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APOSTILA MÓDULO 01 PARTE 2

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Prévia do material em texto

1  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 
TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS 
 
Apresentação 
Nos últimos anos, as bancas organizadoras de concursos 
públicos têm cobrado dos candidatos certas habilidades 
e certas competências linguísticas decorrentes do contato 
com os mais variados tipos e gêneros de textos. 
Este material aqui apresentado visa à aproximação do 
leitor com os conceitos mais importantes do universo da 
tipologia textual e dos variados gêneros. 
Para tanto, manteremos nosso foco nas tipologias e nos 
gêneros mais comuns em provas de concursos. Com isso, 
criaremos um escopo mais apropriado de análise. 
As informações contidas aqui são apenas uma “ponte” 
entre o leitor e as primeiras compreensões a respeito do 
assunto. Recomendamos, para uma apreensão mais pro-
funda dos conhecimentos relacionados, a leitura de obras 
de referência, que estão na composição da bibliografia 
utilizada para a elaboração deste material. 
Leiam tudo com muita atenção, resolvam os exercícios e 
muito bons estudos. 
Professor, Adeildo Júnior 
 
TIPOLOGIA E GÊNERO: QUAL A DIFERENÇA? 
Apesar de esses dois conceitos serem distintos, ainda há 
muita confusão que se faz em relação a ambos. 
A habilidade de compreender e identificar gêneros textu-
ais é recorrente em concursos, com uma frequência cada 
vez maior. Há, no entanto, os chamados tipos textuais, os 
quais são frequentemente confundidos com os gêneros. 
Isso tem induzido inúmeros candidatos a errarem suas 
análises e perderem suas questões. Vamos a partir de 
agora focar nas diferenças que existem entre esses dois 
conceitos para não errarmos em qualquer prova de qual-
quer concurso. 
É possível afirmar que a tipologia textual está relacio-
nada com a maneira como um texto é apresentado e ca-
racterizado, levando em consideração determinados tra-
ços linguísticos predominantes. Já o gênero textual exerce 
funções sociais específicas, as quais são pressentidas e 
vivenciadas pelos usuários da língua. Para uma primeira 
distinção, observe o quadro abaixo: 
 
1 São muitos realmente os gêneros textuais, porém neste es-
tudo vamos abordar apenas os gêneros que comumente apare-
cem em provas de concursos. 
TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS 
Os tipos textuais são ca-
racterizados por proprie-
dades linguísticas, como 
vocabulário, relações lógi-
cas, tempos verbais, cons-
truções frasais etc. 
 
São eles a narração, a ar-
gumentação, a descrição, 
a injunção e a exposição. 
 
Geralmente variam entre 
4 e 9 tipos. 
Possuem função comuni-
cativa e estão inseridos 
em um contexto cultural. 
 
Possuem um conjunto li-
mitado de características, 
que são determinadas de 
acordo com o estilo do au-
tor, conteúdo, composição 
e função. 
 
São infinitos os exemplos 
de gêneros: receita culi-
nária, blog, e-mail, lista 
de compras, bula de re-
médio, telefonema, carta 
comercial, carta argumen-
tativa etc.1 
 
Agora muitos podem se perguntar: por que é importante 
saber a diferença entre tipos e gêneros textuais? Saber as 
diferenças enumeradas no quadro acima é fundamental 
para a correta distinção e a perfeita análise dos tipos e 
gêneros textuais, pois as questões dos concursos exigem 
essa competência em perguntas diretas e indiretas e, 
quando conhecemos cada um desses elementos, fica 
muito mais fácil acertar as questões. Convém lembrar, 
ainda, que as habilidades decorrentes do conhecimento 
dessas diferenças afetam na qualidade da compreensão 
e da interpretação dos textos a que se tem acesso, pois 
compreender ou interpretar um texto depende também do 
reconhecimento das estruturas textuais. 
 
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
Como já sabemos, as tipologias textuais constituem cada 
uma um elemento textual maior, cujo alcance envolve ele-
mentos textuais específicos, os gêneros textuais. É nítida 
a relação de hiperonímia e de hiponímia entre essas ex-
pressões. 
Vamos agora nos ater aos quatro principais tipos textuais. 
Vamos conhecê-los em seu aspecto conceitual, uma vez 
que, sem o elemento conceitual claro, nenhuma outra 
análise terá fundamento. 
Tipo Narrativo 
Essa é a modalidade textual por meio da qual se conta a 
história de um fato ou de um episódio, que ocorreu num 
 
 
2  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 
determinado tempo e lugar, envolvendo certo número de 
personagens e contada por uma voz que participa ou não 
dos acontecimentos. De modo geral, refere-se a seres, ob-
jetos e ações do mundo real. Há uma relação temporal de 
anterioridade e posteridade. O tempo verbal predomi-
nante é o pretérito perfeito do modo indicativo. As narra-
ções nos cercam desde nossa infância, estão em nosso 
cotidiano, seja na modalidade oral, seja escrita. Os gêne-
ros narrativos que mais aparecem em provas de concur-
sos são a crônica, o conto e o romance (estes dois últimos 
em fragmentos). 
Tipo Descritivo 
Essa é a modalidade de texto em que se faz um retrato 
por escrito de um lugar, de uma pessoa, um animal, um 
objeto, ou ainda de uma cena. A classe de palavras mais 
utilizada nessa produção é, sem dúvida, o adjetivo por 
causa de sua função caracterizadora. O tempo verbal pre-
dominante é o pretérito imperfeito do indicativo, porque 
permite localizar seres, objetos e ações no espaço. Numa 
abordagem mais abstrata, pode-se inclusive descrever 
sensações e emoções. Não há relação entre anterioridade 
e posteridade. É um tipo textual que se agrega facilmente 
à narração, à argumentação, à injunção e à exposição, 
funcionando como excelente apoio semântico ou estraté-
gia argumentativa. Não é comum aparecer em provas de 
concursos, mas, quando ocorre, aparece como fragmento 
de texto narrativo maior. 
 
Tipo Injuntivo ou Instrucional 
Esse é o tipo textual por meio do qual se indica como rea-
lizar uma ação. Pela sua própria finalidade, utiliza uma 
linguagem objetiva e simples. Os verbos aparecem, na 
maioria, empregados no modo imperativo, mas é possível 
notar também o uso do infinitivo e do futuro do presente, 
do modo indicativo. Raramente ocorrem em provas de 
concursos. 
Tipo Dissertativo 
O ato de dissertar envolve a ação de desenvolver ou ex-
plicar um assunto, é, enfim, discorrer sobre ele. Agora, de-
pendendo da intencionalidade do interlocutor, esse tipo 
de subdivide em duas modalidades: a argumentativa e a 
expositiva. 
Dissertação-expositiva 
Apresenta um saber já constituído e legitimado, ou 
mesmo um saber teórico. Traz informações sobre assun-
tos variados, expõe, reflete, explica, avalia tudo, de modo 
objetivo. Aqui, apenas se expõe a ideia, sem outra inten-
ção que não seja informar o leitor. Faz uso de linguagem 
denotativa, com função de linguagem predominante-
mente referencial. Predomina o tempo verbal presente e 
empregado em primeira pessoa do plural ou em terceira 
pessoa com o pronome “se”. Comumente aparece nas 
provas de concursos. Pertencem a essa categoria textual 
textos didáticos, resumos, testos científicos, textos enciclo-
pédicos, notícias e reportagens etc. 
Dissertação-argumentativa 
Essa é, sem dúvida, a modalidade textual mais comum 
em provas de concursos. Um texto dissertativo-argumen-
tativo apresenta um ponto de vista (opinião, tese) de um 
autor fundamentado em uma argumentação. Aqui, o texto 
vai além da explicação. Também persuade o leitor, ten-
tando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progres-
são lógica das ideias. Utiliza predominantemente lingua-
gem denotativa, com função referencial e conativa imbri-
cadas. Pertencem a essa modalidade textual o artigo de 
opinião, o editorial,a resenha crítica etc. 
 
