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Apostila de Bovinocultura de Corte

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BOVINOCULTURA DE CORTE 
 
1. Histórico 
 Antes do descobrimento da América não existia gado no Ocidente. A partir do 
descobrimento, os conquistadores introduziram bovinos dos países conquistadores. Os 
primeiros bovinos surgiram no Brasil a meados do século XVI, provavelmente de 
origem Ibérica. Os primeiros zebuínos foram introduzidos no século XIX, em que o 
primeiro casal foi introduzido do Jardim Zoológico de Londres, em 1875. Há outras 
informações de que os zebuínos foram introduzidos da Índia, em 1870 e 1875, 
encomendados por pecuaristas de Rio de Janeiro e da Bahia. Com o passar do tempo, a 
criação cresceu e se expandiu para as capitais vizinhas. No final do século passado, 
teve início a importação de gado Europeu para Rio Grande do sul, Rio de Janeiro e 
Minas Gerais. 
Devido a que os importadores diferenciavam o B. taurus do B. indicus, através 
do formato de orelhas (médias ou grandes no caso do zebu), o nelore acabou ficando 
em segundo plano na seleção brasileira. A virada do nelore aconteceu com as 
importações de 1930, de 1960 e de 1962. Hoje, representa 80% do rebanho nacional. 
Desta forma, as raças zebuínas têm contribuído à conquista do mercado internacional, 
com a produção de um zebuíno com gordura entremeada com criação a base de pasto. 
A partir de 1994, foram importados dos U.S.A. com apóio da Associação Brasileira dos 
Criadores de Zebu (ABCZ) e da American Brahman Breeders Association, os primeiros 
exemplares de raça Brahamam. Também tem sido reportadas importações desta raça 
de: Argentina, Colômbia e Paraguai. 
No século atual a importação de gado europeu foi incrementada, visando a 
maior produção de carne e leite. Nesta época a importação de zebuínos alcançou 
maior vulto. 
 Existem diferentes raças zebuínas no Brasil que com a utilização de programas 
genéticos e os avanços permanentes da biotecnologia, tem-se conseguido melhorar: 
rendimento de carcaça, resistência, melhora dos índices produtivos, etc. Graças às 
condições favoráveis de clima e a rusticidade do zebu, o rebanho brasileiro cresceu e 
nossa produção de carne e leite aumentou consideravelmente para atender a procura 
do consumidor por estes produtos. 
Quanto à formação de raças nacionais com base no gado importado, foi 
selecionada em São Paulo, a Raça Caracu e Mocha Nacional. Em Minas Gerais foi 
selecionado o Indu-Brasil, alicerçado no cruzamento do Gir, Nelore e Guzerá. O Gado 
Canchim é resultado de cruzamento com a contribuição do Charolês. 
Atualmente o Brasil conta com registro genealógico das principais raças de 
bovinos europeus e Indianos. As Instituições que realizam registros possuem uma 
grande organização e se encontram em firme progresso. 
Devido às dimensões continentais de nosso país, onde observamos condições 
climáticas diversas, é permitida a criação de bovinos de raças variadas, além de seus 
cruzamentos. 
 
2. O gado bovino no Brasil e no mundo. 
O gado bovino, em todo mundo, apresenta um valor sempre crescente, por 
várias razões: 
1 - Crescente procura da população por proteína de origem animal; 
2 - Procura por adubos orgânicos para fertilização do solo; 
3 - Diversos produtos secundários e sub-produtos; 
4 - Trabalho desenvolvido pelos bovinos; 
5 - Limitações de recurso terra; 
6 - Severos invernos nos países do cone europeu.. 
 
No Gráfico-1 é apontada a previsão da população mundial de bovinos de 2003 
a 2008. Como podemos apreciar, a pesar de sermos possuidores de um dos rebanhos 
maiores do mundo, a previsão demonstra que a participação de nosso país é baixa: 
2003 (16,3%), 2004 (16,8%), 2005 (17,2%),2006 (17,5%),2007 (18,1%) e 2008 
(18,8%%). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na (Tabela-1), são informados os maiores rebanhos do mundo, 
correspondendo à Índia o maior rebanho do mundo. O Brasil ocupa o segundo lugar. 
Na tabela, a China, país de maior população mundial humana, apresenta a maior taxa 
de abate, pela necessidade do fornecimento de proteína animal para sua população. 
 
 
Figura-1. Rebanho bovino mundial e brasileiro (os dados de 
2007 são preliminares e os dados de 2008 são 
previsões) em mil cabeças. 
Tabela-1. – Balanço da pecuária bovina de corte 
mundial. 
 2 
Na previsão do consumo de carnes per capita (kg/habitante/ano), aos U.S.A., 
Austrália e a União Européia correspondem os maiores valores. Já para Ucrânia, Japão 
e Rússia, são apontados menores valores (Tabela-2). 
 
 
 
 
 Tabela 2 – Consumo per capita mundial de carne – kg por pessoa anual. 
 
 Carne Bovina Carne Total 
Países 2004 2005 2006 2006* 
Canadá 32,4 32,1 31,1 90,1 
México 22,6 22,8 23,3 66,8 
U.S.A. 43,2 42,8 43,3 119,8 
Brasil 33,6 32,6 29,6 77,3 
União Européia (UE) 18,2 17,8 17,9 77,7 
Rússia 16,0 15,3 15,2 47,3 
Ucrânia 10,7 10,0 9,4 29,7 
China 5,2 5,4 5,7 52,9 
Japão 9,3 9,4 9,7 44,3 
Austrália 37,5 37,3 37,5 94,7 
 
 
 3. Rebanho bovino brasileiro 
 No ano de 2006, o rebanho bovino brasileiro totalizou 205,9 milhões de 
cabeças, observando-se uma redução de 0,6% na comparação com o efetivo 
do ano anterior (207,1 milhões). Mesmo assim, o país é detentor do 
segundo maior rebanho de bovinos do mundo, perdendo apenas para a 
Índia. Em relação ao efetivo dos outros principais rebanhos brasileiros, a 
maior alta no ano foi a de suínos (35,2 milhões de unidades), com 3,3%, 
seguido de aves (821,5 milhões), com 1,1%. Nesse período, todos os 
produtos de origem animal registraram aumento, observando-se destaque 
para o leite de vaca (25,4 bilhões de litros) e para os ovos de galinha (2,9 
bilhões de dúzias), com 2,9% e 5,8%, respectivamente (Quadro-1). 
 
 Tabela-3. Efetivo dos Rebanhos em 31.12, segundo as categorias – Brasil, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
IBGE 
(Pesqu
isa da 
Pecuár
ia 
Munici
pal, 
2006) 
 
 
4. Importações mundiais 
 
Nos dados de importações mundiais observa-se uma tendência de 
estabilidade com certas baixas em alguns países e aumento em outros. Os Estados 
Unidos são os maiores importadores com expressiva vantagem em relação ao segundo 
colocado, o Japão, seguido pela (Tabela-4). 
Milhões Brasil Índia China U.S.A. Austrália U.E. 
Cabeças 200
5 
200
6 
200
5 
200
6 
200
5 
200
5 
200
5 
200
6 
200
5 
200
6 
200
5 
200
6 
Rebanho 
bo-vino 
 
165 
 
166 
 
332 
 
337 
 
141 
 
143 
 
97 
 
99 
 
28 
 
29 
 
86 
 
86 
Abate mi-
hões de 
ca-beças 
 
43 
 
40 
 
22 
 
23 
 
54 
 
57 
 
33 
 
35 
 
9 
 
9 
 
28 
 
28 
Prod. 
carne mil 
ton. Eq. 
cacaças 
 
7,8 
 
7,5 
 
2,2 
 
2,3 
 
7,1 
 
7,6 
 
11,
3 
 
11,
9 
 
2,1 
 
2,1 
 
7,8 
 
7,8 
 
Taxa de 
abate % 
 
26 
 
24 
 
7 
 
7 
 
38 
 
40 
 
34 
 
35 
 
31 
 
30 
 
33 
 
33 
Bezerros 
mi-lhões 
cabe-ças 
 
44,
4 
 
44,
6 
 
48,
5 
 
49,
5 
 
57 
 
60 
 
37,
8 
 
38,
3 
 
10 
 
10 
 
30 
 
30 
Exportaçõ
es 
Milhões 
to-
neladas. 
 
1,9 
 
2,0 
 
0,6 
 
0,7 
 
0,9 
 
1,0 
 
0,3 
 
0,4 
 
1,4 
 
1,4 
 
0,3 
 
0,2 
Categorias Efetivo dos Rebanhos 31.12 
cabeças 
Grande porte 215.365.665 
Bovino 205.886.244 
Bubalino 1.156.870 
Eqüino 5.749.117 
Asinino 1.187.419 
Muar 1.386.015 
Médio Porte 61.594.443 
Suíno 35.173.824 
Caprino 10.401.449 
Ovino 16.019.170 
Pequeno Porte 1.020.671.308 
Galos, frangas, frangos e pintos821.541.630 
Galinhas 191.622.110 
Codornas 7.207.830 
Coelhos 299.738 
* Inclui aves, suínos e bovinos. Ano de 2006 são previsões. 
Fonte: Anualpec, 2006. 
 
Fonte: Anualpec, 2006. 
 
 3 
Tabela 4 – Importações mundiais de carne bovina – mil toneladas de equivalente 
carcaça. 
Países 2003 2004 2005 2006 
U.S.A. 1.363 1.669 1.632 1.583 
Japão 851 647 700 737 
Rússia 720 730 680 710 
União Européia (UE) 463 584 625 600 
México 370 287 320 360 
Coréia do Sul 444 218 243 252 
Filipinas 129 164 160 165 
Egito 93 114 120 140 
Canadá 274 111 133 125 
Taiwan 98 80 92 98 
Total de importação (outros 
países) 
5.038 4.832 5.005 5.046 
Fonte: Anualpec, 2006. 
 
