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CONTESTAÇÃO Vagner

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE JACOBINA/BAHIA.
Processo nº: 0000992-35.2017.5.05.0281
MARIA SEVERINA SANTOS GONÇALVES, já qualificada nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado infrafirmado (procuração em anexo), com fulcro nos Artigos 5º, LV, da CF/88 e 847 da CLT, apresentar CONTESTAÇÃO à Reclamação Trabalhista que lhe move Jose Aparecido Santos da Silva, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I – DAS PRELIMINARES
I.1 – DA DEVIDA REGULARIZAÇÃO DAS PARTES
É cediço que as partes devem estar regularizadas para que haja o devido prosseguimento do feito. E, por tal motivo, solicito a Vossa Excelência, a efetiva intimação do Senhor Edson Santos Gonçalves do presente processo, tendo em vista que houve a tentativa de intimação no mesmo endereço de Severina, contudo, o mesmo reside no município de Feira de Santana há dois anos, em função do divórcio. 
Portanto, requer a sua regular intimação.
I.2 – DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Excelência, segundo as inovações do Novo Código de Processo Civil, não é mais necessário interpor peça apartada para solicitar a impugnação ao pedido da gratuita de justiça, conforme mencionado no Artigo 337, XIII, do NCP, vejamos:
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
[...] XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. [...]
(grifos apostos)
Demonstrado, então, a possibilidade de tal alegação na presente contestação, é importante salientar que nos processos trabalhistas o benefício da justiça gratuita poderá ser concedido se atender os requisitos estabelecidos no Artigo 14 da Lei 5.584/70, e, caso não estejam presentes, a concessão deste benefício deverá ser indeferida.
Hoje, a simples afirmativa de miserabilidade jurídica não basta para o deferimento gratuidade da justiça, como trazido no Artigo V, LXXIV da Constituição Federal, vejamos: “O Estado prestará assistência judiciária e integral gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos”. (grifos apostos)
Além do mais, resta-se necessário que o Reclamante demonstre, mediante atestado, a comprovação da sua situação econômica, conforme reza o Artigo 14, §2º da Lei 5.584/70:
Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador.
§ 2º A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito) horas.
(grifos apostos)
Portanto, contrariando o dispositivo acima mencionado, o Reclamante deixou a mercê a sua comprovação da condição que alegou, e, consequentemente, o Reclamado requer o indeferimento do pedido de gratuidade da justiça.
I.3 DA INÉPCIA DA INICIAL – NÃO APRESENTAÇÃO DA PLANILHA DE CÁLCULOS
A presente reclamação trabalhista no PJE informa que o processo segue o rito sumaríssimo.
Prescreve o Artigo 852-B da CLT que todos os pedidos constantes na inicial, adotando o rito sumaríssimo, deverão ser certos e determinados, sob pena de arquivamento dos autos, vejamos:
 Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;  [...]
        
