Buscar

Direito das obrigações - direito público e privado

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Clique para editar o estilo do subtítulo mestre
Clique para editar o estilo do título mestre
*
INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
PROFa Kátia Cristina Cruz Santos
 PROFESSORAKATIACRUZ.BLOGSPOT.COM
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Direito das obrigações
Este é um dos mais importantes e dos mais extensos capítulos do direito civil. 
Tanto que na Suíça constitui uma sistemática em apartado da legislação civil, toda ela contemplada no célebre Código Federal das Obrigações.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Com efeito, a Idéia de direito envolve a de obrigação. 
Ambas se correlacionam indisfarçavelmente, de tal arte que os romanos diziam que "direito e obrigação são correlatos" (jus et obligatio sunt correlata).
As obrigações surgem da lei, do contrato, dos atos ilícitos e das declarações unilaterais de vontade.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Conceito
Em direito, obrigação é a relação jurídica entre devedor e credor em torno de uma prestação.
Tem-se na obrigação uma feição ativa configurada pelo crédito; uma feição passiva que se perfaz no débito e uma relação entre ambos que é o vínculo estabelecido pela prestação. 
A prestação por sua vez pode ser positiva (dar ou fazer alguma coisa) ou negativa (deixar de fazer).
É bastante oportuna a lembrança de Gaudemet (apud Washington de Barros Monteiro, Curso de direito civil; direito das obrigações, cit.), quando menciona que "obrigação é o crédito sob o ponto de vista jurídico; crédito é a obrigação sob o ponto de vista econômico".
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Modalidades das obrigações 
As obrigações se dividem em obrigações de dar, obrigações de fazer, obrigações de não fazer, obrigações alternativas, obrigações divisíveis e indivisíveis, obrigações solidárias e obrigações com cláusula penal.
Já as obrigações de dar podem ser obrigações de dar coisa certa e obrigações de dar coisa incerta.
O quadro é o seguinte:
Se o credor, que é o sujeito ativo da obrigação, tiver o direito de exigir do devedor, que é o sujeito passivo, uma prestação objeto de coisa certa, o devedor não o poderá compelir a receber outra coisa, ainda que mais valiosa. 
Exemplo: alguém que adquira um quadro de determinado pintor não pode ser obrigado a receber outro quadro, ainda que mais raro ou mais valioso.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Assim, importa estudar os casos de perda ou deterioração da coisa objeto da obrigação de dar. Isto interfere no desfazimento ou na sobrevivência da obrigação e também nos riscos que correm as partes unidas pelo laço obrigacional. 
De início cumpre verificar se a perda ou deterioração da coisa se deu por culpa do devedor. Essa hipótese não gera maiores problemas porque se a coisa pereceu ou se estragou por culpa do devedor, este responde por perdas e danos, ficando sujeito à responsabilidade civil prevista em lei, que dispõe responder o devedor por perdas e danos se não cumprir a obriga­ção. Eis aí a culpa contratual.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Importa ressaltar que na composição das perdas e danos serão incluídos os juros e a atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado, sendo certo outrossim que pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
O problema existe se a perda ou deterioração da coisa verifica-se sem culpa do devedor.
É absolutamente necessário estabelecer-se uma premissa muito importante, que é a seguinte: o direito brasileiro, mantendo-se fiel, ainda neste passo, às tradições do direito romano, estatui que o domínio de uma coisa só se transfere pela tradição e não pelo simples contrato. 
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
A regra romana enuncia: Traditionibus, non nudis pactis, dominia rerum transferuntur, cuja tradução para o vernáculo é a seguinte: "Pela tradição, não pelo simples contrato, se transfere o domínio das coisas".) 
Assim, se por contrato o transmitente menciona que entregará determinada coisa ao adquirente, o dono dessa coisa continua sendo o transmitente enquanto ela efetivamente não passar de suas mãos para as do adquirente.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
A tradição pode ser real, quando se trate de coisa móvel, pela sua passagem efetiva das mãos do devedor para as do credor. 