5. Exportações brasileiras 
A exportação de carne bovina brasileira tem aumentando ao longo das 
décadas. No ano de 2004, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial passando a 
frente da Austrália. Fatores têm contribuído por este aumento das exportações 
brasileiras. Entre tais aspectos podemos citar: 
 
- Aspectos de ordem sanitários: o mal da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme 
Bovina - EEB) e a Febre Aftosa, em que as coberturas vacinais tem contribuído para 
o controle e erradicação de doenças por áreas, abriram o mercado mundial para o 
Brasil; 
- Aspectos cambiais: o câmbio favorável para a exportação, isto é, a desvalorização do 
real frente ao dólar; 
- Melhoria na qualidade e precocidade do rebanho brasileiro em relação às décadas 
anteriores; 
- Crescimento da demanda nos mercados: Rússia, o Oriente Médio, Europa Oriental; 
- Baixos custos de produção com relação a nossos maiores concorrentes: Austrália, 
Nova Zelândia, Canadá e Argentina. 
As exportações de carnes (bovina, suína e aves), no primeiro semestre de 
2006, registram certo grau de estabilidade. No entanto o comportamento pode ser 
diferenciado por estrato. As exportações de carne bovina aumentaram 16,3%, devido 
principalmente a uma elevação de 13,2% nos preços externos. Apesar dos efeitos 
negativos ocasionado por problemas sanitários relacionados à febre aftosa, presume-
se ao longo do ano que as exportações de carne bovina alcancem 2,4 milhões de 
toneladas. Isto pode significar um incremento de 15% sobre 2005. As exportações de 
carne de frango caíram 4,1%, o que pode haver sido influenciado pela gripe aviária, o 
que vem afetando o desempenho das exportações nesse setor. As exportações de 
carne suína caíram 27% devido ao embargo russo, principal mercado consumidor 
(Figura-2). 
 Figura 2 – Evolução das exportações brasileiras de carne bovina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas exportações em dólares, Rússia é o maior importador de carne bovina 
brasileira, seguido de Egito e do Reino Unido, este último com maior expressão em 
toneladas. Com o embargo das importações em conseqüência de surtos de Febre 
Aftosa no Brasil, a Rússia e Chile, no ano de 2005, registraram queda na importação 
por estes países. Ao comparar o ano 2005 com 2006, podemos observar que o preço 
da carne registrou aumento, ante o cenário desfavorável ao surto de Febre Aftosa 
registrado no Brasil, e também se levamos em consideração a desvalorização do dólar 
(Tabela-5). 
Tabela 5 – Volume de exportação de carne bovina brasileira para diferentes países. 
 2005-janeiro-dezembro 2006-janeiro-junho 
Países Milhões US$ Toneladas US$/ ton Mil 
US$ 
Toneladas US$/ ton 
Rússia 567 303.686 1.870,00 217 104.668 2.080,00 
Reino 
Unido 
312 118.535 2.630,00 173 61.644 2.800,00 
Egito 262 152.539 1.720,00 179 97.926 1.830,00 
Holanda 215 50.616 4.240,00 130 27.885 4.650,00 
U.S.A. 206 51.844 3.980,00 145 35.180 4.130,00 
Itália 184 55.188 3.340,00 128 29.008 4.420,00 
Chile 141 67.462 2.090,00 0,079 4 1.880,00 
 
As exportações de carne bovina do rebanho brasileiro atendendo ao tipo 
demandado pelos países importadores, se destaca o tipo "In Natura", com também 
maior variação acumulada (Tabela-6) 
 
Fonte: Abiec, 
2006. 
Fonte: Abiec, Secex / Decex, 2005 e 2006. 
 
 4 
 
Tabela 5 – Exportações brasileiras de carne bovina. 
Fonte: Anualpec, 2006. 
 
O volume de exportação de bovinos vivos do Brasil, no ano de 2005, 
aumentou expressivamente (42.259 toneladas) sendo o Líbano responsável pela 
compra de 41.323 toneladas, abatidos dentro de sua crença religiosa. 
 O cenário mundial do mercado da carne bovina está preocupado com o 
crescimento absurdo das exportações brasileiras. Produtores europeus contando com 
o apoio da imprensa e organizações não governamentais (ONGs) estão fazendo 
propagandas negativas dos produtos originados dos agronegócios brasileiros, sob 
taxação de serem oriundos de degradação ambiental e florestal, prejudicando sua 
imagem, principalmente relacionado ao menor valor agregado quando comparado 
com a Argentina, por exemplo. 
O mercado mundial está à procura de produtos relacionados com manejo 
ambiental correto, bem-estar animal, certificação de origem, responsabilidade social, 
sendo essas, portanto, as novas barreiras comerciais. Normas de boas práticas de 
manejo e de produção, gestão ambiental, normativas como a ISO 22.000, que fala 
exclusivamente de segurança alimentar, serão a nova tônica de produção de alimentos 
no mundo. 
O mercado mundial tem observado o crescimento da participação da carne de 
frango na alimentação da população, inclusive brasileira. Alguns fatores como os 
listados abaixo contribuem para essa tendência: 
A implantação de medidas de controle, combate e/ou erradicação de doenças 
como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), febre aftosa, brucelose e a 
tuberculose terão de ser efetivas e imediatas para que não possa virar um problema 
político e econômico. 
No ano de 2.025 a população mundial é estimada em 7,851 bilhões de 
pessoas com 58% morando áreas urbanas. Desta forma, nos países mais desenvolvidos 
a demanda maior será por alimentos e fibras mais funcionais, alcançando destaque as 
carnes, hortigranjeiros, frutas e alimentos lácteos. Desta forma o mundo precisa saber 
como se alimentar, dar moradia, vestir e oferecer fontes de agro-energia, para esta 
população e também para aquela que em grande parte estará residindo em países 
pobres ou em desenvolvimento. Assim há um desafio gigantesco: suprir as 
necessidades dos países ricos por alimentos e fibras mais funcionais e mais bem 
elaborados. Também da grande população mundial de baixa renda com alimentos sem 
causar agressões adicionais e sem contaminar ainda mais o meio ambiente, surgem 
então estes questionamentos: quem irá produzir, onde produzir e qual será o custo 
desta produção? 
 
6. Possíveis cenários futuros para a pecuária de bovinos de Corte 
 
Uma característica importante da pecuária de corte brasileira é a grande 
dependência de pastagens, que, em sua quase totalidade, são constituídas de 
forrageiras tropicais, que se caracterizam por abundância no período chuvoso e, 
escassez de qualidade e quantidade, durante o período seco. Se esta realidade, por um 
lado, possibilita o país produzir carne bovina de forma competitiva em termos de custo 
de produção, por outro, traz consigo a necessidade de se procurar alternativas de 
alimentação que a torne competitiva não só no tocante a custo, mas também com 
respeito à qualidade do produto. Com esse cenário permeando as decisões, a análise 
da situação da pecuária de corte, sob a ótica do sistema de produção e de suas 
perspectivas futuras, permite que sejam feitas às inferências a seguir apresentadas 
(Euclides Filho, 2000). 
 
Características desejáveis nos animais destinados à exploração de carnes: 
A pecuária moderna vem evoluindo com a intenção de produzir o bovino 
ideal, animal que atenda a: adaptabilidade, resistência, fertilidade, precocidade 
reprodutiva e somática com conseqüente bom ganho de peso. Cabe lembrarque com 
tais esforços, não ainda não existe uma raça única que aglutine todas estas 
características em qualquer ambiente. Encontram-se nos cruzamentos entre o Bos 
indicus e B. taurus, uma alternativa destinada à procura de ganho de peso, o que 
resulta em incremento de aproximadamente 15% no incremento de ganho de peso até 
o abate. O desdobramento do Cruzamento Terminal Simples consiste em manter essas 
fêmeas "meio-sangue" que seriam cruzadas com animais de raças detentoras de 
características desejáveis para linhas/raças paternas, quais são, alta taxa de ganho de 
peso, peso de abate elevado, boa conversão alimentar e tamanho adulto elevado. 
Nesta alternativa de cruzamento, se procura conduzir o primeiro cruzamento 
objetivando a obtenção de fêmeas com boas características para linhagem/raça 
materna, ou seja, boa fertilidade, boa habilidade materna e, tamanho médio. Estes 
animais mestiços apresentam várias diferenças favoráveis quando comparados com 
animais puros. Essas diferenças foram evidenciadas por (BARBOSA e ALENCAR,1995) 
em um levantamento bibliográfico dos resultados obtidos por diversos autores, 
envolvendo várias raças e diferente constituição genética. 
 
 Anos Variação 
Descriminação 2001 2002 2003 2004 2005 Acumulada 
Industrializada 
Mil toneladas de 
Equivalente carcaça 
310 369 402 428 447 + 44 % 
Milhões US$ 252 299 338 447 524 + 108 % 
"In Natura" 
Mil toneladas de 
Equivalente carcaça 
479 559 806 1.202 1.410 + 194 % 
Milhões US$ 739 776 1.154 1.963 2.419 + 227 % 
 5 
7. Fluxo da cadeia produtiva da carne bovina 
 
O fluxograma (Figura-3) descreve os procedimentos necessários a serem 
considerados na exploração de bovinos de corte. Compreendem desde os insumos 
necessários para a exploração, bem como: criação engorda frigoríficos para o abate 
dos animais, mercados varejistas e a população demandante, ou consumidora. 
 
