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c!<xufY\en~, ~V~f1teA dta a..u~'~CfD f~'c.o~>, ("US' ?s.-1<..e<iLQ C::l\Ú6hciJ (pp. 1+-2-IZ~. ~~ I-\k~·, I«trm:t ELABORACAO DE DOCUMENTOSI _ DECORRENTES DA AVALIACAO PSICOLÓGICA I Sonia Liane Reichert Rovinski Vivian de Medeiros Lago os processos de avaliação psicológicacom muita frequência demandam, aoseu final, a produção de documentos, que terão por finalidade a devolução dos resulta- dos encontrados. Esses documentos sintetizam dados importantes sobre a situação e o problema que lhes deu origem, além de auxiliar na tomada de decisão quanto ao tratamento ou encaminha- mento necessários. Em função da permanência que adquirem no tempo, podem manter sua influência sobre os casos por muitos anos além do período avaliativo, exigindo, em consequência, cuidados especiais em sua escrita. O processo psícodíagnóstico, foco de discus- são nesta obra, apesar de relacionar-se com mais frequência à prática clínica do psicólogo, pode também ser solicitado por outros profissionais e em contextos diferentes daquele que lhe deu origem. Independentemente das denominações recebidas (p. ex., perícia psicológica), a metodo- logia empregada pelo psicólogo pode ser a do psí- codiagnóstico. Quando essas solicitações aconte- cem, geralmente partem de campos disciplinares distintos ao do psicológico, gerando a necessidade de a escrita ser facilmente compreendida tanto por clientes leigos como por aqueles vinculados a outras áreas de conhecimento, corno médicos, juizes e professores. Ao psicól,?go cabe não ape- nas oferecer resultados de testes, mas discutir seus dá.do:;~~f~Pi.ãcw~fã'ç:ã~~;;ll':t~ à d~r!g!1: da-de se;:; cliente, auxiliando-o na compreensão 'e nã sõi~ç~'i~e-~eu~ probi~~Groth-Ma';~;-t, 2Õ03; Líchtenberger, Mather, Kaufma n, & Kauf- man, 2004). Tavares (2012) lembra que, na maior parte das vezes, o cliente a que está se referindo é aquele que solicitou o processo avaliativo, a quem deve ser dada a devolução dos resultados por meio de um documento escrito. O~~2.. ~~...!lão fQU.Q..Il}~d.iQ9 ..ES'::..g!:,emo solicitou é um relatório sem valor. Diz o autor: "... Se quem ;eqüer -;;:i:;âliaÇã;;-nã6's~ sentir profissionalmen- te beneficiado nesse processo, dificilmente irá requerer outras avaliações no futuro" (Tavares, 2012, p. 323). A escrita dos documentos está fortemente influenciada pelo campo interdisciplinar em que se inserem, podendo apresentar variações em sua apresentação em decorrência das características dos diferentes contextos de devolução. No entan- to, independentemente do contexto avaliativo e da possível interferência das características indi- viduais de quem escreve, alguns aspectos comuns precisam ser respeitados para garantir a qualida- de dos documentos. Nesse sentido, enfatizamos o cuidado de a esc!ita...manter o foco na pessoa ãVã!iada e nos problemas que geraram a deman- da avãllãtiva(Kà-;:;Õn&N~dk,;r~i, 2013; Lichten- l:Íéi'geret a1.;'2004). Para os iniciantes, é um desa- fio organizar a enormidade de dados que surgem com a aplicação de testes, com a observação de conduta e com a história colhida, resultando, muitas vezes, em descrições fragmentadas em que o leitor acaba tendo a missão de buscar suas pró- prias inferências. De acordo com Groth-Marnat (2003)''!..Ee~.~p~~ifi~:3~_~':1.1e!:,:. to gera dados vagos, estereotip~~.?:' .•~.g~.I!.t!.~~ que pouco contribuem Ra.Dl--iL.c;pmpn:J:ill.;W_ctL demanda. Sua sugestão é que os documentos psi- cológicos tenham sempre foco no caso estudado, com descrição dos comportamentos do avaliado e de como ele pode ser tratado dentro de seu pró- prio contexto e em relação à questão que deman- dou a avaliação, usando uma linguagem compre- ensível àquele que recebe a devolução escrita. Com o objetivo de auxiliar e orientar os psi- cólogos nessa difícil tarefa de emitir documen- tos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), há mais de uma década, passou a emitir resoluções que pudessem tipificar a produção documental dos profissionais da área. A primeira norma ti- va veio com a Resolução n° 30/2001 (CFP, 2001), revogada pela Resolução n= 17/2002 (CFP, 2002), posteriormente substituída pela n° 07/2003 (CFP, 2003). As frequentes mudanças nas orientações refletem as dificuldades encontradas pelos pro- fissionais na definição e caracterização dos dife- rentes tipos de documento, principalmente no sentido de atender aos diversos contextos em que as avaliações ocorrem. Em um estudo realizado por Shine (2009), confirma-se que, mesmo com os esforços e com as atuais orientações do CFP, ainda é possível encontrar um número signifi- cativo de processos éticos relacionados ao traba- lho do psicólogo envolvendo a produção de docu- mentos, o que justifica a necessidade de maior discussão sobre o tema. Portanto, considerando o fato de a Resolução nv 0712003 (CFP, 2003), que institui o Manual de Elaboração de Documen- tos Escritos produzidos pelo psicólogo decorren- tes de avaliação psicológica, ser a referência mais atualizada disponível para os profissionais da psi- cologia, propõe-se, neste capítulo, apresentá-Ia de forma crítica e pormenorizada, a fim de auxiliar estudantes e profissionais da área na produção de seus registros. Cabe observar, contudo, que o psi- cólogo deve manter-se atento a futuras reforrnu- lações que por ventura o CFP possa emitir acer- ca da elaboração de documentos psicológicos, as quais poderão revogar e/ou alterar as orientações vigentes. A Resolução n° 07/2003 (CFP, 2003) forne- ce diretrizes básicas sobre os tipos possíveis de documentos psicológicos e suas finalidades e estruturas. Em seu artigo 3°, deixa explícito que toda e qualquer comunicação por escrito decor- rente de avaliação psicofógka aeVerã orientar-se p.e~scJici~0.fs i!i,~isp~~tâ~, ~~b pe';;C d~.in~º-!::. rer em falta ético-disciplinar. Portanto, é de suma i;;;portânci;;-que-'esiudani~s' e profissionais de PSICODIAGNÓSTICO / 173 psicologia que trabalham com avaliação conhe- çam essa resolução e fiquem atentos às orienta- ções nela expostas, de forma a desempenhar o trabalho dentro das normativas éticas. RESOLUÇÃO(FP W 07/2003 o Manual de Elaboração de Documentos Escri- tos produzidos pelo psicólogo está organizado em cinco seções: a) princípios norteadores da elabo- ração documental; b) modalidades de documen- tos; c) conceito/finalidade/estrutura; d) valida- de dos documentos; e e) guarda dos documentos. Neste capítulo, seguiremos essa mesma organiza- ção, de forma a facilitar ao leitor o entendimen- to do que está disposto na normativa e dos con- sequentes comentários. Considerações especiais a respeito da produção de documentos em contex- tos específicos, quando necessárias e pertinen- tes à questão discutida, serão feitas no decorrer do texto. Princípios norteadores da elaboração documental Os princípios da elaboração documental incluem técnicas da linguagem escrita e princípios éticos, técnicos e científicos da profissão. Em relação às técnicas da linguagem escrita, é indispensá- vel que o psicólogo consiga comunicar, de forma efetiva, os resultados de seu trabalho. Para tanto, é necessária uma redação bem estruturada, com frases gramaticalmente corretas e com um enca- ?:~~~.';~E.