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Caprinocultura e ovinocultura


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Necrobacilose podal
Conhecida como foot rot, pé podre, manqueira ou broca.
Acomete ovinos, caprinos e bovinos de todas as idades e raças e se caracteriza por inflamação dos tecidos sensíveis dos pés e ocasiona claudicação grave.
Agentes causadores: Fusobacterium necrophorum (hab. Do sistema digestivo), Dichelobacter Nodosus (ovinos), Dichelobacter melaninogenicus (bovinos).
Acontece mais em primavera e períodos chuvosos (umidade).
A transmissão ocorre quando o animal infectado pelo agente fica aglomerado com outros animais no pasto, infectando-os também.
O parasito F. necrophorum presente no espaço interdigital causa lesões iniciais típicas de pododermatite na camada cornificada, casco mole e na epiderme, facilitando o desenvolvimento do parasito D. nodosus. A lesão progride para a parte posterior do casco promovendo o deslocamento, podendo disseminar para cápsulas articulares e osso. 
Sinais clínicos: claudicação grave, crescimento dos talões (achinelamento), hiperplasia interdigital, úlceras de sola ou talão, abcessos de sola, queda da lã, febre, sepse, pneumonia secundária. Tratamento: Lavar com água e sabão, fazer casqueamento, curetagem profunda, água oxigenada, substancia cáustica com sulfato de cobre ou zinco, curativo diário, utilizar botinha de esparadrapo. Antibiótico caso necessário.
Controle e profilaxia: Diminuir contato com excesso de umidade. Comprar animais sadios e fazer quarentena na chegada à propriedade. Tratamento e isolamento dos enfermos. Pedilúvio com sulfato de zinco ou formol. Casqueamento periódico. Melhora em manejos, menos estresse e lesões no animal. Vacinação – footvac (não é muito utilizada).
Ceratoconjuntivite
Também conhecida como queratoconjuntive, mal do olho, doença do olho branco, pink eye.
É uma doença estacional infecciosa, contagiosa, regional, tendo prevalência elevada em confinamentos, mais comum no verão e outono no Brasil e de baixa mortalidade, sendo de grande importância econômica. 
Ovinos e caprinos de qualquer idade são susceptíveis a doença, embora borregos e cabritos, além dos animais idosos, representam as categorias de animais mais severamente acometidos.
A doença pode ser transmitida pelo contato direto entre animais doentes e sadios, por moscas ou outros insetos que funcionam como vetores da doença (entram em contato com secreções oculares e transmitem as bactérias de um animal ao outro) e pela mão contaminada de técnicos tratadores.
Fatores pré determinantes: fotoexposição dos animais, irritação causada por poeira, ressecamento da superfície corneal (vento excessivo no transporte), ação mecânica dos pastos secos, moscas e outros vetores, superlotação, deficiência de alimentos verdes.
Parasitos: Bactérias: Micoplasma conjuntivae, Moraxella spp, Listéria spp, Clamydia psittacci ovis. Vírus: Herpesvírus. Fungos: Aspergillus. 
A ceratoconjuntivite pode se manifestar em qualquer época do ano, embora uma maior frequência de casos ocorra nos meses de verão, em associação ao aumento na população de moscas.
Fatores que predispõe ao aparecimento dos surtos correspondem a introdução de novos animais na propriedade (sem a realização de um período de adaptação ou quarentena), excessiva lotação animal por área de manejo, problemas de ventilação e/ou instalações pouco arejadas, currais sujos e com grande acúmulo de poeira que pode exercer um efeito irritante sobre os olhos, além de problemas de higiene que favoreçam a multiplicação de moscas que carreiam as bactérias.
Inicialmente começam as lesões traumáticas no olho, abrindo porta para entrada dos parasitos. As cepas produzem fímbrias e exotoxinas responsáveis pela manifestação patológica. A enfermidade inicia-se quando o agente, componente da microbiota ocular do animal, sintetiza as fímbrias de aderência. Essas fímbrias reconhecem receptores específicos presentes na conjuntiva lacrimal e córnea, fixando-se a eles.
As exotoxinas iniciam a lesão celular desencadeando um processo inflamatório que provoca edema de córnea e migração de células inflamatórias causando opacidade corneal, perda parcial da visão, epífora (lacrimejar), bleforoespasmo (sensibilidade para abrir o olho), endema de conjuntiva, fotofobia e úlcera corneal.
Em casos mais graves causam ruptura do globo ocular com cegueira permanente. 
Como sintomas gerais frequentemente se observam a anorexia (interrupção na alimentação causada sobretudo pelo desconforto ocular), perda de peso, prostração e febre. O diagnóstico da ceratoconjuntivite envolva basicamente a observação dos sinais clínicos e histórico da evolução da doença no rebanho, o agente causador só pode ser determinado através de testes laboratoriais.
Tratamento de eleição
- Antibiótico de baixo peso molecular subconjuntival com injeção de insulina, repete após 72hs da 1ª aplicação se necessário, com ajuda de colírio anestésico (tetracaína).
- Utilizar corticoides somente na ausência de úlcera córnea.
- Acetilcisteína para combater a colagenase (ausência de colágeno).
- Aplicar vit A e E.
Tratamentos locais baseados na limpeza dos olhos com solução fisiológica estéril e utilização de colírios e pomadas oftálmicas correspondem às primeiras medidas para o controle da doença. Em muitos casos, especialmente quando um grande número de animais é acometido em uma mesma propriedade, torna-se necessário a utilização de formulações comercias de antibióticos injetáveis, geralmente associados aos cuidados tópicos.
Os animais afetados devem ser isolados do restante do rebanho, preferencialmente em áreas ao abrigo da luz direta. Provimento de boa alimentação e água.
Não existem vacinas específicas para ovinos e caprinos disponíveis comercialmente. 
Nesse sentido, a melhor forma de prevenção corresponde a adoção de medidas gerais de higiene (limpeza de currais e instalações de manejo, controle de moscas, conscientização da necessidade de desinfecção das mãos de técnicos e funcionários após o manejo de animais enfermos), quarentena de animais inseridos na propriedade e isolamento dos enfermos.
Perdas econômicas
Mão-de-obra existente, redução no crescimento e desenvolvimento e custos de medicação.
Perdas indiretas incalculáveis na reprodução.
Diagnóstico de úlcera de córnea
- Teste de fluoresceína.
- Pingar no olho duas gotas de fluoresceína.
- Massagear as pálpebras por 30 segundos.
- Retirar o excesso com solução fisiológica e observar um pigmento verde na córnea, caso o animal esteja com úlcera.
Diagnóstico diferencial (doenças com sintomas parecidos com ceratoconjuntivite)
- Conjuntivite traumática.
- Carcinoma de células escamosas ou espinocelular.
- Entrópio e ectrópio.
- Fotossensibilização.
- Cegueira cortical – poliencefalomalácia.
Entrópio
- Característica congênita
- Pode afetar até 80% dos cordeiros entre 1 e 3 semanas.
- É frequentemente bilateral e, se não for corrigido resulta em ulceração e vascularização de córnea. 
Entrópio é uma doença em que a pálpebra se dobra para dentro (invertida), fazendo com que os cílios irritem o globo ocular. Ectrópio é uma doença em que a pálpebra se dobra para fora (evertida) de modo que sua borda não entra em contato com o globo ocular.
Se a borda de uma das pálpebras se virar para dentro (entrópio), os cílios roçam no olho, podendo dar origem a uma úlcera e cicatrizes na córnea.
Ectima contagioso
O ectima contagioso, também conhecido como dermatite pustular contagiosa, dermatite labial infecciosa, boca crostosa ou boqueira, é uma doença infecciosa em pequenos ruminantes, provocada por um vírus do gênero Parapoxvirus (Poxvirus) altamente contagioso e que provoca lesões crostosas principalmente na boca e face do animal. Trata-se de uma zoonose, já que o vírus do ectima é prontamente transmissível ao homem. O tratamento é feito com antissépticos locais e a prevenção pode ser feita através da vacinação.
A doença ocorre em ovinos e caprinos com 3 a 6 meses de idade, porém existem relatos em animais de 10-12 dias de idade e em animais adultos. O ectima gera diminuição do desenvolvimento,graus variados de dor e certa perda econômica. Surtos podem ocorrer a qualquer tempo, porém são mais frequentes na época seca, quando os animais estão a pasto. A porta de entrada do vírus são as abrasões, desta forma a presença de alimentos grosseiros ou forrageiras que levam a lesões na mucosa oral aumenta o risco de contrair a doença. O Parapoxvirus é cosmopolita e pode permanecer infectante nas crostas presentes no ambiente ao longo de meses ou anos.
Alta morbidade e baixa mortalidade, dependendo da extensão das lesões e complicações secundárias. Os animais são abatidos ou curados, mas mesmo os curados podem ser transmissores.
A transmissão pode ocorrer por contato direto ou indireto. Animais jovens são mais sensíveis. O contato entre animais e com instalações, pastagens e cochos contaminados é a principal forma de disseminação da enfermidade, além do manejo incorreto feito pelo homem. Outro fator importante é o confinamento de animais. O vírus pode ser transmitido ao homem, no qual se manifesta na forma de erupção muito irritante na pele. Após a introdução da doença nos rebanhos, a enfermidade se torna endêmica pela persistência do vírus por longos períodos no ambiente ou pela presença de animais com infecções persistentes. No Brasil há poucas referências da doença. Há relatos de surtos no Rio Grande do Sul e em São Paulo. No nordeste, desde a década de 1930, a enfermidade é um dos principais problemas sanitários da exploração caprina, por acometer cerca de 60% das criações.
Comumente o diagnóstico se dá através da observação dos sinais clínicos, no diferencial indica-se exame histopatológico. As lesões de pele apresentam graus variáveis podendo ser imperceptíveis ou graves. No início da doença há formação de pápulas, vesículas e pústulas, seguidas de crostas espessas que em alguns dias recobrem uma área elevada na pele e ao cair deixam a pele sujeita às infecções secundárias. 
