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Medicina Dentária Preventiva e Comunitária I Sebenta 2013/2014 – 1º semestre Inês Martins Página 1 de 49 Unidade curricular que estuda a prevalência e a incidência das doenças na saúde pública, nos vários indivíduos de uma população. Introdução Histórica Século XIX x Este modelo positivista começou a ser questionado pelos países em desenvolvimento a partir do século XX x Factores etiológicos e epidemiológicos são muito importantes de serem estudados para o avanço da Medicina x A assistência sanitária não é o factor mais importante na determinação dos níveis de saúde de uma população. (Sintenem, 2000) x O esforço desenvolvido após a 1ª Guerra Mundial para criar melhores condições a nível sanitário não correspondeu a uma melhoria das condições de saúde. x Melhorias nos níveis de saúde das populações estavam mais associados a melhorias dos níveis de vida e salubilidade. 1ª etapa da saúde pública . 1840-1900 x Início do século XIX, com a industrialização, com a transformação de zonas mais rurais e urbanas, em que a falta de condições higiénicas favorecia o aparecimento de doenças infecciosas; falta de sistema de saneamento público da água de abastecimento. x O 1º meio de transmissão de doenças era a água. 2ª etapa da saúde pública . 1880-1930 x A partir do século XIX, com a descoberta dos microrganismos por Pasteur e Kock e consequente sucesso na extinção das muitas doenças epidémicas, consolidou-se. Modelo Biomédico x Nos países europeus e latino americanos x Quando se contestava o impacto das acções médicas nos níveis de saúde das suas populações Modelo Biopsicossocial x A assistência sanitária não é o factor mais importante na determinação dos níveis de saúde de 1 população. x Gasto sanitário envolvido, post I Guerra Mundial, foi evidência disso Mudanças na estrutura social e política de controlo de doenças Transformações no perfil epidemiológico Criação de serviços e sistemas de estudo das doenças na saúde Página 2 de 49 3ª etapa da saúde pública . 1900-1930 x Política de redistribuição social, através da rentabilidade dos impostos x Criação de serviços nacionais de saúde x Aparecimento de seguros sociais de assistência dentária x Os poderes públicos assumem a obrigação não só de proteger a saúde, mas de restaurar quando esta se perde. 4ª etapa da saúde pública . desde 1974 x Lalonde evidencia as limitações do modelo biomédico x Este facto deu lugar a uma nova saúde pública e a uma nova doutrina na qual os factores socioeconómicos se evidenciam como o determinante mais importante para explicar as desigualdades em saúde. x Evidencia também, a partir de Black (1980), que o determinante mais importante da saúde e da sua desigualdade, na nossa sociedade, são as privações sociais e económicas Æ impossibilidade de “COMPRAR” SAÚDE. Determinantes da Saúde Depois da segunda guerra mundial, a maioria dos governos dos países industrializados iniciaram uma política social e sanitária destinada a abolir as desigualdades sociais derivadas das diferenças económicas (estado de bem-estar). Em Medicina Dentária, muitos países como o Reino Unido e o norte da Europa ampliaram e universalizaram a prestação de cuidados de saúde oral e o número de médicos dentistas elevou-se rapidamente. Esta política fracassou porque se deu um aumento do investimento sem grandes resultados à vista. Na década de 70, autores como McKeown mostraram que os factores que são conhecidos como os determinantes de saúde são: x Melhoras nas condições dos níveis de saúde x Melhoras nas condições de trabalho x Carga genética, meio ambiente e estilos de vida são mais importantes que os serviços sanitários Determinante de saúde de Lalonde (1974) Saúde Meio Ambiente contaminação física, química, biológica, psicossocial e sociocultural Estilo de Vida condutas de saúde Biologia Humana genética, envelhecimento Sistema de Assistência Sanitária Página 3 de 49 Conceito de Saúde Saúde – estado completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. Antes de 1946 – considerada ausência de doença ou incapacidade 1623-1662 – Pascal dizia que a “enfermidade é 1 caminho para o entendimento do que é a vida, para a aceitação da morte, principalmente de deus” Definição da OMS x 1964 – OMS definiu como “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença” o Pela primeira vez a saúde define-se por termos positivos e não se refere somente ao bem-estar físico, incluindo a área mental e social o No entanto, trata-se mais de uma declaração de princípios e objectivos que de uma realidade, já que é dificilmente atingível. Saúde Positiva Apesar de a doença continuar a fazer parte do estado do indivíduo, este desempenha a sua vida normalmente. Embora a doença seja condicionante, o meio que o rodeia prevalece face ao aspecto negativo da doença. Conceito de saúde oral x É parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo, estando directamente relacionada com condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente, transporte, laser, liberdade, acessibilidade e posse de terra, acesso aos serviços de saúde e informação x Está intimamente relacionado com o conceito de qualidade de vida x É um juízo pessoal de como os seguintes factores afectam o bem-estar: o Factores Funcionais – Mastigação, Fonação o Factores Psicológicos – Aparência Pessoal, Auto-estima o Factores Sociais Décadas de 70 e 80 x Bom nível educacional, promoção de saúde x Redução de riscos de doenças mentais e físicas x Direito humano fundamental e envolvimento de muitos sectores sociais e económicos (OMS) funcionamento como os determinantes sociais de saúde de Lalond se relacionam com o conceito dinâmico de saúde? -indicar exemplo Página 4 de 49 Eventos importantes Declaração de Alma-Ata (1978) o Expressa a necessidade de acção urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvolvimento e da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo. Carta Ottawa (1986) o Documento apresentado na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa (Canadá) em Novembro de 1986 o Trata-se de uma carta de intenções que busca contribuir com as políticas de saúde em todos os países de forma unânime e universal o Esta carta salienta que a promoção de saúde não é exclusiva do sector da saúde, mas sim de todos e estabelece alguns critérios importantes para direccionar estratégias de saúde. Declaração de Adelaide (1988) o Realizada em Abril de 1988. O tema central foi as políticas voltadas para os cuidados primários de saúde (políticas saudáveis). o As estratégias para a acção em prol de políticas públicas recomendadas para a saúde reflectem o consenso alcançado nesta conferência. Declaração de Sundsvall (1991) o Terceira conferência internacional sobre promoção da saúde. o Ao examina a situação actual da saúde e do meio ambiente, a conferência aponta para a situação milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza e privação, em ambientes degradados que ameaçam cada vez mais a saúde fazendo com que a meta para o ano 2000 se torne difícil de atingir. o A conferência reconhece o papel da criação de ambientes favoráveis à promoção de saúde. Declaração de Bogotá (1992) o Realizada sob o patrocínio do Ministério da Saúde da Colômbia e Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) em Santafé de Bogotá. o Contou com os ministros da saúde da Bolívia, Colômbia, Equador e Nicarágua, os vice- ministros da saúde de Cuba, Guatemala e Panamá. o As conclusões da conferênciarespondem a problemas específicos das nações latino- americanas e incorporam os resultados de reuniões internacionais anteriores e experiências na promoção de saúde de outras nações do mundo. Carta do Caribe (1993) o A primeira conferência de promoção de saúde do Caribe. Realizou-se de 1 a 4 de Junho de 1993. o As acções são coincidentes com outras de carácter similar e com os planos e programas da Promoção de Saúde definidos nas “Orientações Estratégicas e Prioridades Programáticas da Organização Panamericana de Saúde” Declaração de Jacarta (1997) o 4ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde o Dez anos depois da carta de Ottawa que serviu como fonte orientadora e inspiradora para a Promoção da Saúde, com políticas públicas positivas (Adelaide) e em ambientes favoráveis à saúde (Sundsvall) o A de Jacarta foi a primeira a ter lugar num país em desenvolvimento e a primeira a incluir o sector privado no apoio à promoção da saúde. Página 5 de 49 Doença e Prevenção Conceito de Doença Doença (do latim, dolência = padecimento). É o estado resultante da perda de homeostasia, total ou parcial, de um organismo. Este estado pode acontecer devido a infecções e inflamações, modificações genéticas, sequelas de trauma, hemorragia, neoplasias ou disfunções orgânicas História Natural da Doença – Curso que a doença segue ao longo do tempo na ausência de tratamento. Composto por um período pré-patogénico e por um período patogénico. Cursa com vários níveis de intervenção para parar o curso natural da doença e reverter o rumo da doença para a cura e evitar a morte. Período Pré-Patogénico ou de Susceptibilidade x Factores que favorecem ou determinam o desenvolvimento da doença (bactérias, vírus, produtos químicos, consumo de excesso de açúcar, predisposição familiar, sexo, idade) Prevenção Primária – específica ou não específica (ex: vacina) Período Patogénico – Período pré-sintomático e o de doença clínica x Prevenção Secundária – Diagnóstico precoce, tratamento precoce e oportuno (Ex: diagnosticar cárie e tratar) x Prevenção terciária – Reabilitação e reinserção social (ex: tratar e restaurar o dente) Resultado do processo – Morte, incapacidade, estado crónico, ou recuperação de saúde Página 6 de 49 Níveis de Prevenção Prevenção é o termo geralmente usado para representar estratégias para reduzir factores de risco de uma doença específica ou para realçar factores que diminuam a susceptibilidade da doença ou as consequências à doença ou as consequências da doença já estabelecidas. É feita em todas as fases da vida do indivíduo, embora existam momentos em que a saúde está mais ameaçada devido a factores biológicos, físicos ou sociais (1ª infância, pré-escolar, escolar, adolescência, maternidade, ocupação profissional, velhice…) Primária – Reduz a incidência (aparecimento de novos casos); diminui a possibilidade de ocorrer doença. Todas as medidas que tomamos antes da doença aparecer. Prevenção Inespecífica: medidas específicas sobre a comunidade: acções de promoção da saúde oral Prevenção Específica: vacinação, fluoretação das águas Secundária – Quando a prevenção primária não existiu ou fracassou. Faz-se o diagnóstico e o tratamento precoce da doença. Melhora o prognóstico da doença e permite mante-la controlada x Tratamento preventivo – curar ou evitar progressão; aplicação de flúor (diferentes quantidades), selantes de fissuras x Diagnóstico precoce – despistar doenças, é importante fazerem-se consultas de rotina Terciária –Actua quando a doença está estabelecida e tenham aparecido ou não sequelas. Evitar um dano maior. Aplica-se quando as medidas primárias e secundárias fracassaram ou não foram aplicadas. Tratamento restaurador, remoção de 1 quisto, osteomielite. Periodontite – hábitos tabágicos, curetagem e alisamento radicular Trocas medicoambientais Económicos, sociais, físicos Promoção de saúde, políticas sanitárias Trocas de conduta Uso de fluoretos, higiene oral, hábitos dietéticos, uso de serviços dentais Pessoas Diagnóstico Precoce (ex: white spot) Consultas de rotina Pessoal e serviços odontológicos Terapia preventiva Aplicação de fluor, selantes de fissuras, restaurações simples, higiene oral, modificação da dieta Pessoal e serviços odontológicos Terapia reabilitadora (prev. terciária) Tratamento restaurador Serviços odontológicos Diagnóstico e prevenção de traumatismos, sequelas Tratamento restaurador de causar impacto sociodental Serviços odontológicos Prevalência e Incidência Ambas as medidas são de frequência da ocorrência de doença e ambos envolvem espaço e tempo. Prevalência – Mede quantas pessoas estão doentes. Neste caso só interessa o número de pessoas e não o número de vezes que se está doente. Incidência – Mede quantas pessoas se tornaram doentes. É um método mais caro. O censo é a maior fonte de dados sociodemográficos e económicos do país. Pirâmides etárias. Faz-se de 10 em 10 anos e dá-nos os denominadores para calcular as taxas de incidência e prevalência. Página 7 de 49 Rastreios Exame específicos dos membros de uma população, destinado a identificar factores de risco ou a doença numa fase pré-sintomática, da evolução ou processo mórbida, bem como detectar susceptibilidades específicas para determinadas patologias. Programa de rastreio x A condição a estudar deve constituir um problema de saúde importante x Deverá existir um tratamento eficaz para a doença a identificar x Devem existir facilidades para efectuar o diagnóstico e o tratamento x O teste deve ser aceite pela população x Deve existir um método de rastreio adequado à condição a estudar x A história natural da doença deve ser conhecida x Boa relação custo-benefício x A pesquisa de casos deve ser repetida no tempo Rastreio em função da idade x 11 – 13 Anos – despiste de escolioses x 6 Anos – Audição/Visão x Início da actividade sexual – papanicolau x 30 Anos (mulheres) – mamografia x 45/50 Anos (homens) – Próstata x 50 Anos (homens e mulheres) – cancro no cólon Exemplos de outros rastreios x Tuberculose x Diabetes x HTA x Glaucoma x Fenilcetonúria x Cárie Educação para a saúde 1920 – 1940 EUA – as pessoas começam a preocupar-se com este tema É importante que o Médico Dentista perceba o seu papel, dentro da nova saúde pública dentária, na qual a saúde cada vez mais se rodeia de actividades que não as de serviço médico, mas de outras como por exemplo a universidade, a escola, o local de trabalho, o comércio, a indústria e a comunidade social. A cárie dentária e a doença periodontal são as duas doenças mais prevalentes na população mundial, com impacto individual e colectivo. Existem factores de risco basais comuns a várias doenças 1. Porque afectam mais a morbilidade que a mortalidade 2. Tradicionalmente a saúde oral tem sido descuidada por parte dos responsáveis em saúde pública 3. Os dados de saúde oral ou não são registados ou não recolhem globalmente e por isso não surgem associados aos inquéritos nacionais de saúde Æ há muito poucos dados sobre a cárie e a doença periodontal 4. Os dentistas têm demonstrado interesse na prevenção e promoção da sáude, do que no tratamento Características das doenças actuais x Alta prevalência x Têm factores de risco comuns a outras doenças x Preveníveis de forma efectiva e eficiente x São parte integral da saúde em geral e as suas consequências são globais Página 8 de 49 Conceito de factores de risco comuns Coordenação de esforços dirigidos a controlar uma sériede factores de risco comuns a diversas doenças, incluindo as doenças orais (comportamento de risco de uma dieta inadequada, consumo excessivo de álcool, tabagismo, má história clínica, stress participam no risco de cáries, lesões da mucosa, cancro ou disfunções, diabetes, obesidade) Chave do Conceito: Controlando factores de risco comuns, através da promoção da saúde, consegue-se num impacto maior sobre um número elevado de doenças comum maior custo, abordagem específica para cada doença. Marcas de uma nova saúde pública x Cochrane (1972): iniciador da mediana baseada na evidência. Indica a necessidade de tratamentos e práticas médicas utilizadas mediante práticas médicas x Lalonde (1974): conceito de saúde Política de Saúde em Portugal x Plano de saúde 2004/2010 x Plano de saúde oral em Portugal desde 1985 o Reforma dos cuidados de saúde primários o Reforma dos cuidados continuados a idosos e reforço da sustentabilidade do SNS x Orçamento de estado para 2008 passa a integrar no programa nacional de saúde oral: o 3 Grupos: Crianças dos 6-12 anos (prevenção da cárie), Grávidas, Idosos o CPO – Dentes Cariados, Perdidos e Obturados o Grávidas e Idosos recebem cheques-dentista OMS 1954 x Os maiores problemas de saúde oral são: cárie dentária, doença periodontal, má- oclusão, fissuras lábiopalatinas e cancro x Fluorose, fracturas dentárias causadas por traumatismos, o estigma da sífilis congénita e as manifestações orais de doenças ocupacionais (Striffler, 1983) Promoção de Saúde Foi-se reconhecendo que para melhorar a saúde era preciso interferir nos aspectos da política pública que oferecíamos; comportamentos relacionados com a saúde dos indivíduos. Definição de Promoção de Saúde Processo de capacitação de um conjunto de medidas para que exerçam um maior controlo sobre a sua própria saúde e passam deste modo a melhorá-la. A educação para a saúde (EPS): Actua na promoção e restauração de saúde na população sã fazendo com que: . produza alterações no conhecimento e compreensão ou na forma de pensar . influencie ou clarifique valores . provoque alguma mudança na crença ou na atitude . facilite a aquisição de competências . modifique o comportamento ou estilo de vida Mudança Paradigmática A ausência de doença não é suficiente nem tão necessária Num estado saudável não é assegurado pela ausência de doença, pode mesmo ser compatível com um certo nível de doença Página 9 de 49 x Apoia os meios preventivos x Faz compreender a necessidade de existirem programas de saúde x Faz com que os indivíduos modifiquem os seus comportamentos insanos x Faz com que os indivíduos adoptem comportamentos saudáveis x Faz com que a população participe activa e passivamente no diagnóstico precoce da doença x É uma actividade do campo social e não um serviço médico x Baseia-se num modelo sociológico, objectivando o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis x Para melhorá-la deve interferir-se na vida das pessoas, políticas. x Profissionais de saúde têm um papel fundamental em fomentar e facilitar os cuidados (somos bombas difusas activas) x Tem como meta modificar as normas de saúde e o ambiente – obtenção de saúde OMS Princípios para a Promoção de Saúde 1. Envolvimento da população como um todo no contexto da sua vida no dia-a-dia, ao invés de existir um único foco em pessoas com risco de doenças específicas. 2. Acção sobre os determinantes de saúde para assegurar que o meio ambiente total, que está fora do controlo dos indivíduos, conduza à saúde. 3. A utilização de diversos métodos de comunicação, educação, legislação, medidas fiscais, mudança organizacional, desenvolvimento comunitário e actividades locais espontâneos contra agentes prejudiciais à saúde. 