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TCC De segunda licenciatura

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A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA MUNICIPAL
 
 BORGES, Maristane¹
 RU 1506896 
 MACHADO, Diamara Perira²
 RESUMO
Neste artigo, buscamos retomar a função do Coordenador Pedagógico, enquanto agente do processo educacional. A fim de refletir sobre as implicações da sua atuação para a melhoria do processo educativo, foi desenvolvido o Projeto de Intervenção, realizado para o Curso de Pós-Graduação: Coordenação Pedagógica, intitulado “Coordenação Pedagógica: Formação e Prática – O Choque com a Realidade”, utilizando cinco escolas da rede Municipal de Ensino de Mafra. A partir de questionários aplicados nesse projeto aos diretores, coordenadores e professores, nos quais pudemos refletir sobre a necessidade de mudança na atuação do coordenador pedagógico nas escolas. Essa ação pode permear no campo da gestão democrática, integrando todos: direção, professores, funcionários, alunos e pais, com o objetivo de ajudar a construir uma educação de qualidade. Neste artigo, visamos refletir sobre as possibilidades de atuação do coordenador pedagógico frente a uma gestão democrática e na construção de um projeto político pedagógico pautado em ações que realmente sejam eficazes no processo ensino aprendizagem junto ao corpo docente. Propomos que o Coordenador Pedagógico pode realinhar suas ações no processo ensino aprendizagem para dessa forma, contribuir com a qualidade da educação. Neste trabalho foi utilizada a pesquisa-ação com abordagem qualitativa na prática da coordenação pedagógica. 
Palavras Chave: Coordenador Pedagógico. Gestão Democrática. Projeto Político Pedagógico.
INTRODUÇÃO
É inegável que para um Projeto Político Pedagógico (PPP) ser realmente democrático e ativo dentro de uma instituição é imprescindível o envolvimento de todos os atores da comunidade escolar no processo de construção, e esse processo não pode se limitar a um dia de encontro ou a questionários respondidos pelos pais, não que isso não faça parte desse processo. 
¹Aluno do Curso de 2º Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Relatório apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 2017. ²Professor Orientador Dinamara Pereira Machado no Centro Universitário Internacional UNINTER.
Sendo assim, romper com o paradigma de que a escola é responsabilidade apenas dos profissionais que nela atua e que os pais devem vir no máximo em reuniões bimestrais para receber boletim dos seus filhos, é o primeiro passo. Para isso a escola deve encontrar soluções criativas de atrair a comunidade para dentro da escola, para assim buscar maneiras de conscientizá-la e propagar a ideia de que eles podem e devem ajudar de alguma maneira no processo de democratização da escola, participando das tomadas de decisões, e também da construção do PPP. 
Não digo que isso é um processo fácil, muito menos rápido, mas se os resultados não estão satisfatórios, alguma ruptura tem que ser feita objetivando desempenhos melhores. Talvez permanecer no comodismo e disfarçar a realidade seja mais simples do que enfrentar os problemas e acreditar na luz no fim do túnel. Porém, é preciso não desanimar com os problemas que surgem nos momentos de mudanças, e fazer acontecer o que parece impossível. Para se obter resultados diferentes, não se pode continuar fazendo a mesma coisa. E como disse Veiga (1998), todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. 
O presente artigo busca refletir sobre os limites e possibilidades da atuação do Coordenador Pedagógico na melhoria do processo educativo nas escolas municipais. Tal propósito foi elencado a partir do desenvolvimento do Projeto de Intervenção intitulado Coordenação Pedagógica: Formação e Prática – O Choque com a Realidade” (MIRETZKI et al, 2011), desenvolvido em cinco escolas da rede municipal de ensino, as quais possuem esse profissional em seu quadro funcional.  
