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FACVLDADE MAURÍCIO DE NASSAU 
CAMPUS FORTALEZA - BENFICA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA 
 
 
 
 
 
PROF. FELIPE MOTA MARTINS 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2018 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4 
1.1 Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil ............................................................................. 9 
2 ACIDENTES DE TRABALHO ............................................................................................ 11 
2.1.1 Doenças profissionais e do trabalho ............................................................................. 11 
2.1.2 Classificação dos acidentes de trabalho ....................................................................... 12 
2.1.3 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ............................................................ 14 
2.1.4 Causas do acidente de trabalho .................................................................................... 15 
3 RISCOS AMBIENTAIS ................................................................................................... 16 
3.1 Riscos físicos .................................................................................................................... 16 
3.1.1 Ruído ............................................................................................................................ 16 
3.1.1.1 Efeitos no organismo humano .................................................................................. 18 
3.1.2 Vibrações ...................................................................................................................... 19 
3.1.3 Temperaturas extremas ................................................................................................ 19 
3.1.4 Radiações ionizantes e não-ionizantes ......................................................................... 20 
3.1.5 Pressões anormais ........................................................................................................ 21 
3.1.6 Umidade ....................................................................................................................... 21 
3.2 Riscos químicos ............................................................................................................... 22 
3.2.1 Avaliação de riscos químicos ................................................................................... 22 
3.3 Riscos biológicos.............................................................................................................. 24 
3.3.1 Classificação dos ricos biológicos ............................................................................ 24 
3.4 Riscos ergonômicos.......................................................................................................... 25 
3.5 Riscos de acidentes (mecânicos) ...................................................................................... 26 
3.6 Mapa de riscos .................................................................................................................. 27 
4 MEDIDAS DE PROTEÇÃO ............................................................................................ 29 
5 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................. 31 
5.1 NR 1 – Disposições gerais ............................................................................................... 31 
5.2 NR 2 – Inspeção prévia .................................................................................................... 32 
5.3 NR 3 – Embargo ou Interdição ........................................................................................ 32 
5.4 NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho ................... 32 
5.5 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ..................................................... 33 
5.6 NR 6 – Equipamento de Proteção Indivudal – EPI .......................................................... 35 
5.7 NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO ......................... 37 
5.8 NR 8 – Edificações ........................................................................................................... 38 
5.10 NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade ........................................ 39 
5.11 NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais ................. 39 
5.12 NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos ..................................... 39 
5.13 NR 13 – Caldeiras, vasos e pressão e tubulações ............................................................. 39 
5.14 NR 14 - Fornos ................................................................................................................. 40 
5.15 NR 15 – Atividades e operações insalubres ..................................................................... 40 
5.16 NR 16 – Atividades e operações perigosas ...................................................................... 40 
5.17 NR 17 – Ergonomia.......................................................................................................... 41 
5.18 NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção .................. 41 
5.19 NR 19 – Explosivos.......................................................................................................... 42 
5.20 NR 20 – Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis....................... 43 
5.21 NR 21 – Trabalho a céu aberto ......................................................................................... 43 
5.22 NR 22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração ................................................... 43 
5.23 NR 23 – Proteção contra incêndios .................................................................................. 43 
5.24 NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho ................................. 44 
5.25 NR 25 – Resíduos industriais ........................................................................................... 44 
5.26 NR 26 – Sinalização de segurança ................................................................................... 44 
5.27 NR 27 – Registro profissional do técnico de segurança do trabalho ................................ 44 
5.28 NR 28 – Fiscalização e penalidades ................................................................................. 44 
5.29 NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário ............ 45 
5.30 NR 30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário ......................................................... 45 
5.31 NR 31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração 
florestal e aquicultura ................................................................................................................... 45 
5.32 NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde ........................................ 45 
5.33 NR 33 Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados ..................................... 45 
5.34 NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção naval ........ 46 
5.35 NR 35 – Trabalho em altura ............................................................................................. 46 
5.36 NR 36 – Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes 
e derivados ................................................................................................................................... 46 
6SEGURANÇA .................................................................................................................. 47 
6.1 Segurança dos Processos .................................................................................................. 48 
6.1.1 Acidente de Flixborough (1974) .............................................................................. 49 
6.1.2 Acidente de Three Mile Island (1979) ..................................................................... 50 
6.1.3 Acidente de Bhopal (1984)....................................................................................... 52 
6.1.4 Normas sobre segurança de processos ..................................................................... 54 
6.2 Riscos de explosões e incêndios ............................................................................................. 54 
6.2.1 O fogo .............................................................................................................................. 55 
6.2.2 Combustão ....................................................................................................................... 56 
6.2.3 Incêndios ......................................................................................................................... 58 
7 GESTÃO ............................................................................................................................... 71 
7.1 Gestão de riscos ...................................................................................................................... 71 
7.1.1 Nautreza dos riscos empresariais .................................................................................... 71 
7.1.2 Normas sobre gerenciamento de riscos ........................................................................... 73 
7.1.3 Metodologia do gerenciamento de riscos ........................................................................ 74 
7.2 Gestão de emergências ........................................................................................................... 76 
7.2.1 Plano de emergência interno ........................................................................................... 76 
7.2.2 Plano de emergência externo ........................................................................................... 80 
7.3 Métodos de análise de riscos .................................................................................................. 81 
7.3.2 Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP) Veritas (2006) ..................................... 81 
7.3.3 Análise Preliminar de Perigos (APP) Veritas (2006) ...................................................... 82 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 86 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Segundo Harari (2015), os homo sapiens viveram seus primeiros 2,5 milhões 
de anos como nômades, alimentando-se da coleta de plantas e da caça de animais 
selvagens. Neste ambiente, não havia noção de relações de trabalho, até porque a ideia 
de trabalho em si também não existia. 
 No entanto, há cerca de 10 mil anos, alguns coletores perceberam que onde 
jogavam as sementes dos frutos consumidos nasciam árvores que geravam novos frutos, e 
assim descobriram a ideia chave para o desenvolvimento da agricultura. 
A partir de então, a espécie humana passa a se dedicar ao plantio e, logo em 
seguida, também à domesticação de animais. Como a garantia de produção de alimento 
acabou com a necessidade de mudarem-se em busca de comida, os seres humanos 
abandonaram a vida nômade para viver em locais com abundância de água, necessária para 
suprir as plantações, tornando-se sedentários. 
 
