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Fichamento pedagogia Waldorf

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SETZER, Valdemar W. Sociedade Antroposófica: Pedagogia Waldorf. 1998. Disponível em: <http://www.sab.org.br/pedag-wal/pedag.htm>. Acesso em: 11 nov. 2017. 
HISTÓRICO
Partindo do pressuposto de que toda educação precisa ser auto-educação, bem como com o intuito de incluir valores espirituais na educação e na vida social, com bases na ciência da Antroposofia, Rudolf Steiner introduziu em Stuttgart, Alemanha, em 1919, a Pedagogia Waldorf. Tal pedagogia é assim denominada porque teve início na fábrica de cigarros Waldorf-Astória em uma escola para filhos de funcionários dessa fábrica. 
A Pedagogia Waldorf propõem ideais e métodos pedagógicos revolucionários, não havendo repetições de ano escolar e nem atribuição de notas no sentido usual (SETZER, 1998). As escolas Waldorf se embasam nas concepções de desenvolvimento humano conforme proposto por Rudolf Steiner, em que considera-se características físicas, anímicas e espirituais distintas para crianças e adolescente conforme suas idades. 
Em praticamente todas as aulas, incentiva-se o querer e o sentir a partir de atividades corpóreas e artesanais de abordagem artística, respeitando a idade do estudante. Quanto ao pensar, ele é incentivado a partir de contos, lendas e mitos desde os primeiros anos de escolaridade, gradativamente atingindo a forma de pensamento mais abstrata. Portanto, não se exige o desenvolvimento do pensamento abstrato muito cedo nessa pedagogia, não focando, por exemplo, no desenvolvimento da leitura e escrita de crianças no primeiro ano de escolaridade, mas valorizando a necessidade e a importância do brincar para a criança. 
O uso de computador é recomendado apenas para estudantes do Ensino Médio, que tem início no 9° ano de escolarização Waldorf, não sendo utilizado computador para nenhuma finalidade antes desse período, pois o computador estimula, de certa forma, o pensamento lógico-simbólico. 
Do ponto de vista pedagógico, as escolas Waldorf são totalmente livres, pois geralmente são associadas a instituições sem fins lucrativos e a administração escolar é de responsabilidade dos próprios professores. Inclusive, uma escola Waldorf é independente de outra, sendo que o único vínculo entre elas é o mesmo ideal de formar adultos individuais, criativos, que apresentam alta sensibilidade artísticas, social e em relação à natureza. Além disso, outra característica comum entre as escolas Waldorf diz respeito à aspetos afetivos entre professores e alunos que são valorizados. Cada professor conhece profundamente cada um de seus alunos. Com vistas a essa valorização é que o mesmo professor é responsável por todas as disciplinas, para a mesma classe, durante os 8 anos de escolarização fundamental, com exceção de artes, artesanato, educação física e línguas estrangeira. Da mesma forma no Ensino Médio, um mesmo professor assume o papel de tutor durante os 4 anos de escolarização. 
 Quanto ao ingresso no Ensino Superior, os Estados Unidos tem dado preferência em aceitar ex-alunos Waldorf devido o diferencial que esses estudantes apresentam: conhecimento cultural vasto, maior capacidade de concentração e aprendizado e, sobretudo, alta criatividade. Isso acarretou no crescimento de criação de novas escolas Waldorf no país nos últimos 30 anos. Já no Brasil, ainda espera-se que o ex-aluno Waldorf frequentem cursinhos pré-vestibulares para ingressarem nos cursos superiores de maior concorrência. No entanto, boa parte desses ex-alunos conseguem ingressar em cursos superiores de menor procura sem necessidade de preparo adicional. 
A Pedagogia Waldorf conta hoje com cerca de 1000 escolas no mundo inteiro, além de diversas instituições que ofertam jardins de infância Waldorf de maneira isolada, ofertando do 1º ao 8º (ou 9°) ano uma educação integrada. Também há instituições que ofertam até o 12º ano, pois incluem o Ensino Médio de 4 anos. No Brasil, existem 25 escolas, sendo a mais antiga, existente desde 1956, a Escola Waldorf Rudolf Steiner de São Paulo, que conta, inclusive, com o curso mais antigo de formação de professores Waldorf no Brasil. 
ALBINO, Thaís Sena de Lanna. Aspectos relativos à noção de currículo na pedagogia Waldorf e o ensino de matemática no 7º e 8º ano Waldorf. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 13., 2016, São Paulo. Anais... Curitiba: SBEM, 2016. p. 1-12.
SOBRE CURRÍCULO
Nos últimos anos, educadores têm, cada vez mais, manifestado inquietações a respeito do ensino e da aprendizagem matemática, refletindo a respeito de que metodologias e práticas educativas precisa privilegiar nas escolas (ALBINO, 2016). Diante dessas inquietações, faz-se necessário repensar o currículo, sobretudo, nessa disciplina. 
