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UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli PRODUÇÃO E MANEJO DE OVINOS – PROVA 2 NUTRIÇÃO DOS OVINOS Animal adaptado a uma variação de alimentação ao longo do ano, animal de origem de elevadas altitudes, onde a variação da alimentação é bem importante ao longo do ano. Responde bastante ao fotoperíodo. Variação do requerimento alimentar ao longo do ano Adequar a disponibilidade de alimento com seu requerimento alimentar Os ovinos são bastante sensíveis a variação da alimentação (ovino é muito mais sensível que o bovino a resposta da variação da alimentação) Período de encarneiramento: aumenta o requerimento alimentar Início da gestação: requerimento alimentar mais baixo Final da gestação (quando o feto cresce): aumenta o requerimento alimentar Parição: requerimento alimentar aumenta ainda mais Desmame: requerimento alimentar diminui bastante Médio a baixo: durante o início da gestação Lactação: requerimento mais alto Produção de lã X produção de carne Lã: mesmo o animal em mantença, continua crescendo. BAIXO REQUERIMENTO ALIMENTAR. Carne: depoisção de músculo e gordura requer muito mais energia e requer uma resposta reprodutiva bastante importante. Importante a boa nutrição desses animais, mais importante do que na produção de lã. Cada categoria animal tem um requerimento alimentar diferente. Fundamental separar categorias para poder alimentar bem cada uma delas. Borregas, ovelhas, cordeiros, carneiros. Ajustar o período de parição e consequentemente o período de acasalamento – período com maior disponibilidade de alimento Criação é a base de pasto. RS: animais lactando, cordeiros crescendo, pastagem de baixa qualidade e disponibilidade. VARIAÇÃO DO REQUERIMENTO ALIMENTAR OVINOS SENSÍVEIS À NUTRIÇÃO!!! UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Maior requerimento alimentar = maior capacidade de consumo Maior requerimento de energia e proteína como reflexo disso PERÍODO DE ACASALAMENTO 1 hipótese e 2 teorias: Efeito estático Efeito dinâmico EFEITO ESTÁTICO: ovelha tem potencial genético para ter X taxa de ovulação. Se a ovelha chegar no acasalamento com uma CC e peso adequado no período do acasalamento, ela vai demonstrar essa maior taxa de ovulação que ela tem. A taxa de ovulação está relacionada com a CC da ovelha 3 – 3,5 (boa) demonstrar sua taxa de ovulação *OVELHA JÁ TEM A CC BOA EFEITO DINÂMICO (FLUSHING): CC mais baixa. Se ela tiver ganhando peso antes e durante o período do acasalamento, isso tb vai ter um efeito no aumento da taxa de ovulação desses animais. Aumentando a nutrição da ovelha um pouco antes e durante o acasalamento, aumenta-se a taxa ovulatória *AUMENTA A CC DA OVELHA Ganhar peso (100 a 150g para ter efeito o Flushing) Ovelhas mais magras vão responder melhor do que ovelhas gordas Nos dois efeitos A ovelha tem uma taxa de ovulação maior do que a vaca = maior probabilidade de ter partos gemelares. A ovelha responde à redução do fotoperíodo = outono FLUSHING: Aumento de 2% na taxa de ovulação a cada quilo de aumento da ovelha encarneirada (2% de chances de ela ter partos gemelares). Como fazer? 2 a 3 semanas antes do acasalamento até 3 semanas após o início do acasalamento 400g por dia de ração Colocar ovelha numa pastagem melhorada Dar silagem da nutrição na taxa de ovulação das ovelhas Aumento da prolificidade: + de 1 cordeiro por ovelha CC ideal durante o acasalamento: 3 – 3,5 UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Qualquer coisa que faça com que ela começa a ganhar peso = favorece a taxa de ovulação. Todo produtor deve procurar um parto gemelar? NÃO. O cordeiro oriundo do parto gemelar vai nascer menor e tem maior probabilidade de morrer. Aumenta o requerimento alimentar da ovelha, principalmente em final de gestação, maior chance de toxemia da prenhez e vai aumentar o requerimento da ovelha durante a lactação. TEM QUE ESTAR PREPARADO!!! INÍCIO DA GESTAÇÃO Embrião se implantando no útero da ovelha, é um momento de perdas embrionárias (primeiros 30 dias após o acasalamento) NÃO É O MOMENTO DE ALTERAR A ALIMENTAÇÃO!!! Requerimento alimentar de mantença, não é tão alto. Redução do estresse ao máximo = Não é momento de casquear, pesar ou dosificar. Início da gestação: qualquer coisa feita nesse período reflete no tamanho do cordeiro ao nascer e pode afetar a produção de leite Até os 90 dias é momento que se forma a placenta = A Placenta produz progesterona Primíparas/borregas (em crescimento) – se tiverem uma elevada taxa de crescimento (mais de 300g/dia) pode reduzir a produção de progesterona (metabolização de progesterona no fígado, é removida), e consequentemente produz placenta menor. Superalimentadas: no início da gestação acabam produzindo cordeiros menores porque o tamanho da placenta fica menor. Subalimentadas: placenta também diminui o tamanho, e também gera cordeiros menores. Cordeiro menor = aumenta taxa de mortalidade Terço final e os 30 primeiros dias da gestação: são os períodos mais críticos Nem subalimentadas nem superalimentadas = MANTENÇA Ganho de peso ideal para borregas em torno de 80 a 100g/dia UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli (não fazer esquila antes dos 30 primeiros dias) TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO Terço final: dar uma alimentação melhor, que não fique muito tempo no rúmen Ruminantes: alimentação não deve ser feita repentina/brusca (acostumar bactérias ruminais) Feto demanda energia da ovelha (principalmente gemelar) – ocorre translocação da gordura da ovelha para o feto. Ovelhas muito gordas, a translocação é muito fácil (ácidos graxos na corrente sanguínea) = toxemia na prenhez (excesso de corpos cetônicos no fígado) Ovelhas gordas Ovelhas magras ou subnutridas (campo) A toxemia ocorre muito mais em partos gemelares porque a demanda energética do feto é maior LACTAÇÃO Período de maior requerimento alimentar Período mais crítico, principalmente no início da lactação Parição = balanço energético negativo (produção de leite) isso faz com que ela emagreça bastante (CC 1,5) Pico da lactação da vaca: 2, 3 meses Ovelhas: 2, 3 semanas (pico da lactação) Ovelha com parto gemelar produz em torno de 40% a mais de leite, tem demanda energética maior – varia de 30 a 50% Curva de lactação da ovelha: Pico (2, 3 semanas) e depois redução. A redução da produção de