Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O Contador e a Ética Profissional Aula 2 Professor Clécio Steinthaler CONVERSA INICIAL Desde o nascimento somos ensinados sobre o que é certo e errado, e a partir daí reproduzimos valores impostos pela sociedade. Isso quer dizer que agimos conforme regras impostas, sendo recompensados quando seguimos as regras, e castigados quando as desobedecemos. Mesmos assim, somos livres para agir dentro dos limites impostos pela ética e pela moral. Esta liberdade parte do princípio do respeito aos direitos alheios. Assim, a ética e a moral apresentam-se como temas constantemente discutidos. Assim, esta aula tem como objetivo trabalhar aspectos vinculados aos seguintes temas: i) Ética, moral e direito: diferenças e semelhanças ii) Tomada de decisões entre o legal e moral iii) Formação moral de uma entidade corporativa iv) A entidade e suas obrigações v) Relação ética da entidade com os seus stakeholders Acesse a versão online da aula e confira a fala inicial do professor Clécio. CONTEXTUALIZANDO Todos os dias, pessoas comuns como eu e você praticam certas ações, sejam elas no cotidiano da sociedade ou nas atividades das organizações, que, de alguma forma, visam obter alguma vantagem. Por exemplo: furar a fila, estacionar em local proibido, não usar o cinto de segurança, usar a posição social ocupada (cargo ou função na sociedade) para tirar proveito, humilhar ou discriminar outras pessoas, sentar em assentos destinados para idosos ou portadores de necessidades especiais, etc. Estas e tantas outras atitudes são sintomas que caracterizam uma sociedade doente. Doente por falta de coletividade, civismo e respeito para com nossos semelhantes. Face ao contexto, é preciso retomar ou revisitar os conceitos e fundamentos éticos e morais construídos ao longo da história da humanidade, que servem de orientação para as condutas humanas na busca por uma sociedade melhor para viver o agora, ou na construção de uma sociedade melhor para as próximas gerações. Ética, por exemplo, em seu sentido mais amplo, é a ciência da conduta humana perante os seus semelhantes. A palavra ética é derivada do grego ethos, que significa “modo de ser ou caráter”. Já a palavra moral, vem do latim mos ou mores, que significa “costume ou costumes”. Nesse sentido, moral é um conjunto de normas ou regras adquiridas por hábitos. Assim, ethos e mos ou mores se assentam sobre o caráter e o costume dos homens, como forma de guiar o comportamento humano. Acesse a versão online da aula e confira o vídeo do professor Clécio sobre estas reflexões! Leia o artigo a seguir, intitulado “Ética e choque cultural na empresa”, de Flavio Farah, e reflita sobre as questões que são colocadas. http://www.eticaempresarial.com.br/site/pg.asp?pagina=detalhe_artigo&codigo= 313&tit_pagina=ESTUDO%20DE%20CASO&nomeart=s&nomecat=n Anote suas impressões sobre as questões e compare-as com as respostas da professora! 1. O caso é realmente de conflito de valores? Para responder essa pergunta, identifique os valores comumente professados pelas empresas. Você pode conseguir esses dados pesquisando na página de valores dos sites de grandes corporações. Nessas páginas, existem valores organizacionais tais como “circunspecção”, “seriedade” (restrição ao riso) e “formalidade”, que, de acordo com o consultor, são características da cultura da empresa em pauta? Se não existem, então o que significam esses termos? A empresa expõe que sua imagem mantém sobriedade, onde a formalidade é um grande foco. As organizações mantêm em seus sites os valores que prezam, porém, muitas vezes, existem valores “ocultos” que podem ser entendidos como a cultura organizacional, mas pensados em termos de valores. Então, nesse caso, a sobriedade difere do comportamento alegre do profissional em questão, havendo choque, uma vez que essa pessoa possui todas as qualificações técnicas necessárias, mas a entidade apresenta comportamento incompatíveis para os padrões esperados. Assim questiona-se o quão ética é a atitude de promover o profissional, até que ponto os valores da empresa acabam moldando o indivíduo, e se isso é salutar ou não. 2. Se você fosse diretor da empresa, teria coragem de tornar público que você recu-sou a promoção ao gerente em razão de sua “falta de maturidade e de confiabilidade”? Você sustentaria que era justo recusar a promoção porque ele era inteligente e bem preparado, tinha excelente qualificação técnica, grande experiência e um profundo senso de responsabilidade, mas tinha o pecado de ser alegre e expansivo, de gostar de contar casos engraçados e de rir? Você teria coragem de enfrentar um debate no Sindicato dos Metalúrgicos? De ir ao programa “Roda Viva” da TV Cultura? De enfrentar uma CPI? A diretoria não divulgaria o real motivo da não promoção. Isso poderia afastar novos bons profissionais, visto que se ressalta a maior importância em ser sóbrio, do que ter ótimas qualificações. Com a divulgação do real motivo, iria incorrer em conflitos públicos, e a empresa não gostaria de enfrentar tais represálias que implicariam em problemas de imagem. 3. Pelo enunciado do caso, percebe-se que a empresa não tinha intenção de promover o gerente. A companhia, porém, não o informou desse fato. Pergunta-se: foi ética a conduta da companhia? Para responder esta pergunta, responda três outras questões: 1ª) Independentemente da iniciativa do profissional, a organização tinha o dever de lhe comunicar que ele não seria promovido? 