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Odontologia para Bebes

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Professora Bianca Fiorentin Moura 
Especialista em Odontopediatria
Mestra em Odontopediatria
Membra do Conselho de Ética Regional de SC
Odontologia Preventiva (Recém nascido à 3 anos)
Aspectos psicológicos e técnicos
EMOÇÕES
Os tempos atuais permitem percebermos e aceitarmos com mais naturalidade a presença da emoção.
Reconheço que as emoções influenciam diretamente em nossas vidas.
Saúde no Passado
Modelo centrado no diagnóstico, tratamento e recuperação de DOENÇAS.
A divulgação e aplicação de conceitos educativos e preventivos, permitiu um ambiente favorável para a Promoção da saúde.
Deixou de ser:
QUESTÃO DE DOENÇA GARANTIA DE VIDA
Um profissional preocupado apenas com o procedimento a ser realizado pode não perceber as emoções vivenciadas pelos pacientes e, por isso, não oferecer o amparo necessário .
 PORTO, MENEZES, 2004. POSSOBON et al, 2007.
Saúde na Atualidade
Profissionais formados para:
Trabalhar de forma ética (relação com outros profissionais da saúde); 
Ser humanista; 
Ser Generalista;
Usar técnicas apropriadas para prevenir, manter e recuperar a saúde do paciente, família e comunidade;
Saber tomar decisões para resolução de problemas de prática odontológica levando em consideração informações bio/psico/sócio/ambientais.
 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA - UNOCHAPECO
Buscando orientação e prevenção, houve um aumento no número de pacientes com pouca idade nas clínicas odontológicas.
É preciso que o clinico saiba como agir diante desses atendimentos. 
Assistência Odontológica ao Bebê 
Três momentos fundamentais:
Orientações iniciais (resgate do processo educativo dos responsáveis).
Assistência odontológica (envolvendo aspectos psicológicos).
Manutenção da Saúde Bucal.
Orientações Iniciais (Educação dos responsáveis)
ELEMENTO DENTAL
Para a aquisição da bactéria é preciso a presença de dentes.
Enquanto edêntulos, medidas mecânicas de higiene bucal instituem, tanto no bebê quanto nos pais, o hábito diário de limpeza bucal.
Sintomatologia de erupção dos decíduos 
A conduta frente esses distúrbios deve ser sintomática:
Antitérmicos;
Anestésicos locais tópicos;
Mordedores gelados;
Manutenção da higiene bucal;
Recomendação de visita médica (infecções de ouvido e garganta têm a febre como sintoma comum). 
Presença de novas superfícies erupcionando permite a aquisição de bactérias e colonização da nova superfície. 
A colonização pelo S mutans é dificultada se a superfície já apresentar sua microbiota definida.
Fossas e as fissuras de superfície dos molares de leite retêm mecanicamente o S. mutans na sua profundidade.
A colonização das fossas e fissuras dos molares pelo S mutans se dá pela simples captura passiva da saliva que pode conter altas concentrações do microorganismo.
 Guedes Pinto, 2000
Higienização dental
Ao nascer os dentinhos os responsáveis podem iniciar o uso da escova e fio dental.
Em menores de 3 anos deve ser utilizada uma quantidade mínima de dentifrício fluoretado ou utilizá-lo uma vez ao dia. 
Dentifrícios com teor de flúor entre 1000 e 1100 ppm de flúor produzem menos espuma (menos lauril sulfato de sódio), desfavorecendo a deglutição.
Segundo Cury, todos os pacientes devem utilizar (ponto de vista populacional).
Em nível individual, dentifrícios sem flúor podem ser indicados; menores de 5 anos ingerem aproximadamente 30% do dentifrício em cada escovação (Quanto menor a idade, maior a quantidade ingerida).
Há risco em potencial de aumentar a incidência de fluorose em locais onde há flúor na água de abastecimento público.
Usa-se escovas com cerdas não deformadas e macias, de boa empunhadura, extremidades arredondadas e tamanho compatível com cavidade bucal. 
De acordo com Nelson-filho et al., o uso de dentifrícios com agentes microbianos como triclosan ou flúor reduzem a contaminação por streptococos do grupo mutans nas cerdas das escovas dentais; 60% e 23% respectivamente. 
SUBSTRATO
Em torno de 1 ano de idade, os hábitos dietéticos da criança (fortemente influenciados pela família) já estão estabelecidos.