É nesse direcionamento que apresentamos nesse trabalho aspectos relativos à Pedagogia Waldorf, objetivando caracterizar o ambiente educacional em que se insere essa pedagogia, bem como apresentar seus princípios educacionais, como são organizados os espações físicos, os materiais que utilizam, as práticas de ensino que desenvolvem e como é pensado o currículo na perspectiva da Pedagogia Waldorf. Além disso, apresentamos, descrevemos e aplicamos uma atividade de matemática comum nesse ambiente, sendo essa aplicação realizada a uma turma de licenciandos em Matemática, na disciplina de Teoria e Prática Pedagógica IV. 
Tal como D’Ambrósio (1996), entendemos o currículo como uma estratégia para a ação educativa, contemplando três dimensões: objetivos, conteúdos e métodos. Assim, entendemos que o currículo abrange muito mais que os conteúdos a serem ensinados, mas envolve os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais e as metas educacionais almejadas (ALBINO, 2016). 
As indicações a respeito do currículo das escolas Waldorf para os anos escolares do 1º ao 8º ano foram proferidas por Rudolf Steiner em uma palestra em 1919. As publicações oficiais que apresentam reproduções segundo o que foi transmitido nessas palestras são os livros intitulados “Arte da Educação”, volumes I, II e III, no entanto, também existem outras obras que abordam a respeito do currículo das escolas Waldorf, dentre estas destaca-se a de E. A. Karl Stockmeyer, intitula Angaben Rudolf Steiners für den Waldorfunterricht (Indicações de Rudolf Steiner para o Ensino nas Escolas Waldorf), a qual tem como foco auxiliar professores a compreender de modo mais prático o currículo proposto por Steiner. No entanto, apesar de ser uma publicação mais completa, Fewb (1999) afirma que sua disposição é pouco esclarecedora. 
Mais tarde, houveram diversas outras publicações, porém de maneira isolada, não permitindo ao leitor obter uma visão panorâmica a respeito de propostas para o currículo Waldorf. Apenas em 1999, a Federação das Escolas Waldorf no Brasil disponibilizaram a publicação intitulada “Para a estruturação do ensino do 1° ao 8° ano nas Escolas Waldorf/ Rudolf Steiner”, que “tem por finalidade servir de orientação para à estruturação do ensino das aulas principais, dar uma visão geral das aulas complementares e incentivar o professor a conduzir classes” (FEWB, 1999, p.01). Antes disso, em 1998, o trabalho conjunto entre educadores de escolas Waldorf pertencentes à Federação das Escolas Waldorf no Brasil, resultou na publicação da Proposta Educacional das Escolas Waldorf. [1: Considera-se como aulas principais na escola Waldorf aquelas que ocorrem das duas primeiras horas do dia, sendo as demais denominadas de aulas complementares. ]
Considerando que Steiner apenas esboçou um currículo para a escola Waldorf, mas não apresentou um plano definitivo para orientar as práticas educacionais nesse contexto, corroboramos com a afirmação de Stockmeyer (1976) de que o currículo Waldorf não existe na forma final, de acordo pleno com o que foi proferido por Steiner, mas é construído por aqueles que apresentam concepções comuns às de Steiner no que diz respeito à educação e, portanto, 
O currículo ideal deve acompanhar a imagem, que se transforma, da natureza humana em formaçãonas diferentes faixas etárias, porém, como ocorre com todo ideal, ele se confronta com a plena realidade da vida e tem de adaptar-se a ela. Há diversos aspectos que dizem respeito a esta realidade: a individualidade do professor que está diante de uma classe; a própria classe com todas as características individuais de cada aluno; o momento histórico e a localização geográfica, com suas respectivas autoridades e com as leis que regem o ensino daquela região onde se encontra a escola que pretende concretizar o currículo. Todos esses fatores alteram o currículo ideal e engendram mudanças e entendimentos, e a missão pedagógica, que nos é colocada pela essência do ser humano em desenvolvimento, só poderá ser realizada se o próprio plano de ensino trouxer em si mesmo capacidade de movimento e flexibilidade (RICHTER, 2002, p. 3).
O currículo Waldorf associa conteúdos acadêmicos à atividades práticas e artísticas, contemplando além das disciplinas do currículo de escolas convencionais (Matemática, Português, História, Geografia e Ciências), as disciplinas de Canto, Desenho, Artesanato, entre outras. Portanto, a arte está presente em todas as etapas escolares, estando os conhecimentos relativos às disciplinas convencionais subjacentes às atividades artísticas e práticas. Segundo princípios da pedagogia Waldorf, o trabalho educacional desenvolvido dessa forma auxilia a harmonizar o trabalho mental e físico (STEINER, 2003b). 
Nessa forma de abordagem de conteúdos de disciplinas convencionais, tem-se que os conteúdos não são programados para terem um início e um fim em uma determinada etapa escolar, mas são contemplados em vários momentos, ou seja, em várias séries diferentes da escola Waldorf, de modo que esse conteúdo não é visto da mesma maneira, mas é contemplado em profundidade cada vez maior. 