A leitura inteligentemente conduzida aproxima o leitor das estruturas 
textuais, dos tipos e dos gêneros. 
Em síntese, observe o quadro a seguir. Nele haverá infor-
mações básicas sem as quais qualquer análise a posteri-
ori não se dará.
 
 
3  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 
 
Tipo textual Objetivo Ação temporal Ação pessoal Macroestrutura Exemplos 
Disserta-
tivo 
Argumentativo 
Convencer, nego-
ciar 
Progressão lógica Argumentador 
Tese, antítese, sín-
tese 
Artigo de opinião e 
Editorial 
Expositivo Informar, expor Progressão lógica Expositor 
Informações factu-
ais 
Reportagem e Notí-
cia 
Narrativo Relatar, narrar Dinâmica Narrador 
Situação inicial, 
conflito, situação fi-
nal 
Relato, Crônica, 
Conto 
Descritivo 
Identificar, qualifi-
car 
Estática Observador Características Informe publicitário 
Injuntivo Instruir, ensinar Estática Orientador 
Normas, regras, ins-
truções 
Manual, Bula, Texto 
didático 
GÊNEROS TEXTUAIS 
 
O Artigo de Opinião 
É comum encontrar circulando nas rádios, nas TVs, nas 
redes sociais, nas revistas e jornais, temas polêmicos que 
exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores 
ou leitores. Por isso, o autor geralmente apresenta seu 
ponto de vista sobre o tema em questão através do gênero 
artigo de opinião. 
Nos gêneros dissertativos-argumentativos, o autor geral-
mente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, 
para isso, apresenta opiniões fundamentadas em argu-
mentos, que consistem em cinco tipos: argumentos base-
ados em provas concretas, argumentos baseados no raci-
ocínio lógico, argumentos baseados no consenso, argu-
mentos baseados na competência linguística e argumen-
tos de autoridade. 
São consideradas provas concretas fatos (sociais ou his-
tóricos), cifras, estatísticas, resultados de pesquisas, pe-
riódicos, publicações. 
O Editorial 
Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo 
expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe 
de redação, sem a obrigação de se ater a nenhuma 
imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes 
jornais reservam um espaço predeterminado para os 
editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras 
páginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais são 
normalmente demarcados com uma borda ou tipologia 
diferente para marcar claramente que aquele texto é 
opinativo, e não informativo. Editoriais maiores e mais 
analíticos são chamados de artigos de fundo. 
 O profissional da redação encarregado de redigir 
os editoriais é chamado de editorialista. Na chamada 
"grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é, 
nunca são assinados por ninguém em particular. 
 A opinião de um veículo, entretanto, não é 
expressada exclusivamente nos editoriais, mas também 
na forma como organiza os assuntos publicados, pela 
qualidade e quantidade que atribui a cada um (no 
processo de Edição jornalística). Em casos em que as 
próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga 
opinativa forte, mas não chegam a ser separados como 
editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião. 
A Notícia 
Notícia é um gênero textual, a sua principal finalidade é 
deixar o leitor e expectador informados. A notícia é cons-
tituída de: manchete, título auxiliar, lide e o texto em si. 
Ao estabelecermos familiaridade com o assunto em ques-
tão, este nos faz acreditar que sem nenhuma dúvida os 
gêneros se encontram presentes nas diversas situações 
que permeiam nosso cotidiano. Eis que estamos frente a 
uma delas, pois comumente assistimos às notícias, sejam 
elas retratadas por jornais impressos, transmitidas ao 
vivo pelos meios de comunicação e até mesmo divulga-
das em meio eletrônico, razão pela qual integram os cha-
mados gêneros do meio jornalístico. 
Em se tratando de suas características, torna-se relevante 
mencionar que a notícia, assim como os demais gêneros, 
possui uma finalidade proferida pelo discurso. Assim 
sendo, o objetivo principal que a ela se atribui é o de tão 
somente deixar o leitor/expectador informado acerca dos 
fatos que norteiam a sociedade. Outro aspecto relevante 
é que o emissor (no caso, quem a transmite) mesmo sendo 
alguém dotado de opiniões próprias, precisa manter-se 
imparcial o tempo todo – motivo pelo qual a objetividade 
representa um de seus traços peculiares, senão o princi-
pal. 
Pontuados alguns aspectos dignos de nota, resta-nos co-
nhecer a maneira pela qual a notícia se constitui, tendo 
em vista que também representa suas partes elementa-
res. Dessa forma, vejamos: 
 
 
4  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 
* Manchete ou título principal – Com vistas a despertar o 
interesse do receptor, apresenta-se de forma bastante evi-
dente, geralmente grafada (o) em letras garrafais ou até 
mesmo numa dimensão maior que o restante do texto. 
* Título auxiliar – Como bem nos retrata o adjetivo “auxi-
liar” tem por objetivo acrescentar informações adicionais 
às já expressas pela manchete, tornando-a ainda mais 
atrativa. 
* Lide (termo oriundo do inglês lead) – Este corresponde 
ao primeiro parágrafo. Normalmente revela alguns ele-
mentos fundamentais que viabilizam o perfeito entendi-
mento do discurso, sempre procurando responder a per-
guntas básicas, tais como: onde aconteceu o fato? Com 
quem? Como? Quando? Por quê? O que ocorreu? 
* Corpo ou texto da notícia – compreende o discurso pro-
priamente dito, revelando de forma detalhada o fato ex-
posto. 
A Reportagem 
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geral-
mente costuma estabelecer conexões com o fato central, 
anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desen-
volve-se a narrativa do fato principal, ampliada e com-
posta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoi-
mentos, dados estatísticos, pequenos resumos, dentre ou-
tros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo 
texto jornalístico. 
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor vá-
rias versões para um mesmo fato, informando-o, orien-
tando-o e contribuindo para formar sua opinião. 
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâ-
mica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado 
nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza 
como uma linguagem acessível a todos os públicos, mas 
pode variar de formal para mais informal dependendo do 
público a que se destina. Embora seja impessoal, às ve-
zes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fa-
tos ou sua interpretação. 
Para se produzir uma boa reportagem, é fundamental que 
o repórter ouça todas as versões de um fato, a fim de que 
a verdade apurada seja realmente a verdade que possa 
ser comprovada, não aquela que se imagina que é a ver-
dade. 
OBSERVAÇÃO: diferenças entre os gêneros reportagem 
e notícia 
Os gêneros textuais do universo jornalístico podem ser di-
vididos em dois grandes grupos: os gêneros do jornalismo 
opinativo e os gêneros do jornalismo informativo. 
De acordo com essa divisão, a reportagem enquadra-se 
entre os textos do jornalismo opinativo, enquanto a notícia 
está entre os textos do jornalismo informativo; 
A notícia tem como objetivo principal narrar acontecimen-
tos pontuais, ou seja, fatos do cotidiano; a reportagem ex-
trapola os limites da notícia, pois não tem como única fi-
nalidade noticiar algo; 
Muitos teóricos da comunicação não estabelecem relação 
entre a notícia e a reportagem, pois veem esse segundo 
gênero como um gênero autônomo, isto é, desvinculado 
dos parâmetros que regem a notícia. Enquanto a notícia 
informa sobre temas do momento, a reportagem trata de 
um fenômeno social ou político, acontecimentos produzi-
dos no espaço público e que são de interesse geral. 
A reportagem apresenta elementos quenão são encontra-
dos na notícia: 
Emprego do discurso direto e do discurso indireto: Na no-
tícia, o discurso predominante é o indireto, enquanto na 
reportagem os dois tipos de discurso mesclam-se para 
melhor construir os significados do texto; 
Polifonia: No gênero textual notícia, a única voz presente 
é a do repórter. Na reportagem, é comum encontrarmos o 
recurso da polifonia, pois nesse gênero existem elementos 
como entrevistas com testemunhas e/ou especialistas. Es-
ses elementos permitem que o jornalista, ao apresentar 
outras vozes no texto, isente-se da apresentação dos fa-
tos; 
A reportagem é assinada pelo repórter, a notícia, não. 
Isso acontece porque a reportagem é construída a partir 
de um ângulo pessoal, com contornos narrativos bem 
marcados, enquanto a notícia é objetiva e imparcial; 
Meios de divulgação: A reportagem é mais frequente em 
revistas e em edições específicas de jornais (geralmente 
publicadas nas edições de finais de semana). Isso acon-
tece porque o gênero textual reportagem apresenta uma 
estrutura textual mais complexa, fruto de uma investiga-
ção minuciosa do jornalista. 
A Crônica 
A crônica é uma forma textual no estilo de narração que 
tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. 
Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor in-
terage com os acontecimentos e por muitas vezes se iden-
tifica com as ações tomadas pelas personagens. 
 
Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presen-
tes em jornais, revistas e livros. Além do mais, é uma lei-
tura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pes-
soa e aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem 
 
 
5  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 
em uma conversa informal, o cronista tende a dialogar so-
bre fatos até mesmo íntimos com o leitor. 
O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna 
ainda mais próximo de todo tipo de leitor e de pratica-
mente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso da 
linguagem coloquial demonstrada na fala das persona-
gens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o 
que se passa estão presentes nas crônicas. 
Como exposto acima, há vários motivos que levam os lei-
tores a gostar das crônicas, mas e se você fosse escrever 
uma, o que seria necessário? Vejamos de forma esque-
matizada as características da crônica: narração curta; 
descreve fatos da vida cotidiana; pode ter caráter humo-
rístico, crítico, satírico e/ou irônico; possui personagens 
comuns; segue um tempo cronológico determinado; uso 
da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das 
personagens; linguagem simples. 
Portanto, se você não gosta ou sente dificuldades de ler, 
a crônica é uma dica interessante, pois possui todos os 
requisitos necessários para tornar a leitura um hábito 
agradável. 
 
Alguns cronistas (veteranos e mais recentes) são que mais 
têm seus textos apresentados em provas de concursos são 
Fernando Sabino, Rubem Braga, Luís Fernando Verís-
simo, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, 
Fernando Ernesto Baggio, Lygia Fagundes Telles, Ma-
chado de Assis, Moacyr Scliar, Rubem Alves e Lya Luft. 
O Conto 
O conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um 
universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia 
ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto 
apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e en-
redo. 
 
Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pe-
quena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o 
conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma histó-
ria e tem apenas um clímax. Num romance, a trama des-
dobra-se em conflitos secundários, o que não acontece 
com o conto. O conto é conciso. 
Grande flexibilidade 
Por outro lado, o conto é um gênero literário que apre-
senta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar 
da poesia e da crônica. Os historiadores afirmam que os 
ancestrais do conto são o mito, a lenda, a parábola, o 
conto de fadas e mesmo a anedota. 
O primeiro passo para a compreensão de um conto é fa-
zer uma leitura corrida do texto, do começo ao fim. Atra-
vés dela verificamos a extensão do conto, a quantidade 
de parágrafos, as linhas gerais da história, a linguagem 
empregada pelo autor. Enfim, pegamos o "tom" do texto. 
Primeiros passos 
Podemos perguntar também: Quem é o autor do texto? 
Seja na internet, numa enciclopédia ou mesmo nos livros 
didáticos, é bom fazer uma pesquisa sobre o autor do 
conto, conhecer um pouco sua biografia. É um autor con-
temporâneo ou mais antigo? É um autor brasileiro ou es-
trangeiro? 
 
O conto quase nunca é publicado isoladamente. Geral-
mente ele faz parte de uma obra maior. Por exemplo, o 
conto "Uma Galinha", de Clarice Lispector, faz parte do 
livro "Laços de Família". 
Seguindo adiante 
Depois dessas primeiras informações, podemos fazer 
uma leitura mais atenta do conto: elucidar vocábulos e ex-
pressões desconhecidas, esclarecer alusões e referências 
contidas no texto. Também podemos pensar no título do 
conto. Porque o autor escolheu este título? Este esforço de 
compreensão qualifica - e muito - a leitura. Torna o leitor 
mais sensível, mais esperto. 
O passo seguinte é fazer a análise do texto. No momento 
da análise o leitor tem contato com as estruturas da obra, 
com a sua composição, com a sua organização interna. 
Para analisar o texto, é bom observar alguns aspectos da 
sua composição. Algumas perguntas são muito importan-
tes: Quem? O que? Quando? Onde? Como? 
Formular as perguntas e obter as respostas ajuda a co-
nhecer o conto por dentro: Quais são os personagens prin-
cipais? O que acontece na história? Em que tempo e em 
que lugar se passa a história narrada? E algo bem impor-
tante: Quem narra? De que jeito? O narrador conta de 
fora ou ele também é um dos personagens? 
Depois dessa análise, fica mais fácil interpretar a obra. Já 
temos uma base para comentar, comparar, atribuir valor, 
julgar. Nossa leitura está mais fundamentada. Fica mais 
fácil responder à pergunta: O que você achou do conto? 
 
 
Exercícios 
1) Qual a tipologia textual do trecho apresentado 
abaixo? 
Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma con-
versa séria. Era uma manhã de domingo, o dia estava 
claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a 
 
 
6  professor@adeildojunior.com.br 98 9 8197 8782 
situação do pai, que não tinha no momento condição de 
colocá-los em uma escola melhor. 
a) dissertação subjetiva 
b) descrição 
c) narração com alguns traços descritivos 
d) dissertação objetiva com alguns traços descritivos 
e) narração com alguns traços dissertativos 
 
2) Assinale o trecho com características dissertativas. 
a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-
claro. 
b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui. 
c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco. 
d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas 
duas calçadas. 
e) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conse-
guimos resolver os problemas. 
 
3) Marque o texto com características narrativas. 
a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil 
continuará sem rumo. 
b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a 
explosão. 
c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasi-
leira. 
d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na 
parte de cima. 
e) A inteligência humana deve ser usada para o bem. 
 
4) Assinale a frase que não possui coesão textual. 
a) Ainda que gritassem, ninguém atenderia. 
b) Parou cedo de estudar; está, pois, com dificuldades no 
mercado de trabalho. 
c) Não obstante ter domínio do inglês e do alemão, foi 
contratado imediatamente. 
d) Mal cheguei, fui apresentado ao pesquisador. 
e) Conquanto fale muito, jamais me perturbou. 
 
5) Assinale o erro na mudança de discurso. 
a) - Fale mais alto,exigiu o professor. 
 O professor exigiu que fale mais alto. 
b) Disse o funcionário: - Estou no banheiro. 
 O funcionário disse que estava no banheiro. 
c) - Lerei o estatuto, garantiu o associado. 
 O associado garantiu que leria o estatuto. 
d O passageiro pediu que eu por favor o ajudasse. 
 - Ajude, por favor, pediu-me o passageiro. 
e) O homem falou que estivera fora por mais de quinze 
anos. 
 O homem falou: - Estive fora por mais de quinze anos. 
 
 
6) Assinale a afirmativa errada. 
a) Na dissertação, o centro é a ideia. 
b) No discurso direto é empregado um verbo de elocução. 
c) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre. 
d) O texto descritivo está centrado no objeto. 
e) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à 
terceira pessoa. 
 
7) Assinale a afirmativa errada. 
a) O texto dissertativo divide-se cm introdução, desenvol-
vimento e conclusão. 
b) O trecho seguinte não apresenta coesão textual: A não 
ser que estudes, serás reprovado no concurso. 
c) O texto narrativo tem como base o fato. 
d) Falta de coerência é o mesmo que falta de lógica. 
e) Um texto pode ser narrativo e apresentar elementos 
descritivos. 
 