“A transição para a agricultura começou por volta de 9500-8500 a.C. no 
interior montanhoso do sudeste da Turquia, no oeste do Irã e no Levante. 
Começou devagar em uma área geográfica restrita. Trigo e bodes foram 
domesticados por volta de 9000 a.C.; ervilhas e lentilhas, em torno de 8000 a.C.; 
oliveiras, cerca de 5000 a.C.; cavalos, por volta de 4000 a.C.; e videiras, em 
3500 a.C. Alguns animais e sementes, como camelos e castanhas-de-caju, foram 
domesticados ainda mais tarde, mas em 3500 a.C. a principal onda de 
domesticação havia chegado ao fim. Mesmo hoje, com toda a nossa tecnologia 
avançada, mais de 90% das calorias que alimentam a humanidade vêm do 
punhado de plantas que nossos ancestrais domesticaram entre 9500 e 3500 a.C. – 
trigo, arroz, milho, batata, painço e cevada.” 
(HARARI, 2015) 
 
À mudança do nomadismo para o sedentarismo através do desenvolvimento da 
agricultura dá-se o nome de Revolução Agrícola e um dos principais cereais responsáveis 
por essa revolução foi o trigo, que passou a ser produzido em escala e tornou-se a base da 
alimentação humana. No entanto, de acordo com Harari (2015), não foi o homem que 
domesticou o trigo, mas o trigo que domesticou o homem. 
 
“O trigo fez isso manipulando o Homo sapiens a seu bel-prazer. Esse 
primata vivia uma vida confortável como caçador-coletor até por volta de 10 mil 
anos atrás, quando começou a dedicar cada vez mais esforços ao cultivo do trigo. 
Em poucos milênios, os humanos em muitas partes do mundo estavam fazendo 
não muito mais do que cuidar de plantas de trigo do amanhecer ao entardecer. 
Não foi fácil. O trigo demandou muito deles. O trigo não gostava de 
rochas nem pedregulhos, e por isso os sapiens deram duro para limpar os 
campos. O trigo não gostava de dividir espaço, água e nutrientes com outras 
5 
 
plantas, e assim homens e mulheres trabalharam longas jornadas sob o sol 
abrasador eliminando ervas daninhas. O trigo ficava doente, e por isso os sapiens 
tinham de ficar de olho em vermes e pragas. O trigo era atacado por coelhos e 
nuvens de gafanhotos, então os agricultores construíram cercas e passaram a 
vigiar os campos. O trigo tinha sede, então os humanos cavaram canais de 
irrigação ou passaram a carregar baldes pesados de poços para regá-lo. Os 
sapiens até mesmo passaram a coletar fezes de animais para nutrir o solo em que 
ele crescia. 
O corpo do Homo sapiens não havia evoluído para tais tarefas. Estava 
adaptado para subir em macieiras e correr atrás de gazelas, não para remover 
rochas e carregar baldes de água. A coluna, os joelhos, o pescoço e os arcos 
plantares dos humanos pagaram o preço. Estudos de esqueletos antigos indicam 
que a transição para a agricultura causou uma série de males, como 
deslocamento de disco, artrite e hérnia. Além disso, as novas tarefas agrícolas 
demandavam tanto tempo que as pessoas eram forçadas a se instalar 
permanentemente ao lado de seus campos de trigo. Isso mudou por completo seu 
estilo de vida. Nós não domesticamos o trigo; o trigo nos domesticou. A palavra 
“domesticar” vem do latim domus, que significa “casa”. Quem é que estava 
vivendo em uma casa? Não o trigo. Os sapiens.” 
(HARARI, 2015) 
 
Foi então no início das atividades agrícolas que surgiu a noção de 
trabalho, embora este fosse essencialmente de cunho coletivista, pois nos primeiros 
agrupamentos agrícolas a produção era dividida de forma igualitária entre os agricultores. 
Com a maior disponibilidade de alimento, a população cresceu de forma 
exponencial e assim surgiram as primeiras aldeias, vilas e cidades. Em algumas regiões, a 
população cresceu ao ponto de saturar a produção de alimentos, pois as terras disponíveis 
não tinham capacidade de produzir comida para todos os habitantes da região. Começaram 
então as primeiras disputas por terras para cultivo, levando agrupamentos de humanos a 
atacarem uns aos outros. Surgiram assim também os primeiros prisioneiros de guerra, que 
logo se transformariamnos primeiros escravos, criando novas relações de trabalho. 
Ao tornar-se escravo o indivíduo é, de alguma forma, privado de sua liberdade, 
passando a ser considerado uma mercadoria. Assim, as relações de trabalho passaram a ser 
fundamentadas sob o direito de posse, onde a um indivíduo é permitido possuir outro e 
tratá-lo como bem. 
Através das negociações de escravos, povos da antiguidade prosperaram e 
foram capazes de edificar verdadeiras maravilhas da engenharia, que continuam de pé até 
os tempos modernos. Mas não só de construções faraônicas viviam essas civilizações e 
seus escravos, cujos principais ofícios eram a produção de alimentos e a realização de 
serviços pesados, como trabalho em minas e em edificações. 
As civilizações escravistas logo tornaram-se viciadas nessa prática e o trabalho 
forçado passou a ser a base da economia de povos como mesopotâmios, gregos, romanos, 
6 
 
