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PEDIATRIA APOSTILA J.pdf

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PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
1 
 
PNEUMONIA 
DEFINIÇÃO 
 Processo inflamatório de alvéolos e espaço intersticial em resposta a invasão por agente infeccioso. 
 Infecção do trato respiratório inferior. 
 Processo inflamatório em resposta do hospedeiro ao agente agressor. 
FATORES DE RISCO 
 Os principais fatores de risco que estão associados às pneumonias, incluem desnutrição, a baixa idade, a 
presença de comorbidades, a idade do desmame, ausência de aleitamento materno, vacinação incompleta, 
variáveis socioeconômicas e variáveis ambientais. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Infecções respiratórias agudas (IRA): 
o 4 a 6 por ano 2-3% evoluem para pneumonia. 
 Pneumonia: 80 % das mortes por IRA. 
 Incidência em menores de 5 anos: 
o 150,7 milhões de casos novos 
o 7 a 13% - internação hospitalar 
o Uma das principais causas de óbito em países em desenvolvimento 
o No Brasil: 2ª causa de óbito em menores de 5 anos. 
 Bactérias mais encontradas: Streptococcus pneumoniae e Haemophillus influenzae. 
ASPECTOS CLÍNICOS 
 Precedida por IVAS. 
 Pneumonia afebril do lactente: < de 6 meses, irritabilidade, insidioso. 
 Virais: melhora rápida com anti-térmicos. 
 Bacterianas: mantêm a prostração. 
 Estado Geral: irritabilidade, cefaleia, hiporexia, vômitos, dor abdominal (15%). 
 Tosse, Febre, Taquipnéia. 
 Tiragem Subcostal/Intercostal e batimento de aletas nasais (< 1 ano). 
 Crepitações e MV diminuído. 
 SUSPEITA CLÍNICA = Taquipneia + Tosse + Febre 
*O quadro clássico consiste no surgimento de uma doença de instalação hiperaguda, com febre alta, tosse e dor torácica. 
Porém, esse quadro clássico será encontrado em adultos e pode ser observado em crianças maiores ou adolescentes. 
*Nos lactentes, em geral, há relato de um quadro de infecção do trato respiratório superior, caracterizada por obstrução 
nasal, irritabilidade e redução do apetite, precedendo as manifestações que indicam a pneumonia pneumocócica (clássica). 
Início abrupto de febre 39° C ou mais, inquietudw, apreensão e dificuldade respiratória. A tosse estará presente. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
2 
 
*No exame físico, a presença da taquipneia e ausência de estridor, é o que nos permite identificar que estamos diante de 
uma infecção das vias aéreas inferiores. A taquipneia é o dado de maior sensibilidade para o diagnóstico das pneumonias 
nas crianças menores de cinco anos. 
 
ETIOLOGIA 
 
ESCOLHA TERAPÊUTICA EMPIRICAMENTE AGENTES ESPERADOS P/ FAIXA ETÁRIA 
 < 3 dias: infecção intra-útero (Streptococcus do grupo B). 
 1-3 meses: Pneumonia afebril do lactente (até os 6 meses!! Vírus sincicial respiratório; Chlamydia trachomatis, 
Ureaplasma urealyticum, Pneumocysti carinii/jiroveci) 
 > 3 meses: Mycoplasma e Chlamydia têm relevância ainda desconhecida, mas devem entrar no diagnóstico 
diferencial. 
 2 a 5 anos: Pré-escolares Principal é o Streptococcus pneumoniae - aumenta Mycoplasma pneumoniae e 
Chlamydia pneumoniae e diminui o Staphylococcus. 
 Escolares e adolescentes: vírus e H. influenzae diminuem. 
*O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é o principal agente dos quadros de pneumonia bacteriana típica em todas as 
faixas etárias (exceto no período neonatal). 
*Pneumonia afebril do lactente = Clamídia Tratar com Macrolídeo. 
AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE 
 Os principais sinais que indicam uma maior gravidade do quadro são: 
o Tiragem subcostal: traduz um aumento do trabalho respiratório pela diminuição da complacência 
pulmonar. 
 Taquipneia + Tiragem subcostal pneumonia grave. 
o 
o Batimento de asa nasal: identificado principalmente em crianças menores de um ano de idade. 
Indica a presença de dificuldade respiratória. 
o Gemência: surge quando expiramos contra uma glote parcialmente fechada. 
o Cianose: é manifestação de ȃmuitaȄ gravidade. 
 Sinais de Hipoxemia: sudorese; palidez; agitação/sonolência. O uso de oxímetro deve ser 
estimulada, garantindo um melhor diagnóstico de hipoxemia, racionalizando o uso de 
oxigênio. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
3 
 
 
INTERNAÇÃO HOSPITALAR 
 < de 2 meses: 
o Grave Internação 
o SpO2 < 92%, cianose. 
o FR > 70 rpm. 
o Dificuldade respiratória. 
o Apneia intermitente. 
o Gemido. 
o Impossibilidade de se alimentar. 
o Incapacidade de tratamento em domicílio. 
 2 meses a 5 anos: 
o Sinais de gravidade: 
 SpO2 < 92%, cianose. 
 FR > 50 rpm. 
 Falha do tratamento ambulatorial. 
 Doença grave associada. 
 Sinais radiológicos de gravidade (derrame pleural, pneumatoceles, abscesso). 
 Se houver hipoxemia não responsiva, instabilidade hemodinâmica e falência respiratória Terapia 
intensiva e pesquisa do agente etiológico. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Leucograma: pouco valor na diferenciação vírus x bactérias. Solicitar apenas em pacientes internados. 
o Na pneumonia bacteriana costuma haver leucocitose, com contagem de leucócitos entre 15.000 e 
40.000/mm3, e predomínio de neutrófilos. 
 Proteína C reativa: não usar rotineiramente. 
 Hemocultura: todos os casos internados. Valor epidemiológico e perfil de sensibilidade aos antibióticos. 
Quais os principais critérios de internação? 
 Menores de 2 meses. 
 SpO2 < 92% 
 Sinais de comprometimento do estado geral. 
 Presença de comorbidades graves. 
 Presença de complicações (derrame pleural, 
pneumatoceles e abscessos). 
 Falha da terapêutica ambulatorial. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
4 
 
 Técnicas invasivas: (crianças com derrame pleural) 
o Punção aspirativa e lavado broncopulmonar. 
o Terapia intensiva e sem resposta ao tratamento. 
 Pesquisa de Gram e cultura do escarro: 
o Não é rotineiramente realizado em crianças, pela dificuldade evidente que é a obtenção da amostra. 
 Isolamento de vírus e testes sorológicos: 
o PCR e cultura IF (S=90%). 
 Teste de Aglutinação de látex: 
o Líquido pleural e urina (S=73%). 
o Anti-pneumococo e anti-hemófilo B. 
o Não necessita de pessoal especializado, proporciona resultados em até 24 horas e tem a grande 
vantagem de não sofrer influência do uso de antibióticos se estes tiverem sido utilizados em até 
cerca de cinco dias antes da realização do exame. Entretanto, ainda são escassos os estudos 
avaliando este método. 
RX DE TÓRAX 
 Infiltrado alveolar (bacteriana) ou intersticial (viral). 
 Consolidações (condensações) multifocais, atelectasia. 
 Borramento da silhueta cardíaca. 
 Consolidação com broncogramas aéreos. 
 Derrame pleural e pneumatoceles, nos casos de pneumonia pelo estafilococo. 
*As pneumonias bacterianas costumam se apresentar com padrão alveolar segmentar ou lobar, com a presença de 
broncograma aéreo (que surge pelo contraste entre o ar contido nos brônquios com os alvéolos preenchidos por exsudato) 
ou com imagens arredondadas ǻa ȃpneumonia redondaȄ é bem típica da infecção pneumocócica em criançasǼ. 
*Quais seriam as principais utilidades do exame? 
 Confirmar o diagnóstico. 
 Avaliar a extensão do processo. 
 Identificar a presença de complicações. 
TRATAMENTO AMBULATORIAL 
 Tratar a febre, alimentação e hidratação. 
 Observar sinais de piora. 
 Marcar retorno em 48 h. 
 As drogas de escolha são Amoxicilina, por via oral, ou Penicilina procaína por via intramuscular. 
 > 6 anos: Macrolídeos. 
 A antibioticoterapia de escolha varia com a faixa etária e com as características da infecção. 
o 2 meses a 5 anos: Amoxicilina ou Penicilina procaína. 
o 6 a 18 anos: Amoxicilina ou Penicilina procaína. 2ª escolha: Macrolídeos. 
 Suspender ATB após 3 a 5 dias de melhora clínica (7 a 10 dias de tratamento). 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
5 
 
TRATAMENTO EM PACIENTES INTERNADOS 
 Administração por via oral após 48 horas de estabilização clínica. 
 