Essas escolas possuem o cargo de coordenador pedagógico, pelo fato de terem duzentos alunos, o qual exige essa função, conforme reza o plano de carreira (MAFRA, 2008). São escolas urbanas, que atendem desde Berçário ao Ensino Fundamental completo. Todos os coordenadores pedagógicos são formados em Pedagogia e percebemos que a prática destes nestas escolas está deficitária e que a maioria deles não possui planejamento, nem trabalham com o foco no processo ensino aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
Com a realização do Projeto de Intervenção evidenciamos a necessidade primaz pela melhoria da atuação do Coordenador Pedagógico. Pois, constatamos por meio do processo de intervenção o óbvio: a atuação ineficiente desse profissional na rede de ensino frente a uma educação que clama por qualidade. Sendo assim, buscamos com o projeto de intervenção retomar a prática desse profissional, que se deixou influenciar por uma rotina, a qual não confere a sua função junto à escola. Conforme observamos, se tornou muito mais conveniente e fácil à ocupação com outras questões, como: o trabalho de um monitor ou estagiário, do que desenvolver atividades de formação com o grupo docente ou identificar as causas do insucesso escolar, por exemplo.  
Constatamos que esses fatos acabam por não deixar que a atividade profissional do coordenador pedagógico diante a comunidade escolar fosse bem vista. Pois, sabendo que todos são formados para atuar na área, deveria teoricamente haver uma maior cumplicidade com o trabalho, porém pelos rumos das ações pedagógicas, conduzidas por estes, não ocorre com eficácia. Dessa forma, transferimos essa carência para o processo ensino aprendizagem, no qual se aponta, como razão primeira de toda instituição escolar. 
Diante a realidade apresentada, procuramos delinear neste artigo, por meio de uma reflexão com base na realização do processo de intervenção, que teve como base a aplicação de questionários junto aos diretores, coordenadores pedagógicos e aos professores da rede municipal. Verificamos nos questionários aplicados aos coordenadores pedagógicos, a problemática em relação ao desenvolvimento da verdadeira função destes. 
Observamos que a maioria tem conhecimento das suas atribuições, mas em contrapartida não a desempenham. Fato este que acaba por deixar a mercê dos professores, a organização e a fundamentação do processo de ensino e aprendizagem. Com base nessa situação e na fundamentação teórica nos questionamos como o coordenador pedagógico pode contribuir para a melhoria do processo educativo? Desta forma, buscamos compreender os tipos de relação que podem ser construídas para assegurar uma melhor interação entre coordenador pedagógico, docentes e processo ensino aprendizagem em nossas escolas. 
No atual contexto da educação, o coordenador pedagógico representa a pessoa que pode direcionar o trabalho na escola, para que se efetive a qualidade do processo educacional. Conforme o descritivo das funções estabelecido na Lei Ordinária nº 3295, de 28 de março de 2008 (MAFRA, 2008), que reestrutura o Plano de Carreira e de Remuneração do Magistério Público do Município de Mafra, o qual explicita as atribuições do coordenador pedagógico, podemos elencar como a principal e fundamental: “Observar e acompanhar as atividades docentes, assessorando os professores no processo ensino e aprendizagem”. 
Dessa forma, entender a função do coordenador pedagógico pode significar colocá-lo na posição de mediador e articulador do processo ensino e aprendizagem. Ou seja, passa a ser o profissional que trabalha no sentido de gerar oportunidades de mudanças, de reajustes no desempenho das atividades docentes, como por exemplo, a elaboração de um planejamento que venha a suprircertos déficits nas aprendizagens dos alunos. 
No que se refere ao processo de ensino aprendizagem, o Plano de Carreira do Município Mafra, descreve detalhadamente as funções do coordenador pedagógico. Este documento apresenta diretrizes sobre a construção do Projeto Político Pedagógico, na solução de problemas de aprendizagens dos alunos, no trabalho cooperativo, na coordenação e acompanhamento das atividades docentes, na promoção da formação continuada dos professores, como também na colaboração com uma gestão democrática. 
