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1 DISCIPLINA DE ESTOMATOLOGIA Prof. Dr. Francisco Aurelio Lucchesi Sandrini CURSO DE ODONTOLOGIA Considerações sobre DOR CONCEITO É uma experiência sensorial e emocional desagradável relacionada à lesão tecidual reais ou potenciais. International Association for the Study of Pain 80% da população tem dor intensa em alguma fase da vida. 216.000.000 comprimidos Aspirina®/dia DOR = “PAIN” do grego “Poena” 9 multa; penalidade DOR É uma experiência sensorial e emocional desagradável relacionada à lesão tecidual real ou potencial. International Association for the Study of Pain Sensorial – Morbidade Sofrimento, ansiedade, depressão e insônia Incapacidade física Alterações neuro-vegetativas (↑PA ↑FC) DOR É uma experiência sensorial e emocional desagradável relacionada à lesão tecidual. International Association for the Study of Pain Emocional – Defesa: Agressividade Depressão Angústia – Medo Alerta Insônia 2 DOR • A percepção da dor envolve mecanismos anátomo-fisiológicos, pelos quais um estímulo nocivo capaz de gerá-la é criado e transmitido por vias neurológicas desde os receptores da dor. • Esta fase da dor é praticamente igual em todos os indivíduos sadios, mas pode ser alterada por doenças, pois a capacidade de perceber a dor depende, sobretudo, da integridade do mecanismo neural envolvido. DOR • A reação à dor vem a ser a manifestação do indivíduo de sua percepção de uma experiência desagradável. • Fatores neuroanatômicos e fisiopsicológicos extremamente complexos que englobam o córtex, sistema límbico, hipotálamo, tálamo. • Determinam exatamente a conduta do paciente a respeito de sua experiência desagradável. DOR • Os receptores da dor - Histologicamente são pouco mais que terminações nervosas livres. • Relacionados com estímulos capazes de causar danos às células, têm importante valor protetor, avisando sobre perigos iminentes ou reais. • Receptores da dor denominam-se também nociceptores. DOR • As terminações nervosas livres são os únicos receptores encontrados na polpa dental, na córnea ocular e nas artérias - a dor é a única sensação percebida quando essas estruturas são estimuladas. • Testes de vitalidade pulpar - calor, frio ou corrente elétrica ao dente, a resposta se houver, será sempre dor. DOR • Os interoceptores são aqueles sensíveis a alterações do meio interno, isto é, são responsáveis pela propriocepção. • Abrangem os receptores situados nas vísceras, músculos, tendões e no periodonto e são denominados fusos neuromusculares ou proprioceptores. DOR • Para excitar, o estímulo deve exceder uma intensidade crítica, ou seja, deve atingir um limiar. • Além disso, o estímulo deve provocar uma alteração do meio, mais rapidamente que uma determinada velocidade, para que se produza a excitação. • Por exemplo, é fácil apreciar o calor associado à ingestão de café quente, entretanto se o indivíduo tomar lentamente café de temperaturas elevadas, pode demonstrar uma tolerância muito maior que no primeiro caso, pois ocorre uma adaptação ao estímulo. 3 DOR • Certos estímulos são mais tolerados que outros. Para a dor quase não ocorre adaptação, enquanto que o tato e a pressão têm boa adaptação, como podemos observar pelo uso de nossas roupas, óculos, jóias, etc. • O fato de os receptores da dor adaptarem-se mal e lentamente é benéfico, pois que a dor é uma sensação útil sob o ponto de vista de ser um mecanismo protetor : a fácil adaptação eliminaria sinais de aviso contra o perigo. DOR • O estímulo mínimo capaz de gerar um impulso nervoso no nervo sensitivo, suscetível de ser percebido. • Quando o estímulo é insuficiente para gerar um