<§is!?_~9gi~..5!~~a!:::f~F~ Lllasna organização da escrita geram não apenas ili!xLdas,.,9Y,,!Intoà compr~[l.s.~ a~€<!.~!. !.!WS"t-ªm.l?iID-çºlR.çaJJl,~@.~~cré~.E.!:!?PEE.S~- pacidade técnica do relator. Portanto, o psicólogo de~e investir no'desenvoivimento de suas habili- dades para a escrita e não deve constranger-se em recorrer a uma prática supervisionada ou buscar auxílio de um profissional expert na língua por- tuguesa, se houver necessidade (Lago, no prelo). A Resolução explicita que a comunica- ção dos documentos deve apresentar qualida- des como clareza, concisão e harmonia, A clare- za se trad~a 7str~;r~~ pela sequência ou ordenamento adequado dos conteúdos e pela explicitação da natureza e da funçãode cada par- te na construção do todo, utilizando-se expres- sões próprias da linguagem profissionaL Essa redação técnico-científica, como descrito por Brandimiller (1996), pode ser comparada àque- la utilizada na divulgação de matérias científicas 174 / HUTZ, BANDEIRA, TRENTlNI fI KRUG (ORGS.) em jornais e revistas não especializadas, em que ~cessário manter-se a ling~~I1l.RE..0ÊEjgn-ª.l ~perder ~recisã~nformaçã,?_parao lei- ll21 a quem se destina. O autor amplia ainda mais 'o d~bate sobre os êTe~entos que devem ser con- siderados na discussão a respeito da eficácia da comunicação em documentos oficiais, elencan- do os seguintes aspectos da escrita: clareza e inte- ligibi1!.~~~:;.precisão (não pode ge~r: ~; o.gJWxj,<kçl,0!l@ ••se ~t.er ao_~e .P.r!9~~ s_ergpe); padrão culto .!!SEE$~~geE1 (corre- ção gramatical"";, vocabti'Íário universal, descar- tando-se gírias regionais); linguagem denotati- va (nunca usar metáfo;~j ..impessoalidade (!!ªg redigir na l?fimeira P..!'~.9~<!.<lsinS1l0,); e fOLma, lidade e padronização (exigências quanto à estru- .t~-;àdõS'àõcumentos que serão apresentadas em outra seção deste capítulo). Ao discutir os cuidados na escrita de laudos oficiais, Cruz (2005) chama a atenção dos psícólo- gos para o cuidado na apresentação de seus argu- mentos. Para o autor, quatro problemas devem ser evitados. Primeiro, Opsicólogo não pode emi- tir juizo de va\s>r,por exe~~sinft~~~~ ~2.I1~li~~4~.,fr~~,a::_9.u "bom .te;np~~a· ~~~~( Segundo, deve e.!!~~!fPill~~e~ <!Qg'. ~~,~31~~c_oI]19."::ap.egr:.i~J..I}.s!ável!_ag.edga!!l.9~~ em seu pleno restabelecimento", Terceiro, deve ter C~S.<l}n· i;;-;:9--;~eçÕe~teóricas .~.!~cniÇ;!s.•.. c~ ..:.xp"~~sões ,do JipQ:,:[al!~ •.Q1alvri~.<i!.::'911. "~~ di§,E2~9.u<;.ç"rsQs.l!!.t.<:!~~~:. Por fim, deve eyjJaLi1JlPLQ!lLi~~na escrita e no uso dto terI11.<lS.,sQ..I1l.0eXP!~~<?~~.5l~tjP..ó..::~.~,lU1~~,!!l.llÇ,: nho lla avªli~ç!2.t~i!E.~t2L'!.zQA,::el"· Em relação à concisão e à harmonia, a Reso- lução orienta para Ocuidado no uso da linguagem adequada, da palavra exata e necessária, de forma a se construir uma "economia verbal" g,::,.r!:0!!~ o equilíbrio entre os extremos de. uma redação l_~c;.?n~a:..?_~.:~~e~:;;d~~i~~d~Io_pr,9if~~Pa;~ Groth-Marnat (2003), é difícil definir a extensão que um documento deve ter, pois isso pode variar em função de seus objetivos. Para explicar a situa- ção, Oautor informa que laudos na área clínica ou educacional geralmente oscilam entre 5 e 7 folhas, mas, quando produzidos na área forense, podem duplicar em tamanho, considerando a necessi- dade de justificar os achados e de relacionar os dados psicológicos com a demanda judicial. A clareza e a inteligibilidade dos documentos psicológicos supõem, também, considerar _,~_ ~~p'~~~~a. '4.e)eitQre~ a_qll~.,~ão~d~ os dif~r~m~s ~íveis educacionais de quem ,~~Cl::.v::.. ~.5l~~2!5'_e.~e_~om_u'li~~!~ Conforme Groth. -Marnat e Davis (2014), a ética exige que os dados s!'k.~p'resen.llt..QgLd.~ fOiTIiãclara e compreensí. v~~r~~.~!9,!:er til22..deleit9x]ara esse fim, os autores sugerem q~_~f'.s2:óJ,?go_ use sentens..as curtas, min imize o número de palavras difíceis, ~~duzáos-;c-;:ô;:i;":;-;s'~ i;}~re~én"t-;;-~ítüiõs. Nã organização d~s p;rá.i;;f;;;-:~~gerem que ini- ciem com uma frase que introduza o tópico a ser tratado, para em seguida desenvolver o assunto com mais informações específicas, seja por meio de uma descrição mais detalhada do tema que se está abordando, seja com exemplos da observação comportamental do sujeito verificados durante o processo avaliativo. No que se refere aos princípios éticos e técni- cos, a Resolução aponta a necessidade de o psicó- logo observar os princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo (CFP, 2005). A ética deve estar presente em todo e qual- quer trabalho desenvolvido pelos profissionais, e na área de avaliação psicológica não poderia ser diferente, principalmente porque os resultados descritos nos documentos passam a ser de conhe- cimento de terceiros, cujo uso pode resultar em limitações ao exercício dos direitos do avaliado. Essas limitações podem ser observadas com mais clareza em laudos forenses, mas também podem ocorrer em laudos realizados no contexto edu- cacional ou na área organizacional, ao se definir capacidades e aptidões. Nesse sentido, conside- rando o compromisso social da psicologia para com os sujeitos que avalia, o P'ê,iSQI.2godeve ter ~1::.1!.~'!..9...\l;t.,!}tQ.J.Jeperc.u§§.~.9•..§9_cJaJg.~~~ lho avaliativo, evitando, conforme descrito na Res~lução:--~_~9s:i'lstruIT.'~.nt~~,.!écni~..§j- cológicas eda ~xp{!.ri~n,:i3'-..E!gi~~s.~..siç"p· logia na sustentação de m<:>d.:~!osJ,n~!i.llifiQm!.i.s e ideológicos de perpetuação da segregação aos dl€r:~~lf~s}nfd.2~}{s_~"§F.t~~!S~e;:'··...