Diante do exposto, fica explicita a real função do coordenador pedagógico, pois podem ser identificadas as funções formadora, articuladora e transformadora do papel desse profissional na escola. Assim, o descritivo do trabalho do Coordenador Pedagógico no plano de carreira está muito bem exposto e que está voltado às carências do processo ensino aprendizagem.
Nesse contexto, evidenciamos a necessidade de compreender por que esse profissional não desempenha adequadamente sua função dentro do processo educativo. Enquanto agente do processo pedagógico na escola, o coordenador pedagógico exerce uma função de grande importância, a qual está relacionada à articulação e mediação da prática educativa. Em sua atuação, consideramos que não pode permitir desvios na prática de ensino e da aprendizagem, do professor, ou até mesmo se torne neutralizada. 
Assim sendo, o coordenador pedagógico surgiu no contexto escolar, com a finalidade de organização da prática de ensino. Nesta situação de trabalho, professor e coordenador têm tarefas distintas, porém interligadas, necessárias ao sucesso do processo ensino e aprendizagem do aluno. 
É importante destacar que a formação do coordenador pedagógico teve seu surgimento na atuação do supervisor escolar. Essa proposta de construção de uma identidade do pedagogo através da renovação curricular foi deliberada pela Resolução CNE/CP nº 1/2006, de 15 de maio de 2006 (BRASIL, 2006). Sendo assim, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, Licenciatura, prevê uma formação integrada e articulada, focada na docência. 
Ao pensarmos na docência e nas atribuições do coordenador pedagógico, essa resolução equipara o professor e o coordenador pedagógico. Assegura assim, as atribuições específicas de cada cargo com o objetivo de estreitar e de facilitar as articulações no processo educativo dentro do cotidiano escolar.  
No que se refere às atribuições, define Pires (2002), que a atuação do coordenador pedagógico nas instituições escolares é notável e relevante. Entretanto, o que precisa ficar claro é a forma como esse profissional organiza seu trabalho educativo, o que diz a legislação sobre suas competências e o que realmente acontece na sua prática. Dessa maneira, o coordenador pedagógico perde o título de supervisor, de controlador. Ele passa a exercer a função de suporte direto à docência e a gestão tendo como principal atribuição o acompanhamento das ações educativas. 
Constatamos que é preciso retomar o trabalho do coordenador pedagógico dentro da escola e, por consequência, assumir o compromisso de fazer da prática educacional, uma meta a ser atingida, no que diz respeito à formação humana. Sobre o processo de formação, Libâneo (2005) afirma que a educação é uma prática social que modifica os seres humanos. Pois, pode ser talhada e desenvolvida no sentido de atuar para formar o homem integralmente, capaz de pensar com lógica, de maneira participativa, criativa e crítica dentro do âmbito social. 
Nesse contexto, entendemos que o coordenador pedagógico precisa ser conhecedor de estratégias, com embasamento teórico e prático no que se refere ao ensino. Tais características permitem auxiliar a comunidade escolar, tendo em vista a importância da função que desempenha, enquanto fundamentação e articulação de práticas mais consistentes, comprometidas e autênticas com a educação. 
O coordenador pedagógico, diante de sua atuação, pode vir a motivar a transformação da escola, frente ao compromisso com o exercício de uma proposta pedagógica condizente com o contexto dos educandos. Assim, destacamos segundo a visão de Pimenta (2006), a necessidade de se construir uma escola de qualidade, a qual forme cidadãos conscientes de sua participação na vida política e social. 
Nesse sentido, sua atuação profissional pode ser entendida como o fio condutor na formação dos alunos, reconhecidos como profissionais éticos, humanos e valorativos. Segundo Pires (2005), a função do coordenador pedagógico pode ser compreendida como um processo de grande importância na estrutura organizacional da escola, enquanto articulador do trabalho educativo, diante das determinações atuais. 
