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AULA 8 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
FISIOTERAPIA CARDIOFUNCIONAL
O sangue leva para nossas células todo o combustível necessário para manter a nossa vida: açúcar (glicose), oxigênio e hormônios.
E retira das células o lixo da combustão - ácidos, gás carbônico e eventuais tristezas.
Para realizar este trabalho, o sangue precisa circular por todo o organismo.
Para que o sangue possa circular pelo corpo é necessário que uma bomba (o coração) faça força (pressão) para empurrar este sangue por dentro das artérias.
Ao passar dentro das artérias o sangue encontra uma resistência (pressão), provocada pelo atrito.
Quanto mais estreita é a artéria, maior a resistência (pressão) à passagem do sangue.
A força do coração para bombear o sangue é chamada de pressão máxima, ou sistólica.
A resistência que a artéria oferece à passagem do sangue é chamada de pressão mínima, ou diastólica.
Quando a pressão é 12 por 8, quer dizer que a pressão (força) exercida pelo coração para empurrar o sangue pelas artérias é igual a 12 milímetros de mercúrio (mmHg) e que a pressão (resistência) que suas artérias estão oferecendo à passagem do sangue é de 8 mmHg.
A pressão máxima tem que ser sempre maior do que a mínima, para que o sangue possa circular.
Não existe pressão de 8 por 12, nem 6 por 10, porque se a mínima for maior do que a máxima, 
o sangue não circula.
A pressão arterial depende da largura (calibre) da artéria. 
Artérias com calibre normal permitem que as pressões máxima e mínima sejam também normais.
Se o calibre da artéria se estreitar, aumenta o atrito do sangue e a pressão mínima; o coração terá que fazer mais força para empurrar o sangue dentro da artéria, aumentando a pressão máxima. 
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Neste caso, a força que o coração faz - pressão máxima - está normal, porque a artéria tem calibre adequado e não faz grande resistência à passagem do sangue (pressão mínima normal). 
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Quando o calibre da artéria fica reduzido aumenta a resistência à passagem do sangue e, conseqüentemente, se eleva a pressão mínima. 
Quando a pressão mínima se eleva, o coração tem que fazer muito mais força para empurrar o sangue, e, conseqüentemente, se eleva também a pressão máxima.
A hipertensão arterial (ou pressão alta) tem sua origem no estreitamento do calibre das artérias (e conseqüente aumento de pressão), o que obriga o coração a também aumentar sua pressão para poder empurrar o sangue por dentro destas artérias estreitadas.
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
É uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial.
Tem como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o estresse e outras.
A sua incidência aumenta com a idade.
No Brasil, estima-se que um em cada cinco habitantes seja portador dessa patologia.
A hipertensão ocorre quando os níveis da pressão arterial encontram-se acima dos valores de referência para a população em geral.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) os valores admitidos são:120x80mmHg, em que a pressão arterial é considerada ótima e 130x85mmHg sendo considerada limítrofe.
 Valores pressóricos superiores a 140x90mmHg, é considerado Hipertensão.
Conforme a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, compreende em estágios: 1 (leve - 140x90mmHg a 159x99mmHg), 2 (moderada - 160x100mmHg a 179x109mmHg) e 3 (grave - acima de 180x110mmHg).
Qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial acima de 140x90mmHg sem que seja considerado hipertenso. 
Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados, em múltiplas medições, em diferentes horários e posições e condições (repouso, sentado ou deitado) caracteriza a hipertensão arterial.
Esta situação aumenta o risco de problemas cardiovasculares futuros, como Infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular do tipo Cerebral Derrame Cerebral. 
Sintomatologia
A hipertensão arterial é considerada uma doença silenciosa, pois na maioria dos casos não são observados quaisquer sintomas no paciente. 
Quando estes ocorrem, são vagos e comuns a outras doenças, tais como dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjôos, falta de ar e sangramentos nasais.
Esta falta de sintomas pode fazer com que o paciente esqueça de tomar o seu remédio ou até mesmo questione a sua necessidade, o que leva a grande número de complicações.
Fisiopatologia 
            
O desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais. 
A hipertensão é acompanhada por alterações funcionais do sistema nervoso autônomo simpático, renais, do sistema renina angiotensina, além de outros mecanismos e disfunção endotelial. 
A hipertensão resulta de várias alterações estruturais do sistema cardiovascular que tanto amplificam o estímulo hipertensivo, quanto causam dano cardiovascular.
   Sistema nervoso autônomo (simpático)
     O sistema simpático tem uma grande importância na gênese da hipertensão arterial e contribui para a hipertensão relacionada com o estado hiperdinâmico. 
concentrações aumentadas de noradrenalina no plasma em pacientes portadores de hipertensão
alteração da resposta reflexa dos baroreceptores
Mecanismos Renais
      Mecanismos renais estão envolvidos na patogênese da hipertensão
através de uma natriurese alterada, levando à retenção de sódio e água,
pela liberação alterada de fatores que aumentam a PA como a renina ou de fatores depressores da PA como prostaglandinas.
Sistema Renina-angiotensina
 
       O papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona a nível cardíaco, vascular e renal é mediado pela produção ou ativação de diversos fatores de crescimento e substâncias vaso-ativas, induzindo vasoconstricção e hipertrofia celular.
 
