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14/08/2014 1 TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL Centro Universitário Estácio do Ceará - Unidade Via Corpvs Curso de Nutrição Disciplina: SDE0673 – Terapia de Nutrição Enteral e Parenteral Profª Me. Juliana Magalhães da Cunha Rêgo Nutricionista – UECE Especialista em Nutrição Clínica – UGF Mestre em Ciências. Área de concentração: Nutrição em Saúde Pública – FSP/USP DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR: FATOS E CONSEQUÊNCIAS IBRANUTRI - Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar • SBNPE - Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral • 4.000 pacientes internados na rede pública • 12 Estados e DF Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 14/08/2014 2 IBRANUTRI Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 ESTADO NUTRICIONAL X TEMPO DE INTERNAÇÃO Estado Nutricional Tempo de internação (dias) Grupo todo 8 Desnutridos moderados 9 Desnutridos graves 13 Não desnutridos 6 IBRANUTRI Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 14/08/2014 3 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% Desnutridos Nutridos Pacientes Estado Nutricional COMPLICAÇÕES DURANTE INTERNAÇÃO IBRANUTRI Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 IBRANUTRI Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 14/08/2014 4 IBRANUTRI DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR POR REGIÕES DO PAÍS 14/08/2014 5 PACIENTES COM TNE Grupo todo 6,1% Não desnutridos 2,3% Desnutridos 10,1% IBRANUTRI Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 Um programa nutricional durante a internação traz benefícios tanto para o paciente como para o hospital • tempo de permanência menor • custos reduzidos • qualidade de vida do paciente melhor • riscos de infecção e mortalidade diminuídos EFEITOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS DA DESNUTRIÇÃO Primários • Aumenta taxa de infecções • Diminui cicatrização de feridas • Edema • Diminui motilidade intestinal • Fraqueza muscular Secundários • Aumenta mortalidade • Aumenta morbidade • Aumenta tempo de hospitalização • Aumenta custos hospitalares 14/08/2014 6 Nutrição Enteral Indicação Conceito NUTRIÇÃO ENTERAL Conceito e Indicação Vias de acesso e métodos de administração Composição e Classificação Complicação 14/08/2014 7 QUESTÕES IMPORTANTES NAS RELAÇÕES TN x RESULTADOS CLÍNICOS 1 • TN enteral ou TN parenteral? 2 • Quando iniciar? 3 • Qual a melhor via de acesso? 4 • Qual composição de nutrientes a ser usada? NUTRIÇÃO ENTERAL - HISTÓRICO Antigo Egito indivíduos que não podiam alimentar-se VO outras alternativas de oferta alimentar Acesso ao tubo digestivo nessa época pouco apropriado último recurso Alimentos forma líquida: leite, ovos, vinho e outras bebidas alcoólicas Riscos do acesso enteral precário via retal: acreditava-se ser a absorção dos alimentos no cólon igual a do intestino delgado Relatos descritos de 3500 anos atrás via retal Ate o século XVII sondas via retal criação de sondas flexíveis a partir da borracha Evolução tecnológica: via naso ou orofaríngea. Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 14/08/2014 8 1793: Hunter uso de seringa na administração de dieta 1881: Garfield arma de fogo via retal 4/4 h mistura de caldo de carne e uísque por 79 dias. 1960: Impacto favorável da nutrição parenteral 1969 : Stephens, Randall dieta quimicamente definida 1974: Rocchio NE: melhora clinica 1979: Heymsfield e col. avanços na nutrição clinica 1980 : descobertas dos benefícios da utilização TGI interesse NE Ponsky: 1981 Gastrostomia endoscópica Koruda: 1986 Dieta com fibra solúvel Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 NUTRIÇÃO ENTERAL - HISTÓRICO Bowem: 1986 NE X NPT Alexander: 1990 Imunonutrição preparada alimentos “in natura” início dietas leite, albumina de ovo, açúcar e óleo de soja posteriormente dietas a partir da soja a partir dos anos 80 dieta enteral industrializada usada de rotina 