Pode ser simbólica quando se trate de coisa imóvel, ocasião em que a tradição se opera quando do registro do título aquisitivo no registro de imóveis.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Em suma: o adquirente só passa a ser dono quando realmente recebe a coisa em suas mãos e não quando assina o contrato.
Demais, situam-se entre as obrigações de dar e as de fazer as chamadas obrigações de restituir. 
É o caso de alguém que peça emprestado um objeto a outrem, ficando obrigado a restituir o objeto emprestado.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Vejamos então as várias conseqüências que surgem da premissa acima estabelecida.
Afastada que foi a hipótese de a coisa perecer por culpa do devedor, visto que este responde por perdas e danos, é preciso referir que o culpado é responsável também pelo equivalente, mas a obrigação original se extingue, já que a coisa desapareceu.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Há, porém, a hipótese de a coisa deteriorar-se por culpa do devedor. 
Neste caso acode ao credor uma alternativa: ou concordar em que a obrigação se extinga compensando-a pelas perdas e danos, ou concordar em que a obrigação persista, embora alterada pela deterioração, caso em que poderá o credor aceitar a coisa no estado em que se encontre, mais a composição do prejuízo.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Vejamos agora os casos de perda ou deterioração da coisa sem culpa do devedor, importando distinguir as seguintes hipó­teses: 
a) se a coisa se perdeu sem culpa do devedor, seja de dar, seja de restituir, a obrigação se extingue; 
b) se a coisa se deteriorou sem culpa do devedor, a hipótese se ramifica em duas espécies: 
I) obrigação de dar: o credor pode aceitar a resolução da obrigação ou pode aceitar à coisa com abatimento correspondente ao valor do estrago; 
II) Obrigação de restituir: a coisa se deteriora sem culpa do devedor. O credor só pode reclamar a coisa no estado em que se ache.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Quanto ao risco pela perda ou deterioração da coisa, vejamos quem sofre os prejuízo pondo se de parte a questão da culpa do devedor, caso em que, como já se viu, responde ele por perdas e danos. 
O que nos interessa é verificar quem sofre o prejuízo da perda ou deterioração da coisa sem culpa do devedor. 
Eis quando surge uma regra jurídica que não comporta exceção. 
Essa regra é aquela segundo a qual quem perde a coisa é o dono (res perit domino).
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Vamos ver então as diversas hipóteses em que essa regra se confirma sempre.
Um indivíduo vende a outro um automóvel numa quinta-feira e compromete-se a entregá-lo no sábado. 
O contrato foi assinado na quinta-feira; no dia seguinte, antes portanto da entrega, o carro incendiou-se e pereceu. 
Se o vendedor recebeu o preço, devolvê-lo-á ao comprador, extinguindo-se a obrigação. 
Porque ainda não houvera a tradição e, conseqüentemente, não se transferiu o domínio, o vendedor ainda era o dono da coisa. 
Assim foi ele quem a perdeu, pois quem perde a coisa é o dono.
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Suponha-se que, ainda no caso do automóvel, este sofreu apenas algumas avarias. Neste caso o comprador tanto pode desfazer o negócio, recebendo de volta o preço que eventualmente pagou, como pode aceitar a coisa no estado em que se ache, com o correspondente abatimento no preço. 
Mas no caso também houve prejuízo antes da entrega da coisa. Ora, antes dessa entrega ou tradição o dono ainda é o vendedor e é ele quem sofre o prejuízo da deterioração, pois quem perde a coisa é o dono (res perit domino).
PROFESSORA
KÁTIA CRUZ
*
*
*
Se tratar de obrigação de restituir, a regra permanece a mesma.
Figura-se o exemplo de alguém que peça emprestada uma máquina fotográfica por um fim de semana. Antes da devolução o objeto perece em razão de incêndio no hotel onde esteja hospedado o possuidor da máquina. 
Nesse caso o credor sofre a perda porque ele é o dono da coisa e, ainda uma vez, quem perde a coisa é o dono (res perit domino).
Ainda na obrigação de restituir e dentro do exemplo figurado, suponha-se que a máquina fotográfica se estrague sem culpa do devedor. 
O prejuízo é arcado pelo dono da máquina, que é o credor da obrigação de restituir. Ainda aqui quem perde a coisa é o dono (res perit domino).
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
*
*
*
Enfim, viu-se claramente que na obrigação de dar coisa certa, ocorrendo perda ou deterioração da coisa sem culpa do devedor, a constante é sempre a mesma: quem sofre o prejuízo é o dono da coisa (res perit domino).
PROFESSORA KÁTIA CRUZ

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais