hiperemia pulpar O que Como 1º Interromper Ácidos bacterianos Desorganização mecânica/ o estímulo agressor Fechamento de cavidades Trauma dental Ajuste oclusal 2º Reduzir Edema tecidual Promovendo sangramento/ a inflamação tecidual Corticóide Infiltrado celular Antibiótico Situações onde não se deve remover tecido cariado - Qualquer lesão restrita ao esmalte *Lesão de MB. Aos primeiros sinais de mancha branca já existe alteração a nível pulpar, mas não deve ser removida. . Porque remineralizam . Porque mesmo cavitada podem ser seladas ou planificadas - Lesões de cárie radicular com menos de 1mm de profundidade . Porque não são retentivas de biofilme *Observar se a gengiva está saudável e se o paciente está controlando sozinho o local através da higienização. A restauração pode piorar a situação, caso haja falhas na restauração, o local que o paciente conseguia controlar sozinho pela escovação, poderá passar a ser uma área de acúmulo de placa. . Restauração tecnicamente difícil - Dentina cariada interna das paredes pulpar e axial de todos os preparos em dentes vitais - Dentina cariada externa das paredres pulpar e axial de dentes com lesões profundas (1º sessão, tratamento expectante) *Havendo suspeita de ocorrer exposição pulpar durante a remoção, deverá ser realizado tratamento expectante. É removido o tecido mais solto, lavage-se a cavidade, aplica-se hidróxio de cálcio e CIV e deve ser realizada radiografia inicial e aguarda-se de 45-60 dias. Se durante esse tempo não tiver ocorrido nenhma sintomatologia, a cavidade deverá ser reaberta e realizada a restauração. Caso tenha havido alguma sintomatologia, deverá ser feito tratamento endodontico. . Porque pode-se expor a polpar desnecessariamente. #.
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