Adaptação cardiovascular 
        A sobrecarga do sistema cardiovascular causada pelo aumento da pressão arterial e pela ativação de fatores de crescimento leva a alterações estruturais de adaptação, com estreitamento do lúmen arteriolar e aumento da relação entre a espessura da média e da parede arterial. 
Isso aumenta a resistência ao fluxo e aumenta a resposta aos estímulos vasoconstrictores.
Adaptações estruturais cardíacas consistem na hipertrofia da parede ventricular esquerda em resposta ao aumento na pós-carga 
Disfunção endotelial
é responsável pela liberação de agentes vasoconstrictores, incluindo a endotelina, que está envolvida em algumas das complicações vasculares da hipertensão.
 Na presença de hipertensão ou aterosclerose, a função endotelial está alterada. Ainda é muito cedo para determinar se a hipertensão de uma forma geral está associada à disfunção endotelial. 
Também ainda não está claro se a disfunção endotelial seria secundária à hipertensão arterial ou se seria uma expressão primária de uma predisposição genética.
Complicações
O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos as artérias de diversas partes do organismo vivo. 
A Hipertensão Arterial é um fator de risco para Aterosclerose. 
Como qualquer artéria do corpo pode ser obstruída pela aterosclerose, virtualmente todos os órgãos podem sofrer alterações decorrentes da hipertensão, sendo freqüentes:
no coração - o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a miocardiopatia e a insuficiência cardíaca. 
no cérebro - o Acidente vascular cerebral (AVC). 
nos rins - insuficiência renal. 
nos olhos - diminuição da visão e problemas na retina. 
Causas
HAS primária
Na grande maioria dos casos a Hipertensão Arterial é considerada essencial, isto é, ela é uma doença por si mesma. 
Em 95% dos casos a causa da doença é desconhecida. 
Nesses pacientes ocorre aumento da rigidez das paredes arteriais, fato que é favorecido pela herança genética em 70% dos casos. 
Por essa razão é preciso verificar o histórico familiar do paciente, umavez que, se seus pais ou parentes próximos são hipertensos, ele tem grandes probabilidades de desenvolver a doença. 
HAS secundária
Ocorre quando um determinado fator causal predomina sobre os demais, embora os outros possam estar presentes. 
HAS por Doença do parênquima renal. 
HAS Renovascular. HAS Renovascular é a provocada por algum problema nas artérias renais. De maneira reacional, o rim afetado produz substâncias hipertensoras. 
HAS relacionada a Gestação. 
HAS relacionada ao uso de Medicamentos. 
Ex: Anti-concepcionais, Corticosteroides. 
HAS relacionada a outras causas. 
A classificação utilizada pela SBC é preconizada na V Diretriz de HAS, esta classificação é idêntica a utilizada no VI JNC americano, é a descrita na tabela abaixo.
	Nível da Pressão Arterial
	Classificação
	< 120 sistólica e < 80 diastólica
	Ideal
	< 130 sistólica e < 85 diastólica
	Normal
	130~139 sistólica ou 86~89 diastólica
	Normal-alta
	140~159 sistólica ou 90~99 diastólica
	Hipertensão Estágio 1
	160~179 sistólica ou 100~109 diastólica
	Hipertensão Estágio 2
	> 110 diastólica ou > 180 sistólica
	Hipertensão Estágio 3
	Diastólica normal com sistólica > 140
	Hipertensão Sistólica Isolada
Tratamento
Embora não exista cura para a Hipertensão Arterial Sistêmica, é possível um controle eficaz - reformulação de hábitos de vida, medicação - permitindo ao paciente uma melhor qualidade de vida.
Medidas não farmacológicas
Moderação da ingestão de sal e álcool.
Aumento na ingestão de alimentos ricos em potássio. 
Prática regular de atividade física. 
Administração do stress; 
Manutenção do peso ideal (IMC entre 20 e 25 kg/m²). 
Minimizar o uso de medicamentos que possam elevar a pressão arterial, como Anticoncepcionais orais. 
Medidas farmacológicas
Diuréticos 
Inibidores de endotelina 
Antagonistas dos canais de cálcio 
Inibidores da enzima conversora da angiotensina II 
Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II 
Vasodilatadores direitos 
 
Quem tem pressão alta geralmente pode, a critério médico, deixar de tomar remédios (e manter sua pressão normal) se: 
reduzir o peso corporal e mantê-lo normal 
praticar exercícios físicos regulares, tipo caminhadas (de preferência todos os dias), por no mínimo 30 minutos.
usar bebida alcoólica com muita moderação.
NUNCA fumar.
Evitar alimentos com muito sal e gordura.
A pressão alta está se tornando também uma doença das crianças, porque elas estão engordando e comendo muito sal (sanduíches, pipocas, biscoitos, etc).
Artéria com calibre reduzido.
O sangue passa com dificuldade. 
Pressão arterial alterada, tipo 18 x 10.
Artéria com calibre normal.
O sangue passa sem dificuldade.
Pressão arterial normal, tipo 12 x 7.

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