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APS COMPETENCIA DA JURISDICAO

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
CAMPUS ALPHAVILLE 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE CRISTINA ZACARIOTO BONOME 
RA. C223BH-5 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARUERI, 09 DE NOVEMBRO DE 2.015 
 
 
2 
 
Sumário 
 
 
1 Jurisdição e competência .............................................................. 3 
2 Competência internacional e competência interna .................... 4 
3. Competência funcional .................................................................. 7 
4 Competência territorial ................................................................... 8 
5. Determinação da competência .................................................... 9 
6. Competência de jurisdição .......................................................... 22 
7. Competência hierárquica............................................................. 23 
8. Competência absoluta e competência relativa ........................ 24 
9. Competência objetiva ................................................................... 27 
Conclusão: ......................................................................................... 28 
Fonte Bibliográficas: ........................................................................ 29 
 
 
 
3 
 
1 Jurisdição e competência 
 
Há uma diferença entre Jurisdição e Competência. A primeira é função 
do Estado, decorrente de sua soberania encarregada de resolver os 
conflitos, na medida que estes se lhes são apresentados. A jurisdição é 
uma das formas de exercício do poder do Estado: a jurisdição é una. 
Por sua vez, a atividade jurisdicional pressupõe a necessidade de 
organização e de divisão de trabalho entre os membros que integram o 
Poder Judiciário, fazendo com a que aquela atividade seja distribuída 
entre diversos órgãos, a partir de alguns critérios. 
E, por competência, entendemos o instituto que define o âmbito de 
exercício da atividade jurisdicional de cada órgão desta função 
encarregado. 
Nesse entender, quando se atribui através de normas de competência, 
que a determinado órgão do Judiciário cabe exercer a jurisdição, este o 
faz integralmente, plenamente, enquanto órgão jurisdicional e não como 
agente. A norma de competência é atribuída ao órgão e não a pessoa 
do juiz. Em realidade, todos os agentes têm jurisdição: o que as normas 
de competência fazem é determinar em que momento e sob quais 
circunstâncias devem praticá-la ( art. 87, 263, CPC). As normas de 
competência funcionam como uma "divisão de trabalho" no Judiciário, 
facilitando a prestação da atividade jurisdicional(art. 86, CPC). 
Do conceito acima, concluímos que a imagem prevista por alguns 
autores de que a competência é a medida da jurisdição, nela há um 
engano, pois a competência longe está de ser um mero fator de 
mensuração da jurisdição. Quando o agente investido do poder 
jurisdicional o pratica, este o faz em sua plenitude e, repita-se, seu 
poder não se faz parcialmente: o agente está legitimado a exercê-lo, na 
totalidade. Não existe outro agente para praticá-lo. 
 
 
4 
 
2 Competência internacional e competência interna 
 
 Os arts. 88 e 89 - CPC traçam objetivamente, no espaço, os limites 
da jurisdição dos tribunais brasileiros diante da jurisdição dos órgãos 
judiciários de outras nações. 
 Essa delimitação decorre do entendimento de que só deve haver 
jurisdição, até onde o Estado efetivamente consiga executar 
soberanamente suas sentenças. Não interessando a nenhum Estado 
avançar indefinidamente sua área de jurisdição sem que possa tornar 
efetivo o julgamento de seus tribunais. 
 
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
 A competência da justiça brasileira, em face dos tribunais 
estrangeiros, pode ser: 
 a) cumulativa; 
 b) exclusiva. 
 O art. 88 enumera casos em que a ação tanto pode ser ajuizada 
aqui como alhures*, configurando, assim, exemplos de jurisdição 
cumulativa ou concorrente. 
(em outro lugar*) 
 Assim, pode a ação ser proposta perante a justiça brasileira 
(embora nem sempre seja obrigatória tal propositura), quando: 
 Art. 88 – CPC: 
“É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
 I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
 II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
 III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
 Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, reputa-se 
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver 
agência, filial ou sucursal”. 
 
 Já os casos do art. 89 – CPC, se submetem com absoluta 
exclusividade à competência da Justiça Nacional, isto é, se alguma ação 
sobre eles vier a ser ajuizada e julgada no exterior nenhum efeito 
produzirá em nosso território, o que não ocorre nas hipóteses de 
competência concorrente. 
 Art. 89 – CPC: 
“ Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer 
outra: 
 I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
5 
 
 II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, 
ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do 
território nacional”. 
 
2.1.Competência exclusiva - art. 89, CPC. 
 
Nas matérias previstas no citado dispositivo legal, o legislador atribuiu 
ao juiz brasileiro competência exclusiva, não autorizando, pois o 
conhecimento da ação por outro juiz, senão o juiz brasileiro. 
A conseqüência prática do dispositivo comentado é que não se 
reconhece sentença de juiz estrangeiro sobre tais matérias. A regra não 
permite exceções. 
 
2.2.Competência concorrente - art. 88, 90, CPC. 
 
Aqui admite-se que o juiz estrangeiro conheça das matérias. A doutrina 
denomina de competência concorrente, pois dispõe sobre casos em que 
não houve a exclusão do juiz estrangeiro. 
Desse modo, a conseqüência prática é que as matérias previstas no art. 
88, não induzem litispendência(art. 301, par. 3º, ). Significa dizer que o 
fato de certa ação estar em curso no estrangeiro, nos referidos casos, 
não inibe que idêntica ação seja ajuizada em foro brasileiro, perante 
autoridade judiciária nacional. E, a sentença válida será a que transitar 
em julgado em primeiro lugar. Lembrando, contudo, que a sentença 
estrangeira só adquire aquela qualidade(coisa julgada), no brasil, após 
homologação pelo STF(art. 102, I, 'h', CF e 483, CPC). 
Nesse sentido, nas matérias ali previstas, a parte poderá optar pela 
jurisdição nacional ou estrangeira. A opção dependerá de cada caso. 
 