 
 
 
 
 Antibióticos: 
o Lactentes < 02 meses: 
 Ampicilina 100-200mg/kg/dia EV 6/6h + Amicacina 15 mg/kg/dia EV 12/12h por 10 dias. 
 ou ceftriaxona 100mg/kg/dia EV 12/12h + oxacilina 200 mg/kg/dia EV 6/6h por 10 a 14 dias. 
o Lactentes e crianças: 
 Penicilina cristalina 100-200.000 UI/Kg/dia EV 6/6 ou 4/4h por 10 dias. 
 ou penicilina procaína 50.000 UI/Kg/dia IM de 12/12 ou 24/24 horas. 
 ou amoxicilina 50 mg/kg/dia VO 8/8 h por 07 a 10 dias. 
 ou ceftriaxona 100 mg/kg/dia EV 12/12h + oxacilina 200 mg/kg/dia EV 6/6 h por 10 a 14 
dias (Casos muito graves – pneumonia extensa, de evolução rápida e com 
comprometimento importante do estado geral). 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
6 
 
 Apresentação 
o Amoxicilina: frasco com concentração de 250 mg / 5 ml. 
 50 mg/kg/dia de 8/8 horas. 
o Paracetamol: frasco com concentração de 100 mg/ 1ml. 
 10 mg/kg de peso, por dose, com intervalos de 4/4 ou 6/6 horas. 
COMPLICAÇÕES 
 Falha terapêutica = permanece com febre ou clinicamente instável após 48-72 h de antibioticoterapia. 
o Considerar pneumonia causada por outras etiologias (causa viral); resistência bacteriana ao 
antimicrobiano em uso; obstrução brônquica por lesões endobrônquicas, corpos estranhos ou plugs 
mucosos; presença de doenças pré-existentes que mudem a evolução do quadro; outras doenças 
não infecciosas causando o quadro. Porém o primeiro passo será definirmos se a ausência de 
melhora não é secundária a uma complicação. 
 Derrame pleural: é a principal complicação das pneumonias bacterianas na infância. 
o A radiografia de tórax em PA revela velamento do seio costofrênico em derrames pequenos ou uma 
linha côncava ascendente separando o líquido do parênquima pulmonar em casos de derrames 
maiores. Conduta = toracocentese. 
 Abscesso pulmonar; Atelectasia; Pneumatocele; Pneumotórax. 
PREVENÇÃO 
 Aleitamento materno; Nutrição adequada; Vacinação: Antipneumocóccica comjugada 7-valente e Anti-
Haemophillus influenzae tipo B. 
RESUMINDO – Critérios clínicos - Pneumonia quando: 
< 2 MESES 2 MESES A 11 MESES E 29 DIAS 1 ANO A 4-5 ANOS 
FR ≥ 60 irpm FR ≥ 50 irpm FR ≥ 40 irpm 
Pneumonia grave 
-Tratamento hospitalar: Internar 
obrigatoriamente. 
-ATB parenteral. 
Pneumonia não grave 
- Tratamento ambulatorial: sem 
tiragem subcostal 
- Amoxicilina (pneumococo) 
- Macrolídeos (atípicos) 
#Reavaliação em 48 horas 
- Se piora (tiragem) internar; 
- Se caso inalterado trocar o 
ATB + retorno em 48 h como caso 
novo; 
- Se melhora manter ATB. 
 
Pneumonia não grave 
- Tratamento ambulatorial: sem 
tiragem subcostal 
- Amoxicilina (pneumococo) 
- Macrolídeos (atípicos) 
#Reavaliação em 48 horas 
- Se piora (tiragem) internar; 
- Se caso inalterado trocar o 
ATB + retorno em 48 h como caso 
novo; 
- Se melhora manter ATB. 
 
 
Pneumonia grave 
-Tratamento hospitalar: Internar 
obrigatoriamente. 
-ATB parenteral. 
Pneumonia grave 
-Tratamento hospitalar: Internar 
obrigatoriamente. 
-ATB parenteral. 
 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
1 
 
MENINGITES 
CONCEITO 
 Processo inflamatório das leptomeninges com possibilidade de extensão para estruturas adjacentes. 
PATOGENIA 
 Colonização bacteriana da rinofaringe. 
 Disseminação de microrganismo por via hematogênica alcançando as meninges. 
ETIOLOGIA 
 Virais: 
o Maioria. Geralmente benigna. 
o Enterovírus, Varicela-Zoster, Herpes, Arbovirus, Caxumba, Sarampo. 
 Bacterianas: 
o RN e lactentes até 2 meses: Streptococcus do grupo B, E. coli, Listeria monocytogenis. 
o 2 meses a 5 anos: Meningococo B e C, pneumococo, H. influenzae. 
o > 5 anos: meningococo, pneumococo. 
QUADRO CLÍNICO 
 RN e lactentes < 2 meses: 
o Febre ou hipotermia, letargia, sucção débil, irritabilidade, gemência, hipoatividade, abaulamento 
de fontanela, opistótono, convulsões. 
*Em recém-nascidos, os sinais e sintomas de meningite são indistinguíveis de sepse e outras enfermidades que ocorrem no 
período neonatal, sendo frequentes instabilidade térmica (hipo/hipertermia), dificuldade respiratória, letargia, recusa 
alimentar, icterícia, vômitos, não sendo comumente observados sinais meníngeos. 
 Lactentes maiores de 3 meses e pré-escolares: 
o Febre, vômitos, abaulamento de fontanelas, convulsões. 
o Kerning e Brudzinski podem não ser encontrados até por volta dos 18 meses. 
*Em lactentes os sintomas costumam ser inespecíficos, chamando atenção para o diagnóstico irritabilidade, apatia e recusa 
alimentar associados à febre. Os sinais de irritação meníngea não são frequentes nessa faixa etária e podem aparecer apenas 
em fase mais tardia da doença. Por outro lado, o aumento da pressão intracraniana, que é a regra em meningite bacteriana 
e manifesta-se por cefaleia na criança maior, em lactentes traduz-se por abaulamento da fontanela anterior e diástese de 
suturas. 
 Crianças maiores: 
o Febre, cefaleia, vômitos, fotofobia, rigidez de nuca, Kerning, Brudzinski. 
o Outros: comprometimento da consciência (meningoencefalites), papiledema, ataxia, sinais focais, 
meningococcemia. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
2 
 
*As crianças maiores (pré-escolares e escolares) costumam manifestar a doença com a clássica tríade: cefaleia, vômitos e 
febre, de início agudo ou insidioso, acompanhada frequentemente de fotofobia e queda do estado geral (sonolência, letargia). 
Ao exame físico em geral estão presentes os sinais de irritação meníngea: rigidez de nuca, sinal de Brudzinski (flexão 
involuntária dos membros inferiores quando o pescoço é fletido) e sinal de Kernig (ao flexionar a perna em ângulo de 90 
graus com o quadril, torna-se impossível estendê-la a mais de 135 graus). 
DOENÇA MENINGOCÓCICA 
 Instalação abrupta. 
 Febre; rápida queda do estado geral; gemência. 
 Petéquias, sufusões hemorrágicas, instabilidade hemodinâmica, comprometimento do sensório. 
 Choque séptico, coagulação intravascular disseminada. 
*Quadro febril com petéquias ou púrpuras (6-8 h após o início do quadro), deve ser considerada urgência médica. A 
evolução para choque pode ser fulminante. 
*Dentre as manifestações sistêmicas associadas às meningites bacterianas, citam-se artralgias, mialgias, petéquias ou 
púrpura e choque, que podem ocorrer com qualquer agente infeccioso, sendo porém significantemente mais freqüentes com 
meningococo. A doença meningocócica pode se manifestar basicamente de três formas: a) meningite; b) meningococcemia; 
c) meningite e meningococcemia associadas. Os casos típicos de meningite isoladamente são clinicamente indistinguíveis 
das meningites de outra etiologia bacteriana. A meningococcemia caracteriza-se pela presença de lesões de pele, petequiais 
e/ou purpúricas, que podem ser precedidas por exantemado tipo máculo-papular. As lesões localizam-se principalmente 
nas extremidades dos membros e nas regiões da pele submetidas a pressões. As petéquias, que são inicialmente superficiais, 
podem coalescer e atingir planos mais profundos, transformando-se em sufusões hemorrágicas e equimoses. Na 
meningococcemia fulminante a doença tem evolução extremamente rápida e se associa a sinais de choque (alteração da 
consciência, taquicardia, taquipneia, diminuição da amplitude de pulso, enchimento capilar lento, hipotensão arterial e 
oligúria) e coagulação intravascular disseminada (CIVD). Nessa forma, o LCR inicialmente costuma ser normal. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Meningite fúngica; Abscesso cerebral; Tumores; Intoxicação exógena; Maus tratos; Hipervitaminose A. 
LABORATÓRIO 
 O Líquor coletado deve ser examinado imediatamente, com as seguintes análises: bacterioscópico (Gram), 
citometria, citologia, bioquímica (glicose/proteínas), cultura. 
 Diplococo Gram (-) Meningococo. 
 Diplococo Gram (+) Pneumococo. 
 Bacilos ou cocobacilos Gram (-) H. influenzae. 
 Outros: hemograma, ionograma, PCR, hemocultura,TC de crânio. 
*O LCR normal em crianças maiores de três meses de idade tem aspecto límpido, número de leucócitos até 5/mm3 e destes, 
praticamente 100% linfomononucleares. A presença de polimorfonuclear no LCR, mesmo com número normal de células, 
chama atenção para anormalidade. A dosagem normal de proteínas no LCR não excede 40mg/dl e a glicorraquia normal 
corresponde a um coeficiente >0,6 em relação à glicose sanguínea. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
3 
 
