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resumo história da medicina

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História da medicina 
Referencias: 
- MARGOTTA, Roberto. História Ilustrada da Medicina: São Paulo, Manole, 1998. 
- LOPES, Antônio Carlos. Tratado de Clinica Medica: São Paulo, Roca, 2006, vol1. 
- Clínica Médica – Passado, Presente e Futuro - Nancy Corbioli. 
- Paulo Tubino Elaine Alves - Tubino P & Alves E. História da Medicina, 2009. 
Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília. 
- Site da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Fundação Oswaldo Cruz 
http://www.epsjv.fiocruz.br 
- DRUMOND, José Geraldo de Freitas. O “ethos” médico: A velha e a nova moral 
ética, Unimontes, 2005. 
- http://www.artigonal.com Por Robson Stigar 01/01/09 
- Maria do Carmo Demasi Wanssa. Autonomia versus Beneficência. Rev. bioét (Impr.) 
2011. 
http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/viewFile/611/627 
- Reportagem no site http://g1.globo.com/ciencia-e-saude datado de fevereiro de 2012. 
 
1 – Surgimento da medicina no mundo e o desenvolvimento no Brasil 
 
I - MEDICINA PRÉ-HISTÓRICA. MEDICINA PRIMITIVA E MÁGICA 
 
Em 1891, o Dr. Eugène Dubois encontrou em Trinil, na ilha de Java (Indonésia), 
o primeiro testemunho de doença em ser humano: um tumor na extremidade superior do 
fêmur do primeiro hominídeo da espécie Homo erectus, de cerca de 700 mil anos atrás, 
que ficou conhecido como Homem de Java. 
A magia aparece com os primeiros seres humanos. Os mais antigos hominídeos 
conhecidos na Europa, já depositavam os cadáveres em um lugar sagrado de sua 
caverna, em vez de abandoná-los no campo. O homem de neandertal, já dava sepultura 
a seus mortos. Pode-se deduzir, portanto, que acreditavam em uma vida após a morte e 
no sobrenatural. 
A crença no sobrenatural e a necessidade de um deus ou deuses que governem a 
vida daspessoas estão relacionadas à medicina. Por meio da mitologia o homem 
primitivo encontrou uma forma de conceber a origem divina das doenças, assim como 
implorar aos deuses que as curassem. 
A origem da medicina primitiva se confunde com a origem da Humanidade. A 
Medicina surgiu com o primeiro gesto de solidariedade de um homem para com o outro; 
com o desejo de ajudar aqueles que sofriam, tinham necessidades e doenças. 
O homem primitivo achava que as doenças eram causadas por poderes 
sobrenaturais que precisavam ser apaziguados. Surgiram curadores, feiticeiros que 
alegavam conhecer as estrelas, as ervas curativas e os venenos; que diziam ter o poder 
de aplacar a fúria dos demônios. A medicina começava a partir de práticas instintivas e 
empíricas. Assim, a história da medicina sempre esteve muito ligada à da religião, pois 
ambas visavam a defesa do indivíduo contra as forças do mal. 
De início, o feiticeiro, o sacerdote e o xamã – dos quais surgiu o médico – 
limitavam suas atividades a identificar o espírito ou o deus ofendido e a feitiçaria 
responsável pela doença, e a oferecer os sacrifícios, rezas e encantamentos necessários 
para curar o paciente. (Alves E & Tubino P. Medicina pré-histórica. Medicina 
primitica e mágica, 2009). 
A junção entre magia, religião e curandeirismo são práticas típicas das 
comunidades primitivas. (Clínica Médica – Passado, Presente e Futuro - Nancy 
Corbioli) 
 