O coordenador pode estar junto aos professores no planejamento didático. Atuar diretamente no processo ensino aprendizagem não apenas em sala de aula, mas propondo ações aos docentes para juntos, desenvolver estratégias, as quais visam à melhoria desse processo. Conforme Lima e Santos (2007), antes de tudo, o coordenador pode ser visto como peça chave da articulação necessária na escola, de forma atualizada e contextualizada, e ainda como uma assessoria permanente e continuada ao trabalho docente. 
Cabe ao coordenador então, uma atuação de liderança diante dos atores do processo educacional. A ele compete gerir esse processo, porém não de forma isolada, mas articular conjuntamente, entre direção escolar, professores, alunos e toda a comunidade escolar, para concretizar dessa forma a gestão democrática. 
Para efetuar esse trabalho com o resultado esperado, se faz necessário que o coordenador interaja com toda a comunidade escolar para poder vir a proporcionar um melhor entrosamento entre os participantes do espaço escolar na forma da gestão democrática. Pois a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) prevê, muito claramente, nos seus artigos 12, 13 e 14 a importância da gestão democrática para a educação e a necessidade de todos os segmentos da comunidade escolar e civil, discutir e deliberar em prol de um ensino de qualidade, como direito de todos. 
Para estabelecer a gestão democrática, segundo Vasconcelos (2002) é preciso favorecer a prática pedagógica. Basicamente, o papel da equipe gestora, compreendida como direção e coordenação, está em criar um clima de confiança, pautado numa ética libertadora e no autêntico diálogo. E por assim dizer, o coordenador pedagógico conforme já apresentado, pode ser definido como o articulador desse processo, pelo qual, se busca consolidar uma prática cultural democrática. 
Por meio do processo democrático, torna-se possível transcender para um Projeto Político-Pedagógico que se desdobra em ações, nas quais se efetivam as dinâmicas situacionais da escola. No entanto, essa cultura democrática, tem em vista efetivar ações educativas, as quais emerjam para o êxito, pressupondo que a gestão por si mesma seja de participação, onde os envolvidos com o processo educativo busquem tomar as decisões em coletivo. 
Assim, destacamos a necessidade de pontuar a constituição de um ambiente democrático. Construído de acordo com a realidade escolar e juntamente aos participantes desse processo. Neste sentido, caberia ao coordenador trabalhar e articular para proporcionar esse ambiente democrático favorável à construção do Projeto Político Pedagógico. Para melhor esclarecer, destacamos a Lei de Diretrizes e Base - LDB: “Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: Item: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica”; (BRASIL, 1996). Essa lei prevê, portanto a necessidade da construção desse documento para que a escola saiba, dentre outras características, o perfil do educando que se quer formar na instituição, delineando conjuntamente os objetivos e as metas para se chegar a esse fim. 
Nesse viés de coletividade, convém ressaltar a gestão democrática, como sendo a “implantação de modalidades de gestão, cujas formas de provimento e exercício efetivam-sepela presença de canais de participação”. (DOURADO, 2002 p. 154). Dessa forma, o Coordenador Pedagógico detém de ferramentas na sua função, por meio da qual pode atuar junto à gestão escolar para desenvolver um processo participativo e democrático, que integre todos os professores e demais envolvidos com a comunidade escolar. 
No Projeto Político Pedagógico pode conter o grande desafio da escola, o qual está vinculado ao desenvolvimento humano e as formas de atuação do indivíduo no mundo. Para que o sujeito consiga se inserir no mundo contemporâneo de forma crítica e autônoma, precisa se tornar conhecedor de seus direitos, dos deveres e do exercício da cidadania propriamente dita: A escola existe, pois, para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber. As atividades da escola básica devem organizar-se a partir dessa questão. (SAVIANI. 2002, p. 9-10) 
Dessa forma, entendemos que a escola, cuja função social está na construção do saber para a formação do sujeito. Necessita, portanto, que o coordenador pedagógico possa contribuir e estar integrado em todos os aspectos da gestão democrática. Assim sendo, garante o bom andamento do processo de ensino e de aprendizagem, conforme diz Gadotti: A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos os seus autores; proporcionará um contato permanente entre professores e alunos, o que leva ao conhecimento mútuo e, em consequência aproximará também as necessidades dos alunos dos conteúdos ensinados pelos professores. Gadotti (2000, p. 35). 