 Figura-3. Fluxo da Cadeia Produtiva da Carne Bovina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carrer (2000) cita Rodrigues & Jank (1993) ao referir-se ao do Merco Sul, 
manifesta que o impacto ocorreria de forma diferenciada, atendendo à região 
geográfica e a estrutura produtiva empregada. Ressalta ainda que as maiores 
alterações concorrências, onde a região Sul do nosso país teria maior expressão. Indica 
ainda que as regiões menos eficientes operassem em baixa escala, isto é com um 
menor nível tecnológico em propriedades das regiões Centro-Oeste e Pré-Amazônica, 
que encontram sua produção inviabilizada para exportação, em conseqüência da 
distância, câmbio desfavorável e dos tributos. 
Com o avanço tecnológico vem-se procurando a terminação de bovinos a 
pasto. Procura-se desta forma a maximização dos resultados econômicos dessa 
atividade, tendo em vista que tais avanços contribuam para a elevação do número de 
animais abatidos de uma população (desfrute), principalmente na entressafra, 
favorecendo desta forma a redução diferencial de preços entre a safra e entressafra, 
isto pela maior oferta de animais de tais períodos. A partir do ano 2000, o cenário 
mundial foi muito favorável às exportações brasileiras, em decorrência de alguns 
acontecimentos, como: o aumento das áreas livres de febre aftosa no Brasil e a 
implantação de sistemas de controle de carne produzida no país, visando atender às 
exigências dos mercados externos; as sucessivas crises de abastecimento mundial 
provocadas pelo aparecimento da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida 
como: “mal da vaca louca” nos rebanhos europeus, que favoreceu a exportação da 
carne bovina brasileira, por ser quase que exclusivamente originada de animais criados 
sob sistema de pastejo; e as crises econômicas e sanitárias na Argentina ocasionadas 
pelo surgimento de surtos de febre aftosa. Todos estes fatores tiveram uma 
participação incisiva no crescimento das exportações brasileiras. Por outro lado, o 
Mercosul também tem servido de estímulo para que o setor produtivo (Bovinocultura 
de Corte) no nosso país, adquirisse níveis mais competitivos, objetivando exportar não 
somente para os países do bloco, mas principalmente para os demais países do 
mundo. 
Para que possamos ter uma idéia exata da importância dos produtos de 
origem animal na economia brasileira, devemos observar o quadro, a seguir: 
Na (Tabela-6), podemos observar que a produção de carne em primeiro lugar, 
seguida do café em segundo lugar, correspondendo ao leite, um terceiro lugar; 
seguido pelo milho e arroz. 
Segundo dados do Anualpec (2004) o rebanho brasileiro crescerá a uma taxa de 
aproximadamente 0,8% ao ano, mas que se for levado em conta à adoção de 
tecnologia decorrente dos preços competitivos para a carne brasileira no mercado 
internacional e, as estimativas do USDA, 2004 que são de crescimento mundial da 
ordem de 1,4%, provavelmente o rebanho brasileiro poderá atingir 192 milhões de 
cabeças. Contudo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) este 
número já foi superado em aproximadamente 2% este valor, ainda no ano de 2003, 
quando a estimativa para a população bovina do país foi de 195 milhões de animais. 
Segundo estes dados, o rebanho brasileiro representa 16% do rebanho mundial (1,22 
bilhões de cabeças). 
 
Tabela-6. Previsões para a Evolução do Rebanho e da Produção Brasileira. 
 Rebanho ( milhões de cabeças) Produção 
Regiões 2002 2012 2002 2012 
NORTE 23.148.485 31.466.462 774.877 1.360.140 
NORDESTE 25.435.903 30.605.339 1.016.708 1.403.278 
SUDESTE 35.587.216 35.263.325 1.893.953 2.080.888 
SUL 25.855.971 24.894.381 1.298.897 1.462.785 
CENTRO-OESTE 57.384.515 59.604.881 2.158.875 2.808.016 
TOTAL 167.412.090 181.834.388 7.143.310 9.115.107 
Anualpec (2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A (Figura-2) demonstra níveis de queda do crescimento do rebanho bovino 
brasileiro, o que provavelmente guarda relação com uma série de fatores, tais como: 
 6 
deficiência de manejo dos animais, produtividade e índices zootécnicos, políticas de 
produção (federais, governamentais e estaduais), altos juros bancários e carga 
genética dos animais, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. A Carne bovina 
 
Dos diversos alimentos que se encontram à disposição para a alimentação do 
homem, a carne bovina é mundialmente conhecida como nobre e cara, já que um 
bovino necessita comer, em média, 8 Kg para produzir 1Kg de carne, enquanto uma 
ave consome em torno de 2,2Kg e um suíno, 3,5Kg. 
 
8.1. Boi verde 
O pecuarista brasileiro possui como grande diferencial a produção de carne 
bovina a custos competitivos, que está se desenvolvendo, especialmente no Brasil 
central: o boi verde. Trata-se da produção natural ou ecológica, aproveitando as 
condições da propriedade. Não são necessários pesados investimentos em instalações, 
mão-de-obra ou outros setores, que oneram o projeto pecuário. Basta ter atenção 
especial à qualidade da comida oferecida aos animais, suplementá-los na hora certa 
exercendo um manejo simples, moderno e objetivo: é possível ter um novilho precoce 
com pelo menos 16 arrobas e carcaça pronta em menos de dois anos. E, o melhor, a 
um custo extremamente favorável. 
Algumas vantagens da criação do boi verde, valorizadas pelos pecuaristas: 
 
Ganho de tempo: em condições propícias se obtém um animal produto de 
cruzamento industrial pronto para o abate entre 18 meses e 24 meses – pelo método 
tradicional, esse tempo chega a 3,5 anos. 
Qualidade de carne: Como o boi abatido é um animal novo, sua carne é mais 
macia e de sabor mais apurado. 
Potencial de exportação: O mercado mundial valoriza muito esse tipo de 
carne e o Brasil é o país com melhores condições de produzi-la. 
Preferência do consumidor: Pesquisas indicam que o consumidor está 
propenso a pagar mais por produtos ecologicamente corretos e mais saudáveis, 
principalmenteem países de primeiro mundo, nos quais o ingresso percápita é alto. 
 
O boi verde com certeza será a nossa melhor resposta e participação no 
mercado de carne de qualidade, principalmente para os consumidores com 
tratamentos mais orgânicos. 
 
9. Características da bovinocultura 
9.1. Fatores favoráveis à bovinocultura de corte 
 
 9.1.1. - O bovino de corte utiliza eficientemente grande quantidade de capim de 
diferentes qualidades, incluindo-se palhas de milho e arroz, produtos finais de 
colheitas, etc. 
 9.1.2. - O bovino de corte adapta-se bem a terras inadequadas para a produção de 
cereais e outros tipos de culturas. 
 
9.1.3. - O bovino de corte consome todos os alimentos produzidos na fazenda, com 
maior eficiência que qualquer outra espécie. 
 
 9.1.4. - O bovino de corte demanda menor atenção que animais de outras espécies. 
 
9.1.5. - O bovino de corte demanda menos cuidado que as outras criações, no 
entanto, necessita de maior atenção nas épocas frias (alimentação e limpeza das 
instalações). 
 
9.1.6. - Os Bovinos mantém a fertilidade do solo, reincorporando, a ele, 80% dos 
elementos fertilizantes de sua alimentação. 
 
9.1.7. - A exploração de bovinos requer uma inversão comparativamente pequena 
em instalações e equipamentos que outras espécies. 
 
9.1.8. - Apresenta menor risco de mortalidade já que é mais resistente a doenças 
infecto-contagiosas e parasitárias. 
 
Figura-2. Crescimento do rebanho bovino brasileiro em milhões. 
 de animais até o ano 2015. 
 7 
9.1.9. - Não é um dependente estrito do consumo de grãos. 
 
9.2. Fatores Desfavoráveis à Bovinocultura de Corte 
9.2.1 - Evolução lenta do rebanho. Uma novilha não deve parir antes dos 24 meses 
de idade. A sua produção é de uma cria por ano e perdem em prolificidade para 
ovelhas, cabras e porcas. 
 
9.2.2 - Algumas doenças constituem um alto risco de mortalidade de bovinos como é 
o caso da raiva, carbúnculo sintomático e febre aftosa. 
 
9.2.3 - Os Reprodutores de qualidade comprovada como é o caso dos PO e POI 
possuem preços muito elevados e são de difícil aquisição. 
 
9.2.4 - O estabelecimento de rebanho requer uma importante inversão de capital em 
gado, sendo muito cara a aquisição de um rebanho puro. 
 
9.2.5 - A engorda final dos animais é uma atividade de risco, principalmente nos 
países de clima frio. 
 
9.2.6 - Quando desejamos obter uma máxima economia na transformação de 
alimentos concentrados em carne, os suínos e as aves são bem mais eficientes que 
os bovinos de corte. 
 
9.2.7 - No mercado, em geral, as outras carnes adquirem melhor preço que as carnes 
bovinas e, os animais de descarte têm seu valor diminuído na hora da 
comercialização. 
 
10. Sistemas de criação: 
No Brasil, a criação de bovinos para a produção de carne, tendo em vista as 
nossas condições agrícolas e econômicas, é realizada basicamente com os seguintes 
sistemas: Extensivo e Semi-Intensivo. 
 
10.1. Sistema extensivo 
Também conhecido como retiros, é o sistema predominante em nosso meio, 
tendo como característica principal, o máximo aproveitamento dos recursos naturais, a 
ocupação de grandes áreas de terra, pequeno dispêndio em benfeitorias e uso de 
pouca mão de obra. 
O gado usado é o zebu ou seus mestiços e, a maioria dos criadores, tenta 
melhorar a qualidade dos bezerros com a introdução de reprodutores melhorados 
influenciando assim no tipo e peso dos animais produzidos. 
Cuidados com a alimentação e com o trato com os animais são bastante 
reduzidos e consiste em ministrar de sal mineral e fiscalizar os lotes para que 
providências sejam tomadas, caso haja necessidade. 
As instalações se resumem aos retiros, casa dos encarregados, galpão e 
depósito, além de saleiros que são colocados nos pastos. Alguns criadores mais 
evoluídos dividem as pastagens em piquetes, onde constroem currais e abrigos. 
 