leite de um parto gemelar é maior do que um parto simples (queda maior) Depois de 12 semanas (3 meses) praticamente não há quase diferença entre um parto simples e um gemelar Grande parte dos desmames ocorrem com 3 meses de idade, quando a produção de leite já não é tão grande Importante: alimentar bem a ovelha durante 1 mês e meio (grande parte da produção de leite) TOXEMIA DA PRENHEZ UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Mudanças esperadas na condição corporal de ovelhas em um ciclo de produção PERÍODO SECO Mantença = é bom que a ovelha não perca peso 30 a 50g/dia AVALIAÇÃO DA CC É fundamental para metas e objetivos dentro da propriedade De 1 a 5 MONTA/ACASALAMENTO 3 – 3,5 INÍCIO DA GESTAÇÃO 2,5 – 3 FINAL DA GESTAÇÃO 3 – 4 *tem que ter uma reserva, pois haverá balanço energético negativo após esse período PARTO PARTO SIMPLES: 3 – 3,5 PARTO MÚLTIPLO: 3,5 – 4 PÓS-PARTO 1 – 1,5 DESMAME Mínimo 2 Sempre fazer avaliação da CC! UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli CORDEIRO As imunoglobulinas passam pouco pela placenta dos ruminantes, então a imunidade do cordeiro é obtida através do colostro (fundamental tomar nas primeiras 6hrs após o nascimento). O cordeiro nasce como monogástrico. O quanto antes ele tiver acesso à alimentação sólida, antes ele se transforma em um ruminante funcional. Alimentação sólida: estimula as papilas ruminais e o desenvolvimento do rúmen (Volumoso ou ração) Primeira semana até 10 dias: cordeiro só toma leite A partir dos 10 dias: segue a mãe, come algo Primeiro mês: totalmente dependente do leite CRESCIMENTO DO CORDEIRO Maior taxa de crescimento quando ele é jovem Pico da maior taxa de crescimento em torno das 20 semanas (5 meses) Quanto mais jovem: mais eficiente na utilização do alimento Eficiência: quilo de ganho quilo de energia ingerida Aproveitar ao máximo a maior eficiência da utilização do alimento e a taxa de crescimento quando ele é jovem (interessante fazer o creep feeding) Creep-feeding (só cordeiro): Maximiza o uso da ração (que é cara) quando dada ao cordeiro, pois haverá maior resposta, maior eficiência da utilização do alimento Boa pastagem não há necessidade de suplementação – dependendo do ganho de peso desejado Maiores custos na produção de cordeiros: mão de obra e alimentação Confinamento: alimentação é mais cara que mão de obra Creep-feeding – só o cordeiro tem acesso a uma alimentação concentrada Creep-grazing – só o cordeiro tem acesso a uma pastagem de melhor qualidade UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Para aproveitar maior taxa de crescimento e maior eficiência alimentar do cordeiro Os cordeiros com creep-feeding e creep-grazing tem desempenho melhor, segundo alguns trabalhos Creep-grazing – cordeiros com melhor sanidade CARNEIROS Não tem muitos problemas ao longo do ano, porque em grande parte do ano eles estão em mantença. Fora da estação de monta, em campo natural com sal mineral, mantém o peso. Excesso de peso/gordura pode ser deletéria para a produção de espermatozóides O carneiro não pode ficar muito gordo nem perder muito peso Espermatogênese: começa 60 dias antes Cuidado com o carneiro 60 dias antes do acasalamento é fundamento (fazer exame andrológico 60 dias antes) Durante o acasalamento: campo natural melhorado Cuidar com excesso de fósforo – cereais são ricos em fósforo (milho, aveia, trigo, centeio) e o macho tem o S peniano e apêndice vermiforme (acúmulo de sais, que promovem o cálculo renal - urolitíase). Equilíbrio entre Ca:P (2:1) Cobre – acumula aos poucos no fígado, doença metabólica silenciosa – sal mineral com excesso de cobre. Estresse: libera o cobre na corrente sanguínea = ocorre hemólise Usar sal mineral específico para ovinos LÃ Mesmo em mantença, a lã cresce e ela é de baixo requerimento alimentar Se aumentar o consumo, aumenta a produção de lã (isso leva um tempo) crescimento lento, mas tem uma maior produção de lã por animal Ganho por área na produção de lã é maior que o ganho por animal Nos machos, o equilíbrio entre a nutrição e a reprodução se dá pelo ajuste da produção espermática com as condições nutricionais. Nesse caso, um erro no manejo nutricional ocasiona mais uma perda genética com a diminuição de seus descendentes, do que uma ameaça à vida do reprodutor e do cordeiro. UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli A lã é uma proteína sulfurada, é bastante dependente do enxofre (elemento chave) – solos com deficiência de enxofre pode ser um problema (o enxofre tá no sal mineral) Aumenta o consumo de matéria seca, aumenta o crescimento da lã Injeção de proteína sulfurada no animal: produção de lã aumenta muito mais Ovinos tem exigência de macrominerais Como fornecer o sal mineral? Conforme a pastagem, o solo e a categoria animal. Diferentes requerimentos. Varia muito conforme o clima, mais água e menos água, quantidade de nutrientes diferentes para ser fornecido para os animais. Não existe uma receita. Recomendação é fornecimento de sal mineral à vontade para todas as categorias sempre. O animal controla o consumo através do cloreto de sódio, ao chegar uma certa quantidade, eles não consomem mais, apesar de gostar muito. Quando falta o cloreto de sódio: apetite depravado. Ovelhas se mastigam. Cloreto de sódio = sal mineral Pressão osmótica, balanço ácido-básico, metabolismo da água... Microminerais: Cobre – intoxicação (ovinos embaixo de parreiras e frutas de clima temperado em que se faz tratamento de inverno) Cobalto – relacionado com a vitamina B12. Selênio – relacionado como a vitamina E, antioxidante – importante no crescimento e para a reprodução (tecidos) – folhas verdes Os ovinos conseguem extrair bastante água do alimento (em condições frias). Em climas quentes com pastagens de verão, há necessidade de fornecer água. MANEJO DE PASTAGENS Parte importante UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli DILEMA: O animal come o que faz a planta crescer (folha verde = fotossíntese) Comer demais essas folhas acaba com a planta, e ao mesmo tempo se comer de menos o animal não cresce. PRODUÇÃO DA PASTAGEM: energia solar (fotossíntese) + carbono = tecido da planta Saber aproveitar ao máximo a energia solar (que é de graça) Importante ter e manter uma quantidade de folha residual Brasil e RS: cordeiros nascem em julho/agosto (época fria) período que não tem muita pastagem e falta muita disponibilidade de pasto e requerimento alimentar. Os ovinos sobrevivem em condições adversas, com piores pastagens, porque eles conseguem selecionar um pouco de folha verde em pasto com material morto. Ele está sempre selecionando folhinhas novas (porque gosta de folha nova e folha verde) e assim consegue uma dieta melhor, com mais PB. À medida que aumenta a massa corporal nos ruminantes, vai ter um consumo cada vez maior conforme o peso. Kcal/kgPV Animais menores: kgPV – comem mais O ovino tem mais superfície por kgPV e por isso tem um requerimento alimentar mais alto do que o bovino. Os ovinos tem um requerimento alimentar mais alto do que o tamanho do rúmen – taxa de passagem mais rápida – precisa comer uma dieta de melhor qualidade (mais digestível, conteúdo de proteína maior). 