Buscar

projeto.compostagem.UTRAMIG

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS (ESTOPAS DE ALGODÃO) SUJAS OU CONTAMINADAS COM DERIVADOS DE PETRÓLEO, RECOLHIDOS NAS OFICINAS MECÂNICAS E EMPRESAS PARCEIRAS.
1 - INTRODUÇÃO
A Compostagem consiste num processo biológico de decomposição controlada da fração orgânica contida nos resíduos de modo a resultar um produto estável, similar ao húmus. Este produto final, o composto, é definido como sendo um adubo preparado com restos orgânicos, sendo considerado como um material condicionador de solos, ou seja, melhora as propriedades físicas, químicas e físico-químicas do solo.
O período de compostagem depende, fundamentalmente, do processo utilizado e do tipo de material a ser compostado. Na compostagem orgânica de resíduos orgânicos de estopas contaminadas com derivados de petróleo, é adicionada na mistura uma porção de esterco bovino, finos de carvão vegetal (moinha), palha de capim, água e estopas sujas coletadas nas oficinas mecânicas e empresas parceiras de Belo Horizonte. 
A preparação é realizada em fases distintas com a distribuição quantitativa dos componentes em camadas e após a adição de água.
*
Após a preparação o composto orgânico levará de 30 a 60 dias para a fase de digestão e de 60 a 120 dias para a maturação, PEREIRA NETO (1992). 
O teor de umidade ideal dos resíduos a serem tratados, durante o início do processo de compostagem, é da ordem de 50 a 60% (ótima 50%), e no final do processo o teor ótimo é de 30%. Altos teores fazem com que a água ocupe os espaços vazios da massa, impedindo a livre passagem do oxigênio, o que poderá causas anaerobiose no meio. Baixos teores de umidade inibem a atividade microbiológica, diminuindo a taxa de estabilização. 
O teor de umidade é controlado, na prática, com base na capacidade de aeração da massa de compostagem (manual ou mecânica), nas características físicas do material (estrutura, porosidade, etc.), e na necessidade de satisfazer à demanda microbiológica (PEREIRA NETO, 1992). A produção do composto dá-se como completado somente após a fase de maturação, quando ocorrem as reações enzimáticas de humificação. O uso agrícola de um composto não-maturado é perigoso, onde o qual produz toxinas durante a maturação no solo, interferindo em sua biota. 
Este projeto apresenta uma proposta para a reciclagem de estopas sujas que quase sempre são descartadas nos aterros sanitários ou são enviadas para incineração e a produção de um composto orgânico rico em nutrientes para plantas de jardinagem. Em contrapartida as empresas conveniadas neste projeto farão doação de livros didáticos para o UTRAMIG.
*
2 - SITUAÇÃO ATUAL
A estopa de algodão é um material de consumo básico diário utilizado nas oficinas mecânicas e empresas e que até o momento não foi descoberto outro material economicamente viável para substituí-lo. Este material orgânico industrializado pelo homem sendo derivado da planta do algodoeiro tem um grande poder de absorção de líquidos e gorduras, sendo também utilizado como polidor por possuir microfibras finas e aveludadas. 
Estimasse que só na cidade de Belo Horizonte é descartado pelas empresas e oficinas mecânicas mais de dez toneladas de estopas sujas por mês. Parte deste descarte é feito às vezes no lixo doméstico e coletado pela prefeitura e descarregados no lixão da cidade. A outra parte também é retirada nas empresas por pessoas que reutilizam este material com diversas aplicações desde a queima como combustível até como enchimento de estofados.
*
3 - OBJETIVOS
O presente projeto tem como objetivo reciclar parte deste resíduo orgânico, estopas sujas de algodão, nas instalações do UTRAMIG, na planta piloto a ser implantada tendo como produto final adubo orgânico e húmus para plantas e que será distribuído aos patrocinadores deste projeto. Também tem como objetivos específicos: 
 Capacitar e treinar alunos da UTRAMIG e pessoas das empresas locais, para a produção de compostagem de materiais orgânicos;
 Conscientizar a sociedade local sobre a necessidade de se fazer reciclagem de materiais;
 Confecção de cartilhas sobre reciclagem e compostagem;
 Divulgação do projeto nas empresas parceiras.