impulso, é chamado subliminar. • O limiar de dor é inversamente proporcional à reação à dor. DOR • Um paciente com elevado limiar doloroso é hiporreativo, enquanto aquele que tem baixo limiar é hiperreativo. • Em consequência o limiar de dor, alto ou baixo, indica a reação consciente do paciente a uma experiência desagradável e específica. DOR • Mesmo admitindo-se que a percepção da dor é igual em pessoas sadias, alguns fatores têm influência definida sobre o limiar de dor de cada indivíduo. • Estados emocionais – • Fadiga – • Idade - • Raça – • Sexo • Medo DOR Definições: Alodinia: dor em resposta a estímulo não doloroso; Disestesia: sensação anormal e desconfortável de origem espontânea ou evocada Hiperestesia: sensibilidade aumentada aos estimulos Hipoalgesia: resposta dolorosa diminuída Hiperalgesia: resposta aumentada a estimulo, normalmente, doloroso (não-adaptativo) DOR Classificação: AGUDA Minutos – Horas Relação causa-efeito Boa resposta terapêutica Hiperalgesia local Ausência de alodinia CRÔNICA Semanas – Meses Processos patológicos Contínua - Recorrente Vaga Mal delineada DOR Mecanismos: Lesão Inflamação Hipersensibilização central Reorganização sináptica 4 DOR Fatores Biológicos Sociais Psicológicos Lesão Tecidual Condição Física Efeito da Medicação Suporte Social Relação Familiar Influências Culturais Comportamento Tipo de Personalidade Grau de Conhecimento DOR Mecanismos de dor: • Alterações neuronais: Hipersensibilidade central Resultado do envolvimento do sistema nervoso periférico ou central – Reorganização neuronal. Lesões nervosas Neuropática DOR Mecanismos de dor: • Estimulação periférica: Resultado do estímulo de nociceptores espalhados pelo organismo. Reações inflamatórias e aos traumas Principal mecanismo envolvido com a dor aguda. DOR • Alterações neuronais – Dor Neuropática: “A fisiopatologia da dor neuropática constitui um enigma.” Manoel Jacobsen É a dor iniciada ou causada por uma lesão ou disfunção primária do sistema nervoso. DOR • Alterações neuronais – Neuropática: Múltiplas manifestações: Queimação “Dor” Pressão Choque Aperto Latejamento Esmagamento Dilacerante Pontada Cãimbra Constante – Episódica – Paroxística DOR • Alterações neuronais – Neuropática: Etiologias: 1 – Cirúrgicas: Amputações “Cirurgias bucais” Traumatismos 2 – Infecciosas: Herpes zoster SIDA Hanseníase 3 – Tóxicos: Quimioterápicos Mercúrio 4 – Alterações nutricionais 5 – Etilismo 6 – Alterações imunes 7 – Compressões nervosas 8 – Câncer 9 – Distúrbios metabólicos: Diabetes 10 – Alterações genéticas 11 – Alterações vasculares 12 – Doenças reumáticas 5 DOR • Alterações neuronais – Neuropática: Periféricas: Descargas ectópicas espontâneas Sinapses aberrantes Alterações das expressão de canais iônicos Sensibilidade nociceptiva Centrais: Sensibilização central Reorganização espinhal Reorganização cortical Alteração das vias inibitórias DOR • Os neurônios mielínicos apresentam condições de muito interesse odontológico, especialmente no campo da Cirurgia. • São as propriedades de degeneração e de regeneração, quando submetidos a agressões. • Nesse caso, se um axônio for secionado, a porção distal sofre degeneração devido a alterações químicas na bainha de mielina. DOR • Esse fenômeno foi descrito por Waller, recebendo então o nome de degeneração walleriana. • Quando secionado a porção distal degenera, deixando o neurilema vazio. • Do segmento proximal o neurônio cresce para o interior desse neurilema vazio e, posteriormente, regenerar-se-á também a mielina. • Sabe-se por estudos experimentais e clínicos que o axônio se regenera na proporção de 1 a 5mm por dia. Lesão Nervosa Células de