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Resenha Critica sobre o livro A medida do possível... Saúde, risco e tecnobiociência (Luis David Castiel

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Resenha Critica sobre o livro 
A medida do possível... Saúde, risco e tecnobiociência 
(Luis David Castiel) 
 
Docente: Alice Marlete Stiz 
Discente: Joyce Pazitto Dos Santos 
 
Castiel discute os aspectos cruciais dos estudos sobre a saúde em nosso país, com um 
refinado tratamento não só dos aspectos científicos, filosóficos, éticos e políticos envolvidos 
nas práticas médicas. Também das teorias e pesquisas deste domínio sob a ótica de diferentes 
campos de saber, dentre os quais a antropologia do conhecimento científico, a filosofia da 
mente e as tecnobiociências. Adotando uma perspectiva transdisciplinar, o autor nos faz 
encarar o fato de os insofismáveis progressos tecnológicos dos diagnósticos e das terapêuticas 
- de que muitas vezes nos orgulhamos - se fazerem acompanhar de sérios indícios de crise, 
tanto ética, como política e filosófica, que não podemos desdenhar e que dizem respeito aos 
modelos teóricos e epistemológicos das ciências biomédicas e epidemiológicas. 
O livro aborda algumas questões relevantes sobre o adoecimento humano com ênfase 
em problemas de pragmatismo emergencial sob o ponto de vista biomédico-epidemiológico, 
Castiel relata que sob circunstâncias especificas as discussões suscitadas pelas observações 
de situações de limitações, insuficiências, dificuldades conceituais teóricas podem servir 
como matéria de reflexão e busca de superação para quem as percebe. Refletindo sobre 
aspectos como a dor humana, e a forma como nós a sentimos. Epistemicamente a dor é um 
fato obvio porem a forma como a sinto é subjetiva. 
Castiel indaga sobre a preocupação exacerbada com a procrastinação da morte, e que a 
fuga dos riscos se tornou sinônimo de vida sadia. E faz uma crítica a mídia como uma 
“Indústria de ansiedade” levando a comportamentos de riscos que devem ser evitados ou em 
outras palavras comportamentos conducentes á manutenção do estado de saúde. Ou seja, 
induzem a um auto cuidado exagerado, alicerçada a um discurso de evitação de fatores de 
riscos. “Saúde com certeza é diferente de vida. Ela seria antes um pré-requisito para o viver 
que inclui o prazer, a dor, a invenção, a criatividade e os arrebatamentos. E isso infelizmente 
não ocorre sem riscos.” 
Entrando agora no campo da saúde contemporânea, onde Castiel faz algumas 
observações: a saúde escapa das paredes dos hospitais e vai além e é definida pelo estilo de 
vida, alimentação e contextos sociais, econômicos e culturais, onde o corpo se torna o objeto 
da saúde, e o estar bem dos indivíduos é um produto de seus estilos de vida. E que deveríamos 
aproveitar desse ambiente globalizado em que vivemos para ressaltar a importância de nossas 
escolhas em nossas vidas, na manutenção da saúde e para uma vida mais tranquila e feita 
com escolhas conscientes, baseadas em fatos verídicos e comprovados cientificamente.

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