*99% de probabilidade de ser bacteriana se: 
 Aspecto turvo. 
 Glicose < 34 mg/dl glicose líquor/sérica < 0,23. 
 Proteína > 220 mg/dl. 
 Leucócito > 2.000/mm3 (predomínio de polimorfonucleares > 1.180). 
*Meningite viral: 
 Celularidade 50-500. Pode haver predomínio de neutrófilos nas primeiras 48 horas, mas o comum é o predomínio 
de linfócitos. 
 Glicose normal (45-80 mg/dl). 
 Proteína mostra-se pouco aumentada (40-200 mg/dl). 
TRATAMENTO 
 Medidas gerais: sinais vitais, acesso venoso, hidratação, oxigênio (pO2 < 92%), anticonvulsivantes. 
 Dexametasona: 
o 0,6 mg/kg/dia (0,15 mg/kg/dose EV de 6/6 horas) por 2-4 dias (reduz a intensidade da resposta 
inflamatória e o risco de choque – Síndrome de Waterhouse-Friderichsen Hemorragia supra-
renal). 
*Nos casos de meningite viral, o corticoide está contraindicado, pois ocorre evolução espontânea sem tratamento em 3 a 8 
dias na maioria dos casos. 
ANTIBIÓTICOS 
 Empírico 
o Ceftriaxona 100 mg/kg/dia. 
 0 a 2 meses: 
o Cefotaxima 50 mg/kg/dia + Ampicilina 200 mg/kg/dia 
 2 meses a 5 anos: 
o Ampicilina 200-300 mg/kg/dia + Cloranfenicol 100 mg/kg/dia ou Ceftriaxona 100 mg/kg/dia. 
 Acima de 5 anos: 
o Ampicilina ou Ceftriaxona. 
 Outros: ceftazidima, meropenem, oxacilina, vancomicina, cefepime. 
 Duração: 5 a 7 dias (meningococo), 7 a 10 dias (H. influenzae), 10 a 14 dias (pneumococo). 
 Se meningite bacteriana Isolamento por no mínimo 24 horas. 
 Se viral Não necessita isolamento. 
 
 
 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
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PROFILAXIA 
 Meningococo e H. influenzae. 
o Contactantes próximos: 
 Moradores da casa. 
 Creche. 
 Profissional de saúde que realizou procedimentos sem EPI. 
o Rifampicina: 10 mg/kg/dia (RN), 20 mg/kg/dia (crianças), 600 mg/dia (adultos) em 2 tomadas, por 
2 dias (meningococo) ou 4 dias (H. influenzae). 
*Nos casos de meningite por H. influenzae, a profilaxia só deve ser realizada se houver, na casa ou creche, crianças 
menores de 4 anos. Nesse caso profilaxia para todos os contatos. Caso não, realizar somente orientação dos familiares 
quanto aos sinais e sintomas da doença. 
 Vacinação: antígeno polissacarídeos capsulares HIB, vacina antipneumocócica heptavalente conjugada, 
antimeningocócica B e C. 
COMPLICAÇÕES/SEQUELAS 
 Surdez (principal sequela pneumococo) 
 Abscesso cerebral. 
 Secreção inapropriada de hormônio antidiurético. 
 Convulsões. 
 Hipertensão intracraniana / Hidrocefalia. 
 Coleção subdural / ventriculite. 
 Trombose de seios venosos. 
 Déficits motores / retardo no desenvolvimento neuropsicomotor. 
 Epilepsia. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
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CETOACIDOSE DIABÉTICA 
 
 Situação de descompensação com hiperglicemia (glicemia maior ou igual a 300 mg/dl), acidose metabólica 
(pH menor ou igual 7,1 e/ou bicabornato sérico menor que 15 mEq/l) e cetonúria ou cetonemia. 
 EMERGÊNCIA CLÍNICA. 
 É a manifestação inicial mais frequente em crianças com diabetes mellitus. 
 É secundária a deficiente secreção e ação da insulina, associada à produção excessiva dos hormônios 
contrarreguladores. 
 Ocorre cetogênese hepática secundária à inadequada ação da insulina. 
 O excessivo acúmulo plasmático de glicose e cetonas ultrapassa a capacidade renal de reabsorção gerando 
glicosúria e cetonúria, com consequente perda associada de água e eletrólitos. 
QUADRO CLÍNICO 
 Emagrecimento. 
 Sensação de fraqueza. 
 Poliúria. 
 Polidipsia. 
 Dispnéia. 
 Náusea. 
 Vômito. 
 Alterações do nível de consciência. 
 Os vômitos impedem a ingesta hídrica adequada, levando à desidratação e maior acúmulo de glicose e de 
ânions cetônicos. 
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS 
 Hiperglicemia (> 300 mg/dl); 
 Hipercetonemia (> 3mMol/L); 
 Glicosúria. 
 Cetonúria. 
 Acidose Metabólica (pH < 7,1 e HCO3 < 10). 
 Hiponatremia. 
 Hiperpotassemia e leucocitose com desvio à esquerda (mesmo na ausência de infecção). 
TRATAMENTO 
 Reidratação lenta. 
 Redução gradual da glicemia. 
 Bloqueio da cetogênese e dos vômitos. 
 Oferta precoce e fracionada de alimentos. 
 Controle da Diurese. 
PEDIATRIA 
J SOUZA MEDICINA 2015 
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HIDRATAÇÃO 
 A oferta de líquido é dividida em 3 fases: 
o Expansão inicial: Visa assegurar estabilidade circulatória 
 Utiliza-se 20ml/kg de SF 0,9% EV em 30 a 60 minutos. 
 Ao final desta fase a perfusão periférica deve ser aceitável e a diurese evidente. 
 Exemplo: paciente de 10 kg: 
 20 x 10 = 200 ml em 30 minutos 
o Reparação residual: Visa completar a reparação das perdas. 
 O volume prescrito é determinado pela estimativa inicial das perdas, subtraída do volume 
infundido durante a expansão inicial. 
 Deve durar entre 12 e 18 horas. 
 Primeiros 10 kg (1-10 kg) = 100 ml/kg. 
 10 kg seguintes (11-20 kg) = 50 ml/kg. 
 > 20 kg = 20 ml/kg. 
 É dividida em 6 fases de 2 horas com igual volume. 
 Deverá ser suspensa antes do previsto caso a criança encontre-se hidratada ou com edema. 
 SF 0,9% glicemia > 250 mg/dl (glicosúria de +++ ou ++++). 
 Quando glicemia < 250 mg/dl (glicosúria de + ou ++) infundir solução ao meio ½ SG 5% + ½ 
SF 0,9%). 
 A correção da glicemia ocorre primeiro que a correção da acidose, sendo por isso 
necessário o acréscimo de glicose. 
*Exemplo: paciente de 10 kg: 
10 x 100 = 1.000 ml 
1.000 – 200 ml (expansão inicial) = 800 
ml em 12 horas 
Dividir em 6 fases: 133 ml a cada 2 horas. 
 