II - MEDICINA PRÉ-COLOMBIANA 
 
Essa mistura de religião, magia e ciência foi o pilar das culturas pré-colombianas 
das Américas, as civilizações asteca, maia e inca. Nessas civilizações os papéis do 
mago, médico e chefe religioso estavam comumente fundidos. (Clínica Médica – 
Passado, Presente e Futuro - Nancy Corbioli) 
Os deuses eram considerados responsáveis pelo aparecimento ou cura de certas 
enfermiades. 
Os antepassados dos incas, chamados chinchorros, que viveram onde hoje é o 
norte do Chile e sul do Peru, tinham em sua cultura múmias feitas 5000 anos antes de 
Cristo, ou seja, muito mais antigas que as egípcias. 
A medicina pré-colombiana estava ligada à religião (algumas doenças eram 
atribuídas aos deuses, assim como o seu tratamento), à magia (acreditavam que algumas 
doenças eram provocadas por feiticeiros) e à ciência (conheciam as propriedades 
curativas das plantas e de alguns minerais). Era praticada pelos curandeiros, que 
pertenciam à casta dos sacerdotes. Os pais ensinavam a profissão a seus filhos e esses 
herdavam o cargo. O médico desfrutava de grande consideração na sociedade 
précolombiana. 
As doutrinas e práticas médicas dos astecas eram avançadas, mas cheias de 
elementos religiosos. A medicina era praticada por homens e mulheres com treinamento 
especial associado a religião e astrologia. Tinham conhecimento e terminologia 
anatômica, assim como algum conhecimento da anatomia interna como resultado da 
prática comum de sacrifícios humanos pelos sacerdotes, o que os tornavam 
familiarizados com músculos, articulações, ossos, artérias, veias e as vísceras maiores. 
Entre os maias as doenças eram sempre relacionadas à religião e a conceitos 
éticos. 
Os incas fizeram várias descobertas farmacológicas: usavam o quinino no 
tratamento da malária com grande sucesso. As folhas de coca eram usadas, de modo 
geral, como analgésicos e para obter energia extra. (Paulo Tubino Elaine Alves - 
Tubino P & Alves E. Medicina pré-colombiana, 2009). 
 
III - A MEDICINA NA MESOPOTÂMIA 
 
A Mesopotâmia é considerada o berço das primeiras civilizações. 
Codigos Legais – Código de Hamurabi: Regulamentação do exercício da 
medicina. 
A medicina suméria baseava-se na astrologia pois acreditavam que o destino do 
homem era determinado pelos astros desde o nascimento. Assim, tentavam estabelecer 
relações entre os movimentos dos astros e as estações e entre as mudanças de estação e 
as doenças. 
Acreditavam que doença era uma maldição dos deuses descontentes com o 
comportamento dos humanos. Os pecadores eram castigados pelos próprios deuses ou 
pelo envio de demônios que os tornavam doentes. As pessoas ficavam doentes porque 
cometiam pecados, mas também podiam ser vítimas de agentes externos como o frio, a 
poeira ou o mau cheiro. 
Assim, as causas das doenças podiam ser divinas ou naturais. Para saber qual era 
o seu caso o doente deveria consultar um adivinho e, a partir do resultado, procurar um 
sacerdote-exorcista se a enfermidade fosse de origem sobrenatural ou um sacerdote-
médico se a doença fosse de causa natural. 
O conhecimento de anatomia dessa civilização são escassos, mas se sabe que os 
mesopotâmicos consideravam o fígado como o órgão que controlava todo o 
metabolismo do corpo. (Clínica Médica – Passado, Presente e Futuro - Nancy 
Corbioli) 
 (Paulo Tubino Elaine Alves - Alves E, Tubino P. Medicina na Mesopotâmia, 
2009.). 
 