---- Portanto, o profissional deve estar atento aos seus deveres nas "relações com a pessoa atendida, ao sigilo profissional, às relações com a justiça e ao alcance das informações". Para a realização de uma 'prática profissional ética:-é'i~p;;;'tãnte"(iüe' ;~ estabeleça um êontrato (~~j~-;'erbal -;;;;esê~ito) entre avaliador e avaliando logo ;'~·ini~jõ. ci--;pro'- cesso de avaliação, independentemente dó' con- texto em que se insere, a fim de que sej;;mesClã'~- recidos os objetivos e ospapéís d~.çadauin,-bêffi como os limites da ~onfidcencia!igade,:;Cil~~ do quem receberá o documento escrito com os resultados encontrados. . ''''--- '- -' Na prática, observa-se que uma das maio- res dificuldades apresentadas por aqueles que ini- ciam o exercício da profissão é precisar o que deve e o que não deve ser escrito no relatório final. De acordo com o Código de Ética Prof!~!2!lal.~ Psicólogos (CFP, 2005, p. 8, grifo nosso), alínea g do Artigo 10, é dever do profissional "... infor- mar, a ~~de d.i_~:iti,~osresuitãd;;; deco!;~;S da ~stação ~:.r::.iç~:,y~i.<=,ol~giCOs,transmitin-. do ~.2..9.~c:!or necessário para atornada de ~~.Lqt.lS.3fu.t~E.' .o usuário QU. beneficiário". O psicólogo deve lembrar que não pode informar mais do que é necessário para responder à deman- da que lhe é formulada, mas, também, não pode informar menos do que o necessário, de forma a deixar suas conclusões sem justificativas (Packer & Grisso, 2011). A tomada de decisão quanto às informações que devem constar no relatório pre- cisa considerar as necessidades decorrentes da demanda que deu origem à avaliação, os conhe- cimentos técnicos dos receptores do documento, a proposta da realização da testagem, a utílída- de geral que a informação trará para o entendi- mento do caso e se essa informação constitui uma característica única que diferencia o sujeito ava- liado dos demais (Groth-Marnat, 2003). As orientações do Código de Ética, em seu artigo 10, destacam a importância de transmitir as informações necessárias sobre os serviços pres- tados, mas não deixam claro se o fornecimento de documentos escritos é uma obrigatoriedade. Nessa discussão, Hutz (2009) salienta o princípio ético do respeito, considerando o direito que os indivíduos têm de conhecer os resultados de suas avaliações e o uso que poderá ser feito dos dados coletados. Entretanto, persiste entre muitos psi- cólogos a dúvida se essa devolução, e a conse- quente obediência ao princípio ético do respeito, exigiria a elaboração e a entrega de um documen- to escrito. Lago, Yates e Bandeira (no prelo) observam que o uso exclusivo da devolução verbal não eli- mina os riscos inerentes a essa prática, podendo resultar em outro tipo de prejuízo ao avaliado. Muitos pacientes que não receberam a devolu- ção por escrito não sabem reportar com clareza os resultados de avaliações psicológicas anterio- res, demonstrando falta de entendimento do que lhes foi reportado, com consequente íncapacída- de para informar dados que seriam importantes para a compreensão de sua situação atual. As autoras consideram que, se a avaliação é um ins- trumentalpsicológico, ela deveria funcionar PSICODIAGNÓSTICO / 175 como o resultado de um exame, ou seja, produ- zir um registro escrito que tenha permanência no tempo e possa servir para comparações futu- ras. Portanto, podemos concluir que, embora não exista a obrigatoriedade da devolução escrita, essa é sempre recomendada. Na apresentação dos princípios técnicos, a Resolução salienta dois aspectos que precisam ser respeitados: a) a avaliação psícológíca QeveS9.!!.5.!:.. dera r a naturezadlnârníca e não cristalizada do s?üõ15")etOae estudô; e b) os do~;~~-;;to;'psi~o="~----- -_.. ._- '. ,- .--- ..•........... 1'?8.i~O~~~~_~ils~?cr,.<;g:ll!~ivf.mel}~!ll.J~s~ t.~men!ai'--~~..l~, ..~~~fig,:rem .. COn:lO..m~QçIQs. e técnicas psicológicas e que tenham. condições mínim,a2d~_911alidadê e deuso, devel).dQ.~r ade- quados ao que se propõem ~iny€,§!!g~L Aqui, é preciso distinguir o instrumental que se encon- tra reconhecido e validado pelo CFpl e que, por· tanto, pode ser utilizado pelo psicólogo em suas avaliações, daquele instrumental que, além de ter esse reconhecimento, é válido para investigar a demanda específica que se apresenta para avalia- ção. Nesta última circunstância, a validade preci- sa ser dada pelo profissional responsável pela ava- liação ao definir o instrumental mais pertinente para a investigação do caso. Ao conduzir um processo de avaliação psi- cológica, Oprofissional deve sempre considerar o meio em que o a~nd~g~.rLd.9, sua histó~ rfãaevraã"I su~s. çondíções s.9_c@i~,e.s;QpômiSE ê'Põí~,'integrando essas informações àquelas obtlcias'põ;-meio dastécn'icasapTiêá.êlás:-Xlnter- p~ÇãoTs'õíàda de u!Jl tê~e psÍc2!Q&!êôse~ s_i9.::r~.tO~C!..2.E2.~!E.~o.~el}y:olY.i..Qº..•º.l!.,gj.?c,_~~E.'_ ~~n.!~~ ~.rr.!:,ent..endimentodo !_~~!~a~?'?b!!:~? a...E~~t.i,~~~n_álise.do caso, prejudica a xalicl~de __ da av.al~<ls;ã.~.Tavares (2012) discute essa comple- xidade da avaliação psicológica como um proces- so que resulta de uma demanda, da compreensão que o avaliador tem sobre tal demanda e dos obje- tivos que traça para desenvolver o processo. Ade- mais, o autor aponta que Eão se pode de~c9QS!<!~__ t;..aLainlffiência do co'!t~!<\Qde vidad~i~di"-í4.,,o e..d_<l"~ua!td.açleda relação .entre ~avali<l<j9r~~ava- liando __ Uma última informação presente nos prín- cípios norteadores na elaboração de documen- tos que, às vezes, passa despercebida pelos pro· fissionais é a exigência de rubricar todas as laudas do documento psicológico (exceto a última, em l Disponível em: satepsl.cfp.org.br. 176 / HUTZ, BANDEIRA, TRENTINI fI KRUG (ORGS.) que constará a assinatura do profissional com o seu respectivo CRP). Essa recomendação aplica- -se a todas as modalidades de documentos com mais de uma página. A rubrica é essencial para dar validade ao documento, evitando, assim, que as informações possam ser adulteradas. A nume- ração das págip.a!? e a impf!.~~o_ fr:~n~~ e .Ye.rso_ também ~L~~~'29. proce~§,-?