persas, egípcios, dentre outros. Na Grécia, os escravos mais fortes eram reservados aos 
trabalhos pesados, enquanto os mais frágeis eram destinados às tarefas domésticas. 
É dessa época que remonta o primeiro relato de preocupação com as condições 
de trabalho. No século IV a.C. o médico grego Hipócrates descreveu o quadro clínico de 
intoxicação por chumbo, doença conhecida como saturnismo. 
Em Roma, a população de escravos chegou a 30% do total de habitantes, e 
além de trabalhos pesados e serviços domésticos era possível encontrar escravos exercendo 
cargos até na administração pública. A economia romana era de tal forma dependente de 
seus escravos que o exército teve de empenhar-se cada vez mais na conquista de novos 
territórios, dessa vez não para obter terras para cultivo, mas escravos. 
Durante esse período o médico romano Plínio, O Velho estudou as condições 
de trabalho dos escravos e descreveu em seu livro Naturalis Historia (pulbicado em 73 
d.C. em 37 volumes) as iniciativas próprias de proteção praticadas pelos escravos que 
trabalhavam em minas e utilizavam bexigas de carneiro como máscaras para pó. Este é o 
relato mais antigo de um Equipamento de Proteção Individual. 
Problemas com escravos revoltosos eram comuns na transição entre a 
República e o Império Romano. As revoltas ficaram conhecidas como Guerras Servis, mas 
não obtiveram êxito na derrubada do sistema escravista. Em 73. a.C Spártaco chegou a 
liderar 100 mil escravos em uma revolta violentamente reprimida pelos governantes e que 
culminou com a crucificação de mais de 6mil escravos. 
Por volta do século III d.C., no entanto, mesmo com a aquisição de novas terras 
devido à política expansionista do império, a oferta de mão de obra escrava começou a 
diminuir e os latifundiários tiveram de encontrar novas formas de trabalhar a terra. 
Tiveram então a ideia de distribuir pequenos lotes de suas propriedades para que os 
escravos produzissem por conta própria, pagando uma espécie de “aluguel” da terra em 
grãos e animais produzidos. 
Conforme crescia, ficava cada vez mais difícil manter a segurança das 
fronteiras, constantemente atacadas por povos bárbaros, o que levou à queda do Império 
Romano. Os habitantes das cidades refugiaram-se em propriedades rurais de antigos nobres 
romanos, trabalhando em suas terras em troca de proteção contra os invasores e alimento 
para seu sustento. 
Foi nesse período que mais uma vez as relações de trabalho se alteraram, 
surgindo o que hoje chamamos de feudalismo. Nesse novo sistema houve pouca mudança 
7 
 
na vida dos trabalhadores que de escravos passaram a servos dos senhores de terras. A 
única vantagem era não serem mais tratados como propriedade, embora agora estivessem 
ligados aos senhores de terra (senhores feudais) e presos às terras em que viviam. 
As relações de trabalho não sofreram grandes alterações durante o 
restante da Idade Média e início da Idade Moderna (1453 à 1789), período em que 
foram realizados muitos estudos sobre a saúde dos trabalhadores. Em 1556, Georgi 
Agricolae realiza os primeiros registros de doenças atribuídas especificamente a um 
determinado ofício e os publica em seu livro De Re Metallica, que relata os problemas 
encontrados na mineração e fundição de ouro e prata. Um fato curioso da obra de 
Agricolae é o relato de que as mulheres chegavam a casar-se inúmeras vezes devido à alta 
taxa de mortalidade entre os mineiros. 
Em 1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini, considerado o pai da 
Medicina do Trabalho, publica o livro De Morbis Artificum Diatriba (As doenças dos 
trabalhadores), descrevendo mais de 50 doenças do trabalho e introduzindo ao prontuário 
médico a pergunta: “Qual sua ocupação”. 
O sistema feudal não apresentava mobilidade social, ocasionando a fuga de 
alguns servos, o que, juntamente com o desenvolvimento de uma estrutura mercantil 
arcaica, favoreceram o nascimento e desenvolvimento do sistema capitalista. Após alguns 
séculos ganhando força, o capitalismo passou a ser o principal sistema socioeconômico dos 
países europeus a partir do século XVI. 
Com o capitalismo surgiram novas relações de trabalho, que deixou de ser 
servil e passou a ser assalariado, embora as condições de vida dos camponeses não tenha 
melhorado, pois os salários que recebiam muitas vezes os fazia desejar ainda serem servos 
dos senhores feudais: ao menos o sustento estava garantido. 
Além do trabalho no campo, muitos ofícios prosperaram, tais como a 
manufatura e o comércio de produtos artesanais. Mas no século XVII a Revolução 
Industrial (1760 à 1940) que teve lugar na Inglaterra mudou esse cenário ao substituir a 
manufatura pela maquinofatura, onde o produto é fabricado com o auxílio de máquinas. 
Os trabalhadores passaram então a ser operadores de máquinas e mais uma vez 
suas condições de trabalho não só não melhoraram, como podem ser consideradas as piores 
dentre todos os períodos da história. Segundo Dezordi (2008), as jornadas de trabalho iam 
de 14 a 16 horas por dia, seis dias por semana, e, embora tivessem a mesma jornada de 
trabalho que os homens adultos, mulheres e crianças recebiam salários menores. 
8 
 
A maior parte das fábricas inglesas era do setor têxtil, que consumia muita lã. 
Para obter mais áreas de pastagem os nobres invadiram territórios utilizados por 
camponeses para suas atividades agrícolas e pastoris (DEZORDI, 2008). Os camponeses, 
sem poder tirar seu sustento da terra, migram para as cidades, passando a integrar a mão de 
obra das fábricas. Com a crescente oferta de mão de obra, os salários baixam e há 
superlotação nas acomodações próximas aos bairros fabris, diminuindo a qualidade de vida 
e aumentando o risco de doenças da população. 
Os locais de trabalho também eram sujos, com pouca iluminação, ventilação e 
sem nenhuma preocupação ergonômica. Os trabalhadores da Revolução Industrial também 
não tinham nenhum tipo de seguridade social como previdência (pública ou privada), tendo 
que trabalhar até os últimos dias de suas vidas. 
As péssimas condições geraram insatisfação nos trabalhadores que começaram 
a se manifestar por melhores condições, forçando o Parlamento Britânico a criar o Factory 
Act (Lei das Fábricas), em 1833. Essa lei estabeleceu a inspeção das fábricas, determinou 
idade mínima de 9 anos, proibiu o trabalho noturno de menores de 18 anos e determinou 
um regime de trabalho de no máximo 12 horas por dia e 69 horas por semana. 
A indústria viria a ter ainda mais destaque no final do século XIX e começo do 
século XX, sendo impulsionada principalmente pelo setor armamentista que abasteceu a 
Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Mais leis de proteção ao trabalhador foram criadas 
na Inglaterra e as práticas de segurança começaram a ser difundidas pelo restante da 
Europa e pela América do Norte.Com o fim da Primeira Guerra Mundial, como parte do tratado de Versalhes, 
foi criada em 1919 a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Este órgão é 
responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho 
(convenções e recomendações) e possui uma estrutura tripartite, sendo composto por 
representantes das empresas, dos trabalhadores e dos governos dos países membros. 
O Brasil é um dos membros fundadores da OIT e participa da Conferência 
Internacional do Trabalho desde sua primeira edição, quando foram definidas as jornadas 
máximas diárias de 8h e semanais de 48h, a idade mínima de 14 anos para trabalho na 
indústria e a proteção à maternidade, dentre outras diretrizes que ainda norteiam as normas 
do trabalho modernas. 
 