Percebemos, no entanto, que é preciso recuperar a prática desse profissional, tão desgastada e desvalorizada por ele próprio. A questão está no fato que o coordenador passou a realizar atividades que caberiam melhor a qualquer outro profissional da escola e assim deixou de fazer o que realmente lhe confere, permitindo que sua função pedagógica fosse banalizada perante o grupo de profissionais, conforme cita: 
[...] muitos olhares são lançados sobre a identidade e função do coordenador pedagógico na escola, não raras vezes pelos próprios pares e comunidade intra e extraescolar caricaturizando-o em “modelos” distintos e cobrando-lhe a determinação do sucesso da vida escolar e encaminhamentos pertinentes às problemáticas que se sucedem no cotidiano. (LIMA E SANTOS 2007,p.79) 
Portanto, compreendemos que é necessário que o coordenador pedagógico tenha ciência, do que realmente lhe confere a sua função. Tome consciência das suas reais atribuições, e como trabalhar para melhorar sua atuação e desempenho junto à escola. 
A compreensão das atribuições relacionadas à função de coordenador se estabelece no campo de constituição de uma identidade. A qual passa a ser vinculada ao processo de transformação da escola. O coordenador emerge nesse contexto, como um agente impulsionador, provocador, inquieta o grupo no sentido de transformar as situações da escola, mobilizando para pensar a sua estrutura de organização e ação.  Conforme se constata na pesquisa do Projeto de Intervenção (MIRETZKI et al, 2011), a Secretaria de Educação de Mafra possui 29 escolas, sendo 11 Centros de Educação Infantil, 1 escola multisseriada e 17 escolas de Ensino Fundamental. Destas escolas, 05 foram utilizadas como amostra por possuírem em seu quadro de profissionais o cargo de orientador educacional equivalente ao de coordenação pedagógica. 
A amostra de pesquisa foi composta por 05 diretores das escolas pesquisadas, 11 orientadores educacionais (coordenadores pedagógicos) e 28 professores escolhidos aleatoriamente.  O instrumento de coleta de dados da pesquisa foi um questionário aplicado aos coordenadores, diretores e professores. Foram formuladas questões acerca do cotidiano escolar em relação à atuação do coordenador pedagógico, onde se verificou que tanto professores como diretores confirmam a importância do trabalho deste profissional na escola, e que suas ações refletem positivamente no processo ensino aprendizagem. 
Porém, os próprios coordenadores pedagógicos afirmaram que sua verdadeira função é decorar a escola para eventos e datas comemorativas, digitar e recortar bilhetes para colar nas agendas dos alunos. Diante essa situação, se questiona: qual o verdadeiro papel do coordenador pedagógico dentro da escola? De que forma este pode contribuir para o processo ensino aprendizagem? 
No Projeto de Intervenção, foram realizados dois encontros, na forma de capacitação aos coordenadores pedagógicos. A partir dos questionários aplicados nas escolas, no qual se pode desenvolver algumas reflexões acerca do trabalho desenvolvido nas escolas, oferecendo ênfase a importância do trabalho do coordenador na melhoria do processo ensino aprendizagem. 
A intenção primeira desses encontros foi de provocar uma reflexão sobre a atuação desse profissional no seu cotidiano escolar e incisivamente com foco na mudança positiva na aprendizagem dos alunos. Nesses encontros verificamos também que os próprios coordenadores concordam que é preciso haver uma mudança na sua prática, relacionando mais seu trabalho na colaboração aos docentes, proporcionando a estes, subsídios metodológicos para suprir as falhas na aprendizagem dos alunos. 