2ª) Os diretores tinham obrigação de lhe dizer o que pensavam dele? 3ª) Ao silenciar e deixá-lo estacionado no mesmo cargo por um longo tempo, a empresa causou-lhe algum dano, por exemplo, causou-lhe humilhação ou prejudicou sua carreira profissional ou seus rendimentos? A atitude não foi ética, uma vez que deveria ser exposta a situação ao profissional, primeiramente para não criar expectativas, desencadeando, com isso, possíveis frustrações e queda de rendimento. Poderia ter havido um diálogo mais claro, onde a companhia expusesse o perfil que esperava de seus colaboradores, podendo, assim, alinhar as relações internas. A estagnação imposta ao profissional pode ter gerado atraso em sua carreira, pois caso soubesse de todas as circunstancias, poderia ter buscado novos ares em outra entidade, ou até mesmo procedido uma mudança de comportamento para adequação com sua própria empresa. 4. O que é confiabilidade? Como uma pessoa se torna confiável aos olhos de outra? De acordo com os dados disponíveis, a empresa tinha razões concretas para não confiar no profissional? Quais razões? Se não tinha, qual o verdadeiro problema? A confiabilidade deve ser medida pela manutenção de um padrão e, no caso empresarial, este padrão se dá pela efetividade nas atividades desenvolvidas, pelos níveis de acertos, e assim por diante. Como o profissional apresentava qualificação adequada e desempenhava bem suas atividades, não havia motivo explícito sobre falta de confiabilidade do profissional em questão. O problema real residia no fato de o padrão do comportamento expansivo diferenciar-se daquilo que a entidade preza, da sobriedade e do padrão até um tanto frio. 5. Qual é a relação entre esse caso e a questão da diversidade no ambiente de trabalho? Deve haver ciência de que os ambientes de trabalho irão conter diversidade de indivíduos, comportamentos, bem como a organização poderá impor questões relacionadas a isso. As particularidades podem ser aceitas ou haverá obstáculosa isso, que é o caso do exemplo verificado. Caso a entidade deseje um único padrão no comportamento (expansivo ou sobriedade), deve pensar nisso no momento do recrutamento, para evitar mal-estar no ambiente de trabalho. TEMA 1: Ética, Moral e Direito: Diferenças e Semelhanças É comum a indevida definição de ética como moral, pois, embora pequena, existe uma diferenciação entre as duas devido a diversas razões. Comumente, verifica-se que os conceitos de ética e de moral se equiparam quando se referem a costume, ou se diferenciam quando a ética é vista como ciência e a moral é considerada regra de conduta. Neste entendimento, faz-se necessário uma breve caracterização destes termos. A palavra ética é derivada do termo grego ethos, que significa costume. Normalmente, é utilizada como sinônimo de moral, termo originado do latim, mos, moris, que também significa normas, mas que representam o comportamento esperado, e que é equivalente a costumes. Costumes estes que dizem respeito aos valores de bem e de mal, e que estruturam outros, como: justo/injusto, certo/errado, digno/indigno, etc. Assim, costumes morais são aqueles que se relacionam com os modelos de bem e mal da sociedade e, por isso, normalmente, os indivíduos tecem julgamentos morais em relação aos seus comportamentos e aos dos outros, pois estão sempre avaliando os seus atos e os dos outros, segundo os valores de bem e mal da sociedade na qual estão inseridos. Contudo, nem sempre todos concordam com os padrões morais da sociedade, pois, muitas vezes, os confrontam e criam valores morais diferentes. Isso evidencia que a moral aparece em dois âmbitos da vida humana: o social e o individual. Para entendê-los vamos acompanhar a ilustração a seguir. Quando o indivíduo nasce, seus pais, professores e familiares repassam, aos poucos, os valores morais da sociedade. Assim, a moral social é justamente o conjunto de todos os comportamentos e valores morais (bem e mal) impostos a todos os indivíduos de uma sociedade. Isso vale para qualquer tipo de sociedade como a capitalista, comunista, cristã, muçulmana, judaica etc. Todavia, o indivíduo não é obrigado a seguir tudo o que a moral social o obriga a fazer. Os adolescentes, por exemplo, muitas vezes, fazem o contrário do que os pais, professores e a sociedade esperam, pois eles afrontam a moral social e não aceitam seus valores de bem e mal. Isso não acontece somente com os adolescentes, pois todo indivíduo pode se voltar contra a moral social e escolher outros valores morais para direcionar sua vida ou criar valores que ainda não existam. Um exemplo disso é o caso das mulheres que, na década de 1960, questionaram diversos valores da moral social. Começaram a usar métodos contraceptivos, reivindicaram o direito ao trabalho, inventaram novos valores morais para sua sexualidade, dentre outras mudanças. Elas só puderam agir assim porque não repetiram a moral social. Moral individual, então, é o modo como o indivíduo assimila os valores da moral social e os relaciona consigo e com a sociedade. A moral individual pode ou não aceitar como legítimos os comportamentos e costumes da moral social, isto é, apesar da moral social ser a mesma para todos os indivíduos de uma sociedade, a moral individual não é necessariamente a mesma, pois cada indivíduo pode assimilar a moral social de uma maneira e lidar com os costumes de modo diferenciado. Por sua vez, a ética é considerada uma ciência da moral, e se tornou a disciplina que estuda e regula as