IV - A MEDICINA NO EGITO ANTIGO 
 
 A medicina egípcia, como na Antiguidade em geral, era mais magia do que 
ciência e sempre se acompanhava de rituais mágicos e invocações aos deuses. A base 
desse sistema que unia magia, religião e medicina eram os deuses e deusas da cura. Os 
médicos e mágicos invocavam os vários deuses para eliminarem os espíritos malignos 
que causavam a doença em seu paciente. Os deuses tinham que ser honrados ou a saúde 
de uma pessoa estaria em perigo; somente a súplica do paciente poderia levar à 
recuperação. 
Por medidas de higiene, usavam periodicamente purgativos e vomitivos. A 
sociedade no Egito Antigo advogava moderação na comida e na bebida. Portanto, 
quando um indivíduo adoecia acreditava-se que era, provavelmente, por causa de 
excessos. A putrefação era associada com morte, doença e infecção e sabia-se que essa 
deterioração ocorria nos intestinos, onde a comida se transformava em excremento. 
Desse modo, consideravam que o processo digestivo era, potencialmente, um processo 
causador de doenças. 
As principaisfontes de informações sobre a atividade médica no Antigo Egito 
são: (1) documentos escritos que incluem textos médicos contidos nos textos sagrados e 
nos papiros, e gravações nas pedras de tumbas e templos; (2) exames de esqueletos e 
múmias; (3) informações tiradas da Bíblia e textos de viajantes gregos, como Heródoto. 
Como informam os papiros, na medicina egípcia já eram observados os escarros, 
a urina, as fezes e o pulso. 
Ao contrário de assírios e babilônios que acreditavam ser o fígado o centro da 
vida, os egípcios consideravam a respiração como sendo a função vital mais importante. 
Eles sabiam que o coração era o centro da circulação sangüínea, mas achavam que a 
circulação dependia da respiração. 
O embalsamento e a mumificação foram as técnicas mais bem desenvolvidas 
pelos egípcios. 
Os exames das múmias exumadas pode-se conhecer inúmeras enfermidades que 
acometiam os egípcios, tais como a contaminação por água e comida infectadas, 
parasitismo, malária, catarata, artrite, gota, hérnia, pedras no rim e doenças epidêmicas 
como varíola e peste. 
Parece que os embalsamamentos não serviram para melhorar o conhecimento de 
anatomia já que eram práticas efetuadas por pessoas não médicas e que tinham 
finalidade essencialmente religiosa. Entretanto, foram os egípcios os primeiros a dar 
nomes precisos a algumas partes do corpo e a atribuir função a certos órgãos. 
Os egípcios sabiam que do coração saia um grande número de vasos que se 
distribuíam por todo o corpo, mas nada sabiam de seu funcionamento. (Paulo Tubino 
Elaine Alves - Tubino P & Alves E. A Medicina no Antigo Egito, 2009.). 
 
V – MEDICINA NA GRÉCIA ANTIGA 
 
A mitologia grega era uma das mais ricas entre as civilizações antigas e 
apresentava respostas às mais diferentes patologias e enfermidades sofridas pela 
humanidade. 
Ao lado das concepções mágico-religiosas, pouco a pouco foi-se desenvolvendo 
uma outra explicação para a saúde e a doença. O apogeu da civilização grega vai 
representar o rompimento com a superstição e as práticas mágicas e o surgimento de 
explicações racionais para os fenômenos de saúde e doença. 
Nascida no seio da religião panteísta, a medicina grega cultuava a divindade de 
Asclepius. Suas práticas, no entanto, iam além da ritualística, envolvendo o uso de ervas 
medicinais e de métodos naturais. Na mitologia grega, Asclépius teve duas filhas a 
quem ensinou a sua arte: Hygeia (de onde deriva „higiene‟) e Panacea (deusa da cura). 
A medicina grega desenvolveu-se paralelamente à filosofia, disciplinada por um 
severo criticismo, tornando-se pela primeira vez uma ciência e uma arte praticada não 
pelos sacerdotes, mas por leigos que substituíram a magia pela investigação. Como a 
maioria das primeiras civilizações, os gregos reconheciam a importância do sangue, mas 
não suas verdadeiras funções. Eram comuns a prática da sangria e a aplicação de 
ventosas. 
Os grandes médicos gregos eram também filósofos naturais. Mais do que lidar 
com os problemas de saúde, procuravam entender as relações entre o homem e a 
natureza. Entre estas preocupações estava a explicação da saúde e da doença como 
resultantes de processos naturais e não sagrados. 
As Primeiras Explicações Racionais: a medicina hipocrática Fiocruz: 
http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/index.php?s_livro_id=6&area_id=2&autor_id=
&capitulo_id=13&sub_capitulo_id=14&arquivo=ver_conteudo_2 
(Paulo Tubino Elaine Alves - Tubino P & Alves E. Medicina na Grécia Antiga, 
2009.). 
(Clínica Médica – Passado, Presente e Futuro - Nancy Corbioli) 
 
VI -HIPÓCRATES (cerca de 460 a 370 a.C.) 
 