Infelizmente, a participação foi inferior ao esperado, pois de onze convidadas, apenas cinco coordenadoras participaram dos dois encontros. De acordo com a análise dos questionários e os estudos realizados, foi possível desenvolver discussões nesses encontros sobre o papel do coordenador pedagógico, acrescentando os relatos, realizados por esses profissionais no cotidiano do seu trabalho, pois tem implicação direta no processo ensino aprendizagem.  
Conforme a realização do projeto de intervenção compreendemos, que o coordenador pode estar ligado diretamente à qualidade do ensino e da aprendizagem na escola (MIRETZKI et al, 2011). O seu trabalho de planejamento e didática vem no sentido de oferecer subsídios aos professores, através de uma ação de parceria embasada num processo colaborativo. Ele pode atender as necessidades da educação atual, identificando as necessidades e os anseios dos professores, e junto ao coletivo, de forma participativa, encontrar as soluções para a realização de um trabalho educacional, que culmine em resultados positivos. 
Para atingir um resultado positivo, torna-se necessário o conhecimento teórico e prático. Essencialmente, a prática do coordenador pedagógico, a qual está alicerçada em conceitos teóricos e nos princípios da pedagogia. Dessa forma, ele pode ter condições para acompanhar o trabalho na escola e estimular os professores a identificar as reais necessidades dos alunos. Necessidades estas que implicam diretamente na qualidade do processo ensino aprendizagem. 
Tendo esse contexto como referência, nesta rede de ensino, as coordenadoras pedagógicas são chamadas de Especialistas. Conforme o Plano de Carreira, verificamos, que de acordo com o resultado obtido nos questionários, ainda não possuem base teórica suficiente para enfrentar os desafios escolares. Diante a realidade da escola, observa-se um comodismo no sentido de mudar a situação e a prática docente. 
Fato este verificado por um relato intrigante, no qual os entrevistados afirmaram sobre a importância do trabalho do coordenador pedagógico dentro da escola. No entanto, segundo os próprios coordenadores, lhes falta tempo para desenvolver as prioridades, pois assumem tarefas alheias a sua função.  
Assim, algumas tarefas desempenhadas atualmente pelo coordenador não pertencem a sua verdadeira função. Como decorar murais e recortar bilhetes, mas o próprio coordenador acaba as assumindo, quando a escola não tem quem execute essas tarefas ou não é organizada para esse tipo de trabalho, como observa Placco (2003), onde a lógica deveria ser a oposta, pois a razão primeira da função do coordenador é o processo ensino aprendizagem, então a escola deve se organizar para deixar fluiro trabalho do coordenador com excelência.  
Cabe ao coordenador propor ao professor uma prática docente transformadora. Fundamentar e desenvolver um planejamento de atividades que estejam voltadas à superação dos possíveis entraves nas aprendizagens dos alunos. Durante as horas de atividade do professor, nos intervalos de seu período na escola, o coordenador pode estar junto ao professor auxiliando-o na criação de estratégias pedagógicas tendo como perspectiva o aprimoramento do processo ensino aprendizagem. 
Diante do apresentado, pudemos considerar que a real função do coordenador pedagógico é desenvolver estratégias e atuar para transformar o processo ensino aprendizagem. Buscar desenvolver uma atuação flexível com os professores para adequar as mais variadas situações de aprendizagem em sala de aula, pois os professores também podem oferecer suas contribuições pedagógicas para sanar possíveis dificuldades em sala de aula.
 Observamos a importância de não aceitar de forma passiva a alienação dentro do processo educacional, tendo como pressuposto a realidade até então diagnosticada. Assim, foi possível intervir junto aos coordenadores pedagógicos de Mafra, diante da realidade, até então apresentada pela descaracterização da função desse profissional, por meio das capacitações oportunizadas como forma de estudo, reflexão e resgate funcional do coordenador. 
Admitimos que o desenvolvimento deste estudo com os coordenadores do município foi singular, uma vez que se configurou como uma oportunidade de refletirmos sistematicamente sobre o trabalho equivocado que esses profissionais vêm desenvolvendo nas escolas. Percebemos o quanto foi significativo esses encontros, pois as próprias coordenadoras mencionaram o quanto foi importante esses momentos para melhorar profissionalmente, esclarecendo e motivando sua atuação.  