2.3. Competência interna: critérios de determinação. 
 
O legislador, em matéria de competência interna, definiu critérios para a 
determinação da competência dos diversos órgãos da jurisdição, 
organizando um sistema de critérios para, no caso concreto, determinar 
o juízo, dentre todos igualmente investidos na função jurisdicional que 
compreende a competência para processar e julgar determinada causa. 
Ressalte-se, inicialmente, que diversas são as fontes normativas de 
competência, as quais não se acham nem sempre previstas no CPC. 
São normas espalhadas no sistema jurídico. Entre elas, destacamos, 
CF, CPC, Leis Especiais (MS, Ação de despejo, Falências, Lei Orgânica 
6 
 
da Magistratura, etc.), Regimentos Internos dos Tribunais e Leis 
Estaduais de Organização Judiciária. 
O que se espera do operador do direito é diante do caso concreto, 
examinar a matéria. No entanto, a seguir, examinaremos, os critérios 
básicos de fixação da competência. 
Os critérios são quatro: territorial, funcional, matéria a ser decidia e valor 
da causa. 
Desde já,diga-se que, em regra, os critérios do território e valor da 
causa dizem respeito à competência relativa. No tocante aos critérios 
funcional e material, dizem respeito à competência absoluta. 
E, qual a importância para o processo como instrumento do direito de 
ação para a efetivação do direito material, saber a diferenciação entre 
competência absoluta e relativa? 
A diferença resulta no seguinte: se inobservado o critério de 
competência previsto, poderá resultar numa nulidade absoluta, no caso 
de competência absoluta, pois o vício praticado é insanável, sobre a 
qual não gera preclusão nem para as partes nem para o juiz, devendo 
este decretar a nulidade e, a conseqüência é o retardamento da 
prestação jurisdicional, pois os atos considerados nulos hão de ser 
novamente produzidos. Tais questões são de ordem pública. Nessa 
hipótese, mesmo operando a coisa julgada, a sentença continua 
passível de impugnação, em dois anos, após o trânsito em julgado, por 
ação rescisória( art. 485, II, CPC). 
Já se não atendido os critérios: valor e território, poderá resultar 
nulidade relativa, não conhecível de ofício, isto é, dependem de 
provocação da parte interessada e, portanto, sujeitas à preclusão. A 
parte ao provocar o conhecimento do vício sanável, o faz através do 
instrumento denominado exceção de incompetência - art. 304/306, CPC 
- a fim de ver o apontado vício corrigido. A conseqüência da não 
provocação do vício, resulta que a questão torna-se preclusa, ou seja, o 
ato processual não praticado, no tempo e modo determinados, não mais 
poderá ser praticado, pois a finalidade do processo é "andar para a 
frente", na busca de uma decisão de mérito, impondo-se, pois que seus 
atos processuais sejam realizados no prazo previsto em lei, daí 
prestigiar-se o resultado. 
 
 
7 
 
3. Competência funcional 
 
A competência funcional é determinada pela função que o órgão 
jurisdicional deve exercer no processo. Pode ocorrer do mesmo 
processo, terem de atuar dois ou mais órgãos jurisdicionais. A 
competência funcional se determina a partir do objeto do próprio juízo, 
da hierarquia e das distintas fases de procedimento. 
Por exemplo, em relação ao objeto do juízo: o incidente de 
uniformização de jurisprudência (art. 476, CPC). No caso, o julgamento 
da lide(questão principal) será julgado pelo órgão fracionário(uma das 
câmaras ou turmas do tribunal), mas será competente para o julgamento 
da uniformização o Pleno ou Órgão Especial do tribunal(479, CPC e art. 
93, XI, CF). 
No caso da competência funcional em função da hierarquia, temos a 
participação de mais de um órgão da jurisdição no julgamento da lide, 
caso haja recurso da parte ou recurso de ofício(duplo grau de 
jurisdição). 
E, em relação às distintas fases de procedimento, depende do tipo de 
ato processual que se deva realizar. Exemplo: ouvir testemunha que 
reside em outra comarca distinta da onde tramita o processo. 
A competência funcional é absoluta, é insanável pelas partes e, pois 
inderrogável. 
 
 
 
8 
 
4 Competência territorial 
 
A jurisdição brasileira tem como limite o território nacional. Desse modo, 
os juizes nacionais têm limitações ao exercício da função jurisdicional 
em razão do território, a que se acha submetido, por força da ordem 
constitucional. 
Por exemplo, os juizes federais o fazem nos limites traçados pela CF, 
art. 109; os juizes do trabalho(federais) exercem a parcela de jurisdição 
de acordo com a competência da Justiça do Trabalho( art. 114, 116, 
CF); os juizes de Direito dos Estados exercem a jurisdição de acordo 
com a Constituição Estadual( arts. 96, I, 'a', 125, CF). 
Por sua vez, os respectivos Tribunais têm sua competência territorial 
igualmente definida pela ordem constitucional. Exemplos: TRF - art. 108, 
CF; TRT - art. 112, CF; Tribunais de Justiça(art. 125, 96, I, 'a', CF). 
Em regra, quando uma norma se servir de critério territorial para fixar a 
competência, a não observância do dispositivo gera vício relativo, 
portanto sanável, desde que provocado pela parte. Exemplo: art. 94 e 
parágrafos, CPC. 
Há uma exceção: art. 95, primeira parte, CPC. No caso, a não 
observação, acarreta nulidade, pois a competência é absoluta. O 
legislador não deu abertura. Já se a matéria não versar sobre direito 
real, poderá o autor escolher o foro do domicílio do réu ou de eleição. 
O mesmo se afirme do art. 96, CPC. No caso, também, a não 
observância do dispositivo, acarreta a nulidade, pois, o legislador assim 
determinou, não dando opções ao interessado ou parte na propositura 
da ação. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
5. Determinação da competência pela atribuição das 
causas aos órgãos jurisdicionais 
 
 
A Constituição Federal regula a competência das denominadas 
"Justiças" especiais (do Trabalho, Eleitoral e a Militar da União – arts. 
113, 114, 121 e 124), delegando às "Justiças" comuns (Federal e dos 
Estados) a competência residual – muito embora também à 
competência da Justiça Federal seja conferida uma certa especialidade 
(arts. 108 e 109). 
 