As primeiras lesões são observadas na mucosa oral, porém podem se estender ao focinho, orelhas, pálpebras e raramente ao aparelho genital ou coroa dos cascos, causando claudicação. Mães amamentando animais com ectima podem apresentar a doença nas tetas. Tipicamente as lesões se curam dentro de 14 a 21 dias, porém podem persistir em animais imunodeprimidos. Em cordeiros, as lesões podem ser graves e provocar queda de pelos, prurido, crostas, calafrios, anorexia, perda de peso, desidratação, desnutrição e claudicação. As lesões no úbere podem resultar em mastites. 
No tratamento das lesões, utiliza-se solução de permanganato de potássio a 3% ou solução de iodo a 10% acrescido de glicerina. O ideal é pulverizar as áreas afetadas pelo menos duas vezes ao dia, por sete dias consecutivos, mas a aplicação a cada 48h da solução de iodo ou a auto-hemoterapia também se revelaram eficazes no tratamento da doença. Também é preciso aplicar repelentes de moscas nas bordas das feridas, para evitar o aparecimento de bicheira. Nas áreas mais sensíveis, como o úbere, as lesões devem ser tratadas com iodo e glicerina na proporção de 1:3 ou com solução de ácido fênico a 3% mais glicerina.
A doença é controlada pela vacinação sistemática. Nos casos de aparecimento da doença em propriedade onde os animais não foram vacinados, devem-se isolar os animais doentes e vacinar os demais. A imunização ativa dos ovinos e caprinos é um procedimento relativamente simples e está indicada apenas nas áreas onde ocorre a doença por tratar-se de uma vacina viva, preparada a partir de crostas contendo o vírus. Uma a duas gotas da vacina é aplicada por escarificação da pele na face interna da coxa com agulha ou estilete. Na ocorrência de um surto, a vacinação imediata do rebanho é geralmente benéfica. A vacinação confere imunidade por aproximadamente dois anos.
Linfadenite caseosa
Causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, caracteriza-se pela presença de abscessos caseosos nos linfonodos (gânglios linfáticos) e órgãos internos.
A doença causa prejuízos sanitários e econômicos, podendo acometer animais de ambos os sexos e em qualquer idade (embora os mais acometidos apresentem idade acima de 24 meses).
Nordeste é a região brasileira onde se observa a maior frequência da doença, devido à grande população de ovinos e caprinos, da vegetação contendo espinhos que favorecem a ocorrência de ferimentos na pele e da falta de informação adequada, por parte dos proprietários quanto à sanidade do rebanho.
No Estado do Ceará, 41,6% dos animais pesquisados apresentaram abscessos superficiais e 11,5% nos órgãos internos. Em 27,7% dos abscessos o isolamento do Corynebacterium foi confirmado. Em 8% dos casos de pneumonias de pequenos e em 50 ruminantes adultos % dos abscessos hepáticos de animais necropciados no Ceará, foi isolado o agente da doença.
A enfermidade causa prejuízos econômicos significativos devido à diminuição da produtividade dos animais com comprometimento interno, condenação de carcaças e desvalorização das peles. Os abscessos podem resultar numa perda de 40% do valor da pele de ovinos e caprinos devido às cicatrizes. Em feiras e exposições, muitos animais estão sendo excluídos de julgamentos por apresentarem a doença. 
A transmissão se dá pelo contato direto do animal com a bactéria, através de descargas purulentas dos abscessos superficiais que se rompem. Esses abscessos rompidos contaminam o solo, água, alimentos e instalações, ocorrendo a permanência do microorganismo por até 8 meses no meio ambiente (principalmente quando protegido contra o sol). A bactéria penetra no organismo através de ferimentos, arranhões ou mesmo da pele intacta, alcança a linfa e atinge os linfonodos regionais.
Em qualquer órgão que a bactéria se instale surge secreção purulenta de coloração branca-amarelada, a qual é produzida continuamente, fazendo com que o abscesso possua grande diâmetro. Esses abscessos internos freqüentemente aparecem em pulmões e fígado, provocando problemas respiratórios e hepáticos.
Em alguns casos a linfadenite visceral é assintomática, sendo diagnosticada apenas quando os animais são abatidos. Porém se a doença assume grande incidência no rebanho, os animais podem apresentar caquexia progressiva, anemia, hiperplasia dos linfonodos superficiais, dispnéia e mastite nodular. Em ovelhas é comum a disseminação nos linfonodos mamários, ocasionando queda da produção leiteira, desnutrição e morte dos cordeiros.
O diagnóstico é baseado principalmente nos sintomas clínicos característicos e identificação dos organismos envolvidos através de testes bioquímicos.
O tratamento recomendado da linfadenite superficial é a drenagem do abscesso, de tal forma que o pus e demais secreções sejam coletados (papel-toalha, jornal, gaze). Este material deve ser incinerado para que não haja contaminação ambiental com a bactéria. A limpeza da ferida deve ser feita com solução de iodo a 10%.
Os animais devem retornar ao rebanho somente após estarem totalmente sadios e com as feridas totalmente cicatrizadas. A aplicação de antibióticos e quimioterápicos é cara e apresenta poucos resultados satisfatórios. Em casos de animais de alto valor zootécnico, pode-se tentar uma intervenção cirúrgica para a linfadenite visceral, porém, o prognóstico é reservado.
Como métodos profiláticos recomenda-se fazer a inspeção periódica do rebanho, isolando-se os animais com abscessos para impedir que eles se rompam naturalmente e contaminem o ambiente. Deve-se também fazer higienização das instalações, bebedouros e comedouros com desinfetantes e fazer uso periódico de "vassoura de fogo" (pois a bactéria é sensível quando exposta a temperaturas maiores que 70ºC).
A vacinação também pode ser uma medida de prevenção. Embora não haja proteção total contra a formação de abscessos, consegue-se redução do número de lesões. Para os caprinos a resposta é menos efetiva. Os animais devem ser vacinados a partir de 60 dias de idade com reforço após 30 dias. A partir daí, deve-se fazer reforço anualmente. Fêmeas prenhes podem ser vacinadas três semanas antes do partopara garantir imunidade colostral a suas crias. Neste caso, os cordeiros devem ser vacinados a partir de 90 dias de idade.
Clostridiose
Clostridioses denomina as doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium. Estes micro-organismos normalmente se encontram presentes no intestino dos animais e no ambiente, através de formas de resistência chamadas de esporos e podem causar várias enfermidades em bovinos, levando à queda de produção e até mesmo à morte dos animais.
De acordo com os sintomas causados e os sistemas afetados, podemos dividir as clostridioses em quatro grandes grupos, sendo eles: clostridioses neurotrópicas, mionecrosantes, entéricas/enterotoxêmicas e hepatonecróticas. A tabela abaixo resume as principais doenças e seus agentes etiológicos.
Principais doenças causadas por clostrídios em bovinos de leite e seus agentes etiológicos: botulismo, tétano, carbúnculo sintomático, gangrena gasosa ou edema maligno, enterite hemorrágica aguda, enterotoxemia, hemoglobinúria bacilar e hepatite necrótica 
As lesões causadas nos órgãos e tecidos dos animais são consequência das toxinas produzidas pelos clostrídios, que agem no local que foram produzidas e/ou em outros sítios do corpo. Na grande maioria dos casos, se trata de episódios de toxi-infecção, nos quais a bactéria coloniza algum tecido animal e produz suas toxinas. A principal exceção a esta regra é o botulismo, em que, na maioria das vezes, o animal já ingere a toxina pré-formada ao se alimentar de carcaças, alimentos em decomposição ou beber água de fontes contaminadas.
Apesar de poderem ocorrer de forma isolada, algumas clostridioses como botulismo, gangrena gasosa e tétano normalmente ocorrem em forma de surtos, acometendo um grande número de animais e com alta taxa de mortalidade. Via de regra, estes surtos têm fatores predisponentes em comum e correlacionados a erros de manejo, como a não vacinação dos animais, a vacinação com agulhas contaminadas, a suplementação mineral inadequada, a permissão de acesso dos animais a fontes de água e alimentos impróprios para consumo, entre outros.
É de extrema importância saber qual a doença específica que acomete o rebanho para traçar as medidas de controle e prevenção mais adequadas, contendo e eliminando o problema. 
O diagnóstico de algumas doenças, como o tétano, é predominantemente clínico, entretanto, outras enfermidades clostridiais necessitam de diagnóstico laboratorial. 
O tratamento geral das enfermidades clostridiais se baseia em administração de antibióticos, predominantemente penicilina, e utilização de antitoxinas no caso de botulismo e tétano. Apesar de existente, o tratamento não costuma ser eficaz devido à rápida evolução das doenças, fazendo com que os métodos de prevenção sejam as alternativas mais eficientes para evitar as perdas causadas pelas clostridioses.
Para a prevenção e controle das enfermidades clostridiais, algumas recomendações de manejo são indicadas, como evitar materiais perfurocortantes nas instalações, providenciar correto destino das carcaças e evitar a utilização de uma mesma agulha ao vacinar ou medicar animais. Apesar de eficientes, nenhuma dessas medidas substitui a vacinação contra as clostridioses, que é a base para o controle destas doenças em qualquer propriedade.
O protocolo de vacinação indicado, resumido na tabela abaixo, é a primo-vacinação composta de duas doses intervaladas de 4-6 semanas e reforço anual (com exceção de C. haemolyticum, em é recomendado reforço semestral). Nas enfermidades em que animais recém-nascidos são acometidos, recomenda-se a vacinação das fêmeas gestantes entre os 60 e 30 dias que antecedem o parto. Os anticorpos da mãe são transferidos para os bezerros através do colostro e os protegem por até 3-4 meses após o nascimento, devendo então a primo-vacinação ser realizada após este período. 
O carbúnculo sintomático é uma doença infecto-contagiosa, conhecida também pelo nome de “Manqueira”, “Peste do Ano”, “Peste de Manqueira” e “Quarto inchado”. Antigamente era confundida com o Carbúnculo Verdadeiro ou Bacteriano, que é causada pelo Bacillus anthracis. Hoje já se sabe que são doenças distintas, sendo que o Carbúnculo Sintomático tem como agente o Clostridium chauvoei, bactéria anaeróbica, formadora de esporos, extremamente estável que está presente no meio ambiente.