ações do comportamento humano. Ademais, a ética tem também preocupações práticas, pois ela se orienta pelo desejo de unir o saber ao fazer como filosofia prática, isto é, disciplina teórica com preocupações práticas. A ética busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser. Neste sentido, a ética se caracteriza como estudo das ações individuais dos homens, cujo objetivo fundamenta-se em elaborar uma orientação normativa para as ações humanas, que seja estabelecido como bem. Ressalta-se que com o filósofo grego Aristóteles, a ética passou a ser considerada a “ciência do moral”, isto é, do caráter e das disposições do espírito. Dessa forma, a ética pode ser entendida como um conjunto de argumentos utilizados pelos indivíduos para justificar suas ações, solucionando diferentes problemas em que há o conflito de interesses com bases em argumentos universais. Em síntese, pode ser compreendida como o conjunto de normas para um indivíduo ou para determinados tipos de indivíduos, que permitem que pessoas de diferentes valores, credos, religiões, formação entre outros, possam conviver em sociedade e tenham parâmetros parecidos com relação a certas ações. A ética, portanto, pode ser entendida como uma filosofia responsável por estudar a moral, contestando e identificando o que se pode chamar de regras morais vigentes, as quais se modificam com o tempo. Nesta vertente, a ética tem por escopo estudar o comportamento do indivíduo frente aos apelos morais da sociedade em que este vive, podendo ser observada de diferentes maneiras, conforme a cultura, os costumes e os hábitos de determinadas populações. Desta forma, as reflexões da ética compreendem pontos da vida pública e das leis estabelecidas no plano social para a existência humana. Estes pontos estão relacionados a questões gerais relacionadas ao direito, ao poder, à cidadania e à política, bem como a questões particulares ligadas às condutas e às escolhas individuais, sendo elas que definem o modo como cada um vive consigo mesmo e com os outros. A ética, então, é uma ciência normativa, que fornece aos homens as normas que apontam para a ação correta e, também por isso, é importante para o Direito. Enquanto a ética possibilita que o indivíduo saiba o que as sociedades nas quais vive julgam como comportamento esperado em certo momento, é o Direito que vai transformar algumas dessas normas sociais em leis e certificar-se de que elas sejam postas em prática. Apesar de nem todas as condutas éticas se tornarem leis – e nem todas as leis serem consideradas éticas pelas sociedades – é importante ressaltar que o Direito, e não a ética, pode ser apontado como uma área de estudos que tem como objetivo central influenciar o comportamento humano. Nesse entendimento, são observados na sociedade diversos comportamentos não éticos e nem legais, como os casos de propina, por exemplo. Quando alguém oferece dinheiro ou vantagens indevidas para que ela própria possa obter benefício, estará cometendo um ato não ético e ilegal. Vale ressaltar que não há corrupção sem corruptor. Há também comportamentos éticos, mas ilegais, como os casos de recall promovido por montadoras de automóveis, por exemplo. Recall é um chamado do fabricante para corrigir eventuais falhas detectadas em peças ou sistemas de um produto. O serviço é gratuito, basta o proprietário comparecer ao chamado feito. Se uma determinada montadora lançar um modelo de automóvel com defeito, que imagine ser “aceitável”, e que posteriormente, por meio de testes mais específicos, julgue que esse defeito pode ocasionar prejuízos de maiores dimensões, poderemos observar, inicialmente, que a montadora agiu com ética ao convocar seus clientes para a realização do conserto. Todavia, se esta mesma montadora não divulgar a necessidade do reparo, mas, a partir da solicitação do cliente, fizer a manutenção sem custo, essa montadora estará tacitamente admitindo seu erro e estará sujeita às penas legais que lhe sejam atribuídas. Nesses casos, é possível que a empresa que lançouo produto com defeito faça acordos que permitam que sua imagem seja preservada, evitando, com isso, uma exposição negativa por um longo período. Em outros casos, há comportamentos considerados legais, mas não éticos, como o exemplo de algumas empresas que dão “presentes” a colaboradores em outra organização em busca de favorecimento. Esses “presentes” podem não ser ilegais, mas se o objetivo for o favorecimento da parte que deu, por vezes, esse comportamento pode não ser visto como ético. Neste sentido, têm-se também exemplos de diversas categorias profissionais que ganham viagens técnicas realizadas paralelamente com grandes programas de entretenimento, patrocinadas por empresas ou por entidades de classe que, provavelmente, buscariam um favorecimento em troca da aceitação desses presentes. Por fim, há comportamentos legais e éticos, segundo padrões estabelecidos pelas empresas por meio dos seus códigos de ética e cartas de princípios, que orientam seus colaboradores e a sociedade sobre os preceitos que escolheram seguir. Com base nestes exemplos, e de modo a sintetizar, podem-se observar semelhanças e diferenças, principalmente entre ética e moral. Ambas, tratam de normas e regulamentos. A moralidade é um conjunto de normas, que a sociedade é responsável por transmitir de geração em geração. Ética é um conjunto de regras acerca de um determinado assunto que foi esclarecido e adotadas na própria mentalidade do indivíduo. A