1. Manter área foliar residual 2. Ovino consegue sobreviver em condições mais áridas QUANTO O ANIMAL TEM QUE COMER? O ovino é um animal mais seletivo que o bovino Ruminantes menores: tem focinho mais bicudo (conseguem selecionar melhor o alimento) Ovino tem o lábio fendido, e ele consegue manipular/pinçar o que vai comer através dos lábios. UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli 3. Animal que tem alto requerimento alimentar (em relação ao bovino) 4. Animal extremamente seletivo A - Área com poucos animais por área – pasto de azevém em estágio vegetativo, pasto baixo B – Mesma área com mais animais e a mesma oferta de forragem animais comem mais, de boca cheia Oferecendo em diferentes alturas de pastagens, os ganhos e o consumo serão diferentes, devido a altura, massa de forragem, boca cheia (ou não) por bocado. O que faz a diferença é a forma como a pastagem é oferecida ao animal. Isso influencia o ganho e indica o consumo (principalmente pastagens de inverno em estágio vegetativo). Já na pastagem de verão, a folha é muito grande e o animal tem maior dificuldade para comer. Reflexos no ganho peso diário e na reprodução!!! O OVINO: o sempre come de acordo com o meio em que ele está o sempre tenta maximizar a taxa de consumo o sempre tenta aproveitar ao máximo o que tem disponível para ele Pasto muito rapado: come tudo o que tem na frente e não seleciona (“cortador de grama”). Reduzindo seleção, come menos massa e come dieta de pior qualidade. Oferta maior: seleciona mais e o que é melhor, come mais e de melhor qualidade. O ovino requer qualidade e quantidade de pastagem, apesar de sobreviverem em situações difíceis (em situações difíceis, não produzem adequadamente) 10 – 15cm de altura = ideal para o ovino Altura elevada: menor qualidade Quando a pastagem diminui o tamanho = menos massa de bocado Para compensar: mais bocadas por minuto (menores e mais rápidos) – pastejo por mais tempo („cortador de grama‟) IDEAL: BOCADA CHEIA UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Verminose: as larvas ficam na base do pasto (principalmente em pastagens de inverno) junto do solo. Importante manter determinada altura da pastagem Pasto muito alto também é ruim = mantém o ambiente com mais umidade junto ao solo e quantidade de larvas maior Sempre o intermediário! Nem de mais e nem de menos. Menor taxa de bocado = economiza energia para o ganho de peso. Pastagem de verão (alta) = pasto mais baixo, mais solo descoberto, mais planta daninha (anoni). milheto em torno de 30cm A entrada dos animais ocorre em torno de 20 – 25cm. Depois, os animais vão tentar manter a 30cm (não entrar direto nos 30cm) Folhas muito grandes: difícil manipulação. Tempo por bocado aumenta, nº de bocados por minuto diminui. Reduz a ingestão quando o pasto é muito alto. Azevém tem que tapar o casco dos animais (15cm) – pastagem de inverno Milheto tem que bater na barriga (30cm) – pastagem de verão Tamanho do piquete e número de animais = importante saber primeiro CAMPO NATIVO Em torno de 10cm de altura PASTAGEM DE INVERNO (animais em crescimento) 10 – 15cm de altura PERÍODO SECO OU INÍCIO DA GESTAÇÃO 10cm de altura TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO 15 – 20cm de altura PASTAGEM DE VERÃO (animais em crescimento) 15 – 20cm de altura PERÍODO SECO OU INÍCIO DA GESTAÇÃO 10 – 15cm de altura TERÕ FINAL DA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO 20 – 25cm de altura MILHETO (animais em crescimento) 25 – 30cm de altura PERÍODO SECO OU INÍCIO DA GESTAÇÃO 20 – 25cm de altura TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO 30 – 35cm de altura UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli FERRAMENTAS DE MANEJO PARA CHEGAR NAS ALTURAS IDEAIS DAS PASTAGENS: 1 – MÉTODO DA UTILIZAÇÃO DA PASTAGEM – rotativo ou contínuo Não vai afetar tanto a questão da verminose, pq o haemonchus se mantém no pasto por quase 100 dias conforme a estação do ano. Tentar regular o consumo dos animais – quando a pastagem cresce menos do que o animal come (pastagem de inverno) pode ser utilizado o método rotativo forçando com que o animal coma numa área menor e economizando pasto na frente. Tem que usar animais com mais baixo requerimento alimentar (secas e em início de gestação). Método rotativo serve para controlar o consumo e economizar pasto Método contínuo: come tudo o que tem, mas não pode comer mais do que está crescendo o pasto Pastejo rotativo: Controle do consumo pastejo mais uniforme manipulação de produção e oferta de forragem mais fácil maiores custos (cerca elétrica, mão de obra) Pastejo contínuo: consumo a vontade sem seleção formação de mosaicos (áreas mais pastejadas e áreas menos pastejadas) mais difícil manipulação de produção e oferta de forragem menor fluxo 2 – SUPLEMENTAÇÃO Suplementação (volumoso) para controlar o consumo do pasto e para alimentar mais o animal (para controlar a altura do pasto e manter ele com a disponibilidade desejada) Feno silagem = usar! Não dá pra depender só do clima, tem que ter um volumoso armazenado para controlar o manejo do pasto. Aumentar a produção de gramíneas (muitos animais e pouco pasto): UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli uréia = acelera e aumenta a massa de forragem – adubação nitrogenada para aplicar a uréia, é preciso que o solo tenha um certo grau de umidade e ele não pode estar muito frio; área foliar (fotossíntese) – temperatura não pode ser abaixo de 10ºC maior ganho por área, não por animal!!! 