O Carbúnculo Sintomático Verdadeiro (endógeno) é comum em bovinos, podendo também, atacar ovinos. Entretanto, a infecção que é iniciada por causa de um traumatismo (edema maligno) ocorre em outros animais.
Esta doença é resultado da multiplicação e produção de toxinas pelas bactérias presentes na musculatura e no subcutâneo dos animais afetados. Outros fatores, como por exemplo, intervenções cirúrgicas, traumas, isquemias vasculares, tumores e outras bactérias podem desencadear esta infecção. Estes fatores causam uma diminuição do oxigênio nos tecidos, favorecendo a germinação dos esporos dos clostridios ali presentes, com uma consequente produção de toxinas.
Existem duas formas de manifestação desta enfermidade, a forma clássica (mais frequente) que afeta a musculatura esquelética, e a visceral (raramente encontrada), que afeta principalmente o coração. A patogenia desta doença ainda não foi totalmente esclarecida. Na forma clássica, a hipótese mais aceita é a de que os esporos que estão no trato intestinal são carreados por macrófagos até a musculatura, permanecendo em latência. Lesões nas massas musculares criam um ambiente propício para a germinação dos esporos, e em seguida, para a produção de toxinas.
A contaminação mais frequente ocorre pela ingestão de pastos contaminados com esporos, sendo que os bovinos jovens com idade entre quatro meses e três anos são os mais susceptíveis. Os sinais clínicos apresentados pelos animais afetados são: febre, anorexia, depressão e manqueira quando há o comprometimento do membro, gerando severa claudicação. É encontrado edema no local e observa-se crepitação devido às bolhas de gás que são produzidas pela multiplicação das bactérias. A evolução desta doença é rápida, sendo que pode levar a morte dentro de 72 horas.
O diagnóstico definitivo geralmente pode ser baseado nos sinais, mas também podem ser realizados exames laboratoriais, como: PCR (Reação da Polimerase em Cadeia), esfregaço sanguíneo ou de órgãos e músculos lesionados e imunofluorescência direta.
Para o tratamento do carbúnculo são utilizados alguns antibióticos, como penicilina, sulfa e oxitetraciclina. Entretanto, como a doença tem um curso agudo, matando rapidamente, o tratamento geralmente é inútil.
O controle e a profilaxia são baseados em medidas adequadas de manejo e vacinação de todo o rebanho. As vacinas proporcionam um alto grau de imunidade contra as clostridioses, sendo que a primeira dose deve ser aplicada 60 dias após o nascimento, e a segunda quatro semanas antes do desmame, realizando a revacinação anualmente em todo o rebanho, em uma única dose
Enterotoxemia
Enterotoxemia são doenças causadas por toxinas produzidas no trato gastrintestinal, principalmente pelo Clostridium perfringens e com menor freqüência por Clostridium septicum e Clostridium sordellii. 
Em ovinos é mais comumente descrita a enterotoxemia pelos tipos B, C e D, embora alguns autores descrevem a enterotoxemia nessa espécie pelo C. perfringens tipo A, enfermidade denominada de "yellow lamb disease" ou "doença do cordeiro amarelo".
São doenças de rápido desenvolvimento, ocorrendo por mudança abrupta na dieta. A forma de prevenção é a vacina.
C. perfringens: A doença do "cordeiro amarelo" é uma enterotoxemia causada pela toxina alfa produzida pelo C. perfringens tipo A, e tem sua patogenia baseada na hemólise de eritrócitos com a liberação de hemoglobina. Os animais acometidos apresentam depressão, anemia, icterícia e hemoglobinúria. O curso clínico da doença é de seis a 12 horas, podendo o animal vir a óbito.
Clostridium perfringens tipo B: disenteria em cordeiros recém-nascidos. O fato de a doença ocorrer primariamente em animais recém-nascidosadvém do excesso de colostragem e também por ser o colostro fonte de fatores anti-tripsínicos, favorecendo por sua vez a proliferação do agente com produção dessa toxina. 
O curso é super-agudo, em geral em poucas horas os animais apresentam dores abdominais, redução na sucção do colostro e/ou leite e fezes semi-fluidas e coradas de vermelho. 
Ocasionalmente, animais que sobrevivam por mais dias podem desenvolver no sistema nervoso central (SNC) uma lesão conhecida como encefalomalacia focal simétrica (EFS), além de apresentarem enterite, extensa hemorragia e ulceração do intestino delgado.
Clostridium perfringens tipo C: Enterite-hemorrágica em ovinos recém-nascidos no Colorado (EUA) e Inglaterra, pelos mesmos fatores já descritos na disenteria dos cordeiros. Também é responsável por um quadro super agudo em ovinos adultos denominado de "Struck", que se caracteriza por morte súbita em determinadas regiões da Inglaterra e África do Sul.
Clostridium perfringens tipo D: causa a enterotoxemia comumente denominada de doença da superalimentação ("overeating disease") ou do rim pulposo ("pulpy kidney disease"). 
Diagnóstico
-colheita e remessa de material
Para a realização do diagnóstico laboratorial, é necessário conhecer qual o material a ser coletado e a forma adequada de submissão do mesmo para o local de realização dos exames. 
Deve-se proceder a necropsia pouco tempo após a morte do animal (no máximo seis horas) ou em estado agônico, pois a maioria dos clostrídios invadem a carcaça rapidamente, mascarando os resultados do diagnóstico final. Deve-se encaminhar para o laboratório 50 mL de conteúdo intestinal em frascos estéreis refrigerado para a técnica de soroneutralização em camundongos e cérebro inteiro em formol a 10% para histopatologia.
Controle e Profilaxia
O controle e profilaxia devem basear-se em medidas adequadas de manejo e vacinações sistemáticas de todo o rebanho, já que os animais estão em permanente contato com os agentes e com os fatores que poderão desencadear as doenças. Tais imunógenos devem ser administrados por via subcutânea, preferencialmente, em duas doses intervaladas de 4-6 semanas na primo-vacinação e reforço anual. Quando o rebanho é sistematicamente vacinado, os anticorpos colostrais protegem os animais por até três a quatro meses após o nascimento, devendo então a primo-vacinação ser realizada após esse período. 
Brucelose
A brucelose ovina é uma doença infecciosa causada por bactéria da família Brucellaceae, gênero Brucella, espécie Brucella ovis que causa infecção caracterizada por redução da fertilidade e aborto nas ovelhas, aumento da mortalidade perinatal de cordeiros e principalmente epididimite nos carneiros.
Além de infectar os ovinos, também pode atingir cabras, veados e o homem. 
A brucelose dos ovinos por muito tempo estava amplamente difundida e já foi relatada em todos continentes e países onde há a criação de ovinos. Já foi comprovada a presença na África, Europa, Austrália, Nova Zelândia, Argentina , Chile, Peru, Uruguai, Estados Unidos, Canadá e Brasil (especialmente Rio Grande do Sul), observando-se índices de 60%-75%.
A partir da década de 90, ocorreu uma ascensão da ovinocultura de carne em relação à destinada a produção de lã. Em especial, houve um aumento da criação de ovinos da raça Santa Inês, principalmente nos Estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
No Brasil não existem programas destinados a atender a sanidade das criações de ovinos, pois a brucelose ovina é considerada uma doença sem importância, somente é dada ênfase quando surgem casos de epididimite dos carneiros.
A via de transmissão entre os machos é preferencialmente venérea, podendo também ocorrer de forma passiva dentro do rebanho ou através do contato ativo entre os carneiros e as ovelhas. A infecção no grupo de machos também pode ocorrer através das vias aéreas, saliva e pelo hábito homossexual.
Aparentemente as ovelhas são menos atingidas do que os carneiros, e o sintoma clínico é manifestado durante o período de reprodução, quando a infecção progride resultando em morte embrionária ou nascimentos de cordeiros débeis e fracos. Nas ovelhas abortadas, as brucelas podem estar presentes por período de até 60 dias, sendo eliminadas gradativamente pelas descargas uterinas, placentárias e no leite.
Apesar da doença se manifestar com o aborto nas fêmeas, é pouco considerada nas mesmas, pois a ovelha produz uma "autocura temporária", caracterizada pela migração das brucelas para linfonodos e desse modo, pode a doença manifestar novamente em outra estação reprodutiva.
A via de infecção nos machos é preferencialmente através da contaminação bacteriana da mucosa do prepúcio. Deve-se considerar também a infecção via conjuntival e oral.
A penetração das brucelas ocorre principalmente pela mucosa prepucial ou ocular no macho e vaginal na ovelha. Nesses locais, as bactérias são capturadas pelos macrófagos, devido a uma importante propriedade das brucelas associada à virulência, na qual detém a habilidade de sobreviver e multiplicar no interior das células fagocitárias (impedir fusão do lissosomas com o fagossoma). Este fator está ligado principalmente às estruturas da parede bacteriana. Em seguida, as brucelas reproduzem e são transportadas até o linfonodo regional, onde reproduzem novamente e causam uma bacteremia que culmina pela colonização dos órgãos alvos (útero grávido da ovelha e epidídimo dos carneiros).
Sinais clínicos 
O primeiro sinal clínico nos machos é a deterioração da qualidade do sêmen. São também observados: reação inflamatória na bolsa escrotal e reações sistêmicas como febre, taquipnéia e depressão. Quando a síndrome desaparece, é possível verificar através da palpação, alterações no epidídimo, testículos com tamanhos diferenciados e aumento do tamanho da bolsa escrotal.
Nas ovelhas, observa-se: aumento do período da estação de monta com repetição de cios (superior a 45 dias), aumento do número de abortos, aumento do número de nascimentos de cordeiros fracos/débeis e nos cordeiros, mortalidade perinatal e aumento dos ovários.
O diagnóstico se dá por teste de imunodifusão de gel de ágar.
Mastite
A mastite ou mamite refere-se à inflamação da glândula mamária. Tal enfermidade ocasiona prejuízos para o produtor através da rejeição na recepção do leite, redução na produção e possibilidade de morte do animal.