diferença é que a moral tem uma base social, padrões estabelecidos dentro de uma sociedade. Ética emerge como tal na interioridade de um indivíduo como resultado de seu próprio pensamento e sua própria escolha. Ética pode equiparar o seu conteúdo com as normas morais recebidas em sua educação, mas também pode fornecer uma diferença ética forte em algumas das suas regras. Isso cria uma série de conflitos internos na mentalidade de uma pessoa. Outra diferença entre ética e moral não está em seu conteúdo, mas na forma como eles agem na condução de uma pessoa. A moralidade é um conjunto de regras que agem de fora, ou a partir do inconsciente, sendo uma motivação extrínseca à consciência do sujeito. Ética influencia o comportamento de uma pessoa, mas a partir de sua própria consciência e vontade. Não é o mesmo executar um comportamento porque é uma obrigação imposta pela sociedade para exercer a mesma conduta que "estou convencido da bondade de que a ação". Sintetizando... Moral Conjunto de hábitos e costumes efetivamente vivenciados por um grupo humano, e passados de geração para geração. Ética Conjunto de regras acerca de um determinado assunto que foi esclarecido e adotadas na própria mentalidade do indivíduo. Também entendida como a ciência da moral – estuda para extrair princípios e regras universais aplicáveis a toda conduta humana (grupo humano). Direito Acordos de caráter obrigatório, estabelecidos entre pessoas. Conforme evidenciado, moral deriva de mos e moris, que significa costume. No sentido moral, costume se refere aos valores de bem e mal, que são o fundamento de determinação de muitas outras valorações, tais como: justo/injusto e certo/errado. Um julgamento moral, portanto, consiste na avaliação dos atos (realizados por nós mesmos ou por outras pessoas) segundo os valores de bem e mal vigentes na sociedade em que estamos inseridos. Todavia, tais valores vigentes não necessariamente estão de acordo com o que nós julgamos corretos. Podemos pensar nos valores instituídos e decidir quais deveriam (ou não) ser preservados. Podemos, ainda, refletir acerca da formação da moral, ou seja, tentar identificar por que determinados atos são entendidos como morais ou imorais. E é justamente neste ponto que surge a ética. Deste modo, seu papel é refletir filosoficamente e de forma crítica sobre a moral humana presente na sociedade atual. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clécio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 2: Tomada de Decisões entre o Legal e Moral De acordo com o exposto no tópico anterior, infere-se que as três esferas (ética, moral e direito) em análise estão intrinsecamente interligadas, numa confluência inseparável, não só pelo seu contexto histórico, mas também pelas características complementares entre si. A ética é definida como um conjunto de valores e filosofias que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social. Isto é, ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano, passados de geração a geração. Por sua vez, o conceito de legal está direcionado às leis jurídicas de uma determinada região ou país, ou seja, ao Direito. Estes conceitos influenciam diretamente no processo de tomada de decisão dos indivíduos. Sabe-se que o ato de decidir está diretamente ligado à ação de resolver, tomar uma posição, escolher uma saída. Durante a vida, as pessoas são expostas à tomada de decisão praticamente em todos os momentos, e é exatamente neste ponto em que se podem encontrar soluções para superar as divergências e os entraves. Torna-se importante, neste ponto, a ponderação dos aspectos positivos e negativos ante a tomada de decisão. Deste modo, o processo de tomada de decisão, muitas vezes, se inicia com um problema que inclui um componente moral, que necessita de uma solução ou resposta e, geralmente, de alguma forma de ação. Neste contexto, é importante ressaltar que uma decisão moral poder ter resultados positivos ou também resultados negativos. Se uma decisão tivesse resultados positivos para todas as partes envolvidas, a mesma não seria uma causa de dilema moral. Assim, o que está em discussão é a intensidade ética e moral das questões que provocam consequências desfavoráveis. Para entender esta situação, considere o caso de um médico que está tratando de um paciente terminal, que está sofrendo de dores implacáveis. Este paciente faz um pedido ao médico: que lhe sejam fornecidas drogas que acabem com sua vida e que termine com o seu sofrimento. O médico enfrentará o dilema de ir contra seu juramento de profissão (sem mencionar as leis, que proíbem explicitamente a eutanásia na maioria dos países do mundo) ou de honrar com o pedido do paciente, especialmente se o médico acredita que ele faria o mesmo pedido se estivesse na posição do paciente. Este dilema apresenta vários princípios morais e legais conflitantes que, por vezes, nos deparamos em nosso dia a dia. A primeira fase do processo de tomada de decisão ética é a consciência moral, ou identificação da questão moral. A identificação de uma questão moral envolve um processo interpretativo em que o indivíduo reconhece que existe um problema moral numa situação, ou que uma norma ou um princípio moral é relevante para as circunstâncias. Esta etapa é considerada crítica porque a identificação de um problema como eticamente significativa, presumivelmente, ajuda a iniciar tomada de decisão ética e, por sua vez, faz com que o comportamento ético mais provável (REST, 1986). Esta