 
*Exemplo: paciente de 25 kg: 
10 x 100 = 1.000 ml 
10 x 50 = 500 ml 
5 x 20 = 100 ml 
TOTAL = 1.600 ml – x (expansão inicial) 
Dividir em 6 fases de 2 horas cada. 
o Reparação dinâmica das perdas: visa evitar a progressão da desidratação em decorrência da 
continuidade dos vômitos e da poliúria. 
 O volume é definido à partir da diurese do período anterior. 
 Acrescentar o volume da diurese ao volume que está sendo infundido da etapa 
anterior. O controle da diurese deve ser feito a cada 2 horas. 
 Sua oferta é simultânea à reparação residual. 
 Deve ser suspensa caso haja sinais de hiperhidratação, ausência de poliúria com glicosúrias 
baixas (menos de ++). 
 
*Exemplo: paciente de 10 kg, diurese de 150 ml após 2 horas do início da reparação residual: 
133 + 150 = 283 ml 
PEDIATRIA 
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3 
 
 
INSULINOTERAPIA 
 Iniciada ao final da fase de expansão inicial. 
 Objetivo de reduzir lentamente a glicemia (evitando-se a hipoglicemia). 
 Bloquear a cetogênese. 
 EV ou IM. 
 INSULINOTERAPIA Endovenosa Contínua (Bomba de Infusão): 
o Fundamental no choque hipovolêmico. 
o Insulina regular (20 unidades diluída em 100ml de SG 5% ou SF 0,9%, trocando-se a solução a cada 
6 horas). 
o Dose 0,1 U/kg/hora (Insulina Regular). 
*Exemplo: paciente de 10 kg: 
10 x 0,1 = 1 unidade. 
20 U ------ 100 ml 
1 U -------- X x = 5 ml/h 
 
o Seguir com 0,1 U/kg/hora enquanto a glicemia for maior que 250 mg/dl. 
o Quando a glicemia for < 250mg/dl, porém a cetonúria ainda estiver presente, continuar com infusão 
de insulina na dose de 0,05 U/Kg/hora. 
o Quando houver negativação da cetonúria, aplicar 0,2 U/kg por via IM e suspender a infusão 
endovenosa 30 minutos após. 
 INSULINOTERAPIA Intramuscular (Deltóide): 
o Dose de ataque de 0,25 U/kg de insulina simples. 
o Seguir com 0,1 U/Kg/hora ou 0,2U/Kg cada 2 horas, enquanto glicemia for > 250mg/dl (glicosúria 
+++ ou ++++). 
o Se < 250 mg/dl (glicosúria + ou ++), porém com cetonúria ainda presente, utilizar 0,1 U/kg a cada 2 
horas. 
o Após negativação da cetonúria, usar, se necessário, 0,2 U/kg a cada 4 a 6 hora. 
 INSULINA de Ação Intermediária: 
o É iniciada na primeira manhã, após compensação parcial ou total da cetoacidose. 
o Nos casos novos prescrever insulina NPH ou insulina Lenta, na dose de 0,5 U/kg. 
USO DE BICARBONATO DE SÓDIO 
 Restrito aos casos mais severos, com manifestação inicial de choque ou parada cardiorrespiratória. 
 Ou nos pacientes com acidose grave persistente (pH< 7,1) apesar de oferta hídrica e insulinoterapia 
adequadas. 
 Dose: (15 mEq/L - Bicarbonato obtido) x 0,3 x peso em kg. 
 Infunde-se metade do valor calculado em 2 horas e a outra metade à seguir se o pH continuar< 7,1. 
 
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DIETA 
 Precoce, assim que estiver consciente e sem vômitos. 
 Deve ser fracionada 6 vezes ao dia. 
 Restrição de açúcar refinado e alimentos gordurosos. 
COMPLICAÇÕES 
 Hipoglicemia: 
o Agitação. 
o Sonolência. 
o Alucinações. 
o Coma. 
* Em casos de hipoglicemia realizar infusão de glicose a 10 ou 25 % na dose de 0,5 a 1,0g/kg em bolo. 
 Edema Cerebral: 
o Geralmente fatal. 
o Etiologia desconhecida. 
o Complicação terapêutica. 
o Manifesta- se como vômitos e cefaleia persistentes. 
o Progressiva deterioração da consciência. 
 Hipopotassemia: 
o Oferta alimentar reduzida. 
o Saída do potássio desde o meio intracelular até o intravascular decorrente da acidose. 
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FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS 
INTRODUÇÃO 
 Febre: elevação da temperatura corpórea em resposta a um estimulo patológico. 
 Depende do local de aferição: 
o Retal > 38°C e Axilar > 37,8° C. 
 25% de todas as consultas na emergência se devem à febre. 
 Maioria se identifica o foco e institui terapêutica adequada. 
 20% dos casos a identificação do foco não é possível após avaliação inicial. 
 Maioria: 
o Doença aguda autolimitada ou, 
o Pródromo de doença infecciosa benigna. 
 Poucos tem bacteremia ou doença bacteriana grave. 
CONCEITO 
 Febre sem Sinais Localizatórios (FSSL): até 7 dias de duração com anamnese e exame físico que não 
revelam alterações, geralmente requer avaliação clínica rápida e terapêutica empírica, na maioria das vezes 
com abordagem ambulatorial. 
 Febre de origem indeterminada (FOI): duração > 7 dias, que apesar da investigação básica permanece sem 
diagnóstico, geralmente permite uma conduta expectante durante a avaliação, requer internação. 
INCIDÊNCIA 
 Estima-se que 5 a 10% das crianças apresentarão pelo menos uma vez um episódio. 
 Pródromos de infecções agudas benignas: 
o Horas a dias: amigdalite, OMA, pneumonia. 
o Até 3 dias: sarampo, influenza, enterovirose, VSR. 
o >3 dias: mononucleose, hepatite, Kawasaki e rubéola. 
 Bacteremia oculta 5%. 
 Crianças com bacteremia oculta: 
o 5- 10% não tratados: meningite bacteriana. 
o 10% infecção bacteriana localizada. 
o 30% bacteremia persistente. 
ETIOLOGIA 
 0-3 meses: viral (70%), Estreptococo do grupo B (sepse neonatal precoce), E. coli (ITU), Listeria monocytogenes 
(sepse neonatal tardia e meningite), Salmonella (enterite), S. aureus (osteomielite). 
 3 meses - 2 anos: S. pneumoniae, H. influenzae do tipo B (sepse e meningite), N. meningitides, Salmonella e 
S.aureus. 
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 40-60% infecções virais em lactentes menores de 3 meses conseguem ser identificados: Vírus Sincicial Respiratório 
e influenza no inverno e enterovírus no verão e outono. 
BACTEREMIA OCULTA 
 Presença de bactérias na corrente sanguínea da criança, sem foco aparente e com estado geral bom. 
 Hemocultura positiva. 
 Criança Bem. 
 6-24 meses. 
DOENÇA BACTERIANA GRAVE 
 Atraso no diagnóstico pode acarretar morbidade e mortalidade. 
COMO AVALIAR 
 Idade. 
 Estado geral. 
 Patologias crônicas. 
 Febre alta (>40°C). 
 Exames laboratoriais. 
COMO INVESTIGAR 
 Protocolo de sepse: 
o Hemograma. 
o PCR. 
o LCR. 
o RX- tórax. 
o EAS. 
o Culturas de sangue, urina e LCR. 
 <28 dias (Recém-Nascido): 
o Hemograma, PCR, Hemocultura, EAS, Urocultura. 
o RX- tórax. 
o LCR. 
o Internar. 
o ATB. 
 Agentes maternos (infecção do trato urinário no 3° trimestre; RUPREMA). 
 28 a menores de 2 meses: 
o Hemograma, PCR, Hemocultura, EAS, Urocultura. 
o RX- tórax. 
o LCR (sem necessidade). 
o Interna (a depender). 
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3 
 
o ATB (a depender). 
 2 meses a menores de 3 meses: 
o Hemograma, PCR, Hemocultura, EAS, Urocultura. 
o RX- tórax. 
o LCR (sem necessidade). 
o Interna (a depender). 
o ATB (a depender). 
 > 3 meses: 
o Hemograma, PCR, Hemocultura, EAS, Urocultura. 
o RX- tórax. 
o LCR (sem necessidade). 
o Interna (a depender). 
o ATB (a depender). 
ANTIBIOTICOTERAPIA 
 < 2 meses: 
o Ceftriaxona (50-100 mg/kg/dia EV, em dose única diária). 
o Ampicilina (100 mg/kg/dia, 2x/dia se < 7dias e 100 mg/kg/dia 3x/dia se > 7dias) + Gentamicina 
(4,5mg/kg/dia, 2x/dia, se < 7dias; e 7,5 mg/kg/dia, 2x/dia se > 7dias). 
 > 2 meses: 
o ATB parenteral: Ceftriaxone (100mg/kg/dia). 
o ATB oral: Amoxicilina (100 mg/kg/dia) ou Amoxicilina + Ácido Clavulânico (75 mg/Kg/dia). 
o Bacteremia (hemocultura positiva): manter ATB EV até 3 dias sem febre e ATB adicional por > 7-10 
dias. 
*A via oral só deve ser utilizada para crianças com mais de 2 meses de idade. 
 
