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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Departamento de Bioquímica Aula Teórica: Hormônios IV Disciplina: Bioquímica 04 - BQ004 Curso: Ciências Farmacêuticas Objetivos da Aula Visão geral de hormônios Sistema de cascata hormonal Síntese de hormônios polipeptídicos e hormônios derivados de aminoácidos Proteínas de sinalização hormonal Hormônios cíclicos Receptores de hormônios de membrana Cascata hormonal intracelular Hormônios esteróides Estrutura e função de hormônios esteróides Classes de hormônios esteróides 1- Hormônios sexuais e progestacionais 2- Hormônios adrenocorticais São sintetizados nas gônadas (ovário e testículos) e no córtex adrenal a partir de colesterol Estrutura baseada no núcleo cliclopentanopiridrofenantreno Conversão dos hormônios ativos em formas menos ativas ou inativas envolve alterações nos substituintes do anel, e não da própria estrutura do anel Principais hormônios esteróides e suas funções Principais hormônios esteróides e suas funções Conversão de colesterol em hormônios adrenocorticais 1- Colesterol sofre clivagem da cadeia lateral para formar a Δ5-pregnenolona e isocaproaldeído Obs: Δ5-pregnenolona é obrigatória na síntese de todos os hormônios esteróides 2- Δ5-pregnenolona é convertida diretamente a progesterona pela ação da 3β-ol desidrogenase (converte o grupo 3-OH em 3-ceto) e Δ4,5-isomerase (move a dupla ligação do anel B para o anel A) 3- Nas células da zona glomerulosa da adrenal ocorre converção de progesterona em aldosterona 1 2 3 Reticulo endoplasmático Mitocôndria Conversão de colesterol em hormônios sexuais (1) 17,20-desmolase (2) desidrogenase e isomerase (3) 17β-OH desidrogenase (4) 5α-redutase (5) 3α-redutase (6) aromatase Metabolismo de hormônios esteróides Hormônios esteróides são metabolizados lentamente, devido à sua ligação a proteínas plasmáticas, que os protegem da degradação O fígado é o principal local de metabolismo de esteróides, e um grande número de metabólitos é produzido para cada esteróide Em geral, as reações enzimáticas envolvidas no metabolismo de esteróides tendem a diminuir sua atividade biológica e aumentar sua solubilidade em água, facilitando assim sua excreção na urina Exemplo de metabolismo de hormônios esteróides Metabolismo de testosterona pode gerar esteróides ativos ou 17-cetosteróides inativos (1) aromatase (2) 17β-hidroxiesteróide desidrogenase (3) 5β-redutase (4) 3β-hidroxiesteróide desidrogenase isomerase (5) 3β-hidroxiesteróide desidrogenase Principal produto final metabólico inativo DHEA Regulação na síntese de hormônios esteróides Regulação da biossíntese de hormônios esteróides é mediada por concentrações intracelulares aumentadas de cAMP e Ca+2, embora a geração de IP3 também pode estar envolvida Efeitos rápidos do cAMP: 1- Mobilização e entrada de colesterol para a membrana interna das mitocôndrias, onde é metabolozada a pregnenolona Efeitos lentos do cAMP: Transcrição aumentada de genes de enzimas esteroidogênicas, que são responsáveis pela produção ótima de colesterol a longo prazo A proteína regulatória esteroidogênica aguda (StAR), facilita a translocação de colesterol da membrana mitocondrial externa para a interna 1 Hormônios que estimula diretamente a síntese e liberação de hormônios esteróides PTH= Hormônio da paratireoide Efeitos do ACTH sobre a biossíntese e secreção de cortisol Reações que levam à secreção de aldosterona em uma célula localizada na zona glomerulosa da adrenal 1 1- A principal força motriz é angiotensina II, que é gerada pelo sistema renina- agngiotensina: ECA Reações que levam à secreção de aldosterona em uma célula localizada na zona glomerulosa da adrenal 1 2- IP3 causa liberação de Ca+2 das vesículas intracelulares de armazenamento de Ca+2. Além disso, o canal de Ca+2 