situação certamente vai estar relacionada ao questionamento entre o moral e o legal, e aquela mais direcionada à moral é a mais difícil. Isso porque o que é legal (Direito) e moral regulamentam as relações de uns homens com outros por meio de normas. Postulam, portanto, uma conduta obrigatória e devida. Nisto separecem também, com o trato social. As normas morais e jurídicas têm a forma de imperativos e, por conseguinte, acarretam a exigência de que se cumpram, isto é, de que os indivíduos se comportem necessariamente de uma certa maneira. Aí se diferenciam das normas técnicas que regulam as relações dos homens com os meios de produção no processo técnico, que não possuem esta forma de imperativos. Vamos, agora, refletir sobre um interessante caso. Acesse e leia “Legal x Moral no caso Pinheirinho”. http://era.org.br/2012/01/legal-x-moral-no-caso-pinheirinho/ Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clécio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 3: Formação Moral de uma Entidade Corporativa Após a compreensão de que a moral trata de convicções individuais sobre o que é certo ou errado, e que a ética é definida como um conjunto de valores e filosofias que norteiam as decisões para o convívio sustentável das pessoas e organizações que devemos nos atentar na ética empresarial, esta parte dos nossos estudos diz respeito ao meio empresarial, à relação das empresas públicas, privadas ou mistas com todos os demais segmentos que estão no seu campo de ação: colaboradores, clientes, público, concorrentes, comunidade, etc. A ética empresarial é norteada por princípios jurídicos, de natureza legal, e por princípios de boa convivência, de natureza social, em consonância com os valores da organização, que dizem respeito à responsabilidade individual de seus integrantes e aos valores sociais que se referem à cultura social em que a empresa está inserida. Sob esta perspectiva, as ações das organizações devem ser orientadas pela ética empresarial na condução de seus negócios e, baseando-se nisso, muitas empresas possuem seus manuais e códigos de ética empresarial, cujo objetivo é estabelecer o que se espera uns dos outros. Tal fato influencia para que o ambiente de trabalho seja mais respeitável, contribuindo para a excelência dos produtos e/ou serviços prestados, e também propicia maior coesão organizacional. Sob outro aspecto, o comportamento ético nas organizações pode ser observado, também, quanto à sua responsabilidade para com a sociedade em que estão inseridas. A ética pode ser um diferencial no mercado empresarial e profissional, pois do mesmo modo que a ética pode contribuir para maximizar os resultados da empresa, sua ausência pode comprometer consideravelmente o seu desempenho. Ademais, a imagem da empresa está diretamente ligada a do profissional e vice-versa, pois esta se relaciona a reflexões ou indagações sobre costumes e a moral vigentes na empresa. Nestes termos, as normas de comportamento derivam dessas reflexões e indagações éticas, que se tornam um instrumento de trabalho simbólico ao intervir de maneira útil no modus operandi das empresas e contribuir para moldar a identidade corporativa. Por isso, a formação moral e ética de uma organização deve incentivar os valores positivos e desencorajar as influências negativas que afetam o comportamento, pois todos os indivíduos possuem uma orientação (bússola) moral, definida por meio de valores, que direcionam como eles tratam os outros. Indivíduos que não possuem valores éticos fortes podem participar de comportamentos negativos, que podem prejudicar a organização. No entanto, a empresa não pode fazer nada sobre as influências que moldam valores e comportamentos de uma pessoa antes de contratá-la, mas pode tentar influenciar o comportamento de seus funcionários no local de trabalho. Estas influências podem acontecer por meio de programas de treinamento, códigos de conduta e de ética, que pode informar aos funcionários os tipos de comportamento que a empresa considera aceitável e inaceitável. Ainda que, estes esforços não mudem necessariamente os valores de um indivíduo, eles podem ajudá-los a decidir não participar de comportamentos antiéticos, pelo menos no ambiente do trabalho. Assim, os gerentes devem enfatizar não apenas as responsabilidades de seus colaboradores, mas também o que a organização espera (e por que) com relação a valores morais e éticos. Outro exemplo é um sistema de recompensas e punições bem delineado, que também pode ajudar a promover os tipos de valores que a empresa quer ver em seus colaboradores. Se os mesmos veem que certos comportamentos são recompensados, então eles podem decidir a alterar o seu comportamento e, por sua vez, alterar seus valores. Além disso, por vezes, existe uma lacuna entre os valores e os comportamentos de uma pessoa, que pode ser resultado de uma decisão consciente de não seguir um valor específico com uma ação correspondente. Esta decisão pode ser influenciada por quão profundamente este valor afeta o caráter da pessoa e pelo ambiente que a mesma está inserida. A cultura organizacional também é outro exemplo relevante para a forma como os valores morais moldam o comportamento, criando companheirismo e interdependência social. Organizações com forte ethos têm maiores expectativas de valores morais, pois a mesma promove o comprometimento e o comportamento positivo em seus colaboradores. Ethos é uma palavra com origem grega, que significa caráter moral. É