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PROJETO DE EXTENSÃO BASE 1 P R IM E IR O E S T Á G IO Período Letivo: 2017.1 Disciplina: Direito Romano Professor (a): Eunicelia de Fátima Carneiro da Silva Aluno: Luis Carlos Rego Melo 1. Disposições preliminares; 2. As coisas e suas classificações; 3.Classificação; 4. Propriedade; 5. Modos de Aquisição; 6. Defesa da Propriedade; 7. Referências Bibliográficas. 1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Nesse segundo estágio serão abordados os temas As coisas e sua Classificação e Propriedade no Direito Romano. Abordaremos durante o texto as classificações das coisas, definição de Propriedade e suas espécies e modos de aquisição de acordo com Romanos. . 2. AS COISAS E SUAS CLASSIFICAÇÕES As coisas que se encontram no nosso patrimônio ou fora dele podem ser classificadas como publicas, coletivas, particulares e algumas de ninguém, mas todas adquiridas por varias formas. Res designaria entre os romanos apenas as entidades concretas ou poderia ser aplicado para abranger, também, entidades imateriais. Res é tudo o que existe na natureza, tudo o que a mente humana pode conceber. No sentido jurídico é tudo o que tem significado econômico. Art. 98 “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes as pessoas jurídicas de direito publico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem”. Código Civil. 3. CLASSIFICAÇÃO A mais antiga classificação das coisas é atribuída ao jurisconsulto Gaio, tal classificação, comentam os expositores modernos do direito romano, é de origem filosófica e de data relativamente recente, tendo recebido inúmeras criticas sob o aspecto jurídico. PROJETO DE EXTENSÃO BASE 2 P R IM E IR O E S T Á G IO Dentro dessa divisão res in patrimônio e res extra patrimonium cabem diversas subdivisões: 3.1. Res in patrimônio: coisas ou bens que podiam ser objeto de apropriação individual, também chamados de resprivate, res in commercio. Res mancipi: Coisas mais importantes. Exigiam mais formalidades para transferência. Formalidades vindas do direito pré-clássico, tem que fazer o ‘mancipatio’, ritual formal e verbal: cinco testemunhas, palavras solenes e toque com a varinha, coisas importantes: terras (só na Itália, as de fora, não), escravos, animais de tração ou carga. Res necmancipi: Coisas que não são mancipi, não precisa de mancipatio, transferência por mera ‘traditio’/tradição: entregar. Res corporales: São os materiais, aquelas que caem sob os nossos sentidos, existem concretamente. Aquelas, portanto, que tem entidade material, poder perceber-se pelos nossos olhos, ou numa extensão mais larga, por nossos sentidos. Res incorporales: São as que existem abstratamente, escapam aos nossos sentidos, são percebidas somente por nossa mente: os direitos de uma maneira geral, a herança, o usufruto, as obrigações, as servidões. Res mobiles: Coisa móvel e a que pole ser deslocada de um lugar para outro, sem que sofra na sua essência ou estrutura, corno um livro, um escravo, uma mesa etc. Res immobiles: A que não podia ser deslocada pela sua impossibilidade ou porque influiria em sua estrutura e forma iniciais. Res fungibiles: Aquela que pode ser pesada, medida ou contada, podendo ser substituída por outra de igual espécie, qualidade e quantidade. PROJETO DE EXTENSÃO BASE 3 P R IM E IR O E S T Á G IO Res infungibiles: As que não podem ser substituídas por outra de mesmo gênero, sendo levada em consideração a sua individualidade autônoma. Res divisibiles: Aquela que pode ser partida, sem perder suas características e sua natureza (ex. dinheiro, terreno e etc.). Res indivisibiles: Aquelas que fracionadas, terão suas formas, estruturas e fins prejudicados (ex. escravos, animais e etc.). 3.2. Res extra patrimonium: também chamadas de extra commercium aquelas que não podiam fazer parte do patrimônio do particular. Eram as res nullius ou nullius inbonis: as coisas sagradas c as pertencentes ao Estado Romano. 3.2.1. Res Nullius Divini Iuris ou coisas do direito divino. Res sacrae: Consagradas aos deuses superiores (os templos c objetos destinados aos cultos na época paga, e a Deus durante o cristianismo), tornavam-se consagradas por meio de uma cerimonia. Res religiosae: Dedicadas aos deuses manes, os antepassados do culto domestico (os túmulos). Res sanctae: Aquelas que não eram sagradas nem profanas, mais tinham caráter religioso. 