 
5.1 – Momento que demarca a fixação de 
competência; exceções à regra da Perpetuatio 
Jurisdictionis 
 
Segundo dispõe o art. 87 do CPC, a competência, em regra, é 
determinada no momento em que a ação é proposta – com a sua 
distribuição (art. 263 c/c art. 251 do CPC) ou com o despacho inicial, 
sendo irrelevantes as modificações do estado de fato (ex. Mudança de 
domicílio do réu) ou de direito (ex. Ampliação do teto da competência do 
órgão em razão do valor da causa) ocorridas posteriormente 
(perpetuatio jurisdictionis), salvo se suprimirem o órgão judiciário cuja 
competência já estava determinada inicialmente - por exemplo, a 
extinção de uma vara cível; ou quando as modificações ocorridas 
alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia - porque 
são espécies de competência absoluta, fixadas em função do interesse 
público, razão pela qual outras modalidades de competência absoluta 
devem estar abrangidas. 
 
Por exemplo, suponha-se a hipótese de vir a ser modificada, na lei de 
organização judiciária, a competência de uma das Varas Cíveis da 
capital, que deixou de ter atribuições para conhecer de ações que 
envolvam direitos reais. O juiz dessa vara perderá a competência sobre 
todas as causas dessa espécie, já em curso naquela Vara, embora se 
trate de competência ditada pela matéria. 
 
 
10 
 
5.2 - Principais critérios de fixação da competência 
 
Os critérios que o legislador levou em conta para a distribuição de 
competência são o da soberania nacional, o da hierarquia e atribuições 
dos órgãos jurisdicionais (critério funcional), o da natureza ou valor da 
causa e o das pessoas envolvidas no litígio (critério objetivo), e os dos 
limites territoriais que cada órgão judicial exerce a atividade jurisdicional 
(critério territorial). 
 
5.3 - Regras de competência internacional 
 
A jurisdição é fruto da soberania do Estado e, por conseqüência natural, 
deve ser exercida dentro do seu território. Entretanto, a necessidade de 
convivência entre os Estados, independentes e soberanos, fez nascer 
regras que levam um Estado a acatar, dentro de certos limites 
estabelecidos em tratados internacionais, as decisões proferidas por 
juízes de outros Estados. Diante dessa realidade, o legislador nacional 
definiu casos em que a “competência é exclusiva” do Poder Judiciário 
brasileiro (art. 89, CPC), e casos em que a “competência é concorrente”, 
sendo que a decisão proferida no estrangeiro pode vir a gerar efeitos 
dentro do nosso território, após ser homologada pelo STJ (arts. 88, 89 e 
483, CPC). 
 
Logo, elas se dividiram em: 
 
- Absoluta/exclusiva: Art. 89, CPC. Algumas matérias para ter 
validade/eficácia no território tem que serem julgadas no Brasil. Trata de 
imóveis situadosno Brasil ou de proceder inventário ou partilha de bens 
situados no Brasil. 
 
“Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de 
qualquer outra: 
 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
 
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda 
que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do 
território nacional.” 
 
Concorrente/cumulativa: Art. 88, CPC. A sentença estrangeira para ter 
validade ou eficácia tem que ser homologada pelo STJ. Trata de casos 
11 
 
em que: O réu é domiciliado no Brasil, ou a obrigação deve ser cumprida 
no Brasil, ou Ação de fato/ato praticado no Brasil. 
 
“Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
 
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no nº I, reputa-se domiciliada no 
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou 
sucursal.”. 
 
5.4 -Litispendência 
 
Duas demandas com os mesmos elementos (partes, pedido e causa de 
pedir). Extingue o segundo. 
 
Segundo o art. 90, CPC, ação extrangeira não induz litispendência. Não 
há litispendência internacional. Vale a que for homologada primeiro. 
 
“Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz 
litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira 
conheça da mesma causa e das que Ihe são conexas.” 
 
5.5 -Critérios para determinar a competência: 
 
- Territorial: Circunscrição geográfica. É o critério de foro. Encontrado no 
CPC. 
 
- Material: É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. 
Exemplo: causa de família, ou de trânsito, etc. Encontrado nas LOJ’s 
dos estados federativos. 
 
- Valor da causa: Poderá ser um critério de determinação de 
competência, é um dos motivos da obrigatoriedade do valor da causa na 
inicial. Encontra-se nas LOJ’s. 
 
12 
 
- Funcional ou hierárquico: Gerará a competência originária. Em razão 
da função ou hierarquia move-se a causa no tribunal, por exemplo. 
Encontra-se na Constituição Federal para a competência do STJ e STF 
e para os Tribunais de Justiça encontra-se nas LOJ’s. 
 
As competências territoriais e em relação ao valor da causa são de 
competência relativa e as competências material e funcional são de 
competência absoluta. 
A competência relativa pode ser modificada pela vontade das partes, a 
competência absoluta não pode. 
Se o juízo incompetente julgar e for competência absoluta é invalido o 
julgamento, competência absoluta não preclui, pois é matéria de ordem 
pública. 
Alguns conceitos importantes: 
 
- Prescrição é a perda do direito de ir ao judiciário, por causa da inércia. 
 