*Cálculo para GENTAMICINA: 
 Frasco (1 ml) 40 mg/ml 
o Acrescentar 9 ml (água destilada ou solução fisiológica). 
o Então 10 ml de solução, contendo 40 mg de Gentamicina. 
 7 mg/kg/dia 
 Paciente 1 mês e 28 dias; P= 4 kg. 
o 28 mg/dia de Gentamicina: 
o 10 ml------------ 40 mg 
o X ----------------- 28 mg x = 7 ml 
o Prescrição: 
 Gentamicina (40 mg/1ml) ------- 1ml 
 AD (agua destilada) ------- 9 ml 
Fazer 7 ml EV + SF 0,9% 20 ml 24/24 h lento 
em 30 min 
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ANEMIAS 
 
 Redução da massa eritrocitária e/ou da concentração da hemoglobina no sangue. 
*A anemia é definida como a condição na qual a concentração de hemoglobina no sangue está abaixo do normal. A anemia 
pode ser determinada por diversos fatores. Cerca de 50% dos casos acontecem em função da deficiência de ferro, 
determinada pela dieta insuficiente em ferro. As outras causas são relacionadas às deficiências de folato, vitamina B12 ou 
vitamina A, inflamação crônica, infecções parasitárias e doenças hereditárias. 
CLASSIFICAÇÃO 
MORFOLÓGICA 
 Anemias microcíticas e hipocrômicas: 
o Deficiência de ferro. 
o Inflamações crônicas. 
o Intoxicação crônica pelo chumbo. 
 Anemias macrocíticas: 
o Deficiência de vitamina B12, ácido fólico. 
 Anemias normocíticas normocrômicas: 
o Perda sanguínea aguda. 
o Doenças hemolíticas. 
o Hipoplasia da medula óssea. 
FISIOPATOLÓGICA 
 Falta de produção: 
o Anemia aplásica congênita ou adquirida. 
o Doença renal crônica. 
o Má nutrição proteica. 
 Alteração na maturação eritróide e eritropoese ineficaz: 
o Deficiência de ferro. 
o Deficiência de vitamina B12, ácido fólico. . 
 Perdas hemorrágicas: 
o Agudas 
o Crônicas 
 Excesso de destruição de eritrócitos: 
o Defeitos na membrana do eritrócito. 
o Defeitos no metabolismo do eritrócito. 
o Lesão mecânica, térmica, oxidativa e infecciosa do eritrócito. 
 
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AVALIAÇÃO DO PACIENTE ANÊMICO 
ANAMNESE 
 Idade. 
 Época do aparecimento dos sintomas. 
 História dietética. 
 Raça. 
 Origem. 
 História familiar de anemia. 
 Drogas. 
 Diarreia e processos inflamatórios intestinais. 
Adinamia, intolerância ao exercício, fraqueza muscular. 
EXAME FÍSICO 
 Cor da pele e mucosas (palidez palmar, que é o principal sinal ectoscópico de triagem para anemia). 
 Icterícia. 
 Petéquias. 
 Equimoses. 
 Úlceras. 
 Fácies característico. 
 Baço. 
 Taquicardia, sopro cardíaco proto/mesodiastólico por hipercinesia. 
EXAMES LABORATORIAIS 
HEMOGRAMA 
 VCM = volume corpuscular médio. 
 RDW = extensão da distribuição do volume das hemácias. 
 CHCM = concentração de hemoglobina corpuscular média. 
 Eletroforese de Hemoglobina. 
 Ferritina. 
 Ferro sérico. 
ANEMIA FERROPRIVA 
 Considera-se anemia ferropriva quando: 
o Em menores de 5 anos: Hb inferior a 11 g/dl. 
o De 5 a 11anos: Hb inferior a 11,5 g/ dl. 
o De 12 a 14 anos: abaixo de 12 g/ dl. 
 Maior frequência entre 6 e 24 meses. 
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Neurológicas: irritabilidade, atenção reduzida, déficit de memória, prejuízo na aprendizagem, atraso na 
aquisição da linguagem e desenvolvimento motor. 
 Sistema imunológico: redução da capacidade bactericida dos neutrófilos e diminuição da eficácia da 
imunidade celular. Consequentemente há um aumento do risco de infecções respiratórias e gastrintestinais. 
 Anorexia. 
 Perversão do apetite: hábito de comer gelo ou terra, sabão, sal grosso, arroz cru e reboco de parede. 
 Alterações mucosas, de pele e fâneros: perda das papilas linguais tornando a língua lisa, síndrome de 
Plummer-Vison (formação de anel esofageano posterior com sintomas de dor e dificuldade de deglutição), 
escleróticas azuladas, cabelos e unhas quebradiços e coiloníquia (convexidade na borda das unhas). 
 Palidez; Irritabilidade; Anorexia; Cansaço; Infecções recorrentes. 
 
GRUPOS DE RISCO 
 RNs prematuros. 
 Lactentes com curto aleitamento materno. 
 Crianças e adolescentes. 
 
 
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Hemograma: anemia microcítica (baixo VCM) e hipocrômica (baixo HCM e CHCM) com índice de 
anisocitose (RDW) aumentado. Pode haver trombocitose. 
 Ferritina sérica (Ferro armazenado no fígadoǼ: redução ǻ< 20 μg/dlǼ. 
 Ferro sérico diminuido. 
 Capacidade de ligação da transferrina elevada. 
TRATAMENTO 
 Orientação dietética. 
 Terapia medicamentosa: 
o Sulfato ferroso 25 mg/ 1 ml. 
o 3 a 5 mg do elemento ferro/kg/dia por 3 a 6 meses. 
 Iniciar com 3 mg para crianças menores de 2 anos de idade e não exceder o máximo de 60 
mg por dia. 
 Deve ser administrado de preferência em jejum ou longe das refeições. 
 
*Exemplo: Criança com anemia ferropriva e peso de 8 kg. 
#Passo 1: 
3 mg/dia ------ 1 kg 
 X ---------- 8 kg x = 24 mg/dia 
#Passo 2: 
1 ml -------- 25 mg -------- 20 gotas 
 24 mg ------- X x = 19 gotas/dia 
 
# Prescrição: 
USO ORAL 
 Sulfato ferroso 25 mg/1 ml------------------------------------------------ frasco. 
Tomar 19 gotas 1 x ao dia 30 minutos antes do almoço por 3 a 6 meses. 
 ou 
Tomar 10 gotas de 12 em 12 horas longe das refeições por 3 a 6 meses. 
 
PREVENÇÃO 
 Aleitamento materno. 
 Suplementação profilática. 
o 1 mg de ferro elementar/kg/dia. Diariamente a partir de 6 meses até completar 24 meses. 
 Crianças em aleitamento materno exclusivo só devem receber suplementos a partir do sexto mês de 
idade. Se a criança não estiver em aleitamento materno exclusivo, a suplementação poderá ser 
realizada a partir dos quatro meses de idade, juntamente com a introdução dos alimentos 
complementares. 
o Todo prematuro e recém-nascido com baixo peso, mesmo em aleitamento materno exclusivo, 
devem receber, a partir do 30° dia após o nascimento, suplementação de ferro. 
 Quanto mais prematuro, maior a dose da profilaxia. 
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o Indicação: fases de crescimento rápido, recém-nascidos com baixo peso e lactentes alimentados com 
fórmulas lácteas. 
*Exemplo: Criança com indicação de profilaxia para anemia ferropriva e peso de 8 kg. 
#Passo 1: 
1 mg/dia ------ 1 kg 
 X ---------- 8 kg x = 8 mg/dia 
#Passo 2: 
1 ml -------- 25 mg -------- 20 gotas 
 8 mg ------- X x = 7 gotas/dia 
 
# Prescrição: 
USO ORAL 
 Sulfato ferroso 25 mg/1 ml-------------------------------------------------------- frasco. 
Tomar 4 gotas de 12 em 12 horas longe das refeições até os 2 anos de idade. 
 