8) Marque a afirmação correta em relação ao texto 
abaixo: 
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos 
alguns instantes, mudos, inconsoláveis. Indaguei de Vir-
gília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim 
desse tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, em-
palideceu muito e fechou-a com a mão trêmula”. (Ma-
chado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
a) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos. 
b) Não se trata de texto narrativo, pois não há persona-
gens. 
c) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos. 
d) O texto não apresenta personagem-narrador. 
e) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço disserta-
tivo. 
 
9) Assinale a alternativa que apresenta trecho com dis-
curso indireto livre. 
a) - Pegue o brinquedo, disse a mãe. 
b) O homem saiu tarde. Será que vou conseguir? Àquela 
hora seus familiares já estavam preocupados. 
c) Todos garantiram que fariam o melhor possível. 
d) Ela indagou na recepção como deveria se vestir. 
e) Afirmou, de modo a não deixar dúvidas: - Já corrigi as 
provas 
 
10) (AFTN) Indique a opção que completa com coerência 
e coesão o trecho abaixo (extraído do Manifesto dos “Pi-
oneiros da Educação Nova”). 
Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobre-
leva em importância e gravidade ao da educação. Nem 
mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a pri-
mazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a 
evolução orgânica do sistema cultural de um país de-
pende de suas condições econômicas, 
a) subordina-se o problema pedagógico à questão maior 
da filosofia da educação e dos fins a que devem se propor 
as escolas em todos os níveis de ensino; 
b) é impossível desenvolver as forças econômicas ou de 
produção sem o preparo intensivo das forças naturais; 
c) são elas as reais condutoras do processo histórico de 
arregimentação das forças de renovação nacional; 
d) o entrelaçamento das reformas econômicas e educaci-
onais constitui fator de somenos relevância para o soer-
guimento da cultura nacional; 
e) às quais se associam os projetos de reorganização do 
sistema educacional com vistas à renovação cultural da 
sociedade brasileira. 
 
 
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TEXTO – A FLOR DO GEÓGRAFO 
Dom Marcos Barbosa O.S.B. 
 
 (...) “Voltara Desfontaines a São Paulo, onde havia es-
tado anteriormente e morara algum tempo. Tendo contra-
tado um carro para levá-lo não sei onde, reconheceu, ao 
passar, o sítio da sua antiga casa. 
Pediu ao chofer que parasse, saltou, foi redescobrir a fa-
chada que lhe sorriu entre as outras, e em cujas janelas 
viu aparecerem a mulher e as filhas ausentes, mais moça 
aquela, menos crescidas estas... Viu-se a si mesmo como 
era, como fora, como havia sido. Até que, caindo em si – 
ou antes caindo de si – deu com o automóvel que largo 
tempo o esperava. 
 Subiu depressa ao carro, bateu a porta, pediu ao cho-
fer que corresse. Quando chegou, atrasado, ao término 
da viagem e perguntou o preço, viu com surpresa que o 
chofer pedia o mesmo que antes haviam combinado. 
 – Mas (protestou Desfontaines) o senhor esteve parado 
muito tempo; não quero causar-lhe prejuízo! 
 E foi então que o chofer disse lentamente a sua frase, 
a sua flor: “Saudades não se pagam...” 
 
11) Os parágrafos do texto acima exemplificam um 
modo de organização discursiva caracterizado como: 
a) argumentativo; b) informativo; 
c) expositivo; d) descritivo; 
e) narrativo. 
 
12) Assinale a alternativa correta quanto à classifica-
ção dos modos de organização discursiva predominan-
tes nos textos abaixo. 
a) Descritivo - Uma vez, dois homens saíram na Semana 
Santa para caçar tatu. Quando eles estavam cavando o 
buraco, um tatu apareceu e falou pra eles: – Isso tudo é 
vontade de comer carne? (Antônio Henrique Weitzel) 
b) Narrativo - A aventura pode ser louca, mas o aventu-
reiro tem de ser lúcido! (Chesterton) 
c) Dissertativo - De repente entrou aquele bruto crioulo. 
Tinha quase dois metros de altura, era forte como um 
touro, e caminhava no mais autêntico estilo de malandra-
gem carioca. Ladeado por duas mulheres imobilizadas 
por uma chave-de-braço cada uma, caminhou calma-
mente até o centro da sala, enquanto as duas faziam o 
maior banzé, sem que ele tomasse o menor conhecimento. 
A que estava presa na canhota era meio puxada para o 
sarará e chamava-o, com notável regularidade, de “vaga-
bundo”, “crioulo ordinário”, “home safado” e outros adje-
tivos da mesma qualidade. A que estava presa pelo lado 
direito tinha chave de braço apertada pouquinha coisa 
(devia ser mais presepeira) e, por isso, estava meio tom-
bada para a frente. Dava as suas impressões sobre o cri-
oulo com menos frequência, mas em compensação, 
quando abria a boca, berrava mais alto que a sarará. 
Sua reivindicação era sempre a mesma: “Me larga, seu 
cachorro!” De tipo, era mulata e gordinha. (Stanislaw 
Ponte Preta) 
d) Descritivo - Um homem estava contando que estava 
indo pescar no rio Paraibuna e matou uma traíra tão 
grande, que quase não coube dentro do barco. Aí o outro 
falou: – Na minha fazenda tem um tacho tão grande que, 
quando alguém está mexendo o tacho e fala, do outro 
lado nem dá para escutar. Aí o pesquisador perguntou: – 
Mas pra que serve um tacho tão grande assim? O homem 
respondeu: – É pra fritar a traíra que você pescou! (Antô-
nio Henrique Weitzel) 
e) Dissertativo - Só há dois minutos importantes no des-
tino do homem: o minuto em que nasce e aquele em que 
morre. O resto são horas perdidas da vida. (Mário da 
Silva Brito) 
 
13) Os segmentos abaixo correspondem a uma tipologia 
textual. Assinale o segmento que é uma DISSERTAÇÃO. 
a) “Margarida tinha os olhos amendoados, uma pele de 
pêssego e um ar de tranquilidade que chamava atenção 
de todos.” 
b) “Era um dia abafadiço. A pobre cidade de São Luís do 
Maranhão parecia entorpecida pelo calor. Quase não se 
podia sair à rua: as pedras escaldavam; as vidraças e os 
lampiões faiscavam ao sol como enormes diamantes.” 
c) “Era um pajé velho, acocorado perto de uma choça, tira 
baforadas de um longo e primitivo cachimbo, uma velha 
gorda e suja dorme em uma desfiada rede de embira fina 
...” 
d) “... as folhas das árvores nem se mexiam; as carroças 
de água passavam ruidosamente a todo instante, aba-
lando os prédios; e os aguadeiros, em manga de camisa 
e pernas arregaçadas, invadiam sem-cerimônia as casas 
para encher as banheiras e os potes”. 
e) “A inconsequência do motorista brasileiro está atin-
gindo níveis intoleráveis. Em Santa Catarina, a situação 
não difere muito do restante do País, comose pode depre-
ender das últimas informações divulgadas pelo Departa-
mento de Trânsito, segundo as quais a embriaguez é a 
causa de cerca de 90% das apreensões de Carteiras Na-
cionais de Habilitação no Estado...” 
 
 
 
 
 
 
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FUNÇÕES DE LINGUAGEM 
Para a comunicação existir, é necessária a presença de seis fato-
res fundamentais: o emissor, o receptor, a mensagem, o canal, o 
contexto e o código. Deve-se observar, porém, que, na comunica-
ção, nem sempre se priorizam esses seis itens com a mesma pro-
porção, pois, dependendo do objetivo proposto, da intenção co-
municativa, o autor enfatizará um dos elementos da comunicação. 
 Ao se expressar, há sempre uma intenção em mente. 
Assim, diz-se que a linguagem tem diversas funções e cada uma 
delas corresponde a um elemento da comunicação. São seis es-
sas funções, a saber: expressiva ou emotiva; conativa ou apela-
tiva; poética; fática; metalinguística e referencial. 
 