3.2.2. . Res Nullius Humani Iuris ou coisas de direito humano. Res commumesomnium: coisas que pelo destino natural eram comuns a todos, inalienáveis e insusceptíveis de pertencer a propriedade de alguém (res nullilis). Res universitates: Aquelas que pertenciam a determinada cidade ou comunidade (estádios, circo, fórum e etc.). PROJETO DE EXTENSÃO BASE 4 P R IM E IR O E S T Á G IO Res publicae: Pertencentes ao Estado Romano, estavam a disposição de todos, denominados, também, de res populis. Coisas simples constituem uma unidade orgânica própria, independente (a pedra, o escravo); coisas compostas compreendem aquelas que resultam da união de outras coisas, sem que as coisas desse conjunto percam sua individualidade (uma casa, um navio); coisas coletivas um complexo de coisas simples não unidas entre si, necessariamente, mas que formam um vinculo ideal (um rebanho). Coisas Principais é aquela que existe por si mesma, abstrata ou concretamente, tem existência própria, autônoma. A agregação das coisas para dar lugar a unificação, como no caso das coisas compostas, determinando uma situação de subordinação de uma coisa a outra. Coisas Acessórias cuja existência depende da existência de outra, chamada principal, podendo fazer parte dela ou aumentar sua utilidade, tendo origem natural, industrial e civil. Coisas acessórias são como benfeitorias, fazem parte do principal com o intuito de conservá-la, melhorá-la, ou embelezá-la. As benfeitorias necessárias servem para evitar a deterioração da coisa, as benfeitorias úteis são as que facilitam a coisa aumentando seu valor e por ultimo as benfeitorias voluptuárias que servem para embelezar a coisa, tornando-a mais aprazível. 4. PROPRIEDADE Segundo Fustel de Coulanges, em Roma, três coisas se estabeleceram remotamente: a religião doméstica, a família e o direito de propriedade. Essa é a concepção de alguns doutrinadores ao entenderem que primitivamente existiu propriedade coletiva em detrimento da propriedade individual. Outra teoria explica que juntamente com a propriedade coletiva existiu a privada, a qual era relacionada aos objetos individuais utilizados na caça, pesca etc. Diante de tanta controvérsia fica difícil se estabelecer se a antiga propriedade era coletiva ou individual. PROJETO DE EXTENSÃO BASE 5 P R IM E IR O E S T Á G IO Não há uma definição do direito de propriedade, porém a mais antiga é mancipium, no significado de tomar com a mão, reflete a ideia de apreensão material de algo. Dominium é uma expressão que tem sua forma ou raiz etimológica em domus, que trás a derivação dominus, no significado de dono (senhor da casa), dominium, o senhorio, o poder que se exerce sobre ela. A propriedade atribui ao titular um poder absoluto, o máximo dos poderes que a lei permite sobre a coisa. Era de caráter absoluto do direito de propriedade, no inicio, materializado por meio do iusutendi, iusfruendi, e o ius abutendi. Iusutendi era o direito de usar, utilizar da coisa, tirar dela todas asutilidades a que se prestasse, sem que fosse modificada sua substância. Iusfruendi o direito de fruir, gozar, aproveitar os benefícios que a coisa produzisse. Ius abutendi ou iusdisponendi o direito que o proprietário tinha de abusar da coisa, dispor dela, a seu talante, podendo aliená-la, ou ate mesmo destrui-la. Esse poder absoluto dos tempos primevos sofreu muitas limitações, ditadas pelo direito de vizinhança. Podia-se usar fruir e abusar da propriedade, desde que não se prejudicasse o direito de outrem. Nos períodos pré-clássico e clássico as limitações estavam contidas na Lei das XII tábuas. 4.1 Espécies de propriedades No direito antigo, havia somente a propriedade quiritária ou dominiumex- iurequiritium, que recaía sobre coisas móveis e imóveis. Com o tempo, surgiram as propriedades pretoriana, provincial e do ius gentium. 4.1.1. Propriedade quiritária: foi à única espécie de propriedade conhecida. Era prevista na lei decenviral, uma instituição do iuscivile, portanto, peculiar aos civesromani dos primeiros tempos. PROJETO DE EXTENSÃO BASE 6 P R IM E IR O E S T Á G IO 4.1.2. Propriedade pretoriana ou bonitária: criada por pretores estava presente nas ações divisórias, quando cabia ao magistrado fazer entrega da coisa litigiosa a uma das partes. 4.1.3. Propriedade peregrina ou do ius gentium: era aquela que seu proprietário não tinha seus direitos reconhecidos pelo iuscivile, por ser estrangeiro. 