9 
 
1.1 Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil 
 
Em 1903 foi assinado pelos governos do Brasil e da Bolívia o Tratado de 
Petrópolis, onde o Brasil se comprometia a construir uma estrada de ferro para facilitar o 
escoamento da produção de borracha dos dois países e em troca recebia o território que 
hoje compõe o estado brasileiro do Acre. 
Durante a execução das obras, muitos operários adoeceram e até mesmo 
chegaram a óbito devido às péssimas condições de trabalho e às doenças tropicais. 
Segundo Ferreira e Peixoto (2012), a situação levou o médico brasileiro Oswaldo Cruz à 
obra, onde realizou estudos e trabalhos sobre doenças infeciosas relacionadas ao trabalho, 
como a malária e o amarelão. Este é o primeiro relato de uma iniciativa em segurança do 
trabalho no Brasil. 
 
Em 1912, durante o 4º Congresso Operário Brasileiro, constituiu-se a 
Confederação Brasileira do Trabalho (CBT), a qual teve como finalidade 
promover um programa de reivindicações operárias, tais como: jornada de 
trabalho de oito horas, semana de seis dias, construção de casas para operários, 
indenização para acidentes de trabalho, limitação da jornada de trabalho para 
mulheres e crianças (menores de quatorze anos), contratos coletivos (na época, 
individuais), obrigatoriedade de pagamento de seguro para os casos de doenças e 
velhice, estabelecimento de um salário mínimo, reforma de tributos públicos e 
exigência de instrução primária. 
(...) 
Em 1918, o presidente do Brasil Wenceslau Braz Gomes cria, através do 
Decreto nº 3.550, o Departamento Nacional do Trabalho, com o intuito de 
regulamentar a organização do trabalho. 
Em 1919, com o Decreto Legislativo nº 3.724, foi instituída a reparação 
em caso de doença contraída pelo exercício do trabalho. O Decreto é conhecido 
como a primeira lei sobre acidentes de trabalho. 
(FERREIRA e PEIXOTO, 2012) 
 
O DL nº 3.724 discorria sobre os acidentes de trabalho, definia a forma de 
declaração do acidente e dava diretrizes sobre as ações judiciais e indenizações. Nesta lei 
foi adotada a teoria do risco profissional adotada pelo político francês Felix Faure em 1883 
e que se baseava no principio de que assim como o empresário deve suportar os encargos e 
riscos oriundos do processo produtivo, deve também suportar a depreciação da saúde 
daqueles que participaram desse processo (os trabalhadores). 
 
Em 1923, o presidente do Brasil Arthur Bernardes cria o Conselho 
Nacional do Trabalho, pelo Decreto n° 16.027. 
Em 1923, cria-se a Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional junto ao 
Departamento Nacional de Saúde, no Ministério da Justiça e Negócios Interiores. 
No ano de 1930, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio é criado 
via Decreto n° 19.433, assinado pelo presidente Getúlio Vargas. O Ministério 
10 
 
assumia as questões de saúde ocupacional e era coordenado pelo Ministro 
Lindolfo Leopoldo Boeckel Collor, empossado na ocasião. 
Em 1934, com o Decreto Legislativo nº 24.637, é criada a Inspetoria de 
Higiene e Segurança do Trabalho, ampliando-se assim, o conceito de doença 
profissional. Tal decreto é considerado a segunda lei de acidentes do trabalho. 
(...) 
Em 1943, no Brasil, com o Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio, entra em 
vigor a “Consolidação das Leis do Trabalho” (CLT), com capítulo referente à 
Higiene e Segurança do Trabalho. 
Em 1944 é incluída a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes) na Legislação Brasileira pelo Decreto nº 7.036/44, conhecido como 
“Lei de Acidentes de Trabalho de 1944”. 
(FERREIRA e PEIXOTO, 2012) 
 
O DL 7.036/74 foi a terceira lei sobre acidentes do trabalho do Brasil e 
introduziu os conceitos de acidente in inteire, ou de trajeto, aperfeiçoou a assistência 
médica, farmacêutica e hospitalar ao acidentado e definiu o limite máximo de 24h para 
comunicar um acidente de trabalho, dentre outros. Apesar de a comunicação de acidente 
ser obrigatória havia a lacuna do prazo, definido então a partir dessa data. 
 
Em 1953, a Portaria nº 155 regulamenta as ações da CIPA. 
(...) 
Em 1966, através da Lei nº 5.161, é criada no Brasil a Fundação Centro 
Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), 
com o objetivo de realizar estudos, análises e pesquisas relativas à higiene e à 
medicina ocupacional. Atualmente, é denominada de Fundação Jorge Duprat 
Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (alterado no ano de 1978). 
(FERREIRA e PEIXOTO, 2012) 
 
A FUNDACENTRO tem por objetivo realizar estudos e pesquisas das 
condições dos ambientes de trabalho, divulgando os resultados obtidos e capacitando 
pessoas para melhoria do ambiente de trabalho. O material instrucional desenvolvido pelo 
órgão é reconhecido internacionalmente e garante à FUNDACENTRO parceiros em 
diversos países do mundo, para quem também desenvolve projetos de sistemas de gestão 
ambiental. 
 
Em 1977, no Brasil, a Lei nº 6.514 altera o Capítulo V da CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho), agora relativo à segurança e medicina do 
trabalho. 
No ano de 1978, no Brasil, através da Portaria nº 3.214 de 08/06/1978, 
aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V, Título II, da 
Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. 
Nesse mesmo ano, foram aprovadas outras 28 (vinte e oito) NR, as quais 
sofreram várias alterações ao longo dos anos. 
(FERREIRA e PEIXOTO, 2012) 
 
As décadas de 80 e 90 viram o Brasil organizar os sistemas de 
representatividade de cada classe participante do processo de segurança no trabalho 
(trabalhadores, empresários e governo), culminando com a criação da Comissão Tripartite 
11 
 
Partidária Permanente em 2002 aumentando o compromisso dos setores (empregadores e 
trabalhadores, especialmente) na adoção de medidas efetivas para a necessária melhoria 
das condições e dos ambientes de trabalho e a consequente diminuição dos índices destes 
acidentes. 
 