1. Método de pastejo / utilização da pastagem – rotativo/contínuo 2. Suplementação – feno e silagem/concentrado 3. Adubação nitrogenada – uréia 4. Separação de uma área – se crescer demais o pasto (e cortar esse pasto para transformação de feno e silagem) 5. Pastejo misto – com bovinos, ajuda a manter a altura do pasto Com equinos e bovinos: ajuda a diminuir a haemoncose PLANEJAMENTO Oferta de forragem Demanda dos animais por forragem RECONCILIAÇÃO DE ESTOQUE Para fazer o planejamento, é necessário saber a evolução do rebanho ao longo do ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ OVELHAS 432 432 432 528 528 480 480 480 480 480 480 480 CORDEIROS 240 240 480 120 CORDEIROS/BORREGAS 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 BORREGAS 96 96 96 96 Total: 480 Encarneiramento: ABR/MAI Nascimentos: SET/OUT (metade/metade) 360 cordeiros vendidos em dezembro (fica 120, pois 480 – 360 vendidos) 120 JAN/FEV borregas 24 borregas vendidas em NOV *invernadas vão passar o inverno Fica com as 96 melhores borregas para a reposição (20% dos 480) Das 96, saem 48 (ovelhas velhas, descarte após desmame) 480 – 48 = 432 432 + 96 = 528 96 borregas vão ser acasaladas junto com as ovelhas Carneiro = sempre o mesmo número de animais todo o ano Mês de maior requerimento alimentar = OUTUBRO (após parição) UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Mês de menor requerimento alimentar = JUNHO/JULHO (após o acasalamento) Pico da lactação = forragem à vontade PRODUÇÃO DE LÃ o RS = berço da produção de lã no Brasil O ovino selvagem era praticamente todo coberto por pêlos. Com a seleção para a produção de lã, ele se transformou em um animal bastante diferente do que era o ovino selvagem há milhares de anos atrás = ovino doméstico. *lanilha aquecia o animal Pêlo X Lã = a diferença são as características da fibra Pêlos são fibras mais grossas com medula continuada Lã tem fibra mais fina e muitas vezes não tem medula ou tem medula contínua Lanilha tem características da lã, foi o produto da seleção. Merino australiano = maior raça produtora de lã. Está para a ovinocultura assim como a raça Holandesa está para a bovinocultura de leite. FIBRAS LONGAS = pêlos FIBRAS CURTAS = lanilha PELE UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Com o tempo e a seleção massiva para a produção de lã, se perderam algumas características desses animais. Um animal coberto de lã tem maiores dificuldades de trocas com o meio, perdeu um pouco da capacidade de constrição periférica dos vasos. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS QUE SE DIFERENCIA DO PÊLO: Capacidade elástica – elasticidade Flexibilidade Suavidade – relacionada com a finura da lã: quanto mais fina, mais suave Igroscopicidade – capacidade de absorção de água Cor branca – importante para a indústria (quanto mais branca, melhor) Resistência ao fogo A china é um grande produtor de lã pela população de ovinos existente, mas também é um grande consumidor (produção e importação) Os grandes importadores de lã são os países mais ricos do mundo, no hemisfério norte Grandes produtores de lã (hemisfério sul): 1. Austrália (Merino australiano) 2. China 3. NZ 4. argentina 5. uruguai Vesturário: lã de melhor qualidade Interiores: carpetes, tapetes, cortinas Industriais: filtros de automóvel (piores lãs) EXIGÊNCIAS INDUSTRIAIS: Quanto menor o diâmetro da fibra, melhor e mais suave e mais coisas consegue-se fazer com ela. Mas tem que ser resistente. A indústria exige um comprimento da fibra mínima Coloração mais branca – indústria paga mais Lã com ausência de contaminantes – lã limpa Lã fria: pode ser usada tanto no verão quanto no inverno FOLÍCULOS PILOSOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS: Folículos primários: maiores que vão produzir pêlos (fibra mais grossa, com medula continuada) GRANDES IMPORTADORES = HEMISFÉRIO NORTE (PAÍSES RICOS) GRANDES PRODUTORES = HEMISFÉRIO SUL CHINA = PRODUZ E CONSOME UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Associado ao primário: tem a glândula sudorípara que produz o suor e glândulas sebáceas (subst. Gordurosa para proteger a fibra e evitar nós com outras fibras) músculo pilo eretor Ao redor dos primários, surgem durante o período fetal os folículos secundários que vão dar origem á lã. Folículos secundários: menores que vão dar uma fibra com pouca medula ou sem medula, que vão gerar a lã. Podem ou não ter glândula sebácea não tem gl. Sudorípara nem músculo pilo eretor Na pele do animal esses folículos primários estão dispostos em grupos de 3 chamados de tríade Ao redor dos primários temos os secundários que são vários. Quanto mais selecionado para a produção de lã for o animal, a relação folículo primário – secundário vai ser menor. Vai ter mais secundário em relação ao primário. SURGIMENTO DOS FOLÍCULOS: Os folículos primários vão surgir em torno dos 40 dias de período fetal Eles vão estar sendo criados até os 90 dias de período fetal. Crescem em ondas, começa no focinho em volta dos olhos do feto e depois patas, e corpo inteiro. No final da formação, nos 90 dias, começam a surgir os folículos secundários ao redor dos primários. A nutrição durante a gestação tem um efeito na formação desses folículos. (principalmente terço final) Os folículos secundários se formam até o final da gestação. Os cordeiros nascem com todos os folículos, mas muitos desses folículos vão amadurecer até 1 ano de idade. Gl. sebácea tem secreção contínua Suorda = lanolina (parte gordurosa separada) A produção de lã tem herdabilidade elevada, acima de 40% de H Merino: 20 folículos secundários para 1 folículo primário A lã de boa qualidade não tem medula Lã mais fina tem bastante escamas, mas são escamas menores Escamas maiores refletem mais a luz do que escamas menores UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli A lã mais fina é mais opaca do que uma lã mais grossa A medula dificulta o tingimento Quanto mais grossa a lã, mais medula ela vai ter COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA LÃ Praticamente proteína, queratina, 18 aminoácidos essenciais (cistina e metionina são os principais – sulfurados). Enxofre é importante para a produção de lã. Carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e enxofre. FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE LÃ Idade do animal - prod. Máx 2 – 3 anos de idade Carneiros produzem mais lã do que o capão e o capão produz mais que as ovelhas Carneiros tem mais superfície pq são maiores Ovelha tem maior variação fisiológica durante a ano (gestação, parição, lactação) Efeito materno – filhos de borregas ou de partos gemelares produzem menos lã Ovelhas durante gestação e lactação reduzem a produção de lã No inverno, animais mal nutridos: a lã afina e pode quebrar A gestação e a lactação podem piorar a produção e a qualidade da lã Finura da lã – máxima importância – quanto mais fina, mais suave Comprimento de mecha não muito curta Coloração branca Menos material vegetal Menos variação do diâmetro Lã mais fina: merina – menos de 22 micras de finura Amerinada – 22.1 a 23.4 Prima A Prima B Cruza 1 até 6 Crioula Não se deve esquilar o animal mais de uma vez por ano, pois a mecha pode ficar muito curta. A esquila se faz a cada 12 meses. 