~d~.autel1ticisl~.e~ embora não sejam uma obrigatoriedade. Modalidades de documentos: conceito, finalidade e estrutura A Resolução n= 7/2003 (CFP, 2003) define quatro modalidades de documentos psicológicos: a) de- claração; b) atestado psicológico; c) relatório ou laudo psicológico; e d) parecer psicológico. A res- peito dessas quatro modalidades, a Resolução (CFP, 2003, p. 5) explica que "... a Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decor- rentes da avaliação psicológica, embora muitas vezes apareçam desta forma", justificando sua presença no Manual para fins de esclarecimento e diferenciação. Concordamos com essa necessida- de de esclarecimento, principalmente em relação ao parecer, que, em nossa realidade, tem se apre- sentado com usos controversos e muitas vezes confundidos com o laudo. As divergências po- dem ter sua origem no conceito amplo e genérico do termo, definido como a "opinião de um espe- cialista em resposta a uma consulta" (Houaiss & Villar, 2001), quando não fica especificado como documento próprio ou como parte finalizadora de um documento maior, em que se faria a síntese do posicionamento do relato r. O parecer e os de- mais documentos técnicos serão agora apresen- tados considerando as orientações da Resolução quanto ao seu conceito, à sua finalidade e à sua estrutura, mas acrescidos de uma visão crítica do campo atual do conhecimento científico. Declaração A Declaração é descrita como um documento cujo objetivo é informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionadas ao atendimento realizado pelo psicólogo. Esse tipo de documento tem o propósito de declarar, por exemplo: a) com- parecimentos do atendido e/ou do seu acompa- nhante; b) acompanhamento psicológico do aten- dido; e c) informações sobre as condições do atendimento (tempo de acompanhamento, dias ou horários). Ainda, esse tipo de documento não traz qualquer informação sobre' a psique daquele que está sob os cuidados do psicólogo; portanto, há a indicação taxativa de que não sejam registra- dos sintomas, situações ou estados psicológicos. A declaração seria, por exemplo, o tipo de documento fornecido ao avaliando ou ao seu acompanhante que necessite de um comprovante para justificar seu afastamento do local de traba- lho. Outro motivo seria a solicitação, por parte do paciente, de uma comprovação do tempo em que ele se encontra em psicoterapia. Assim, como se pode observar, a declaração pode manter vin- culação com a atividade de avaliação psicológi- ca, mas sem a função de informar os achados dela decorrentes. Sua estrutura é relativamente simples, vis- to que se trata de um documento objetivo. A ela aplica-se uma orientação comum às quatro modalidades de documentos: que seja emitida em papel timbrado ou que apresente na subscrição um carimbo, com nome, sobrenome e número da inscrição do CRP do psicólogo. Em relação ao seu conteúdo, deve expor o registro do nome e sobre- nome do solicitante, sua finalidade (para fins de que tipo de comprovação) e o registro das infor- mações solicitadas em relação ao atendimento. Ao final, deve-se informar o local e a data de expedição, com a assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. Atestado O atestado psicológico é um documento que cer- tifica determinada situação ou estado psicológico. É bastante semelhante à declaração em termos de finalidade e estrutura, sendo seu diferencial o re- gistro de situações psicológicas - que não deve ser feito na declaração. O atestado visa: a) justificar faltas e/ou impedimentos; b) justificar aptidão ou não para atividades específicas; c) solicitar afasta- mento e/ou dispensa. Os atestados são considerados documentos mais elementares e mais simples em sua estrutura de apresentação, geralmente trazem as informa- ções transcritas de forma corrida, separadas ape- nas por pontuação, sem parágrafos, com o obje- tivo de evitar adulterações. Caso seja necessária a utilização de parágrafos, os espaços devem ser preenchidos com traços. As inforrnaçõcs'apresen- tadas devem se restringir à solicitação do reque- rente, contendo expressamente o fato constatado. O documento deve cumprir com as formalida- des já descritas em relação à identificação do psi- cólogo emitente do documento, e também con- ter: registro do nome e sobrenome do cliente; finalidade do documento; registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas que justifiquem o atendimento, o afastamento ou a falta; registro do local e data da expedição do atestado; assinatura do psicólogo acima de sua identificação. Em relação ao registro dos sintomas, da situa- ção ou da condição psicológica, é facultado ao psicólogo a indicação do código da Classificação internacional de doenças (CID), ou seja, fica a cri- tério do profissional a necessidade ou não de dis- criminar o código da patologia do paciente ao se ter um diagnóstico. Considerando os atuais ques- tionamentossobre a validade de atestados emi- tidos por psicólogos para a solicitação de afas- tamento do trabalho com fins de tratamento de saúde, vale ressaltar as orientações da Resolução nO15/96 do CFP (1996), que institui e regulamen- ta a Concessão de Atestado Psicológico para tra- tamento de saúde por problemas psicológicos. Se o documento tiver por finalidade o afastamen- to para tratamento de saúde, fica O profissional obrigado a manter em seus arquivos documen- tação técnica que fundamente o atestado por ele concedido e a registrar as situações decorren- tes da emissão do atestado, de forma a ter como comprovar o que foi firmado em seu documento. O atestado emitido pelo psicólogo deverá ser for- necido ao paciente, que, por sua vez, se incumbirá de apresentá-Io a quem deve recebê-lo para efei- to de justificativa. Tendo em vista que muitas empresas aceitam apenas atestados médicos, é interessante que os psicólogos mencionem a refe- rida Resolução, a fim de fundamentar a oficiali- dade do documento. Há decisões de juristas que reconhecem a legitimidade e a validade do atesta- do psicológico, fazendo referência inclusive à Resolução n= 15/96 do CFP (1996). As mesmas orientações dadas aos casos de atestados para tratamento de saúde devem ser seguidas em documentos emitidos com a finali- dade de comprovação de aptidão ou não para ati- vidades específicas, por exemplo, relacionadas a capacidades para atividades profissionais. Espe- ra-se que os psicólogos emitam posicionamentos fundamentados em processos de avaliação psico- lógica realizados dentro do rigor técnico e ético considerado adequado para esse tipo de ativida- de. Um relatório com a descrição dos procedi- mentos e técnicas utilizadas, bem como com os achados deles decorrentes, deve ser guardado nos arquivos profissionais do psicólogo, de modo a ser consultado sempre que for necessário para fins de comprovação. PSICODIAGNÓSTlCO / 177 Relatório ou Laudo Psicológico Inicialmente, cabe um comentário crítico à Re- solução n- 07/2003 (CFP, 2003) em relação ao uso indiscriminado dos termos relatório e laudo, que já haviam sido descritos de forma independente na versão anterior do Manual (CFP, 2002). A bus- ca pelos termos no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Houaiss & Villar, 2001) mostra que existem diferenças conceituais. Enquanto relató- rio é definido com ênfase na narrativa, na expo- sição de fatos em um determinado documento, o laudo apresenta em sua essência, além da descri- ção dos dados, a presença de um posicionarnen- to técnico de quem o realiza, por meio do diag- nóstico e do prognóstico do caso. Considerando que ambos os documentos apresentam o mesmo tipo de estrutura, sugerimos que o próprio psicó- logo faça essa distinção em seu uso, reservando o termo relatório para documentos que tenham por finalidade a descrição de fenômenos psicológicos, ficando o ~o para av.!!,i.