Não é suficiente determinar o que o paciente deve comer, é fundamental que se averigue primeiro quais são as causas que determinaram tal seleção.
A dieta é uma das únicas e poucas variáveis da etiologia da cárie que um indivíduo pode modificar, sua adequação representa um dos mais importantes meios de prevenção da cárie.
Leite Materno
71 % amamentam seus filhos até 3 meses de vida, 47% até os 6 meses e 24% até o final do primeiro ano.
OMS recomenda que o aleitamento materno seja praticado até 2 anos ou mais.
Deve ser exclusivo até por volta dos 6 meses e o noturno desestimulado a partir do segundo mês de vida. 
De acordo com a composição química , o leite humano apresenta maior potencial cariogênico quando comparado ao bovino, em condições dietéticas não usuais.
Bebês que mamam à noite, até os 12 meses apresentam 9% de possibilidade em desenvolverem lesões cariosas (cárie de mamadeira), essa possibilidade sobre para 110% se continuar mamando até os 24 meses e para 270% se mamar a noite até os 36 meses.
Condições dietéticas não usuais:
Alta frequência;
Estagnado na cavidade bucal;
Períodos prolongados;
Adoçados;
Períodos noturnos - fluxo salivar reduzido assim como a frequência de deglutição e dos movimentos musculares bucais. 
Em condições dietéticas usuais os diferentes tipos de leite puro não são cariogênicos, podendo desempenhar efeito protetor contra cáries devido a presença de fósforo, cálcio, fosfato e principalmente a caseína.
Valaitis et al. (2000) concluiram em uma revisão sistemática, que não é possível determinar a época precisa para o desmame, que deve ser gradativo e racional (normalmente por volta dos 12 meses).
 Sada Assed, 2005.
Perpetuação de hábitos nocivos (mamadeira, dedo e chupeta)
Otite
Problemas de fala
Dificuldade alimentar
Atraso psicológico
Mordida aberta
Mordida cruzada 
Respiração bucal
Falta de selamento labial
Cárie
Controle da Dieta - CONSIDERAR:
Tipo de alimento (fruta, proteína, amido, sacarose, lactose);
Forma física/potencial retentivo (consistência: líquido, pastoso; cozido, frito, assado); 
Concentração (número de colheres de açúcar usado);
Frequência (horários);
Quantidade? 
 
Açúcar é um hábito alimentar do adulto antes de se tornar da criança.
ATIVIDADE DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS
PROPAGANDAS Força o consumo de açúcar 
A relação açúcar e afeto deve ser tratada com pais, tios e avós
A tarefa de mudar os hábitos não é fácil nem rápida, principalmente no caso da criança (envolvimento familiar).
Açúcar mascavo e mel têm mesmo efeito que o açúcar branco quanto às bactérias da cárie.
Medicamentos: solução, contém açúcar na composição, normalmente a frequência é de 3 x ao dia. 
Não existe substituto perfeito para a sacarose:
Adoçantes devem ser usados de maneira criteriosa, avaliados de maneira toxicológica, econômica, nutricional.
Importância dos Dentes Decíduos
Mastigação
Fonética
Estética
Guia de erupção
No Paciente Infantil buscamos:
Criação de hábitos 
Modificações de hábitos!!!!
Assistência Odontológica (Aspectos Psicológicos) 
Conhecer as características da idade
Desenvolvimento da criança
Fase oral: nascimento a 18 meses (1 ano e meio): 
Dificuldade de comunicação;
Emocionalmente instável;
Independência, segurança e socilização estão em desenvolvimento
Extremo prazer na boca e ao redor dela. Manifestações sistêmica - irritabilidade - Morder descarrega tensões e alivia desconforto.Fase anal: 1 ano e ½ a 3 anos:
Após 1 ano de vida ocorre ampliação das ligações com pessoas que o bebê vê regularmente; 
Aprendizado de causa-efeito.
Presença da mãe na Sala de Consulta
Nesta idade preferimos a presença da mãe na sala de consulta, pois a criança necessita dela.
 É imprescindível que a mãe seja uma grande colaboradora na realização dos procedimentos, ajudando nas técnicas e só falando quando for solicitada pelo profissional. 