2 ACIDENTES DE TRABALHO 
 
O Plano de Benefícios da Previdência Social, em vigor através da lei Nº8213, 
de 24 de julho de 1991, dispõe, em seu artigo 19, sobre o acidente do trabalho: 
 
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a 
serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho 
(...), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a 
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 
 
Desta forma, o resultado direto do acidente do trabalho é uma lesão corporal ou 
perturbação funcional que acarreta em dano à capacidade do trabalhador. 
LESÃO CORPORAL pode ser entendida como qualquer dano à anatomia do 
trabalhador, sejam eles graves (fraturas, hematomas, amputações, etc.) com consequências 
duradouras e muitas vezes permanentes, ou de característica menos intensa, não deixando 
marcas ou sequelas após tratamento adequado. 
Já a PERTURBAÇÃO FUNCIONAL é entendidacomo sendo o prejuízo ao 
funcionamento de qualquer órgão ou sentido do trabalhador. Exemplos: problemas 
respiratórios causados por ventilação inadequada e presença de agentes químicos em pó, 
lesões por esforço repetitivo, perda de audição, olfato ou sensibilidade da pele, etc. 
 
2.1.1 Doenças profissionais e do trabalho 
 
Ainda segundo a lei Nº8213: 
 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva 
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
 
12 
 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se 
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. 
 
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: 
 
a) a doença degenerativa; 
 
b) a inerente a grupo etário; 
 
c) a que não produza incapacidade laborativa; 
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que 
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou 
contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
 
Entende-se por DOENÇA PROFISSIONAL aquela adquirida pelo trabalhador 
que está exposto a um determinado agente de risco ambiental QUE É COMUM a todos os 
trabalhadores que exercem a mesma atividade. Exemplo: operadores de telemarketing que 
estão propensos a adquirir uma Lesão por Esforço Repetitivo (LER) devido à natureza de 
sua atividade. 
Já a DOENÇA DO TRABALHO é aquela adquirida pelo trabalhador que está 
exposto a um agente ambiental NÃO comum aos demais trabalhadores que exercem aquela 
atividade. Exemplo: um bancário que trabalha em um ambiente com elevado nível de ruído 
(digamos ao lado, ou mesmo dentro, de uma obra) ocasionando considerável perda 
auditiva. Este caso enquadra-se como doença do trabalho pois o risco devido ao ruído 
excessivo não é comum à profissão de bancário, mas um risco específico que este 
profissional em particular, trabalhando no local em que trabalha, está submetido. 
 
2.1.2 Classificação dos acidentes de trabalho 
 
A lei Nº 8213 classifica os acidentes de trabalho nos quatro grupos listados a seguir: 
 
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta 
Lei: 
 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, 
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da 
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica 
para a sua recuperação; 
 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
conseqüência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou 
companheiro de trabalho; 
 
13 
 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada ao trabalho; 
 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de 
companheiro de trabalho; 
 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou 
decorrentes de força maior; 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no 
exercício de sua atividade; 
 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de 
trabalho: 
 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da 
empresa; 
 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito; 
 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-
obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de 
propriedade do segurado; 
 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do 
segurado. 
 
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da 
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante 
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
 
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho 
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha 
às conseqüências do anterior. 
 
Os itens de I a III discorrem sobre o ACIDENTE TÍPICO, que ocorre dentro 
do ambiente de trabalho. Já o item IV trata sobre ACIDENTE DE TRAJETO que se 
caracteriza quando o funcionário sofre um acidente fora do espaço físico da empresa, mas 
naquele momento se encontra em serviço, seja se locomovendo de casa ao trabalho ou do 
trabalho para casa, seja trabalhando no trânsito (taxista, caminhoneiro, motoboy, etc.). 
É possível ainda classificar os acidentes de acordo com sua gravidade em: 
FATAL quando ocasiona a morte do trabalhador. (MTE, 2010) 
GRAVE quando provoca amputações ou esmagamentos, perda de visão, lesão 
ou doença que leve a perda permanente de funções orgânicas, fraturas que necessitem de 
intervenção cirúrgica ou que tenham elevado risco de causar incapacidade permanente, 
queimaduras que atinjam toda a face ou mais de 30% da superfície corporal ou outros 
14 
 
agravos que resultem em incapacidade para atividades habituais por mais de 30 dias. 
(MTE, 2010) 
MODERADO quando causa agravos à saúde que não se enquadrem nas 
classificações anteriores e que a pessoa afetada fique incapaz de executar seu trabalho 
normal durante o período três a trinta dias. (MTE, 2010) 
LEVE quando as lesões ou doenças incapacitam o trabalhador por até três dias. 
 
2.1.3 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) 
 
Os acidentes do trabalho devem ser comunicados à previdência social 
conforme artigos 22 e 23 da lei Nº 8213: 
 
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o 
acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da 
ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena 
de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de 
contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada 
pela Previdência Social. 
 
 § 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o 
acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua 
categoria. 
 
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o 
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico 
que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o 
prazo previsto neste artigo. 
 
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de 
responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. 
 
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão 
acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste 
artigo. 
 
§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do 
art. 21-A. 
 
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença 
profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o 
exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em 
que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2.1.4 Causas do acidente de trabalho 
 
A norma brasileira NBR 14280/2001 (Cadastro de acidentedo trabalho – 
Procedimento e classificação) fixa critérios para registro, comunicação, estatística, 
investigação e análise de acidentes de trabalho, suas causas e consequências, aplicando-se 
a quaisquer atividades laborativas. 
O artigo 2.8 da referida NBR trata das causas do acidente de trabalho, 
definindo como causas: 
 
2.8.1 fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao 
comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática do 
ato inseguro. 
 
(...) 
 
2.8.2 ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, 
pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente. 
 
2.8.3 condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição do 
meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência. 
 
NOTAS 
 
1 O adjetivo ambiente inclui, aqui, tudo o que se refere ao meio, desde a 
atmosfera do local de trabalho até as instalações, equipamentos, substâncias 
utilizadas e métodos de trabalho empregados. 
 