- Decadência é a perda do direito material. 
 
- Perempção é quando o autor deu causa à três sentenças por 
abandono. O autor tinha que praticar um ato por até 30 dias e não o fez. 
 
- Preclusão é a perda do direito de praticar um ato processual. 
 
Preclusão pode ser: 
 
- Temporal: tem haver com o prazo. 
 
- Consumativa: Já praticou o ato. As Exceções são: A modificação da 
petição inicial sem autorização do réu até o saneamento (art. 264, CPC) 
e o aditamento após a citação do réu (art. 294, CPC). 
 
“Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a 
causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas 
partes, salvo as substituições permitidas por lei. 
 
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em 
nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.” 
 
“Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à 
sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.”. 
 
- Lógica: Não pode praticar o ato pois já praticou um ato incompatível. 
13 
 
 
- Pro-Judicato: Para o julgador, não pode julgar duas vezes a mesma 
matéria. 
 
A competência relativa preclui, há a prorrogação se não for argüida no 
prazo. Deve ser alegada na Exceção de competência e a absoluta em 
preliminar de contestação, essa porém pode ser dada de ofício. Na 
relativa há uma possibilidade de declaração de incompetência de ofício 
que é nos casos de foro de eleição nos contratos de adesão. 
 
A competência relativa é de ordem privada. 
 
Se o réu alegar incompetência após a preeliminar de contestação, o réu 
vai pagar as custas do processo em razão da demora, MESMO QUE 
GANHE A CAUSA. 
 
5.6 - Critérios objetivos 
 
Competência em razão da pessoa (partes); a fixação da competência 
tendo em conta as partes envolvidas (ratione personae) pode ensejar a 
determinação da competência originaria dos tribunais, para ações em 
que a Fazenda Pública for parte etc; 
 
Competência em razão da matéria (ratione materiae) - causa de pedir; 
considera-se, ao fixar a competência, a natureza da relação jurídica 
controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá ensejo, por exemplo: 
para conhecer de uma ação de separação, será competente um dos 
juizes das Varas da Família e Sucessões, quando os houver na 
Comarca; 
 
Competência em razão do valor da causa (pedido); muito menos usado, 
serve para delimitar, entre outras hipóteses, competência de varas 
distritais, ou, quando houver organizado, dos Tribunais de Alçada. 
5.7 - Critério Territorial 
 
Os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas 
circunscrições territoriais, estabelecidas na Constituição federal e/ou 
Estadual e nas Leis. Destarte, os juizes estaduais são competentes para 
dizer o direito nas suas Comarcas, e os juizes federais, por sua vez, nos 
limites da sua Seção Judiciária. Já os Tribunais Estaduais são 
competentes para exercer a jurisdição dentro do seu estado, os 
14 
 
Tribunais Regionais Federais, nos limites da sua região. O STF e o STJ 
podem dizer o direito em todo o território nacional. 
 
Sob o ângulo da parte, a competência territorial é em princípio 
determinada pelo domicilio do réu, para as ações fundadas em direito 
pessoal e as ações fundadas em direito real sobre bens móveis. (art. 94, 
CPC). Se o réu tiver domicílios múltiplos, poderá ser demandado em 
qualquer deles (§ 1º); se incerto ou desconhecido, será demandado no 
local em que for encontrado, ou no foro de domicílio do autor (§ 2º), 
facultando-se ao autor ajuizar a ação no foro de seu domicílio, se o réu 
não residir no Brasil e se o próprio autor também não tiver residência no 
País (§ 3º). Será ainda no foro de domicílio de qualquer dos réus no 
caso de litisconsórcio passivo (§ 4º). 
 
Além dessas regras, existem outras, seja no CPC, seja em leis 
extravagantes, que estabelecem regras específicas para certas ações, 
por exemplo: I – ação de inventário, competente o foro do ultimo 
domicilio do autor da herança (art. 96, CPC; art. 1.785, CC/02); II – ação 
declaratória de ausência, competente o foro do ultimo domicílio do 
ausente (art. 97, CPC); III – ação de separação, divórcio, conversão de 
separação em divórcio e anulação de casamento, competente o foro do 
domicílio da mulher (art. 100, I, CPC); IV – ação de alimentos, 
competente o foro do domicílio do alimentado, isto é, aquele que pede 
os alimentos (art. 100, IICPC); V – ação de cobrança, competente o foro 
do lugar onde a obrigação deveria ter sido satisfeita (art. 100, IV, d, 
CPC); VI – ação de despejo, competente o foro da situação do imóvel 
(art. 58, II, Lei nº 8.245/91); VII – ação de responsabilidade do 
fornecedor de produtos e serviços, competente o foro domicílio do autor 
(art. 101, Lei nº 8.078/90-CDC); VIII – ação de adoção, competente o 
foro do domicílio dos pais ou responsáveis (art. 146, Lei nº 8.069/90 
ECA); IX – ações movidasno Juizado Especial Cível, competente o foro 
do domicílio do autor (art. 4º, Lei nº 9.099/95 JEC). 
15 
 
5.8 - Critério Funcional 
 
Enquanto nos outros critérios busca-se estabelecer o juiz competente 
para conhecer de determinada causa, no critério funcional reparte-se a 
atividade jurisdicional entre órgãos que devam atuar dentro do mesmo 
processo. 
 
Como o procedimento se desenvolve em diversas fases, pode haver 
necessidade de determinados atos se realizarem perante órgãos 
diversos; é o caso da carta precatória para citação ou intimação e oitiva 
de testemunha que esteja domiciliada em comarca diversa daquela em 
que tramita o processo, para a realização de penhora de bem situado 
em comarca diversa. 
 