4. A participação pública efectiva, encorajando as pessoas a encontrarem as suas formas próprias de administrar a saúde das suas comunidades. Esquema dos Determinantes Sociais para a Saúde Página 10 de 49 Condições socioeconómicas gerais e ambientais x Agricultura e produção de alimentos x Educação x Ambiente de trabalho x Condicionantes de vida e trabalho x Desempenho x Água e saneamento x Serviços sanitários x Vivência Æ casa digna para viver x Capital social x Factores de estilo de vida x Idade, sexo e factores hereditários Métodos de educação para a saúde imagens educativas; variam consoante o número de pessoas e o que se pretende transmitir Principal diferença dos métodos directos e indirecto é a relação espaciotemporal. DIRECTOS comunicação pela palavra INDIRECTOS - Comunicação bidireccional - entre ambas as partes – mais eficaz - Palavra falada - Educação de indivíduos e grupos - Distância no tempo e no espaço, entre educador e educando - Interposição de diferentes meios técnicos - Educação de grupos ou colectividades - Baixo custo por pessoa - Pouco eficazes em educação sanitária Directos Entrevista x Relato mais utilizado em educação sanitária de forma individual (educadores – médico- dentista, higienista, enfermeiro) x Deve ser utilizada uma linguagem simples e clara Conferência x Mais utilizada para a educação em grupos x Propor um tema ao grupo a que está dirigida (maior aceitação) x O orador deve conhecer bem o tema e deve ter prestígio x Linguagem apropriada Factores a ter em conta para obter bons resultados em entrevistas nos Métodos Directos: x Criar clima de confiança; x Ter sensibilidade; x Ouvir, não interromper, não argumentar; x Empregar uma linguagem adequada ao nível do interlocutor; x Individualizar a resposta aos problemas EXEMPLOS 1. Entrevista 2. Conferência 3. Aula 4. Grupos de discussão 1. Out-doors 2. Folhetos 3. Televisão 4. Rádio 5. Imprensa 6. Cinema + Vídeo 7. Internet Página 11 de 49 Indirectos x Baixo custo x Pouco eficazes x Reforço de atitudes positivas já alcançadas x Resultados muito contraditórios Educação para a saúde Educação – acto pedagógico com uma actividade sistemática de interacção entre seres sociais. É um processo em cascata. Vem do Latim Educare. Educare – Conduzir de um estado a outro, modificar numa certa direcção passível de educação Necessita Inter-relação x Agente emissor – alguém, um grupo, um meio social x Mensagem transmitida x Educando Percepção – Processo organizacional, selectivo e interpretativo, em que cada ser humano é provido de orientação perceptiva, decorrente das suas potencialidades, derivadas da sua personalidade e em parte da cultura e do meio em que adquiriu a sua orientação progressiva. Motivação – Genericamente designa necessidades, os motivos ou os desejos que provocam a acção. Alguns motivos são inatos, outros adquiridos: x Estágio motivacional x Estágio comportamental . Método preventivo – escovagem com dentífricos fluoretados o Equipa de saúde oral o População alvo – cultura local, conhecimentos cognitivos $ Processo Educativo o Identificação do problema o Objectivo o Adequação do objectivo o Bloqueios de comunicação o Avaliação Métodos educativos 0 – 2 Anos x Crescimento rápido em tamanho e peso e crescente coordenação sensoriomotora e neuromuscular x Interacção sócio-rudimentar x Exploram o mundo físico por meio da manipulação de objectos. Mãe x Deve ser educada antes do nascimento do bebé x Deve efectuar uma dieta equilibrada x O momento da higienização deve ser agradável, carinhoso x Introdução à escovagem – limpeza x A imagem da escova deve ser lúcida Identificação do seu valor Prevenção da cárie dentária Factor estético – ter uma boca limpa e perfumada Página12 de 49 x Estímulo neurolinguístico x Durante o 1º ano de vida muitas crianças começam a comer alimentos sólidos e a adaptar-se ao padrão dietético da família 2 – 4 Anos x Crescimento rápido em tamanho e peso e crescente coordenação sensoriomotora e neuromuscular x Estimular o uso de escova de dentes por meio de brincadeiras e jogos lúdicos – abordagens rápidas x Colocar a criança dentro do mundo dos adultos 4 – 6 Anos x Histórias com foco na higienização, flúor, trauma, alimentação e saúde – curta duração e linguagem adequada x Autocuidado com a boca x Supervisionar a escovagem x Carinho durante a higienização x Valorizar o desempenho das tarefas de higienização x Revelador de placa x Regras de higienização e alimentação x Seguir o exemplo dos pais x Higienização com movimentos circulares e sua importância x Dieta inteligente do açúcar x Música, teatros de fantoches, cartazes, brincadeiras, macromodelos $ Há bons resultados nesta faixa etária 6 – 9 Anos x Controlam movimentos musculares mais delicados – mãos x Egocentrismo menos acentuado – dedicam tanto amor como recebem x Progressos na socialização – grupos x Novas regras: maneiras mais realistas de estudar e controlar o mundo físico x Compreendem as relações causais e reais x Reforço dos movimentos circulares para a higienização x Valorizar o bom desempenho x Início do uso de fio dentário x Reveladores de placa x Vídeos, músicas e teatros 9 – 12 Anos x Facilidade na aquisição de habilidades motoras tanto grossas (membros inferiores e superiores) como finas (mãos) x Estabelecem relações afectivas mais profundas e duradouras x Identificam-se com os adultos x Entendem melhor o mundo dos adultos x Explicar o porquê da higienização e a sua importância para a saúde como ciência x Reveladores de placa e fio dentário x Relacionar saúde, dieta, uso inteligente do açúcar e saúde oral x Placa bacteriana e a sua explicação científica 12 – 15 Anos x Crescimento turbulento de órgãos e sistemas x Perturbações do equilíbrio bioquímico x Controlo motor e força física x Libertam-se dos adultos x O “eu” é aceite como pessoa digna de amor Página 13 de 49 x Comportamentos segundo códigos de grupo x Utilizam a linguagem para se expressarem ao mais alto nível x Trabalhar com a auto-estima x Devem tomar as suas decisões a respeito da higienização (HO) x Desafios e responsabilidades no adolescente x Palestras rápidas, vídeos e slides (não mais de 30 minutos) 15 – 18 Anos x Características adultas x Indivíduos com valores sociais padronizados pelos adultos x Atitudes críticas em relação a códigos morais x Ocupação x Auto-estima x Auto-responsabilidade com a saúde x Valores de higiene, saúde, dieta inteligente do açúcar Adultos x Vida em sociedade x Grande dificuldade de modificação de conceitos decorrentes de experiências anteriores x Muitas vezes entendem com perfeição o que se lhes quer dizer relativamente a hábitos nocivos à sua própria saúde mas negam-se a alterar comportamentos. Idosos x Emocionalmente independentes x Parcialmente dependentes x Totalmente dependentes x Alterações do paladar, visão, olfacto, audição, capacidade de locomoção diminuída, comunicação e edentulismo x Cuidados com próteses totais e removíveis x Capacidade do idoso para a higienização (HO) x Capacidade do idoso para se alimentar x Alterações na mucosa oral x Hemorragias gengivais Grávidas x Problemas relacionados com a parte GI x Aumento do apetite e da sede x Alterações no 1º trimestre podem persistir ou não – náuseas e vómitos x Mudanças qualitativas dos hábitos alimentares x Orientação – hábitos de vida – dieta/nutrição, actividade física, vestuário, laser, higiene x Profilaxia, diagnóstico e tratamento de patologia própria da grávida x Saúde e educação Mitos e Verdades x Literatura especializada tem demonstrado que não existe comprometimento das estruturas dentárias durante a gravidez Algumas mães apresentam problemas por dedicarem mais atenção ao futuro bebé. Chave de conduta: controle dos factores de risco comuns através da promoção de saúde. Página 14 de 49 Marco operativo internacional referindo a educação para a saúde Estratégias de intervenção em EPS Aproximação tradicional: intervenção centrada na alteração dos estilos de vida (acções orientadas exclusivamente ao indivíduo) Aproximação crítica: estratégias de intervenção ambientais e políticas, actuando sobre factores externos ao indivíduo Modelos Teóricos x São modelos que contêm informações de diversas áreas: psicologia, sociologia, pedagogia e ciências da comunicação x De uma maneira geral, não existe nenhum modelo padrão, há vários modelos que se encaixam uns nos outros e que não são estanques. x Capacidade inata de pedagogia Æ orientar e promover comportamentos e modificar estilos de vida x Nunca há implementação de 1 só modelo. Só a conjugação de vários modelos podem mudar comportamentos x Exemplos: o Modelo de promoção da saúde oral de Inglehart e Tedesco, 1995 o Modelo informativo ou racional o Teoria das necessidades (Maslow) o Modelo de crenças de saúde (Subjectivos) o Modelo transteórico (6 fases) o Modelo precede-proceed (5 etapas – 1 etapa) o Modelos democráticos de investigação e acção o Modelo de Medeiros Modelo de Promoção da Saúde Oral de Inglehart e Tedesco (1995) Página 15 de 49 Modelo Informativo ou Relacional x É um dos modelos mais aplicados na prática x Modelo insuficiente x Comportamentos nem sempre são coincidentes com os conhecimentos. x Processos como a percepção, exposição e retenção selectiva de mensagens explicam este fenómeno Teoria das Necessidades (Maslow) x “Para desenvolvermos um comportamento não basta que conheçamos a suma existência e benefícios: é preciso que sintamos