 Aquisição de duzentos livros didáticos doados pelos patrocinadores.
*
4 - JUSTIFICATIVAS
A sociedade de consumo cresce a cada dia gerando cada vez mais resíduos orgânicos e inorgânicos que são dispostos em grandes quantidades no meio natural. Pequenas partes destes resíduos são reciclados ficando a maior parte esperando a reciclagem natural pela natureza que pode levar anos ou até centenas de anos para se decomporem e voltar a ser compostos naturais. 
O material orgânico de estopa de algodão suja, resíduo diário do trabalho de manutenção de máquinas, limpeza de peças, polimento, e absorção de líquidos e gorduras, é um caso entre muito outros que se deve tomar providencias quanto a sua destinação e reciclagem.
Parte desses resíduos em algumas empresas mais organizadas são enviadas para a incineração, porém este processo é caro, pois além do frete que necessita de veículo especial e autorizado, o valor de incineração por tonelada também é de alto custo.
A outra parte desses resíduos orgânicos quase sempre são dispostos em lixões e bota-foras ficam em contato com o solo e aos poucos vão se deteriorando numa fração muito lenta liberando grande quantidade de chorume que vão contaminar o meio aquático local. Estes resíduos devem ser tratados em compostagem que no qual o processo de decomposição será acelerado impedindo a formação do chorume e seu escorrimento para o meio aquático.
*
No processo de compostagem aparecem também as bactérias capacitadas para o dissolvimento e transformação de moléculas de óleos e graxas derivados de petróleo, em materiais mais simples e que serão incorporados ao composto orgânicos enriquecendo o mesmo em micro e macro nutrientes.
Neste projeto é proposto a utilização da grande parte de rejeitos de estopas, dispostos nas empresas parceiras, como matéria-prima para transformação em adubo orgânico que serão utilizados em vasos de plantas e jardins.
 Este projeto também tem vários alcances sociais e ambientais:
 Uso dos rejeitos que impactam a paisagem, contaminam os mananciais e diminuem as áreas verdes e, por tabela, as chances de vida da fauna local; 
 Amenizar a poluição local;
 Criar nova fonte de aquisição de livros para os alunos do UTRAMIG;
 Conscientização das empresas e pessoas da sociedade sobre a necessidade de reciclar e reaproveitar os resíduos;
 Implantar nas empresas uma consciência ecológica.
 A interdependência dos conceitos de meio ambiente, valorização de resíduos, saúde e saneamento é bastante clara, e assim, os objetivos aqui traçados, integram e são voltados, em última análise, para a melhoria da qualidade de vida da população.
 O princípio de responsabilidade, atribuindo ao gerador a responsabilidade pelo seu próprio resíduo, é um elemento facilitador na própria região, no que tange às necessidades de acondicionamento, transporte, tratamento, aproveitamento e destinação final. 
*
5 - METODOLOGIA E TRABALHOS PROPOSTOS
	
TRABALHOS DE CAMPO.
1ª ETAPA: busca de parceiros e implantação.
Apresentação do projeto para empresas e entidades locais; 
Cadastramento das empresas e entidades patrocinadoras (parceiras);
Preenchimento do Contrato de Parceria Ambiental;
Levantamento do consumo mensal de estopas e flanelas de algodão;
Trabalho de divulgação e prevenção de contaminação do meio ambiente através dos rejeitos de estopas sujas de algodão.
2ª ETAPA: local e ferramentas.
Definição do local adequado dentro do imóvel da UTRAMIG para a instalação do projeto (planta piloto);
Criação de área de estoque dos resíduos recebidos das empresas patrocinadoras (parceiras);
Aquisição de ferramentas manuais (baldes, regadores, tambores e peneiras); 
Aquisição de finos de carvão (moinha) através de doação pelas empresas reflorestadoras da região;
Aquisição de esterco bovino através de doação dos carroceiros
da região.
*
3ª ETAPA: disposição de Mão de obra.