Schwann/Macrófagos - reparação Nervo D P Crescimento = Formação X Degeneração * Neuromas DOR • Estimulação Periférica • Receptores da dor: Distribuídos pelo organismo Estímulos: Mecânicos; Térmicos; Químicos. Natureza não-adaptativaDOR • Dor Pós-Operatória: Excitação Autonômica: Hipertensão arterial e taquicardia Sobrecarga cardíaca ↑ Risco de complicações cardíacas 6 DOR • Dor Pós-Operatória: Limitação à deambulação: ↑ Risco de “tromboses” ↑ Risco de pneumonias Constipação e retenção urinária Retardo da alta hospitalar Sofrimento e mal-estar: Piora da qualidade de vida AVALIAÇÃO DOR • Dor Psicogênica: Resultado de um estímulo psíquico Raro tipo de dor Relacionada a dores crônicas “É uma realidade que decorre naturalmente dos mitos que os indivíduos constroem a partir de sua realidade psíquica.” Efeito Placebo DOR • A dor psicogênica pode ser definida como uma sensação dolorosa que não tem base orgânica. • É qualquer dor de origem totalmente mental, e que se fixa numa parte da anatomia. • Em muitos casos é sintoma de uma neurose latente que o paciente pode ignorar. DOR • O cirurgião-dentista deve ter muito cuidado para estabelecer o diagnóstico deste tipo de dor. • Todos os métodos para encontrar um possível foco orgânico de origem da dor devem ser esgotados antes de firmar o diagnóstico. DOR • O cirurgião-dentista não deve deixar de compreender que essa dor, mesmo sendo de origem psicogênica, é real para o paciente. • Deve mostrar-se compreensível e tomar medidas temporárias para aliviá-lo. • De maneira nenhuma deve dizer bruscamente que a dor é imaginária. 7 DOR • Controle da Dor : • A dor pode ser controlada ou eliminada na clínica odontológica, e para isso podem ser usados os seguintes métodos: • Eliminar a causa • Bloquear a via dos impulsos dolorosos • Elevar o limiar da dor • Depressão cortical - anestesia geral. • Métodos psicossomáticos - Estes métodos, que consistem em levar o paciente a um estado mental adequado DOR SUCESSO-INSUCESSO • Valorize a queixa do seu paciente; • Estabeleça relação medico-paciente efetiva • Atenção aos problemas psicológicos subjacentes • Não se esqueça da abordagem multidisciplinar • Acompanhe e corrija o curso do tratamento • Suspenda medicação ineficaz • Invista na fisioterapia • Invista na psicologia DOR SUCESSO-INSUCESSO • O profissional que oferece a consulta competente para atender melhor o seu paciente ganha o respeito geral e eleva o conceito da sua profissão no meio onde se localiza. BIBLIOGRAFIA: DESJARDINS, P. J,, Patient pain and anxiety: The medical and psychologic challenges facing oral and maxillofacial surgery, J Oral Maxillofac Surg, v. 58, p. 1-3, 2000. DOURADO, E; et al., Dor e efeito placebo, Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, v. 4, n.3, 2004. FRIZZO, H. M.; HASSE, P. N.; VERONESE, R. M., Neuralgia do trigêmeo: Revisão bibliográfica analítica, Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, v. 4, n.4, 2004. SWIFT, J. Q., Nonsteroidal anti-inflamatory drugs nd opioids: Safety and usage concerns in the differential treatment of postoperative orofacial pain, J Oral MAxillofac Surg, v.58, p. 8-11, 2000. ZUNIGA, J. R.,Guidelines for anxiety control and pain management in oral and maxillofacial surgery, J Oral MAxillofac Surg, v.58, p. 4-7, 2000. http://www.dor.org.br/profissionais/5_sinal_vital.asp FISIOPATOLOGIA DA DOR http://www.angelfire.com/nm/cirurgia/fisio.html Francisco Aurelio Lucchesi Sandrini, CD, MSc, PhD Mestre e Doutor em Odontologia Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial fcoaurelio@leaosampaio.edu.br francisco.bucofacial@gmail.com
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