Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Toxicologia Prof. Maurício Fábio Gomes UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá Toxicologia Ocupacional Monitoramento Ambiental e Biológico Conceito É um ramo da toxicologia, voltada para o estudo da interação entre o homem e as substâncias químicas presentes em seu ambiente de trabalho Objetivo: Prevenção das alterações da saúde dos trabalhadores expostos à estas substâncias Norma Regulamentadora no 9 – NR – 9 Princípios básicos para a avaliação e monitoramento da exposição ocupacional a agentes químicos, físicos e biológicos. Estabelece: A toxicologia ocupacional está baseada num tripé Monitorização do ambiente laboral Monitorização biológica Controle médico: avaliação clínica, diagnóstico e tratamento. Monitoramento Ambiental Higiene ocupacional: é a ciência devotada ao reconhecimento, avaliação e controle de riscos ocupacionais, originados no ou do local de trabalho, que podem causar doença, comprometimento da saúde e do bem-estar, ou significante desconforto para os trabalhadores ou membros de uma comunidade. Monitoramento Ambiental Monitoramento Ambiental Amostragem no tempo e no espaço NÃO É ABSOLUTO Estimativa bastante próxima da realidade Monitoramento biológico e Controle médico Fundamental para a mais completa proteção da saúde Baseia-se: Monitoramento Ambiental Para ocorrência de uma intoxicação não basta apenas a exposição, é necessário que o agente atinja os sítios ativos numa concentração suficiente para um efeito; Exposição ocupacional decorrente de uma atividade profissional exposição ao agente efeitos locais ou sistêmicos; A forma de manuseio das substâncias e as condições de trabalho determinantes da exposição ocupacional; Fatores intervenientes da exposição Estratégias de amostragem para avaliação e prevenção Monitoramento Ambiental LT : Limites de Tolerância – NR – 15 (1978) Fixa as substâncias cuja insalubridade é caracterizada por LT e fornece uma tabela de valores. Insalubridade: 10, 20 ou 40% do salário mínimo do trabalhador exposto. Os valores não são fixos, ou seja, estão dentro de uma faixa de variação suficientemente ampla. Limites de exposição ocupacional (LEO): No Brasil: Monitoramento Ambiental Nível de ação: Nível de concentração ambiental, representativo da zona respiratória de um trabalhador, a partir do qual, ele é considerado exposto Ações de monitoramento do Ambiente de Trabalho, Monitoramento Biológico e de Vigilância da Saúde devem ser iniciados; Por convenção 50% do LEO. Valor acima do nível de ação em uma avaliação: 5% dos valores reais acima do LEO em um dia não são avaliados Monitoramento Ambiental Índice de Exposição: É definido como a razão entre o resultado obtido e o correspondente LEO. Ex: LEO do Éter etílico = 400 ppm LEO do Éter fenílico = 1 ppm Indivíduo exposto à concentrações de éter etílico = 180 ppm e éter fenílico = 5 ppm; IE do éter etílico = 180/400 = 0,45, abaixo do NA (metade do limite) IE do éter fenílico = 5/1 = 5 (5 vezes o limite) Monitoramento Ambiental Índice de Exposição: Substância com efeitos aditivos: A legislação brasileira não considera efeitos aditivos; Neste caso, considera-se de forma global a todos os componentes, mediante a somatória dos índices de exposição de cada substância: IE = C1/L1 + C2/L2 + ... + CN/LN Monitoramento Biológico Controle da exposição através de índices biológicos e dos efeitos lesivos no organismo através de exames laborais Determinação dos agentes presentes no ambiente de trabalho ou de seus metabólitos nos tecidos, secreções, ar expirados dos indivíduos expostos para avaliar a exposição e o risco a saúde, comparando-se os resultados obtidos com as referências apropriadas. Monitoramento Biológico Vantagem: Mais diretamente associados com os efeitos nocivos à saúde; Oferecem melhor estimativa de risco. Desvantagem: Número limitado de indicadores disponíveis. Monitoramento Biológico Constitui um parâmetro que evidência a ocorrência de alguma alteração num sistema ou numa amostra biológica. Utilizam-se atualmente indicadores bioquímicos, genéticos