10.2. Sistema Semi-intensivo 
Neste Sistema há um maior emprego de capital e mão de obra. O gado é de 
melhor qualidade e caracterização racial já que se destinam à venda para a 
reprodução. Aqui, são usados conhecimentos zootécnicos relacionados ao manejo 
como: a seleção, alimentação e sanidade do rebanho para que os animais possam 
exteriorizar sua aptidão produtiva. 
 
10.3. Sistema de confinamento 
É um sistema utilizado em regiões de clima temperado clima, com limitada 
disposição de terras. Nessas regiões existem políticas econômicas que auxiliam o 
produtor. Também o poder aquisitivo dos consumidores, permite a adoção de 
melhores preços (países desenvolvidos). 
 
11. Escolha da área para instalação do projeto 
 
Quando se escolhe um local para a instalação de uma fazenda para a criação 
de bovinos, deve-se dar uma atenção toda especial a terra, quanto à fertilidade, 
topografia e aguadas permanentes. 
Da fertilidade do solo vão depender a qualidade e o rendimento dos pastos. 
Terras mais férteis comportam mais gado por unidade de área e com alimentação mais 
equilibrada. As terras pobres suportam menos o pisoteio e produzem forragens menos 
nutritivas, resultando em animais com desenvolvimento retardado e com menor 
produção. 
Em relação à topografia, se devem preferir terrenos ondulados, pouco 
íngrimes, que favoreçam o escoamento das águas, mas que não sejam sujeitos à 
erosão. As terras muito inclinadas tornam-se pobre pela erosão, dificultam a 
conservação das pastagens e também a mecanização. 
Aguadas abundantes e bem distribuídas são muito importantes já que 
facilitam a divisão dos pastos e o manejo do gado. Os animais não devem fazer longas 
caminhadas em busca de água pois há gasto excessivo de energia. 
Em caso de aguadas reduzidas observa-se o superpastoreio nas proximidades 
da aguada enquanto nas áreas mais afastadas ocorre o inverso isto é, a subutilização 
do pasto. 
É de preferência que as nascentes que abastecem as aguadas se localizem 
dentro da propriedade, facilitando o controle das mesmas. Na falta de nascentes ou 
 8 
cursos de água, aconselha-se a escavação de poços e o uso de bombas. Águas paradas 
e em locais alagadiços são desaconselhadas, pois se caracterizam como fontes de 
propagação de verminoses. 
12. Instalações 
A sede da fazenda e os retiros devem estar sempre localizados em lugar alto e 
central, facilitando a movimentação do gado entre os piquetes e destes para o curral. 
As instalações para a produção de bovinos de corte são bastante reduzidas e 
consistem em: casa sede, depósitos, casa de empregados, curral, pastos, piquetes, 
bebedouros, cercas e saleiros. 
 
12.1.Casa sede, depósitos e casa de empregados. 
A casa sede da fazenda deve ter localização privilegiada, de preferência no 
centro da propriedade em lugar alto. Em algumas fazendas, costuma-se localizar 
algumas casas de empregados próximo à saída da fazenda, no entanto em sua maioria, 
estas estão localizadas próximas ao curral central. 
Em caso de fazendas que possuam muitos retiros, deverá haver uma casa para 
empregado próxima a cada um deles. Os depósitos são construídos próximos ou 
contíguos à residência do empregado. 
 
12.2. Currais 
Devem ser construídos em locais secos e levemente inclinados de modo que o 
escoamento das águas seja favorecido, evitando assim a formação de lama sem que 
seja passível de erosão. 
Existem currais circulares ou retangulares com cantos arredondados, 
facilitando a lida com os animais. O tamanho do curral depende da quantidade de 
animais a serem manejados de cada vez. No Brasil usamos fornecer área de dois 
metros quadrados por animal adulto. A quantidade de divisões dentro do curral vai 
depender do proprietário, no entanto, devem permitir fácil apartação dos animais. 
Recomendam-se, no mínimo, quatro divisões. 
Para a construção de um curral costuma-se usar réguas de madeira que é um 
materialmais barato e que pode ser facilmente conseguido na própria fazenda, 
tornando o custo do curral menos. Outros materiais podem ser usados como é o caso 
de cordoalhas de aço, vergalhões de ferro e arames galvanizados. O material escolhido 
será em função do preço, da conveniência local e da facilidade de aquisição. 
Os principais componentes de um galpão serão descritos a seguir: 
 
A - Cercas 
São destinadas a garantir a contenção dos animais no interior do curral. As 
cercas internas devem possuir 2m de altura enquanto as cercas externas devem ter 
2,15m de altura. As cercas são com portas de lances construídos de palanques e 
réguas. 
Os palanques devem ser de madeira de alta resistência e durabilidade, 
podendo ser quadrados ou roliços, com 3,30m de altura e 0,18 a 0,25m de diâmetro. 
Para as cercas internas eles podem ter altura de 3m. Os palanques devem ser 
enterrados a uma profundidade de 1,0 a 1,15m. 
As cercas são preenchidas com réguas e a distância entre elas varia com a 
altura da cerca. A parte mais baixa da cerca apresenta réguas mais juntas enquanto a 
parte superior, as réguas são mais distanciadas. Nas cercas internas, do piso para a 
primeira régua deve haver uma distância de 0,25m enquanto nas externas deve haver 
0,40m. 
A fixação das réguas com os palanques deve ser feita através de grampos ou 
parafusos com porcas, o que dá maior segurança. Lembramos que as réguas devem ser 
colocadas pelo lado de dentro do curral. 
 
 
B - Galpão 
Construção que tem como função abrigar o brete, o tronco de contenção e o 
apartadouro com a finalidade de proteger do sol e chuva os trabalhadores que estão 
manejando com o rebanho. Deve ser construído em duas águas com cobertura que 
pode ser de telha de fibrocimento, telha de barro, telha francesa, etc., conforme o 
preço, facilidade de aquisição e conveniência local. O pé direito deve ter 3,0 m de 
altura, permitindo livre trânsito nas plataformas do brete. 
O piso do galpão pode ser pavimentado com concreto, com acabamento de 
cimento rústico. O piso do corredor central do brete, tronco de contenção, 
apartadouro e embarcadouro devem ser preferencialmente de concreto. Outros 
materiais como paralelepípedo e madeira, também podem ser usados, embora sejam 
menos resistentes. 
C - Seringa 
É o compartimento do curral que sofre os maiores impactos provocados pelo 
gado e dele vai depender a eficiência do encaminhamento dos animais ao brete. A 
seringa é uma repartição localizada no interior do curral que se abre para o brete e a 
sua função é reduzir o espaço dos bovinos para que estes entrem com maior facilidade 
no brete. Ele tem a forma de cunha e deve permitir um fluxo contínuo de animais para 
o brete. 
D - Brete 
Instalação construída embaixo do galpão e se destina a encaminhar 
individualmente os animais ao tronco de contenção. No brete se realizam as 
vacinações e demais tratamentos sanitários onde não existe a necessidade de uma 
maior contenção dos animais. 
O brete deve ter 1,60 m de altura com plataformas dispostas lateralmente a 
0,75 m de altura e 0,90 m de largura, facilitando assim o trânsito dos trabalhadores e 
acesso ao dorso dos animais. Internamente o brete deve ter 1,0 m na parte superior e 
0,35 m na parte inferior. Com estas dimensões, os animais grandes passam com 
facilidade e os de porte médio não conseguem retornar. 
 9 
As paredes do brete devem ser fechadas com prançhões até a altura de 0,90 
m sem abertura entre eles e a uma distância de 0,1 m do piso para permitir a saída de 
detritos. 
O brete é construído com lances de 2,0 m de comprimento e, o tamanho total 
do brete vai depender do fluxo desejável de animais. Em alguns bretes podem ser 
instalados portões corrediços entre cada lance que se destina a separação individual 
dos animais. 
 
 
E - Tronco de Contenção 
O tronco de contenção é uma peça pré-fabricada e disponível no mercado. Ele 
é montado no final do brete e é o componente mais versátil do curral e sua função é a 
contenção dos animais; facilita o trato a que os mesmos são submetidos 
rotineiramente. Deseja-se em um tronco: durabilidade, resistência, contenção de 
bovinos de porte variado e facilidade de manipulação dos animais em seu interior. 
 
F - Apartadouro 
Está situado após o tronco de contenção e destina-se à separação dos 
animais. É composto de várias portas que dão acesso a dois ou mais currais. O 
comando de abertura de portas é realizado de cima da plataforma do brete. 
 
G - Embarcadouro 
O embarcadouro é um corredor estreito, de aproximadamente 0,70 m e 
rampa de embarque que permite a carga e descarga de animais. Ele é construído em 
lances de 2,0 m de distância, nos mesmos moldes do curral. 
Quando se deseja instalar uma balança no curral, este deve estar localizado 
entre o embarcadouro e o apartadouro. Esta é muito importante em uma propriedade 
já que terá como finalidade avaliar o ganho de peso dos animais criados além da perda 
de peso por ocasião do transporte destes para o abate. 
 
12.3. Pastos e Piquetes 
Para a formação de pastagens devemos escolher espécies vegetais que 
melhor se adaptem à região, que sejam resistentes ao pisoteio e à ação de pragas. 
Não devem ser feitas divisões muito grandes, pois se as pastagens forem bem 
subdivididas e utilizando o pastoreio rotativo haverá um maior aproveitamento da 
área. 
Prefere-se a manutenção de pequenos lotes de animais como, por exemplo, 150 
cabeças de gado solteiro ou 50 reprodutoras. O número de animais por unidade de 
área depende muito da qualidade do solo, quantidade de pastagens, época do ano e 
sistema de pastoreio. 
No Brasil, comumente, se ocupam as pastagens com um bovino por hectare. 
Com subdivisões de pastagens e pastoreio rotativo, esta rotação pode ser aumentada 
para três a oito bovinos por hectare. 
Os pastos devem ser providos de árvores que produzam sombra para que os 
bovinos possam se proteger nas horas mais quentes do dia e realizem a ruminação. 
 