Os trabalhos de compostagem serão realizados pelos coordenadores do projeto e estagiários (2) alunos do curso de Técnicos em Meio Ambiente;
O revolvimento do composto também será realizada por essa equipe, por escala a ser elaborada pelos coordenadores;
O recebimento dos resíduos, bem como os componentes para a compostagem se dará na portaria do estacionamento da UTRAMIG. 
4ª ETAPA: material técnico e didático.
Aquisição de aporte técnico didático para a realização dos trabalhos.
5ª ETAPA: elaboração do composto orgânico
Instalação de um Minhocário próximo ao local da compostagem;
Elaboração do composto orgânico obedecendo às normas técnicas;
Manutenção do composto até sua maturação;
Introdução do composto maturado no Minhocário para produção de húmus e garantia de qualidade do produto.
*
DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL DE PESSOAS
Treinamento e capacitação técnica de pessoas.
Buscar parcerias e investimentos com outras empresas.
CONFECÇÃO DE MANUAIS, CERTIFICADO ECOLÓGICO E RELATÓRIO TÉCNICO.
Confecção de manuais de compostagem;
Confecção de contrato de parceria ambiental sem fins lucrativos;
Análises físicas e químicas em laboratórios credenciados;
Relatório técnico do projeto;
Confecção de certificado de parceria ecológica a ser entregue aos patrocinadores.
DIVULGAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL.
Divulgação na UTRAMIG e empresas parceiras.
Conservação dos mananciais e do Cerrado, evitando-se contaminação do meio e alterações no sistema natural.
PRODUTO FINAL E ENTREGA AOS PATROCINADORES.
Ensacamento após a maturação final do composto denominado adubo orgânico.
Distribuição do adubo orgânico aos patrocinadores;
Entrega em solenidade de certificado de parceria ecológica expedida pela UTRAMIG;
*
6 - DA GARANTIA DA QUALIDADE DO ADUBO ORGÂNICO
O adubo orgânico após a maturação será depositado no Minhocário onde sofrerá o teste de qualidade atestado pela proliferação de minhocas. Este teste é o melhor indicador biológico de qualidade do composto produzido. As minhocas, vermes sensíveis a produtos contaminados ou de baixa fertilidade farão parte do processo final de qualificar nosso produto. A ação das minhocas sobre a matéria orgânica é mais mecânica que biológica; o revolvimento e a aeração do composto, bem como a trituração das partículas orgânicas que passam pelo trato digestivo desses animais é um processo puramente mecânico. O efeito bioquímico está na decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos existentes no intestino das minhocas, de onde os resíduos saem mais ricos em nutrientes e mais assimiláveis pelas plantas (MOTTER et al.,1987). Quando a minhoca abre suas galerias no solo, ela não só abre a passagem como engole a terra com todo o seu conteúdo (raízes mortas, restos de animais e vegetais, bactérias e outros microrganismos do solo e grãos de areia). Essa massa orgânica, ao passar pela faringe, é umedecida por secreções salivares e, a seguir, neutralizada pelas secreções das glândulas calcíferas do esôfago, antes de serem armazenadas no estômago, que precede a moela. 
*
Na moela os alimentos são esmagados para posterior digestão no intestino; a areia e outras partículas minerais atuam como um moinho de pedra na moela, transformando o alimento em uma massa homogênea e semi-líquida. O processo de digestão dos alimentos no tubo digestivo, cujas secreções contêm enzimas que desdobram os carboidratos, as proteínas, as gorduras e até mesmo a celulose, tem seqüência no longo e reto canal do intestino. É no intestino, na sua posição terminal, que se dá a adsorção dos princípios nutritivos necessários a alimentação das minhocas. No final do intestino, os restos orgânicos que não foram digeridos, bem como os que não foram assimilados, são expelidos, junto com as partículas de terra, na forma de um composto orgânico rico em nutrientes, de fácil assimilação pelas plantas (ROSSI e SHIMODA, 1996).
O dois produtos finais desse projeto – o composto orgânico e o húmus serão avaliados quimicamente após a coleta de amostragem, em laboratório especializados informando seus compostos e seus níveis de concentração. 