É uma patologia de ocorrência mundial que geralmente é causada por microrganismos, principalmente bactérias dos gêneros Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Mycoplasma spp., Corynebacterium spp., Escherichia coli. Caracteriza-se por alterações físicas, químicas e bacteriológicas do leite e por alterações patológicas do tecido glandular, podendo ser classificada como clínica e crônica.
Em condições normais, a glândula mamária possui microrganismos patogênicos que representam risco de contaminação da mesma. A inflamação ocorre através do úbere infectado ou por contaminação oriunda do meio externo.
O leite retido no úbere, principalmente na cisterna do teto, resultante da ordenha incompleta é um importante meio de cultura para a proliferação de microrganismos. A ordenha incompleta ou ineficaz associada à inadequada higienização pré e pós ordenha são os principais fatores predisponentes à instalação da doença. Necessário pré dipping e pós dipping, que é a higienização dos tetos antes e depois da ordenha. A glicerina com iodo é utilizado após a ordenha para fechar o canal dos tetos. 
As infecções importantes são aquelas que persistem facilmente no úbere, em especial por Streptococcus e Staphylococcus. Bactérias provenientes do meio ambiente, tais como Escherichia coli e Pseudomonas, causam mastite com uma menor frequência, no entanto, apresentam-se mais resistentes às medidas de controle higiênico.
A propagação ocorre durante a ordenha, sendo disseminada principalmente pela má higienização do ordenhador, dos tetos pré e pós ordenha e do material utilizado na ordenha.
A mastite pode apresentar-se nas formas clínica e crônica.
• Clínica- É a forma mais severa, caracteriza-se por: edema, dor, rubor, aumento da temperatura local e/ou sistêmica e alterações nas características do leite (grumos), podendo evoluir para um estágio mais avançado, ocasionando uma mastite gangrenosa. Esta forma clínica apresenta endurecimento uni ou bilateral do úbere, hipotermia (baixa temperatura), isquemia e posteriormente necrose tecidual.
• Crônica - Não apresenta sinais evidentes de inflamação no úbere e nem alteração no aspecto do leite, apresentando elevada contagem de células somáticas, diminuição da produção e ligeira apatia. Esta forma contribui para a disseminação da doença no rebanho.
O diagnóstico da mastite clínica não apresenta dificuldade se for feito um exame clínico cuidadoso, observando-se os sinais característicos de inflamação do úbere e alterações nas características do leite.
No caso de uma mastite crônica é importante o acompanhamento individual, observando-se a produção de leite e realizando exames complementares, como contagem de células somáticas (CCS), California Mastitis Test (CMT), exame bacteriológico do leite e antibiograma.
Pela grande variação de agentes e pelo nível de prejuízo, o tratamento deverá ser avaliado em cada caso, e o grau de resposta obtido depende do tipo de agente causal e da rapidez com que o tratamento é iniciado.
Infusões intramamárias são os métodos de tratamento mais utilizados devido à conveniência e eficácia. Durante este tratamento é necessária uma higiene rigorosa, evitando uma contaminação por outros microrganismos, sendo realizado o esgotamento da teta antes da administração do medicamento.
O tratamento parenteral é recomendado em alguns casos de mastite clínica para prevenir ou controlar o desenvolvimento de infecções generalizadas e auxiliar o tratamento da infecção na glândula.
O tratamento pode ser eficaz na eliminação da infecção e normalização da composição do leite. Entretanto, ocorrerá comprometimento da produção na lactação atual ou até mesmo nas lactações seguintes.
Recomenda-se um programa profilático de rotina, objetivando o controle de microrganismos em três situações distintas da propriedade: animais, ordenha e ambiente.
- Avaliações periódicas do leite, através da utilização dos testes laboratoriais: CCS, CMT, Bacteriológico;
- Controle rigoroso da entrada de animais no rebanho;
- Evitar traumatismo no úbere;
- Descarte de animais com infecção crônica;
- Seleção de matrizes que demonstrem maior resistência às infecções.
- Descarte dos animais que apresentem mastite crônica e reincidivante, evitando que a doença seja disseminada aos animais sadios.
- Sala de ordenha limpa e desinfetada;
- Ordenhador com as mãos limpas, unhas aparadas e roupas limpas;
- Realizar a lavagem do úbere, em especial a extremidade dos tetos, utilizando soluções iodadas;
- Os três primeiros jatos de leite devem ser desprezados, por conter elevado número de colônias de bactérias, sendo coletados em caneca de fundo escuro para verificação de possíveis alterações macroscópicas;
- Estipular uma seqüência de ordenha, ordenhando primeiro os animais com menor potencial de contágio, em direção aos animais de maior potencial;
- Evitar que os animais se deitem até uma hora após a ordenha.
Manter limpo e seco o ambiente que os animais ficam instalados;
Desinfetar periodicamente as instalações com produtos a base de hipoclorito de sódio;
Manutenção e/ou troca periódica do material de ordenha (borrachas, teteiras, etc).
Toxemia da gestação
A toxemia da gestação (prenhez), também conhecida como cetose ou doença dos cordeiros/cabritos gêmeos, é uma enfermidade que ocorre nas ovelhas e cabras durante as últimas 2 a 4 semanas de gestação, associada a uma falha no manejo nutricional, que trazem cordeiros ou cabritos gêmeos ou mais. O balanço energético negativo resultante da elevada demanda energética pelo rápido crescimento fetal no final da gestação e ingestão insuficiente e causas de estresse, são as principais causas da enfermidade.
A incidência de toxemia da gestação é maior em ovelhas do que em cabras. Dieta de baixa qualidade, clima frio, falta de exercícios e estresse de transporte podem aumentar a incidência da doença. De início as ovelhas demasiadamente gordas são as mais acometidas.
O mais importante fator causador na toxemia da gestação é um declínio no plano nutricional durante os dois últimos meses de gestação, particularmente em ovelhas/cabras que estejam gestando gêmeos ou mais, bem como ovelhas que foram bem-alimentadas no início e meio da gestação e também por estresse. Entre ovinos e caprinos, existe considerável variação na facilidade com que a doença pode ocorrer. 
Toxemia da gestação primária
Os sinais mais precoces são a separação do lote, a falta de apresentação para a alimentação e a cegueira aparente que se manifesta por um comportamento de alerta, mas com relutância à movimentação. A constipação é frequente, as fezes são secas e escassas, e observa-se ranger de dentes.
Nos estágios terminais, desenvolve-se uma acentuada sonolência e ocorrem episódios de sinais nervosos graves. Aparecem tremores musculares, movimentos mastigatórios da mandíbula e salivação.
As ovelhas/cabras acometidas geralmente mantêm-se em decúbito, permanecendo em um estado de profunda depressão. A morte fetal ocorre com frequência, seguindo-se de recuperação transitória, devido a decomposição do(s) feto(s), caso os mesmos não forem retirados.
As ovelhas/cabras acometidas frequentemente apresentam dificuldade de parir. Se a ovelha/cabra parir ou os cordeiros/cabritos forem retirados por cesariana, nos estágios iniciais da doença, a recuperação é muito boa.
A taxa de mortalidade é alta, uma vez que já se encontrem em decúbito, a menos que o tratamento seja instituído precocemente e os fetos sejam removidos.
O ideal é realizar um exame bioquímico e estabelecer uma terapia corretiva de acordo com os resultados. A administração endovenosa (EV) de 5 a 7g de glicose, de seis a oito vezes por dia associado com 20 a 40 unidades de insulina protamina zíncica, administrada em dias alternados, durante três dias, é uma recomendação para terapia de reposição.
O passo mais importante é a remoção dos fetos, seja pela indução do parto ou mediante cesariana. 
A cesariana pode ser empregada como uma alternativa à terapia de recuperação. É aconselhado que a ovelha/cabra esteja na fase inicial do quadro, uma vez que, no quadro clínico mais avançado, onde o animal está muito prostado, é arriscado realizar anestesia e passar pelo todo o procedimento cirúrgico, mesmo assim é a terapia que apresenta a maior taxa de sucesso.
➛ evitar mudanças repentinas na alimentação dos lotes das matrizes gestantes;
➛ evitar estresse de transporte em fêmeas gestantes, principalmente em terço final de gestação;
➛ em rebanho de elite, onde as fêmeas são bem nutridas e mantidas em baias, as ovelhas/cabras devem ser levadas para andar por cerca de meia hora, duas vezes ao dia;
➛ havendo pastagem de boa qualidade disponível, deve-se fornecer apenas o concentrado, de modo a estimulá-las a comer a forragem sozinhas;
➛ manter um monitoramento constante das fêmeas gestantes, e havendo o aparecimento de sinais compatíveis com a toxemia, procurar imediatamente a orientação de um profissional para que o tratamento tenha sucesso.
Urolitíase
Como definição o cálculo renal ou urolítiase é uma doença que tem como característica a formação de cálculos urinários, orgânicos ou inorgânicos, compostos por fosfato de amônio de cálcio ou magnésio ou de outros materiais como oxalato. A formação dos cálculos pode ser metabólica ou ainda uma predisposição genética da raça ou animal.
Existem vários tipos de cálculos. Os cálculos formados dependem do tipo de alimentação recebida, por exemplo: em condições de pasto seco, onde a pastagem ou alguns tipos de fenos constituem a dieta básica, cálculos de silicato podem ser formados. 
Os cálculos podem ter uma superfície lisa ou áspera; podem ser sólidos, macios ou friáveis. Podem ter várias corescomo branco, acizentados, amarelados ou marrons, dependendo da sua composição. Ainda podem ter diferentes tamanhos, sendo que os cálculos pequenos podem ser eliminados na urina, mas tipicamente os cálculos causam obstrução urinaria. 
A categoria animal com maior predisposição a doença são os animais em engorda, mas também pode acometer animais adultos em reprodução. Pode ocorrer tanto em machos como em fêmeas, mas é muito mais comum nos machos devido as diferenças anatômicas e hormonais. Uma vez os cálculos formados, normalmente são eliminados sem dificuldade pelas fêmeas, pois a uretra é ampla e curta. Já os machos possuem uma uretra muito estreita e o trajeto para o exterior é muito longo e tortuoso (processo vermiforme). Além disso, o diâmetro no arco isquiático, flexura sigmoide e no processo uretral complicam mais ainda, pior ainda nos bodes e carneiros. A castração de machos jovens retira a influencia hormonal necessária para o desenvolvimento do pênis e uretra, complicando ainda mais o problema, pois toda a região fica ainda mais estreita. Por isso se for castrar e depois engordar, fazer isso de preferencia após os seis meses de idade.