12.4. Bebedouros 
No caso de necessidade de bebedouros artificiais, eles devem ser construídos 
em alvenaria com bóia para que não haja falta do produto. Em volta do bebedouro 
deve-se construir piso impermeável para evitar a formação de lama. 
12.5. Cochos 
Em bovinocultura de corte os coxos são usados para administração de sal 
mineral ou melaço e uréia. 
O cocho para sal mineral é construído de madeira, possui cobertura para 
evitar o desperdício, no caso de chuvas, e devem ser localizados no interior dos 
piquetes, distantes das fontes de água. 
Para um rebanho de 100 a 150 bovinos, recomendamos as seguintes dimensões: 
- Largura Superior = 0,40 m 
- Largura Fundo = 0,30 m 
- Altura= 0,30 m 
- Comprimento= 4 m 
 
Em algumas propriedades costuma-se dividir o cocho ao meio onde são 
colocados o Sal e o Mineral em repartições diferentes, à disposição dos bovinos para 
que estes supram as suas necessidades. 
Para a administração do melaço, aconselha-se a colocação dentro do cocho, 
de uma grade flutuante, construída com ripas de madeira delgada, evitando que os 
bovinos afundem o focinho, no líquido, e provoquem perda do produto. 
O cocho para a administração de melaço deve ter as seguintes dimensões 
- Largura Superior = 0,30 m 
- Largura Fundo = 0,30 m 
- Altura = 0,20 a 0,30 m 
- Comprimento = 4 m 
 
Uma unidade com estas dimensões é suficiente para 50 a 100 bovinos, já que 
todos não consomem ao mesmo tempo o alimento. Podem também ser utilizados para 
a administração do melaço, tambores de 200 litros cortados ao meio. Em volta do 
cocho também deve ser construída uma plataforma para evitar a formação de lama. O 
cocho para melaço deve possuir uma cobertura com pé direito de 2,5 m. 
 
13. Manejo de bovinos de corte 
 Entende-se por manejo o conjunto de atividades realizadas na fazenda tais 
como:cuidado da cria, novilhas, vacas gestantes, vacas amojadas, vacas vazias, touros, 
cuidados e manejo da pastagem, vacinação e escrituração zootécnica. 
 
 10 
13.1. Manejo da fertilidade das matrizes 
 O peso das novilhas e vacas joga um papel muito importante na reprodução e 
produção. É mais importante a reprodução do que a produção, isto devido a que, a 
produção é uma conseqüência da reprodução. Quando o organismo está perdendo 
peso, o hormônio responsável pela liberação do Gen RH, a melatonina, impede a 
secreção do Gen RH, para que este estimule a produção de FSH (hormônio Folículo 
Estimulante) responsável pela produção óvulos e também, do LH (hormônio 
luteinisante), responsável pela maturação dos óvulos. Na seta, podemos observar, que 
a melatonina, estimula os neurônios receptores para produção do GenRH, sinalizando 
o desencadeiamento do ciclo estral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura-2 A influência do GenRH no mecanismo da reprodução 
desencadeando a seqüência da produção hormonal de FSH e LH, com conseqüente 
ovulação e maturação ovular. 
13.1.1. Escore 
O termo é designado para qualificar o estado de carne de uma fêmea e as 
implicações no aparecimento do cio. 
No (Quadro-5), o grau de escore (nº. 6) representa a condição ou estado 
corporal ideal das fêmeas, para iniciar a estação de monta. Já os escores inferiores são 
responsáveis pelo anestro (ausência de cio) ou cio e os níveis de qualificação (7, 8 e 9) 
são responsáveis pela ocorrência de ovulação, porém com cio infértil, em 
conseqüência da presença de gordura periovárica, que dificulta a captação do óvulo 
pelas vilosidades da tuba uterina. 
 
 
Quadro – 5. Classificação do escore de vacas e novilhas destinadas à reprodução 
atendendo o nível nutricional das fêmeas. 
 
Escore Condição corporal Observações 
 
1 a 3 
 
Muito magras 
Falta de musculatura. Espinhas dorsais agudas ao tato. 
Ílios, ísquios, inserção da cauda e costelas 
proeminentes. 
 
4 
 
Magras 
Costelas, ancas e ísquios ainda visíveis. Processo 
transverso das vértebras lombares não pode ser visto 
individualmente. Garupa ligeiramente côncava. 
 
5 
 
Moderada 
Paleta, coxão e garupa com cobertura muscular 
média. Últimas costelas visíveis, boa musculação sem 
acúmulo de gordura. 
 
6 
 
Boa condição 
Espinhas dorsais não podem ser vistas, mas podem ser 
sentidas. As pontas da anca não são mais visíveis. Boa 
musculatura e alguma gordura na inserção da cauda. 
Aparência lisa. 
 
7 
 
Gorda 
Espinhas dorsais não podem ser vistas, mas podem ser 
sentidas. As pontas da anca não são mais visíveis. Boa 
musculatura e alguma gordura na inserção da cauda. 
Aparência lisa. 
8 a 9 Muito gorda Animal suavemente coberto de musculatura, mas os 
depósitos de gordura não são acentuados. As espinhas 
dorsais podem ser sentidas com pressão 
 
No Gráfico-2 é apresentada a linha de crescimento, a que guarda relação com 
o grau nutricional da fêmea, capaz de manter um ciclo estral em condições normal, 
com cio normal e capacidade de concepção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura – 2. Mecanismo responsável pela ovulação. 
Melatonina 
Gráfico-2. Condição corporal da fêmea ao parto. 
 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No gráfico podemos observar que o nível de escore adequado para o 
acasalamento de fêmeas, está representado pelo escore 6 (Gráfico-1). Já os números 
7, 8 e 9 interferem na captação do óvulo pela tuba uterina, com conseqüente 
ovulação, porém sem fertilização. 
 
13.2 Manejo 
 
13.2.1. Manejo da Cria 
Em regiões de produção localizadas longe dos centros de abate, os bovinos 
são criados extensivamente, dispondo, em sua grande maioria, de pastagens nativas. O 
gado criado é mestiço de zebu e os cuidados, a eles dispensados, são mínimos. 
O parto deve ser observado para que se possa intervir, caso seja necessário. 
De início, o bezerro necessita ser ajudado quando encontra dificuldade para mamar 
pois, o consuma do colostro é essencial para os primeiros meses de vida da cria. 
Os cuidados higiênicos e profiláticos são desprezados, sendo esta a maior 
razão para a alta mortalidade de bezerros observada. Assim, a quantidade de bezerros 
obtidos está abaixo de 50% do número de vacas e o índice de mortalidade chega a 5% 
até o desmame e 10% até a idade de um ano. Isto obriga à necessidade de avaliar o 
manejo da propriedade. O desmame é realizado em torno de seis meses de idade e o 
gado nem sempre possui à sua disposição, alimentação conveniente já que vive em 
regime de pastoreio contínuo. A única suplementação utilizada é a de sal mineral que, 
nem sempre, é regular. 
Outro ponto que se deve ter bastante atenção é com o umbigo do bezerro. 
Este deve ser pincelado com tintura de iodo já que a onfaloflebite (inflamação do 
umbigo), a incapacidade de mamar sozinho, pneumonia e pneumoenterite são males 
que, podem afetar os bezerros novos com maior intensidade. 
Quando a vaca é separada em um piquete reservado, nos dias que antecedem ao 
parto, os cuidados com os bezerros se tornam muito mais eficientes e rápidos. 
 
13.2.1.1. Tipos de desmama 
13.2.1.1.1.Desmama tradicional 
 Como o nome o indica ocorre de forma natural. Observa-se o desinteresse 
da cria pelo leite (seis a oito meses de idade). 
 
A. Fatores que interferem na condição corporal da vaca 
1. Disponibilidade de forragem; 
2. Início da lactação (maior exigência de pastagens de boa qualidade); 
 3. A desmama deve ocorrer no início do período seco ainda quando o pasto é de boa 
qualidade; 
4. Alto grau de umidade (inverno aumento da freqüência de pneumonias e miíases); 
 5.Mães de boa conformação corporal e melhor habilidade materna, 
obrigatoriamente devem ser selecionadas. 
 
13.2.1.1.2. Desmama precoce 
É a desmama que ocorre sob o direcionamento do homem. Deve 
ocorrer por volta dos 90 a 120 dias de vida do bezerro. 
 
13.2.1.1.2.1. Finalidade 
13.2.1.1.2.1.1.Reduzir o estresse da amamentação e prover às fêmeas dos 
requerimentos nutricionais, principalmente das novilhas. 
13.2.1.1.2.1.2. Recuperação do estado corporal da fêmea para que manifestem o 
cio. 
13.2.1.1.2.1.3. Critérios para a desmama precoce. 
13.2.1.1.2.1.4. Peso superior a 90 Kg. 
13.2.1.1.2.1.5. Próximo a estação chuvosa ainda quando houver bom pasto. 
13.2.1.1.2.1.6. Pastos diferenciados com alto valor nutritivo. 
13.2.1.1.2.1.7. Uso de creep-feeding na fase pré-desmama sal mineralizado. 
 
13.2.2. Estresse da desmama 
O estresse do desmame se apresenta pela interrupção do vínculo de união da 
cria com a mãe, o que ocorre de forma brusca, em que a cria passa a se alimentar 
somente de pasto, que geralmente não é da melhor qualidade. Observa-se como 
conseqüência, atraso no desenvolvimento dos bezerros/bezerra desmamados. Com a 
baixa resistência pelo ato, instalam-se quadros de verminoses e doenças. Para 
minimizar o grau de estresse recomenda-se a utilização vacas madrinhas, que 
funcionam como companheiras das crias minimizando a solidão da cria ocasionada 
pela separação das mães. 
13.2.2.1. Cuidados para minimizar o estresse 
 Entre os cuidados citam-se: utilização de vacas madrinhas, pastos de 
boa qualidade, desparacitações, controle de ectoparasitas e vacinação. 
 