~~~~~!O!i~ ':~~~~:~..?_~2..~lc..?~~agn.óst.ico .(co- mo caracterizado no Capo 1). Considerando a ên- fase deste livro, usaremos o termo laudo de for- ma exclusiva. Entre os documentos escritos por psicólogos, o laudo é O mais complexo, frequentemente sus- citando dúvidas nos profissionais no momento de sua redação. Do ponto de vista conceitual, é um documento técnico, de natureza descriti';;;-' 7de'!'~!.l_sl~;ti;ª:=-<ÍU:;;::~íépº~··4.i",o~~_~ii~ril~~.:.. ta .sobre o ..q.ue.foi examinad.Q,J.e.!}~~...<:~pg_fun- ç~~f.!:3.!~gUJ.!l~2tq~~,,- produzir conhecimen- t~sr!Ls<?_~~~sla!i7;adQ,CCruz, 2005). Em função de suas conclusões poderem contribuir ou não de maneira eficaz para O planejamento de interven- ções, sua produção tem sido considerada uma das expressões de coE:!p_etênciado psicólogo (Guzzõ' & Pasquali, 2001). O laudo geralmente responde a questões do tipo "o que", "quanto", "como", "por que", '1Ja- ra que" e "quando", e, por isso, costuma ser mais extenso, abrangente e minucioso (Cunha, 2000). Por sua natureza explicativa, deve trazer ~~sriçãQI.§U.mã.Í~_~~~, iniciand?__CO~l a explanação da demanda, das questões refe- reilcr:íis psrcÕl<sglC:~;-~é-sê~'Preteridêrespo;de~, . dõSprõcêãíffientõsê inst~;:;-~e-;:;;ós~7;úüi:~dó~rÍ'a ifíve'stigáçãõ,parã,' eiltiió, ch~gar à integi-âçãü"éi(;s áchados e às su~s coÍ-;clusões. Há consenso entre os aui;~e~-~d~·qu·e'·~i9~~.3~~ ..P9J11!l)!if.f'1E~!!2..E._ c~!:5~..s..?~~'l2,Le.!!l<;i!0..~ dema.n~a da ,~valia'ião, I?~~~r:,:p~~~~~b~~~ade~~e.queo laudo venha a éon-' 178 / HUTZ, BANDEIRA, TRENTINI Er KRUG (ORGS.) tribuir de forma efetiva na solução de problemas (G;õt:h-íViãriat;'2Ô03; Tavares, 2Õ12):-" '" Seguindo a mesma concepção, a Resolução nO 07/2003 do CFP (2003) caracteriza o laudo psicológico como "uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica", cujos resultados devem ser apresen- tados à luz de um instrumental técnico, consubs- tanciado em referencial técnico-filosófico e cien- tífico adotado pelo psicólogo. A sua finalidade será "apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo de avaliação psicológica", considerando-se o cuidado para "fornecer somente ~_iE&.r.!!.!~.s_ 'l5'_c~s1.á.~i~~Eel!~i()2.ad~~~defI),!.n~ da, solicitação ou petição". Nele devem constar Çs procedi~~~'t;;; ~Í:Ü;zados pelo prOfuSiõ.:i1ãr,ãs siic1üs~-es].~~~·~s.e os.possíveis en5amighamen- tos, além do diagnóstico e do prognóstico .. ~ "Deve-se salientar que a estrutura básica pro- posta é genérica, dirigida a todas as áreas da avalia- ção psicológica, e, portanto, carece das especifíci- dades dos diferentes contextos avaliativos. Assim, entende-se que a proposta apresentada pelo CFP de o laudo apresentar no mínimo cinco elemen- tos: 1) identificação; 2) descrição da demanda; 3) procedimento; 4) análise; e 5) conclusão, deve ser respeitada, mas pode ser ampliada em fun- ção de certas exigências contingenciais. A seguir, cada um desses itens será discutido e serão apre- sentadas sugestões de acréscimos à estrutura pro- posta, a fim de tornar a comunicação escrita mais efetiva aos contextos em que se insere. Identificação - A orientação do Manual é que na primeira parte do relatório seja feita a identifica- ção de três tópicos: quem é o autor ou relator (psi- cólogo); quem é o solicitante (o próprio paciente, um médico ou outro psicólogo, uma empresa, um juiz, uma escola, etc.), e qual o assunto ou a fina- lidade do laudo. Esses itens de identificação são considerados imprescindíveis; entretanto, há fal- ta de orientação quanto à identificação daquele(s) que seráfão) avaliado(s), devendo-se informar da- dos importantes como nome, data de nascimen- to, idade, escolaridade e profissão. Da mesma for- ma, se o avaliado em questão é uma criança ou um adolescente, é relevante identificar os dados de seus genitores e/ou responsáveis. Em caso de laudo na área forense, é impor- tante lembrar que nele também devem constar dados de identificação processual (como o núrne- ro do processo, a vara judicial e a cornarca), além de ter ampliada a qualificação daquele que reali- za a avaliação (perito), com um parágrafo reunin- do as principais informações sobre sua expertise. Nesses casos, sugere-se que no subitem "assun- to/finalidade" seja colocado o tipo de ação judi- cial proposta, como, por exemplo, ação de guar- da, ação de curatela, etc. Descrição da demanda - Essa seção é destinada a descrever as informações referentes à queixa apre- sentada e aos motivos e expectativas que levaram à solicitação do documento. Nessa parte do lau- do, deve-se contextualizar o porquê da demanda pela avaliação psicológica, de modo a proporcio- nar um encadeamento lógico das seções seguin- tes relacionadas aos procedimentos, resultados (análise) e conclusões (resposta à demanda). Cabe observar que essa seção do laudo pode vir sob ou- tras nomenclaturas,como, por exemplo, "motivo da consulta", "queixa apresentada", "objetivo da avaliação". Não há problema em utilizar expres- sões sinônimas, desde que o conteúdo não deixe de ser apresentado, ou seja, quais as necessidades do solicitante que geraram o pedido da avaliação. Procedimentos - São apresentados os instrumen- tos técnicos utilizados para coletar as informa- ções, incluindo o número de encontros realizados e as pessoas que foram ouvidas. Aqui, novamente, cabe uma sugestão: acrescente a indicação do pe- ríodo em que a avaliação foi realizada à descrição dos procedimentos adotados. Alguns profissio- nais preferem identificar as datas de início e de término da coleta de dados, ao passo que outros preferem identificar as datas em que cada proce- dimento foi realizado. Independentemente da op- ção que o profissional adotar, o importante é que ~?"~teno~os,!,!,ento o per:.í().