Médico grego, considerado o “Pai da Medicina” por ter sido o primeiro ser 
humano a tentar o registro das experiências médicas para futura referência. Estabeleceu 
a base científica da prática médica. 
Nasceu na ilha de Cós de uma família que cultuava Asclépio, o deus grego da 
medicina. Deu à medicina uma base racional, sobre a qual se apoiou uma arte de cuidar 
dos doentes independentemente de práticas religiosas. Seus princípios se 
fundamentaram sobre uma atenção direcionada ao paciente, essência de uma ética que 
ele mesmo definiu e que perduraria por mais de dois mil anos. 
Descreveu sinais próprios de determinadas doenças. Do mesmo modo associou 
sinais clínicos que caracterizavam síndromes. Insistia na análise precisa da evolução 
clínica das doenças com vistas a estabelecer seus prognósticos. Para Hipócrates as 
doenças não tinham origens divinas. 
Estudou e enfatizou o papel dos ventos na propagação das epidemias, a 
influência do clima, da alimentação, da qualidade da água e o papel da dietética no 
acompanhamento das alterações da saúde. O raciocínio clínico de Hipócrates se baseava 
na “teoria dos quatro humores”. Esta teoria considerava o corpo formado de elementos 
sólidos, entre os quais circulavam substâncias líquidas, os humores: sangue, bile (bile 
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amarela), atrabile (bile negra) e pituíta ou flegma (um líquido nasal que se pensava vir 
do cérebro). A doença para Hipócrates, que ignorava anatomia, era um desequilíbrio 
entre esses humores. O restabelecimento desse equilíbrio era obtido com a retirada do 
que estava em excesso. Daí nasceram os recursos como o emprego de vomitivos, 
purgativos e lavagens. 
Hipócrates sempre insistiu sobre o interrogatório do paciente para conhecer seus 
antecedentes e suas predisposições patológicas (anamnese). Já determinava que os 
sinais são observados pelo médico e os sintomas são sentidos pelo doente. Perguntava 
sobre a dieta, os costumes, o local de origem, o funcionamento dos intestinos, o sono e 
os sonhos. Observava o corpo do paciente, a respiração, o suor, a urina, a voz, as 
maneiras, o silêncio e a fácies. 
Escreveu seu Corpus Hippocraticum composto de 72 livros e 59 tratados sobre 
diversos temas. Os mais famosos, além do Juramento são: O Comportamento do médico, 
Os prognósticos, As dietas, Os aforismos, As hemorróidas, A reposição das luxações, 
Epidemias, Da doença sagrada, etc. 
 
VII – IDADE MÉDIA 
 
Além das epidemias, contra as quais não existia tratamento eficaz, havia miséria e 
fome. A instabilidade política e as perturbações sociais levaram a um rápido 
desaparecimento da cultura, de um modo geral, e a uma desmoralização da medicina. 
Cresceu a desconfiança nos médicos e as pessoas se voltaram para os ritos mágicos e as 
crenças sobrenaturais. 
Os caminhos científicos sofreram um pouco de estagnação devido ao crescente 
interesse por magia e fé em detrimento da observação empírica da natureza. 
Os primeiros santos a serem associados à atividade curativa foram os gêmeos 
Cosme e Damião que ganharam fama e projeção em razão de sua dedicação à cura sem 
cobranças de taxas. 
A idéia de que o doente é impuro e deve ser evitado dominou a Idade Média, como 
pode ser comprovado, por exemplo, pelo isolamento dos leprosos. A doença era 
essencialmente um castigo, mas também era fonte de purificação e redenção 
 
Elaine Alves, Medicina na Idade Média, 2008. 
 