13.3. Vacas criadeiras 
Nas criações extensivas o cuidado com as vacas criadeiras também são 
reduzidos e consistem em: administração de sal mineral, formação de lotes para a 
 12 
monta e manejo entre os pastos. Eventualmente, todos os animais são recolhidos para 
um exame cuidadoso e eventuais curativos. 
As vacas em gestação devem ser manejadas com maior habilidade para que 
não ocorram abortos é conveniente a separação de vacas que se encontram próximas 
ao parto, em piquete exclusivo, para quese tenha uma melhor apreciação do estado 
do animal e um maior controle de parição. 
Os requerimentos nutricionais da vaca gestante são menores que os da vaca 
leiteira por isso, devemos garantir alimento verde durante quase todo o ano. Para 
lugares de clima temperado e frio, devemos garantir a alimentação suplementar na 
época em que o frio for intenso. 
Não devemos permitir que as vacas de cria engordem excessivamente. Uma 
vaca gestante deve aumentar de peso à medida que o feto gestado cresça. Assim à 
medida que o feto cresce, ela tem que aumentar entre 45 a 67 Kg na gestação. Na 
maioria dos casos, a alimentação da vaca gestante consiste em capim, silagem e 
ingestão de outros alimentos fibrosos cultivados na fazenda. O desenvolvimento do 
feto exige um adequado aporte de minerais por isso, é muito importante a construção 
de cochos com cobertura nos piquetes e currais, proporcionando fonte de minerais 
permanentemente. 
13.4. Anestro fisiológico da amamentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Com as mamadas freqüentes do bezerro, ocorre um estímulo transmitido 
pelas terminações nervosas dos tetos para o cérebro. Como a vaca se encontra no 
período de amamentação da cria, se observa perda de peso das matrizes. Ocorre 
então liberação de ACTH (hormônio adeocorticortrófico), químicamente semelhante 
ao cortisol, produzido pelo córtex suprarrenal e desta maneira se interrompe a 
liberação do hormônio Gen RH, responsável pelo estímulo e liberação dos Hormônios 
Folículo Estimulante (FSH) responsável pela ovulação e Luteinizante (LH), responsável 
pela maturação do óvulo. 
 Uma prática aconselhada para romper este ciclo é a suspensão da mamada do 
bezerro por períodos de 48 a 72 horas. Este procedimento obriga a manutenção das 
vacas próximas às crias, para que não ocorra o abandono da cria pela mãe. Esta é 
uma técnica de fácil aplicação para melhorar a fertilidade de rebanhos de cortee. 
A Vasopressina (hormônio anti-diurético) pode estimular a hipófise para 
liberar o A.C.T.H. ou estimular diretamente a Córtex da Supra Renal e daí a liberação 
do A.C.T.H. Nestas condições existem fêmeas que ficam cerca de 250 dias após o parto 
em Anestro (ausência de cio) ou apresentando sub-anestro ou cio silencioso. 
Quanto mais o bezerro mama, maior estímulo haverá e se alcançar as 36 
mamadas por dia, não ocorrerá o cio. Se houver menor número de mamadas, haverá 
maior fertilidade. 
Recomenda-se nestes casos, a retirada do bezerro da presença da mãe, por 48 
a 72 horas, uma vez por semana. Não se deve colocar a vaca muito longe do bezerro 
para evitar que ela abandone a cria. Com a apartação pelo período mencionado, 
haverá a liberação do Hormônio Luteinizante (LH) e daí, o aumento da fertilidade. 
 
13.5. Fertilidade dos reprodutores 
 
Uma medida importante para garantirmos níveis desejados, é a avaliação da 
fertilidade dos machos. 
13.5.1. Procedimento 
13.5.1.1. Fertilidade dos touros 
13.5.1.1.1. Exame Físico Externo 
13.5.1.1.1.2.Exterior do Reprodutor 
13.5.1.1.1.3.Defeitos de aprumos, condição corporal, incidência de doenças, 
problemas respiratóriorios e de dentição etc. 
13.5.1.1.1.4.Externos (pênis, prepúcio, escroto, consistência do testículo, epidídimo, 
perímetro escrotal e cordão espermático). 
 
13.6. Exame interno do sistema reprodutor (palpação) 
13.6.1.Exame do trato reprodutivo, para diagnóstico de anormalidades dos órgãos 
genitais internos (glândulas vesiculares, ampolas do duto deferente e próstata). 
13.6.2. Avaliação da libido 
 Observar desejo de procurar a fêmea e completar a monta. Touros 
considerados férteis podem apresentar baixa libido, reduzindo a capacidade 
de monta 
 
13.7. Acasalamento 
 Recomenda-se colocar touros jovens com novilhas pois eles poderão ter 
dificuldades em cobrir vacas adultas. Não se deve colocar no mesmo pasto touros 
adultos (de maior idade) com touros jovens, pois a dominância social de touros mais 
velhos impede o desempenho reprodutivo dos touros mais jovens. 
 
13.7.1. Proporção de touros 
Figura 3. Anestro Fisiuológico da 
amamentação. 
 13 
Nas criações extensivas é recomendada a realização de estação de monta 
para que os bezerros nasçam em períodos onde não existam grandes índices de 
precipitação pluviométrica. Os bezerros nascidos no início do verão apresentam 
maiores condições de sobrevivência. 
Com uma estação de monta, deseja-se aumentar o índice de prenhez das 
fêmeas e uma melhor utilização dos touros, com menor desgaste dos mesmos. 
Nas criações extensivas costuma-se utilizar a proporção de 5% de touros nos 
rebanhos de vacas, ou seja, a proporção de um touro para cada 20/40 vacas. Caso os 
campos e o lote de vacas sejam muito grandes, pode-se aumentar a proporção de 
touros par 8%. Quando a monta é controlada temos a proporção de um touro para 
cada 40 vacas. O aumento de 1:25/30/40 dependerá da avaliação da idade, libido e 
exame andrológico dos machos. 
da proporção macho/fêmea só poderá ser realizado atendo-se: libido do macho e 
estado nutricional 
Para se realizar a estação de monta em uma determinada região, devemos ter 
em mente que as vacas devem estar parindo no início do verão e os bezerros serão 
desmamados no inverno onde existe abundância de pasto. 
Na maioria das fazendas que realizam estação de monta, esta tem a duração 
de três meses. Como o ciclo sexual das fêmeas bovinas é de 21 dias isto é, elas 
retornam ao cio a cada 21 dias, alguns autores recomendam que a estação de monta 
seja realizada durante três ciclos sexuais, ou seja, 63 dias e não os três meses que ora 
são utilizados. 
Para a cobertura, os touros são usados de acordo com sua idade e tamanho já 
que os novos e mais fracos são batidos pelos mais velhos e fortes. Os touros mochos 
são dominados, em geral, pelos chifrudos. 
Dentre as causas da baixa fertilidade do rebanho brasileiro, podemos citar 
três fatores principais: brucelose, deficiência mineral e mau emprego de reprodutores. 
Para que possamos alcançar uma eficiente cobertura e boa fertilidade é 
importante que observemos os seguintes itens: 
- Monta natural = um touro para lote de 20 vacas. 
- Monta controlada = um Touro para lote de 40 vacas. 
- Realização de exame andrológico anual. 
- Medir o perímetro escrotal dos reprodutores: 
 a - Animais jovens = 30 a 32 cm. 
 b - Animais adultos = 36 a 38 cm 
- Sal mineral permanentemente nos coxos. 
- Retirar o macho da monta caso o exame andrológico não seja favorável. 
- Quando distribuídos em piquetes os machos devem ter mesma faixa etária. 
- Realizar toque nas vacas cobertas para diagnóstico de gestação. 
- Quando a gestação for confirmada, separar as fêmeas. 
- Observar o estado de carne dos animais pois a magreza é sinal de baixa fertilidade. 
 
13.7.2. Elementos usados para medir a fertilidade do rebanho são as seguintes: 
- % de prenhez. 
- % de parição 
- Número de bezerros nascidos por anos de vida das vacas 
- Intervalo entre partos 
OBS: O intervalo entre partos do rebanho brasileiro está entre 18 a 20 meses 
Os principais fatores que afetam o intervalo entre partos são: 
- Duração da gestação. 
- Anestro pós-parto. 
- Aparecimento do 1º cio pós-parto. 
- Fecundação após o parto. 
 
13.7.3. Os fatores que contribuem para o nascimento de bezerros por ano de vida da 
vaca são: 
a - Idade da puberdade - Fêmeas que entram mais cedo em cio produzem mais crias. 
b - Anestro pós-parto. 
c - Intervalo entre o cio e a concepção. 
d - O zebu entra na puberdade mais tardiamente - manejo dos animais é importante. 
e - Nutrição - guarda relação direta com o manejo. 
 
13.7.4. Involução uterina: 
 
É o período que vai desde o parto até o útero estar preparado para o próximo 
cio. Tem uma duração variável entre 40 e 45 dias em condições normais. O cio pode 
aparecer até os 90 dias após o parto. 
 
 
 
 
 
13.7.5. Efeitoda lactação sobre a taxa de concepção 
A - As vacas de sangue Europeu quando se encontram em lactação apresentam um 
maior índice de concepção, pois possuem uma maior libido. Ao ganharem peso o cio 
aparece. 
B - As vacas zebus quando se encontram amamentando sua cria é observado o 
anestro fisilógico, ocorrendo um menor índice de concepção. 
 