Essa competência é alterada também de acordo com o grau de 
jurisdição. Normalmente se desloca a competência para um órgão de 
segundo grau, um tribunal, para reapreciar processo decidido em 
primeira instancia por meio de recurso. 
 
5.9 - Classificação de Competência 
 
A competência classifica-se em: 
 
Competência do foro (territorial) e competência do juízo 
 
Foro é o local onde o juiz exerce as suas funções; é a unidade territorial 
a qual se exerce o poder jurisdicional. No mesmo local, segundo as leis 
de organização judiciária podem funcionar vários juizes com atribuições 
iguais ou diversas. 
 
De tal modo, para uma mesma causa, constata-se primeiro qual o foro 
competente, para depois averiguar o juízo, que em primeiro grau de 
jurisdição, corresponde às varas, o cartório, a unidade administrativa. 
 
Nas Justiças dos Estados o foro de cada juiz de primeiro grau é o que 
se chama comarca; na Justiça Federal é a subseção judiciária. O foro do 
Tribunal de Justiça de um estado é todo o Estado; o dos Tribunais 
Regionais Federais é a sua região, definida em lei (art. 107, par. Único, 
CF); o do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e 
de todos os demais tribunais superiores é todo o território nacional (CF, 
art. 92, parágrafo único). Portanto, competência de foro, é sinônimo de 
competência territorial, e Juízo de órgão judiciário. A competência do 
16 
 
juízo é matéria pertinente às leis de organização judiciária; já a de foro é 
regulada pelo CPC. 
 
5.10 - Competência originária e derivada: 
 
A competência originária é atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, 
para conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao 
juízo monocrático, o que é a regra, como ao tribunal, em algumas 
situações, como por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança 
contra ato judicial. Enquanto que a competência derivada ou recursal é 
atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; 
normalmente, atribui-se a competência derivada ao tribunal, mas há 
casos em que o próprio magistrado de primeira instancia possui 
competência recursal, por exemplo, nos casos dos embargos 
infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da lei de Execução 
Fiscal, que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença. 
 
5.11 - Incompetência relativa x Incompetência 
absoluta 
 
As regras de competência submetem-se a regimes jurídicos diversos, 
conforme se trate de regra fixada para atender somente ao interesse 
público, denominada de regra de incompetência absoluta, e para 
atender predominantemente ao interesse particular, a regra de 
incompetência relativa. 
 
A incompetência é defeito processual que, em regra, não leva à extinção 
o processo, mesmo tratando-se de incompetência absoluta, salvo nas 
excepcionais hipóteses do inciso III do art. 51 da Lei n.9.099/95 
(juizados Especiais Cíveis), da incompetência internacional (arts. 88-89 
do CPC) e do § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
A incompetência quando absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, 
por qualquer das partes, em sede de preliminar à contestação, e, 
quando relativa, mediante exceção. Se absoluta, o juiz poderá 
reconhecê-la de ofício (CPC, art. 113), independentemente da alegação 
da parte, remetem-se os autos ao juiz competente e reputam-se nulos 
os atos decisórios já praticados, e, se relativa (CPC, art. 112), somente 
se acolher a exceção de incompetência, remeterá o juiz o processo para 
o juízo competente para apreciar a questão, que terá duas opções: 
reconhecer sua competência ou divergir, declarando-se igualmente 
17 
 
incompetente, suscitando o conflito de competência (CPC, art. 115, II), e 
não se anulam os atos decisórios já praticados. 
 
Na incompetência absoluta, responderá integralmente pelas custas, a 
parte que deixar de alegar na primeira oportunidade em que lhe couber 
falar nos autos responderá integralmente pelas custas, na relativa, o juiz 
não pode reconhecê-la de ofício (Sumula 33 do STJ). 
 
5.12 - Modificação de Competência 
 
Legal: Conexão continência, imperativo constituicional e o juízo 
universal. 
 
Conexão: Art. 103, CPC. Quando houver duas ações com mesmo 
pedido e causa de pedir. 
“Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for 
comum o objeto ou a causa de pedir.” 
 
Continência: Art. 104, CPC. As mesmas partes e mesma causa de pedir 
e o pedido de um tem que ser maior que o do outro. 
“Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há 
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, 
por ser mais amplo, abrange o das outras.” 
 
Imperativo Constitucional: Art. 109, CF. Toda vez que a União intervir no 
processo a competência é da justiça federal. 
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
 
- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública 
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou 
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;” 
 
Juízo universal: É a “vis atractiva”, a vara se torna competente para 
julgar todas as causas, como acontece no caso da Falência, que a vara 
que julga a falência vira um polo de atração dos demais processos da 
empresa falida. 
Voluntária: Divide-se em: 
 
Expressa: É o foro de eleição. É a circurnscrição geográfica escolhida 
pelas partes. Escolhe apenas o território, não pode escolher a vara e 
nem o juíz. 
18 
 
Tácita: Tinha incompetência relativa e essa não fora alegada pelo réu 
acarretando assim a prorrogação. 
Na conexão e na continência pode haver união dos processos, e quando 
há um conflito de competência art. 115, CPC) o Tribunal de Justiça 
decide. 
 
“Art. 115. Há conflito de competência: 
 
I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes; 
 
II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes; 
 
III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da 
reunião ou separação de processos.” 
 
5.13 - Mais detalhes da conexão e a continência 
 
A regra geral é a da perpetuatio jurisdictionis (CPC, art. 87), que veda a 
alteração de competência no curso da ação, sendo ela fixada no 
momento da propositura. 
 