 Alimentos fonte de ferro: 
o O ferro é um micronutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese de células 
vermelhas do sangue (hemácias) e no transporte do oxigênio no organismo. Há dois tipos de ferro 
nos alimentos: ferro heme (origem animal, sendo mais bem absorvido) e ferro não heme 
(encontrado nos vegetais). 
o São alimentos fontes de ferro heme: carnes vermelhas, principalmente vísceras (fígado e miúdos), 
carnes de aves, suínos, peixes e mariscos. 
o São alimentos fontes de ferro não heme: hortaliças folhosas verde-escuras e leguminosas, como o 
feijão e a lentilha. 
o Como o ferro não heme possui baixa biodisponibilidade, recomenda-se a ingestão na mesma 
refeição de alimentos que melhoram a absorção desse tipo de ferro, por exemplo, os ricos em 
vitamina C, disponível em frutas cítricas (como: laranja, acerola, limão e caju), os ricos em vitamina 
A, disponível em frutas (como: mamão e manga) e as hortaliças (como: abóbora e cenoura). 
 
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DESIDRATAÇÃO 
CONCEITO 
 A desidratação é um distúrbio decorrente da perda de água e eletrólitos frequentes nas crianças com 
diarreia e/ou vômitos. 
CLASSIFICAÇÃO 
 Grau I (leve): sinais discretos de espoliação do líquido intersticial: 3 a 5% de perda de peso. 
 Grau II (moderada): sinais mais evidentes: 6 a 9% de perda de peso; 
 Grau III (grave): sinais muito evidentes de espoliação (intersticial e vascular), sinais de choque: maior ou 
igual a 10% da perda de peso. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Sede. 
 Irritação ou prostração. 
 Afundamento de fontanela anterior. 
 Ressecamento das mucosas. 
 Afundamento dos olhos. 
 Turgor pastoso da pele. 
 Hipotensão. 
 Taquicardia, extremidades frias. 
 Palidez, pulso fraco. 
 Letargia ou coma. 
COMPLICAÇÕES 
 Desnutrição e Morte. 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 Hemograma. 
 Eletrólitos. 
HIDRATAÇÃO 
 Sem desidratação (Plano A): 
o Sais de Reidratação Oral (SRO). 
o Até 12 meses 50 ml após cada evacuação. 
o 1 a 10 anos 100 – 200 ml. 
o > 10 anos o que aceitar. 
o Diluir 1 envelope de SRO em 1 litro de água filtrada ou fervida. 
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 Algum grau de desidratação (Plano B): 
o A reidratação oral com SRO é o tratamento de escolha. 
o 50 a 100 ml/kg no período de 4 a 6 horas. 
o Oferecer em quantidades pequenas, várias vezes. 
o Se o paciente vomitar, o volume administrado deve ser reduzido e a frequência da administração 
aumentada. 
SINAIS DE PERIGO 
 Piora da diarreia (> 10 dias). 
 Vômitos repetidos. 
 Muita sede. 
 Recusa de alimentos. 
 Febre. 
 Sangue nas fezes. 
QUANDO SUSPENDER A HIDRATAÇÃO ORAL 
 Crise convulsiva. 
 Vômitos persistentes. 
 Distensão abdominal. 
CRIANÇAS COM DESIDRATAÇÃO GRAVE 
 Pulso fino ou impalpável. 
 Circulação periférica com retorno maior que 8 segundos. 
 Alteração do estado de consciência (criança deprimida, comatosa e incapaz de ingerir líquidos ou com crise 
convulsiva). 
 Indicado hidratação EV (plano C). 
HIDRATAÇÃO EV (PLANO C) 
Passo 1 = FASE DE EXPANSÃO OU REPARAÇÃO VENOSA RÁPIDA 
 SG 5% + SF 0,9% = 1:1 (partes iguais). 
 Administrar 100 ml/kg em 2 horas. 
 20 ml/kg em 20 minutos. 
o Repetir até melhora do paciente. Só seguir para a próxima fase (EV lenta) após melhora clínica evidente dacriança, com desaparecimento dos sinais de desidratação. 
Passo 2 = FASE DE REPARAÇÃO EV LENTA 
 Desidratação moderada 
 Solução 1:1 SF 0,9% e SG 5% 
 SF 0,9% 50 ml/kg em 4 horas. 
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Passo 3 = FASE DE MANUTENÇÃO (em 24 horas) 
 Repor perdas normais de água e eletrólitos. 
 Regra de Holliday e Seggar. 
o Peso até 10 kg (1-10 kg) = 100 ml/kg. 
o 10 kg seguintes (11-20 kg) = 50 ml/kg. 
o > 20 kg = 20 ml/kg. 
 Para cada 100 cal previstas indica-se: 
o Água: 100 ml. 
o Na: 3 mEq 
o K: 2-2,5 mEq 
 Para cada 100 ml de líquido: 
o Soro glicosado 5% - 80 ml 
o Soro fisiológico – 20 ml 
o KCl a 10% - 2 ml 
 Quanto a reposição, como não é possível avaliar as perdas pelo número de evacuações, a primeira 
prescrição admitirá perdas de 50 ml/kg/dia. A solução a ser resposta deve conter 1 parte de soro fisiológico 
e 1 parte de soro glicosado 5%. 
 
MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO 
 Criança com 5 kg Previsão para 24 horas: 
o Volume para manutenção 5 x 100 = 500 ml. 
o Volume para reposição 5 x 50 = 250 ml. 
Solução Manutenção Reposição 
Manutenção 
+ 
Reposição 
SG 5% 400 ml 125 ml 525 ml 
SF 0,9% 100 ml 125 ml 225 ml 
KCl 10% 10 ml ------ 10 ml 
o Volume total da hidratação: 760 ml nas 24 horas. 
o Velocidade de infusão: 31,6 ml/h 
 
 
 
 
 
 
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FASE DE MANUTENÇÃO – Necessidade de Eletrólitos 
 Sódio (Na+): 
o 3 mEq/kg/dia (0 a 10 kg) 
o 30 mEq + 2 mEq/kg/dia (11 a 20 kg) 
o 50 mEq + 1 mEq/kg/dia (>20 kg) 
o 1 ml de NaCl: 
 a 10% = 1,7 mEq 
 a 17,5% = 3,0 mEq 
 a 20% = 3,4 mEq 
 Potássio (K+): 
o 2 mEq/kg/dia (0 a 10 kg) 
o 20 mEq + 1 mEq/kg/dia (11 a 20 kg) 
o 30 mEq + 0,5 mEq/kg/dia (>20 kg) 
o 1 ml de KCl: 
 a 10% = 1,34 mEq 
 a 15% = 2,0 mEq 
 a 19,1% = 2,5 mEq 
PRESCRIÇÃO – Fase de Manutenção 
Paciente com 5 kg 
 SG 10%  400 ml 
 SF 0,9%  100 ml 
 NaCl 20%  5 ml 
 KCl 10%  10 ml 
 
 PRESCRIÇÃO EM ml/h Divide por 24 = 
x ml/h. SE dividir por 3 = gotas/min. 
 
 PRESCRIÇÃO EM gotas/min Divide 
por 72 = gotas/min. SE multiplicar por 3 = 
ml/h 
 
 1 gota = 3 microgotas. 
Fazer EV 
24/24 h 
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DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RN 
SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO MECONIAL 
 Doença caracterizada por graus variáveis de insuficiência respiratória. 
 10 a 15% dos partos: LA meconial. 
 Aspiração de mecônio pode ocorrer intra e extra-útero. 
MECÔNIO 
 Composição: secreções gástricas, sais biliares, muco, vérnix, lanugo, sangue, células escamosas, ácidos 
graxos livres. 
 Eliminação de mecônio intra útero é consequência de asfixia. 
 