Os principais sintomas da doença iniciam-se com desconforto abdominal e cólica, tentativas frequentes de micção seguidas por movimentos de cauda. Antes da oclusão completa, a urina pode gotejar pela uretra, o animal começa a se isolar, recusa-se a beber ou comer. Com o avanço da doença a região fica distendida, a coloração da pele fica vermelha, febril, a obstrução pode causar ruptura da uretra ou bexiga seguida da morte do animal. Todos esses eventos podem levar de 3 a 7 dias.
Em caso de ruptura uretral os tecidos envoltos estarão hemorrágicos e necróticos. No caso de rupturas na bexiga a urina se espalha no abdômen.
Importante na fase inicial é a interrupção do fornecimento do concentrado e o fornecimento de volumoso grosseiro, muita água limpa, fresca e de fácil acesso. A formulação adequada da dieta se faz necessária.
A incidência é maior quando a dieta é rica em grãos e esta balanceada com uma proporção mais ou menos de 1:1 de cálcio e fósforo. A melhor forma de prevenir a doença é oferecer dietas bem balanceadas, água limpa, fornecimento adequado de vitamina A (pois há evidências que a sua deficiência predispõe os animais a doença).
Lembrando que alimentos como milho, farelo de soja, farelo de algodão, aveia, trigo, dentre outros, possuem um teor maior de fósforo e baixos teores de cálcio. Já alimentos como feno de gramíneas, cana-de-açúcar, polpa cítrica, dentre outros, possuem maiores teores de cálcio e menores de fósforo.
Fotossenssibilização
Fotossensibilização refere-se à condição na qual substâncias químicas fotodinâmicas se acumulam na pele e quando estimuladas pela exposição à luz solar, lesam o leito capilar, resultando em necrose e desprendimento da pele.
O tipo de fotossensibilização causado pela ingestão de pastagens é denominada hepatógena ou secundária e têm como agente primário um fungo chamado Pithomyces chartarum. 
O acúmulo de material vegetal morto e em processo de senescência na pastagem cria um microambiente altamente favorável ao desenvolvimento do P. chartarum, quando em condições ambientais de alta temperatura e alta umidade, ou seja, especialmente no período chuvoso.
O fungo produz uma substância tóxica (micotoxina) denominada de esporodesmina, que lesa gravemente o epitélio dos ductos biliares, levando a uma obstrução aguda dos mesmos, resultando em insuficiência hepática, que se manifesta por uma queda no escore de condição corporal, icterícia obstrutiva e fotossensibilização que, por sua vez, se instala quando as lesões hepáticas, previamente existentes e que ocasionam insuficiência do órgão, resultam no acúmulo de substâncias fotossensibilizantes no organismo, em especial a filoeritrina, que atinge níveis que tornam a pele sensível à radiação solar.
Como o fator primário desencadeador da fotossensibilização é o excesso de material vegetal morto e senescente que permite a existência de um microambiente promissor para o fungo, é necessário adotar estratégias de manejo da pastagem e do pastejo que melhorem a eficiência de utilização, por parte dos animais, da forragem produzida, de forma que haja ao final do processo ou do período de pastejo, uma quantidade de material vegetal adequado, suficiente para não prejudicar a rebrota da planta forrageira e sua produtividade nos próximos ciclos.
Ovinos Santa Inês apresentando lesões cutâneas a nível de dorso, lombo e garupa devido à fotossensibilização ocasionada pela ingestão de pastagens mal manejadas de Brachiaria decumbens.
Concomitantemente ao pastejo sob lotação intermitente, é preciso investir na fertilidade do solo, uma vez que, em solos de baixa fertilidade as plantas apresentam uma maior dependência da ciclagem/reciclagem interna de nutrientes, o que significa deixar um maior resíduo pós-pastejo e, quanto maior for esse resíduo maior será a quantidade de material vegetal sujeito à senescência e morte.
Associado aos dois procedimentos acima citados deve-se ainda realizar o dimensionamento dos módulos de pastejo, com a implantação de áreas sombreadas e com disponibilidade de água de qualidade, assim como, fornecer uma suplementação mineral balanceada com níveis um pouco mais elevados de zinco, principalmente, na ocorrência de casos clínicos.
A doença se caracteriza por áreas esbranquiçadas ao redor dos olhos e focinhos. 
O tratamento é com corticoide e pomadas cicatrizantes. O zinco orgânico é um quelante da substância que causa sensibilidade, sendo um antioxidante. Esta doença condena a carcaça dos animais. 
Pleuropneumonia fibrinosa (Mannhemia Haemolytica / Pasteurella)
A pleuropneumonia é uma doença infecto-contagiosa que causa lesões graves no pulmão e na pleura. A doença pode se apresentar de forma superaguda ou aguda, sendo que nestas situações, pode ser observado alta mortalidade com quadro de pleuropneumonia exsudativa, fibrino hemorrágica e necrótica, ou pode se apresentar de forma crônica com a ocorrência de aderências de pleura e pericárdio. Além da mortalidade e do atraso na idade de abate em até 20 dias, a condenação de carcaças no abatedouro causadas pelas lesões causam grandes prejuízos. 
A introdução da infecção em um rebanho ocorre pela aquisição de animais portadores da doença, sendo assim os principais disseminadores no rebanho. Quando a doença se manifesta de forma superaguda, ocorrem casos de morte súbita e os animais mortos podem apresentar sangue saindo pelas narinas e/ou boca. Na forma aguda da doença, pode-se observar febre, apatia, intensa dificuldade para respirar, tosse profunda, pele avermelhada, animal em posição de “cão sentado” e mortalidade. Os animais com infecção crônica podem manifestar sinais de baixo desenvolvimento e acessos esporádicos de tosse. Nesse último caso pode-se observar número alto de condenações de carcaças no abatedouro devido a aderências de pleura e pericárdio. O pulmão não consegue inflar na respiração, causando dor intensa, toque na musculatura intercostal e ficando muito aderido à pleura. 
A transmissão ocorre principalmente pelo ar e pelo contato direto. Observa-se uma maior susceptibilidade à doença, entre os meses de Julho a Setembro, em razão da grande variação climática. Outras variáveis ambientais e de manejo, também exercem um papel importante na disseminação e controle da doença, principalmente no caso de estresse dos animais. Nos rebanhos a infecção é mantida pelos portadores assintomáticos da doença, os quais eliminam o agente causador e infectam outros animais por contato, mantendo-a assim no rebanho.
Fatores de risco:
-Lotes com animais de diferentes origens; 
-Ventilação deficiente; 
-Alta densidade de animais; 
-Variações térmicas diárias amplas; 
-Presença de micotoxinas no alimento; 
-Sistema de terminação com lotação acima de 500 animais por galpão; 
-Divisórias das baias vasadas, o que facilita o contato dos animais; 
-Superlotação de baias; 
Para evitara introdução do agente no rebanho é importante adquirir animais de núcleos livres da doença.  
O diagnóstico da pleuropneumonia é feito a partir da observação dos sinais clínicos, lesões e exames laboratoriais. O agente pode ser isolado a partir das lesões pulmonares e submetido a sorotipagem e susceptibilidade aos antimicrobianos (antibiograma). A detecção do agente também pode ser feita através da técnica de PCR em tecido pulmonar ou tonsila. A sorologia pode ser utilizada para identificação de granjas e/ou lotes positivos e é indicado nas seguintes situações:
-Identificação de infecção crônica ou subclínica; 
-Estudo da dinâmica da infecção ou perfil sorológico em granjas infectadas; 
-Estabelecer programas de vacinação, fase da aplicação da vacina para se obter o resultado desejado; 
-Identificação de rebanhos infectados; 
-Tentativas de erradicação da doença; 
-Verificação da resposta imunológica dos animais frente a vacinação. 
O controle da pleuropneumonia pode ser feito através da correção dos fatores de risco, medicação injetável nos casos superagudos e agudos e via água ou ração nos casos crônicos e adoção de um programa de vacinação com o objetivo de estimular a resposta imune do animal frente ao contato com o agente causador da doença impedindo-o de desenvolver a doença, reduzindo as perdas. Para tratamentos de animais doentes, deve ser utilizados antibióticos após realização de cultura e antibiograma, para que não ocorra resistência de microorganismos ou que o uso não surta efeito, tornando-se mais um custo produção sem retorno financeiro. O uso do antibiótico também é incerto, devido à dificuldade de atingir a pleura. 
Os 10 Mandamentos da boa nutrição
1 Garantir água sempre limpa e de boa qualidade, de fácil acesso para todos animais, desde cordeiros recém-nascidos até animais adultos. 
2 Fazer sempre rodízio e manejo de pastagem. O pastejo contínuo aumenta a infestação parasitária. 
3 Respeitar os períodos de descanso da gramínea pois é essencial para a rebrota. Os pastos mais jovens tem menos lignina, são mais tenros e macios. 
4 Evitar as braquiárias (tipo de grama) pois podem causar fotossensibilização no rebanho. A sensibilidade da pele à luz, devido à ação de certas drogas, plantas ou outras substâncias, é denominada fotossensibilização. A fotossensibilização hepatógena é a forma mais comum em ruminantes, na qual o fígado é lesado por toxinas, causando distúrbio hepático e impedindo-o de fazer a desintoxicação do organismo.
5 Pastagens intercaladas de gramíneas e leguminosas são mais nutritivas. Têm mais proteínas, energia, etc. 
6 Fazer sempre feno e silagem com o excesso de forragem do verão para evitar queda na produção durante o período de inverno, quando não haverá pasto. 
7 Se for possível, cultivar milho, sorgo, milheto, etc., para baixar o custo da ração. Estes produtos são essenciais para a fabricação de alimentos concentrados e são mais resistentes as variações de tempo.