1980: dietas enterais industrializadas em pó Protein Plus Nutrogast Lioprotein NUTRIÇÃO ENTERAL - HISTÓRICO Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 14/08/2014 9 NUTRIÇÃO ENTERAL - DEFINIÇÃO “Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” Portaria nº 337 ANVISA (Resolução 63 /junho 2000) TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Terapia grego antigo thrapeía “preocupação ou cuidados, serviços prestados a alguém, cuidados médicos, tratamento” TNE Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional de paciente por meio de NE Portaria nº 337 ANVISA (Resolução 63 /junho 2000) 14/08/2014 10 VANTAGENS NE x NPT Fisiológicas: o intestino se beneficia com a presença de nutrientes na luz intestinal Moore FA et al, 1989 Suchner U et al, 1996 Feleciano DV et al, 1991 Custo do tratamento Menor risco de acarretar complicações infecciosas Experimentalmente imunodeprimido ausência absoluta de nutrição TGI levar atrofia da mucosa intestinal e predispor a translocação microbiana. VANTAGENS NE x NPT NO PACIENTE CRÍTICO NE favorece a manutenção da integridade da mucosa do TGI, Mesmo que a quantidade ministrada não seja capaz de alcançar as necessidades diárias. Reduz a resposta sistêmica a toxinas Experimental aumento da sobrevida em casos de peritonite Menor custo Cerra, FB et al, 1997; Marino PL, 1998 14/08/2014 11 INDICAÇÃO DA TNE • Trato digestório total ou parcialmente funcionante • Pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais com a alimentação convencional (VO) • Situações clínicas onde existe impossibilidade ou contra-indicação de alimentação VO • Situações clinicas onde a capacidade digestiva e absortiva estão reduzidas usar NE com cautela avaliar o paciente / seleção da fórmula enteral / escolha do melhor método de administração • Paciente não quer, não pode ou não deve se alimentar VO • Desnutrido incapaz de se alimentar VO período > 5-7 dias • Eutrófico incapaz de se alimentar VO período > 7-9 dias • Fase de adaptação da síndrome do intestino curto • Após trauma ou queimaduras INDICAÇÃO DA TNE 14/08/2014 12 INDICAÇÃO DA TNE Distúrbios neurológicos/ psíquicos Obstrução mecânica boca e esôfago Pré e/ou pós operatório Deglutição comprometida INDICAÇÃO DA TNE Ingestão alimentar inadequada para atingir NCal e NPtn Redução da ingestão VO Aumento NCal e NPtn: HIPERMETABOLISMO Alterações na digestão Alterações na absorção dos nutrientes Anorexi a Ingestão alimentar inadequada IVO de alimentos inferior a 60 a 75% da NCal Heyland D, 2009DeHoog S,1996 Ingestão inadequada por 5 a 10 dias 14/08/2014 13 TGI íntegro Pacientes que não podem se alimentar • Inconsciência • anorexia nervosa • lesões orais • AVC • Neoplasias • Doenças desmielinizantes INDICAÇÃO DA TNE 14/08/2014 14 Pacientes com ingestão oral insuficiente • Trauma • Septicemia • Alcoolismo crônico • Depressão grave • QueimadurasHIPERMETABOLISMO INDICAÇÃO DA TNE Pacientes nos quais a alimentação comum produz dor e/ou desconforto • Doença de Crohn • Colite ulcerativa • Carcinoma do TGI • QT e RXT INDICAÇÃO DA TNE 14/08/2014 15 Pacientes com disfunção do TGI • Síndrome de má-absorção • Fístula • Síndrome do intestino curto INDICAÇÃO DA TNE PANCREATITE Indicação de NPT • Evitar estimulação pancreática provocada pelos Nutrientes. • Alta incidência de desnutrição. • Hipótese: NPT diminui secreção pancreática exócrina. 14/08/2014 16 BENEFÍCIOS DA NPT NA PANCREATITE Correção de deficiência nutricional prévia Restauração da função imune Aporte calórico- protéico adequado NE – INDICAÇÕES EM PANCREATITE Pancreatite aguda Estável Sonda nasoenteral pós-pilórica (abaixo ângulo de Treitz) Dieta padrão ou semi-elementar 14/08/2014 17 PANCREATITE AGUDA - SONDA NASOJEJUNAL CONTRA-INDICAÇÕES DA NE “ Geralmente relativas ou temporárias mais do que definitivamente absolutas” ASPEN, 2007 Expectativa de utilizar TNE em períodos inferiores a 5-7 dias para desnutridos ou 7- 9 dias para pacientes eutróficos 14/08/2014 18 CONTRA-INDICAÇÕES