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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL – REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ENGENHARIA CIVIL FENÔMENOS TÉRMICOS, ONDULATÓRIOS E FLUIDOS DILATAÇÃO TÉRMICA E LEI DE NEWTON DE RESFRIAMENTO Fernanda de Freitas Alves - 134100072 Ouro Branco, MG, Brasil Setembro de 2014 INTRODUÇÃO Todos os materiais na natureza estão sujeitos a expansão ou contração, isso acontece através da mudança de temperatura dos corpos, pois assim o grau de agitação das partículas aumenta ou diminui e isso contribui para o espaçamento ou aglomeração das mesmas, a olho nu pode-se perceber esse fenômeno pela variação das medidas de um corpo. A dilatação pode ser analisada de maneira linear, superficial e volumétrica. A dilatação é proporcional ao aumento de temperatura, mas não é a mesma para diferentes materiais, ou seja, mesmo para uma mesma variação de temperatura, a dilatação dos corpos não será a mesma para diferentes materiais, pois cada um tem um coeficiente de dilatação característico. Como a dilatação resulta em modificação do volume, podemos concluir que a mesma influi também na densidade das substâncias. Portanto, a dilatação é mais presente no nosso dia a dia do que se pensa, essas propriedades podem ser aplicadas para construção de pontes, e termômetros e até mesma para abrir um pote de vidro.Equação 1 - Dilatação linear Quando se expõe um corpo de temperatura TC a um ambiente de temperatura TA, de forma que TC ≠ TA, nota-se que, após algum tempo, o objeto atinge o equilíbrio térmico com o ambiente. A lei de Newton cobre a situação do resfriamento de um corpo, e diz que a taxa de perda de calor de um corpo é proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e seus arredores. Isso pode ser traduzido pela equação:Equação 2 - Lei de Newton Onde α é o coeficiente de troca que depende da forma da amostra e A é a área do corpo em contato com o meio. No entanto, o experimento relatado aqui deve relacionar o resfriamento com o comprimento da barra, logo temos:Equação 3 - Lei de Newton para contração térmica Pode-se também deduzir uma expressão para a taxa de resfriamento, que nada mais é do que a razão H entre a quantidade infinitesimal de calor e de tempo: OBJETIVOS Desenvolvimento Montagem Em um suporte horizontal foi afixado um tubo, de um lado do suporte se encontrava o relógio comparador em contato com o cano e do outro uma mangueira acoplada ao tubo. Um bico de Bunsen fornecia calor para uma vidraria contendo água que tinha duas saídas, em uma delas se encontrava um termômetro de mercúrio e em outra saída a outra ponta da mangueira. Procedimento Primeiramente deve-se anotar o comprimento inicial do tubo e a temperatura ambiente, logo depois deve-se zerar o relógio comparador. Acender o bico de Bunsen para evaporar a água da vidraria para que o vapor possa ser conduzido pela mangueira até o interior do tubo. Após alguns minutos o cano e o vapor vão atingir o equilíbrio e o cano estará dilatado, a temperatura de equilíbrio e a variação no comprimento do tubo devem ser aferidas com o auxílio do termômetro de mercúrio e do relógio comparador. Após atingir o equilíbrio a fonte de calor deve ser desligada para que dessa forma possa se observar e anotar a contração do cano em relação ao tempo. O experimento deve ser feito para os tubos de cobre, alumínio e latão. Resultados Para calcularmos o coeficiente de dilatação linear de cada tipo de metal usamos a seguinte equação: ∆L = L0.α.∆T Isolando α, temos: α=∆L/( L0.∆T) Sabe-se que L0 (comprimento inicial) é igual a 520 mm para todas as barras e que ∆T (variação de temperatura) é igual a 75 °C, uma vez que a temperatura inicial era 19 °C e a final 94 °C. Baseado nessas informações, temos o valor de “α” para: Latão (∆L igual a 0,47 mm) α=0,47/(520.75) α=1,21x10^-5 °C^-1 Cobre (∆L igual a 0,76 mm) α=0,76/(520.75) α=1,95x10^-5 °C^-1 Alumínio (∆L igual a 0,91 mm) α=0,91/(520.75) α=2,33x10^-5 °C^-1 Para verificarmos a Lei de Newton do Resfriamento e podermos calcular as constantes, foi montada uma tabela VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO X TEMPO APÓS CESSAR FONTE TÉRMICA e posteriormente, um gráfico da VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO X TEMPO APÓS CESSAR FONTE TÉRMICA para cada barra. Latão: Variação do Comprimento (mm) Tempo Após Cessar Fonte Térmica (s) 0,470 0 0,450 5 0,440 10 0,430 15 0,420 20 0,410 25 0,400 30 0,390 35 0,381 40 0,371 45 0,362 50 0,352 55 0,342 60 0,333 65 0,324 70 0,314 75 0,305 80 0,296 85 0,288 90 0,276 95 0,267 100 0,259 105 0,251 110 0,243 115 0,236 120 0,228 125 0,221 130 0,214 135 0,206 140 0,199 145 0,193 150 0,186 155 0,180 160 0,174 165 0,167 170 0,160 175 0,154 180 0,148 185 0,143 190 0,139 195 0,133 200 0,130 205 0,127 210 0,125 215 0,121 220 0,119 225 0,116 230 0,113 235 0,112 240 0,109 245 0,106 250 VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO X TEMPO APÓS CESSAR FONTE TÉRMICA Plotando os pontos da tabela no gráfico e fazendo um ajuste dos dados para uma exponencial, encontramos que a equação da curva é y=0,539.e-0,0048.x. Comparando essa equação com a equação da Lei de Newton do Resfriamento, ∆L=∆L0.e-k.t, temos que -0,0048=-k. Logo, temos que a constante “k” nesse experimento é igual a 0,0048. Cobre: Variação do Comprimento (mm) Tempo Após Cessar Fonte Térmica (s) 0,760 0 0,740 5 0,725 10 0,713 15 0,703 20 0,693 25 0,683 30 0,673 35 0,657 40 0,645 45 0,635 50 0,625 55 0,615 60 0,605 65 0,596 70 0,588 75 0,577 80 0,567 85 0,558 90 0,548 95 0,539 100 0,530 105 0,520 110 0,511 115 0,503 120 0,495 125 0,487 130 0,479 135 0,471 140 0,463 145 0,454 150 0,445 155 0,438 160 0,431 165 0,423 170 0,415 175 0,408 180 0,399 185 0,390 190 0,384 195 0,378 200 0,371 205 0,364 210 0,356 215 0,350 220 0,345 225 0,340 230 0,333 235 0,329 240 0,322 245 0,316 250 VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO X TEMPO APÓS CESSAR FONTE TÉRMICA Plotando os pontos da tabela no gráfico e fazendo um ajuste dos dados para uma exponencial, encontramos que a equação da curva é y=0,846.e-0,003.x. Comparando essa equação com a equação da Lei de Newton do Resfriamento, ∆L=∆L0.e-k.t, temos que -0,003=-k. Logo, temos que a constante “k” nesse experimento é igual a 0,003. Alumínio: Variação do Comprimento (mm) Tempo Após Cessar Fonte Térmica (s) 0,911 0 0,890 5 0,870 10 0,850 15 0,820 20 0,800 25 0,790 30 0,770 35 0,750 40 0,730 45 0,715 50 0,700 55 0,690 60 0,680 65 0,670 70 0,660 75 0,647 80 0,636 85 0,626 90 0,615 95 0,605 100 0,595 105 0,586 110 0,576 115 0,566 120 0,556 125 0,547 130 0,538 135 0,529 140 0,521 145 0,511 150 0,502 155 0,493 160 0,484 165 0,475 170 0,467 175 0,459 180 0,451 185 0,441 190 0,432 195 0,424 200 0,417 205 0,409 210 0,400 215 0,394 220 0,387 225 0,380 230 0,375 235 0,367 240 0,362 245 0,356 250 VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO X TEMPO APÓS CESSAR FONTE TÉRMICA Plotando os pontos da tabela no gráfico e fazendo um ajuste dos dados para uma exponencial, encontramos que a equação da curva é y=0,758.e-0,0048.x. Comparando essa equação com a equação da Lei de Newton do Resfriamento, ∆L=∆L0.e-k.t, temos que -0,0048=-k. Logo, temos que a constante“k” nesse experimento é igual a 0,0048. Análise de resultados Os valores de “α” para o cobre, latão e alumínio, baseados na literatura, são, respectivamente 1,7x10^-5 °C^-1, 1,9x10^-5 °C^-1 e 2,2x10^-5 °C^-1. Comparando esses valores com os obtidos nos experimentos, percebemos que eles se aproximam entre si. As pequenas diferenças observadas podem ser justificadas pelo fato dos instrumentos de medida não estarem totalmente calibrados e as condições as quais o experimento foi submetido não terem sido exatamente as mesmas condições da literatura. Ainda assim, podemos afirmar que o experimento em questão é uma ótima maneira de se calcular o coeficiente de dilatação linear de um material. CONCLUSÃO Através dos cálculos realizados pode-se concluir que quanto maior o coeficiente de dilatação maior é a variação no comprimento da barra. Pode-se perceber também ao se ajustar os dados obtidos para a lei de Newton para o resfriamento que a constante K (que é uma constante determinada experimentalmente e que varia com o material do qual é feito o corpo, sua massa e sua condutividade térmica) variou muito pouco para os 3 metais que foram utilizados.
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