da membrana celular é aberto pelo complexo angiotensina-receptor Levam a um nível muito aumentado de Ca+2 citosólico, que juntamente com DAG, estimula proteína quinase C OBS. Acetilcolina liberada por sinais neuronais de estresse produz efeitos semelhantes nos níveis de cálcio 2 aumenta a reabsorção de sódio nos túbulos renais. Aumenta: hiperaldosteronismo primário, uso de diuréticos, etc. Diminui: hipoaldosteronismo primário, etc. Angiotensinogênio → Angiotensina I → Angiotensina II → ↑ da secreção de aldosterona pelo córtex da supra-renal (zona glomerulosa) → ↑ a reabsorção de de Na+ e H2O (retenção) → ↑ RVP (resistência vascular perifárica) → ↑ PA Sistema renina-angiotensina: regulação da secreção de aldosterona Córtex da supra renal Hormônios esteróides Renina Reações que levam à secreção de aldosterona em uma célula localizada na zona glomerulosa da adrenal Condições fisiológicas opostas geram o fator natriurético atrial (ANF) => Um aumento do volume do sangue resulta em estiramento aumentado do coração e síntese e secreção aumentadas de ANF. No nível da célula da zona glomerulosa, ANF ativa a atividade de guanilato ciclase de seu receptor, resultando em um aumento nos níveis de cGMP citosólico. cGMP então inibe a síntese e a secreção de aldosterona e a formação do cAMP pela adenilato ciclase Vitamina D3 A forma ativa da vitamina D, chamada calcitriol (1,25-(OH)2-D3), é referida como um secosteróide, que é um esteróide, no qual um dos anéis foi aberto hidroxilação 7-Desidrocolesterol Pré-vitamina D3 Vitamina D3 (colecalciferol) 25-OH-D3 1, 25-(OH)2-D3 (Ativo) 24, 25-(OH)2-D3 (Inativo) Vitamina D3 Receptores do calcitriol são expressos em várias células-alvos, incluindo células epiteliais intestinais, células ósseas e células que revestem os túbulos renais Ligação do calcitriol induz fosforilação do receptor, e o compexo hormônio- receptor então liga aos elementos de resposta à vitamina D3 no DNA Ligação do receptor a estas seqüências de DNA resultará em uma velocidade aumentada de transcrição de genes que respondem a vitamina D3 e promove absorção de Ca2+, que apresenta um importante papel na minerilação óssea Transporte de hormônios esteróides: proteínas de ligação Principais proteínas plasmáticas que são responsáveis pelo transporte de hormônios esteróides no sangue: Globulina de ligação a corticoesteróides Proteínas de ligação a hormônios sexuais Proteínas de ligação a andrógenos Albumina Receptores de hormônios esteróides: receptores intranucleares Etapa 1: Dissociação do hormônio da proteína de transporte circulante Etapa 2: Difusão do ligante livre para o citosol ou núcleo Etapa 3: Ligação do ligante ao receptor citoplasmático ou nuclear Etapa 4: Ativação do complexo hormônio- receptor citoplasmático ou nuclear para a forma que se liga ao DNA Etapa 5: Deslocamento do complexo hormônio- receptor citosólico ativado para o núcleo Etapa 6: Ligação do complexo hormônio- receptor a elementos de resposta específicos (HSE) no DNA Etapa 7: Síntese de proteínas novas codificadas por genes que respondem ao hormônio Etapa 8: Alteração do fenótipo ou da atividade metabólica da célula alvo, mediada por proteínas induzidas especificamente Métodos de determinação da concentração de hormônios no sangue Determinação da concentraçãode hormônios no sangue Muitos hormônios estão presentes no sangue em quantidades extremamente mínimas Métodos para a quantificação de hormônios: - Radioimunoensaio - Ensaios imunométricos Determinação da concentração de hormônios no sangue Radioimunoensaio Reagentes necessários: -Anticorpo específico a o hormônio (antígeno) -Antígeno marcado: I125 (emite raios gama) e H3 (emite raios beta) -Uma preparação padrão do antígeno -Um sistema para separar a fração que fica ligada ao antígeno da fração que não fica ligada Determinação