çl9~~~~€I~~ ção foi realizada, pois nem sempre a data no final dolaudocorresponde ao período em que as infor- mações foram obtidas, podendo haver um lapso de tempo significativo entre as entrevistas e a en- trega do documento. Além do período, sugere-se que o local da avaliação seja identificado. Guzzo e Pasquali (2001faZc;~-;elha~ des~riÇfu) das va- riáveis arnbíentais, apontando condições de ilu- minação e ventilação do local. Entendemos que essas características podem ser mencionadas se houveralgum fatc,-que j,!s~g~~9.':!....seja, s~ alguma forma, condições especiais interferiram nãC'q"lliIução da avaliação pslcõlógic-ã:"Essaques:- tão 'p';d~ ser i;';;portante ~m:-~~aliaçÕesrealizadas com grandes grupos, como psicotécnicos para concursos, ou naquelas em que as condições de trabalho se apresentem quase que insalubres, co- mo em instituições totais do tipo presídio. Em contextos específicos, como o da avalia- ção forense, a identificação das fontes de infor- mação adquire especial relevância. Packer e Gris- so (2011) salientam que, além de discriminar as fontes consultadas, devem ser referidas as fontes que não foram obtidas, como quando se buscou entrevistar um sujeito e este se negou a compare- cer ou estava impossibilitado por força maior. ~ - Essa seção é apresentada como uma "exposição descritiva de forma metódica, objeti- va e fiel dos dados colhidos e das situações vivi- das relacionados à demanda em sua complexida- de". A Resolução faz referência, ainda, ao respeito à fundamentação teórica que sustenta o instru- mental técnico utilizado, aos princípios éticos e às questões relativas ao sigilo das informações, bem como ao fato de o documento considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristali- zada de seu objeto de estudo. Em nosso entendimento, essa seção do laudo é a que mais pode sofrer modificações, pois deixa de contemplar uma das exigências mais impor- tantes para a qualificação desse tipo de documen- to: a apresentação discriminada dos dados brutos e as inferências sobre eles (Groth-Marnat, 2003; Karson & Nadkarni, 2013). Assim, sugerimos que seja subdividida em duas grandes áreas: uma ini- cial, com a apresentação dos dados coletados, para em seguida criar uma nova área, que seria a da discussão dos dados, em que esses seriam rela- cionados ao referencial teórico, fundamentando as inferências do caso conforme a demanda. As características de cada uma dessas áreas são apre- sentadas a seguir. Seguindo com a nossa proposta, sl1gerimos que se i!,içi~ .<;"!E-il!se_.s~~__a"apr..~t;g'i~s:~0_â2§~ dâCloscoletados. A' quantidade de informação q;;:;;-d~ ';er relatada em cada documento pode definir se os subitens a seguir propostos devam se constituir em seções do laudo ou apenas apre- sentados em parágrafos independentes. O impor- tante é que os dados .§!:'.iamorganizados p;;:~cr~ iii;rnãOap';;;;;;;--;-edaç-~õtamVemãfê'l'ti:1rã 40-C!8E~n,i~p~uma p~i;;;~r;;;~ubáf~-de'"~- sentação de dados poderia ser o que Guzzo e Pas- quali (2001) chamam de "im.Ere~-ª.?_g!ral ()~~!1~, durante o rapport", ou "comportament;(jo exa- minando", que abar~a~i~rr.U!1f.<?~~~Ç.<5_~~y~!.~S_. <1J O' r,y ,/"Q/' ~~ TL ,<.p,'\~~ ( ,-..-Díf' '.,'0" ~ Y".,4.)- {0' -,'(f> Q- \./',f:jJ "~ },P' n\ '(''':''' OJ 'PSICODIAGNÓSTICO / 179 o- ,)0Y \p' e não verbais, níveis de concentração e de par- q5'1.é5i2.§~'>e~aminan,<i.ó, nív~is 'de ~nsi~~ade, ;. relacionamento estabelecido entre avaliado e ava- I~Qor~A subárea descritiv~ seguinte seria consti- tuída pelos dados colhidos com cada sujeito ava- liado quanto à sua história de vida e à sua própria perspectiva das demandas da avaliação. Esses dados podem vir discriminados em '.'.hl.§tór\.<l"pl.~ gressa", "histórico familiar" ou "histórico clíní- co"" por ê:iêemplõ.~Nêssa ·de;;-riçã~,-~· psiCólogo deve m~p_~er..alige»iRIlig.'!,ç!eçl9_qll.~j.trazido.pe!.0 avaliando, não havendo responsabilidade do ava- liador 'pela veracidade das informações. A preo- cupação com O detalhamento do que foi relatado e com a quantidade de dados a serem informados no laudo dependerá do seu objetivo. Em um laudo clínico ou organízacíonal, esses dados ~m...s~ b.!!.s!,iUltereduzidos, pois t~rão apenas a funç!~ de descrever e caracterizar questões situacionais ~l~~~o}!ada~,~d~-;;-~d.a d~ àv.aTI~~Q.:Noêo~te~~. to forense, os dados informados por cada fonte podem ter grande relevância, podendo consti- tuir fundamentos decisivos para a construção de hipóteses diagnósticas relacionadas ao problema em questão. Assim, esses dados devem ser acresci- dos ao laudo sempre que manifestarem pertinên- cia à demanda legal e forem decisivos para justifi- car as conclusões finais do avaliador (perito). Por fim, como última subárea de apresenta- ção de dados, devem ser descritos aqueles colhi- dos por meio de instrumentos psicológicos. Aqui, deve ser privilegiada a 3PJ.esentação dos illdiça- dores de cada um dos testes, apresentados de for- m-ãs~parad;S;;Ss-~;' t~;t~s apresentarem \'.,el,:.!l-. tad?~ '!2IJ!1E!~~dro"!.i:.'~9~or exemplo, em termos de percentuais, devem ser associados aos resu!t<l.i9_~.~t;)ltQ~Js.~,~iiti~~ci.fíMl,EiDipÇ.[~ tante gue seja explicitada a ti!.l;>elautilizada, com o tipo de grupo que serviu para normatizá-la.1:W_ caso de instrume~t~.PLQLç!j.\:Q~deve-se ter o cui- ciadüaenãOexpãr o teste quanto à forma como os indicadores foram levantados, mas sim a~~.'l- tá-Ios da ma~ descritiy<lJ?.9~~' Salien- ta-se o cuidado para não torná-los sim~.s-có.pia de características descritas do ManuaL. Auto- res como Tavares (2012) e Groth-Marnat (2003) salientam a ~~':P..êÇ-ª9_ e.!IL~Xp'.r~§j1!i....,nesse, lJl~_r:~?:.~~ i~.!eg.r_~ã..0_..1?gjc~,..~':l~ perjnita, compreenaer os achados como representativos. de-uiii. sujeitõ;1)uscandô' semprê'âvisiÍoidiü;Si!1-. catlcã'."GrótÍ1~M~rnat -e Davis (2014) acrescen- tam, ainda, que os resultados dos testes devem ser apresentados de forma vinculada à visão de 180 / HUTZ, BANDEIRA, TRENTINI á KRUG (ORGS.) mundo e ao contexto em que o sujeito avaliado está inserido, privilegiando uma ap~~e!!t~são d~ dados orientada à pessoa em detrimento a uma ap;:ésentação-Orientãd-a·ãotest~. A decisão final d9JiSTêÓI§gi~9.~_a_n52..~?~.ª<l~0.:;de tés.t:;;:i:fLie.~éve- riam .~er descritos surgina do balanço das várias questões éticas envolvidas, dos direitos e do pre- juí~~!.~r:::~ ao ~valiacl0' da segurança q~e se , tem nos dados levantados e dos direitos autorais dos.testes .. Dando sequência à seção da análise, chega- mos à segunda parte proposta pelas autoras, que, à semelhança da estrutura de artigos científicos, permite expor a ç!,ilç:~..se,.