DA NE Fase inicial da SIC ou < 100 cm remanescente Obstrução intestinal mecânica Sangramento intestinal Vômitos incoercíveis Fístula intestinal distal de alto débito Íleo paralítico intestinal Charney P, 2001 Scolapio JS, 2004 Diarréia persistente (avaliar causa) Hiperêmese gravídica Inflamação grave do TGI Doença terminal Pancreatite na fase aguda Inabilidade para o acesso enteral CONTRA-INDICAÇÕES DA NE Falta de consentimento para a aplicação: “paciente ou seus familiares devem autorizar a TN” IMPORTANTE: “a equipe de saúde deve fornecer explicações detalhadas para o paciente se for possível, e para seus familiares da TN indicada, mostrando seus objetivos, seus riscos e possíveis complicações.” Van Rosendaal GM et al, 1999 14/08/2014 19 NUTRIÇÃO ENTERAL EM PEDIATRIA Saudáveis Doentes Preocupação constante aspectos nutricionais Terapia Nutricional NE NUTRIÇÃO ENTERAL – INDICAÇÃO EM CRIANÇAS •Anorexia / perda de peso •Desnutrição aguda ou crônica •Doença cardiológica, sepse •Lesão SNC •Pré e pós operatório •Diarréia crônica não específica •Fibrose cística •Câncer associado a QT, RT •Anormalidades congênitas •Fissura de palatos •Atresia de esôfago 14/08/2014 20 TIPOS DE SONDAS E VIAS DE ACESSO ESCOLHA DA VIA DE ACESSO EM NE Nutrição Enteral > 4 semanas Sim Gastrostomia Jejunostomia Risco de aspiração Não Sonda nasoenteral Risco de aspiração Sim Não Jejunostomia Gastrostomia Sim Não Sonda pós- pilórica Sonda no estômago 14/08/2014 21 VIAS DE ACESSO ENDOSCÓPICAS VIAS DE ACESSO 14/08/2014 22 CIRÚRGICAS VIAS DE ACESSO TIPOS DE SONDA INDICAÇÃO DA NASOENTERAL Gastroparesia Dificuldade de esvaziamento gástrico Refluxo esofágico menor risco de aspiração pulmonar em relação à SNG 14/08/2014 23 FARINGOSTOMIA E ESOFAGOSTOMIA Faringostomia e esofagostomia são métodos de exceção relacionados às técnicas cirúrgicas de pacientes submetidos usualmente à cirurgia oncológica menos comum NASOJEJUNAL Gastroparesia dificuldade de esvaziamento gástrico trauma ou cirurgia refluxo esofágico broncoaspiração início da NE logo após a cirurgia ou trauma TIPOS DE SONDA 14/08/2014 24 Gastrostomia nutrição de longa duração função gástrica normal disfunção da deglutição ausência de refluxo gastroesofági co •colocação simultânea à cirurgia GI •gastrostomia endoscópica TIPOS DE SONDA GASTROSTOMIA Orientação nutricional: Dieta industrializada ou caseira? •Orientação familiar com conscientização •Reavaliação periódica •Administração em bolus TIPOS DE SONDA 14/08/2014 25 INDICAÇÃO DE JEJUNOSTOMIA Simultânea à cirurgia GI Início logo após a cirurgia nutrição de longa duração refluxo esofágico Obstrução alta, fístula, estenose, doença ulcerosa ou neoplásica Jejunostomia osmolaridade evoluir gradativamente TIPOS DE SONDA Introdução da Sonda 14/08/2014 26 Introdução da Sonda Monitorização - Confirmar a localização da sonda (Raio X) - Iniciar lentamente e com solução isotônica - Administrar água após cada dieta (Hidratação e limpeza) -Checar resíduo gástrico (>200mL) - Avaliar o estado nutricional - Freqüência e aspecto das evacuações 14/08/2014 27 Métodos de Administração Administração da NE • Bolo com seringa (20 a 60ml) • Gravitacional intermitente • (80cm acima do ombro) • Gotejamento 6-8x/dia • Bomba de infusão contínua • intermitente (intervalo noturno) 14/08/2014 28 NE – Sistema Aberto Características: • dietas pó ou líquida • necessitam manipulação • necessitam tempo e área de preparo • custo operacional Gotejament o Intermitente Gravitacion al NE – Sistema Aberto Gotejamento intermitente em bomba de infusão 14/08/2014 29 NE – Sistema Fechado Características • não há manipulação • facilidade de distribuição •não necessitam área de preparo • controle microb. e bromat. garantido • equipos próprios e bomba de infusão Gotejamento Contínuo Bomba de Infusão Cuidados Nutrição Enteral 14/08/2014 30 Cuidados decúbito elevado conteúdo gástrico administração lenta posicionamento da sonda
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