Observe agora as sínteses apresentadas no quadro a se-
guir: 
Função Emotiva 
ou Expressiva 
É a centrada no emissor; a linguagem é 
subjetiva e há emprego da primeira pes-
soa (verbos e pronomes). A interjeição é 
típica dessa função que é usada com a 
intenção de manifestar emoções e senti-
mentos. 
Características 
Evidência as emoções, sentimentos e 
pensamentos do sujeito que está se ex-
pressando; 
Marcas que indicam individualidade, 
subjetividade; 
Uso excessivo de pronomes na primeira 
pessoa do singular (eu, me, minha); 
Presença de interjeições. 
Função Cona-
tiva ou Apela-
tiva 
A função conativa foca-se no receptor, 
ou seja, no indivíduo que recebe a men-
sagem, tentando convencê-lo afazer 
algo. Ela é muito utilizada na publici-
dade, cujos anúncios e comerciais pro-
curam levar o receptor a consumir um 
produto ou uma ideia. Dessa maneira, é 
recorrente a presença de verbos no im-
perativo (“faça", "compre”, “coma”, 
“use”, “experimente” etc.), que podem 
expressar: ordem, pedido, súplica, con-
selho etc. 
 
Características 
Influenciar, convencer o receptor de al-
guma coisa por meio de uma ordem; 
Uso de vocativos; 
Sugestionar, convidar ou apelar (daí o 
nome da função); 
Os verbos costumam estar no imperativo 
(Compre! Faça!); 
Uso da 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode 
perder! Ele vai melhorar seu desempe-
nho. 
Função Fática 
A função fática está centrada no canal. 
Seu principal propósito é testar se o ca-
nal que transmite a mensagem está fun-
cionando bem ou, então, simplesmente 
iniciar uma comunicação, prolongá-la 
ou verificá-la. 
O objetivo dessa função é estabelecer 
uma relação com o emissor, um contato 
para verificar se a mensagem está 
sendo transmitida ou para dilatar a con-
versa. 
Características 
Centralizada no canal, tendo como obje-
tivo prolongar ou não o contato com o 
receptor, ou testar a eficiência do canal; 
Uso de interjeições; 
Linguagem das falas telefônicas, sau-
dações e similares; Lugar comum, Sau-
dações, Comentários sobre o clima. 
Função Referen-
cial ou Denota-
tiva 
A função referencial foca o contexto da 
mensagem, ou seja, todas as informa-
ções relacionadas àquilo que está sendo 
abordado. Seu principal objetivo é trans-
mitir informações, por isso, a linguagem 
dos textos referenciais é objetiva e clara. 
A função referencial ocorre principal-
mente em textos de cunho científico e jor-
nalístico. 
Características 
Transmite uma informação objetiva; 
Expõe dados da realidade de modo ob-
jetivo, não faz comentários, nem avalia-
ção; 
O texto apresenta-se na terceira pessoa 
do singular ou plural, pois transmite im-
pessoalidade; 
A linguagem é denotativa, ou seja, não 
há possibilidades de outra interpretação 
além da que está exposta. 
Função Poética 
ou Conotativa 
A função poética foca-se na mensagem. 
O que importa nos textos poéticos é a 
própria mensagem, ou seja, a formata-
ção poética daquilo que será dito. Por 
isso, há um trabalho com o texto na esco-
lha do vocabulário, nas rimas, na sonori-
dade, nos efeitos de sentido. Assim, o 
mais importante não é o conteúdo, a in-
formação em si (o que se diz), mas sim 
COMO se diz, a forma do texto. 
Características 
O objetivo do emissor é expressar seus 
sentimentos através de textos que podem 
ser enfatizados por meio das formas das 
palavras, da sonoridade, do ritmo, além 
de elaborar novas possibilidades de 
combinações dos signos linguísticos. É 
 
 
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presente em textos literários, publicitá-
rios e em letras de música. 
Essa função da linguagem encontra-se, 
de modo geral, em textos literários, 
como: poemas, romances, contos, crôni-
cas, letras de música... Outro gênero tex-
tual que explora muito a função poética 
são as canções populares infantis. 
Função Metalin-
guística 
A função metalinguística é aquela que se 
foca no próprio código, ou seja, no instru-
mento utilizado para transmitir a mensa-
gem, seja ele verbal ou não verbal. 
A metalinguagem existe, então, quando 
um texto fala sobre o próprio texto, 
quando uma pintura reflete outra pin-
tura, quando um filme mostra imagens 
de outro filme, quando um poema fala 
sobre o fazer poético etc. Essa função 
está presente sempre que uma manifes-
tação da linguagem reflete sobre ela pró-
pria, portanto, é comum em dicionários, 
livros didáticos, dentre outros textos. 
Características 
É aquela centralizada no código, usando 
a linguagem para falar dela mesma. A 
poesia que fala da poesia, da sua função 
e do poeta, um texto que comenta outro 
texto. Principalmente os dicionários são 
repositórios de metalinguagem. Referên-
cia ao próprio código, Poesia sobre poe-
sia, Propaganda sobre propaganda... 
Assim podemos dizer que a linguagem 
não é aparente, ela depende de um con-
junto de fatores que permeiam os varia-
dos grupos sociais que compomos em 
nossa vida diária. 
 
CORRELAÇÕES ENTRE AS FUNÇÕES DE LINGUAGEM E OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
OBSERVAÇÃO: 
Atenção: em um texto, pode haver mais de uma função da linguagem (poética, emotiva e metalinguística, por exem-
plo), mas de acordo com o objetivo, com a intenção comunicativa, uma das funções será predominante. 
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem diária, usamos as palavras conforme as situações que nos são apre-
sentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase “Isso é um castelo de areia”, pode atribuir a ela sentido denotativo 
ou conotativo. Em sentido denotativo, é a construção feita na areia da praia em forma de castelo; em sentido conota-
tivo, ocorrência incerta, sem solidez. 
 
 
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EXERCÍCIOS 
TEXTO I 
Mulher Assassinada 
 
Policiais que faziam a ronda no centro da cidade encon-
traram, na madrugada de ontem, perto da Praça da Sé, o 
corpo de uma mulher aparentando 30 anos de idade. Se-
gundo depoimento de pessoas que trabalham em bares 
próximos, trata-se de uma prostituta conhecida como Poe 
Nenê. Ela foi assassinada a golpes de faca. A polícia des-
carta a hipótese de assalto, pois sua bolsa, com a carteira 
de dinheiro, foi encontrada junto ao corpo. O caso está 
sendo investigado pelo delegado do 2º distrito policial. 
Jornal da Cidade, 10 set. 2004 
 
TEXTO II 
Pequena Crônica Policial 
 
Jazia no chão, sem vida, 
E estava toda pintada! 
Nem a morte lhe emprestava 
A sua grave beleza... 
Com fria curiosidade, 
Vinha gente a espiar-lhe a cara, 
As fundas marcas da idade, 
Das canseiras, da bebida... 
[...] 
Sem nada saber da vida, 
De vícios ou de perigos, 
Sem nada saber de nada... 
Com sua trança comprida, 
Os seus sonhos de menina, 
Os seus sapatos antigos! 
Mário Quintana – Prosa & Verso 
 
01. Os textos I e II trazem certa semelhança entre si. O que 
háde semelhante nos textos acima? 
a) A temática. 
b) A organização da linguagem. 
c) A forma de abordagem ao tema. 
d) A intenção discursiva. 
e) O posicionamento do narrador diante a matéria 
narrada. 
 
02. Que aspectos distinguem os textos I e II, a partir da 
análise dos mesmos, considerando sua linguagem? 
a) denotação – função referencial (texto II). 
b) função poética – ênfase no assunto(texto II). 
c) criatividade linguística – função poética (texto II). 
d) ênfase na mensagem – função referencial (texto 
I). 
e) texto jornalístico – Ênfase no leitor (texto I). 
 