VII I - MEDICINA NO RENASCIMENTO E NOS SÉCULOS XVII E XVIII 
 
 Com o fim da idade média o ser humano se torna o centro da preocupação dos 
homens. É o que chamamos hoje “Renascimento”. 
 Os grandes médicos da época eram humanistas, homens de letras, e tidos em alta 
estima. Estudavam nas universidades, sendo as italianas as de maior prestígio. 
 A dissecação era cada vez mais praticada. 
A anatomia recebeu grande impulso com as obras deLeonardo da Vinci e 
Vesálio e adquiriu precisão e se desenvolveu graças à colaboração de pintores e 
escultores que tinham grande interesse nos estudos anatômicos para suas representações 
artísticas. 
A segunda metade do século XVII apresentou grande evolução dos conceitos 
sobre o funcionamento do corpo humano (anatomia funcional), baseados na anatomia 
microscópica (histologia) e nos novos aparelhos de medida como, por exemplo, o 
termômetro inventado por Santorio Santorio (1561-1636), professor da Universidade de 
Pádua. 
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No século XVIII, Os médicos deste século viviam como fidalgos, eruditos e 
respeitados, usavam roupas e perucas elegantes e geralmente traziam consigo uma 
bengala encastoada em ouro. Eram homens de recursos. As receitas representavam parte 
substancial dos rendimentos de um médico. 
A crescente consciência do sofrimento dos pobres e dos doentes levou à 
construção de hospitais e enfermarias. 
 
