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AULA (Paratopias novo)

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02/03/2016
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PARATOPIAS
Prof. Dr. Giuliano Queiroz Mostachio
UNIRP – Centro Universitário de Rio Preto
Conceitos
• Paratopia – Que está fora do lugar ou deslocado,
ou seja, qualquer deslocamento de órgão.
• Hérnias caracterizam-se pela saída de vísceras
de sua cavidade, através de um orifício,
geralmente em locais de fragilidade tecidual.
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Conceitos
• Hérnias podem ser:
� Adquirida ou traumática: mais comum em animais.
� Congênita: presente desde o nascimento.
� Hereditária: quando presente o paciente deve ser castrado.
• Classificação:
� Estrutura
� Alteração funcional
� Anatomia
• Estrutura:
�Hérnia verdadeira:
- Conteúdo: vísceras
- Saco herniário: prega do peritônio.
- Anel herniário: ponto de ruptura.
�Hérnia falsa:
- Não apresenta alguns dos constituintes básicos.
- Ocorre normalmente ausência do saco herniário.
Classificação
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Classificação
• Alteração funcional:
� Hérnia redutível
� Hérnia irredutível
- Encarcerada: ocorre quando o intestino está presente.
Trânsito intestinal fica interrompido devido a compressão.
Compressão→ estase→ fermentação (dilatação)→ estiramento da parede→
prejuízo na vascularização→ isquemia, necrose e liberação de toxinas.
- Estrangulada: normalmente devido a uma retração do anel herniário.
Obstrução dos vasos → fermentação do conteúdo → dilatação → prejuízo na
vascularização→ isquemia, necrose e liberação de toxinas.
EMERGÊNCIA
Classificação
• Anatomia:
� Hérnia umbilical
� Hérnia inguinal
� Hérnia perineal
� Hérnia diafragmática
� Hérnia traumática e pós-incisão (Eventração e Evisceração)
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Etiologia
• Fatores predisponentes:
� Regiões anatômicas mais frágeis (ex. diafragma, anel inguinal).
� Aumento da pressão intra-abdominal.
� Espécie→ gatos (quedas) e cães (atropelamentos).
� Raça→ animais de grande porte são mais susceptíveis.
� Idade→ jovens (hérnia umbilical), idosos (hérnia perineal).
� Sexo→machos, idosos (hérnia perineal), fêmeas (hérnia inguinal).
Hérnia Umbilical
• É qualquer defeito na cicatriz umbilical que possa
permitir a protrusão de parte do conteúdo abdominal.
• Etiologia:
� São quase sempre congênitas resultantes de um defeito no
desenvolvimento embrionário.
� Resultam da fusão incompleta ou retardada das pregas laterais
(principalmente o músculo reto abdominal e sua fáscia).
� Pode ser também de origem hereditária e normalmente esta
associada a outras alterações (ex. criptorquidismo).
Cães e gatos afetados NÃO devem ser utilizados como 
reprodutores
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Hérnia Umbilical
• Etiologia:
� Adquirida – Manejo inadequado do cordão umbilical durante o
nascimento.
Aumento da pressão intra-abdominal.
• Hérnia abdominal mais comum em animais de pequeno
porte.
• A incidência é a mesma em cães e gatos.
• Não existe predileção quanto ao sexo do animal.
• Maior parte dos animais são diagnosticados durante a
OSH.
Hérnia Umbilical
• Sinais clínicos:
� Aumento de volume na região umbilical.
� Dor, depressão, vômito e saco umbilical quente, doloroso e firme a
palpação em casos de encarceramento.
• Diagnóstico – história e sinais clínicos, exame físico,
radiográfico e ultrassonográfico.
� Exame físico – permite identificar a separação dos músculos e verificar a
presença de estruturas.
� Exame radiográfico e US permitem identificar o conteúdo herniário.
� Órgãos dilatados e deslocados (obstrução intestinal) ou líquido livre
podem sinalizar para estrangulamento e exploração cirúrgica imediata.
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Hérnia Umbilical
Hérnia Umbilical
• Tratamento:
� Clínico – pode ser tentado em animais jovens e com pequena
abertura umbilical.
“Técnica da moeda e bandagem compressiva” (???)
� Cirúrgico – de escolha e definitivo.
Estabilizar SEMPRE o animal em casos de 
encarceramento e/ou estrangulamento.
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Hérnia Umbilical
• Técnica cirúrgica:
� Incisão abdominal ventral na linha média.
� Identificação do saco herniário.
� Incisão do saco herniário e redução do seu conteúdo.
� Ressecção do saco herniário.
� Revitalização da parede abdominal se necessário e sutura.
� Fechamento do subcutâneo e pele de maneira padrão.
• Como este defeito costuma ser congênito é aconselhado a
realização de OSH ou orquiectomia concomitantemente.
Hérnia Umbilical
Hérnia umbilical inflamada e/ou necrótica
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Hérnia Umbilical
• Cuidados pós-operatório:
� Uso de colar elisabetano.
