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18-A Baixa Idade Média

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História Antiga e Medieval 
Aula 18 
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante da disciplina, oferecida pela UNINOVE. 
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de 
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente 
virtual de aprendizagem UNINOVE. 
 
 
Uso consciente do papel. 
Cause boa impressão, imprima menos. 
 
Aula 18: A Baixa Idade Média: a cristandade em expansão 
 
Objetivo: Apresentar uma visão de conjunto da expansão da Europa ocidental 
durante a Baixa Idade Média (séculos X a XV). 
 
 
Que Baixa Idade Média? 
 
Contrariando a concepção formulada durante o Renascimento de que a Idade 
Média seria uma ―idade das trevas‖, a historiografia tem demonstrado 
reiteradamente outra percepção acerca deste período histórico. Efetivamente, se a 
Alta Idade Média foi um momento bastante conturbado militarmente e de grandes 
dificuldades econômicas, o mesmo não pode ser dito da Baixa Idade Média, entre os 
séculos X e XV. 
Para elaborarmos uma visão mais precisa sobre esse período, será 
conveniente utilizarmos a periodização proposta por Hilário Franco Junior (2001), 
que subdivide a Baixa Idade Média em dois momentos distintos: a Idade Média 
Central (séculos XI a XIII) e Baixa Idade Média (séculos XIV a XVI). 
 
Um novo cenário 
 
O longo processo de gestação do modo de produção feudal evoluiu durante 
toda Alta Idade Média. Ao final do século X, essa forma de organização social já se 
apresentava suficientemente madura para podermos delinear contornos de seu 
pleno funcionamento. Nesse sentido, toda Idade Média Central corresponde a esse 
momento de ápice no movimento de construção de uma organização social original 
e singular. 
Logo em seguida ao ano 1000, um novo cenário se apresenta ao observador: 
as ondas sucessivas de invasões e agressões externas cessaram. A cristandade, 
que até então havia experimentado séculos de constantes conflitos militares, 
começou a viver um notável período de paz externa. Nesse contexto, a tendência 
anterior se inverteu radicalmente e a Europa ocidental, de invadida, passou a ser 
invasora, dando início a um intenso processo de expansão em várias direções. 
 
O movimento de expansão da cristandade durante a Idade Média Central 
forneceu indícios seguros do sucesso econômico alcançado no período, 
testemunhando — ainda que indiretamente, no caso dos eventos pouco 
documentados — a vitalidade da civilização feudal. Vamos agora comentar alguns 
dos principais eventos vinculados a este processo de expansão. 
 
Os grandes arroteamentos 
 
O primeiro indício da expansão da cristandade ocorre no campo da economia 
rural, em torno de um fenômeno conhecido como o dos grandes arroteamentos. 
Durante a Alta Idade Média as dificuldades crônicas da economia agrária estavam 
relacionadas à questão da quantidade de mão de obra disponível. 
Como vimos anteriormente, nesse período, ocorreu uma notável retração 
demográfica, principalmente entre os séculos IV e VIII. Em uma economia 
predominantemente agrária, a produção somente pode ser controlada e adequada 
às necessidades de consumo ou do mercado a partir de duas variáveis: os aspectos 
técnicos ou a quantidade de mão de obra. 
Dadas as claras limitações no primeiro aspecto naquele período, pela 
ausência de inovações tecnológicas capazes de fazer aumentar a produção 
utilizando a mesma área cultivada e a mesma quantidade de mão de obra, o destino 
da produção dependia exclusivamente do segundo aspecto. 
Assim, embora houvesse disponibilidade de terras para o cultivo, a retração 
demográfica impedia sua plena utilização pela falta de trabalhadores suficientes para 
a tarefa. Ainda que o regime de colonato tenha obtido sucesso em fixar os 
trabalhadores aos lotes camponeses, as deficiências demográficas impediam 
sistematicamente a expansão da produção. 
Esse fenômeno instituía um ciclo vicioso, no qual a falta de braços 
engendrava a falta de produtos agrícolas de consumo, que, por sua vez, eram 
insuficientes para alavancar um crescimento demográfico adequado às 
necessidades de expansão agrária, produzindo, assim, uma ―escassez endêmica‖ 
de produtos pela ausência de trabalhadores (FRANCO JÚNIOR, 2001). 
Nesse quadro, grandes porções de terras ficaram incultas pela falta de braços 
para trabalhá-las. Nesses terrenos, as florestas se alastraram e marcaram a 
paisagem. Ora, a partir do final do século X, iniciou-se um intenso e bem conhecido 
 
movimento de derrubada de florestas para transformar os terrenos obtidos em áreas 
agrícolas, processo que chamamos de grandes arroteamentos. (BATISTA NETO, 
1898) 
Essa expansão da fronteira agrícola foi acompanhada do surgimento e 
utilização intensiva de uma série de inovações técnicas que muito contribuíram para 
um significativo aumento na produtividade. Vamos listar algumas delas: 
 