a necessidade de fazer…” (Maslow) x Exemplo – deixar de fumar x 5 Necessidades Carácter hierárquico: os comportamentos que satisfazem necessidades de ordem superior só podem ser desenvolvidos se forem satisfeitos os de ordem inferior Modelo de Crenças de Saúde x As nossas crenças (subjectivas) são mais importantes que os nossos conhecimentos (objectivos), sendo condicionadoras do que pensa ou vê. x Ex.: idosos Modelo Transteórico x A adopção de qualquer comportamento é um processo contínuo onde o sujeito avança e retrocede. x 1ª Fase – Pré-contemplação x 2ª Fase – Contemplação x 3ª Fase – Determinação x 4ª Fase – Acção x 5ª Fase – Manutenção x 6ª Fase – Recaída Modelo Precede-Proceed x Parte precede – 5 primeiras etapas – dedica-se ao diagnóstico 1. Social: necessidades, aspirações, recursos e obstáculos da sociedade 2. Epidemiológicos: identificar problemasde saúde, factores de risco e protecção da doença e sua distribuição 3. Comportamental e ambiental: comportamentos e ambientes implicados na saúde 4. Educacional e organizacional: factores predisponentes, facilitador e reforçados 5. Administrativa e política: possibilidades e deficiências das organizações políticas e compromissos sociais implicados na sáude. x Parte proceed – última etapa – dedica-se à aplicação do programa 1. Aplicação do programa x O processo de avaliação considera-se em cada uma das etapas. Transmissão de informação Processo racional de decisão, coerente com a informação recebida Página 16 de 49 Modelos Democratas de Investigação/Acção x São modelos de participação de cidadania que devem estar presentes desde o princípio. x O educador tem a tarefa de facilitar a tarefa comunitária, sendo a própria comunidade que descobre as suas necessidades, mobiliza os seus recursos e arranjasoluções locais para os seus problemas. Modelo de Medeiros (estádios de desenvolvimento segundo Bevique e Medeiros – 1983-1985) x Estágio familiar – como unidade básica da sociedade – influência interna durante os primeiros anos de vida x Estágio escolar – calendarização de programas educativos e preventivos (semana da boa alimentação, semana da nutrição e saúde, semana da higiene oral, pelotão da higiene) x Estágio pessoal – adolescência, atitude preventiva de modo consciente e intencional – valorização da própria saúde, aparência, força, poder e prestígio x Estágio social – reconhecimento no ambiente dos recursos materiais, humanos e institucionais com que pode contar preservando o equilíbrio do seu bem-estar físico Campos de Acção em Educação Sanitária x Familiar – infância, adolescentes, adultos, grávidas, idosos x Comunidade – promoção da saúde, prevenção primária e secundária x Trabalho – factores de risco ambientais, educação sanitária laboral x Escola – grande potencial de aprendizagens, controlo dos menus escolares das cantinas, uso de guloseimas, espaços livres de tabaco e álcool x Consulta dentária – não abordar o doente com excessiva informação técnica. O contacto físico pode ser reforçado com medidas audiovisuais. Investigação qualitativa pode ter resultados quantitativos Saúde pública tomou mais importância após Pasteur e os postulados de Koch. Menor prevalência e incidência das doenças. Peste negra, cólera : falta de medidas de saneamento básico Æ1º modelo biomédico : podia erradicar-se o microrganismo; Æ2º modelo biopsicossocial: que estudava para além da biologia humana, as condições demográficas e populacionais Quanto maior o investimento na prevenção, menores custo na saúde. 2 estratégias para controle e prevenção das doenças 1. Estratégia de Alto Risco (ou clínica) a. Concentra a atenção no sector visível da doença e do risco b. Identificação e protecção dos indivíduos susceptíveis c. Carácter paliativo – segrega determinados indivíduos do resto da população, obrigando-os a adquirir normas especiais, diferentes do resto da população d. Resposta limitada aos sintomas mas não às causas. Exemplo: cheque dentista; rastreio de alto risco de cárie em crianças em idade escolar e início de um programa de selantes para indivíduos de alto risco Condições para aplicar a estratégia de alto risco: i. Prevalência baixa da doença ii. Existem métodos válidos, fiáveis, sensíveis e aceitáveis para a sua identificação iii. Existem medidas efectivas e simples de aplicar Página 17 de 49 2. Estratégia Populacional (praticado + em países nórdicos) a. Tem como objectivo encontrar a ocorrência da doença no conjunto da população como um todo b. Tem maior potencial que a estratégia clínica, visto que actua directamente sobre o problema c. Permite diminuir a incidência da doença Exemplo: promoção de medidas de escovagem dentária, higiene oral, em crianças em idade escolar. A concepção tradicional da ciência é quantitativa – quer quanto aos conteúdos, nomeadamente nas ciências físicas, quer quanto aos métodos, em que nas ciências sociais e humanas, o tratamento estatístico se substitui muitas vezes à compreensão profunda dos fenómenos. Ora, no domínio das organizações e ciências sociais e humanas, muitas vezes os métodos quantitativos não podem ser empregues ou são resultados triviais (se não forem complementados). Temos que associar os 2 métodos (quantitativos e qualitativos) para medir a ciência epidemiológica. x Medir a percepção dos indivíduos em relação à sua saúde oral e o que eles valorizam na sua saúde oral – aplicação de questionários. Modelo Biomédico: x Reflecte o referencial técnico instrumental das biociências; x Exclui o contexto biopsicossocial, ou seja, dos significados; x Modelo mecanicista – cartesiano x Correlação causa - efeito; x Modelo mecânico - Compreensão do funcionamento do corpo como um relógio e as suas engrenagens; x Uma "deficiência na máquina" provocada por doença pode sempre ser curada através de uma substância específica – medicamento Modelo Biopsicosocial: x Visão integral do ser e do adoecer, compreendender as dimensões físicas, psicológicas e sociais envolvidas; x Incorpora as crenças dos doentes acerca da saúde, doença e do seu corpo; x Os doentes ficam envolvidos na sua decisão de tratamento, levando à melhor prática da Medicina Dentária Baseada na Evidência; x Permite ao médico dentista identificar percepções distorcidas que o doente tenha e intervir no sentido da sua correcção; x Capacidade de contacto e comunicação. A concepção tradicional da ciência é quantitativa – nas ciências sociais e humanas os métodos quantitativos não podem ser empregues. Lewin (Para compreender um sistema é preciso poder medi-lo – necessidade de estar inserido nele e de intervir para o alterar. Quantitativo: “Que idade tem?” Qualitativo: “Que sabe sobre comparticipação de próteses a idosos?” Quantitativo só deve ser usado para recolher factos que são observáveis e mensuráveis do exterior. Metas da OMS para 2000 e 2010 Página 18 de 49 5-6 anos 12 anos 18 anos 65-74 anos 2000 50% livres de cárie CPOD d 3 85% com todos os dentes 50% com 20 ou mais dentes presentes 2010 90% livres de cárie CPOD � 1 100% com todos os dentes Até 5% de endentalismo (falta de dentes) Tipos de Estudo Questionários Tipos de questões: x Informação e/ou conhecimentos x Autopercepção x Opiniões x Atitudes Os diferentes tipos de questionários distinguem-se pelo seu conteúdo, principalmente e pela forma. Método e Aplicações em MD CIÊNCIAS BIOMÉDICAS + ESTATÍSTICA+ INFORMÁTICA Na MDPC a estatística é necessária para determinar as necessidade de uma população, assim como para o desenho e avaliação de um programa de saúde oral. Análise Estatística começa sempre com uma estatística descritiva: x Distribuição de frequências x Medidas de posição e dispersão x Representações gráficas x Distribuição normal Testes paramétricos, não paramétricos, análise de variância, análise multifactorial. Investigação qualittiva (dá recultados quantitativos e qualitativos) entrevista questionários directa indirecta grupos de discussão focus grou grupos de peritos técnica do grupo nominal etc. Página 19 de 49 Indicadores socio-dentários Qualidade de vida e saúde oral Indicadores: medidas que nos dão indicação sobre fonética, saúde oral e estética Æ objectos de medição da qualidade de vida 1º Passo: Determinar necessidades (o conceito da qualidade de vida do paciente) x Existe necessidade de tratamento quando o indivíduo tem uma doença ou incapacidade que requer tratamento efectivo. x Rugas de expressão são acentuadas por ausência de volume de dentes (abatimento do 1/3 inferior) Níveis de necessidade diferem, consoante o caso clínico, por exemplo, uma classe 3 esquelética pressupõe a projecção mandibular, requerendo um tratamento ortodôntico adequado. Medição de Incapacidade 1. Questões de autovalorização global x Realiza-se 1 pergunta para o doente valorizar a sua sensação e respeito da sua saúde oral x 2 tipos: qualitativa (resposta aberta) e quantitativa (resposta fechada) x Como valoriza o estado dos seus dentes ou gengivas? Muito boa, boa, má ou resposta aberta 2. Multiperguntas x São realizadas diferentes perguntas relacionadas com a área (função, auto-imagem, interacção social, dor ou mal-estar) x 3 a 56 perguntas Factores associados à qualidade de vida Funcionais mastigação, fonética Mal-estar ou dor Psicológicos aparência, auto-estima Sociais relações sociais, restriçãoao comportamento social Necessidade Normativa •A que o clínico determina no