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CASO CONCRETO 05

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CASO CONCRETO 05:
Joana e João da Silva moveram ação de indenização por dano moral contra o Estado do Rio de Janeiro porque dois servidores estaduais, José da Silva e Aroldo dos Santos, assinaram, divulgaram e promoveram distribuição de aviso de suspeita de caso de AIDS no Município do Rio das Pedras, indicando o nome do filho dos autores, Antonio da Silva, como sendo portador de tal doença. Sustentam que o mencionado aviso, além de violar o direito à intimidade e à vida privada de Antonio, debilitou ainda mais o seu estado de saúde, apressando a sua morte, ocorrida poucos meses depois da divulgação. Em contestação o Estado alega não terem os autores, pais de Antonio, legitimidade para pleitearem a indenização porque o dano moral, por se tratar de direito personalíssimo, é intransmissível, desaparece com o próprio indivíduo, impossibilitado a transmissibilidade sucessória e o exercício da ação indenizatória por via subrogatória. Diante do caso concreto, aborde a possibilidade de os pais de Antonio obterem a reparação civil pelos danos causados ao seu filho.
RESPOSTA:
Consumado o dano, este não se transmite, mas sim o direito à indenização dele decorrente, que tem natureza patrimonial. Esse é o sentido do art. 943 do C.Civil. REsp 324.886 PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. HERDEIROS. LEGITIMIDADE. 1. Os pais estão legitimados, por terem interesse jurídico, para acionarem o Estado na busca de indenização por danos morais, sofridos por seu filho, em razão de atos administrativos praticados por agentes públicos que deram publicidade ao fato de a vitima ser portadora do vírus do HIV. 2. Os autores, no caso, são herdeiros da vítima, pelo que exigem indenização pela dor (dano moral) sofrida, em vida, pelo filho já falecido, em virtude de publicação de edital, pelos agentes do Estado réu, referente à GABARITO O caso diz respeito à transmissibilidade do dano moral. A tese do réu de que a honra é direito personalíssimo, que se extingue com a morte, pelo que o dano moral não se transmite aos herdeiros, embora no passado prestigiada por alguns autores, hoje está ultrapassada pela doutrina e a jurisprudência. O que se extingue com a morte é a personalidade e não o dano consumado. O direito à indenização pelo dano moral é que se transmite e não o próprio dano moral. O dano, tanto o material como o moral, se consuma no momento em sua condição de portador do vírus 1-11V. 3. O direito que, na situação analisada, poderia ser reconhecido ao falecido, transmite-se, induvidosamente, aos seus pais. 4. A regra, em nossa ordem jurídica, impõe a transmissibilidade dos direitos personalíssimos, salvo vedação legal. 5. O direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores da vítima (RSTJ, vol. 71/183). 6. A perda de pessoa querida pode provocar duas espécies de dano: o material e o moral. 7. O herdeiro não sucede no sofrimento da vítima. Não seria razoável admitir-se que o sofrimento do ofendido se prolongasse ou se entendesse (deve ser estendesse) ao herdeiro e este, fazendo sua a dor do morto, demandasse o responsável, a fim de ser indenizado da dor alheia. Mas é irrecusável que o herdeiro sucede no direito de ação que o morto, quando ainda vivo, tinha contra o autor do dano. Se o sofrimento é algo entranhadamente pessoal, o direito de ação de indenização do dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores’ (Leon Mazeaud, em magistério publicado no Recueil Critique Dalioz, 1943, pg. 46, citado por Mário Moacyr Porto, conforme referido no acórdão recorrido). 8. Recurso improvido.
Os pais têm interesse jurídico e são legitimados para promover a ação, que comporta transmissibilidade, conforme art. 943 do CC. A ação de reparação comporta transmissibilidade aos sucessores do ofendido (art. 943 do CC/2002), desde que o prejuízo tenha sido causado em vida da vítima, cabendo aos herdeiros o direito de exigir reparação dos danos. Pode sofrer dano extrapatrimonial não apenas a vítima do ato, mas também um terceiro indiretamente atingido, o que a doutrina chama de dano indireto.
QUESTÃO OBJETIVA:
Com relação ao dano estético é CORRETO afirmar:
I- Existe jurisprudência que coloca o dano estético como um terceiro tipo de dano ao lado do dano material e moral.
II- Há quem defenda que o dano estético não é um tipo autônomo de dano.
III- Não há qualquer controvérsia sobre o tema.
A) Somente a I e II estão corretas.
B) Somente a I e III estão corretas.
C) Somente a II e III estão corretas.
D) Nenhuma está correta
RESPOSTA: “A”

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