usada para descrever o conjunto de hábitos ou crenças que definem uma comunidade ou nação. No entanto, ressalta-se que a cultura da empresa pode influenciar nos dois sentidos, ou seja, positiva e negativamente. Como exemplo, citam-se casos de empresas que são inerentemente competitivas, valorizando o domínio individual sobre outros indivíduos (por exemplo, vendas, negociação de ações, etc.). Enquanto alguns podem ver tal cultura como objetivamente negativa, é subjetivamente útil para a organização incutir e desenvolver esses valores para criar determinados comportamentos tais como trabalho duro e alta motivação. Estas maneiras de formar os valores morais e éticos de uma empresa refletem a crescente pressão sobre as organizações para controlar o comportamento dos colaboradores de forma que vão reduzir conduta ilegal é antiética dos funcionários. Curiosidades No Brasil, diversas organizações têm surgido para fomentar a discussão sobre os valores morais e éticos dos negócios. O Instituto Ethos, por exemplo, é uma associação sem fins lucrativos, criada para ajudar empresas a gerir seus negócios de forma ética. Dentre as suas diversas ações, ela desenvolve pesquisas regulares sobre o perfil social, racial e de gênero nas organizações brasileiras, além de promover o Prêmio Ethos, que incentiva a produção de conhecimento sobre o tema nas universidades do país. Por sua vez, a nível mundial, personalidades como Al Gore e Bill Gates têm sido propagadores de discursos em favor da ética e da moral por parte das empresas. Al Gore é um político dos Estados Unidos que apoia o combate ao aquecimento global. Em sua palestra “Uma verdade inconveniente” que no ano de 2006 se tornou um documentário, é um alerta para despertar uma maior consciência dos empresários (principalmente de seu país) acerca dos impactos de sua atuação nas condições do planeta. Bill Gates, é um empresário dos Estados Unidos conhecido como um dos homens mais ricos do mundo por ser um dos fundadores da empresa de programas de computador Microsoft. Ele também é um dos maiores filantropos e um grande incentivador de ações sociais empresariais. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clécio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 4: A Entidade e suas Obrigações As organizações se comportam em função do ambiente, pois estão inseridasem uma rede de influências externas e internas. Elas não são entidades homogêneas, mas compostas de vários fatores complexos, como industriais, governos e suas regras, produto, mercado, práticas e costumes, fornecedores, matéria-prima e serviços (MILES; SNOW, 1978). Estas influências impactam na sua permanência no mercado e nas suas obrigações para com o seu meio. As obrigações das entidades são aquelas voltadas à sociedade, ou seja, deveres para com seus stakeholders, que pode ser uma pessoa ou um grupo. Estes legitimam as ações de uma organização e têm papel direto ou indireto na gestão e nos resultados dessa mesma organização. São exemplos de stakeholders os colaboradores da empresa, fornecedores, concorrentes, clientes, mídias, serviços terceirizados, meio ambiente, acionistas, proprietários, ONGs, o Estado, sindicatos e diversas outras pessoas ou empresas que estejam relacionadas com uma determinada ação ou projeto. O conceito de stakeholders pode ser definido como grupo, indivíduo ou organizações que podem afetar ou que são afetados pelo alcance dos objetivos de determinada instituição. Esse conceito, trazido por Freeman (1984), é corroborado por alguns outros teóricos como Mitchel, Agle e Wood (1997), servindo de base para modelos de classificação de stakeholders, conforme exemplos na figura a seguir. Exemplo de stakeholders de uma organização. Fonte: elaborada pelos autores (2015). Atenção De acordo com alguns autores como Campbell (1997), a organização deve ter responsabilidade social diante do ambiente em que vive. Para ele, existem stakeholders que atuam diretamente sobre a empresa, buscando dividendos, melhores salários, maiores prazos de pagamentos e preços baixos – são os stakeholders ativos, pois são influenciadores imediatos do processo de gestão organizacional. Ainda segundo Campbell, os outros agentes que afetam a organização de forma mediata são os chamados stakeholders passivos, destacando-se entre estes a sociedade e as organizações não governamentais. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clécio trata o assunto que estamos vendo. TEMA 5: Relação Ética da Entidade com os seus Stakeholders Como vimos, a ética estuda a moral, o dever fazer, a qualificação do bem e do mal, a melhor forma de agir coletivamente; avalia os costumes e determina quais ações morais são moralmente válidas e quais não tendem a estabelecer os princípios de valorização e condução da vida. No que diz respeito à ética dentro das empresas, existem duas vertentes em questão: ética pessoal e ética empresarial. Aquela destaca algumas teorias éticas, segundo Weber (1959): Ética da convicção (tratado dos deveres) Está relacionada às crenças de um individua em relação a determinadas coisas. Nessa dimensão, o comportamento ético das empresas é decorrente de princípios universais que regem a conduta humana, como respeito, justiça e direitos humanos. Ética da responsabilidade (estudo dos fins humanos) Tem como princípios orientadores a responsabilidade e o utilitarismo. Nesta perspectiva, para afirmar se uma ação é ética ou não, deve-se analisar as consequências dessa ação. Mesmo que