MEDICINA NO BRASIL 
 
À época da descoberta do Brasil em 1500, os indígenas tinham uma civilização 
primitiva. Em termos médicos assemelhavam-se aos povos pré-históricos. Era uma 
medicina empírica e mágica. Acreditavam que a doença seria provocada por causas 
naturais, como os ferimentos por lutas ou flechadas, ou sobrenaturais de origens ocultas 
e que fariam aparecer dor, vômitos ou diarréias. Nesses casos, práticas mágicas 
afastariam a ação maléfica de entes provocadores da doença. 
O pajé era o curador que funcionava como médico-feiticeiro, administrava os 
remédios e executava práticas tipo exorcismos. Era um empírico, pois medicava guiado 
pela experiência em preparar e pela observação dos efeitos das drogas geralmente de 
origem vegetal. Fazia rituais místicos, cerimônias de encantamento e invocação de 
forças ocultas. 
Os curandeiros indígenas valiam-se de numerosos espécimes da flora brasileira, 
cujo conhecimento das ações medicinais era transmitido entre as gerações. 
Classificavam as ervas segundo seus efeitos. 
Varíola, sarampo, febre amarela, tifo, malária, sífilis, disenteria e diversas outras 
doenças endêmicas de africanos e europeus foram introduzidas no território, 
provocando epidemias e atravessando os séculos. 
Já no século XVI, a medicina predominante no Brasil foi a dos jesuítas. Os 
médicos (então chamados físicos), os cirurgiões e os hospitais eram muitos raros. Os 
jesuítas supriram essa falta e assistiram aos índios, aos colonizadores e aos escravos 
negros. 
Os padre jesuítas foram físicos, cirurgiões-barbeiros, enfermeiros e boticários. 
As enfermarias e as boticas que possuíam nos seus estabelecimentos atendiam desde o 
governador-geral ao escravo africano. Nos primeiros anos, quase todos os padres e 
irmãos jesuítas se dedicaram à assistência médica; dentre eles, Manuel da Nóbrega e 
José de Anchieta. 
Físicos e cirurgiões chegaram com as expedições colonizadoras após o 
descobrimento e introduziram a medicina européia. Físico era a denominação dada ao 
médico. 
Os boticários foram cristãos-novos, de condição inferior e oriundos da Península 
Ibérica. Eram aprendizes de boticário que se submetiam a exame diante dos comissários 
do Físico-mor e recebiam a Carta de Examinação. Estabeleciam-se, aviavam receitas, 
vendiam drogas e concorriam com os físicos e cirurgiões na prática da medicina. 
O barbeiro foi o mais humilde dos profissionais da medicina e, em 
compensação, o mais solicitado pela clientela. Além dos cortes de cabelos e barbas, 
praticavam sangrias, aplicavam ventosas, sanguessugas e clisteres, faziam curativos, 
arrancavam dentes, etc. Da mesma forma que os boticários, necessitavam da Carta de 
Examinação para habilitá-los para o exercício do seu ofício. 
A vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, deu início a uma série 
de transformações profundas na colônia, que se tornou, a partir de então, o centro do 
império lusitano. 
É nesse contexto que surgem instituições importantes como a Biblioteca 
Nacional, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia e são criadas as escolas de cirurgia da 
Bahia e do Rio de Janeiro, que viabilizaram o processo de institucionalização da 
medicina no país. 
Até o princípio de século 19, as práticas de cura na América portuguesa eram 
realizadas por diferentes personagens ligados a esse tipo de exercício. Cirurgiões 
barbeiros, boticários, sangradores, curandeiros e feiticeiros ocupavam o espaço aberto 
pela falta de médicos, que eram uma raridade na colônia. Salvo exceções, os poucos que 
ali exerciam o ofício tinham pouco prestígio e conhecimento. 
A escassez desses profissionais no vasto território português na América tornou-
se uma das preocupações do príncipe regente, D. João VI. Assim, uma de suas primeiras 
medidas após a chegada da corte à colônia foi criar um curso de formação de cirurgiões. 
Em sua passagem por Salvador, fundou, por meio da carta régia de 18 de fevereiro de 
1808, a Escola de Cirurgia da Bahia, sob orientação de José Corrêa Picanço (1745-
1824), cirurgião-mor do reino que acompanhava a família real no „exílio‟. 
A escola foi instalada no Hospital Real Militar da capital baiana e oferecia, no 
início de suas atividades, apenas duas disciplinas: Cirurgia especulativa e prática e 
Anatomia e operações cirúrgicas. O curso funcionou nesses moldes até 1815, quando 
foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia e transformado em Academia Médico-
Cirúrgica da Bahia por ocasião da primeira reorganização do ensino médico. 
Em 5 de novembro de 1808, D. João VI criou a Escola Anatômica, Cirúrgica e 
Médica do Rio de Janeiro. 
As duas escolas (Bahia e RJ) foram transformadas em “Academias Médico-
Cirúrgicas” em 1813. Em 1832 ambos os estabelecimentos passaram a ter a 
denominação de “Faculdades de Medicina” e sofreram profundas modificações em seus 
métodos de ensino. O curso médico passou a ser feito em seis anos. 
Outras escolas de clínica médica começaram a surgir em outros estados 
brasileiros: São Paulo (1891); Rio Grande do Sul (1898); Minas Gerais (1911); Paraná 
(1912). 
 
2 – Conhecer a história da medicina pré e pós hipocrática e as normas éticas 
vigentes nesse período. 
 
Pré hipocrática 
- Acreditava na influência dos deuses, nas questões relativa a vida e a morte, e a doença 
era vista inicialmente, como castigo divino. Os médicos que se apresentavam era unidos 
às divindades. 
- A medicina grega Pré-Hipocrática foi marcada por ASCLEPIO – Deus grego da 
medicina. Viveu em torno de 1.200 a.C. e acreditava-se que era dotado de grandes 
poderes na arte de curar. 
- Nos templos denominados “Asclepions” era exercida a prática dos sacerdotes – 
médicos, depositários de conhecimentos científicos transmitidos de geração em geração. 
 