Medo
Estado emocional ante o perigo, caracterizado por um conhecimento intelectual do mesmo e de controle cortical, provocando somente a sensação psicológica. 
Fator biológico de defesa e proteção 
 SANGLARD, FRAUCHES, COSTA, 2001
 O medo é um estágio intelectual da própria ansiedade e, por qualquer razão, quando há perda do conteúdo intelectual do medo, surge novamente a ansiedade primitiva.
 GUEDES PINTO, 1997
EVOLUÇÃO DO MEDO:
O medo é tido como uma das principais forças motivadoras da conduta humana, quando relacionados a um fator biológico de defesa e proteção.
Medo Biológico (medo natural e necessário)
Medo Psicológico (defesa intelectual menor)
Medo Condicionado (perda do conteúdo intelectual)
Ansiedade/ Fobia GUEDES PINTO, 1997
Medo Real (Objetivo)
Experiência profissional pregressa desagradável e consequente elaboração da própria criança.
Objetivo Direto: experiência anterior dolorosa, cansativa ou desagradável foram provocadas durante tratamento odontológico.
Objetivo Indireto: oriundo de experiências que ocorreram em ambientes semelhantes ao consultório odontológico. 
Medo Subjetivo
Ocorre principalmente por informações de adultos ou crianças maiores .
As crianças ouviram falar de experiências desagradáveis vividas por seus pais, parentes ou amigos.
O medo subjetivo pode ser passado para a criança pela forma de expressão facial (mãe levar a criança junto na consulta odontológica).
O medo subjetivo pode ser mais difícil de ser contornado por não apresentar dados concretos ou objetivos e sim de fantasiosos, muitas vezes não conseguidos expressar pela criança.
 Mitos da odontologia
Consultório – local de dor e sofrimento
Dentista sádico e torturador (esteriótipo)
Quadros clínicos de medo:
Timidez e vergonha: podem surgir em idades precoces e perdurar até idade escolar. A criança pode se agarrar à mãe quando o ambiente lhe causar qualquer insegurança (festa, consultório).
Choro: pode ter origem na apreensão, birra (choro alto), medo (desconhecido e inesperado), cansaço, dor (sugadores fortes), imaturidade (bebês), compensatório.
 King, 1977
Birra: resposta muscular em massa com excitação motora global (chora, grita, bate mão, pé, dá socos e pontapés, morde).
Ansiedade
Estado de alerta ante o perigo (antecipação do sofrimento), mas desprovido de conteúdo intelectual e tem manifestações motoras periféricas, sendo mais comuns os distúrbios respiratórios.
 Grunspun 1965 apud SANGLARD, FRAUCHES, COSTA, 2001
Nas crianças de pouca idade é muito difícil distinguir o medo da ansiedade, e ambos os sentimentos, quando exagerados, podem apresentar uma evolução patológica.
Ela se torna patológica quando é desproporcional à situação que a desencadeia, ou quando não existe um objeto específico ao qual se direcione. 
 ANDRADE, GORESTEIN ,1998 
 
É desencadeada por três fatores: novidade, incerteza e expectativa.
Não tem objetivo definido
Estado psíquico
Temor de ser abandonada
Morte
Culpa por explicações extensas do dentista
Atrito entre os pais
Atividade física
Nascimento de irmão
 Corrêa, 2002
Técnicas básicas para manejo de comportamento
Comunicação (Dizer – mostrar – fazer)
Modelação / Dessensibilização (bichos de pelúcia)
Distração (contar histórias, cantar música, distração)
Comunicação não verbal
Reforço Positivo
Controle de voz
Reforço Positivo
 Clinical Guidance, AAPD 2005-2008
Acomodação da criança para o tratamento
Colo da mãe na cadeira odontológica
Joelho contra joelho
Criança na cadeira com técnica da contenção física
Macri ou Cadeira própria
Pacote pediátrico
Manutenção da Saúde Bucal
Iniciação precoce dos cuidados com a saúde bucal do bebê:
Orientações dietéticas
Escovação
Visitas ao dentista
Flúor/Verniz 
Mas qual seria o momento em que a literatura indica esta cirurgia de freio labial superior?
Não deve ser operado em bebês edêntulos
Não deve ser operado com o objetivo de fechar diastema;
Pode ser necessária sua remoç	ao no caso de risco para cárie precoce;
Na dentição mista deve ser realizada em caso de inserção palatinizada.
A maioria dos autores, sugere que deve ser efetuada, após a erupção dos caninos, momento em que se tem uma maior estabilidade das forças eruptivas, aumentando assim a probabilidade de sucesso. (LEAL, RAS ; 2010) 
Freio Labial Inferior
Fusão entre a língua e o assoalho da boca. 
Freio lingual curto inserido muito próximo da ponta da língua, quadro bastante comum, descrito como “língua presa”. 
Ocorrência maior no sexo masculino (4:1) com prevalência de 2,5%.
Pode ser operado em recém-nascidos, com indicação da literatura, para melhor aleitamento e/ou diminuir dor no peito da mãe
Se não realizado em recém-nascidos, a indicação até os 4 nos de idade ainda é controversa, mas não é contra-indicada
A partir do momento que o freio interfere na fala de forma clara (diagnóstico fonoaudiólogo) a cirurgia passa a ser indicada.
Cuidados pós-operatórios
Lei: vitamina K logo após nascimento;
Avaliação do pediatra quanto a ausência de problemas cardíacos;
Acompanhar na primeira meia hora pra formar; 
Acompanhar a cada 15 minutos para ver se há perda de sangue (hemorragia pela técnica);
Observar arrochamento de lábios e ponta dos dedos (anestesiar com lidocaína);
Ligar a cada 3 horas.
 O êxito no diagnóstico, plano de tratamento e conseqüentemente no procedimento clínico, exige um profundo conhecimento não só da forma dentária, mas também da dinâmica de desenvolvimento das dentições.
 O clínico que se propor a atender crianças, deve possuir no mínimo os conhecimentos básicos necessários sobre esses assuntos.
PERÍODO PRÉ-NATAL
Essa fase desenvolve-se principalmente no útero da mãe. 
O período de desenvolvimento intra-uterino está dividido em fases e dentre estas tem-se o desenvolvimento dentário.
O sistema bucal, embriologicamente, apresenta precocidade de formação.
O sistema bucal é um conjunto de unidades funcionais intimamente inter-relacionadas.
 Essas unidades estão representadas pelo conjunto dentário, ósseo (maxila, mandíbula), músculos, língua, glândulas, conjunto nervoso e vascular. 
Na quarta semana de vida intra-uterina a região facial começa a tomar forma e por volta da sétima ou oitava semana temos o esboço da cavidade bucal e dos dentes (evoluem e promovem a formação do germe dentário).
O primeiro indício do órgão de esmalte para o segundo molar decíduo aparece depois do tempo de formação dos órgão de esmalte para os outros dentes temporários, aproximadamente na décima semana de vida intra-uterina, assim como o órgão de esmalte do primeiro molar permanente, já os órgãos do esmalte dos segundos e terceiros molares permanentes só surgirão após o nascimento.
 Os órgãos de esmalte recentemente formados apresentam um espaço considerável entre eles, com o crescimento dos germes esse espaço vai diminuindo. 
À medida que a coroa se avoluma , as raízes se alongam os maxilares aumentam em direção ântero-lateral bem como em altura para prover espaço.A princípio, cada germe decíduo em desenvolvimento em seu folículo é quase independente do crescimento ósseo da mandíbula e não se adere firmemente a ela . Com o desenvolvimento posterior dos ossos, estes começam a fundamentar-se sobre as superfícies externas e internas dos folículos dos germes decíduos de tal modo que estes ocupam uma cavidade do osso. Mais tarde, essas cavidades se subdividem em uma série de compartimentos, os alvéolos, uma para cada dente em desenvolvimento.
Na vida fetal, os germes dentários permanentes estão situados no mesmo folículo que os decíduos. 
Essa disposição se mantém até que os dentes decíduos comecem a erupcionar, quando então os permanentes formam seus próprios folículos que se encontram mais tarde em cavidades ósseas conhecidas como criptas. 
No germe dentário a formação de dentina e esmalte inicia-se no quarto e sexto mês de vida intra-uterina e continua de forma relativamente ininterrupta até que todo os esmalte e parte coronária da dentina estejam formados; este estágio varia em cada dente podendo não ser alcançado até algum tempo após o nascimento. 
A seqüência de calcificação inicial dos dentes decíduos se faz da seguinte maneira: IC (décima quarta semana), 1 Md (décima quinta semana e meia), IL (décima sexta semana), C (décima sétima semana) e 2 Md (décima oitava semana). 
O desenvolvimento dentário pré-natal caracteriza-se por dimorfismo sexual , variabilidade do desenvolvimento, assimetria bilateral e variabilidade na seqüência, como também é observado no desenvolvimento pós-natal das dentições decídua e permanentes.
Sistematicamente os meninos apresentam calcificação de todos os dentes mais precocemente que as meninas.
Como na dentição permanente, há na dentição decídua uma precedência mandibular. 
A BOCA DO RECÉM-NASCIDO
Ao nascimento os processos alveolares, da criança estão recobertos por um espessamento da mucosa gengival firmemente aderida denominada de rodetes gengivais.
O rodete gengival do arco sup. apresenta a forma de uma ferradura .
Na porção anterior geralmente estão separados , ao passo que na superior se tocam.
A língua quando em repouso posiciona-se entre os rodetes, espaço que futuramente será ocupado pelos dentes.
Com relação à posição da mandíbula, está geralmente posicionada distalmente em relação à maxila. Sendo esta relação devido à posição ventral do feto na cavidade e amniótica. A inter-relação correta dos rebordos gengivais ocorre após o nascimento, principalmente devido à sucção. 
Não há osso alveolar entre as faces incisais e oclusais dos dentes e os rebordos gengivais, posteriormente ocorre uma aposição óssea , que se faz gradativamente durante toda a vida do indivíduo .
 Essa ausência da proteção óssea entre o rebordo gengival e o dente, ao nascimento, pode aventar que um trauma na cavidade bucal , durante as manobras do parto, acarrete perda por degeneração de unidades dentárias (diagnosticada no futuro como anodontia falsa). 
ERUPÇÃO DENTÁRIA E OCLUSÃO
A presença dos dentes limita o movimento da língua e mandíbula , pois esta não pode ser levada para frente sem se abrir e com isso se inicia o processo de remodelação da ATM.
Nessa fase inicial a relação dos incisivos caracteriza-se por sobremordida e sobressaliência acentuadas. 
 Não se deve considerar isso como maloclusão, porque será corrigido na erupção dos primeiros molares decíduos, aumentando a dimensão e o deslocamento anterior da mandíbula durante seu processo de crescimento e desenvolvimento. 
Logo após a erupção dos incisivos, ocorre um outro processo, o da atrição dentária. Deste modo, os mamelões desaparecem.
Os primeiros molares decíduos ao erupcionarem estabelecem um contato interoclusal, obtendo a primeira e decisiva intercuspidação, levando a uma oclusão e conseqüentemente uma posição mais adulta. O guia de oclusão , antes localizado nos incisivos, passa ser estabelecido mais distalmente.
Ao erupcionar, os caninos deixam um espaço para mesial no superior e distal o inferior, denominados espaços primatas.
Desta forma, além dos tecidos moles como orientadores de erupção, o inferior apresenta a superfície distal do IL como guia, enquanto o superior tem a superfície mesial do 1 Md. 
A erupção dos caninos levará novamente o guia de oclusão mais para a mesial. A partir desse momento, essa posição será mantida durante toda a dentição decídua, mesmo após a erupção dos segundos molares.
Essa nova fase de desenvolvimento permite os caninos guiar , pela primeira vez o movimento em lateralidade com função cúspide unilateral. 
Na dentição decídua, quando os 1 Md. entram em oclusão, fica determinado o primeiro senso de oclusão ou o primeiro ganho de dimensão vertical, que será estabelecido com a erupçaõ e oclusão do segundo molar decíduo. Com relação à sobressaliência e à sobremordida, neste estágio apresentarão uma relação mais definida. 
Calo de Amamentação
Região mais sensível, prazerosa.
Massagear esse local para o exame clínico em bebês. 
Mais proeminentes em bebês com aleitamento materno do que em mamadeira (Raubenheiner et al. 1987). 
Referências Bibliográficas
ASSED,Sada. Odontopediatria Bases Científicas para a Prática Clínica. São Paulo: Artes Médicas, 2005.
CORRÊA, Maria Salete N. P. Odontopediatria na 1ª Infância. São Paulo: Santos Ed., 1999. 
GUEDES PINTO, Antônio C. Odontopediatria. São Paulo: Santos Ed., 2000.

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