e celulares; Podem ser: 1 – indicadores de dose interna; 2 – Indicadores de efeito 3 – Indicadores de susceptibilidade Monitoramento Biológico Indicadores de dose interna: Quantificação do próprio xenobiótico, seus metabólitos ou produto de interação com algumas moléculas ou célula-alvo. Indicadores de dose usual: Ex. Cádmio no sangue Indicadores de exposição cumulativa: Ex. Chumbo nos ossos Indicadores de dose interna “real”: Ex.: chumbo difusível no plasma Monitoramento Biológico Indicadores de efeito: Monitoramento de efeitos é realizado com avaliação biológica precoces, reversíveis que se desenvolvem no órgão crítico. Instrumento utilizado na avaliação de risco ao estado de saúde do individuo exposto. Servem para mostrar efeitos ainda considerados não-nocivos, ou seja, não associados com alterações funcionais das células. Requer conhecimento dos mecanismos de ação tóxica. O Pb inorgânico inibe a enzima gama-ALA-D, desta forma a determinação urinária do ácido gama-aminolevulínico assume papel indicador. Monitoramento Biológico Indicadores de suscetibilidade: Capacidade limitada do organismo de fazer frente à exposição a uma substância química específica Condição adquirida ou congênita Ex.: Capacidade de acetilar moléculas tais como metabólitos de aminas aromática probabilidade do desenvolvimento de câncer da bexiga. Delinear situações de seleção de trabalhadores discriminando alguns testes e condicionando um limite do direito ao trabalho. Monitoramento Biológico Métodos de Monitoramento Biológico: Determinação de substâncias químicas ou de seus metabólitos nos fluidos biológicos: Determinação de efeitos associados com a dose: Determinação direta de substância no sítio onde ocorre a ação: Maior parte dos exames disponíveis Baseados na quantificação dos efeitos correlacionados com a dose interna. Ex.: atividade da acetilcolinesterase Ex.: Determinação da carboxiemoglobina Monitoramento Biológico Interpretação de resultados de monitoramento biológico: Limites biológicos de exposição: 1. Derivados matematicamente dos limites de exposição ambiental – BEI (índice de exposição biológica). O valor biológico inferior ao correspondente BEI tem assim relativa aceitação a exposição; 2. Baseados em estudos epidemiológicos, clínicos e toxicológicos – estudos por toda vida profissional, abaixo dos quais nenhum efeito adverso tenha sido observado; 3. Derivados de boas práticas de laboratório. No Brasil – IBMP (índice Biológico Máximo Permitido). Monitoramento Biológico Interpretação de resultados de monitoramento biológico: Valor de referência: São indispensáveis ao MB de substâncias cujo indicador está presente no material biológico independente da exposição ocupacional. Sofre influência de fatores ambientais, fisiológicos e patológicos. Monitoramento Biológico Interpretação de resultados de monitoramento biológico: Interpretação (individual ou grupo): Individual: Depende de diversos fatores: • Hábitos alimentares – consumo de peixe aum. Arsênio urinário; • Ingestão de álcool – interfere na biotransformação de solventes; • Hábito de fumar – maior absorção de metais e solventes; • Uso de fármacos indutores – interfere no metabolismo. Grupo • Todos os dados abaixo da LEO: aceitável • Se só parte dos dados abaixo da LEO: intevenção Monitoramento Biológico Uso prático de indicadores biológicos:Numerosos fatores exercem influência sobre o comportamento do indicador: Tempo de amostragem (final de exposição) Amostragem incorreta (falta de conservação, recipiente inadequado, etc) Exemplos de substâncias que exigem controle ocupacional (NR – 7) Anilina Arsênico Cadmio Chumbo inorgânico Chumbo tetraetila Cromo hexavalente Diclorometano Dimetilformamida Dissulfeto de carbono Ésteres organofosforados e carbamatos Estireno Etil-benzeno Fenol Flúor ou fluoretos Mercúrio inorgânico Metanol Metil-etil-cetona Monóxido de carbono N-hexano Nitrobenzeno Pentaclorofenol Tetracloroetileno Tolueno Tricloroetano Tricloroetileno Xileno Agentes Relevantes nas Intoxicações Ocupacionais Inalantes (gases e poeiras) Metais Hidrocarbonetos
Compartilhar