HISTÓRIA 
 RN termo ou pós termo. 
 Restrição de crescimento intra uterino. 
 Asfixia perinatal. 
CLÍNICA 
 Impregnação de mecônio. 
 Disfunção respiratória logo após o nascimento. 
 Taquipnéia, gemência, batimento de asas do nariz, tempo expiratório prolongado e hipoxemia. 
COMPLICAÇÕES 
 Pneumotórax. 
 Infecção bacteriana secundária. 
 Encefalopatia hipóxico-isquêmica. 
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ASPECTO RADIOLÓGICO 
 Hiperinsuflação. 
 Condensações grosseiras bilaterais. 
TRATAMENTO 
 Oxigenoterapia. 
 Ventilação mecânica. 
 Correção da acidose. 
 Surfactante exógeno? 
 Antibioticoterapia (Ampicilina + Gentamicina ou Penicilina cristalina + Amicacina). 
PROFILAXIA 
 Aspiração da traqueia em RN deprimido. 
PROGNÓSTICO 
 Depende da gravidade das lesões e presença de complicações. 
 Mortalidade 5%. 
DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA 
 Importante causa de morbiletalidade. 
 1% de todos os RN. 
 Inversamente proporcional à idade gestacional. 
ETIOPATOGENIA 
 Deficiência de surfactante. 
 Surfactante: 
o Pneumócitos tipo II. 
o Ação antiatelectásica (redução de tensão superficial). 
o Composto por fosfolipídeos (80%), lipídios neutros e proteínas (10%). 
RISCO REDUZIDO 
 DHEG. 
 Opiáceos. 
 Amniorrexe. 
 Corticóides. 
FATORES DE RISCO 
 Cesárea. 
 Diabetes. 
 Gemelaridade. 
 Predisposição familiar. 
 Sexo masculino. 
 Raça branca. 
 Hipotermia. 
 Asfixia. 
 
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DIAGNÓSTICO PÓS-NATAL 
 Disfunção respitatória precoce: 
o Taquipneia. 
o Retrações. 
o Batimento de aleta nasal. 
o Gemência. 
o Cianose. 
 Outros achados clínicos: 
o Apnéia. 
o Diminuição da perfusão. 
o Oligúria. 
o Edema periférico. 
 Ausculta Pulmonar: 
o Diminuição de MV. 
o Estertores creptantes finos basais. 
ASPECTOS RADIOLÓGICOS 
 Padrão reticulogranular difuso. 
 Broncogramas aéreos. 
 Diminuição de volume pulmonar. 
 Aspecto de Vidro moído. 
PROFILAXIA 
 Corticóide pré natal- Betametasona IM. 
 Efetivo se 1-7 dias antes do parto. 
TRATAMENTO 
 Cuidados Gerais: 
o Temperatura corporal 36,5°C. 
o Hidratação e equilíbrio eletrolítico. 
o Aporte nutricional adequado. 
o Uso racional de ATBs para sepse. 
 Suporte Respiratório: 
o Evitar hipoxemia e hipercapnia. 
o Monitorização: oximetria e gasometria arterial. 
o Oxigênio umidificado e aquecido. 
o CPAP nasal. 
o Ventilação mecânica. 
 Administração de surfactante exógeno. 
 
 
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COMPLICAÇÕES 
 Infecção pulmonar. 
 Hemorragia pulmonar. 
 Hemorragia intracraniana. 
 Displasia broncopulmonar. 
 Retinopatia da prematuridade. 
TAQUIPNEIA TRANSITORIA DO RN 
 Doença benigna, que acomete RN a termo e alguns pré-termo, que se manifesta como taquipneia logo após 
o nascimento. 
 Relacionada ao retardo de reabsorção de líquido alveolar. 
INCIDÊNCIA 
 RN termo: 1-5% 
 Cesárea: 9% 
 Sexo masculino (3:1) 
ETIOPATOGENIA 
 Parto normal. 
 Compressão do tórax durante passagem no canal de parto. 
FISIOPATOGENIA: 
 Atraso na reabsorção do líquido pulmonar leva à diminuição de complacência pulmonar e aumento do 
trabalho respiratório. 
DIAGNÓSTICO 
 Taquipneia 
 Gasometria Arterial: hipoxemia leve, moderada e hipocapnia. 
 RX: desenho vascular aumentado, hilo congesto, líquido na cisura. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 DMH. 
 Pneumonia congênita. 
TRATAMENTO 
 Oxigenoterapia em baixas concentrações. 
 Medidas gerais. 
PROGNÓSTICO 
 Favorável - evolução satisfatória em 48-72h. 
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SEPSE NEONATAL 
 Síndrome clínica caracterizada por resposta inflamatória sistêmica acompanhada de bacteremia no 1º mês 
de vida. 
EPIDEMIOLOGIA 
 É uma das principais causas de morbimortalidade neonatal. 
 1 a 8 casos por mil nascidos vivos. 
SEPSE NEONATAL PRECOCE 
 Sepse nos primeiros 5 a 6 dias de vida. 
 Relacionados diretamente a fatores gestacionais e/ou periparto <72 horas. 
 Risco de Infecção no RN assintomático é baixo (1%). 
 O uso excessivo de antibióticos favorece a resistência bacteriana. 
CAUSAS 
 Germes do trato genital materno: 
o Streptococcus do grupo B (EGB). 
o Escherichia coli. 
o Listeria monocytogenes. 
FATORES DE RISCO 
FATORES DE RISCO MAIORES 
 Ruprema > 18 hs. 
 Febre materna intraparto (38°C). 
 Corioamnionite. 
 Taquicardia fetal (BCF > 180bpm). 
FATORES DE RISCO MENORES 
 Ruprema > 12 hs. 
 Febre materna. 
 Lóquios fétido. 
 Parto prematuro. 
 Colonização materna por EGB. 
 Gestação gemelar 
 “pgar 5’ < 7. 
 Leucocitose materna. 
 