80% do valor é pela finura e 20% pelo comprimento Cardar: colocar todas as fibras de lã no mesmo sentido Urina mancha a lã UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Onde ensacar a lã? Sacos de semente e de adubo que soltam fios de plástico podem contaminar a lã (sacos trançados). Sacos de polipropileno desfiam Saco bom para colocar a lã – polietileno A visualização da finura da lã é feita pelo número de ondas que ela possui Lã grossa tem ondas maiores mas menos frequentes Lã fina tem ondas menores mas mais frequentes Lã de capacho tem afinamento durante o inverno por causa da nutrição (fibras soltas no velo e outras crescendo) Saco de juta é o mais usado – tecido vegetal – indústria não gosta muito, mas é o que o produtor usa. Também desfia. Ideal é saco de polietileno. Dois tipos de saco de juta (uruguai e nordeste – nordeste pior qualidade) TOSQUIA Qualidade da lã pode ser perdida com a esquila A tosquia é muito importante Separar categorais – porque cada categoria tem uma variação de lã Limpeza das partes manchadas com fezes e urina O que chega na indústria é aproveitado em torno de 60% após a limpeza 2 TIPOS DE TOSQUIA: Tradicional – RS, tesoura martelo ou máquina elétrica – esquila primeiro o velo (todo o corpo) e depois pata e barriga. Amarra o animal. Tali hay – australianos pensaram em uma esquila para ser mais eficiente, porque a mão de obra é cara. Sentar o animal e esquilar barriga e pata sem prender e depois esquilar o resto. É o que se recomenda, é melhor para o animal e é mais rápido e mais eficiente. Menos estresse para o animal e se aproveita mais a mão-de-obra. Menor ocorrência de recortes na lã. Passos para a esquila tali hay: Derrubar o animal Nunca se deve passar a tesoura duas vezes no mesmo lugar, por causa do comprimento do velo Tesoura sempre no mesmo sentido Barriga e pata e depois velo Macho: cuidar prepúcio, pênis e testículos Fêmea: cuidar úbere Se deve evitar pisos que não consegue varrer: terra ou concretos mal feitos. De preferência piso de madeira. UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Mesa para estender o velo, para tirar pontas queimadas e manchados Separar lãs de categorias e por partes (pata, barriga, manchadas, etc) Classificar velos conforme origem Após tosquia, tratar animais que tiverem com ferimentos decorrentes desta MANEJO SANITÁRIO Pilares que sustentam a produção animal (independente da espécie) 1. Sanidade 2. Manejo integral 3. Genética (reprodução – seleção) 4. Nutricional (volumosos, concentrados e água de boa qualidade) O manejo sanitário é composto por uma engrenagem onde temos: Manejo sanitário preventivo Manejo sanitário curativo Doença: perdas na produção Quais os custos de uma doença instalada na produção? Diminuição da produção do que o animal poderia estar produzindo (carne, lã) Gastos – mão-de-obra, cura, tratamentos, descarte dos animais MANEJO SANIÁRIO CURATIVO: Diretamente relacionado com as perdas: mão-de-obra e tratamentos, e carência de medicamentos Identificar e tratar os problemas – ações curativas Levar em consideração o custo – benefício O que é mais em conta? Curar ou prevenir? Prevenir sempre é mais barato do que tratar os animais UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli AÇÕES PREVENTIVAS: 1. Andar o campo e olhar os animais – revisar o rebanho diariamente e fazer a recorrida de campo 2. Criar os animais em ambiente limpo e higiênico 3. Proteção contra chuva, vento e sol (bem-estar animal) 4. Diminuir a incidência de moscas e roedores que funcionam como vetores para muitas doenças 5. Fornecer alimentos e água frescos com qualidade e quantidade necessária 6. Identificação dos animais 7. Separar e manejar os animais em grupos em categorias e faixa etária 8. Fazer manejo santiário preventivo e prático do rebanho 9. Calendário de procedimentos, vermifugações e vacinações 10. Isolar animais aparentemente doentes (precisa fazer a recorrida de campo) 11. Descartar animais com doenças crônicas 12. Fazer quarentena para novos animais que entrarem na propriedade (pode ser 30, 20 dias – de acordo com o manejo sanitário e medidas tomadas) – período isolado do animal para controle e vista melhor, não precisa ser necessariamente 40 dias – observação do animal 13. Utilizar equipamentos limpos, desinfetados e descartáveis 14. Reduzir o estresse no rebanho através de um manejo geral adequado – ovinos são animais estressados, estresse diminui a imunidade (treinamento dos funcionários) 15. Pesquisar e avaliar sempre as causas de morte no rebanho – causas de aborto O manejo sanitário é planejado dentro de cada propriedade (“da porteira para dentro”) DOENÇAS: Doenças de ovinos podem ser classificadas em: Infectocontagiosas – agente bacteriano ou viral Doenças metabólicas e carenciais Doenças parasitárias DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS: Foot-rot principal doença do sistema locomotor de ovinos Infecção da pele do espaço interdigital (entre os dígitos, cascos – ovinos são biungulados, tem 2 cascos) UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Ele se dá pela ação sinérgica de duas bactérias (precisa ter essas duas bactérias no ambiente para ter a doença): Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum Transmissão: precisa ter um animal portador de dichelobacter nodosus no ambiente, ele pode ter sido inserido no rebanho sem quarentena em épocas do ano em que tenha muita chuva e calor, o que propiciam o amolecimento do espaço interdigital, que permite a entrada de bactérias. Animal portador + ambiente propício = disseminação da doença