Pós hipocrática 
- Após a morte de Hipócrates a escola de Cós entrou em decadência. 
- Aristóteles (384-322 a.C.), deu contribuições fundamentais em: ética, política, física, 
metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, biologia, zoologia, fisiologia, história 
natural. Também fez importantes estudos sobre: saúde pública e higiene; 
hereditariedade; psiquiatria; profilaxia; embriologia. 
- No século IV a.C. o mais importante centro médico era Alexandria. 
- Em Alexandria desenvolveu-se a primeira grande escola médica da Antigüidade, em 
que pela primeira vez o corpo humano foi estudado integralmente graças à permissão 
dada pelos Ptolomeus: a Escola Médica de Alexandria. 
- Existiam, na verdade, diferentes escolas de medicina (ou seitas, como chamava 
Galeno): Escola Dogmática; EscolaEmpírica; Escola Metódica e Escola Pneumática. 
- Escola Dogmática (seguidora de Herófilo): considerava os quatro humores 
fundamentais e procurava conhecer – pelo raciocínio – as causas profundas da doença; 
valorizava em especial a anatomia e a fisiologia. 
- Escola Empírica (seguidora de Erasístrato): afirmava o valor da experiência pessoal do 
médico, 
da observação dos sintomas da doença e do efeito dos remédios já conhecidos. 
- Escola Metódica: preferida pelos romanos, em especial por Sorano; rechaçava todas as 
hipóteses e teorias sobre as causas das doenças. Enfatizava mais o tratamento das 
doenças (principalmente pela dieta) do que a história do paciente individualmente. 
- Escola Pneumática (inicialmente dogmáticos): explicava a saúde e a doença pela 
influência e as variações da respiração vital (pneuma) causadas pelo desequilíbrio dos 
humores. 
 
- Grandes personalidades da medicina estudaram na Escola: Praxágoras de Cós (c. 340 
a.C.) e seu aluno Herófilo; Arécio da Capadócia (81-138), nomeou o diabetes; Galeno 
de Pérgamo, dentre outros. 
- Na Escola Médica de Alexandria foram efetuados grandes avanços nas áreas de 
anatomia e fisiologia, que estavam praticamente esquecidas até então. A prática da 
dissecção humana foi encorajada e sua importância para o aprendizado valorizada. 
- Após séculos de grande produção humanística e científica, a energia alexandrina 
começou a esgotar-se. Com a queda política de Alexandria a decadência se fez sentir em 
todas as manifestações do conhecimento helênico. A doutrina hipocrática foi perdendo 
sua força, principalmente, devido à medicina empírica de Alexandria. O centro da 
cultura mais uma vez se deslocou e Roma tornou-se herdeira e detentora da ciência e da 
arte médica. 
- A medicina helenística foi introduzida em Roma, e também na parte ocidental do 
império, por médicos gregos que a princípio chegaram como escravos. 
- A profissão foi regulamentada pelas leis do Império Romano. O imperador Augusto 
dividiu os médicos em categorias definidas. Os médicos militares atendiam as tropas de 
terra e do mar e os outros médicos estavam à disposição das escolas de gladiadores, dos 
circos e dos municípios. As obrigações dos médicos eram estabelecidas pelo Estado, 
que pagava seus honorários. 
- Galeno de Pérgamo: Herdeiro espiritual de Hipócrates. Reputação de bom médico e 
escritor com particular apoio de imperadores. Escreveu excelentes obras sobre 
anatomia. Desenvolveu preparações farmacológicos e tornou-se o Pai da Farmacia. 
 
Normas éticas 
Ethos hipocrático foi difundido pela Grécia Classica pela escola médica hipocrática. 
 
O fundamento das bases éticas da medicina tradicional foi ordenado pelo juramento 
hipocrático e nos livros deontológicos e normativos contidos no Corpus Hipocraticum. 
No juramento, havia o compromisso do médico em usar a medicina em benefício dos 
pacientes; de conservar em segredo os conhecimentos médicos, exceto para seus pares; 
de não manter relações sexuais com os pacientes e de não administrar substâncias que 
poderiam levar à morte ou provocar efeitos danosos. Por representar um código de 
normas de conduta, transformou-se em parâmetro para os próprios médicos avaliarem a 
sua prática. 
- Os principais princípios morais encontrados no Corpus Hippocraticum são: reverencia 
ao mestre, respeito e sigilo profissional, benefício incondicional ao paciente, absoluto 
respeito a vida humana, desde sua oncepção, modalidade pessoal e vida profissional 
irrepreensível. 
http://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00002503&lng=pt&n
rm=iso 
O “ethos médico de José Geraldo Drumond 
 
 
3 – Principais nomes da história da medicina e suas contribuições 
 
Hipócrates 
Pai da medicina. 
Primeiro ser humano a tentar o registro das experiências médicas para futura referência. 
Estabeleceu a base científica da prática médica. A atuação de Hipócrates marca o fim da 
medicina mística e o início da observação científica dos fatos clínicos. 
Seus princípios eram: observação e estudo do paciente antes da doença, exame e 
descrição detalhada dos sintomas, auxílio ao trabalho curativo da natureza (iinduzir a 
reação natural do organismo). 
 