 RN: 1 maior somado a 2 menores: Sepse presumível. 
o Conduta: HC, PCR, Hemocultura. 
o Após resultado (HC, PCR) decidir uso de antibióticos. 
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SINAIS CLÍNICOS 
 Instabilidade térmica. 
 Apneia, taquipneia, cianose. 
 Hipotonia e convulsões. 
 Irritabilidade e letargia. 
 Sintomas TGI: distensão abdominal,vômitos, resíduo gástrico e dificuldade na aceitação alimetar. 
 Icterícia sem causa definida (idiopática). 
 Palidez cutânea, pele fria e sudoréica, hipotensão e tempo de enchimento capilar > 3 s. 
 Sinais de sangramento com quadro sugestivo de CIVD. 
 “valiação subjetiva: ȃRN que não vai bemȄ. 
 Presença de 3 ou mais sinais ou no mínimo 2 + fatores de risco maternos: sepse clínica. 
 Neste caso, iniciar antibióticos sem aguardar exames laboratoriais. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Cardiopatias congênitas. 
 Transtornos metabólicos (hipoglicemia). 
 Hiperplasia adrenal congênita. 
 Erros inatos do metabolismo. 
EXAMES LABORATORIAIS 
 Hemocultura (padrão ouro). 
 LCR. 
 Hemograma (leucograma: <5.000 leucócitos; leucocitose >25.000). 
 Plaquetopenia <150.000. 
 PCR: coletas seriadas ao nascer. 
 Gasometria arterial. 
 Uma pontuação de 3 pontos resulta em rastreamento laboratorial positivo para infecção inespecífica. 
o HC alterado: 2 pontos. 
o Plaquetopenia: 1 ponto. 
o PCR>12: 1 ponto. 
o Acidose metabólica persistente (com gasometria): 1 ponto. 
TRATAMENTO COM ANTIBIÓTICO EMPÍRICO 
 Esquema 1: Ampicilina (200mg/Kg/dia) + Aminoglicosídeo. 
 Esquema 2: Oxacilina + Aminoglicosídeo. 
 Esquema 3: Cefepime + Aminoglicosídeo. 
 Esquema 4: Meropenem ou Meropenem+ Vancomicina. 
CONTROLES 
 No 4º, 7º e 10º dia de controle com HC, PCR e RX tórax (se patologia pulmonar) e LCR do 3º para o 4º 
esquema. 
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SEPSE NEONATAL TARDIA 
 Infecção generalizada. 
 Germe frequentemente hospitalar a partir de 5 dias de vida. 
 Germes mais frequentes: 
o S. epidermidis. 
o S. aureus. 
o Bacilos Gram negativos. 
 Sinais clínicos: 
o Iguais aos da sepse precoce. 
o Febre >38,2° C - melhor sinal clínico preditivo. 
 Esquemas Indicados: 
o Oxacilina + Amicacina. 
o Oxacilina + Cefotaxima. 
o Staphylococcus coagulase negativo (epidermidis) Vancomicina. 
o Klebsiella, Enterobacter, Serratia Meropenem + Amicacina. 
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REANIMAÇÃO NEONATAL 
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE AO NASCER 
 Gestação a termo? 
 Ausência de mecônio? 
 Respirando ou chorando? 
 Tônus muscular bom? 
*Se a resposta é sim para todas as perguntas considera-se o RN com boa vitalidade, não necessitando de manobras de 
reanimação. 
 Avalia-se simultaneamente a respiração e a frequência cardíaca (FC), sendo esta última o principal 
determinante da decisão de indicar manobras de reanimação, devendo estar acima de 100 bpm. A avaliação 
deve ser feita através da ausculta do precórdio com estetoscópio ou da palpação do pulso na base do cordão 
umbilical. 
O PREPARO PARA ASSISTÊNCIA 
 Anamnese materna 
o Fatores antenatais: Idade <16 ou > 35 anos, diabetes, hipertensão, doenças maternas, infecção 
materna, aloimunização ou anemia fetal, uso de medicações, óbito fetal ou neonatal anterior, 
ausência de pré-natal, gestação múltipla, polidrâmnio ou oligodrâmnio, sangramento de 2º ou 3º 
trimestres, hidropsia fetal, malformação ou anomalia fetal, diminuição da atividade fetal. 
o Fatores relacionados ao parto: parto cesáreo, uso de fórcipe ou extração à vácuo, apresentação não 
cefálica, trabalho de parto prematuro, corioamnionite, rotura de membrans > 18 horas, trabalho de 
parto > 24 horas, anestesia geral, hipertonia uterina, prolapso de cordão, líquido amniótico meconial, 
uso de opióides nas 4 horas anteriores ao parto, descolamento prematuro de placenta, sangramento 
intraparto significante. 
 Disponibilidade do material para atendimento 
 Presença de equipe treinada 
ASSISTÊNCIA AO RN A TERMO COM BOA VITALIDADE AO NASCER 
 RN a termo 
 Contato pele a pele 
 Temperatura ambiente de 26°C 
 Campos pré-aquecidos 
 Aleitamento materno na 1ª hora de vida 
*Recomenda-se que o recém-nascido saudável seja posicionado sobre o abdome materno ou no nível da placenta por um a 
três minutos, antes de clampear o cordão. 
*O contato pele a pele com a mãe imediatamente após o nascimento reduz o risco de hipotermia, desde que cobertos por 
campos pré-aquecidos, iniciando-se a amamentação. 
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ASSISTÊNCIA AO RN COM LÍQUIDO AMNIÓTICO MECONIAL 
*Na presença de líquido amniótico meconial fluido ou espesso, o obstetra não deve realizar a aspiração das vias aéreas, pois 
isto não diminui a incidência de síndrome de aspiração meconial. 
*O pediatra deve avaliar a vitalidade ao nascer, na presença de líquido tinto de mecônio. 
 COM BOA VITALIDADE (neonato apresenta movimentos respiratórios rítmicos, tônus muscular adequado e FC 
> 100 bpm): 
1. Levar a mesa de reanimação. 
2. Colocar sob fonte de calor radiante: manter a temperatura axilar em aproximadamente 36,5 °C. 
Evitar hipotermia ou hipertermia. 
3. Posicionar a cabeça com leve extensão do pescoço. 
4. Aspirar o excesso de secreções da boca e nariz. 
5. Secar e desprezar os campos úmidos. 
6. Verificar novamente a posição da cabeça e avaliar a respiração e FC. Se a avaliação for normal 
proceder aos cuidados de rotina. 
 SEM BOA VITALIDADE (Ritmo respiratório irregular e/ou tônus muscular flácido e/ou FC <100bpm): 
1. Retirar o mecônio residual da hipofaringe e da traqueia sob visualização direta, sob fonte de calor 
radiante. 
2. Aspirar o mecônio uma única vez e, caso o RN permaneça com FC < 100 bpm, respiração irregular 
ou apnéia, iniciar ventilação com pressão positiva. 
ASSISTÊNCIA AO RN COM NECESSIDADE DE REANIMAÇÃO 
 Todo RN com IG < 37 Semanas. 
 Qualquer IG sem vitalidade adequada ao nascer. 
 Conduzir à mesa de reanimação. 
PASSOS (executar no máximo em 30 segundos): 
 Prover calor (manter temperatura corporal entre 36,5 e 37°C). 
 Posicionar a cabeça em leve extensão. 
 Aspirar Vias aéreas (se necessário). 
 Secar o paciente. 
*Avalia-se a respiração e a FC. Se a respiração é regular e a FC > 100bpm, o RN deve receber os cuidados de rotina. Se, 
após os cuidados iniciais apresentar bradicardia ou respiração irregular indica-se a ventilação com pressão positiva (VPP) 
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA (VPP) 
 Após os cuidados para manter a temperatura e a permeabilidade das vias aéreas do RN, a presença de 
apneia, respiração irregular e/ou FC < 100 bpm indica VPP. A ventilação pulmonar deve ser iniciada no 
primeiro minuto de vida, sendo o procedimento mais simples, importante e efetivo na reanimação na sala 
de parto. 
 O balão auto-inflável é um equipamento de fácil manuseio e não necessita de fonte de gás para funcionar. 
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o Utiliza-se a frequência de 40 a 60 movimentos/minuto, através da regra ȃaperta/solta/solta/aperta...Ȅ. 
o Observar permeabilidade das vias aéreas, expansão pulmonar e a adaptação da máscara à face do 
RN. Se, após 30 segundos houver melhora da FC, do tônus e respiração espontânea suspende-se o 
procedimento. 
o Caso, após 30 segundos, não haja melhora da FC, deve-se verificar o ajuste da máscara, a 
permeabilidade das vias aéreas e a pressão do balão. 
o Se ainda assim não melhorar deve-se aumentar a oferta de oxigênio. 
o Se mesmo assim não houver melhora indica-se o uso da cânula traqueal. 
 Outras opções: 
o Ventilação com balão e cânula traqueal: 
 As indicações para ventilação através de cânula traqueal são: ventilação com máscara não 
efetiva, ventilação com máscara facial prolongada, necessidade de massagem cardíaca e/ou 
adrenalina, diagnóstico de hérnia diafragmática, prematuridade extrema e necessidade de 
surfactante de acordo com a rotina do serviço. 
o Ventilação com máscara facial não efetiva. 
o Ventilação com máscara facial prolongada. 
MASSAGEM CARDÍACA 
 Se após 30 segundos de VPP com oxigênio suplementar, o RN mantiver FC<60 bpm, indica-se a massagem 
cardíaca. A compressão é realizada no terço inferior do esterno, preferencialmente através da técnica dos dois 
polegares, posicionando-os abaixo da linha inter-mamilar, evitando o apêndice xifóide. 
 As complicações da massagem cardíaca incluem: fratura de costelas, pneumotórax, hemotórax e laceração 
de fígado. 
 A ventilação (através de cânula traqueal) e a massagem cardíaca são realizadas sincronicamente, com uma 
relação de 3:1. 
 Continuar a massagem até a FC estar > 60 bpm. 
 A ventilação poderá ser suspensa quando a FC estiver > 100 bpm, sendo administrado oxigênio e depois 
retirado gradualmente de acordo com a SatO2. 
 Caso, após 30 segundos de massagem cardíaca e VPP com cânula traqueal e oxigênio a FC se mantiver <60 
bpm, deve-se verificar todos os procedimentos e corrigi-los se necessário. 
 Se após a correção não houver melhora, está indicado o uso de medicações. 
MEDICAÇÕES 
 Adrenalina, expansor de volume ou ambos estão indicados na bradicardia (FC < 60 bpm) que permanece 
após a massagem e ventilação feitas adequadamente, mas sem sucesso. 
 A via preferencial é a endovenosa, sendo a veia umbilical de acesso fácil e rápido. 
 A adrenalina pode ser administrada por via endovenosa e endotraqueal, sendo esta última utilizada 
enquanto não foi obtido o acesso venoso, podendo ser utilizada apenas uma vez. 
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 A adrenalina endovenosa poderá ser repetida a cada 3-5 minutos, devendo-se considerar o uso de 
expansores de volume caso o paciente esteja pálido, ou existam sinais de choque. 
 Utiliza-se preferencialmente solução cristalóide isotônica, administrada lentamente para expansão de 
volume. 
o Solução cristaloide isotônica ou sangue total. 
o 10 ml/kg lentamente.

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