diagnóstico •Cáries múltiplas, cancro oral Necessidade Sentida •O próprio indivíduo valoriza como necessidade de tratamento (desejo) •Dor, sensibilidade Necessidade Expressa •Necessidade sentida levada à acção de tratamento; doente verbaliza desejo Necessidade Comparada •A que expressa ou mede os níveis de saúde ou doença entre grupos e comunidades •comparação das taxas de indicadores de Espanha e Portugal e entre as diferentes regiões, para que consiga comprar as necessidades sentidas e expressas. Página 20 de 49 x Linguagem acessível para não afectar a compreensão e interpretação (avaliação transcultural com estado preliminar – aplicação de um pré-questionário com cerca de 15 questões que foram traduzidas. Se for bem sucedido, aplica-se o questionário integral a um maior número de pessoas) Exemplos de Indicadores GOHAI – medição saúde oral em idosos DENTAL IMPACT PROFILE OHIP-14 – perfil de impacto da saúde oral em adultos Formas de medir a qualidade a qualidade de vida Análise Crítica de 1 artigo Requisitos metodológicos Estudo Preliminar (estudo de pequena escala, feito num pequeno grupo de pessoas) Um questionário testa as HIPÓTESES OPERACIONAIS – colocam a resposta fictícia do estudo. Se for verdadeira Æ HIPÓTESE OPERACIONAL pelo que se consegue provar que responde à pergunta inicial. HIPÓTESE GERAL Æ acção antiagregante plaquetar da Aspirina relacionada com casos de tromboembolismo. Constituintes das Questões 1. Variáveis – características a medir, relevantes à investigação 2. Perguntas – gerais ou específicas, factos, emoções, sensações, grau de importância; podem ser abertas ou fechadas 3. Respostas – associadas a números de tratamento estatístico 4. Escalas de medida e resposta – nominais (sim/não, gerente/técnico/administrativo), ordinais (sorriso bonito-1, mau sorriso-2… -3) Planeamento x Indispensável para o sucesso do questionário x FIABILIDADE ou VALIDADE – quando a medida do questionário é possível de ser medida; consistência temporal, espacial Estrutura de um artigo título introdução objectivos do estudo metodologia (circunstância da aplicação dos métodos) resultados conclusões Página 21 de 49 Modelos de Saúde (dos modelos se criam os sistemas) Existem 3 modelos sanitários: Modelos de Bismark (não puros) – modelo de seguros sociais obrigatórios, financiado pelas empresas e trabalhadores. Ex.: ADSE – estado paga saúde dos seus trabalhadores Modelo de Beveridge – praticado em Portugal (Bismark + Beveridge); fundado a partir do Beveridge; modelo do sistema nacional de saúde, com financiamento do Estado e cobertura universal. Modelo Liberal – baseado no mercado livre e pago por acto médico. Nos últimos anos o financiamento dos serviços de saúde tem-se organizado entre a doença e a prevenção, no objectivo da gestão integrada da doença e da diminuição dos factores de risco comuns. x Melhorar dieta x Diminuir o consumo de tabaco x Melhorar os hábitos de higiene x … Dimensões de acesso aos serviços sanitários segundo Penchansky (os 5 A’s) Disponibilidade: é o volume suficiente de serviços (incluindo profissionais, centros e programas) que coincide com as necessidades da população e que a localização dos serviços seja próxima daqueles que necessitam. Baseia-se principalmente na distribuição do pessoal de saúde. Acessibilidade: a oportunidade ou facilidade com os consumidores comunidades são capazes de utilizar os serviços de saúde na proporção das suas necessidades (normativas ou diagnosticadas e sentidas). Adequação: prestação de serviços a realizar-se de tal maneira que os indivíduos que a necessitem possam utilizar sem dificuldade. (ex.: horário de funcionamento) Pertinência: pertinente segundo as necessidades socio-económicas, educativas, culturais e linguísticas dos pacientes. Aceitabilidade: aceitável em termos das atitudes do consumidor em relação com o serviço recebido e o seu desejo. Sistema ou modelo de assistência dentária está integrado por um conjunto de recursos humanos (em termos estatais e privados) e financeiros (diferente de hospital público para privado), englobados numa organização estruturada e regulada (regulada pela OMD em que as ordens estão em correspondência com OMS e com as necessidades da população) no esquema de política sanitária de um país, com o objectivo de responder: � Necessidades de tratamento em saúde oral � Promoção da saúde oral e prevenir a doença na comunidade Objectivos comuns a diferentes problemas de saúde: x Diabetes x Obesidade x Doenças cardiovasculares x Cancro x Cárie dentária x Doença periodontal x … Página 22 de 49 Conceito relevante na classificação dos sistemas x Analisar a fonte de financiamento (publico ou privado) x Existência de grupos prioritários x Modo de remuneração (acto médico, per capita, salário) x Existência de equipas multidisciplinares (técnicos de prótese, higienistas orais, nutricionistas, etc.) Consultório – fonte de financiamento por acto médico Programas assistenciais específicos para grupos prioritários x Crianças e adolescentes (independentemente do estado socio-económico e alterando comportamentos porque estão ao cuidado de um adulto para realizar a sua higiene oral) x Imigrantes ou grupos raciais minoritários (exclusão social) x Populações que vivem em zonas geograficamente pouco acessíveis x Presos x Idosos x Populações que vivem em zonas de tratamento especiais (problemas psicológicos e motores); requerem sedação, exigindo a presença de um anestesista e equipamento específico x Grávidas (intervenções podem trazer problemas durante a gestação) x Tratamento per capita x Modo, financiamento público x Grupos prioritários x Parceria público-privado x Provem de financiamento de Estado e Médico Dentista recebe na sua clínica CHEQUE DENTISTA Modelos de Assistência Médico Dentária desenvolvimento económico sistema político aumentar nível cultural dos cidadãos (ao explicar tratamento e doença) Classificação dos sistemas ou modelos de Assistência Dentária Sistema Privado prática liberal Sistema Estatal organização pública Organização de tipo indirecto privatizado sistema de financiamento público ex: doente em hospital privado Página 23 de 49 ADSE: . financiamento público . hospital publico . hospital privado pagam pela ADSE e tratam Sistema Privado (prática liberal – financiamento privado) x Pago pelo paciente x Livre escolha x Dentista é 1 profissional liberal (isolado ou em parceria) x Actos médicos devem estar pela OMD (lei da oferta e da procura) x Existem em todos os países x O paciente tem que ter disponibilidade económica para este suporte x Consultório / clínica privada x A remuneração é feita por acto médico – somatório dos actos médicos (particularmente pelo paciente, o que se torna extremamente oneroso para as famílias) x Multicare, Zurich (financiamentos privados), ADSE (privado, financiamento estatal, mas é a segurança dos funcionários públicos), MEDIS Sistema Estatal – Sistema Nacional de Saúde 8organização pública – financiamento estatal) x Custos são todos cobertos pelo Estado x Tendencialmente gratuito para toda a população x Dentistas prestam serviços em centros públicos, cuja localização depende da distribuição dos serviços estatais x Remuneração por salário x Toda a população tem acessibilidade e disponibilidade x Programas assistenciais específicos para grupos prioritários(existe lei em que os grupos prioritários têm cuidado especial) x Não é de livre escolha Organização do tipo indirecto ou privatizado (sistema de financiamento público) x Pago pelo Estado sem existir o lugar de funcionário público x Fundos colectivos como impostos x Existe a intermediação de um terceiro entre o profissional e o paciente (ex.: segurança social e agência publica ou privada) x Em alguns países atinge toda a população, noutros só as pessoas que aderirem à segurança social x Geralmente existe uma prática privada, remuneração per capita (o profissional está limitado ao que contractualizou) x Geralmente as crianças e outros grupos especiais estão isentos do pagamento x Holanda e Dinamarca : se o paciente não recorrer às consultas de revisões periódicas, ele passará a pagar mais Sistemas de Assistência Médico-Dentária na Europa Classificação dos sistema ou modelo de assistência dentária x sistema privado - prática liberal x sistema estatal- organização pública x organização de tipo indirecto ou privatizado - sistema de financiamento Página 24 de 49 x Diferença entre modelo e sistema: sistema é uma hierarquia major de um modelo; sistema implica vários modelos. SISTEMAS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO DENTÁRIA NA EUROPA . 6 modelos diferentes ,com grande variabilidade (widstrom e eaton, 2004) SISTEMA NÓRDICO. Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia SISTEMA BISMARCKIANO. Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo. trabalha-se com seguro social SISTEMA BRITÂNICO. Reino Unido SISTEMA DO SUL DA EUROPA. Chipre, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Malta. SISTEMA HÍBRIDO. Irlanda, Holanda SISTEMA DO ESTE EUROPEU. em transição (República Checa, Estónia, Hungria, Lituânia, Letónia, Polónia, Eslováquia, Eslovénia. Características: x acesso universal e gratuito da população x implicação governamental na organização x análise efectiva de custos- recolhida pelo governo, pessoal vínico multidisciplinar. Sistema de Assistência Acesso Universal e Gratuito da População Implicação governamental na Organização Análise Efectiva de Custos - Recolhido Pelo Governo Pessoal Clínico Multidisciplinar Nórdico População Infantil e facilidades para os Adultos Significativa; Financiamento público Normalmente assalariados, empregados do Estado. Dentistas; Enfermeiros Dentários; Higienistas; Protésicos Bismarckiano Não existe serviço Pequena implicação governamental Pequeno igo; Obrigatoriedade de Seguranças Sociais Pessoas implicadas a ter serviço social, dentário ou não dentário É feita por fundos sociais ou pelas próprias companhias Não se usam Higienistas (excepto na Alemanha) nem Protésicos Britânico General Dental Service – assalariados são para pessoas com menos recursos* Elevada - dentistas privados com contrato com o governo ( Recolhido pelo Estado com fundos públicos Pessoal Clínico multidisciplinar supervisionado por um Médico Dentista Sul Europeu Para determinados grupos (p.e população infantil)** Especialmente privado, o doente paga (embora já não corresponda bem à verdade) Dados recolhidos por organizações dentárias como as comunidades autónomas Pessoal Clínico multidisciplinar supervisionado por um Médico Dentista higienistas ou técnicos de prótese dentária. Página 25 de 49 *s. britânico. tem sistema nacional de saúde e dentro deste tem o gds general dental serviço que atende a pessoas com menos recursos. se estes quiserem procedimentos mais específicos podem recorrer a privados. 85% dentistas tem contrato com o estado? recolhidos pelo estado! com fundos públicos...pessoal clínico multidisciplinar supervisionado por um dentista durante o processo de tratamento e monitorização dos doentes. **s. Sul europeu. determinados grupos e parte da população infanti. essencialmente privada, doente e que paga, mas tem vindo a ser alterada? prática é privada em termos de prestação de serviços, mas o panorama tem vindo a mudar em Portugal. mas financiamento público pelo estado? ex? cheque dentista? a implicação governamental tem sido mais pesada e forte investimento do que até agora tem sido. . ler info do cheque dentista no site da OMD ***s. híbrido. estado paga x por cabeça. em dois mil já houve este programa de contractualizaco e por um x de crianças, agora já não existe. A PLANIFICAÇÃO EM MD x Recursos económicos dos sistemas sanitários são limitados, logo e preciso focar em modelos onde se possa prevenir de modo a proteger específica e inespecificamente, intersectar mais precocemente o decurso natural da doença. x A necessidade de prevenção e de assistência sanitária cresce exponencialmente x Novas tecnologias diagnosticadas, terapêuticas e preventivas, ponderar a tecnologia para um bom diagnóstico e implementar estratégias de tratamento e preventivas. o avanço remete para um desperdício de recursos. Benefício e qualidade de tratamento vs. investimento de recursos vs recursos económicos finitos. UNIÃO EUROPEIA x o grau e a natureza da implicação do governo nos serviços orais , variam consideravelmente entre os diferentes modelos. x nos países nórdicos, os serviços dentários públicos recebem ajuda, muito forte, dos seus governos x o modelo do sul da Europa tem mostrado evolução nos serviços dentários para as crianças x nos países com o modelo BISMARCKIANO, estão a começar a existir problemas financeiros para manter as prestações dos serviços sociais x investimento na promoção de saúde leva a um envelhecimento da população. percentagem idosa demográfica maior do que se esperava. Híbrido Adultos – serviços sociais; População infantil – per capita para actos básicos*** Um misto entre o sistema Bismarckiano e o Britânico Dados recolhidos pelo Estado periodicamente Pessoal Clínico multidisciplinar supervisionado por um Médico Dentista higienistas ou técnicos de prótese dentária. Este Europeu Antes de 1989 era gratuita e totalmente públicos Regime Comunista - Sistema Livre Privado; a maioria dos tratamentos agora são privados. Página 26 de 49 Planificação de Programas 1. identificação dos problemas e das necessidades 2. estabelecimento das prioridades a. determinar grupos de risco, crianças, grávidas, idosos, deficientes motores, etc. 3. fixação de objectivos 4. definição das actividades para conseguir os objectivos 5. mobilização ou coordenação dos recursos, financeiros, materiais e humanos 6. avaliacão da estrutura do processo e do resultado: eficácia, efectividade e eficiência Eficácia. avalia os aspectos sanitários de programa, em ensaios aleatórios, em indivíduos que tenham beneficiado da intervenção, em condições ideias de aplicabilidade. . factores controlados Efectividade. avalia os efeitos sanitários do Programa em ensaios aleatórios, em indivíduos que tenham beneficiado da intervenção quando as condições de aplicação são as habituais na prática clínica, portanto normalmente não ótimas, apenas boas. . factores que não conseguimos controlar Eficiência. expressa a relação entre os resultados sanitários obtidos e os custos dos recursos necessários para a sua consecução/realização. Um ponto prévio e fundamental para o êxito dos programas de saúde e ter conhecimentos prévios dos recursos disponíveis, actuais e futuros. Uma aproximação pode esboçar-se a partir... . OMS, fdi.internacional american dental reserarch . questionário com vários aspectos. financiamento, pessoal, equipamentos e instrumentação, infra- estrutura . respostas sim, não, desconhece.. Economia e Saúdex Os “direitos naturais” podem ser universais ou restritos apenas a alguns … A sociedade precisa sempre de custear com o seu trabalho os bens considerados de acesso universal, entre os quais os cuidados de saúde. Procura/Oferta – Mercado x Procura – “as várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir, em função dos vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo”. Existe uma relação inversa entre a procura e o preço x Oferta – “ as várias quantidades que os produtores estão dispostos a oferecer no mercado, em função dos vários níveis de preços possíveis em determinados períodos de tempo) Elasticidade x Elasticidade – Preço da Procura x Se um produto desce 20% e a sua procura se situa nos 20% a elasticidade é unitária = 1 Página 27 de 49 x Se um produto desce 20% e a sua procura nos 10% ou 0,5 há uma procura não elástica em relação ao preço x Se um produto desce 20% e a sua procura está nos 30% ou 1 há uma procura elástica em relação ao preço. x Elasticidade – Preço Oferta x Se um produto aumenta 20% e a sua oferta se situa nos 20% a elasticidade é unitária = 1 x Se um produto aumenta 20% e a sua oferta se situa nos 15% ou 0,75 há uma procura não elástica em relação ao preço x Se um produto aumenta 20% e a sua oferta está nos 30% ou 1 há uma procura elástica em relação ao preço. Factores Condicionantes da … x Procura x Dimensão do mercado x Variações do poder de compra x Atitudes e preferenciais dos consumidores x Expectativas em relação à evolução da oferta x Preços dos produtos substitutos ou alternativos x Oferta x Quantidade de empresas actuantes no mercado x Preços dos insumos x Mudanças tecnológicas x Expectativas sobre a evolução da procura x Expectativas sobre o comportamento dos preços x A procura e a oferta não interagem no sector da saúde de maneira convencional. Tudo isto se relaciona com a necessidade normativa, sentida, expressa. A formação do Médico Dentista x A sua interacção na saúde oral e os demais parceiros, na perspectiva da Medicina Dentária. Definição – ocupação que se auto-regula mediante a existência de uma formação sistemática e de uma disciplina colegial baseada num conhecimento tecnológico e especializado e que está mais orientada para o serviço do que para o benefício próprio. É baseada num código de ética. Características que definem a profissão Um alto nível intelectual e técnico de conhecimento, autonomia e auto-regulação… Perfil e Competências do Dentista Europeu x Um profissional é uma pessoa que pertence a um grupo – profissão que possui os conhecimentos, as competências e as aptidões especializadas adquiridas… Organização dos serviços de saúde oral Trabalho de Equipa Potencial de integração, conflitos, resistências e disputas Conhecer, compreender, tratar e controlar passa a ter uma responsabilidade compartilhada A competência do MD, a do técnico de higiene oral, do assistente dentário e do protésico Página 28 de 49 Associação para a educação dentária na Europa – ADEE x 1999 – Ministros de educação de 29 países europeus associaram a convenção de Bolonha x Estabeleceu-se uma área de educação superior até 2010 x 200 Faculdades aderiram. 