Assim, o acidente causado por ATO INSEGURO é decorrente de uma ação 
humana que negligencia um procedimento de segurança, levando ao acidente. Nesta 
situação, mesmo que todas as medidas de proteção cabíveis tenham sido tomadas, o 
trabalhador, por algum motivo, ignora uma ou mais destas medidas, se submetendo aos 
riscos ambientais. 
Já o acidente causado por uma CONDIÇÃO INSEGURA é decorrente de um 
ambiente onde o trabalhador está exposto a riscos. Esta condição pode ser causada por uma 
máquina defeituosa, partes elétricas não isoladas, ventilação e iluminação deficiente, má 
organização do ambiente de trabalho, etc. 
 
 
16 
 
3 RISCOS AMBIENTAIS 
 
Os riscos ambientais são fatores, elementos ou substâncias presentes no 
ambiente de trabalho que podem ser a causa de um acidente de trabalho. A Norma 
Regulamentadora Nº 05 do Ministério do Trabalho e Emprego considera como riscos 
ambientais: 
 
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, 
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de 
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são 
capazes de causar danos à saúde do trabalhador. 
 
Além dos riscos físicos, químicos e biológicos, também são considerados como 
riscos ambientais os riscos ergonômicos e os riscos mecânicos, ou de acidentes. 
 
3.1 Riscos físicos 
 
A NR 09 define considera agentes físicos as diversas formas de energia a que 
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões anormais e umidade. 
Antes de discorrer sobre os riscos é importante estar familiarizado com o 
conceito de Limite de Tolerância. De acordo com a NR 15: 
 
15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a 
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e 
o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, 
durante a sua vida laboral. 
 
Ou seja, de acordo com o regime de trabalho estabelecido pela CLT, limite de 
tolerância pode ser entendido como a máxima intensidade de um risco a que um 
trabalhador pode estar exposto durante 8h por dia, 44h por semana. 
 
3.1.1 Ruído 
 
Os mais diversos ambientes, sejam eles de lazer ou de trabalho, estão repletos 
de sons que podem se manifestar de forma ordenada através da fala, do canto ou de um 
17 
 
instrumento musical. Mas esses sons podem também estar presentes no ambiente de forma 
caótica, constituindo o que se chama de ruído. 
Exposição prolongada a altos níveis de ruído podem ocasionar uma série de 
problemas no organismo humano, de forma que a permanência de um indivíduo é limitada 
de acordo com a Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente 
 
Fonte: NR 15, Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Segundo o Anexo 1º da NR 15: 
 
1. Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação 
de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 
 
 2. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em 
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora (...). As leituras devem 
ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. 
 
(...) 
 
5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para 
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 
 
6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de 
exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos 
combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações: 
 
18 
 
 
 
exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. 
 
Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a 
um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível 
a este nível, segundo o Quadro deste Anexo. 
 
7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de 
ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, 
oferecerão risco grave e iminente. 
 
O Anexo 2 da NR 15 define ruído de impacto como: “aquele que apresenta 
picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 
1 (um) segundo”. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com 
medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para 
impacto e a tolerância será de 130 dB (linear). 
Exemplos de ruídos de impacto são: o barulho ocasionado pelo martelar de 
prego, pisar forte com o solado do sapato no piso, máquinas bate-estaca, etc. 
 
3.1.1.1 Efeitos no organismo humano 
 
Segundo Carmo (1999), O ruído afeta o organismo humano de várias 
maneiras, causa prejuízos não só ao funcionamento do sistema auditivo como o 
comprometimento da atividade física, fisiológica e mental do indivíduo a ele 
exposto. 
Uma das principais doenças causadas por este agente físico é a Perda Auditiva 
Induzida por Ruído (PAIR), que é causada pelo acúmulo de exposições de ruído, repetidas 
constantemente, por um período de muitos anos. A exposição crônica ao ruído produz 
no ser humano uma deterioração auditiva lentamente progressiva. 
Quanto aos demais efeitos não relacionados ao sistema auditivo, Carmo (1999) 
afirma que: 
 
Além dos Sintomas Auditivos, o ruído exerce ação geral sobre várias 
funções orgânicas, apresentando reações distintas, com características 
comuns, mas com diferentes significados, como: Reações de alarme, que 
consistem em resposta rápida de curta duração sob a ação de um ruído 
repentino. Essa atitude reflexa se manifesta através do ato de fechar os olhos, há 
aumento da freqüência cardíaca e respiratória, aumento da pressão arterial e 
secreção salivar, dilatação pupilar, contração brusca da musculatura e aumento 
19 
 
da secreção dos hormônios e Reações neurovegetativas, em que a ação geral 
do ruído exerce uma resposta lenta com variações durante a estimulação 
auditiva, influenciando e promovendo transtornos considerados como 
verdadeiras doenças de adaptação de instabilidade do sistema neurovegetativo; 
como por exemplo, o aumento do tônus muscular, hiperreflexia, redução 
do peristaltismo intestinal, distúrbios digestivos,angústia, inquietação, variações 
na dinâmica circulatória e aumento da amplitude respiratória. 
 
3.1.2 Vibrações 
 
Segundo Dreher (2004), vibração é o resultado das trepidações provocadas por 
diversos tipos de máquinas e equipamentos motorizados, operados nas várias atividades 
profissionais. 
As vibrações podem ser divididas em dois grupos, dependendo de sua área de 
atuação no corpo do trabalhador. As Vibrações de Mãos e Braços (VMB) afetam os 
membros superiores, podendo causar perda da sensibilidade tátil, problemas nas 
articulações, problemas na circulação periférica e deslocamento de nervos. 
Já as Vibrações de Corpo Inteiro (VMI) são transmitidas ao corpo pelo 
operador de equipamentos, que pode estar de pé, sentado ou deitado. É o caso dos 
motoristas de caminhão, operadores de grandes maquinas, pilotos de avião, etc. Tem como 
efeitos pequenas alterações no organismo em geral, lesões na coluna, nos rins e cansaço 
visual. (DREHER, 2004) 
 
3.1.3 Temperaturas extremas 
 
O ideal é que os ambientes de trabalho operem dentro dos limites do conforto 
térmico do ser humano. Conforto térmico pode ser entendido como uma condição da mente 
que expressa a satisfação com o ambiente térmico e é influenciado por diversos fatores, 
tais como atividade desempenhada, temperatura, velocidade, umidade do ar e as roupas 
utilizadas. 
Os dois principais fatores que levam a estes problemas são a exposição ao 
Calor e ao Frio excessivos. A Tabela 2 apresenta os principais problemas causados por 
variações extremas de temperaturas. 
 
 
 
20 
 
Tabela 2 – Efeito das temperaturas extremas no organismo humano 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
3.1.4 Radiações ionizantes e não-ionizantes 
 
Radiação é o nome que se dá ao processo de transferência de energia por ondas 
eletromagnéticas. Dependendo da quantidade de energia que a onda carrega ela sofre uma 
alteração em seu comprimento. A Figura 1 apresenta o comprimento de onda das radiações 
visíveis (localizadas entre 4 x 10-7 e 8x10-7, bem como um espectro mais amplo, 
contemplando as faixas do ultravioleta, infravermelho e outras mais distantes. 
 
Figura 1 – Comprimentos de onda das radiações 
 
Fonte: Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal de Santa Maria. 
21 
 
Algumas dessas ondas possuem energia suficiente para quebrar uma ligação de 
uma molécula ou átomo, liberando um elétron e formando um íon. A estas radiações dá-se 
o nome de RADIAÇÕES IONIZANTES e são exemplos: os Raios X e os Raios Gama. 
Estas radiações podem afetar diretamente o organismo humano produzindo queimaduras e 
diversos tipos de câncer. 
Outras ondas, no entanto, não possuem energia suficiente para formar íons, 
mas continuam apresentando um risco à saúde do trabalhador. As RADIAÇÕES NÃO-
IONIZANTES podem causar no organismo humano perturbações visuais (conjuntivite, 
cataratas, etc.), queimaduras de pele, envelhecimento precoce e câncer. Exemplos de 
radiações não-ionizantes são as radiações infravermelha e ultravioleta. 
 
3.1.5 Pressões anormais 
 
São consideradas pressões anormais todas aquelas que não estiverem de acordo 
com a pressão atmosférica do local em que as atividades serão realizadas. As baixas 
pressões são encontradas em elevadas altitudes e podem causar problemas respiratórios e 
cansaço excessivo. 
As pressões acima de 1 atm podem ser encontradas em trabalhos submersos, 
tubulações de ar comprimido, caixões pneumáticos, dentre outros. Variações de pressão 
alteram o volume dos gases presentes no sangue, bem como sua solubilidade. Por este 
motivo, variações bruscas de pressão podem levar ao rompimento dos tímpanos e à 
liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sanguíneos, podendo levar inclusive à morte. 
 
3.1.6 Umidade 
 
Trabalhos em locais alagados ou com elevado nível de umidade podem 
acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, 
entre outras. 
Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas 
medidas de proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, 
colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual 
(como o fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em 
galvanoplastia, cozinha, limpeza etc). 
22 
 
3.2 Riscos químicos 
 
Segundo a NR 09, consideram-se agentes químicos: 
 
9.1.5.2 (...) as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, 
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter 
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
 
POEIRAS são pequenas partículas sólidas dispersas no ar, podendo ser ou não 
visíveis ao olho humano. Exemplo: trabalhos com remoção de areia, britagem, detonação 
de rochas, demolição, etc. 
FUMOS são uma mistura complexa de gases, com partículas em suspensão, 
produzida por condensação de vapores oriundos de uma substância sólida em combustão 
ou bastante aquecida. Exemplo: fumos metálicos originados do processo de soldagem. 
NÉVOAS são pequenas partículas de líquido dispersas no ar, oriundas da 
ruptura de um líquido. Exemplo: dispersão de agrotóxicos na forma de névoa em 
plantações, utilização de jatos spray para pintura. 
NEBLINAS são pequenas partículas de líquido dispersas no ar, oriundas da 
condensação de vapores de substâncias que em condições normais de temperatura e 
pressão se encontram no estado líquido. 
GASES são substâncias cujo estado, em condições normais de temperatura e 
pressão, é gasoso, ou sólidos e líquidos que se transformam em gás quando aquecidos. 
Exemplo: gás de cozinha, gases inertes utilizados em soldagem, etc. 
VAPORES são a fase gasosa de um material líquido em condições normais de 
temperatura e pressão. Exemplos: vapores de água utilizados nos processos industriais. 
 
3.2.1 Avaliação de riscos químicos 
 
A avaliação do ar permite que se conheçam as concentrações dos agentes 
químicos presentes no ambiente. O Serviço Social da Indústria (SESI) indica que esta 
avaliação deve ser feita por amostragem e as coletas podem ser de curta duração 
(“instantâneas”) ou continuamente extraídas do ambiente. 
23 
 
Para realizar a coleta são utilizados equipamentos específicos para cada tipo de 
agente disperso. Os aparelhos de leitura direta fornecem, imediatamente, no próprio local 
de trabalho que está sendo analisado, a concentração do contaminante. Segundo o SESI: 
 
Os mais utilizados e conhecidos são os indicadores colorimétricos, ou 
tubos detetores colorimétricos. São dispositivos de leitura direta que 
utilizam métodos químicos e fornecem a concentração existente no 
ambiente pela alteração da cor, ocorrida devido a uma reação química. 
 
Consistem fundamentalmente em se passar uma quantidade conhecida de ar por 
meio de um reagente, o qual sofrerá alteração de cor, caso a substância 
contaminante esteja presente. 
 
A concentração do contaminante é então determinada: 
 
• pela comparação da intensidade e extensão da alteração de cor resultante, com 
escalas padronizadas, que podem estar tanto gravadas no próprio tubo como 
impressas na carta informativa que o acompanha; 
 
• por comparação da cor obtida com cores-padrão. 
 
Para se fazer passar o ar por meio do reagente são utilizadas bombas 
aspiradoras, lembrando que, quando se utiliza uma bomba aspiradora de determinado 
fabricante, deve-se utilizar os tubos indicadores da mesma marca, caso contrário 
poderemos obter concentrações com erros.A Figura 2 apresenta uma medição por 
amostragem com tubo detector colorimétrico. 
 
Figura 2 – Avaliação ambiental 
 
Fonte: SESI, 2007 
24 
 
Para medir a concentração de vapores orgânicos (benzeno, tolueno, xileno, 
tricloroetileno, acetona, etc.) é utilizada a coleta do ar em tubos de carvão ativado para 
posterior análise em laboratório. 
 
3.3 Riscos biológicos 
 
Segundo a NR 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde): 
 
32.2.1 Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a 
probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. 
 
32.2.1.1 Consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos, geneticamente 
modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. 
 