� Limpeza da ferida cirúrgica.
� Analgesia e antibioticoterapia.
- Opioides ou AINES
- ATB: cefalexina, enrofloxacina ........
• Observar sinais de peritonite em casos de
encarceramento e estrangulamento.
• Prognóstico – excelente, a menos que ocorra
encanceramento e estrangulamento de algum órgão.
Hérnia Inguinal
• Protrusão de órgão ou tecido pelo canal inguinal.
• 2 tipos:
� Direta: quando órgão passa através do anel inguinal adjacente a
invaginação do processo vaginal. Hérnia Inguinal Verdadeira.
� Indireta: quando vísceras penetram na cavidade do processo vaginal.
Chamada de hérnia escrotal.
Corte sagital do canal inguinal e processo vaginal num
cão macho.
As setas indicam o trajeto da herniação em casos das
hérnias indireta (A) e direta (B).
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Hérnia Inguinal
• Anel inguinal é uma estrutura fisiológica → cordão
espermático (macho), artéria e veia pudenda externa e
nervo genitofemoral.
Hérnia Inguinal
• Causas:
� Anormalidade congênitas do canal inguinal (raras).
� Traumatismo.
• Etiologia:
� 3 fatores importantes – Anatômico
Hormonal
Metabólico (nutricional)
• Hérnias congênitas podem estar associadas a outras
alterações (ex. criptorquidismo).
• Podem ser uni ou bilaterais.
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Hérnia Inguinal
• Sinais clínicos:
� Aumento de volume unilateral ou bilateral indolor, com consistência macia.
� Hérnias unilaterais geralmente acontecem mais no lado esquerdo do que
no direito.
� Dor e/ou depressão em casos de encarceramento.
• Útero quase sempre está localizado dentro da hérnia em
fêmeas intactas.
• Histerocele gravídica - útero gravídico dentro da hérnia
inguinal.
• Diagnóstico – idem hérnia umbilical.
Hérnia Inguinal
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Hérnia Inguinal
• Complicações: encarceramento e estrangulamento de
órgãos.
• Tratamento – Cirúrgico (Herniorrafia).
Incisão na linha alba (ideal) ou sobre
o aumento de volume.
Hérnia Inguinal
1. Identificação do saco herniário
2. Redução do conteúdo
3. Excisão/sutura do saco herniário
4. Aproximação/sutura da musculatura.
5. Fechamento do subcutâneo e pele de 
maneira padrão.
ATENÇÃO: não comprometer
os vasos pudendo e o nervo
genitofemoral que passam pelo
anel inguinal.
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Hérnia Inguinal
Hérnia Inguinal
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Hérnia Inguinal
• Cuidados pós-operatório:
� Uso de colar elisabetano.
� Limpeza da ferida cirúrgica.
� Analgesia e antibioticoterapia.
- Opioides ou AINES
- ATB: cefalexina, enrofloxacina ........
• Observar sinais de peritonite em casos de
encarceramento e estrangulamento.
• Prognóstico – excelente, a menos que ocorra
encanceramento e estrangulamento de algum órgão.
Hérnia Perineal
• Ocorre devido ao enfraquecimento e separação dos
músculos que formam o diafragma pélvico.
• Diafragma pélvico: músculo coccígeo e elevador do
anus.
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Hérnia Perineal
• Etiologia:
� Descrita em varias espécies, porém a hérnia perineal canina é a
mais frequente.
� Qualquer raça de cão, entretanto, apresenta maior frequência em:
Boston Terrier, Boxer, Collie, Pequineses e Old English sheepdog.
� Cães com cauda curta podem ser mais predispostos.
� Ocorre comumente
em machos e raramente em fêmeas.
� Mais comum em animais idosos (entre 7 a 9 anos).
� Lado direito vs lado esquerdo:
- 453 casos: 60% unilaterais e 40% bilaterais
- Dos casos unilaterais: 68% ocorreram no lado direito
32% ocorreram no lado esquerdo
Hérnia Perineal
• Patogênese (causa) é pouco compreendida.
� Alterações hormonais.
- Testículos em fase de envelhecimento secreta estrógeno em excesso o que causa
relaxamento do diafragma pélvico.
- Deficiência de andrógenos provoca o enfraquecimento da musculatura do
diafragma pélvico.
� Constipação crônica e moléstias retais (ex. desvio do reto, saculação
retal e divertículo retal).
Desvio do reto Divertículo retal Saculação retal
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Hérnia Perineal
• Causas:
� Atrofia muscular neurogênica ou senil.
� Miopatias.
� Aumento prostático.
• Dois locais principais de ocorrência:
� Entre os músculos esfíncter externo do ânus e o elevador do ânus.
� Entre os músculos elevador do ânus e coccígeo.
• Alteração comum em cães machos intactos e idosos.
Hérnia Perineal
• Sinais Clínicos:
� Aumento de volume perineal (redutível ou não) uni ou bilateral.
� Tenesmo.
� Constipação.
� Disquezia.
� Estrangúria em associação com afecção prostática ou retroflexão da
bexiga.