~~ dados, coletados, c<'ll1str.uind<:h,ipótes<:,s_.dia.g'}ós!l~_a~...!!.g,artird<!. cruza.ment:?_d.~s. informaçõese ~~. ob~~~s,3- 0va!l~doLA amplitude dessa discussão 5kPS'!!- Q di~_?..<2s.p~'?E.9JiNLc!9@!;l.<io, podendo também ~ Q ~ ser chamada de "impressões e interpretaçôes'{As I ~ d ~re<lssue 2~9 Se.L\Ü~,::tidas_~,!?.~s~i~~_'lRJg, e Ó: 3 Z sentação podem variar de acordo ç.o..n.1,a<;!rie!1t~·~ S?-- ção pessoal e,Pfofissio,?:~ldo psicólogo, ~EE'2P.2.~- ~ .J:..g ta da testa[<:...~a.~~~r~~!..e;.ísticasdo avaliado e os,1E "Ú O t}P.o.s_de testes aplicados ..o importante é lembrar Ot. "-7 que e~~'?.~~ert.\S.E~ç9.m!?...!?~S!.~._~J.}le-- R...:à ~ g~<lç~? .d.?S_.ª~9-0s._apresept?-dos,aH~eriormente,z: b. i'i3 S.!'ôm.perde! a visão idiossincrática ante o foco da :::::. Q.. O :}~ljaçji.9JGroth.Manat, 2003). Enquanto o laudo no contexto clínico devec,úN\ QÃ: d~s...E..~dos cole~do_~..e~n áreas,!~Oo~ nio funcional, como cognição, personalidade, relãÇ'Ões·iriterpessóais e estÍl9S de coping;~Q~l\i.ü- dõprodü'ii-do e';'~'outros contextos deve adaptar a apresentação de seus achados às necessidades do demandante. No contexto escolar, há a necessí- '~<..Ot..,P.,. d~~pedfí~2'§,Cias i;Ical?~cfda~és"d~ f()-;:- ma clara e fundamentada em relação às exigên- C~ª-$_-::-~scoia;:es(Groth-Marnat & Davis, 2014). . _ ~ No CO!!!~~·t;...~?:.~11se,essa parte do laudo adqui-1úei;;,N . re especial relevancia, pois, além das discussões sobre as questões psicológicas que estão sendo investigadas (diagnósticos clínicos, dinâmicos, etc.), devem ser construídas a~l.!!!Rlicações para a m~téria legal, sempre dentro dos limites da ciên- cia:-A-ãpreséntação dessas inferências deve estar baseada de forma clara na fonte de dados, espe- cialmente na existência de dados conflitivos ou contraditórios, justificando-se explicações alter- nativas ou diferentes valorizações das fontes de informação (Packer & Grisso, 2011). ~ É a seção do documento qU~J:!!'ese~1- ta o resultado da investigação, podendo incluir----"'--_ _.-_. ~-------"---".... ",-,-.~.- . • I;{,~?~d!? I T' () "Ct o>{\. '/Y /",'p (n,diçaç,Ões_.e.enquninhamentos. \Não é recornen- dado que a conclusã-;-s;ja ~;t-e-;:;;k p·oiSé~ "anális~" qu'e;; d-;'dossão dlsW'tidos e o entendi- mento do caso é apresentado. Na conclusão, tem- -se o fechamento do caso, dando uma resposta ao mõii.Yo-Jo encaminhame;;:tõ para a avaliação, 'ap~~;entacio noire,;"d~-;·~;;çãoda demanda". Em alguns casos, o avaliador pode preferir acrescen- tar um item específico, após a conclusão, para discriminar indicações ou recomendações. Con- tudo, nada impede que esses encaminhamentos sejam feitos no item "conclusão". De acordo com Groth-Marnat e Davis (2014), as recomendações podem ter ênfase em determinados contextos, co- mo, por exemplo, em ~0S.2~s.r.<;.ilig.4.'!U?ara a área escolar, em que as recomen1.a_Ç..õJ~.s..p.rul<:m.gL ~isc~liiiIn~~~~'}.!2j9~~ envolvlQ92z.~- mo páis,pr<?[~sso:~?_e t~9:'lS9s, ou quant.9.3.É~ as de treinamento específico. O profissional pode ainda '&éidiÍ' se qüe-rquãTIfkar seus termos, co- mo, por exemplo, utilizar a expressão "indicações terapêuticas" quando em um contexto clínico. Considerando as modificações e inclusões sugeridas, apresenta-se, na Tabela 14.1, uma pro- posta de estrutura de laudo mais detalhada que a descrita na Resolução na 07/2003. São sugestões que visam ampliar a estrutura mínima exigida pelo CFP, considerando sempre um olhar de fle- xibilidade sobre a organização dos dados, decor- rente do contexto e das características de quem é avaliado. Parecer De acordo com a Resolução na 07/2003 (CFP, 2003), O parecer é definido como ".. , um do- cumento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resul- tado pode ser indicativo ou conclusivo". O pare- cer objetiva esclarecer uma questão-problema no campo do conhecimento psicológico. É uma res- posta a uma consulta, feita a especialistas que têm competência no assunto. Esse tipo de documento diferencia-se do lau- do por não exigir a apresentação dos dados do pro- cesso avaliativo, constando, no entanto, as seções de discussão e conclusão. Sua estrutura privile- gia questões de ordem técnica em detrimento da apresentação do caso e pode levar a discussões de grande relevância para o campo da ciência (Fran- ça, 1985). Podemos citar como exemplo o docu- mento resultante de uma consulta feita por uma escola a um psicólogo a fim de saber qual seria a melhor idade para iniciar o processo de alfabeti- PSICODIAGNÓSTlCO / 181 TABELA 14.1 proposta de estrutura de laudo psicológico .---- :;r- """f~ - •••••• -~.~~. _ Itens .propostos pelo CFP para a estrutura de Um re'ªtóriojlaudo Identificacão - Autoryrelator - Solicitante . Finalidade Dados de identificacão do avaliado - Nome completo > - Sexo - Data de nascimento -Idade - Escolaridade - Profissão Dados dos responsáveis (no caso de crianças e adolescentes) Descrição da demanda subdividir em duas grandes áreas: 1. Apresentação dos dados - Impressão geral obtida - História pregressa - Resultados dos instrumentos de avaliação psicológica 2. Discussão dos dados Análise Conclusão Indicações ou recomendações zação. Nesse caso, ainda que a demanda envolva as crianças da escola, não se está discutindo a res- peito de um único sujeito, mas sim sobre o atual estado da ciência em relação ao tema que gerou a consulta. Portanto, o parecer terá por base uma discussão teórica sustentada no desenvolvimento de pesquisas sobre o tema. A estrutura do parecer é bastante semelhante à do laudo, diferenciando-se por não ter a exigên- cia de apresentar a descrição dos procedimentos e dos resultados brutos que fundamentam a ava- liação. Conforme a Resolução na 07/2003 (CFP, 2003), as seções que compõem o parecer são: 1) identificação; 2) exposição de motivos; 3) análise; e 4) conclusão. Na identificação devem ser apon- tados aqueles que solicitaram a consulta e o nome de quem emitiu o parecer, sempre os qualificando quanto à títulação. A "exposição de motivos" tem como função descrever os objetivos da consulta e dos quesitos levantados pelo solicitante, dando o foco da discussão técnica a ser apresentada no item seguinte, intitulado "análise". Aqui encon- tramos o "corpo" do parecer, em que se apresen- ta uma análise minuciosa da questão explanada, com base nos fundamentos da ética e da técnica e no corpo conceitual da ciência psicológica. Tra- tando-se