 
*
7 - RESULTADOS PREVISTOS
Ao fim do projeto, espera-se alcançar os seguintes resultados:
Produção de adubos orgânicos maturados e prontos para aplicação na agricultura;
Aquisição de duzentos exemplares de livros didáticos para o UTRAMIG;
Treinamento e capacitação de pessoas, entidades e empresas na produção de compostagem orgânica;
8 - ORÇAMENTO E GASTOS COM PROJETO
Este projeto tem bases bastantes simples que não necessitam de muitos recursos financeiros do UTRAMIG e das empresas parceiras.
9 - LIVROS A SEREM DOADOS PELOS PATROCINADORES
A relação de livros didáticos a serem adquiridos pelo UTRAMIG através de doação das empresas e entidades patrocinadoras do projeto, estará anexada ao Contrato de Parceria Ambiental. 
*
Material orgânico (estopas de algodão, papelão e panos)
Todo o material contaminado com derivados de petróleo. 
*
A turma animada com as ferramentas necessárias.
Enxada, pá, carrinho de mão, garfo de feno, balde 
*
È necessário uma área aberta para montar a compostagem.
*
1ª - Etapa => Reciclando o material – Devemos vistoriar o rejeito pois o mesmo pode conter materiais não orgânicos (pregos, parafusos, plásticos, etc).
*
Estopas sujas sempre traz material agregado e as vezes são inorgânicos.
*
Bem, após uma boa vistoria do rejeito estamos prontos para a compostagem..
*
2ª - etapa => Preparar a base, fazer uma camada com capim seco – facilitando a oxigenação e manter a umidade na base do composto.
*
3ª - etapa => colocar uma camada de estopa contaminada sobre a camada de capim.
*
4ª - etapa => colocar uma camada de esterco moído (passado na peneira)
*
5ª - etapa => após esparramar bem o esterco sobre as outras camadas, molhar bem com o regador (dez litros d’água).
*
6ª - etapa => cobrir o monte com outra camada de capim seco.
*
7ª - etapa => molhar novamente com dez litros de água.
*
8ª - etapa => fazer uma camada com a moinha de carvão.
*
9ª - etapa => espalhar bem a moinha de carvão sobre a camada de capim seco.
*
10ª - etapa => fazer uma nova camada de capim e molhar novamente.
*
11ª - etapa => mais uma camada de estopa suja e molhar bem. 
*
12ª - etapa => outra camada de esterco – esparramar bem sobre a estopa.
*
13ª - etapa => após espalhar bem, molhar com água sobre o composto. 
*
14ª - etapa => outra camada de capim seco e novamente molhar bem. 
*
15ª - etapa => outra camada de estopa contaminada – espalhar bem sobre o composto.
*
16ª - etapa => mais uma camada de esterco sobre a camada de estopa. 
*
17ª - etapa => outra camada de capim seco.
*
18ª - etapa => colocar mais uma camada de moinha de carvão e molhar.
*
19ª - etapa => mais uma camada de esterco moído e mais água. 
*
20ª - etapa => mais uma camada de capim seco e mais água.
*
As etapas iniciais de montagem da pilha ficaram prontos. 
*
Amanhã a pilha deverá ser molhada novamente para manter a umidade.
*
Esta pilha já tem 30 dias de montagem, a temperatura interna é bastante alta , sendo que o material começa a se desintegrar.
*
Este já é o composto pronto e está frio – Agora deve ser depositado no Minhocário para testar a qualidade do produto e para produção de húmus. 
*
Este é o minhocário com o composto adicionado e sofrendo a ação das minhocas. 
*
Repare que o berçário das minhocas deve ser coberto com um tipo de telhado. Nossas operárias precisão de um certo conforto para o trabalho. Excesso de chuva encharca o composto matando as minhocas. 
*
Aqui foi colocado uma tela plástica sobre o composto do minhocário para capturá-las para serem dispostas no outro berçário.
*
Este é o produto final => Adubo Orgânico <= Aprovado por quem mais entende de material orgânico decomposto => a minhoca. 
*
Este é o galpão onde é guardado o adubo orgânico pronto.
*
Neste Galpão estão guardados os componentes necessários para se fazer a compostagem. 
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando

Outros materiais