no rebanho. Casqueamento sem desinfecção Claudicação em diferentes graus dependendo da gravidade das lesões Podem estar avançadas, animais pastam ajoelhados Lesões benignas ou virulentas (dependendo da cepa) Benigna: avermelhamento – úmido – odor fétido no interdígito Virulenta: necrose dos tecidos moles e deslocamento do casco Miíases são complicações recorrentes Prevenção: ambiente: umidade e calor e alta densidade populacional hospedeiro: bactérias não penetram em pele íntegra. Pastos limpos que não tenham muitas pedras. Agente: quarentena, saber identificar cepas Controle: Casqueamento anual – pelo menos uma vez por ano, corretivo e preventivo (corta até onde não sangra) Selecionar animais com alteração no casco: vermelhidão, casco com grande crescimento, etc. Animais sadios passam pelo pediluvio e são colocados em pastagem por 14 dias (tempo que a bactéria sobrevive no ambiente) Animais doentes passam pelo pediluvio 4 vezes (a cada semana) e depois são colocados em pastagem limpas Animais com lesões crônicas devem ser removidos do rebanho PEDILÚVIO: Sulfato de cobre ou zinco ou formalina Sulfato de cobre pode manchar a lã – cuidado Formalina – difícil de comprar – mais utilizada Sulfato de zinco – é mais caro Ectima contagioso ZOONOSE causada por um vírus parapoxvírus Se multiplica na junção muco cutânea – lesões cheias de crostas Animais imunossuprimidos e jovens (desmame) UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Transmissão: contato direto com as crostas, onde o vírus está presente Penetração ocorre em feridas e escarificações, não penetra em pele íntegra Local de preferência: comissura labial Controle: evitar superlotações, limpezas das instalações, limpezas dos materiais e evitar escarificações. Manejo de colostro ideal e nutrição ideal, evitando situações de estresse, evita problemas com ectima Vacina deve ser utilizada somente em propriedades onde tem ectima, vacina com virus vivo. Somente em propriedades onde já tenha tido o ectima Vacinar cordeiros entre 15 e 20 dias de idade e ovelhas 6 semanas antes da parição Ceratoconjuntivite doença relacionada a imunossupressão Bactérias de diversos gêneros, em especial o mycoplasma Conjuntivite – olhos fechados, lacrimejantes, opacidade da córnea (dependendo da gravidade) – dor e incomodação Animais jovens, recém desmamados, sem colostro, ambientes sujos – propícios Animais adultos com estado nutricional inadequado e doenças recorrentes, ambientes sujos, poeira – propícios Controle: cuidado com a introdução de animais sem quarentena Isolar os animais doentes Alta morbidade Evitar pastos altos e grosseiros, exposição a poeira e moscas devem der evitadas Lesões são reversíveis e tem alto cura de 10 a 21 dias. Medidas curativas: colírios a base de tetraciclina, animal isolado com boa nutrição Linfadenite caseosa doença crônica com formação de abscessos purulentos e secreções caseosas „mal do caroço‟ Aumento de volume na região dos linfonodos uni ou bilateral Bactéria corinebacterium pseudotuberculosis Transmissão: está relacionada com animais portadores, que tenha a linfadenite, a ruptura do abscesso contamina o ambiente e os outros animais (oral ou cutânea, aerógena) Rompimento do abscesso Bactéria permanece muito tempo viável no ambiente. Solo: até 8 meses viável UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Controle: não deixar o abscesso romper no ambiente, isolamento imediato do animal afetado, fazer drenagem do abscesso antes de romper, limpeza com solução fisiológica, animais permanecem isolados até completa cicatrização da ferida. Descarte do material após limpeza do abscesso. Evitar disseminação do agente Desinfecção dos instrumentos e instalações Aquisição de animais de plantéis limpos Nordeste tem ocorrência maior da doença (vegetação) Controle especial na tosquia desses animais, medidas higiênicas Animais jovens devem ser tosquiados primeiro do que os mais velhos existe vacina e tá sendo testada clostridioses vacina polivalente anual vacinação: clostridioses e raiva (em lugares endêmicos) DOENÇAS METABÓLICAS E CARENCIAIS: estão diretamente relacionadas com manejo nutricional urolitíase: principalmente em machos que tem uretra maior e posições anatômicas como o S peniano e o apêndice vermiforme que facilita a obstrução castrados antes dos 5 meses faz com que a uretra não tem crescimento total, é mais fina, também favorece a obstrução principal causa: erro no manejo nutricional, alimentação rica em concentrado com baixa fibra e rica em fósforo em relação ao cálcio toxemia da prenhez: superalimentação ou subalimentação no terço final da gestação super: passam por momentos de estresse que gera anorexia aguda que desencadeia a cetose sub: exigência energética maior para a manutenação dessa gestação, mobilização de gordura e produção de corpos cetônicos prevenção: manejo nutricional adequado no terço final da gestação identificação de animais de partos multiplos para ter aporte nutricional adequado para manter a exigência energética intoxicação por cobre: ingestão de alimentos com altos níveis de cobre UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli os ovinos tem alta capacidade de armazenar cobre no fígado e baixa capacidade de excreção no fígado, causando toxicidade bovinos são mais tolerantes ao cobre sais minerais de bovinos tem alta quantidade de cobre – usar sal mineral exclusivo para ovinos!! cuidar ração com níveis de cobre principal sinal: urina cor de coca-cola DOENÇAS PARASITÁRIAS: sarna: coceira e lesões de alopecia piolho: ocorrem no inverno quando a lã tem o crescimento máximo. Coceira intensa. Nessas duas doenças os animais tem menor ganho de peso porque ficam incomodados e deixam de se alimentar. Piolhos hematófagos podem causar anemais, danos na qualidade da lã São doenças de notificação obrigatória no RS Controle: 1 tratamento profilático injetável ou tópico após a tosquia, banhos feitos até março, identificação dos animais tratados e a contagem do rebanho a cada tratamento Banhos de asperção não são mais utilizados Miíases: larvas de moscas que se desenvolvem em lesões cutâneas dos animais Controle: evitar lesões na tosquia e assinalamento, dosificações e cirurgias Colocar repelentes de moscas Cura de umbigo Verminoses gastrointestinais: principal enfermidade Gastos, prejuízos e uso indevido de anti-helminticos Altas perdas econômicas – perdas diretas: morte do animal, doença em si, diminuição do ganho de peso, condenação de carcaça, leite / Perdas indiretas: suscetibilidade a outras doenças, diminuição da eficiência reprodutiva e conversão alimentar Abomaso: haemonchus* UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Haemonchus é o principal vilão, o mais permanente. Ação de hematofagia, causa anemia por perda de sangue de 0,05ml (cada larva se alimenta). 5 mil a 10 mil ovos. Sinais na propriedade que esteja com haemonchus: anemia, mucosa de coloração branca ou pálida, hipoproteinemia (sugam todos os componentes sanguíneos) edema da terceira pálpebra e papeira. Outros parasitos: diarréia Controle parasitoses: planejamento estratégico, pensando no ciclo das parasitoses: Parasita, ambiente e hospedeiros. 95% dos parasitas estão no ambiente 5% parasitando os animais Carga maior de parasitas no ambiente Pastejo com alternância de espécies – bovinos e equinos Pastejo com alternância de categorias – animais mais jovens são mais suscetíveis Manter lotação adequada do campo – quantidade de fezes e contaminação Formação de pastagens anuais Produção de feno – pastagens são ressecadas e diminui contaminação Pastoreio rotativo – é útil mas precisa ser muito bem planejado Hospedeiro: idades mais suscetíveis – 4 meses a 15 meses de idade Bom estado nutricional tem melhor resposta imune. Subnutridos são mais suscetíveis. Raças deslanadas são mais resistentes a verminoses (Santa Inês, Morada Nova) Animais resistentes, resilientes e suscetíveis no rebanho 1. Resistentes: imunidade do animal diminui o número de ovos do parasita, conseguem combater a infecção. 2. Resilientes: tem habilidade de resistir a infecção parasitária. Suportam os efeitos e mantém a produtividade. Continuam contaminando os pastos, problema. Não demonstram sinais. 3. Suscetíveis: vão ficar doentes e vão morrer, independente da carga parasitária. Distribuição dos 5% dos parasitas que habitam nos animais: 80% estarão em 20% dos animais do rebanho (suscetíveis) 80% dos parasitas em 20% dos animais Poucos animais do rebanho com maior carga parasitária Descarte dos suscetíveis Identificar os animais resistentes e fazer cruzamentos, para aumentar a genética da resistência Dar um bom aporte nutricional para esses animais UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Manejo nutricional*** - Boa nutrição, conseguem passar pela infecção parasitária Controle parasitas: 1. Parasitas resistentes ao anti-helmintico 2. Sensíveis 3. população refúgio (aqueles que estão no ambiente e ao dosificar o animal, não entra em contato com o vermífugo pq está no ambiente) NÃO ELIMINA O PARASITO: Intervalos curtos entre tratamentos faz com que as larvas tenham contato com o vermífugo e fica resistente Rotação rápida com princípios ativos, seleciona as mais resistentes Tratamento de todos os animais do rebanho, os que não necessitam recebem tambem Dose, concentração e subdoses – manejo inadequado Aquisição de animais com parasitas resistentes Manejo inadequado no momento do tratamento Planejamento estratégico do controle da verminose: Diminuir o uso de vermífugos nas propriedades – urgente – dosificação estratégica Custos X benefícios Associar a esse tratamento um manejo de pastagem, manejo nutricional... Cordeiros vermifugados apenas no desmame, ovelhas pré-cobertura, 2 semanas antes do parto e 48hrs pós-parto e no desmame dos cordeiros Carneiros vermifugados apenas na pré-cobertura Diagnóstico individual – grau de anemia 4 a 5 do sistema famacha Famacha: associa diferentes colorações de mucosas com valores do hematócrito Dosificação dos animais que apresentam apenas esses graus Cuidados na utilização: treinamento técnico, certeza absoluta que é o haemonchus que está envolvido na parasitose (coprocultura e identificação). Grande quantidade de animais no rebanho com anemia: vermifugar todo mundo Utilizar vermífugo com eficácia acima de 90% Tratamento estratégico de acordo com o número de OPG Quando tem rebanhos pequenos, OPG individual UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli CARCAÇA OVINOS – CORTES DE CARNE Crescimento do cordeiro: Nasce em torno de 4kg Máxima taxa de crescimento se dá em torno das 20 semanas ou 5 meses de idade (varia conforme nutrição e raça) Essa taxa de crescimento vai diminuir até o animal chegar a fase adulta Por que se faz creep-feeding? Porque nessa fase mais jovem é que eles são mais eficientes no uso da alimentação. Alimentação = ganho de peso Ração é cara, só o cordeiro come, ovelha não. o Quando mais jovem o animal, mais eficiente ele é Formação dos diferentes tecidos nesse crescimento: Gordura Músculo osso O cordeiro nasce proporcionalmente com menos gordura, mais osso e mais músculo. Com o passar do tempo, o que mais varia é a gordura, a medida que o animal envelhece, é o que vai diferenciar se ele está pronto para o abate. herdabilidade dessas características: EGS ou ALD (área do longissimus dorsis) – não tem herdabilidade muito grande porque a nutrição tem grande importância e o ambiente também Herdabilidade mede o que é genético Gordura e músculo estão relacionadas com a nutrição O que é mais relacionado com a genética são as relações músculo X gordura Ideal = lã Corriedale = carne Ideal acumula gordura antes que o corriedale UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli As raças de lã são mais precoces no acúmulo de gordura do que as raças de carne Se quisermos a mesma quantidade de gordura, tem que abater em momentos diferentes Em que momento devemos abater o cordeiro? Quem vai definir é o mercado para onde você vai abater, é o consumidor. No RS: cordeiro menor, em torno de 12 – 15kg – animal em torno de 30- 35kg de PV mas que esteja em uma CC em torno de 3 – 3,5 e que seja dente de leite EUA: carcaças grandes (suffolk) 40-50kg – 80kg de PV Os animais na Europa são quase sempre terminados em confinamento, com ração Em SP e PR: carcaças um pouco maiores No pré-abate tem que estar em bom estado sanitário Sul e sudeste: 30-40kg PV Antes do abate: 24hrs em jejum, recebendo apenas água em 12hrs (limpeza) É fundamental que o animal não sofra estresse antes do abate Tenha instalações e manejo adequado do animal antes do abate Não pode ter hematomas na carcaça - Instalações tem que ser mais arredondadas possível Evitar animais soltos no transporte Caminhões exclusivos para transportes de cordeiros na espanha Nunca levar um cordeiro sozinho, pelo menos 5 (animais gregários) Máximo de cuidado e mínimo de estresse ABATE Tem que ser o mais humanitário possível, animal não pode sofrer no momento do abate Conversão do músculo em carne Insensibilização ou situação inconsciente Por questões religiosas existem maneiras em que não se faz a sensibilização Kosher – método judaico Animal não deve sofrer – sofrer o mínimo possível Levar os cordeiros sempre em grupos Quanto mais rápido fazer a sangria, melhor (entre a insensibilização e a sangria) O sangue tem um pH próximo de 7 – meio de cultura muito bom – quanto mais sangue tirar da carcaça melhor (coração batendo e pressão arterial) Esfola = tirar o pelego do animal - Não se usa faca, evitar contaminação da carne o mais rápido possível Não pode rasgar o pelego nem gordura subcutânea UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Retirar vísceras = amarrar o ânus para que todo o conteúdo do intestino não suje a carne Carcaça é pesada no final, carimbada. Características da carcaça: 1. Peso 2. Estado de engorduramento 3. Conformação da carcaça – espessura de carne da gordura subcutânea em relação as dimensões do esqueleto – convexa, retilínea ou subconcava Raça, sexo, idade, alimentação, sistema de criação, sanidade Raças específicas para produção de carne tendem a ter mais músculo e menos gordura, e conformação mais convexa da carcaça Ovelhas depositam mais facilmente a gordura do que o capão e do que o carneiro (tem menos gordura, principalmente na paleta) Carneiro é maior Quanto mais velho, mais gordura vai ter, maior tamanho de carcaça Alimentação tem grande influência na qualidade da carcaça Doença atrasa a deposição de gordura Rendimento de carcaça de um ovino: 42 - 43% Raças mais específicas para carne: 47 – 48% Sempre é mais baixo do que o bovino Gordura: evita-se o ressecamento da carcaça e a protege contra microrganismos Camada de gordura é importante Tem que ter gordura para proteger a carcaça Tipificação de carcaças Carcaças mais parecidas. Define um tipo de padrão, com normas para uma carcaça boa ou ruim. Muito teórico, frigorífico não se importa Parâmetros qualitativos e quantitativos de avaliação de carcaça Quantitativos: medidas objetivas que pode calcular em relação a avaliação de carcaça Peso vivo do animal Peso vivo ao abate Perda de peso ao jejum e depois do jejum Peso da carcaça quente – depois do abate Rendimento de carcaça quente Peso da carcaça fria – após 24hrs de resfriamento Rendimento de carcaça fria ou comercial UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Peso ao resfriamento – quanto perdeu ao ser resfriado Qualitativos: parâmetros de qualidade da carne AOL – músculo – área do longissimus dorsi entre a 12 e 13 costela EGS – espessura de gordura subcutânea Marmoreio – não é tão importante como em bovinos pH – mais importante. O que vai medir o quanto o músculo se transformou em carne. O processo se dá através da diminuição do pH, chegar a 5. A carne tem que ter o gosto mais ácido. Animal estressado não consegue reduzir o pH. DFD: pH superior a 6 (carne seca, firme, dura e escura, quando não se consegue baixar o pH) cor – mais avaliada na hora de comprar, depende da idade e da alimentação do animal maciez – não é tão importante em ovinos mas é importante na redução do pH suculência *refrigerar a carne antes de congelar (24hrs) Se precisar congelar antes, choque Cortes: Diferentes tipos de cortes RS: separar a paleta, a perna e o lombo (entre os ossos da bacia e as costelas) Costelas verdadeiras (ultimas 8 costelas dorsais), falsas (primeiras 5 vértebras dorsais) Pescoço Vende para churrasco ou boutique de carnes, restaurantes mais finos MANEJO REPRODUTIVO Melhor maneira de se medir a eficiência reprodutiva UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Nº cordeiros desmamados no ano Nº de ovelhas acasaladas RS: taxa de desmame é de 50 – 60% Duração do ciclo estral: 16 – 17 dias Duração do estro: 30 – 36 horas (em borregas de 10 a 24hrs) Existe mais rufião em ovelhas do que em outras espécies, porque as ovelhas não demonstram „escandalosamente‟ o seu cio Duração da gestação: 146 a 152 dias (mais ou menos 5 meses) Parto gemelar: mais curta a duração (146 dias) Ovulação ocorre no terço final do estro Observar o cio de manhã, inseminar a tarde Borrega entra na puberdade ao 5 – 7 meses Raças com taxas maiores de ovulação entram mais cedo em puberdade *se acasalar uma borrega que ciclou a primeira vez porém não cresceu muito ainda, vai ter um carneiro menor - Fêmea precisa de 70% do peso adulto para acasalar Quanto mais precoce o acasalamento, melhor Fatores que afetam a puberdade e a cobertura: Genética Raça – algumas tem mais facilidade de ter partos gemelares Nutrição – idade e peso corporal Subnutrição Tipo de parto – simples ou gemelar Luminosidade Efeito macho CUIDADOS PRÉ- ACASALAMENTO: Preparar 30 dias antes (depois que acasalar, não se deve manejar – período crítico) Revisão do animal: tem mastite? Tem rachadura no teto? Tem miíase? Glândula mamária está ok? Casqueamento – se o animal não tiver com o casco adequado, não vai conseguir ficar de pé e isso vai atrapalhar a reprodução Aplicar vermífugo sempre independente do OPG e de tudo. Aplicar em todas. Avaliação do ECC Pesar ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA: As ovelhas respondem a redução do fotoperíodo Acasalamento no outono e parição na primavera UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli Raças de latitudes maiores respondem mais ao fotoperíodo – suffolk, texel, hampshire down, romney marsh* As raças de carne tem sido mais prolíficas SISTEMAS DE REPRODUÇÃO: MONTA NÃO CONTROLADA – deixar as ovelhas com os carneiros “a deus dará” Ocorre com produtores que não dão muita bola, não é legal É IMPORTANTE TER ESTAÇÃO DE MONTA, vai concentrar o nascimento dos cordeiros Fertilidade Alimentação Clima Mercado São fatores que influenciam a determinação do período para reprodução Duração da monta: 42 a 56 dias PINTAR OS CARNEIROS: Amarelo – 0 a 14 dias Verde – 15 a 28 dias Rosa – 29 a 42 dias Preto – RUFIÃO – 43 a 60 dias Pode acontecer da ovelha não emprenhar e entrar no cio novamente (vai ficar com mais cores) UFRGS – produção e manejo de ovinos PROVA 2 Renata K. M. Marcançoli
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