Nos relatos recolhidos, mencionaram, que deveria haver mais encontros como esse para promover uma reflexão constante sobre o trabalho desenvolvido na escola para promover sempre a melhora da qualidade do processo ensino aprendizagem. Ao longo desse estudo, destacamos que a atuação do Coordenador Pedagógico é um leque de possibilidades. Pois pode interagir com todos os envolvidos no processo educacional, permeado por uma prática democrática, para que se efetive a educação transformadora. 
Entendemos que a atuação do coordenador pedagógico está intrinsecamente ligada ao processo educacional. Para que ele possa acompanhar o trabalho docente se torna necessário adequar o seu trabalho, para oportunizar melhores condições de ensino aprendizagem, e de fato se construa um processo de reflexão e de ação sobre o mesmo. 
Contudo, para que o processo de ensino e aprendizagem nas escolas se efetive com sucesso, é preciso que haja uma mudança de hábitos, tanto do professor como do coordenador. No processo de mediação e organização do ensino, o coordenador pode propor ao professor novas práticas, como já mencionado, mas para isso terá que ter suas ações bem planejadas, justificar o porquê, para quem e para quê fazer. A prática da coordenação passa a ser organizada a partir dos saberes e da intencionalidade, que se fundamenta na proposta pedagógica da escola.  Nesse sentido, podemos destacar que é a reflexão sobre a prática escolar por parte do coordenador pedagógico, que pode culminar em bons resultados na escola. 
E esse trabalho pode ser constante, pois os objetivos do trabalho escolar sempre podem estar voltados à melhoria do processo educativo, através de uma gestão democrática e da construção do Projeto Político Pedagógico. Nessa perspectiva, podemos enfatizar o quanto é significativo à função do coordenador pedagógico no espaço escolar, como um agente de transformação do processo ensino aprendizagem.  Podemos destacar nos encontros realizados, muitos pontos positivos observados na prática do trabalho do coordenador pedagógico. Tais como, a compreensão de que precisamos recuperar a função do coordenador pedagógico na escola. Criar a consciência nos gestores, professores, funcionários e alunos e no próprio coordenador sobre a importância do trabalho colaborativo entre estes. Construindo uma ação pedagógica voltada ao bem comum de toda a escola. Assim como, a elaboração do próprio planejamento do coordenador, focado no desenvolvimento processo ensino aprendizagem e na formação do professor.  
Mas ainda é preciso intermediar no trabalho desse profissional. Com o realinhamento das suas ações para enfrentar a multiplicidade de tarefas que o cotidiano demanda. Como também, suavizar as situações problemáticas, tais como: atendimento de alunos e pais, falta de professores, indisciplina dos alunos, identificadas nos questionários, para dessa forma, promover uma melhora no desempenho da função. Oferecendo prioridade aos aspectos didático-pedagógicos direcionando seu trabalho direto para o professor, numa assessoria permanente.  Ainda assim, o contato que se estabeleceu no projeto de intervenção (MIRETZKI et al, 2011) indicaram que, para se alcançar à realidade almejada para os coordenadores pedagógicos, existe um longo caminho a ser trilhado. Entendemos que disso depende o compromisso social e ético assumido por estes para com a educação. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse artigo possibilitou compreender que a reflexão sobre o trabalho do coordenador pedagógico deve ser constante. O desafio passa a ser o de repensar nos seus objetivos educacionais, os quais precisam estar pautados na melhoria do processo educativo, por meio de um trabalho coletivo, onde as tarefas são divididas para culminar nessa tão almejada melhoria do processo de ensino e aprendizagem. 
Entendemos que os objetivos propostos neste estudo foram alcançados, na medida em que a prática do trabalho do coordenador pedagógico tem implicação direta para o sucesso do processo ensino aprendizagem. Nesse enredo, fazer com que os coordenadores tenham consciência dessa contribuição, é algo salutar, pois trazem benefícios para a toda a escola na medida em que os envolvem na tomada de decisões para um mesmo fim: a qualidade na aprendizagem. 
O impacto positivo dessa pesquisa no trabalho desses profissionais vem afirmar que para ter a qualidade é preciso estar disposto e aberto às novas mudanças. Precisamos incorporar uma nova postura no trabalho, e esta pode ser através da formação continuada ou mesmo formação pessoal, na busca de aperfeiçoamento profissional.  
Foi possível fazer com que os coordenadores pedagógicos repensem na sua função, para articular de forma mais consistente no processo ensino aprendizagem desenvolvido em sala de aula. Redirecionando as suas próprias ações e as dos professores, para que tenha um trabalho que aponte para o sucesso na escola. 
As consequências dessa reflexão vieram de encontro da proposta de trabalho. Houve o entendimento da necessidade de mudança, visto que, apesar de o coordenador ter inúmeros afazeres no ambiente interescolar, ele pode contribuir positivamente no processo ensino aprendizagem. 
Sendo assim, o trabalho do coordenador pedagógico frente ao processo ensino aprendizagem demanda uma nova postura educativa. Por meio da qual a ação coletiva na escola venha para facilitar e promover o sucesso no processo ensino aprendizagem. Também, acreditamos que para isso acontecer, seja imprescindível o trabalho do coordenador, com sua participação direta, realinhado e desenvolvendo suas práticas pedagógicas para contribuir sistematicamente a tão ambicionada qualidade na educação. 
Com base neste estudo compreendemos que o Coordenador precisa priorizar as questões quem envolvem a prática do ensino e aprendizagem. Como também ser um agente de transformação de mediação e de articulação para criar uma metodologia de trabalho que adeque as diversidades que envolvem o ambiente escolar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional da Educação. Parecer n. 01 de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, Licenciatura. Diário Oficial da União, Brasília,16 de maio de 2006. 
_____. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. 
DOURADO, Luiz Fernandes. A gestão democrática e a construção de processos coletivos de participação e decisão na escola. In: FERREIRA, Syria Carapeto: AGUIAR, Marcia Angela da S. Para onde vão à orientação e a supervisão educacional? Campinas: Papirus, 2002. 
GADOTTI, Moacir. Projeto Político-Pedagógico da Escola: fundamentos para sua Realização. In: GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José Eustáquio. Autonomia da escola: Princípios e propostas. São Paulo: Cortez editora; Instituto Paulo Freire, 2000. 
LIBANEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2005. 
LIMA, Paulo Gomes; SANTOS Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico na educação básica:desafios e perspectivas. Educare et Educare – Revista em Educação. Vol. 2 nº 4 jul./dez. 2007 p. 77-90 
MAFRA. Lei Ordinária nº Lei nº 3295, de 28 de março de 2008. Altera dispositivos da lei municipal n° 2836, de 05 de janeiro de 2004. Disponível em: http://www.mafra.sc.gov.br/conteudo/?item=16477&fa=3&cd=20376. Acesso em: 15 Fevereiro de 2017. 
MIRETZKI, J. et al. Coordenação pedagógica: formação e prática - o choque com a realidade. Relatório do Projeto de intervenção. 44p. Curso de especialização em coordenação pedagógica. Universidade Federal de Santa Catarina, Mafra, 2011.
PIMENTA, Selma Garrido. Pedagogia: ciência da educação? São Paulo: Cortez, 2006. 
PIRES, Ennia D. P. B. A prática do coordenador pedagógico: limites e perspectivas. Débora Passos Braga Pires. -- Campinas, SP: [s.n.], 2005. 
PLACCO, Vera Maria Nigro de S. O coordenador Pedagógico e o cotidiano da escola. São Paulo: Loyola, 2003. 
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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.
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VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Inovações e Projeto Político-Pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória?

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