8 Nunca deixar o rebanho sem sal mineral, pois é de importância fundamental para todas as funções vitais do organismo animal, pois fornece nutrientes e aminoácidos. 
9 Nunca fornecer mineral de bovinos para os pequenos ruminantes, pois o Cobre (Cu) é muito alto e pode causar graves intoxicações e distúrbios renais nos machos. Não se esquecer também da relação cálcio/Fósforo 2:1 (excesso causa urolitíase).
10 Sempre testar novos alimentos com alguns animais (pelo menos 30 dias), para ter certeza da confiabilidade. Só depois do teste, introduzir para todo o rebanho.
Os Mandamentos da boa Silagem
1.As forrageiras devem ser cortadas em estágio de desenvolvimento adequado ao seu equilíbrio nutritivo. A espera pela maturação da planta é importante na colheita.
2.Recomenda-se triturar a forragem em pedaços de 3 a 5cm. Muito triturada acaba esfarelando, causando uma maior fermentação no animal, degradando o alimento e diminuindo sua qualidade.
3.O silo deve ser cheio em 24 horas, de preferência, para evitar a oxidação do alimento. 
4.O silo deve ser compactado a cada 20 a 30c. 
5.O silo precisa ser vedado para evitar a entrada de ar (anaerobiose) . 
6.Fazer a avaliação da silagem, observando se está bem fermentada (ácido) quando apresentar cor verde amarelada, cheiro agradável, textura firme, gosto ácido e pH em torno de 3,8%. 
7.A silagem estará semi-aquecida quando tiver cor escura, cheiro forte, textura gomosa e pH 5,50%. 
1.A silagem estará super-aquecida quando apresentar a cor marrom, cheiro de açúcar queimado, textura seca e acidez indefinida. 
2.Em 12 dias as transformações bioquímicas já aconteceram e a massa ensilada já pode ser servida. 
3.Escolher bons produtos para fazer sua silagem. Podem ser milho, sorgo e capins. 
4.O milho é a forrageira mais utilizada. O ponto ideal para corte é quando os grãos apresentam 35% de matéria seca. 
5.O sorgo é ótima forrageira, tem como valor nutritivo alto rendimento por área, produz em solos de pequena fertilidade, suporta estiagens e tem o rebrote garantindo mais cortes. Quando os grãos estiverem leitosos é hora de cortar para ensilar. 
6.Os capins são os mais utilizados para silagem. Destaca-se o capim-elefante que produz ótima quantidade de matéria verde, garantindo vários cortes durante o ano. Ao atingir 1,60 a 1,80 m de altura, antes da floração, está no ponto para a silagem. 
7.O fornecimento aos animais deve ser programado em pequenas porções e aumentando gradativamente até atingir 8% do peso vivo, de modo que o animal se adapte ao novo alimento. 
8.Diariamente deve ser retirada uma camada de 15cm, de forma uniforme em toda a extensão da massa exposta. 
Nutrição
Dentro da produção animal, três fatores assumem capital importância no desempenho dos indivíduos: a genética, através da raça, da variedade ou da linhagem; o ambiente, através do clima, da alimentação/nutrição, do manejo, etc. e a interação entre eles. No Nordeste, onde se encontram os maiores rebanhos caprino e ovino do País - 92% e 58%, respectivamente, do total existente - a produção é extremamente baixa e grandemente afetada pelo desequilíbrio entre a raça e a nutrição dos animais. A raça tem uma grande parcela no desempenho produtivo dos rebanhos. Mas, mesmo raças especializadas na produção de carne ou leite, sem um manejo alimentar/nutricional terão baixa produtividade.
Produção de leite de cabras em pastejo
A produção de leite em cabras alimentadas exclusivamente com volumoso de boa qualidade em pastagem pode ser de 2,0 a 3,0 l/dia, sendo que a presença de leguminosa na área permite aumentar a concentração de proteína e cálcio da dieta. 
Animais de maior produção diária necessitam ser suplementados com concentrado para aumentar a concentração energética da dieta e atingir seu requerimento nutricional.
Horário de Pastejo
O conhecimento do hábito de pastejo de caprinos é importante para proporcionar maior conforto aos animais. 
Estudos realizados no Instituto de Zootecnia em Nova Odessa e Itapetininga mostraram que caprinos apresentam horários de pastejo determinados pela temperatura e umidade ambiente, assim como, qualidade e disponibilidade da forragem. 
A freqüência de pastejo concentra-se em dois períodos durante o dia: 7h30 - 11h30 e 14h30 - 17h30, variando conforme o local e época do ano. 
Em Itapetininga, local com temperaturas médias mais baixas e invernos mais úmidos, os animais, no inverno, retardaram o pastejo até as 9h, devido ao excesso de umidade da pastagem, mostrando que caprinos não gostam de umidade.
Os segredos da água
Caprinos e ovinos gostam de água, mas o consumo diário varia com a natureza da dieta, com o regime de vida, com a temperatura ambiente e com a produção individual. 
Em média, um caprino consome entre 2,5 a 4 litros de água por quilo de matéria seca da ração. Isso representa entre 6 a 10 litros diários para um animal de 50 kg. Quando o animal come pasto verde e forragens macias ou aquosas o consumo de água como bebida é muito baixo, variando entre 0,5 a 3,0 litros/dia. 
As cabras emlactação consomem cerca de 50% a mais que os machos e as cabras secas. 
Em regiões muito frias, a água só pode ser dada juntamente com grande quantidade de forragem fibrosas, pois os animais obtêm calor para o aquecimento do corpo por meio da fermentação dos alimentos fibrosos no rúmen (calor orgânico). 
Na Europa, é comum servir água aquecida, tanto no inverno como no verão. No Brasil, os animais preferem água fresca.
Nutrição - Cordeiro 
Para cordeiros com idade até 50 dias e desmame nessa idade, sugere-se a mistura com os seguintes ingredientes: • Silagem de milho 58,00% • Milho desintegrado 18,44% • Farelo de soja 22,61% • Calcário calcítico 0,59% • Sal comum (NaCl) 0,36% • Total 100% .
Maior quantidade de proteína ao filhote, menor as chances de contrair verminoses. 
O consumo de matéria seca é de 0,6 kg/animal/dia 
Desmame: Em criação extensiva, é aos 90 dias de vida, aproximadamente. Em criação intensiva, utilizando-se o creep feeding, é aos 45 dias
Abate: A melhor idade é o ponto ótimo de acabamento da carcaça, aproximadamente aos 5 meses de idade. A ocorrência desse ponto ótimo varia com a raça, sendo algumas mais precoces e outras mais tardias. Depois do ponto ótimo, ocorre um período de menor desenvolvimento muscular, o que aumenta o custo. 
Nutrição - Gestação
No terço final da gestação, ocorre o maior crescimento fetal. 
Por isso, as necessidades nutricionais aumentam muito. 
Nos últimos 45 dias, ocorre uma diminuição significativa da capacidade de ingestão de alimentos, causada pela compressão exercida pelo feto no rúmen, recomendando-se o fornecimento de forrageiras com menor teor de umidade e concentrados com maiores teores de energia. 
Na falta desses nutrientes, recomenda-se um piquete com forrageiras cultivadas de elevado valor nutricional. 
Reprodução
A melhor época para acasalar o rebanho ovino é o fim do verão e início de outono e inverno, quando ocorre a sincronização natural de cios, motivada pela diminuição do número de horas de luz por dia (fotoperíodo), resultando no nascimento de cordeiros durante a primavera, com pouca diferença de idade, o que proporciona lotes uniformes para comercialização nas festividades de Natal e Ano Novo. 
as ovelhas lanadas são poliéstricas sazonais, ou seja, entram no cio pelo fotoperíodo. As ovelhas deslanadas entram no cio em todas as épocas do ano.
As ovelhas em cio são identificadas pelo comportamento inquieto e pela aparência externa da vulva, que fica em tom rosado e com muco cristalino. 
A ovelha em cio procura o macho, sendo possível observar alguns sinais característicos, como virar a cabeça sobre o flanco em direção ao carneiro, sacudir a cauda e seguir o macho, geralmente em grupos. 
 As cabras berram, procuram o macho.
Pode ser utilizado o rufião para identificar o cio.
O período de acasalamento sob monta natural dura aproximadamente 42 dias, para proporcionar um mínimo de três repetições de cio, garantindo assim, que se obtenha um número máximo de cordeiros e se evite possíveis problemas para o carneiro. 
A idade para início de reprodução das borregas varia conforme o manejo nutricional do rebanho. Porém, as primíparas apresentam o cio mais silencioso.
Borregas com alto nível nutricional podem ser acasaladas a partir de 6, 7 meses de idade, mas nas condições tradicionais de manejo reprodutivo, o acasalamento ocorre aos 15-18 meses (macho também), sendo a matriz utilizada até os 5 ou 6 anos, quando sua fertilidade começa a declinar.
As borregas devem ser acasaladas em locais separados das ovelhas adultas porque o período de cio das ovelhas mais novas é mais curto e difícil de ser percebido. 
Além disso, as ovelhas adultas são mais agressivas na procura do macho, dificultando a detecção do cio nas borregas, pelos carneiros.
Sincronização de cio
A indução artificial do cio é feita pela aplicação de esponjas (buchinhas) impregnadas de hormônio ou pela aplicação de hormônio comercial, na mucosa vaginal, 2 dias antes do acasalamento.
Inseminação artificial 
A inseminação artificial (IA) é uma biotécnica da reprodução assistida que consiste em depositar o sêmen do macho selecionado no aparelho reprodutor da fêmea, por meio de instrumentos. Entre as biotécnicas da reprodução, a IA é a que proporciona maior amplitude de resultado nos programas de melhoramento genético animal, devido a poucos machos selecionados produzirem espermatozóides para a inseminação de centenas de fêmeas por ano. 