Não obstante a regra geral, o CPC, permite a modificação da 
competência após a propositura da ação nos casos de “conexão” ou 
“continência” (art. 102, CPC). Assim, segundo o art. 103 do CPC, 
reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o 
objeto, ou seja, o pedido, por exemplo, nas ações entre as mesmas 
partes pedindo revisão do valor da pensão alimentícia, e a causa de 
pedir, isto é, o fato jurídico que dá arrimo ao pedido, como nas ações 
com fundamento no mesmo contrato ou no mesmo fato, um acidente, 
por exemplo. A continência, que é uma espécie de conexão, segundo o 
art. 104 do CPC dá-se entre duas ou mais ações sempre que há 
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, 
por ser mais amplo, abrange o das outras,como por exemplo nas ações 
entre as mesmas pessoas, relativas a um contrato de mútuo, sendo que 
em uma delas cobra-se uma prestação; na outra, cobra-se todo o valor 
do mútuo. 
 
 
19 
 
5.14 - Prevenção 
 
Prevenção é um critério de confirmação e manutenção da competência 
do juiz que conheceu a causa em primeiro lugar, perpetuando a sua 
jurisdição e excluindo possíveis competências concorrentes de outros 
juízos. 
 
Por se tratar de matéria de ordem pública, não se sujeita à preclusão, 
podendo ser alegada a qualquer tempo. Sendo juízes de mesma 
competência territorial, considerar-se-á prevento o que despachou em 
primeiro lugar (CPC, arts. 106 e 263), e sendo de competência territorial 
diversa (comarcas distintas), considerar-se-á prevento o juiz do 
processo que realizou a citação em primeiro lugar (CPC, art. 219). 
 
Entretanto, essa reunião só será possível se não ocorrer hipótese de 
competência absoluta dos órgãos julgadores e se as ações ainda 
estiverem pendentes de julgamento, tramitando no mesmo grau de 
jurisdição. 
 
Em suma: 
 
Vai unir no juízo prevento, o que decide o juízo prevento é a citação 
válida, conforme o art. 219 do CPC. 
 
“Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e 
faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, 
constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
 
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da 
ação. 
 
§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias 
subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela 
demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. 
 
§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 
90 (noventa) dias. 
 
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos 
parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição. 
 
§ 5oO juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. 
20 
 
 
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo 
anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.” 
 
O art. 106 do CPC traz uma exceção a regra da citação válida, que é 
quando as ações conexas encontram-se na mesma competência 
territorial (mesma comarca), no caso em tela a competência será de 
quem primeiro despachou. 
 
“Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm 
a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que 
despachou em primeiro lugar.” 
 
Em resumo, mesma comarca: quem despachou primeiro; e comarca 
diferentes: primeira citação válida. 
 
Observação importante: 
 
A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio pelo juiz 
(compete ao réu levantar a questão, através de peça em separado, 
chamada exceção de incompetência), salvo, segundo o parágrafo único 
do art. 112 do CPC, acrescentado pela Lei nº 11.280, de fevereiro de 
2006, nos casos que envolvam litígios que tenham arrimo em contratos 
de adesão, vez que neste caso é licito ao juiz ex officio reconhecer a 
nulidade da cláusula de eleição de foro e declinar de sua competência 
para o juízo de domicilio do réu. 
 
 
21 
 
5.15 - Conflito de competência 
 
A questão da competência ou incompetência também pode ser 
levantada por um outro procedimento próprio, denominado conflito de 
competência, regulado nos arts. 115 a 124 do CPC. O conflito pode ser 
suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz 
(art. 116), e é decido pelo tribunal que designa qual juiz é o competente 
para decidir o conflito, pronunciando-se sobre a validade dos atos 
praticados pelo incompetente (art. 122). 
 
Instaura-se mediante petição dirigida ao presidente do tribunal, instruída 
com os documentos que comprovem o conflito, ouvindo o relator, com a 
distribuição, os juízes em conflito. Sobrestará o processo, caso o conflito 
seja positivo; se o conflito for negativo, o sobrestamento não será 
necessário, pois não haverá juízo praticando atos processuais. Deverá 
ainda o relator designar um juiz para solucionar as questões urgentes. 
 
Assim, há conflito de competência quando dois ou mais juízes se 
declaram competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito 
negativo) e também no caso de controvérsia sobre reunião ou 
separação de processos (CPC, art. 115, I, II e III). 
 
O conflito entre autoridade judiciária e autoridade administrativa, ou só 
entre autoridades administrativas, chama-se conflito de atribuições e 
não conflito de competência. 
 
 
22 
 
6. Competência de jurisdição 
 
Tomando-se como referencial essa distribuição das causas aos diversos 
órgãos que integram a estrutura judiciária brasileira, fala-se em 
competência de jurisdição, significando essa locução o conjunto das 
atividades jurisdicionais conferidas a determinado organismo judiciário 
(ou a determinada "Justiça", no sentido ora empregado). Aliás, só nessa 
medida é admissível e compreensível o emprego da locução em pauta, 
pois sua interpretação desvinculada do contexto deste trabalho pode 
gerar uma indevida confusão entre institutos distintos. 
 
Enquanto certas causas competem exclusivamente a determinadas 
"Justiças" (v. g., CF, art. 124), algumas poderão competir, em abstrato, a 
uma ou outra dessas "Justiças", apurando-se concretamente a 
competência, nesses casos, com base em critérios objetivos ou 
territoriais (v. g., art. 109, § 3º). 
 
Como o fator preponderante na atribuição das causas às diversas 
"Justiças" é a natureza daquelas, diz-se que a competência de jurisdição 
é material pese, embora, a crítica anteriormente formulada a respeito da 
utilização dessa última palavra (supra, nº 3.1). 
 
 
 
 
23 
 
7. Competência hierárquica 
 
Determinada em concreto a Justiça competente para o processamento 
da demanda, cumpre verificar, entre os diversos órgãos que a 
compõem, aquele funcionalmente competente, ou, se preferir, cabe a 
verificação do grau de jurisdição em que correrá o processo 
(competência hierárquica). 
 