 A charrua, um tipo de arado mais pesado, robusto e eficiente. 
 Uma nova e sofisticada forma de atrelagem dos animas, que possibilitou uma 
melhor distribuição do peso de arrasto (vale lembrar que o desenvolvimento 
deste sistema de atrelagem também foi fundamental para o surgimento do 
cavaleiro, o típico guerreiro armado sobre uma montaria). 
 Um novo sistema de rotação das culturas nos campos, passando do sistema 
bienal para o sistema trienal, que possibilitou o repouso de uma ―folha‖ do 
campo além de evitar o desgaste do solo pelo cultivo sucessivo do mesmo 
cereal na ―folha‖. Veja o esquema: 
 
 1ºAno 2º Ano 3ºAno 
Campo I Trigo e centeio Cevada e aveia Pousio 
Campo II Cevada e aveia Pousio Trigo e centeio 
Campo III Pousio Trigo e centeio Cevada e aveia 
 
Fonte: FRANCO JÚNIOR, 2001, p.35 
 
 Aprimoramento e difusão do uso dos moinhos de água e vento. 
 
O fenômeno dos grandes arroteamentos aponta, portanto, para uma vigorosa 
expansão das atividades agrícolas durante a Idade Média Central. Ele produziu, 
ainda, uma série de desdobramentos de grande importância neste período: 
 
 O desenvolvimento comercial. 
 O desenvolvimento artesanal. 
 O desenvolvimento de importantes rotas comerciais. 
 
 O desenvolvimento de um mercado dinâmico em torno de feiras de caráter 
local, regional ou mesmo transnacional. 
 O desenvolvimento das cidades e de todos os ramos da economia urbana. 
 
As cruzadas 
 
O segundo evento que testemunha a expansão da cristandade durante a 
Idade Média Central é o movimento das Cruzadas, que se iniciou no final do século 
XI e se estendeu até o século XIII. Para além das muitas interpretações desse 
fenômeno que a historiografia tem abordado sob os mais variados aspectos, é 
necessário inseri-lo no contexto mais amplo complexo da expansão da Europa 
ocidental. 
Se os aspectos religiosos, militares, sociais e ainda sob o ponto de vista de 
uma História das mentalidades produziu uma extensa e variada produção 
acadêmica e ficcional, é importante ressaltar a conexão deste movimento com as 
tendências mais gerais da economia e da evolução social sob o feudalismo. 
É importante notar, nesse caso, que o deslocamento de grandes contingentes 
populacionais para as áreas de conflito somente poderia ocorrer num regime 
demográfico e econômico minimamente capaz de absorver os impactos decorrentes 
de um evento desta magnitude. Certa interpretação, hoje suficientemente 
contestada, fazia das Cruzadas a causa do dinamismo da economia da Europa 
ocidental, argumentando que as campanhasmilitares no oriente abriram rotas 
comerciais que possibilitaram um revigoramento do comércio e da economia urbana. 
A partir de vários aspectos já apontados (demográfico, por exemplo), 
entende-se que a grande evolução econômica durante a Idade Média Central teve 
causas eminentemente endógenas, sendo o movimento das Cruzadas um efeito 
deste dinamismo, e não sua causa. 
 
Medievais modernos? 
 
Como esse processo de expansão da Cristandade durante a Idade Média 
Central foi uma tendência difusa no período, será sempre possível apontar eventos 
que muito bem o exemplificam; a reconquista dos territórios da península Ibérica 
certamente expressa muito claramente esta tendência. 
 
Do ponto de vista da longa duração, não seria abusivo imaginar também que 
a expansão comercial e marítima da Europa Ocidental (final do século XV e início do 
XVI) pode muito bem ser associada a esta tendência anterior e mais estrutural? 
Nas palavras de Hilário Franco Júnior, há que se refletir sobre esta 
possibilidade de análise: ―Os quatro movimentos que se convencionou considerar 
inauguradores da Modernidade – Renascimento, Protestantismo, Descobrimentos, 
Centralização – são em grande parte medievais.‖ (2001, p. 156) 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: 
Brasiliense, 1992. 
BATISTA NETO, J. História da baixa idade média (1066-1453). São Paulo: Ática, 
1989. 
FRANCO JR., Hilário. As cruzadas. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. 
 
______. A Idade Média: nascimento do ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001. 
______. O feudalismo. 2. ed. São Paulo: Brasiliense. 1984. 
HEERS, Jacques. História Medieval. São Paulo: DIFEL, 1981. 
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 10. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 
1974.

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