O uso da IA acelera o melhoramento genético, facilita a realização de testes de progênie, evita a transmissão de doenças venéreas, viabiliza a obtenção de produtos de reprodutores alojados em outras regiões ou países ou até mesmo que já morreram, além de possibilitar que machos com sub-fertilidade adquirida produzam descendentes. A IA possibilita ainda, que o produtor multiplique os genótipos dentro do rebanho, a partir do uso de sêmen de diferentes reprodutores comprovadamente melhoristas, sem aumentar o número de reprodutores no plantel, ou seja, a IA possibilita o acesso a material genético superior por preço compatível. O emprego da IA permite ainda, o maior controle zootécnico do rebanho, como por exemplo, pela identificação de fêmeas que não apresentaram estro e maior controle de partos, com datas precisas. Entretanto, para que se obtenha sucesso em programas de inseminação artificial, são necessários alguns cuidados como a utilização de sêmen de boa qualidade, um bom controle sanitário e mão de obra especializada. A adequada seleção dos atributos produtivos e reprodutivos de fêmeas e principalmente dos machos é a base essencial para a maximização do potencial dessa biotécnica.
As técnicas de IA variam de acordo com o sítio de deposição do sêmen no aparelho reprodutor da fêmea, conforme esquematizado na figura Assim, as técnicas de inseminação existentes são: vaginal, cervical (superficial e profunda), intra-uterina (transcervical e laparoscópica). 
Superovulação e T.E. (transferência de embriões)
A biotecnologia de múltipla ovulação e transferência de embriões (MOTE) tem contribuído para a multiplicação dos pequenos ruminantes em todo o mundo. 
Essa técnica engloba o conjunto de atividades necessárias para induzir crescimento e ovulação de vários folículos, formação e retirada de embriões do útero de uma fêmea doadora e a posterior deposição desses no útero de fêmeas receptoras por laparoscopia com a finalidade de completarem o período gestacional. Dessa forma, possibilita que uma fêmea produza um número de descendentes muito superior ao que seria possível obter fisiologicamente durante sua vida reprodutiva.
A seleção de fêmeas geneticamente superiores como doadoras, garante a multiplicação desse potencial genético, conferindo aceleração e maior precisão no processo de seleção e melhoramento animal.
O sucesso dos programas de MOTE depende de diversos fatores intrínsecos e extrínsecos aos animais. Inclui-se a estacionalidade, raça, idade, nutrição, manejo de ordem geral, sanidade das doadoras e receptoras, estresse, qualidade dos produtos farmacológicos e protocolos utilizados. Mesmo que a maioria destes fatores tenha sido minimizada ou eliminada, a resposta ao tratamento gonadotrófico é ainda muito variável entre indivíduos, principalmente devido à variabilidade na resposta folicular, indução de regressão prematura de corpos lúteos e falhas de fecundação dos oócitos.
Fertilização in vitro (FIVE)
Dentre as biotécnicas da reprodução mais recentemente desenvolvidas, a produção
in vitro (PIV) de embriões em ovinos e caprinos apresenta-se como uma alternativa
capaz de gerar maior quantidade de filhos oriundos de fêmeas geneticamente superiores
quando comparado a superovulação e a transferência de embriões convencional. A
produção in vitro de embriões através da punção ovariana por laparoscopia em
pequenos ruminantes evita obstáculos encontrados na transferência de embriões
convencional tais como: variações na resposta superovulatória, baixa taxa de
fecundação, regressãoprematura do corpo lúteo, variações na taxa de recuperação dos
embriões e problemas de aderência.
São quatro as etapas da produção in vitro de embriões: obtenção, maturação e
fecundação dos oócitos e cultivo dos zigotos até o estádio de mórula ou blastocisto. 
Os oócitos utilizados para PIV de embriões ovinos e caprinos podem ser obtidos
de fêmeas adultas ou de fêmeas pré-púberes (submetidas ou não a indução hormonal de
crescimento folicular). Em condições experimentais, os ovários podem ser obtidos após
o abate das fêmeas, sem estimulação hormonal prévia. 
A obtenção dos oócitos utilizando-se a laparoscopia, tem sido amplamente utilizada na espécie ovina e caprina. O procedimento de aspiração é simples e rápido, porém necessita de técnico
treinado para sua realização. A laparoscopia possui a vantagem de não ser traumática como a laparotomia, e não deixa seqüelas ou efeitos negativos na fertilidade futura das fêmeas doadoras, mesmo após 8 a 20 aspirações repetidas.
A fertilização in vitro (FIV) pode ser realizada com sêmen fresco ou congelado.
Reprodução
A duração do cio é de 30 a 36 horas, com variações de 12 a 72 horas. O cio nas ovelhas adultas é mais prolongado do que nas borregas. Geralmente, no terço final do cio, ocorre a ovulação (liberação do óvulo pelo ovário). A repetição do cio ocorre a cada 17 dias (variando de 14 a 19 dias) da fase reprodutiva, até a fecundação. 
No cruzamento por monta natural, os carneiros são mantidos com as ovelhas, em piquetes, por aproximadamente 7 semanas, sem interferência direta do criador. A proporção é de 1 macho para cada 20 ou no máximo 40 fêmeas. 
Aproximadamente 60 dias antes do acasalamento, deve-se fazer a revisão dos carneiros, com exame andrológico (avalia a qualidade do sêmen), selecionando os que apresentam eficiência reprodutiva, para suplementá-los com água fresca e boa pastagem, em potreiros sombreados. Se necessário, aparar seus cascos e proceder ao controle parasitário e sanitário. 
A temperatura escrotal é sempre de 1ºC a 1,5ºC abaixo da temperatura corporal. Por isso o valor pode influenciar na espermatogênese. 
Sempre selecionar animais sadios, livres de DSTs como brucelose, herpervírus.
O período de gestação da ovelha, em condições normais, varia de 142 a 152 dias, sendo a média de 147 dias. 
Os cuidados com recém-nascido a serem observados são os seguintes: 
• Secagem da lã ou pêlos (evitando pneumonia).
• Tratamento do umbigo. Causticar com iodo, para evitar infecções, sepse.
• Aquecimento. 
• Alimentação com colostro. As primeiras 11 horas de vida são essenciais para maior absorção de anticorpos. Após as 36 horas de vida o animal pode ser alimentado com sucedâneo na mamadeira. 
A duração de um parto normal varia de 2 a 4 horas, começando com a mudança de comportamento (a fêmea faz o ninho com serragem e procura um local mais tranquilo e limpo para parir) e terminando com a expulsão da cria. 
Após 7 dias pós parto ainda pode se perceber secreção saindo da vulva. 
O período de lactação de uma ovelha de duplo propósito, em condições normais, varia de 90 a 150 dias. O ideal é 90 dias para que na próxima cria a fêmea tenha descansado as glândulas mamárias. O excesso de uso da glândula pode desgastá-la e ter queda na qualidade do leite.
A idade de desmame dos cordeiros varia conforme o manejo. Em criações intensivas, entre o segundo e o terceiro mês, ao passo que em criações extensivas, o desmame é feito a partir do quarto mês de vida. Em criações para produção de leite ovino, o desmame ocorre entre 28 e 30 dias de vida, após este período o filhote pode ser alimentado com mamadeira. 
Desde o primeiro dia de vida pode ser oferecido feno e água para o filhote. 
Após a primeira semana de vida o cordeiro terá leite + creep em sua alimentação.
 O desmame completo pode ocorrer após 90 dias.
Os principais defeitos mamários adquiridos durante a vida do animal são: 
• Tetas cortadas durante a tosquia. 
• Tetas obstruídas por tampão de cera (período sem amamentação o organismo cria este tampão). 
• Mamites. 
O descole dos cordeiros é um procedimento de ordem sanitária, que consiste no corte da cauda na altura do ânus, para evitar acúmulo de fezes ou de muco vaginal na lã que reveste a cauda de ovinos lanados. 
O momento mais adequado para se fazer o descole é entre 24 e 48 horas de vida, aproveitando-se o manejo de curativo do umbigo. Podem ser usadas borrachas (anéis elastradores), formão de ferro em brasa, corte por esmagamento com burdizo e corte com faca afiada. 
No uso do elástico o rabo necrosa e cai entre 15 e 20 dias.
Há três métodos de castração de cordeiros: 
• Cirúrgico, que retira os testículos com bisturi ou canivete. 
• Não cirúrgico, por esmagamento dos canais seminais utilizando-se o burdizo. 
• Não cirúrgico, por atrofia dos testículos, utilizando-se anéis de borracha. 
A castração é um manejo utilizado para evitar cruzamentos indesejados no rebanho, quando o abate do cordeiro for previsto para idade superior a 6 meses. 
Se os cordeiros vão ser abatidos precocemente, é preferível deixá-los inteiros (sem castração e descole), pois essa medida melhora a conversão alimentar, assegurando incremento de peso.
Cuidados com o Recém Nascido
O primeiro alimento do cabrito é o colostro, de grande importância porque protege o animal contra as principais doenças. Ao nascer, o cabrito procura logo a cabra para mamar. Se ele não conseguir, o produtor deverá ajudá-lo. 
Cuidados: 
Os cabritos devem ficar presos até poderem acompanhar a mãe (vinte a trinta dias de nascido). 
O cabriteiro deve ser limpo e arejado, com feno ou serragem para conforto, com proteção contra os ventos dominantes, chuvas e frio. 
FORNEÇA O COLOSTRO
1.1 CONTENHA A CABRA 
1.2 LAVE E ENXUGUE AS TETAS 
1.3 COLOQUE O CABRITO PARA MAMAR 
2 FORNEÇA ÁGUA AO CABRITO 
3 FORNEÇA VOLUMOSO AO CABRITO 
3.1 PERMITA O ACESSO A PIQUETES DE CAPIM
3.2 FORNEÇA FENO DE BOA QUALIDADE
3.3 FORNEÇA PALMA PICADA (palma é um tipo de cacto comestível)
A primeira mamada deve ser feita até 30 minutos após o nascimento. 
Devem ocorrer quatro mamadas por dia. 
Após o período de colostro, o cabrito continua mamando na mãe, até a apartação. Se ocorrerem problemas com a mãe, deve ser feito o aleitamento artificial. 
Logo no primeiro dia de vida, o cabrito deve ter água e volumosos (capim ou feno) à sua disposição. 