Sabe-se que as diversas Justiças são integradas, em regra, por órgãos 
monocráticos (de primeiro grau) e órgãos colegiados (de segundo grau – 
tribunais). 
 
Os últimos têm, por sua vez, competência originária (para aquelas 
causas que desde logo lhe são atribuídas por lei – v. g., CF, arts. 102, I 
e 105, I) e competência recursal (poder de reexaminar, mediante 
recurso interposto pela parte ou interessado, o ato recorrido). 
 
Estabelece-se entre os órgãos jurisdicionais inferiores e superiores, 
portanto, uma relação de hierarquia para o exercício da função 
jurisdicional, de tal sorte que os primeiros não podem decidir aquelas 
causas de competência originária dos segundos, cabendo a estes, 
ademais, o reexame das decisões daqueles, em grau de recurso. 
 
Esse critério hierárquico é fundado, no mais das vezes, ou na qualidade 
das partes ou no objeto do processo, valendo lembrar, ainda, que a lei 
atribui ao Supremo Tribunal Federal, com exclusividade, competência 
para o processamento e julgamento de determinadas causas 
especialíssimas (CF, art. 102, I) e, excepcionalmente, confere poder 
jurisdicional mesmo a órgãos estranhos ao Poder Judiciário, com a 
exclusão deste (CF, art. 52, I e II). 
 
 
 
 
24 
 
8. Competência absoluta e competência relativa 
 
 
 
Doutrina e jurisprudência já consagraram as expressões competência 
absoluta e competência relativa, tanto que delas lançamos mão no título 
de abertura desse item. 
 
Cremos ser cientificamente mais adequado, no entanto, o exame das 
questões que envolvem o caráter absoluto ou o relativo do instituto em 
foco sob seu aspecto negativo. Por outras palavras, é mais importante o 
exame das conseqüências que advêm da incompetência absoluta e darelativa do que, propriamente, daquelas resultantes do desdobramento 
da competência em duas espécies. 
 
Realmente, a higidez do processo depende, nesse particular, apenas da 
competência (situação positiva) do órgão jurisdicional perante o qual 
tramita, irrelevante a sua qualificação; em nada aproveita a aferição do 
grau da competência por ele ostentada, interessando, isto sim, o grau de 
sua eventual incompetência (situação negativa), pois diferentes as 
conseqüências derivadas de seu caráter absoluto ou relativo, assim 
como diferentes são os meios de argüição e reconhecimento de uma ou 
outra. 
 
Sendo absolutamente incompetente o órgão jurisdicional, é totalmente 
ilegítima a sua atuação no processo, padecendo de nulidade insanável, 
por decorrência, os atos decisórios dele emanados (art. 485, II); essa 
situação de ilegitimidade é, por sua vez, infensa à correção ou 
convalidação, daí representar direito da parte – e dever do juiz – a 
argüição e o reconhecimento (inclusive de ofício), a qualquer tempo, 
dessa incompetência (arts. 113 e 301, II e § 4º). 
 
A relatividade da incompetência, ao reverso, acarreta invalidade relativa 
dos atos decisórios, devendo ser argüida e declarada na oportunidade e 
forma previstas em lei (CPC, arts. 112 e 304 e ss.). 
 
Entendida a competência como o limite imposto ao órgão judiciário para 
o exercício legítimo do poder jurisdicional (supra, nº 4.1), a 
incompetência significa, contrario sensu, justamente a ausência de 
legitimidade, pelo aludido órgão, para exercitar aquele poder, ou, na 
expressão de Celso Neves, significa a inexistência de uma relação de 
adequação legítima entre o órgão judiciário e o processo. 
25 
 
 
Por outro lado, a intensidade, maior ou menor, da incompetência, 
decorre da natureza da norma legal ofendida com o ajuizamento da 
demanda perante órgão sem legitimidade para processá-la. Ocorre, 
porém, que as normas reguladoras da competência encontram sua 
razão de ser ora no interesse público (v. g., distribuição dos feitos, 
fundada em critérios objetivos ou funcionais, aos juízos da mesma 
comarca), ora no interesse da parte (v. g., quando se concede vantagem 
à mulher casada em ações de cunho matrimonial – art. 100, I), advindo 
dessa duplicidade de interesses conseqüências bem diversas, como 
será demonstrado. 
 
Prevalecendo, para a determinação da competência, um critério fundado 
em norma protetiva de interesse público, sua inobservância acarretará a 
absoluta incompetência do órgão jurisdicional perante o qual a demanda 
foi ajuizada, situação essa imodificável tanto pela vontade do juiz, 
quanto pela das partes. 
 
Prevalente, ao reverso, um critério pautado em norma protetiva do 
interesse de qualquer das partes, sua vulneração gerará a 
incompetência relativa do órgão processante, se bem que, nesse caso, 
tal incompetência poderá ser afastada tanto por ato da parte (eleição de 
foro, não-oposição de exceção declinatória – infra, nºs 4.7 e 4.8), quanto 
por força da lei (v. g., CPC, art. 105). 
 
Vale a pena explicitar a situação ora sob exame. 
 
Sendo incompetente o órgão judiciário, falta ao processo um requisito de 
validade, possibilitando a argüição e o reconhecimento da nulidade dos 
atos decisórios do primeiro (CPC, art. 113, § 2º). 
 
Tratando-se de incompetência absoluta, tal reconhecimento não será 
obstado sequer pela superveniência de coisa julgada material (CPC, art. 
485, II); tratando-se, porém, de incompetência relativa, o vício será 
afastado no curso do processo, quer pela sua proclamação em 
julgamento de exceção declinatória, com a conseqüente remessa dos 
autos ao órgão competente (a respeito, v., infra, nº 5.5), quer pela 
preclusão derivada da não-oposição oportuna da exceção ritual 
adequada, gerando o fenômeno da prorrogação. 
 