da concentração de hormônios no sangue Radioimunoensaio A substância que se pretende dosar (Ag não marcado), existente no soro do paciente, compete com o Ag marcado pelos sítios de fixação do anticorpo A porcentagem do Ag ligado ao Ac está relacionada à quantidade total de Ag presente e é traduzida pela distribuição do marcador radioativo Com quantidades crescentes de Ag não-marcados, quantidades correspondentes menores do Ag marcado não fixadas no Ac Comparando a distribuição do marcador no soro do paciente com a observada nos padões, podemos determinar a concentração do Ag nesse soro Determinação da concentração de hormônios no sangue Radioimunoensaio Prepara-se uma curva de padronização em que se relacionam graficamente as porcentagens (ou as razões) obtidas nos padões com as concentrações dos padrões Determinação da concentração de hormônios no sangue Radioimunoensaio Desvantagem: Não é um teste seguro! Determinação da concentração de hormônios no sangue Ensaios imunométricos São os ensaios mais procurados pelos laboratórios clínicos Vantagens sobre o radioimunoensaio: -Eliminação do marcador radioativo -Reagentes com meia-vida mais longa -Ensaios mais rápidos -Um instrumento que oferece uma operação simples e eficiente Tipos de ensaios imunométricos: -ELISA - Quimioluminescência Outros componentes do soro ELISA “SANDWICH” Antígeno a ser dosado Anticorpo primário Anticorpo conjugado TMB (tetramethylbenzidine) Enzima Peroxidase ELISA DE COMPETIÇÃO Outros componentes do soro Antígeno a ser dosado Anticorpo primário Antígeno biotinilado TMB ST-AV- Peroxidase Reação ELISA: análise dos resultados Espectrofotômetro Quimioluminescência Determinação da concentração de hormônios no sangue Atualmente a maioria dos métodos para dosagens de hormônios utilizal a quimioluminescência: imunoquimioluminescência Absorção de um foton Emissão de um foton A luminescência é a emissão de luz ou energia radiante quando um elétron retorna de um nível de energia mais alto ou excitado para outro mais baixo Quimioluminescência Determinação da concentração de hormônios no sangue Quimioluminescência Determinação da concentração de hormônios no sangue Fenômeno que se obtém energia luminosa a partir de uma reação química Envolve a oxidação de um composto orgânico, tal como o luminol, isoluminol, ésteres de acridina ou luciferina por um oxidante, por exemplo, o peróxido de hidrogênio, o hipoclorito ou o oxigênio A luz é emitida do produto excitado, formado na reação de oxidação Essas reações ocorrem na presença de catalisadores, como as enzimas (Ex: fosfatase alcalina peroxidase e microperoxidase), íons metálicos ou complexos metálicos, como os com cobre II e ferro III Luminol Quimioluminescência Determinação da concentração de hormônios no sangue Quimioluminescência Determinação da concentração de hormônios no sangue Instrumento que detectam a luz: Lumonômetro Determinação da concentração de hormônios no sangue Exemplo: Ensaio imunofluorométrico não competitivo com anticorpos monoclonais anti-βLH Eu = Európio A solução de amplificação: dissocia os íons európio do Ac marcado na solução, e com eles forma estruturas fluorescentes Visão Geral... Referências 01- DEVLIN, T.M., Manual de BIOQUÍMICA com correlações clínicas, 6ª Ed., Editora Edgar Blücher Ltda. São Paulo, 2007. 02- STRYER, L. BIOQUIMICA, 5ª ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 2004. 03- VOET, D. Fundamentos de BIOQUÍMICA, ARTMED, Porto Alegre, 2002. 04- LEHNINGER, A.L. Princípios de Bioquímica, 3ª Ed., Sarvier, São Paulo, SP, 2002. 05- GUEDES, L.S. Manual de Aulas Práticas, 2002. 06- CAMPBELL, M.K., BIOQUIMICA, 3ª Ed., ARTMED, Porto Alegre, RS, 2001. 07- MONTGOMERY R.e Col. BIOQUIMICA Uma Abordagem Dirigida para Casos, 5ª Ed., Artes Médicas, 1994.
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