Herófilo da Calcedônia 
Herófilo foi chamado de “Pai da Anatomia”. Descreveu órgãos e funções: olho; cérebro; 
fígado; baço; pâncreas; duodeno; órgãos genitais; a salivação; o pulso como uma função 
da batida do coração; as conexões entre os nervos, a medula espinal e o cérebro. 
 
LEONARDO DA VINCI (1452-1519) 
Pioneiro na anatomia patológica e na medicina forense. 
 
Robert Koch (1845-1910) foi um dos fundadores da microbiologia e um dos principais 
responsáveis pela compreensão da epidemiologia das doenças transmissíveis. Descobriu 
e descreveu agente do carbúnculo e seu ciclo; a etiologia da infecção traumática; os 
métodos de fixação e coloração de bactérias para estudo no microscópio e, em 1882, o 
bacilo da tuberculose (Bacilo de Koch). 
 
Oswaldo Cruz (1872 – 1917) 
Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. 
Coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de 
Janeiro no inicio do século. 
 
Carlos Chagas (1879-1934) 
Descreveu o parasito, revelou o inseto transmissor, descreveu a doença produzida, 
indicou os sinais e sintomas e os dados anatomopatológicos. Deu ao parasito, em 
homenagem ao mestre, o nome de Trypanosoma cruzi (1909); a doença passou a ser 
conhecida como doença de Chagas. Descreveu o inseto, hospedeiro intermediário 
(vetor), chamado pelo povo de “barbeiro”, em cujo intestino descobriu formas 
flageladas que representavam uma fase do desenvolvimento de tripanossomos parasitas 
de vertebrados. 
 
Vital Brazil (1865 – 1950) 
Criador do Instituto Butantan. 
Criou os soros antipeçonhentos específicos e o antiofídico polivalente. Dedicou-se 
também à produção do soro antidiftérico e ao estudo de outros animais peçonhentos, 
como escorpiões e aranhas venenosas. 
 
Tubino P, Alves E. Medicina Brasileira, 2008. 
 
4 – Definir o que é paradigma e reconhecer os principais que se destacaram ao 
longo da história. 
 
Paradigma pode ser entendido por um exemplo, um modelo, uma referencia, um ideal. 
Ao mesmo tempo, ao ser aceito, um paradigma serve como critério de verdade, de 
validação e reconhecimento nos meios onde é adotado. Possui um modelo de 
racionalidade no qual se incluem todas as esferas, quer cientificas, teológicas ou de 
senso coomum. (http://www.artigonal.com Por Robson Stigar 01/01/09) 
 
O rompimento do paradigma médico sacerdotal, cujas doenças eram associadas a 
castigos e demônios e a cura influenciada pela crença. 
A construção do paradigma médico cientifico, onde a medicina é agora baseada na 
identificação das doenças, sinais e sintomas de acordo com as lesões anatômicas, e as 
crenças dão lugar para o conhecimento cientifico. 
Uma pesquisa publicada em fevereiro de 2012 pela revista científica “Nature Medicine” 
descobriu no ovário de mulheres em idade reprodutiva células-tronco capazes de 
produzir novos óvulos. Essa descoberta quebra um paradigma da medicina. Desde a 
década de 1950, é consenso entre os especialistas que as fêmeas de todos os mamíferos 
nascem com um número limitado de óvulos. Quando esse estoque termina, chega a 
menopausa. Essa descoberta ajudará no tratamento da infertilidade e eles acreditam que 
Tb poderão prolongar a vida fértil da mulher.

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