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. 
(Grifos apostos)
Portanto, depreende-se então, que a presente Reclamação Trabalhista não está preenchendo todos os requisitos necessários, uma vez que o Reclamante não apresentou a planilha de cálculos necessária, discriminando todos os pedidos e, portanto, cabe o seu arquivamento sem julgamento do mérito.
Nesse sentido, vê-se que resta configurada a inépcia da inicial nos termos do Artigo 330, §1º, I do NCPC. Ensejando assim, a extinção do processo sem resolução do mérito, conforme o Artigo 485, I do NCPC.
II. DO MÉRITO
II.1 DA DIFERENÇA SALARIAL E SEUS REFLEXOS
O Reclamante alega perceber salário inferior ao salário mínimo vigente, o que torna-se incompatível com o que fora previsto na Constituição Federal. Ocorre Excelência que não lhe assiste razão.
O Reclamante diz que laborava das 07h as 10h e das 15h as 18h, contudo, não é a verdade, ele laborava tão somente por menos de 2 horas diárias, de segunda a sexta.
O labor do Reclamante era tão somente colocar a comida para o cavalo no início da manhã e no fim da tarde, o que não ocupa nem 2 horas do tempo deste, e no mais, dava banho no cavalo 1 vez por semana. Este possuía outros vínculos empregatícios no período em que não laborava para a Reclamada, o que se faz comprovar por testemunhas.
O valor que percebia por semana, era de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), o que mensalmente perfazia um total de R$ 600,00 (seiscentos reais), muito mais do que metade do salário mínimo, e, além disso, recebia alimentação por fora, com carnes e outros.
Considerando-o como trabalhador em regime de tempo parcial, aquele que trabalha por 4 horas diárias, percebe-se que o mesmo recebia salário compatível com o valor da hora do salário vigente.
Como trabalho em regime parcial, a CLT, em seu Artigo 58-A, entende:
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.
§1º O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
(grifos apostos)
Nesse mesmo sentido: 
SALÁRIO MÍNIMO - JORNADA REDUZIDA - PAGAMENTO PROPORCIONAL ÀS HORAS TRABALHADAS. A interpretação do art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal, que garante o salário mínimo como a menor remuneração paga ao trabalhador, deve ser feita em consonância com o art. 7º, XIII, da Lei Maior, que dispõe sobre a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais. Assim, se a jornada de trabalho do empregado for menor que a estipulada pela Carta Magna, é cabível o pagamento proporcional ao tempo de trabalho por ele executado, sem que haja a violação do art. 7º, IV, da Constituição Federal. Revista conhecida e não provida."
(TST-RR-59418/97, 1ª Turma, Rel. Min. Ronaldo José Lopes Leal, in DJ de 09/05/00, p. 468).
(Grifos Apostos)
Por consequência do exposto acima, o Reclamante não faz jus ao recebimento da diferença salarial pleiteada, tão pouco seus reflexos, uma vez que percebia por hora trabalhada, e, por tal motivo, recebeu corretamente seu salário proporcional às horas laboradas, ou, exatamente pouco mais do que deveria perceber pelas horas trabalhadas.
II.2 DO NÃO CABIMENTO DO PLEITO DE VERBAS RESCISÓRIAS
O Reclamante, vem, induzir ao Juízo que não houve o pagamento das verbas rescisórias a ele, contudo, no momento da sua rescisão, foram pagas todas as verbas devidas. E por isso não merece prosperar tal pedido.
II.2.1 DO AVISO PRÉVIO
O reclamante percebeu aviso prévio indenizado, tendo em vista que sua rescisão fora no dia em que recebeu todas as suas verbas trabalhistas, não tendo o Reclamado avisado anteriormente, e por tal motivo, realizou o pagamento do aviso prévio no momento da rescisão, não merecendo prosperar tal pleito.
II.2.2 DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3
Não há que se falar em condenação em férias + 1/3, posto que já foram pagas, no momento da sua rescisão, não havendo o que se falar em pedido de pagamento.
II.2.3 DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL
Mais uma vez, também não há que se falar em condenação ao pagamento do 13º salário proporcional, posto que fora realizado o seu pagamento no momento da rescisão do Reclamante, não merecendo prosperar tal pleito.
II.4 DA INEXISTÊNCIA DO TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS
Excelência,como já dito anteriormente, o Reclamante laborava de segunda a sexta, 4 (quatro) horas diárias, não fazendo jus a ele, trazer que trabalhava aos domingos e feriados.
Portanto, requer o indeferimento de tal pedido, tendo em vista que não houve trabalho aos domingos e feriados.
II.5 DAS MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT
O Reclamante traz que o Reclamado não realizou o pagamento no prazo correto, solicitando assim, a imposição das multas dos Artigos 467 e 477 da CLT. 
Contudo Excelência, tais penalidades são indevidas, tendo em vista que o Reclamado realizou o pagamento de todas as parcelas constantes da rescisão, o Reclamante percebeu suas verbas imediatamente a sua rescisão.
Portanto, não resta prosperar o Reclamante.
II.6 DO NÃO CABIMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA
Não há o que se falar em cabimento de honorários advocatícios de sucumbência, pelo simples motivo de que no processo trabalhista não há o princípio da sucumbência, as partes têm o jus postulandi, e consequentemente, contratam o advogado se assim o desejarem.
Para que haja o cabimento dos honorários advocatícios de sucumbência, um dos requisitos é que a parte comprove sua situação econômica seja hipossuficiente, o que não fora comprovado nos autos, conforme já impugnado preliminarmente.
E para firmar o entendimento, vejamos a Súmula 219 do TST e jurisprudência:
Súmula nº 219 do TST
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.  CABIMENTO [...]	  
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I). 
RECURSO DE REVISTA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONDIÇÕES DE DEFERIMENTO. Na Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à constatação da ocorrência concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e a assistência por sindicato (Orientação Jurisprudencial 305 da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais). Logo, não existindo a assistência sindical ao trabalhador, indevido o pagamento de honorários advocatícios. Recurso de revista conhecido por contrariedade à Súmula 329 do TST e provido.
(RECURSO DE REVISTA : RR 108101020135040271 – TST)
Portanto, impugna-se o pedido de honorários advocatícios de sucumbência.
III. DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Diante de todo o exposto, o Reclamado espera que recebida a contestação, seja acolhida as suas preliminares, e, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, que no mérito a presente Reclamação Trabalhista seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE.
Protesta provar em todos os meios em direito admitidos, PRINCIPALMENTE, testemunhas.
Neste Termos,
Pede Deferimento.
Jacobina, 06 de dezembro de 2017
(Assinado digitalmente)
TAYNARA MARINHO LUCENA
OAB/BA nº 54.864
VAGNER LUAN SANTOS GONÇALVES
OAB/BA nº 40.536

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