1. Associação para a educação dentária na Europa Æ ADEE Perfil e Competências do Dentista Europeu (7 domínios) x Profissionalismo x Comunicação interpessoal x Conhecimento base, prática de mãos, pensamento crítico x Rodear-se de informação clínica x Diagnosticar e elaborar um plano de tratamento x Estabelecer e manter a saúde oral x Promover a saúde Competências Major – sugere complexidade de aptidões específicas em interacção umas comas outras Competências Sustentadas – são consideradas subdivisões das competências major Perfil do Médico Dentista x Principal objectivo do CED (Conselho Europeu de Dentistas) ↓ (representa mais de 300.000 dentistas) Promover elevados padrões de qualidade na MD e nos cuidados de saúde oral para os cidadãos europeus. Assim, o CED faz questão de rever e actualizar continuamente o seu plano estratégico, afim de garantir que hoje e no futuro a profissão está à altura das necessidades em matéria de cuidados de Saúde Oral na Europa. Tendências na Saúde Oral e Mudanças no Perfil do Médico Dentista 1- Mudança no peso relativo das doenças orais – ocupam o 4º lugar do ranking 2- Envelhecimento da população – aumento do número de pessoas idosas em condições de saúde complexas associadas a problemas dentários pré-existentes 3- Relação entre a saúde oral e a saúde geral: existem provas concretas de relação entre periodontite e diabetes, as doenças cardíacas, AVC’s e doenças respiratórias. Problemas na cavidade oral (candidíase, língua villosa, HIV, Sarcoma de Kaposi, linfoma não-Hodgkin e xerostomia são sinais precoces de doenças sistémicas) 4- Aumento das doenças comportamentais: os maiores factores de risco das doenças orais são os mesmos das doenças crónicas de declaração não obrigatória 5- Diversidade cultural: população de países europeus – enorme diversidade étnica – apresentam problemas dentários específicos 6- Ciência, pesquisa e tecnologia: permite compreender melhor as causas e consequências das doenças orais. A MD deve beneficiar destes avanços e participar activamente no seu desenvolvimento. Conclusões x Médicos Dentistas no futuro devem contribuir para a redução das doenças orais Página 29 de 49 Assistentes Dentárias x Não são reconhecidos como profissão x Trabalham como auxiliares da cadeira x Não podem trabalhar dentro da cavidade oral x Podem orientar para higiene oral, marcar consultas, preencher fichas, etc. x Instrumentam o médico dentista x Manipulam materiais x Seleccionam moldeiras x Confeccionam modelos de gesso x Fazem isolamentos relativos Higienistas Orais x Actividade de promoção da saúde oral x Profilaxia; selantes; aplicação tópica de flúor x Ensinam a escovagem x Efectuam RX Intra-Orais x Fazem testes de vitalidade pulpar x Podem polir metais x Destartarizações; selantes; etc. x Remover suturas x Efectuar impressões Técnico de Prótese x Efectua próteses sob prescrição do médico dentista ou estomatologista x Actividade no domínio do desempenho, preparação, fabrico, modificação e reparação da prótese Desigualdades em Saúde Oral x Hoje, os determinantes sociais, económicos, políticos e culturais tem uma importância significativa na saúde em geral e melhora-la, passo para reduzir o seu maior factor de risco, as desigualdades sociais. (risco enorme para a balança desequilibrar). x Jovens saudáveis e informados reduzem a medido prazo as desigualdades sociais e contribuem para a saúde e o bem estar das suas comunidades, a longo prazo. Desigualdade Social x “Repartição não uniforme, na população de um país ou região, de todos os tipos de vantagens e desvantagens sobre os quais a sociedade exerce uma qualquer influência” x “Em quase todos os países a probabilidade de consultar um médico especialista, quando necessário, é maior entre as pessoas mais ricas” x Relacionam-se com a geografia x Acesso indica o grau de facilidade ou dificuldade com que as pessoas, neste caso particular, obtêm serviços de saúde. (…) Porque é que em países nórdicos com investimento estatal, gratuitos e com coberturas de saúde está a aumentar o fenómeno de cárie dentária? Acontece pela prática de alto consumo de refrigerantes associados a agentes desmineralização do esmalte, associado a alimentação. Página 30 de 49 Classes Sociais x Conceito longe de estar bem definido x Surge quando se pretende descrever as desigualdades entre indivíduos e grupos na sociedade humanax Não se atribui só em termos de riqueza ou propriedades porque também pode ter base noutros atributos: género; idade; filiação religiosa; patente militar; etc. x Karl Marx foi o primeiro sociológo a desenvolver a teoria das classes sociais x Marx defendia que a divisão da sociedade em classes é uma consequência dos diferentes papéis que os diferentes grupos (…) x A introdução da análise social veio alargar o conceito proposto por Marx Medição das Classes Sociais x Actualmente o principal indicador de uma classe social em sociologia é a ocupação, pois acredita-se que os indivíduos com a mesma ocupação tendem: x A experienciar níveis semelhantes de vantagens ou desvantagens sociais x A manter estilos de vida comparáveis x A partilhar oportunidades de vida igualmente semelhantes o Nível de rendimento, educação, propriedades materiais são outros indicadores o Ao se cruzarem, consegue-se ver as que têm influência Register General’s Social Class (RGSC) Está dividido em 6 categorias: x Classe I – trabalhadores técnicos x Classe II – trabalhadores intermediários x Classe III – trabalhadores especializados não manuais x Classe IV – trabalhadores especializados manuais x Classe V – trabalhadores parcialmente especializados x Classe VI – trabalhadores não especializados John Goldthorpe Classe de Serviços x Classe I – profissionais especializados, administradores e funcionários de nível elevado. Grandes gestores e proprietários x Classe II – profissionais especializados, administradores e funcionários de menor nível. Pequenos gestores e proprietários Classe Intermédia x Classe III – empregados não manuais de rotina administrativa e comércio x Classe IV – pequenos empresários e artesãos; agricultores x Classe V – (…) Classe Trabalhadora x Classe VI – (…) x Classe VII – (…) Página 31 de 49 As Desigualdades em Saúde Oral Cuidados com Saúde Oral: x Pobreza, baixo rendimento x Níveis baixos de educação x Comportamentos de indivíduos e comunidades mais residuais x Os indivíduos e as comunidades mais desfavorecidas têm menos cuidados com a Saúde Oral x As desigualdades têm a ver com as diferentes oportunidades, recursos e acessos x Os indivíduos que pertencem a classes sociais mais desfavorecidas têm mais probabilidade de falecer permaturamente que os das classes mais favorecidas … e não só têm mais doenças como sofrem grandes incidências de doenças crónicas; etc. Saúde x Meio Ambiente x Estilo de Vida x Biologia Humana x Sistema de Assistência Sanitária Compreensão das causas dos factores associados às doenças orais ↓ Factores sociais, económicos, culturais e políticos Risco de aparecimento de doenças orais x Pobreza x Níveis baixos de educação x Comportamentos dos indivíduos e comunidades Saúde e Desigualdades Sociais x Indivíduos e comunidades mais desfavorecidas apresentam piores níveis de saúde oral (ex. África, América do Sul…) x Reflectem diferenças de disparidades e desenvolvimento socioeconómico entre regiões e países ↓ x Estas desigualdades também estão presentes e cada vez com maior intensidade dentro dos países e comunidades mais igualitárias e desenvolvidas. x As desigualdades têm a ver com as diferenças de oportunidades e recursos x Seriam evitadas em todo o mundo se as pessoas tivessem um acesso equitativo à saúde x Os indivíduos que pertencem a classes sociais mais desfavorecidas têm mais facilidade de falecer prematuramente que as classes mais favorecidas e não só apresentam mais doenças como padecem de mais doenças crónicas $ Países desenvolvidos – idoso a partir dos 65 anos $ Países subdesenvolvidos – idoso a partir dos 60 anos Comportamentos de risco para a saúde x Ingestão de álcool x Tabaco x Refrigerantes carbonatados, ricos em sacarose x Obesidade x Envelhecimento precoce x Chocolates, batatas fritas, sumos à base de ácido cítrico Página 32 de 49 Como mede a classe social? Indicadores socioeconómicos x Evidências das desigualdades são provenientes da análise dos indicadores de saúde oral incluídos nos questionários de saúde x O estabelecimento de acções coordenadas de promoção de saúde oral pode contribuir para evitar desigualdades em saúde oral. Pessoas modificam os seus comportamentos e melhoram a sua saúde oral. x Existem poucas evidências acerca de que um melhor serviço de saúde oral ou um aumento da disponibilidade do número de dentistas tenham contribuído de forma significativa para a melhoria dos CPOD (Cariados, perdidos e obturados) [Watt e Sheiman] $ Para uma população de 12 anos, em 18 países industrializados, entre os anos 70 e 80 só existe uma variação de 3% relativamente aos índices de CPOD $ Pelo contrário, um amplo conjunto de factores como a utilização de dentífricos fluoretados é responsável por 65% dessas mudanças $ É na prevenção e promoção de saúde que se encontra a chave major do problema x Acessibilidade: cria no indivíduo a oportunidade de utilização de um serviço de saúde oral x Necessidade $ Normativa – O que o clínico determina no diagnóstico $ Sentida – O que o próprio indivíduo valoriza como necessidade de tratamento (desejo) $ Expressa – Necessidade sentida, levada à acção, solicitando tratamento x Vários estudos – demonstram que os factos relacionados com comportamentos dos indivíduos estão implicados no risco de aparecimento de patologia a nível oral. Idosos beneficiários do complemento social mínimo, crianças menores de 15 anos, doentes com SIDA e grávidas Æ candidatos ao cheque dentista Æ aplicado pelo médico de família e escolas (no caso das crianças) Estratégia dos factores de risco comuns da OMS x Desenvolver sistemas de saúde oral que melhorem a equidade na obtenção de saúde oral, que respondam às legítimas solicitações da população e que sejam financiadas de forma equitativa x