13.7.6. Maneira de fazer uma vaca entrar em cio 
a - Fazer com que o bezerro mame duas vezes por dia. Necessita de boa infra-
estrutura. 
b - Apartação do bezerro por 48 a 72 horas em curral com água e capim picado, 
quando o bezerro se encontra com 60 a 90 dias de vida. Não é recomendável levar o 
bezerro para lugares longes das mães, e sim manter as crias em lugares que as mães 
possam ver-los, para evitar o abandono da cria. 
 14 
 
OBS: Nas vacas das Raças Gir e Guzerá, a apartação do bezerro descrita no item “b”, 
provoca diarréia na cria. A vaca só irá apresentar cio se estiver ganhando peso. Vacas 
com estado de carne deficiente não irão apresentar cio. 
 
13.7.7. Manejo alternativo da reprodução em bovinos de corte 
 A eficiência reprodutiva em gado de corte, notadamente nas áreas tropicais, 
apresenta índices extremamente baixos para as diferentes características que 
compõem o conjunto do processo reprodutivo. 
Tabela-10. Níveis de produtividade para diferentes características em gado de corte, 
registrados nas áreas de clima tropical. 
Características Nível de produtividade 
Taxa de nascimento 35,0 – 60,00 
Mortalidade até a idade de reprodução 
(%) 
10,0 – 25,00 
Idade à primeira cria (anos) 3,0 – 4,0 
Intervalo entre partos (meses) 20,3 -34,7 
Número de crias/vaca/vida útil < 4,0 
Peso ao nascimento (Kg) 22,0 – 25,0 
Peso à desmama, sete meses ( Kg) 120,0 -150,0 
Peso à desmama por vaca do rebanho ( 
Kg) 
35,0 -5,0 
Idade de abate dos machos (anos) 3,5 – 15,00 
Taxa de desfrute 8,0 – 15,0 
Adaptado de Plasse et al. (1976). 
 
 Os baixos níveis tecnológicos, associados às deficiências de ordem nutricional 
e manejo em geral, a que os rebanhos são expostos, tem persistido nos os últimos 50 
anos. Já nos países que adotam novas tecnologias, alcançam índices superiores 
(Tabela-10). Com um manejo adequado, que compreendem desde os cuidados da 
pastagem e tratamento destinado aos animais, tais índices podem ser aumentados. 
 
13.7.8. Efeito da presença do touro na idade da puberdade das fêmeas. 
 A presença do macho em áreas próximas às fêmeas na idade da puberdade, 
se constitui em fator que incide favoravelmente no aparecimento do cio nas fêmeas. 
Isto guarda relação com a presença do macho, que através dos ferormônios liberados, 
estimula nas fêmeas, o aparecimento do cio (Hafez, 1995). 
 
13.7.9. Superalimentação de Vacas Paridas. 
A superalimentação interfere diretamente na produção. É evidente que o 
acúmulo de gordura no canal pélvico, útero, ovário e períneo, leva a infertilidade por 
compressão das estruturas (tubas uterinas) onde ocorre a fecundação, impedindo a 
fecundação do óvulo. O peso ao nascer do bezerro não é afetado pela 
superalimentação, mas traz problemas para a fêmea por ocasião do parto (retenção de 
placenta e partos laboriosos). No aspecto nutricional são muito importantes os 
cuidados com a alimentação, pois na pré-desmama ocorre o desenvolvimento dos 
órgãos genitais (recomenda-se reserva de pasto para esta época). 
 
13.7.10. Castração. 
 
13.7.10.1. Finalidades da castração: 
- Animal ficar mais dócil (mais fácil de lidar); 
- Evita acasalamentos indesejáveis; 
- Carcaças são mais equilibradas com gordura bem distribuída. 
 
A época de vida do animal para a retirada dos testículos ou a atrofia das 
glândulas sexuais do macho, é bastante variada, dependendo da finalidade de criação: 
- Produção de vitelos - um mês. 
- Animais de engorda - seis a 12 meses. 
- Animais de trabalho - 24 meses. 
 
13.7.11. Os principais efeitos da castração sobre a carcaça são: 
a - Com a castração, o desenvolvimento da massa muscular é menor. 
b - Com a castração, a quantidade de gordura é maior. 
c - No animal inteiro, observa-se maior massa muscular e menor quantidade 
de gordura. 
 
 
 
 
13.7.12. Marcação, vacinação e vermifugação. 
Os bovinos devem ser identificados antes da desmama e existem várias 
formas, sendo as principais: brincos nas orelhas, tatuagem na orelha, colar com chapa 
metálica e numeração com ferro candente. 
A melhor forma de marcação de bovinos continua sendo a realizada com ferro 
quente no entanto, possui a limitação de quando o animal possui a pelagem escura 
ela pode desaparecer. Outro inconveniente é ao aparecimento de bicheiras. 
Quando se utiliza a marcação a fogo, a idade escolhida deve ser entre 20 a 25 
meses e proporcionar um espaço de 3cm entre um número e outro. A legislação do 
Ministério da Agricultura determina que a marcação dos animais deve ser colocada 
abaixo do jarrete. Marcação realizada em outro lugar deprecia o couro. 
Aos três meses os animais devem ser vacinados contra febre aftosa e a vacina deve ser 
repetida a cada 4 ou 6 meses, dependendo da vacina utilizada, em todos os animais do 
rebanho. A partir dos três meses, os animais devem ser vacinados contra a raiva e 
 15 
carbúnculo sintomático e a revacinação deve ser anual. Costuma-se recomendar estas 
vacinações em regiões com incidência das doenças. 
A vacinação contra brucelose é ministrada nas fêmeas jovens de quatro a oito 
meses de idade, em dose única. Os animais são ferrados com um “V” no lado esquerdo 
da cara, acompanhado do último algarismo do ano de vacinação. 
A aplicação de medicamentos para o combate de parasitos internos deve ser 
realizado após exame de fezes, para que se tenha resultado desejado. Quanto aos 
parasitos externos o tratamento deve ser realizado após o encontro dos parasitos. 
 
13.6.13. Fatores que afetam o peso ao Desmame 
Indivíduos de raças isométricas, bem como o sexo feminino, contribuem para 
a produção de bovinos de peso menor. Vacas de idade avançada, bem como uma 
menor dedicação da mãe à cria, contribuem também para a produção de bovinos e 
menores pesos. Da mesma forma, indivíduos com menor peso ao nascer, alcançarão 
também menores pesos à desmama, daí a importância da seleção dos animais e a 
necessidade de aplicação de testes de progênie. 
1 – Raça; 
2 – Sexo; 
3 - Idade. No Brasil o ideal é 150 a 180 dias; 
4 - Idade da Vaca; 
5 - Peso ao Nascer; 
6 - Capacidade materna da Vaca; 
7 - Produção de Leite; 
8 - Carinho da Vaca pelo Bezerro. 
 
13.7.14. Fatores que afetam o crescimento em nível de campo 
 A carga genética das matrizes e reprodutores também joga um papel 
importante na seleção do rebanho. Isto porque indivíduos de menor estatura 
contribuirão para a produção de bovinos com menores pesos. Outras variáveis que 
incidem consideravelmente no crescimento de bovinos em nível de campo, são: a 
idade da vaca, isto pode ser observado em vacas de primeira cria e vacas com idade 
avançada, em que o produto produzido afeta o crescimento em nível de campo. Em 
novilhas da primeira cria, porque o que se observa na maioria dos casos são crias de 
menor tamanho. Já em vacas com idade avançada, talvez pelo desgaste orgânico 
materno, estaria relacionado também à idade (tabela 11). 
 
Tabela-11. Fatores que afetam o crescimento da cria em nível de campo. 
Crescimento Pré-Natal Crescimento Pré-
Desmama 
Crescimento Pós-Desmama 
1 – Genótipo Genótipo Genótipo 
2 – Tamanho da mãe Peso ao nascer Peso ao desmame 
3 – Idade da Vaca Idade da vaca Nutrição 
4 – Numero de Partos Nutrição Clima 
5–Temperaturas 
ambiente 
Idade à desmama Manejo 
 
13.7.15. Recria 
A recria, geralmente, é distante do centro de criação dos bezerros. Nesta fase 
os animais são mantidos magros, apenas ganham tamanho e idade. Os bovinos 
permanecem na recria após desmame até cercade três anos quando saem para a 
engorda como bois magros. Na mudança da recria para a engorda, é necessário que o 
transporte seja rápido para que se evitem maiores atrasos no desenvolvimento do 
animal e o ataque de doenças. 
 
13.7.16. Engorda 
A Engorda pode ser realizada através de três sistemas: extensivo, misto e 
intensivo. 
 
13.7.16.1. Criação extensiva 
É o sistema predominante não só no Brasil, como em todos os países que 
possuem grande produção de carne bovina. Os animais engordam no pasto, em 
invernadas, recebendo como alimento somente o pasto, com suplementação de sal 
mineral. 
A engorda dura de seis a 11 meses e os bovinos a iniciam com 10 a 12 arrobas 
e terminam com 14 a 18 arrobas, com um ganho mínimo de quatro a cinco arrobas por 
cabeça. Alguns criadores consideram satisfatório o ganho de 20% de peso sobre o peso 
inicial. 
 
13.7.16.2. Criação mista 
Neste Sistema, observamos uma associação entre a engorda extensiva e a 
intensiva podendo ser de modo sucessivo ou simultâneo. 
Quando a associação é simultânea, os bovinos são mantidos livres, no entanto, 
recebem, diariamente, suplementação alimentar, de acordo com a qualidade do pasto. 
No modo sucessivo de engorda, ela é realizada em duas fases distintas. A primeira fase 
tem a duração dos primeiros 2/3 da engorda e os animais permanecem nas invernadas 
com suplementação de sal mineral. No 1/3 final da engorda, são recolhidos em 
piquetes, recebendo suplementação protéica e volumoso. 
 