 
 
 
 
 
O texto abaixo será utilizado nas questões 3 e 4 
 
TEXTO III 
 
Vou lançar a teoria do poeta sórdido. 
Poeta sórdido: 
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. 
Vai um sujeito, 
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito 
bem engomada, e na primeira esquina passa um cami-
nhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de 
lama: 
É a vida. 
O poema deve ser como a nódoa no brim: 
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. 
Sei que a poesia é também orvalho. 
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as 
virgens cem por cento e as amadas que envelhecem sem 
maldade. 
Manuel Bandeira 
 
03. As funções de linguagem predominante no Texto III 
são: 
a) Poética e metalinguística. 
b) Conativa e referencial. 
c) Referencial e emotiva. 
d) Metalinguística e conativa. 
e) Emotiva e referencial. 
 
04. As funções de linguagem predominantes no texto 
acima se justificam pelos seguintes fatores. 
a) sentimentalismo e informatividade. 
b) metadiscursividade e interpelação ao leitor. 
c) informatividade e sentimentalismo. 
d) interpelação ao leitor e informatividade. 
e) criatividade linguística e metadiscursividade. 
 
05. Leia a estrofe abaixo: 
"Oh! ter vinte anos sem gozar de leve 
A ventura de uma alma de donzela! 
E sem na vida ter sentido nunca 
Na suave atração de um róseo corpo 
Meus olhos turvos se fechar de gozo! 
Álvares de Azevedo 
 
A presença da interjeição, as exclamações e a 1ª pessoa 
gramatical identificam no texto a função da linguagem: 
a) Poética. 
b) Conativa. 
c) Referencial. 
d) Metalinguística. 
e) Emotiva. 
 
06. Leia o texto e assinale a alternativa correta: 
 
A um passarinho 
Para que vieste 
Na minha janela 
Meter o nariz? 
 
 
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Se foi por um verso 
Não sou mais poeta 
Ando tão feliz! 
Se é para uma prosa 
Não sou Anchieta 
Nem venho de Assis 
Deixe-te de histórias 
Some-te daqui. 
Vinícius de Morais 
 
Quanto à análise do texto acima, pode-se afirmar que: 
a) A facilidade com que se pode reconstruir o fato 
narrado e as informações precisas veiculadas 
pelo texto provam a não existência de elementos 
ficcionais; a função de linguagem predominante 
é a referencial. 
b) No quinto verso, o próprio autor esclarece que seu 
texto não tem caráter poético, o que lhe confere a 
função metalinguística da linguagem. 
c) Apesar de escrito em versos, o texto acima não é 
literário, porque, nos dois últimos versos, o autor 
diz claramente não querer contar histórias, neles, 
ocorre a função apelativa ou conativa, própria da 
linguagem de propaganda. 
d) Embora haja referência a dados concretos da re-
alidade circundante, o texto é literário, uma vez 
que, a par de exemplos de função emotiva e co-
nativa, a criatividade linguística dá o tom do texto 
e confere a função poética como predominante. 
e) No sétimo verso, o próprio autor esclarece que seu 
texto não está escrito em prosa; é, portanto, um 
texto não literário. 
 
07. Leia o excerto abaixo extraído de uma suposta entre-
vista com Riobaldo, de Grande sertão: veredas. 
“Mire e veja o leitor e a leitora: se não houvesse Brasil, 
não haveria ‘Grande sertão: veredas’, não haveria Rio-
baldo. Deviam ter pensado que pelo menos para isso ser-
viu. E o resto é silêncio. Ou melhor, mais uma pergunta 
senhor Riobaldo. O que é silêncio? O senhor sabe o que 
o silêncio é? É a gente mesmo, demais”. 
Alberto Pompeu de Toledo, Veja. 
 
Acima, predominam as seguintes funções da linguagem: 
a) Poética e fática. 
b) Conativa e metalinguística. 
c) Referencial e expressiva. 
d) Metalinguística e emotiva. 
e) Emotiva e poética. 
 
08. Assinale a alternativa que traz função fática: 
a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais 
têm linguagem comum." (Rose-Marie Muraro) 
b) "O discurso comporta duas partes, pois necessari-
amente importa indicar o assunto de que se trata, 
e em seguida a demonstração. (...) A primeira des-
tas operações é a exposição; a segunda, a prova." 
(Aristóteles) 
c) "Amigo Americano é um filme que conta a história 
de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia 
em que o marido suspeita estar sofrendo de cân-
cer." 
d) "Se um dia você for embora 
Ria se teu coração pedir 
Chore se teu coração mandar." 
(Danilo Caymmi & Ana Terra) 
e) "Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? 
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no fu-
turo e você? 
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tran-
quilo..." 
(Paulinho da Viola) 
 
 
09. Marque a opção que encerra uma frase cujos princi-
pais focos da argumentação sejam, a um só tempo, o 
emissor e a mensagem: 
a) "Volta, vem viver outra vez ao meu lado" 
(Lupiscínio Rodrigues) 
b) "Da primeira vez que me assassinaram, 
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha" 
(Mário Quintana) 
c) "Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica, Mas 
atravessa a noite, a madrugada, o dia Atravessou 
minha vida, Virou só sentimento" 
(Manuel Bandeira) 
d) "Vaias e aplausos marcaram a passagem do pre-
sidente Lula pelo Fórum Social Mundial, evento 
no qual costumava ser ovacionado" (O Globo - 28 
de janeiro de 2005). 
e) "Lembrando B. Russel: para todo problema com-
plicado há uma solução simples, rápida, de baixo 
custo e... errada" (Gilberto C. Leifert). 
 
10. Leia atentamente o texto abaixo: 
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desen-
volvem os seres vivos, se divide em unidades menores 
chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um 
deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos me-
canismos que regulam o número de organismos dentro 
dele, controlando sua reprodução, crescimento e migra-
ções. 
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1995. 
 
Predomina no texto a função da linguagem 
a) referencial, porque o texto trata de noções e infor-
mações conceituais. 
b) conativa, porque o texto procura orientar compor-
tamentos do leitor. 
c) poética, porque o texto chama a atenção para os 
recursos de linguagem. 
d) fática, porque o texto testa o funcionamento do ca-
nal de comunicação. 
e) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento 
em relação à ecologia. 
 
 
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FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
Como já sabemos, podemos manifestar a linguagem de 
duas formas bem distintas: sob a ótica da denotação ou 
sob a ótica da conotação. Esta última será explorada com 
mais detalhes a partir de agora com o estudo dos elemen-
tos que configuram uma linguagem conotativa, isto é, 
uma linguagem figurada: as figuras de linguagem. Va-
mos concentrar este estudo nas figuras de linguagem 
mais importantes para efeito de concurso público. 
 
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO 
 
ELIPSE: significa a omissão de algum termo ou palavra 
de um enunciado. 
 
Ex.1: Na sala, bons alunos. (Ocorreu a omissão do verbo 
há) 
 
Ex.2: Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração 
inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que quisesse]. 
 
ZEUGMA: omissão de um termo que já apareceu antes. 
 
Ex.: O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O 
meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano / Meu maestro 
soberano” (Chico Buarque – Omissãode “era”) 
 
PLEONASMO: é a reiteração, a repetição, o reforço de 
uma ideia já expressa por alguma palavra, termo ou ex-
pressão. 
 
Ex.1: Vamos sair para fora. (se é sair, obviamente é para 
fora). 
 
Ex.2: Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se 
é subir, obviamente é para cima). 
 
Ex.3: "Eu nasci há dez mil anos atrás" (se é há, só pode ser 
atrás). 
 
Ex.4: A mim, você não me engana (o verbo enganar tem 
dois complementos – a mim e me; eis um caso de objeto 
pleonástico). 
 
INVERSÃO: mudança da ordem natural de termos num 
enunciado, a fim de conferir-lhe especiais efeitos e refor-
ços de sentido. 
 