uma ação seja baseada em princípios considerados morais universalmente (ética da convicção), ela poderá ser considerada não ética se trouxer consequências práticas indesejáveis para o grupo. O critério não é a moral em si em um ato, como na ética da convicção, mas a vantagem ou a desvantagem das consequências de tal ação. A ética da responsabilidade é consequencialista, pois considera ética a ação que traz benefícios para um número maior de pessoas. Ética da virtude Centra sua atenção no caráter da pessoa, buscando entender os traços pessoais que servem como alicerces das ações humanas: as virtudes, as quais, quando compartilhadas por um grupo de pessoas, constituem o que chamamos de cultura. Após apresentadas as dimensões da ética, sendo as duas primeiras com o enfoque nos princípios que conduzem ao ato e às suas consequências, que, somadas à terceira, permitem obter uma visão abrangente sobre a ética no ambiente organizacional, poderemos entender como a relação ética da entidade pode atingir os seus stakeholders internos e externos, e a humanidade como um todo. A ética empresarial é relacionada a reflexões ou indagações sobre costumes e morais, isto é, a moral vigente nas empresas. Muito tem a ganhar as empresas que institucionalizam orientações efetivamente partilhadas sobre os seus membros ou que convencionam valores que foram previamente negociados. As normas de comportamento derivam dessas providências que, muitas vezes, estão expostas em códigos de ética. A principal função do código de ética é assegurar a uniformidade da conduta do grupo e a consistente resolução de conflitos e questões éticas que surgem na vida das empresas (regulamento pré-convencional), a fim de introduzir e promover os valores que orientam a vida da organização, seus critérios convencionais de direito e as prioridades dos mesmos. Deste modo, os códigos destinam-se a colocar os valores, critérios e as prioridades da organização sobre as condenações de pessoas que a representam. Isso não quer dizer que os códigos devem atender exclusivamente aos interesses da empresa, ou que sejam exclusivamente focados no controle do comportamento dos indivíduos. Eles devem ter dimensão universal e refletir autocompreensão justificável com terceiros, ou seja, com seus stakeholders. Assim, ao enfatizar o código de ética como meio de institucionalizar a ética organizacional, ele é justificado não só como uma abordagem descritiva, mas também como uma abordagem normativa. Se os códigos corporativos atenderem certas condições, caracterizadas como elementos que, mesmo quando não revelam um compromisso genuíno moral, podem servir como uma base para isto, a transmissão da ética pode ser efetuada por declarações escritas, em que o compromisso da empresa para com ações éticas é compreendido. Caracteriza, ainda, programas formais de ética, e por repasses implícitos. Implicitamente, ocorrem através da cultura corporativa, sistemas de incentivos, liderança, políticas de promoção e processos de avaliação de desempenho. Neste entendimento, o que se espera de uma organização é que ela seja ética para com todos os seus stakeholders. Por exemplo, nas relações entre empresas e funcionários, podem ser observados alguns conflitos comuns. Quando uma empresa passa por problemas financeiros, seus executivos pensam sobre diversas maneiras de reduzir custos, e uma das opções levadas em consideração é a demissão de pessoas. No entanto, sob a vertente da dimensão da ética da responsabilidade, a empresa, nesta situação, deve avaliar os impactos que poderá causar na vida desses trabalhadores. Não que a organização não possa demitir seus funcionários, mas que a mesma deve evitar demissões que venham a ser consideradas abusivas, injustas, ou que sejam decorrentes de uma falta de planejamento ou competência de sua parte. No que diz respeito ao relacionamento entre a entidade e seus clientes, também pode ter conflitos importantes sob a lente da ética da responsabilidade. Há situações, por exemplo, que envolvem decisões como a descontinuação de alguns produtos ou a mudança na composição de algum bem que é vendido e que podem afetar de forma injusta os clientes envolvidos. Outro exemplo de stakeholders que podem ser afetados negativamente por ações empresariais são as comunidades. As empresas, em especial aquelas com produçãoindustrial, devem seguir normas que minimizem os impactos de sua atuação no patrimônio cultural e ambiental das comunidades. Algumas indústrias emitem poluição sonora e do ar em níveis acima dos permitidos e, com isso, afetam diretamente a qualidade de vida dos moradores ao redor da fábrica. Outro exemplo é quando empresas ignoram o patrimônio histórico e cultural de certas comunidades, alterando sua identidade e senso de pertencimento. Exemplo deste fato é de comunidades indígenas que possuem conflitos com empresas que compraram e construíram em terras consideradas de propriedade indígena, afetando profundamente a vida dessas pessoas. Os fornecedores também são stakeholders impactados pelas empresas. Algumas empresas possuem fornecedores de menor porte que, de certa forma, dependem dessas empresas. Sabendo disso, elas barganham excessivamente os preços, criando uma relação desequilibrada de interesses, que não se sustenta no longo prazo, prejudicando, principalmente, o pequeno fornecedor. Com base nos exemplos dos stakeholders supracitados, observa-se que o ponto central são as consequências das ações empresariais nas pessoas