Já a natureza particular da incompetência absoluta afasta a 
possibilidade de prorrogação, podendo ela – objeção processual que é – 
ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição e, inclusive, 
26 
 
reconhecida de ofício pelo órgão judiciário (CPC, arts. 113 e 301, II e § 
4º). 
 
Diante de tais premissas, forçoso é concluir-se, sem margem a qualquer 
dúvida, que a exceção declinatória tem por objeto apenas a 
incompetência relativa e, ainda, que o fenômeno processual da 
prorrogação só a ela diz respeito. 
 
Confrontadas assim a competência absoluta e a competência relativa, 
ou melhor, a incompetência absoluta e a incompetência relativa, cumpre 
apontar, entre as várias modalidades já estudadas, as que se 
enquadram em uma e outra categoria. 
 
Examinaremos, então, as hipóteses que envolvem as competências 
objetiva, funcional e territorial trazidas pelo Código, sem deixar de 
analisá-las, ainda, à luz dos critérios determinativos da competência 
pela atribuição das causas aos diversos órgãos judiciários (supra, nº 4). 
 
Desde logo alertamos para o fato de que lançaremos mão, nos tópicos 
seguintes, das expressões competência absoluta e competência relativa 
(em inequívoca submissão à terminologia já consagrada em sedes 
doutrinária e jurisprudencial e inclusive utilizada pela lei), muito embora 
tenha mais interesse, na verdade, o estudo do instituto sob seu aspecto 
negativo. 
 
 
 
 
27 
 
9. Competência objetiva 
 
 Conforme já referido, a competência objetiva é determinada com base 
ou no valor da causa, ou na natureza da causa ou ainda, finalmente, na 
qualidade da parte (supra, nº 3.1). 
 
A - Segundo a unanimidade da doutrina – e consoante, aliás, o expresso 
enunciado do art. 111 do Código –, a competência objetiva fundada na 
natureza da relação controvertida submetida a juízo é absoluta, ou seja, 
a inobservância de tal critério objetivo, quando da propositura da 
demanda, acarreta a absoluta incompetência do órgão jurisdicional. 
 
Acrescentaríamos ainda – e sempre ressaltando o enfoque negativo a 
ser dado ao tema – que é igualmente absoluta a invalidade decorrente 
da ausência da competência calcada na qualidade da parte (supra, nº 
3.1), já que o critério determinante de sua existência repousa no 
interesse público (v. g., a observância de prerrogativas de determinadas 
pessoas ou entes públicos – CF, art. 109, I, entre outros casos). 
 
B - Já a invalidade derivada da inobservância do critério valorativo (ou 
seja, aquele centrado no valor da causa) é quase sempre relativa, 
mostrando-se absoluta, em princípio, apenas no que pertine à 
competência dos Juizados Especiais de Conciliação. 
 
Exposta a multiplicidade de critérios atuantes na determinação da 
competência de juízo, tudo indica ser correta a conclusão de que sua 
inobservância ensejará uma situação de incompetência absoluta ou 
relativa, dependendo, justamente, do critério a ser utilizado, em cada 
caso, para a aferição da competência. 
 
Predominando, no caso particular, quer o critério funcional, quer o 
objetivo fundado na qualidade da parte ou na natureza da causa, 
certamente será absoluta a incompetência de qualquer outro juízo que 
não aquele ao qual a lei legitime para o processamento da demanda, 
ainda que, eventualmente, uns e outros integrem o mesmo foro (i.é, 
ainda que tenham a mesma base territorial de competência). Imagine-
se, a título de ilustração, o ajuizamento de ação de execução fundada 
em título judicial perante qualquer outro juízo do mesmo foro que não 
aquele em que o ora exeqüente obteve, no anterior processo de 
conhecimento, a sentença condenatória exeqüenda. 
28 
 
Conclusão: 
 
 
 
 
Depois de estudarmos e analisarmos a respeito de Competência e 
Jurisdição notamos a importância do assunto, visto que seria impossível 
a convivência sadia se não houvessem regras de delimitação do poder 
de agir e das esferas de ação. 
Jurisdição é o poder, função e atividade de aplicar o direito a um fato 
concreto,pelos órgãos competentes, obtendo-se a justa composição da 
lide. 
Competência é o poder de fazer atuar a jurisdição que tem um órgão 
jurisdicional diante de um caso concreto. É a medida da jurisdição. Para 
a determinação da competência, as normas legais utilizam-se de 
critérios ora extraídos da lide, ora extraídos das funções que o juiz 
exerce no processo. No primeiro caso, diz-se que a competência é 
objetiva, porque se determina por algum aspecto da lide. No segundo 
caso, diz-se que a competência é funcional. 
Finalmente, a competência funcional pode determinar-se pelo objeto do 
juízo, isto é, pelo tipo de julgamento que deve ser proferido. Ocorre 
quando numa única questão atuam dois órgãos jurisdicionais, cada um 
competente para certa parte do julgamento. 
O foro geral ou comum para o julgamento de todas as infrações em que 
não exista alguma situação especial apontada é o do local em que se 
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, o do lugar em que foi 
praticado o último ato de execução. 
 
 
 
29 
 
Fonte Bibliográficas: 
 
 
 
• SANTOS, Moacir Amaral. Primeiras Linha de Direito 
Processual Civil.1ºvolume.23ed.São Paulo. Saraiva. 2004.377p. 
 
• http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/04/processo-civil-
competencia_01.html 
 
• http://sabrinadourado1302.jusbrasil.com.br/artigos/121935862/resu
mao-de-competencia

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