� Flatulência e incontinência urinária.
� Ulceração de pele.
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Hérnia Perineal
Hérnia Perineal
• Conteúdo herniário: bexiga, próstata, intestino e fluido
seroso.
• Diagnóstico – história e sinais clínicos, exame físico,
radiográfico e ultrassonográfico.
� Exame físico – permite identificar a separação dos músculos e
verificar a presença de estruturas.
� Exame radiográfico simples ou contrastado pode revelar a posição
da bexiga e próstata.
� US – permite identificar o conteúdo herniário.
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Hérnia Perineal
Hérnia Perineal
• Complicações:
� Encarceramento e estrangulamento de órgãos.
• Tratamento:
� Clínico – instituído para aliviar e evitar a constipação e disúria.
- Não apresenta bons resultados a longo prazo.
- Dieta: deve ser oferecida dieta rica em fibras e em umidade.
- Laxantes formadores de volume: metilcelulose e preparações de psílio (ex.
lactulona).
- Emenas periódicos podem ser recomendados.
� Cirúrgico – tratamento de escolha e definitivo (Herniorrafia).
- Herniorrafia tradicional (reaproximação anatômica).
- Transposição do músculo obturador interno.
- Orquiectomia é sempre indicada após a herniorrafia.
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Hérnia Perineal
1. Colocação de bolsa de tabaco
2. Incisão curvilínea ao ânus.
3. Identificação do saco herniário
4. Redução do conteúdo
5. Sutura dos grupos musculares
6. Fechamento do subcutâneo e pele 
de maneira padrão.
Fios não absorvíveis 0 ou 2-0
Fios de seda (???)
Herniorrafia Tradicional
Hérnia Perineal
1. Colocação de bolsa de tabaco
2. Incisão curvilínea ao ânus.
3. Identificação do saco herniário
4. Redução do conteúdo
5. Levantamento musc. Obturador
6. Transposição dorsomedialmente
7. Sutura dos grupos musculares
8. Fechamento do subcutâneo e pele 
de maneira padrão.
Fios não absorvíveis 0 ou 2-0
Fios de seda (???)
Transposição do músculo obturador 
interno
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Hérnia Perineal
• Observações: colopexia e/ou deferentopexia podem ser
requeridas em casos de recidiva.
• Complicações pós-cirúrgica:
� Recorrência da hérnia
� Lesão do nervo ciático ou pudendo.
� Infecção local e deiscência da sutura.
� Incontinência fecal e urinária.
• Cuidados pós-operatório:
� Uso de colar elisabetano.
� Limpeza da ferida cirúrgica.
� Analgesia e antibioticoterapia.
� Amolecedores fecais.
Hérnia Diafragmática
Aula de sistema respiratório
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Hérnia pós-incisão ou traumática
• Hérnias formadas quando houver ruptura de uma
cavidade fechada por meio de cirurgia ou trauma.
• Causas:
� Trauma.
� Falha mecânica do material de sutura.
� Presença de infecção.
� Desnutrição (hipoproteinemia).
� Fibrose retardada (altas doses de corticoides).
� Aumento na pressão intra-abdominal na sutura frouxa.
Hérnia pós-incisão ou traumática
• Classificadas em:
� Eventração – presença de pele intacta e deiscência da
sutura da musculatura.
� Evisceração – deiscência da sutura de pele e musculatura,
como visualização de órgãos e tecidos internos.
• Hérnias pós-incisão ocorrem no primeiros 5 dias.
� Sutura funciona como suporte primário, antes do início da
síntese de colágeno.
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Hérnia pós-incisão ou traumática
Hérnia pós-incisão ou traumática
• Sinais clínicos:
� Eventração: aumento de volume no local da cirurgia e
secreção sero-sanguinolenta pela ferida.
� Evisceração: descontinuidade da pele e musculatura com
visualização de órgão e tecidos internos.
� Sinais de infecção local e/ou peritonite podem estar
presentes.
• Diagnóstico:
� Baseado na inspeção e identificação de deiscência da
sutura de pele e/ou musculatura.
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Hérnia pós-incisão ou traumática
• Tratamento clínico:
� Tratamento de suporte.
� Antibioticoterapia (ex. cefalexina + metronidazol)
� Fluidoterapia.
� Proteção de vísceras e órgãos com compressas úmidas.
• Tratamento cirúrgico:
� Visa restabelecer a continuidade da musculatura e pele.
� Limpeza da cavidade abdominal.
� Limpeza e debridamento das feridas cirúrgicas.
Hérnia pós-incisão ou traumática
• Tratamento cirúrgico:
� Limpeza com solução salina aquecida do local e cavidade
(evisceração)
� Debridamento das feridas cirúrgicas e revitalização das
bordas das incisões (casos crônicos).
� Realização de nova sutura em musculatura e pele.
- Ideal trocar o tipo de fio utilizado (≠ do primeiro).
- Utilização de fios não absorvíveis.
• Prognóstico – bom se o tratamento for instituído
precocemente.
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