Ex.1: Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria 
Eu nunca conheci sua mãe). 
 
Ex.2: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um 
povo heroico o brado retumbante, / E o sol da liberdade, 
em raios fúlgidos, / Brilhou no céu da pátria nesse ins-
tante. 
 
ASSÍNDETO: vem do grego, “syndeton”, que significa 
conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas 
(aquelas que ligam orações ou termos coordenados, in-
dependentes) no encadeamento dos enunciados. 
 
Ex.1: Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espir-
rava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção al-
guma para ligar as orações). 
 
Ex.2: Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não 
apareceu conjunção alguma para ligar os termos que 
complementam o verbo ter). 
 
POLISSÍNDETO: é a repetição das conjunções coordena-
tivas (principalmente as aditivas E e NEM), com o fim de 
incutir no discurso a noção de movimento, rapidez e ritmo. 
 
Ex.1: E onde não queres nada, nada falta, / E onde voas 
bem alta eu sou o chão / E onde pisas no chão minha 
alma salta / E ganha liberdade na amplidão. Caetano Ve-
loso. O quereres – foi repetida a conjunção coordenativa 
aditiva e). 
 
Ex.2: Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem 
perdão (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva 
nem). 
 
ANACOLUTO: é a quebra da sequência sintática de uma 
frase. É como se o escritor de repente decidisse mudar de 
ideia, alterando a estrutura e o nexo sintáticos da oração. 
 
Ex.1: O José, sinceramente parece que ele está ficando 
louco (perceba que O José deveria ser sujeito de uma ora-
ção, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a 
quebra da sequência sintática esperada). 
 
Ex.2: Eu, poucas coisas me assustam.” Eu, parece-me que 
os exames não serão fáceis.” 
 
SILEPSE: concordância não com o que vem expresso, mas 
com o que se entende, com o que está implícito. A silepse 
pode ser: 
 
a) Silepse de gênero 
 
Ex.: Vossa Excelência, senhor prefeito, está preocupado. 
 
c) Silepse de pessoa 
 
Ex.: Os brasileiros precisamos defender a Amazônia. 
 
ANÁFORA: a anáfora é a repetição de uma palavra em 
intervalos regulares, no início de versos ou frases. 
 
“Quando não tinha nada eu quis 
Quando tudo era ausência esperei 
Quando tive frio tremi 
Quando tive coragem liguei 
 
Quando chegou carta abri 
Quando ouvi Prince dancei 
 
 
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Quando o olho brilhou, entendi 
Quando criei asas, voei 
 
Quando me chamou eu vim 
Quando dei por mim tava aqui 
Quando lhe achei, me perdi 
Quando vi você, me apaixonei” 
 
(Daniela Mercury- À primeira Vista) 
 
 
FIGURAS DE PENSAMENTO 
 
ANTÍTESE: é a aproximação de palavras ou expressões 
que exprimem ideias contrárias, adversas. 
 
Ex.1: E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproxi-
mou-se. 
 
Ex.2: Amamos, vagamente surpreendidos / Pelo ardor 
com que estávamos unidos / Nós que andávamos sempre 
separados. (Vinicius de Moraes) 
 
APÓSTROFE: é a interpelação inesperada de um ente 
real ou imaginário que se faz com a interrupção da se-
quência do pensamento. 
 
Ex: Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! (Navio Negreiro – Castro 
Alves) 
 
EUFEMISMO: é uma maneira de, por meio de palavras 
mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação 
de cunho desagradável e chocante. 
 
Ex.1: Infelizmente ele se foi (em vez de “ele morreu”). 
 
Ex.2: A criança nasceu com problemas mentais (em vez 
de “A criança nasceu retardada.”) 
 
GRADAÇÃO: é a maneira ascendente ou descendente 
como as ideia podem ser organizadas na frase. 
 
Ex.1: Jonas, inesperadamente, assustou-se. Depois, gri-
tou, aterrorizou-se e morreu (gradação ascendente, do 
menor para o maior). 
 
Ex.2: Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-ver-
gonha (gradação descendente, do maior para o menor). 
 
IRONIA: figura que consiste em dizer, com intenções sar-
cásticas e zombadoras, exatamente o contrário do que se 
pensa, do que realmente se quer afirmar. 
 
Ex.1: Olá! Júlio. Como você está em forma. (considere-se 
que Júlio seja um rapaz com mais de 130 quilos) 
 
Ex.2: Meus parabéns pelo seu serviço. (considere-se que 
o vigia tenha dormido e a empresa tenha sido completa-
mente esvaziada durante um assalto) 
 
HIPÉRBOLE: modo exagerado de exprimir uma ideia. 
 
Ex.1: “Queria gritar setecentas mil vezes”. 
Como são lindos, como são lindos os burgueses / E os ja-
poneses / Mas tudo e muito mais.” (Caetano Veloso. Podre 
poderes). 
 
Ex.2: Estou morrendo de sede. 
 
Ex.3: Você é a garota mais linda do mundo. 
 
PROSOPOPEIA (OU PERSONIFICAÇÃO): é a atribuição 
de características humanas a seres não humanos. 
 
Ex.1: O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é 
uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma edifica-
ção). 
 
Ex.2: Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozi-
nha (cumprimentar é uma atitude humana atribuída a um 
astro). 
 
Ex.3: “A lua”, / Tal qual a dona de um bordel, / Pedia a 
cada estrela fria um brilho de aluguel. / E nuvens, / Lá no 
mata-borrão do céu / Chupavam manchas torturadas” 
(João Bosco e Aldir Blanc. O bêbado e a equilibrista) 
 
 
FIGURAS DE PALAVRAS 
 
COMPARAÇÃO: estabelece uma equivalência explícita 
entre um comparante e um comparado, por meio de um 
termo de comparação, que pode ser uma palavra ou locu-
ção. 
 
Ex.1: Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma re-
lação de qualificações entre a irmã e o anjo; houve, pois, 
uma comparação, que se estabeleceu por meio do conec-
tivo como) 
 
Ex.2: Age o neto tal qual os avós (existe uma semelhança 
de ações entre o neto e os avós; houve, pois, uma compa-
ração, que se estabeleceu por meio do conectivo tal qual) 
 
METÁFORA: é uma comparação implícita, ou seja, não 
possui o termo comparativo. Baseia-se numa associação 
de ideias subjetivas: uma palavra deixa o seu contexto 
normal para fazer parte de outro contexto. 
 
Ex.1: Minha irmã é um anjo. 
 
Existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; 
como não houve um conectivo que estabelecesse a rela-
ção comparativa, chama-se a essa comparação mental 
de metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em 
 
 
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seu sentido original; foi tomada como uma qualificação. 
Cabe ao receptor saber que a característica em comum 
entre os dois seres é a bondade. 
 
Ex.2: Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício. 
 
Que características em comum têm o ato de viajar muito 
e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, 
uma das partes que compõem o trabalho do emissor 
dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que 
compõem os corpos de alguns seres vivos. Houve a trans-
ferência do sentido de componente, algo necessário, da 
palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor de-
codificar essa transferência. 
 
Ex.3: “Veja bem, nosso caso É uma porta entreaberta” 
(Gonzaguinha. Grito de Alerta) 
 
Ex.4: Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernando 
Pessoa) 
 
CATACRESE: é uma metáfora de uso corrente que, de tão 
utilizada no dia a dia, não é mais identificadacomo me-
táfora. Seu uso consiste em desviar uma palavra do seu 
sentido próprio para dar nome a alguma coisa que não 
possui uma denominação específica: perna de cadeira, 
batata da perna, braço do sofá. 
 
METONÍMIA: é a utilização de uma palavra por outra. 
 
Essas palavras mantêm-se relacionadas de várias for-
mas: 
- O autor pela obra: Você já leu Camões (algum livro de 
Camões)? 
 
- O efeito pela causa: O rapaz encomendou a própria 
morte (algo que causaria a sua própria morte). 
 