Quanto ao ensino de Matemática, Santos (2010a) afirma que nas escolas Waldorf esse ensino contempla três fases: 
1ª Fase: 1º ao 3º ano (7 a 9 anos de idade);
2ª Fase: 4° ao 6° ano (10 a 12 anos de idade);
3ª Fase: 7º e 8° ano (13 e 14 anos de idade).
M 
O aprendizado de Matemática tem sido por muito tempo uma das maiores dificuldades para os educandos. Segundo D’ Ambrósio (1991, p. 1), “[...] há algo errado com a matemática que estamos ensinando. O conteúdo que tentamos passar adiante através dos sistemas escolares é obsoleto, desinteressante e inútil”. Na mesma linha de pensamento, Nacarato,
Mengali e Passos (2015) apontam o fato de muitos professores continuarem
[...] com suas aulas de matemática com as mesmas abordagens de décadas
anteriores: ênfase em cálculos e algoritmos desprovidos de compreensão e
de significado para os alunos; foco na aritmética, desconsiderando outros
campos da matemática, como a geometria e estatística (NACARATO;
MENGALI; PASSOS, 2015, p. 18).
As palavras desses autores enfatizam a urgência de uma reflexão acerca do currículo e da necessidade de mudanças, em especial, no currículo de Matemática. Lanz (2013) defende o abandono do ensino totalmente abstrato e bitolado em detrimento de um enfoque vivo e artístico dessa matéria, que geralmente é vista com pavor pelos alunos.
Este autor ainda ressalta que uma grande ilusão da maioria dos professores de Matemática é acreditarem que só se pode “[...] estudar matemática na posição sentada, com uma expressão grave no rosto, sem qualquer movimento do corpo que possa perturbar a atividade cerebral” (LANZ, 2013, p. 131). Na Pedagogia Waldorf, é considerado importante todo o corpo entrar em atividade, pois é por intermédio do corpo, dos seus movimentos e ritmos que os elementos da Matemática são assimilados mais facilmente. Entretanto, isso acontece mais nos anos iniciais do Ensino Fundamental, por que com o passar dos anos os conteúdos ficam cada vez mais abstratos.
Além disso, o educador, segundo a Pedagogia Waldorf, deve ser alguém em que o aluno possa confiar. Ele deixa de ser um mero transmissor de conteúdos, para ser um profundo investigador e conhecedor de cada criança e suas necessidades. Os professores Waldorf se dedicam a criar um entusiasmo interior pela aprendizagem, o que é essencial para o sucesso educacional.
Fazendo uma análise superficial do currículo Waldorf em relação aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que é um documento oficial do Brasil sobre currículo, podemos perceber que uma ideia que converge nos currículos analisados é a Matemática como instrumento de compreensão e leitura de mundo e a importância do seu ensino a partir de problemas da vida prática. Steiner (2003b) enfatiza que “tudo o que a criança aprende no curso de sua vida escolar deveria ser tão abrangente que lançasse muitos fios de ligação com a vida prática” (STEINER, 2003b, p. 109). De acordo com o autor, a Matemática sempre que possível, assim como as outras disciplinas, deve ser ensinada “recorrendo a problemas da vida prática” (STEINER, 1999, p. 131).
D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. Perspectivas em educação matemática. Papirus Editora, 1996.
STOCKMEYER, E. A. KARL. Sociedade Antroposófica: O currículo Waldorf ordenado por faixas etárias com citações de Rudolf Steiner sobre essas fases. 2010. Disponível em: <http://www.sab.org.br/pedag-wal/pedag.htm>. Acesso em: 11 nov. 2017. 
CURRÍCULO PARA CADA FASE
O currículo da Pedagogia Waldorf sofreu diversas alterações com o passar dos anos, de modo a adequar-se às condições e culturas locais, bem como ao desenvolvimento infantil. Além disso, com o passar dos anos práticas adicionais foram adicionadas ao currículo Waldorf. 
Dentre as adequações no currículo, Stockmeyer (2010) cita como exemplo, o fato da Pedagogia Waldorf ter início em Stittgart, na Alemanha e, portanto, contemplar o ensino apenas da história alemã no seu currículo, sendo necessário para as escolas Waldorf brasileiras acrescentar ou substituir pela história do Brasil. Além disso, no currículo original constavam as matérias de latim e de grego tendo início no 5º ano e permanecendo até o Ensino Médio, e a matéria de estenografia nos 9° e 10° anos. Como esses conhecimentos não são relevantes no Brasil, eles foram desconsiderados no currículo de escolas Waldorf brasileiras. 
Segundo o currículo Waldorf, até a puberdade o desenvolvimento da memória se dá a partir do artístico-visual e de atividade volitiva, acreditando-se que conceitos sobrecarregam a memória.

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