13.7.16.3.Sistema intensivo ou confinamento 
Os bovinos são reunidos em pequenos lotes, sendo oferecida área de 10 
metros quadrados por cabeça. Recebem alimentação completa de volumosos e 
concentrados, de acordo com as necessidades indicadas em normas de alimentação. 
É um sistema recomendado para condições especiais e tem como vantagens o 
encurtamento da engorda e dar um melhor acabamento aos novilhos. Dura, 
geralmente, de três a quatro meses, conforme o tipo de animal e a alimentação 
oferecida. 
 16 
No período de engorda, os animais podem receber a Aplicação de Hormônios 
que aceleram o processo. O hormônio usado é o dietil-etil-bestrol que é encontrado 
na forma de pelets. O hormônio é implantado na face externa da orelha na dosagem 
de 25mg por animal, o que corresponde a 2 (dois) pelets e apresenta absorção lenta. 
 
O mecanismo de ganho de peso dos animais que recebem hormônio é o seguinte: 
1 - Aumento do ritmo de ganho de peso; 
2 - Aumento da conversão alimentar; 
3 - Reduz a conversão de gordura; 
4 - Atua pela fixação do nitrogênio; 
5 - O hormônio é metabolizado no fígado e é eliminado cerca de 150 dias após 
a aplicação. 
OBS: Com a aplicação do hormônio, vai haver o seu armazenamento no fígado. Esta 
víscera deve ser consumida bem passada, pois o calor desnatura o hormônio 
ocasionando menor risco de se contrair câncer. Esta é uma prática que está sendo 
abolida pelas razões indicadas. 
 
14. Escolha de animais para o confinamento 
 
14.1. Raça 
O resultado da engorda depende muito dos atributos que a raça e o tipo 
conferem aos animais. Os mestiços que possuem boa proporção de sangue 
melhorador são mais indicados pela maior aptidão e por apresentarem tipo menos 
imperfeito. 
 
14.2. Procedência 
Os invernistas procuram comprar bois magros de regiões homo-climáticas isto 
é, de regiões que possuam climas semelhantes ao do confinamento. Os bois já se 
encontram adaptados ao clima e não terão problemas de aclimação. 
 
14.3. Regime de Criação 
O gado adulto sente muito quando há modificação no regime de criação. 
Bovinos que sempre foram criados no regime extensivo, quando são submetidos ao 
regime de confinamento, passam por um período de adaptação. 
 
14.4. Alimentação usada no confinamento de bovinos 
- Silagem de milho ou sorgo; 
- Melaço – uréia e/ou cana de açúcar e uréia; 
- Esterco de galinha curtido; 
- Dejetos de suínos + melaço + silagem. 
 
 
14.4.1. Importância do volumoso na alimentação do novilho 
A alimentação no confinamento é composta basicamente do volumoso, da 
ração concentrada e do sal mineralizado. Entre estes componentes, a ração 
concentrada apresenta a maior participação no custo total da alimentação. Portanto, a 
forma mais eficiente de diminuir o custo de alimentação, é reduzir o gasto com ração 
concentrada, desde que ocorram poucas ou nenhumas reduções no ganho de peso. 
Isto pode ser conseguido, através de rações com maiores densidades de nutrientes ou 
com o uso de volumosos de alta qualidade. 
No Quadro-6 são apresentados índices econômicos de retorno no Sistema de 
Criação Intensiva ou Confinamento. Em nossa região o uso de concentrados na 
alimentação de bovinos encarece significativamente o sistema de produção, tendo em 
vista a disponibilidade. No mesmo podemos observar que um volumoso de boa 
qualidade é responsável por um bom ganho de peso com bom retorno para o criador e 
que os resultados obtidos com a utilização de concentrados, são inferiores, além de 
encarecer os custos de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro-6. Níveis de retorno no confinamento de confinamento de bovinos atendendo 
à alimentação. 
 
Prováveis retornos no confinamento de bovinos em função do valor nutritivo do 
volumoso e nível do concentrado 
 
Valor Nutritivo do 
Volumoso 
 
Quantidade de 
Concentrado 
 
Ganho de 
Peso 
Provável retorno 
Econômico 
Alto 
Baixo 
Alto 
Baixo 
 
Baixa 
Alta 
Alta 
Baixa 
Alto 
Alto 
Alto 
Baixo 
Alto 
Razoável 
Razoável 
Baixo 
 
 17 
14.5. Tamanho e Peso 
Animais de menor tamanho e menor peso, em certas circunstâncias, são mais 
convenientes para a engorda, já que ocupam menos espaço e consomem menos 
alimento. No entanto há exceções entre raças. 
 
14.6. Sexo 
Na escolha de animais para confinamento, devemos escolhê-los na seguinte 
ordem: novilhos, novilhas, vacas jovens, vacas velhas, bois e touros. 
 
14.7. Idade 
Os animais mais jovens, ao invés de acumularem gordura, ganham peso 
graças ao crescimento. Nas condições de engorda extensiva, a melhor idade para 
engorda está entre dois a três anos. 
 
14.8. Estado de Saúde 
Animais doentes aproveitam mal os alimentos e, em geral são de engorda 
demorada e conseqüentemente, anti-econômica. 
 
14.9. Estado de Carne 
Um boi que se apresenta muito magro demora bastante para alcançar o seu 
estado de carne normal e, só depois, começa a engordar. Ele apresenta engorda mais 
demorada e mais cara. 
 
14.10. Conformação 
 No comércio de bois magros existem pessoas que possuem a capacidade de 
avaliar o potencial de ganho de peso de um bovino. Este potencial que o bovino 
apresenta é denominado “caixa”. Os bovinos de boa caixa apresentam tórax, 
esqueleto e tamanho bem desenvolvido. Ao contrário, existem bovinos maus para a 
engorda e apresentam corpo achatado, flancos deprimidos, costelas planas e tamanho 
reduzido para a idade. 
 
15. Cuidados indispensáveis com o animal de engorda 
-Vacinações (Carbúnculo sintomático e febre aftosa); 
-Vermifugações. 
-Aplicação de Vitamina ADE. 
-Combate aos ecto e endoparasitos. 
-Pesagem. 
-Observação diária e noturna. 
-Marcação em função do peso. 
-Evitar introduzir animais de outros lotes. 
-Limpeza permanente dos currais. 
-Combate às moscas. 
-Controle da alimentação. 
-Descarte de alimentos fermentados nos comedouros. 
-Fornecimento de água limpa e à vontade. 
-Evitar presença de animais estranhos e stress. 
 
16. Índices desejados em bovinocultura de corte 
- Natalidade = 85 a 90% 
- Fertilidade = 85 a 90% 
- Desmama = 150 a 180 dias de nascido. 
- Intervalo entre partos = 13 a 14 meses. 
- Idade de Abate = 24 meses. 
- Período de gestação = 9,8 meses ou 40 semanas. 
 
17. Exposição e julgamento de animais 
Para o julgamento de animais emexposições seria importante se juntássemos 
a análise do exterior do bovino com o teste de progênie. No Brasil, usualmente, não é 
realizado este procedimento, é feito o inter-relacionamento entre produtores, 
transferência de tecnologia social. 
 
 
 
 
 
17.1. Pontos para o julgamento dos animais 
 Na (Tabela-12) é apresentada a pontuação de acordo com as características 
observadas e avaliadas pelo juiz, como abordado:. 
 
Aparência Geral Pontuação 
Aparência geral 20 pontos (tamanho, temperamento, 
peso, etc.). 
Características raciais 35 pontos. 
Características econômicas 45 pontos 
 
17.1.1. Aparência Geral 
- Carne - Em volta da coluna vertebral e traseiro. 
- Cobertura de pele - altamente relacionada com a fertilidade, deve ser solta, 
suave e flexível. 
- Temperamento - ativo. 
 18 
- Tamanho - peso de acordo com a idade. 
- Tamanho dos testículos - médios. Devem ser feitos exames andrológicos. 
 
17.1.2. Características Raciais 
- Para julgar as características raciais de um animal, deve-se ter muita prática 
e grande conhecimento das raças. 
17.1.3. Características econômicas 
- Espáduas - suaves, compactas, redondas e bem cobertas de carne. 
- Peito-largo, bem desenvolvido e não muito saliente. Peito estufado é sinal 
de baixa fertilidade. 
- Tórax - largo e profundo. 
- Costelas - bem arqueadas, compridas e bem separadas. Indica vaca muito 
produtiva. 
- Dorso e Lombo - horizontal e bem coberto. 
- Zebu - traseiro mais alto que dianteiro. Reflete no culote. 
- Períneo - baixo e cheio. 
- Inserção da cauda - No nível e sem depressões. 
- Observá-lo primeiramente andando de um lado para o outro. 
- Julgar defeitos gritantes. 
- Avaliar as boas qualidades. 
- Fazer o cômputo geral. 
- No gado zebu a barbela deve ser grande e solta. 
- O cupim deve ser médio. Quando muito grande ou pequeno, podemos 
relacionar com a baixa fertilidade. O meio do cupim deve ser no meio da linha 
reta tirada da unha até o meio do cupim. 
- O culote, quanto mais profundo melhor. 
- A profundidade torácica é medida atrás do cupim. Quanto maior a 
profundidade toráxica, maior é a capacidade respiratória e digestiva. 
- Animais que apresentam joelhos fechados são considerados ruins. 
- A abertura das narinas deve ser média. 
- Animal cabeçudo é sinal de baixa fertilidade. 
- Acúmulo de gordura é sinal de baixa fertilidade: gordura peri-ovárica. 
 
OBS: Para se iniciar um julgamento deve-se realizar inicialmente, a visualização geral 
do animal. 
 
18. Índices zootécnicos 
-Bovinos adultos: 1,0 UA. 
-Machos e fêmeas de 3 a 4 anos: 1,0. 
-Machos e fêmeas de 2 a 3 anos: 0,75 UA. 
-Machos e fêmeas de 1 a 2 anos: 0,50 UA. 
-Machos e fêmeas de 0 a 1 ano: 0,25 UA. 
-Reprodutoras: 1:25 (inclui a fêmea com a cria). 
-Peso ideal para o abate: 15-16 arrobas 
 
19. Bibliografia 
 
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