- O instrumento pela pessoa que dele se utiliza: Júlio sem 
dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é 
um dos instrumentos utilizados para comer). 
 
- O recipiente (continente) pelo conteúdo: Jonas já bebeu 
duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conte-
údo de duas garrafas de uísque); Os Estados Unidos as-
sistem ao espetáculo das eleições (as pessoas que moram 
nos Estados Unidos assistem...) 
 
- O símbolo pela coisa significada: O povo aplaudiu as 
medidas tomadas pela Coroa (a coroa, nessa acepção, é 
símbolo da monarquia, do rei). 
 
- O lugar pelo produto: Todos gostam de um bom madeira 
(o vinho produzido na Ilha de Madeira). 
 
- A parte pelo todo: Havia várias pernas se entreolhando 
no ônibus (na verdade, eram as pessoas, que têm as per-
nas, que se entreolhavam). 
 
- O abstrato pelo concreto: A juventude de ontem não 
pensa como a de antigamente (Os jovens de hoje...). 
 
- O singular pelo plural: O paulista adora trabalhar (Os 
paulistas...). 
 
- A espécie ou classe pelo indivíduo: "Andai como filhos 
da luz", recomenda-nos o Apóstolo [referindo-se a São 
Paulo, que foi um dos apóstolos (espécie, classe)]. 
 
- O indivíduo pela espécie ou classe: Camila é, como diz 
sua tia, uma Judas [Judas (indivíduo) foi o mais conhecido 
traidor (espécie, classe) da história]. 
 
- A qualidade pela espécie: Os acadêmicos estão reuni-
dos (em vez de os membros da academia...). 
 
- A matéria pelo objeto: Você tem fogo (isqueiro)? 
 
SINESTESIA: é a figura que proporciona a ilusão de mis-
tura de percepções, mistura de sentidos. 
 
Ex.1: Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) 
pode ser verde (visão)]. 
 
Ex.2: Que voz aveludada Renata tem [como um som (au-
dição) pode ser aveludado (tato)]. 
 
PERÍFRASE (OU ANTONOMÁSIA): emprego de palavra 
ou expressão designativa da qualidade do ser, em vez do 
nome do ser: 
 
Ex.1: O Poeta dos Escravos morreu na flor dos anos. (Cas-
tro Alves) 
 
Ex.2: O Salvador é que redimirá os homens. (Jesus Cristo) 
 
Ex.3: O Rei do Futebol já fez mais de mil gols (Pelé – Ed-
son Arantes do Nascimento). 
 
Ex.4: Ainda visitarei a cidade luz. (A cidade de Paris) 
 
PARADOXO: é uma afirmação que subverte as ideias, 
apresentando fatos que mantêm relações incompatíveis 
entre si. 
Ex.: Amor é fogo que arde sem se ver 
É ferida que dói e não se sente. 
 
O paradoxo nos obriga a refletir. Procura ressaltar a afi-
nidade entre ideias contraditórias ao provocar surpresa e 
desestabilizar os clichês. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. A palavra tráfico não dever ser confundida com tráfego, 
seu parônimo. Em que item a seguir o par de vocábulos é 
exemplo de homonímia e não de paronímia? 
a) estrato / extrato b) flagrante / fragrante 
 
 
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c) eminente / iminente d) inflação / infração 
e) cavaleiro / cavalheiro 
 
2. Assinale a alternativa correta, considerando que à di-
reita de cada palavra há um sinônimo. 
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar. 
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país). 
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar. 
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder. 
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação. 
 
3. Indique a letra na qual as palavras completam, corre-
tamente, os espaços das frases abaixo. 
Quem possui deficiência auditiva não consegue______os 
sons com nitidez. Hoje são muitos os governos que passa-
ram a combater o ______ de entorpecentes com rigor. O 
diretor do presídio ______ pesado castigo aos prisioneiros 
revoltosos. 
a) discriminar - tráfico - infligiu 
b) discriminar - tráfico - infringiu 
c) descriminar - tráfego - infringiu 
d) descriminar - tráfego - infligiu 
e) descriminar - tráfico – infringiu 
 
4. No ______ do violoncelista ______ havia muitas pes-
soas, pois era uma ______ beneficente. 
a) conserto - eminente - sessão 
b) concerto - iminente - seção 
c) conserto - iminente - seção 
d) concerto - eminente - sessão 
 
5. Para nos comunicarmos com mais expressividade, uti-
lizamos os recursos conhecidos como figuras de lingua-
gem, que se divide em figuras de palavras, figuras de 
pensamento e figuras de sintaxe. Correlacione cada con-
ceito de figura da coluna B com o seu exemplo de figura 
na coluna A. 
COLUNA A 
1. “A vida é um barco a navegar em alto mar”. 
2. “Gosto de ler Machado de Assis e Clarice Lispector”. 
3. “Já estudei esse assunto mais de um bilhão de vezes”. 
 
COLUNA B 
( ) Trata-se de uma figura que exprime um exagero. 
( ) É uma figura que consiste em uma comparação con-
densada sem a presença dos conectivos, como tal como, 
assim como etc. 
( ) Trata-se de uma figura que consiste em empregar uma 
palavra no sentido de outra, por haver uma relação de 
sentido entre elas. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a correlação COR-
RETA da coluna B, de cima para baixo. 
a) 2 – 3 – 1. b) 1 – 2 – 3. 
c) 3 – 2 – 1. d) 2 – 1 – 3. 
e) 3 – 1 – 2. 
 
6. Correlacione cada conceito de figura da coluna B com 
o nome da figura na coluna A. 
COLUNA A 
1. Prosopopeia 2. Polissíndeto 
3. Metonímia 4. Elipse 
 
COLUNA B 
( ) Figura que se presta a substituir um nome por outro 
em virtude de haver entre eles algum relacionamento. 
( ) Figura que consiste no uso repetido da conjunção e. 
( ) Figura que consiste em se atribuírem qualidades ou 
acontecimentos próprios do ser humano a personagens 
não humanos. 
( ) Figura que consiste na omissão de uma palavra ou 
de uma expressão facilmente subentendida. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a correlação COR-
RETA. 
a) 1 – 2 – 3 – 4. b) 3 – 4 – 1 – 2. 
c) 4 – 1 – 3 – 2. d) 4 – 3 – 2 – 1. 
e) 3 – 2 – 1 – 4. 
 
7. Leia o trecho da música Cata-vento e Girassol, de 
Guinga e Aldir Blanc, e responda à questão seguinte. 
“Meu cata-vento tem dentro o que há do lado de fora do 
teu girassol. Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sus-
tenido e você riu bemol.” 
 A figura de linguagem predominante nesses versos é: 
a) antítese. b) comparação. 
c) eufemismo. d) metáfora. 
e) pleonasmo 
 
8. Indique a alternativa em que o exemplo dado não cor-
responde à figura de linguagem pedida: 
a) Eufemismo: Com alma purificada, ele partiu para a 
eternidade. 
b) Metáfora: “Iracema, a virgem dos lábios de mel‘” 
c) Prosopopeia: As ondas dom mar gritam e gemem ao 
encontro das pedras. 
d) Antítese: Guerra nas Estrelas é o maior filme de todos 
os tempos. 
e) Metonímia: Ler Machado de Assis é conhecer um dos 
maiores nomes de nossa Literatura. 
 
9. Associe segundo o código: 
(1) Metáfora (2) Comparação 
(3) Metonímia (4) Catacrese 
(5) Antonomásia 
 
( ) Os alunos indisciplinados quebraram os braços de 
muitas carteiras. 
( ) “Conversamos de cousas várias, até que Tristão tocou 
um pouco de Mozart.” 
( ) Durante o solene jantar, Juquinha mostrou ser mesmo 
um bom garfo. 
( ) Na primavera da vida, reinam as ilusões. 
( ) “Teus olhos são negros, negros, / como as noites sem 
luar “ 
( ) Adoraria ter conhecido o Pai da Aviação.

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