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Aplicação Prática Teórica IED Aula 02

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CAMPUS SÃO JOSÉ - SANTA CATARINA 
CURSO DE DIREITO 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - 2016.1 
PROFESSORA MONICA MORAES GODOY 
Aplicação Prática Teórica - Aula 02
CASO CONCRETO
“Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de direito, a cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação virtuosa (uma demonstração de virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude não são, consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela diferença em sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei” 
Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o direito e a moral?
Encontramos as relações entre heteronomia e autonomia. A primeira é característica do direito pois o que somos obrigados a cumprir é posto por um terceiro que é o Estado. É pela ação dos legisladores que as leis em geral são produzidas para regular a sociedade prevendo as devidas sanções para os cidadãos que não a cumprirem. E a segunda é própria da moralidade onde as normas são produzidas por um sujeito racional e livre no seu for íntimo, onde a interioridade não exige de um terceiro o cumprimento dessas regras, mas apenas a sua adesão. Também a coerção distingue a moral do direito. Enquanto a moral possui apenas uma coerção no sentido de consciência e intimidade, o direito abrange a coerção no sentido punitivo e de controle social. Mas direito e moral apesar de distintos não são necessariamente excludentes. “Manter os próprios compromissos” pode estar de acordo com ambas as esferas. Desde que exista por parte do sujeito uma ação moral e que esta ação coincida com o conteúdo de uma regra do direito. Por exemplo, racionalmente de forma livre e autônoma João assume que “manter os próprios compromissos” é uma regra desejável a todos e é um imperativo que pode ser universalizado. Acontece que João é obrigado a pagar pensão alimentícia pois não mora com o seu filho, mas ele paga fielmente pois segue a sua regra e não porque ele ama muito os seus filhos ou porque não quer ir para a cadeia. Ele paga a pensão pelo dever em si de cumprir com suas obrigações. Nesse caso, para Kant, moral e direito se aproximam.
Caracteriza a conduta de Ana Maria no contexto dessa relação entre Moral e Direito.
No âmbito da moral, Ana Marial pode sofrer sanções apenas no foro íntimo de sua consciência, caso ele sinta culpa pela sua infidelidade, ou sanções do seu círculo de relações sociais, como por exemplo a censura de amigos, da família ou de uma comunidade religiosa, caso a sua infidelidade tenha quebrado os padrões morais predominantes. 
Para Kant, quebrar os compromissos ou promessas não é algo que possa ser desejável a todos. A conduta de Ana Maria, nesta perspectiva, não condiz com uma moral racional e autônoma. 
Já no âmbito do direito a infidelidade de Ana Maria a princípio não pode ser penalizada. A Lei nº 11.106/2005 retira o adultério como conduta criminosa do Código Penal brasileiro. Contudo se a sua infidelidade gerar uma violação da honra e ferir a integridade física, mental ou de reputação de João de forma grave e existir um nexo causal pode existir a possibilidade dos danos morais. 
QUESTÃO OBJETIVA
(B) Proibição de dar gargalhadas em um velório (norma moral) e limite de velocidade em rodovias (norma jurídica).

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