4.1.4. Propriedade provincial: originou-se da posse do agerpublicus, era relativa aos imóveis situados fora da península itálica, pertencentes ao Estado Romano, por direito de conquista. 5. MODOS DE AQUISIÇÃO São todos aqueles fatos jurídicos aos qual a lei atribui eficácia para a aquisição da propriedade. Os modos são aqueles classificados ou contidos no IusCivile e no Iusnaturale, Justiniano considerou os modos previstos no IusCivile e no Ius Gentium. 5.1 Modo de Aquisição IusCivile De acordo com o Iuscivile adquiria-se a propriedade das seguintes maneiras: mancipatio, in iurecessio, adjudicato, por lei e por usucapião. Eram modos solenes aplicáveis somente aos civesromani. 5.1.1. Mancipioera: o modo convencional e solene, materializado numa declaração do adquirente que se apoderavada coisa na presença do proprietário, perante cinco testemunhas e do porta- balança. 5.1.2. In IureCessio: se materializava no abandono da coisa perante o magistrado. O adquirente tomava a res e declarava que aquele objeto lhe pertencia, de acordo com o direito dos quirites. 5.1.3. Adjuticatio: era o modo não convencional da aquisição da propriedade decretada pelo magistrado diante dos litigantes. PROJETO DE EXTENSÃO BASE 7 P R IM E IR O E S T Á G IO 5.1.4. Por lei as aquisições inominadas: isto é, não agrupadas sob outros títulos. Era a aquisição da propriedade por determinadas pessoas que preenchiam condições especificadas em lei. 5.1.5. Usucapião: se origina de usu e capere, no significado da adquirir pelo uso. Estava contido na lei decenviral que previa que as terras são adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse; as coisas móveis, depois de um ano. 5.2. Modos da Aquisição do Ius Gentium 5.2.1. Traditio: era um modo não convencional, não solene, de transferência consensual da posse ou da propriedade de uma coisa, que simplesmente passava da mão do alienante para o adquirente. Podia se materializar de três formas, conforme se tratasse: da entrega da coisa para simples detenção, como no deposito; a transferência da posse, como penhor; ou transferência do domínio ou da propriedade. 5.2.2. Occupatio: era a aquisição da propriedade de uma coisa sem dono, res nullius, ou res derelictae, mediante a tomada da posse e a intensão de ser dono, portanto, eram dois requisitos para que ocorresse a occupatio: a tomada da posse e que a coisa pretendida fosse res nullius. 5.2.3. Accessio: ocorre quando uma coisa de outrem ou res nullius, por força natural ou artificialmente, se une a outra para formar com esta um todo orgânico. O proprietário da coisa principal torna-se proprietário da coisa acessória. 5.2.4. Especificação: ocorria quando da transformação da matéria prima em coisa nova, fazendo surgir uma nova espécie. 6. DEFESA DA PROPRIEDADE São os meios judiciais e extrajudiciais objetivando defender o direito de propriedade contra investidas de terceiros que sem titulo algum se arrojam na condição de proprietário. A defesa era antes feita pela força, era a única defesa possível. Com o vencer dos séculos, essa defesa violenta foi substituída pela intervenção do Estado que se manifestava por meio de ações. Os diversos tipos de propriedade eram protegidos jurídica e diferentemente. PROJETO DE EXTENSÃO BASE 8 P R IM E IR O E S T Á G IO A propriedade quiritária era protegida pela reinvidicatio, impetrada pelo dominus contra quem possuía a coisa injustamente, não sendo reconhecida sua condição de proprietário; a propriedade provincial como não era conhecida pelo iuscivile como domunium, a principio não tinha defesa jurídica, mas com o tempo os pretores estenderam a ela a proteção reinvidicatio, com a nuance diferente que se caracterizava não pela airmação do dominium, mas pelo titulo de posse; propriedade pretoriana reconhecida pelo iuscivile, vai surgir, no final da Republica, foi protegida pelo pretor, no inicio por uma exceção, depois por uma ação própria chamada publiciana. Perdia-se a propriedade pela extinção ou perecimento da coisa, pela transferência de dominium a outrem, pela renuncia, ficando a coisa extra commercium, pelos modos previstos de transferência da propriedade. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS � USO DO LIVRO AUGUSTO DOS SANTOS, Severino. Direito Romano: Uma Introdução ao Direito Civil. 2º Ed.Belo Horizonte: DelRey, 2013. CRETELLA JÚNIOR, Jose.Curso deDireito Romano: O Direito Romano e o Direito Civil Brasileiro no Novo Código Civil. 31º Ed.Forense: Rio de Janeiro, 2009.
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