ou nos grupos com os quais ela se relaciona. Veja alguns exemplos de direcionamentos do Código de Ética de grandes empresas para com seus stakeholders: Código de Ética da Caixa O Código de Ética da CAIXA, no item respeito, deixa claro que a empresa não admite a prática de trabalho forçado ou compulsório O direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da sociedade e dos clientes A busca permanente de excelência na qualidade de seus serviços A conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade Respeito e valorização do ser humano Fonte: <http://goo.gl/fhwkSq>. Código de Ética da Petrobrás “O respeito à vida e a todos os seres humanos, a integridade, a verdade, a honestidade (...) são os princípios éticos que norteiam as ações do Sistema Petrobras.” [...] “A lealdade ao Sistema Petrobras se manifesta como responsabilidade, zelo e disciplina no trabalho e no trato com todos os seres humanos, e com os bens materiais e imateriais do Sistema, no cumprimento da sua Missão”. Fonte: <http://goo.gl/7DR5YV>. Acesse a versão online da aula e confira no vídeo a seguir como o professor Clécio trata o assunto que estamos vendo NA PRÁTICA A ética empresarial é norteada por princípios jurídicos, de natureza legal, e por princípios de boa convivência, de natureza social, em consonância com os valores da organização, que dizem respeito à responsabilidade individual de seus integrantes e aos valores sociais que se referem à cultura social em que a empresa está inserida. Neste contexto, é INCORRETO afirmar que: a) A ética empresarial está relacionada a reflexões ou indagações sobre costumes e morais, ou seja, sobre a moral vigente na organização. b) Atualmente, o comportamento ético por parte da empresa não é esperado e exigido pela sociedade. c) A ética empresarial reflete sobre as normas e os valores efetivamente dominantes em uma organização. d) Em sentido amplo, ela se baseia na ideia de um contrato social, segundo o qual os membros se comportam de maneira harmoniosa, levando em conta os interesses do grupo. Feedback das alternativas a) CORRETO Realmente, a ética empresarial está relacionada a reflexões ou indagações sobre costumes e morais, ou seja, sobre a moral vigente na organização. b) INCORRETO Atualmente, o comportamento ético por parte da empresa é esperado e exigido pela sociedade. A negativa NÃO torna a sentença falsa. c) CORRETO A ética empresarial reflete sim sobre as normas e valores efetivamente dominantes em uma organização ou grupo empresarial. d) CORRETO A ética empresaria baseia-se na ideia de um contrato social segundo o qual os membros se comportam de maneira harmoniosa, levando em conta os interesses do grupo. SÍNTESE Ao refletir sobre os temas de ética e moralidade, percebemos como este assunto é importante nas nossas ações cotidianas, estando presente em todos os segmentos da sociedade. Pela sua importância, precisam continuar sendo os norteadores de todas as ações humanas. Para ser ético, é preciso tomar consciência de nossos atos e agir com autocontrole, ou seja, respeitando-se e respeitando as pessoas. Atualmente, ética e moral não fazem parte dos valores de certas classes sociais e políticas. Muitos valores estão sendo quebrados em prol do individualismo, ou seja, “cada um por si”. É preciso, então, parar um pouco e refletir para, assim nos tornarmos pessoas mais sensíveis e sensatas. Acesse a versão online da aula e confira a fala final do professor Clécio nesta aula. Referências ANDRADE, R. O. B.; ALYRIO, R. D.; MACEDO, M. A. S. Princípios de negociação: ferramentas e gestão. São Paulo: Atlas, 2007. ASSIS, Fernando. Estratégia e Negociação. Ética e conflito nas tomadas de decisão. set. 2013. Disponível em: <http://estrategiaenegociacao.wordpress.com/2013/09/25/etica-e-conflito-nas- tomadas-de-decisao/>. Acesso em: 12 abr. 2016. BOUNDLESS. How Values Influence Behavior. jul. 2015. Disponível em: <https://www.boundless.com/management/textbooks/boundless-management- textbook/organizational-behavior-5/drivers-of-behavior-44/how-values-influence- behavior-230-7046/>. Acesso em: 12 abr. 2016. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Comunicação de Progresso. 10 princípios do Pacto Global. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:qAKNeVcB9sgJ:http s://www.unglobalcompact.org/system/attachments/6981/original/COP.doc%3F1 282019047+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 12 abr. 2016. ERA. Ética e Realidade Virtual. Legal x Moral no caso Pinheirinho. 2012. Disponível em: <http://era.org.br/2012/01/legal-x-moral-no-caso-pinheirinho/>. Acesso em: 12 abr. 2016. FREEMAN, R. E. Strategic Management: a Stakeholder Approach. Boston, Pitman, 1984. Disponível em: <>. Acesso em: 12 abr. 2016. MELLO, J. C. M. Negociação baseada em estratégia. São Paulo: Atlas, 2005. MILES R. E., SNOW C. C. Organizational strategy, structure and process. Nova Iorque: Mc Graw Hill, 1978. MITCHELL, R. K.; AGLE, B. R.; WOOD, D. J. Toward a Theory of Stakeholder Identification and Salience: Defining the Principle of Who and What Really Counts. In The Academy of management review; p. 853; 1997. PAULINA. El Rincón del Vago. Diferencia entre ética y moral. 1998. Disponível em: <http://html.rincondelvago.com/etica-y-moral_6.html>. Acesso em: 12 abr. 2016. PORTAL Consciência Política. Ética: Sociedade Civil. 2011. Disponível em: <http://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/filosofia-etica-e- sociedade/>. Acesso em: 12 abr. 2016.
Compartilhar