Formular políticas de saúde oral baseadas na integração da saúde oral em programas nacionais e comunitários de saúde como forma efectiva de desenvolver políticas sociais x Reduzir a desigualdade das doenças orais, especialmente nas populações mais pobres e marginalizadas x Promover estilos de vida saudáveis x Reduzir os factores de risco para a saúde oral, derivados de causas ambientais, económicas e sociais. Ex: luta contra o tabaco Metodologia da Investigação Científica Saúde Dentária, Cidadania… Paradigma x A abordagem social dos problemas de saúde não causa grande entusiasmo nas escolas nem tem um grande prestígio entre os estudantes x Sem dúvida isto também diz respeito aos professores x Entre nós a educação médico-dentária dá-se com o desenvolvimento de conteúdos técnicos fortemente ancorados no interior de ambulatório-escola e muito pouco extravasados para o mundo exterior. x Acções a nível pessoal e em comunidade Saúde Dentária e Cidadania x O “positivismo da prática” acabaria por conduzir a profissão – e antes o aluno – ao embrutecimento intelectual e à repetição mecânica – Austear e Harris, 1873 Página 33 de 49 Saúde Dentária e Cidadania… Controvérsia Se a uns parece necessário que sejam introduzidos conteúdos programáticos curriculares humanísticos… Saúde colectiva – vem a ser um campo de práticas – sanitárias, sociais ou de investigação – que incorpora os sujeitos, os movimentos sociais, serviços de saúde… Profilaxia – do radical grego significa explicitamente olhar sobre, em direcção a vigiar Saúde Colectiva e Epidemiologia Estudo da distribuição e dos determinantes dos estados e eventos relacionados com saúde Clínico e Saúde Colectiva Epidemiologia x Mede a doença e tenta arranjar estratégias de erradicação desta, através de estudos epidemiológicos. x Segundo Rouquayrol,1994, a Epidemiologia estuda o processo saúde-doença em colectividades humanas, analisando a distribuição e os factores determinantes de doenças, dando à saúde e eventos associados à saúde colectiva propondo, por um lado, medidas específicas de prevenção, de controlo e de erradicação de doenças e por outro, fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planeamento, à administração e à avaliação das acções de saúde. x Tipos de indicadores – questionários x Idealmente devíamos fazer estudos epidemiológicos antes da implementação x Ciência Básica – causas das doenças a partir da observação ou experimentação x Ciência Aplicada – o educador sanitário estuda a distribuição das doenças ou factores de risco. x Armas sociais, sanitárias e de investigação Objectivos x Saber a distribuição e magnitude das doenças e seus factores de risco em populações humanas x Elucidar sobre as causas das doenças orais x Identificar factores de risco e protecção x Analisar a causa e os factores ambientais, genéticos e a sua interacção (ex: queijo na carie dentária, proibitivos na periodontite, xilitorl como factor de protecção da cárie dentária) x Avaliar a História natural e prognóstico da doença x Avaliação – eficácia ≠ efectividade x Facilitar os fundamentos para o desenvolvimento de medidas públicas e decisões normativas pelos estudos (Gordis, L. 2004) Medicina Dentária Baseada na Evidência ou Clínica Saúde colectiva Faz diagnóstico do indivíduo Identifica os níveis de saúde-doença da população Formula hipóteses de diagnóstico Formula hipóteses de causalidade Aplica exames Aplica métodos de verificação Conclui diagnóstico Elabora diagnósticos de situação Instaura tratamento Implementa acções e programas de saúde Faz avaliação clínica – follow-up Avalia o impacto das acções nos níveis de saúde e doença da população Página 34 de 49 Medidas que se estudam? x Idade, profissão x Média, moda e mediana Æ MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL x Medidas de variabilidade (variância, desvio-padrão, erro-padrão), incidência e prevalência Æ MEDIDAS DE INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA x Aplicação de medidas racionais Pirâmide do Estudo Científico Quantidade de literatura científica disponível; aumento da relevância clínica x Provas em humanos (voluntários): distintos dos ensaios clínicos; feitos antes de serem usados na população em geral – ensaios clínicos aleatorizados – procedimentos terapêuticos. x Identificação das provas – início da ideia Æ conhecimento teórico cientifício Æ ideia Æ investigação em laboratório Meta-Análises x Método estatístico aplicado à revisão sistemática que integra os resultados de dois ou mais estudos primários (Clarke, 2001). x O termo meta-análise é comumente usado para se referir às revisões sistemáticas com meta- análise. Revisões Sistemáticas x Reúnem, de forma organizada, grande quantidade de resultados de pesquisas clínicas e auxiliam na explicação de diferenças encontradas entre estudos primários que investigam a mesma questão x Uma revisão sistemática responde a uma pergunta claramente formulada utilizando métodos sistemáticos e explícitos para identificar, seleccionar e avaliar criticamente pesquisas relevantes e colectar e analisar dados de estudos incluídos na revisão (Clarke, 2001). Os métodos estatísticos (meta-análise) pdoem ou não ser usados para analisar e sumarizar os resultados dos estudos incluídos. x Nas revisões sistemáticas, os “sujeitos” da investigação (unidade de análise) são os estudos primários seleccionados através do método sistemático e pré-definido. Os estudos primários Página 35 de 49 podem ser ensaios clínicos aleatórios, estudos de acurácia, estudos de coortes ou qualquer outro tipo de estudo. A escolha do tipo de estudo depende da pergunta que se pretende responder. x Tradicionalmente, a revisão sistemática é um estudo retrospectivo, no entanto, podem existir revisões sistemáticas prospectivas. Existe ainda a possibilidade de realizar a revisão sistemática com dados individuais (Clarke, 2001). Ensaio Clínico Aleatório – ECA x Estudo experimental controlado por excelência (controlo padrão de prática, placebo ou ausência de intervenção) x Amostra aleatória x Efeito do tratamento ou fármaco em doentes reais x Problemas bioéticos x Referência máxima pela qual se julga a investigação científica x Metodologicamente tem baixos erros x Permite comparar grupos de intervenção e grupos controlo x Aleatoriamente confere homogenidade (tamanho da amostra, variáveis e estatísticas adequadas ) x Estimativa mais adequada, com menos erros – validez x Procedimentos terapêuticos estudos – meta análise do ECA Estudos de Coorte x Conhecemos no início do estudo se os doentes foram ou não expostos ao plano de tratamento x Dividem-se em grupos: tratados (expostos), não tratados (não expostos) x Estudo prospectivo (que se passará a partir daqui?) x Não temos a certeza da homogeneidade do corte seleccionado para o estudo x Não conseguimos excluir factores que possam influenciar o resultado Sujeitos que cumprem o critério de entrada Sujeitos Expostos Com Resultados Sem Resultados Sujeitos Não Expostos Com Resultados Sem Resultados Página 36 de 49 Tipos de Estudos – Estudos de Caso/Controlo x Pacientes com doença (casos) x Pacientes sem doença (controlo) x Estudo retrospectivo – busca no passado indivíduos expostos ao factor causal ou suspeita do prognóstico x Rápido e barato x Depende da memória do registo médico-dentário (contém erros e são incompletos) x Menor confiança que ECA e Coorte Estudos Transversais x Associação entre um possível factor causal e uma doença x Fácil de realizar x Barato x Aceitável eticamente Coorte seleccionado para o estudo Expostos Com Resultados Sem Resultados Nunca Expostos Com Resultados Sem Resultados Pergunta sem direcção Com Resultado Sem Resultado Página 37 de 49 Revisões Sistemáticas x Meta-análise combina as revisões sistemáticas, utilizando técnicas estatísticas para combinar os resultados de vários estudos como se fosse um só x Obrigatoriedade de publicações x É o mais elevado em hierarquia Estudos Epidemiológicos x Observacionais x Descritivos (transversais e ecológicos) x Analíticos (coorte e caso-controlo) x Experimentais x Ensaios clínicos controlados (indivíduos altamente seleccionados; condições de vida) e comunitários x Grupos de controlo, práticas padronizadas, grupo placebo x Referência máxima – pela qual se julga a investigação clínica x Amostras não causais Estudos Epidemiológicos Descritivos Transversais x Índices x Comparação de índices x Comparação de prevalência Estudos Epidemiológicos Descritivos Ecológicos x Perceber quais os microrganismos mais preponderantes da doença cárie ou periodontal x Unidades de observação são os grupos de população x Colectivos geológicos x Medir valor médio da doença oral de interesse e do valor causal e compará-lo x Úteis para gerar hipóteses Tipos de estudo Por objecto Estudos descritivos quem?, onde?, quando? case report, revisão sistemática, metanálise (qual população com maior prevalência de doença periodontal?) Estudos analíticos porquê? estudo coorte, caso- controlo Tipo de instrumentação Observacionais Sem intervenção Experimentais Intervenção activa ensaios clínicos, ensaios de campo, ensaios comunitários Direcção Temporal Transversal ou prevalência Longitudinal prospecivo retrospectivo Página 38 de 49 Estudos Epidemiológicos Experimentais – Ensaios Clínicos x Indivíduos escolhidos
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