de uma discussão conceitual e técnica, fica recomendado o uso de citações e referências bibliográficas, citadas sempre de acordo com as normas utilizadas em trabalhos científicos. Por fim, o parecerista deve concluir o seu trabalho apresentando um posicionamento ante a questão que lhe foi formulada. Deve-se informar o local e a data em que foi feito o parecer, e assinar o docu- mento, informando o CRP. Na descrição do parecer, a Resolução na 07/2003 (CFP, 2003) menciona a possibilidade da existência de quesitos, isto é, perguntas encami- nhadas pelo solicitante da avaliação. Orienta que, "... havendo quesitos, o psicólogo deverá respon- dê-los de forma sintética e convincente, não dei- xando nenhum quesito sem resposta" (CFP, 2003, p. 10). Diante da falta de elementos suficientes para emitir uma resposta mais categórica, orien- ta-se a utilização da expressão "sem elementos de convicção". Se o quesito estiver mal formula- do, pode-se afirmar "prejudicado", "sem elemen- tos" ou "aguarda evolução". Entretanto, não se deve deixar quesito algum sem resposta. Cabe a ressalva de que os quesitos referidos pela resolu- 182 / HUTZ, BANDEIRA, TRENTlNI fr KRUG (ORGS.) ção do CFP não se referem àqueles previstos na dinâmica processual do contexto forense, quando formulados pelo assistente técnico e respondidos pelo perito em seu laudo. A descrição dessa dinâ- mica extrapola o foco desta obra, e, portanto, não pode ser tratada na devida profundidade. Fica o alerta para que profissionais que realizam traba- lhos na área forense busquem as referências espe- cíficas necessárias para subsidiar o seu trabalho e a elaboração de seus documentos. Validade e guarda dos documentos A Resolução n° 07/2003 (CFP, 2003) dispõe que o prazo de validade do conteúdo dos documen- tos psicológicos deverá considerar a legislação vi- gentenos casos já definidos. Não havendo uma definição legal, o psicólogo poderá indicar o pra- zo de validade do conteúdo no documento. É im- portante que ele disponha dos fundamentos para tal indicação, apresentando-os quando solicitado. A legislação que trata sobre a validade de docu- mentos geralmente está associada a avaliações re- ferentes à aptidão ao trabalho realizadas a pedi- do de instituições públicas. Uma área que possui normativa legal quanto à validade da avaliação psicológica é a que trata da aptidão psicológica para o manuseio de armas de fogo e para o exercí- cio da profissão de vigilante. Conforme a Instru- ção Normativa n- 78, de 10 de fevereiro de 2014 (Brasil, 2014), da Polícia Federal, a comprovação da aptidão psicológica exigida deverá ser realiza- da em período não superior a um ano do respec- tivo requerimento, quando perderá sua validade. Na área do trânsito, temos validades diferentes, que levam em consideração o resultado da avalia- ção e o tipo de condutor. Quando se tratar de um condutor profissional que não tenha se envolvi- do em acidentes de trânsito, podemos dizer que sua avaliação psicológica tem validade por cinco anos, pois lhe será exigida nova avaliação a cada renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em caso de um resultado de inaptidão, este poderá ser temporário ou definitivo, sendo o temporário determinado pelo profissional ou pe- la junta que o avaliou (Brasil, 2008). Assim, a va- lidade da avaliação psicológica será dada por nor- mativas legais, relacionadas às instituições que as solicitam, podendo variar em função do foco pro- posto, dos sujeitos avaliados e das repercussões dos seus achados. Quando não existirem essas normativas, cabe ao psicólogo definir seu tempo de validade, como acontece nas avaliações reali- zadas na área clínica. Nesses casos, a necessidade ~~,~~cula_~~"~s ne,S~ cliente quanto à reavaliação do tratamento reali- zãd!?>.1iV~!gg:riIt:i!l~i!osdo u~ medicação ou ainda à ocorrência de novos even- !2S,~1goa,~~t~e~~f-ªIõ~~r!u~Tticg~~~ifica~0 as caractensticas de quem foi avaliaao.--~Emféfaçâôâgúã7dâ7":ürlffi!ãÇão é a de que os documentos e todo o material que os funda- mentou (p. ex., registros dos atendimentos, folhas de resposta dos testes) sejam mantidos pelo pra- zo mínimo de cinco anos. O cumprimento dessa orientação deve ser seguido tanto pelo psicólogo quanto pela instituição em que ocorreu a avalia- ção psicológica. Pode haver ampliação do prazo, nos casos previstos em lei, por determinação judi- cial, ou em casos específicos em que seja neces- sária a manutenção da guarda por maior tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este capítulo teve como objetivo revisar os do- cumentos decorrentes de avaliação psicológica a .partir das orientações do Manual de Elaboração de Documentos Escritos (CFP, 2003). As críticas e os comentários realizados tiveram por objeti- vo facilitar a compreensão dos psicólogos quan- to à aplicação prática das orientações realizadas pelo CFP, facilitando a flexlbllização dessas nor- mativas em situações que assim o requeiram. To- do trabalho deve ser sempre o reflexo de ume;;:- so particula!, em SIl'e a forma não pode ser mais i§E.()!!.~t<:'9.ue o conteúdo (Bircz Minian, 2001). . Por fim, cabe lembrar que os maiores proble- mas relacionados à produção de documentos não podem ser justificados apenas pelo desconhe- cimento dos psicólogos quanto à forma que tais documentos deveriam apresentar. São o refle- . xo de falhas éticas e técnicas que se iniciam e se desenvolvem durante todo o processo de avalia- ção psicológica (Shine, 2009). O aprimoramento da qualidade desses documentos se dará confor- me o psicólogo adquirir experiência. A constan- te prática da escrita, aliada à busca por formação continuada por meio de cursos de extensão, par- ticipação em congressos e supervisão, torna mais simples a tarefa de elaboração de documentos. REFERÊNCIAS Birez Minian, L. N. (2001). El informe psicológico forense: Una mirada crítica. Anais IV Congreso de IaAsociaciónlberoamericana de Psicologia Jurídica. Madrid. Brandimiller, P. A. (1996). Perícia judicial em acidentes e doenças do trabalho. São Paulo: SENAC. PSICODIAGNÓSTICO / 183 Brasil. (2008). Resolução ns 267 de 15 de fevereiro de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art.l47, 1§§!0 a 4° e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Recuperado de http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/ resolucao_contran_267.pdf Brasil. (2014). Instrução normativa nO78, de 10 de fevereiro de 2014. 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