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RESENHA KEAN, Sam. A Colher que Desaparece: e outras histórias reais de loucura, amor e morte a partir dos elementos químicos. Tradução: Claudio Carina. Rio de Janeiro: Zahar. 2011. 376 páginas. Capítulo 1: Geografia como destino. Sam Kean estudou física antes de trabalhar como escritor, em Washington. Teve trabalhos publicados nos periódicos “New Scientist”, “New York Times Magazine”, “Slate”, “Mental Floss” e “Air &Space/Smithsonian”. Além de “A Colher que Desaparece”, publicou o livro “O Polegar do Violinista”, que relata a história da genética. Em 2009, foi finalista do prêmio de melhor escritor de ciência concedido pela National Association of Science. Nos dezenove capítulos que compõem a obra, Sam Kean narra a história dos elementos químicos, reunindo informações acerca da construção da tabela periódica, remetendo a cada elemento histórias de como alguns foram descobertos, curiosidades, casos e parcerias que ajudaram a moldar o mundo. O título “A Colher que Desaparece” remete a uma brincadeira que pode ser feita com o elemento gálio. Esse metal possui ponto de fusão em torno de 29oC, tornando-se líquido em temperaturas relativamente baixas, como em uma xícara contendo chá quente. Assim, ocorre fusão do metal e contaminação da bebida. O fascínio do autor pelas propriedades do elemento mercúrio, com o qual estabelecia contato quebrando termômetros na infância, despertou maior interesse pelos elementos químicos. A partir disso, colecionou histórias sobre os diversos componentes da matéria, a exemplo, sobre os laxantes de mercúrio que Meriwether Lewis e William Clark levaram em sua expedição e como esse metal tóxico era utilizado como medicamento. A idealização de Platão sobre formas ideais e sua posterior comprovação através do resfriamento do gás Hélio transformando-o em um fluido perfeito com zero viscosidade e zero resistência ao fluxo. O conceito de tabela periódica é apresentado de forma fragmentada em livros didáticos. Nesse livro, o autor se distingue ao contar a mesma história em diferentes profundidades. Dividido em cinco partes, a história começa pela parte essencial e simples e evolui gradualmente em sua complexidade, narrando conceitos difíceis e adaptando-os a fácil compreensão. Embora seu conteúdo seja melhor aproveitado por químicos, a linguagem acessível permite a leigos se envolverem na narração. Assim como todas as invenções mais notáveis da humanidade, a tabela periódica não foi uma ideia isolada, mas um conjunto de conhecimento científico construído e assimilado a fim de explicar o funcionamento da matéria. A visão ampla de sua construção envolve aspectos políticos, sociais, filosóficos, históricos e econômicos. Analisando os critérios de nomeação, classificação e numeração, pode- se entender como ocorrem e por que ocorrem as relações entre os átomos e suas peculiaridades. Assim, é possível observar a natureza dos diversos tipos de matéria. A história da sociedade e seus componentes é escrita com os símbolos químicos presentes na tabela periódica. O autor demonstra o quanto depende-se da compreensão e utilização dela. É exposto como os elementos químicos foram descobertos, o que seus descobridores vivenciavam no momento, como estes elementos foram identificados e suas utilidades no cotidiano. Essa análise ampla e filosófica permite entender como a vida humana se modificou. Carollina Silva de Santana Graduação em Química Universidade Federal da Bahia Salvador; 2015.1
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