Produtos e Tecnologias
Os ovinos LANADOS podem ser criados em gramados decorativos, em áreas destinadas a outras criações como bovinocultura, piscicultura e apicultura ou integrados à agricultura e a outras plantações como café, pomares e reflorestamento, economizando roçadas e capinas, produzindo estrume, um dos melhores adubos naturais para hortas, jardins e pomares. Os ovinos comem em geral gramíneas.
Os caprinos não poderiam ficar nestas áreas pois comeriam as plantações e não somente as gramíneas.
A carne ovina é comercializada em carcaça ou em cortes que variam conforme a região do País. 
Os cortes comerciais mais utilizados nos supermercados são: • Paleta. • Pernil. • Costelas com lombo. • Carré (mais vendido). • Serrote. • Pescoço. 
A carne de cordeiro apresenta características superiores de maciez, sabor e pouca gordura muscular, ao passo que a carne de ovino velho caracteriza-se por pouca maciez, muita gordura e sabor forte.
A carne ovina pode ser processada e transformada em vários produtos, como charque, peças defumadas e embutidos. 
O curtimento é um processo industrial ou artesanal, que preserva a pele pela troca da umidade interna por íons de cromo, garantindo amaciamento e durabilidade.
Pele Astrakan é a pele de cordeirinho da raça Karakul, obtida até 24 horas após o nascimento, é produzido para atender demandas da indústria de vestuário.
Pele decoração é a pele de ovino lanado processada para fins decorativos. É obtida de animais jovens, com até 6 meses de idade, antes da primeira tosquia. 
Pele hospitalar ou pele medicinal é a classificação comercial atribuídaao processamento – com acabamento para fins terapêuticos – de peles com características especiais relacionadas à cobertura de lã, salientando a suavidade e a densidade das fibras por unidade de área 
A indústria classifica a lã quanto à qualidade comercial em supra, especial, boa e corrente 
A qualidade comercial da lã é avaliada conforme as características de finura (espessura), suavidade, cor, comprimento de mecha e uniformidade das ondulações das fibras. 
Os produtos são: napa, napalã, forrinho, formato e pele decoração, os quais são transformados em artigos para vestuário, decoração ou utilitários.
Tipos de Lã
Lã de Velo: É a cobertura de lã que reveste o tronco de ovinos. É formada pela união de fibras alinhadas em mechas, o que permite o enrolamento para facilitar o acondicionamento (melhor qualidade).
Lã de garra é a classificação comercial para uma lã inferior produzida na região ventral e nas patas de ovinos lanados. 
Lã de Pata é a classificação comercial para a lã proveniente das patas de ovinos lanados (qualidade inferior).
Lã de barriga é a classificação comercial para a lã proveniente do baixo ventre (qualidade inferior).
A raça Merino Australiano produz lã de qualidade superior para a elaboração de tecidos para vestuário 
Lã naturalmente colorida é a lã de tons diversos produzida por ação genética. 
Fatores que influem na qualidade da lã
Os fatores que influem na qualidade da lã são: 
1.Estado nutricional (animais com deficiência alimentar apresentam lã com pouca resistência e fibras feltradas). 
2.Idade (ovinos jovens tendem a possuir lã de melhor qualidade do que os velhos, em virtude do desgaste dos dentes e nutrição deficitária). 
3.Sexo (restrição alimentar de ovelhas durante a gestação e a lactação). 
4.Verminoses e doenças diversas. 
O processo de tingimento natural utiliza o cozimento de folhas, raízes, cascas de árvores, grãos, sementes, flores ou frutos durante uma hora para extração dos pigmentos e o mergulho dos fios, em meadas, no chá fervente, por aproximadamente 1 hora, para fixação da cor. O enxágue e a secagem devem ser feitos à sombra. 
Para uma tecelagem de qualidade superior, a lã deve possuir suavidade, brilho, comprimento de mecha e resistência à tração. 
Doenças mais comuns
As doenças mais comuns de ovinos criados no campo são: 
1.Clostridioses (carbúnculo e gangrena gasosa). 
2.Manqueira. 
3.Linfadenite caseosa. 
4.Ceratoconjuntivite. 
5.Intoxicações diversas. 
Predadores
Em matilha, os cães matam os cordeiros em série, raramente consomem a carcaça inteira, escolhendo a parte esquelética e eliminando o conteúdo gástrico. 
As carcaças apresentam lesões disseminadas, podendo-se observar animais ou carcaças com vestígio de lama e cordeiros mortos junto a fontes de água. 
Em ataques isolados, observam-se um ou mais cordeiros mortos, cujas carcaças faltando a cabeça ou algum membro, ou apenas a existência de um membro no local da predação 
Unidade animal
Unidade animal é medida em peso.
1 unidade = 450kg.
Pode ser um bovino ou de 6 a 8 caprinos, a unidade será a mesma. SEMPRE 450kg.
1 unidade bovina corresponde de 6 a 8 caprinos ou ovinos.
Os bovinos consomem de 3 a 3,5% de matéria seca.
os pequenos ruminantes consomem de 4 a 5% e 10 a 11% dependendo do peso da raça.
Hábitos de consumo
Ovinos
- Principalmente pastejadores
- Alta capacidade de seleção (20% desperdício).
- Prefere pastar em baixos capins e arbustos (maior visão do local / espaço).
- Devido ao seu lábio superior fendido são capazes de pastejar perto do solo.
Preferível utilizar pastos estoloníferos (suporta melhor o pastejo e protege solo de erosão). Exemplo são os capim estrela, tifton e coast-cross (crescem com ramos, suportando a erosão e pisoteio).
 Caprinos
-Muito seletivos (30% desperdício).
- Preferem os ramos, folha, brotos, galhos de árvores, sementes, ramas lisas e espinhosas, raízes. Este tipo de alimento deve conter de 12 a 18% do peso corporal da dieta dos caprinos.
A preferência quando criado a pasto compõe 80% do consumo total.
- Tolera bem a variedade de sabores.
- Pode aguentar um tempo sem água, porém há queda na produtividade.
Ovinos e caprinos
Herbívoros de grande tamanho corporal apresentam uma menor proporção de gasto metabólico: capacidade digestiva (M/CD) que os pequenos ruminantes.
Uma baixa proporção M/CD permite um maior tempo de retenção de partículas alimentícias no aparato digestivo.
Gado -> mantém a velocidade da ingestão.
Ovino e caprino -> mantém a concentração nutritiva, onde é feito longos períodos de ruminação, retendo as partículas do alimento para manter o metabolismo. 
Por isso, os pequenos ruminantes não podem comer a mesma ração dos bovinos.
São mais seletivos aos alimentos do que os demais animais, possuem baixo tempo de pastejo, porém menor velocidade. Alta digestibilidade de fibra e retenção do alimento no rúmen. Os caprinos possuem maior tempo de ruminação que os ovinos.
66.7% - porcentagem que os caprinos aproveitam (retiram energia) de 100% de alimento.
CAPRINO: 422 Kj/kg0.75/día
OVINO: 318 - 374 Kj/kg0.75/día
ENERGIA NO ORGANISMO 
Energia Bruta (EB) [parte vai para fezes] -> Energia Digestível (ED) [parte vai para Urina + CH4] -> Energia Metabolizável (EM) [parte vira metano = incremento térmico] -> Energia Nata (EN) = parte da energia que é aproveitada pelo organismo. 
ASPECTOS COMPARATIVOS ENTRE OS OVINOS DE LÃ E DE PELO
 Os borregos de pelo consomem mais alimento por unidade de peso metabólico que os de lã; 
 O requerimento de energia metabolizável para manutenção e ganho de peso são maiores 24% nos borregos de pelo que os de lã. 
Porém são alimentados da mesma forma. 
Nutrição Artificial: Quando realizar? 
- Cabras leiteiras 
- Ovelhas 
*Partos de 3 cordeiros ou mais (a fêmea só possui dois tetos)
*Morte da mãe 
*Baixa habilidade materna 
*Ovelhas de 1° parto; 
*Baixa condição corporal ao parto; 
*Partos distócicos (complicados).
É necessário que o borrego tenha a ingestão do colostro, a vacina seja adiantada para após 15 dias do nascimento (normalmente se dá a partir dos 30 ou 45 dias).
O sucedâneo pode ser feito com a retira do plasma sanguíneo e inserido no leite. 
São utilizadas mamadeiras manuais ou tambores e garrafas com bicos. Podem ser utilizados equipamentos próprios, que mantêm o leite aquecido.
Alternativas de alimentos 
Leucena
A Leucena é uma leguminosa perene, palatável, que se utilizada na alimentação de pequenos ruminantes agrega ganho de peso e maior produção de leite. As folhas e as sementes podem ser consumidas.
Em relação de kg acumulados: 5,0kg.
Em relação a produção de leite: 12,9lts.
FORRAGEM VERDE HIDROPÔNICA (FVH) 
FVH pode ser uma opção alternativa dos métodos convencionais para produção de forragem em zonas áridas e semi-áridas (baixa pastagem). 
são alimentos que crescem na água.
O milho é um exemplo.
Os animais podem consumir o grão, as folhas e as raízes.
baixa lignina, alta digestibilidade.
maior ganho energético e microcalorias.
desvantagem: mais caro. 
Banana
Tanto a banana como as folhas da bananeira e o talo podem ser consumidos.
A maior parte da fibra está nas folhas.
Alga marinha
Boa fonte de minerais, carboidratos e alguns aminoácidos como: arginina, triptofano e fenilalanina. 
Baixo conteúdo de E.E. extrato etéreo (gordura). 
Não há fatores antinutricionais detectados: cianogênicos, saponinas e taninos. 
Farinha de Sargassum 
Alta taxa de sódio – aumenta a ingestão de água.
Amoreira
Podem ser consumidas as folhas (fibra) e os frutos (carboidrato).
Bagaço da cana
Baixa porção calórica e grande quantidade de fibra (matéria seca). Adquirido de usina açucareira. 
Resíduos cítricos
Bagaço rico em fibra e pectina (saponina), baixa lignina.
A saponina em excesso é tóxica no rúmen, por isso é necessário utilizar volumoso junto com os resíduos cítricos. Possui alta digestibilidade.
Folha de mandioca
Folhas -> Matéria seca -> volumoso