A exposição a estes riscos pode se dar de duas formas: 
Exposição com INTENÇÃO DELIBERADA ocorre quando o trabalhador se 
submete ao agente biológico com consciência de sua periculosidade. Geralmente 
profissionais da área laboratorial ou que trabalham com pesquisa de determinados agentes 
estão sujeitos a uma exposição com intenção deliberada. 
A vantagem da exposição deliberada é que o agente é conhecido, bem como a 
forma de contaminação e seus possíveis efeitos no organismo, o que facilita a elaboração 
de um plano de segurança mais eficaz, focado no agente trabalhado. 
Exposição com INTENÇÃO NÃO DELIBERADA ocorre quando o meio de 
trabalho está susceptível à presença de agentes não conhecidos. Profissões como médico 
plantonista, enfermeiro, agentes sanitários, catadores de lixo, dentre outros, são executadas 
em ambientes sem muito controle, de forma que os agentes biológicos são os mais diversos 
e possíveis. 
 
3.3.1 Classificação dos ricos biológicos 
 
Quando se trabalha com riscos biológicos é preciso ter sempre em mente que 
estes agentes possuem potencial para infectar não somente o trabalhador, mas qualquer 
pessoa que venha a ter contato com o indivíduo infectado. 
Desta forma, o risco de propagação à coletividade, bem como os tratamentos 
conhecidos para cada tipo de agente biológico devem ser levados em consideração na 
definição do risco de uma instalação. A Tabela 3 apresenta as classes de risco biológico. 
25 
 
Tabela 3 – Resumo das características de cada classe de risco 
 
Fonte: Google Imagens. 
 
Lembrando que quando há mais de um agente de risco no ambiente, deverão 
ser adotadas medidas preventivas para a classe de risco mais elevada. Exemplo: um 
laboratório de pesquisa que cultiva bactérias de classe de risco 1 e vírus de classe de risco 
3 deve adequar suas instalações para trabalhar com a classe de risco 3. 
 
3.4 Riscos ergonômicos 
 
A NR 17, publicada primeiramente em 08 de junho de 1978 discorre sobre a 
Ergonomia, indicando também que os riscos ergonômicos devem estar presentes no 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da NR 09. 
Sobre as condições do ambiente de trabalho que causam problemas 
ergonômicos, a NR 17 afirma que: 
 
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, 
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às 
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 
 
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise 
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de 
trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 
 
Ergonomia é uma palavra que vem do grego “ergon” que significa “trabalho” 
e “nomos” que significa “leis ou normas”. Assim, ergonomia é um conjunto de medidas ou 
normas aplicadas ao espaço de trabalho visando melhorar as condições do trabalhador. 
Os principais riscos ergonômicos são: 
– Esforço físico intenso. 
– Levantamento e transporte manual de peso. 
26 
 
– Controle rígido de produtividade. 
– Imposição de ritmos excessivos. 
– Trabalho em turno noturno. 
– Jornadas de trabalho prolongadas. 
– Monotonia e repetitividade. 
– Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico. 
 
3.5 Riscos de acidentes (mecânicos) 
 
Segundo Dreher, 2004: 
 
São chamadas de agentes mecânicos as condições de insegurança que 
podem existir nos locais de trabalho, capazes de provocar lesões a 
integridade física do trabalhador. Em algumas literaturas são encontrados 
também como “riscos de acidentes”. 
Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, 
iluminação inadequada, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento 
inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão 
contribuir para ocorrência de acidentes. 
 
ARRANJO FÍSICO INADEQUADO: Má distribuição de maquinários, 
equipamentos e mobiliário no ambiente de trabalho. Exemplos: prédios com área 
insuficiente, localização imprópria de máquinas e equipamentos, má arrumação e limpeza, 
sinalização incorreta ou inexistente, pisos fracos e/ou irregulares, etc. 
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM PROTEÇÃO: Partes expostas de 
equipamentos, principalmente as rotativas e as de condução de eletricidade podem 
ocasionar sérios problemas ao trabalhador. Exemplos: trabalho com torno mecânico sem 
proteção adequada, fiação de motores elétricos expostos, correias e elementos de 
transmissão sem grade de proteção, etc. 
ILUMINAÇÃO INADEQUADA: Caso a quantidade de luz no ambiente seja 
muito baixa, a locomoção é prejudicada podendo causar acidentes, além de obrigar o 
trabalhador a forçar sua visão para realizar suas atividades. Já uma iluminação em demasia 
também é prejudicial, podendo causar dores de cabeça e cansaço físico, além de stress. 
PROBABILIDADE DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO proveniente do 
armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases, manipulação e transporte 
inadequado de produtos inflamáveis e perigosos, sobrecarga em rede elétrica, falta de 
sinalização e equipamento de combate, etc. 
27 
 
ANIMAIS PEÇONHENTOS são todos os animais que produzem veneno e 
possuem algum mecanismo que lhes permite inocular o veneno nas vítimas. São animais 
peçonhentos comumente encontrados em território brasileiro: serpentes, escorpiões, 
aranhas, abelhas, formigas, vespas, águas-vivas, caravelas e algumas espécies de peixes, 
dentre outros. 
 
3.6 Mapa de riscos 
 
A NR 05, que trata da instituição e da regulamentação da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA) prevê como uma das atribuições da CIPA a elaboração do 
Mapa de Riscos. 
Este mapa é uma representação gráfica dos riscos ambientais identificados no 
ambiente de trabalho e para fins de diferenciação e fácil identificação do público, durante 
sua construção são atribuídas cores para cada grupo de riscos. O quadro da Figura 3 
apresenta os grupos, associados a suas cores e a exemplos de riscos pertencentes a cada 
grupo. 
Figura 3 – Quadro de riscos ambientais 
 
Fonte: Google Imagens. 
 
Na simbologia do mapa são utilizados círculos de tamanhos diferentes para 
indicar a gravidade do risco, conforme apresentado na Figura 4: 
 
28 
 
Figura 4 – Simbologia para diferentes graus de risco 
 
Fonte: Produzido pelo autor. 
 
Dentro de cada círculo deve estar inserido o número de trabalhadores locado 
naquele ambiente. Quando houverem mais de um risco no mesmo ambiente, estes podem 
ser agrupados no mesmo círculo, desde que possuam o mesmo grau de risco. A Figura 5 
apresenta um exemplo de mapa de risco de um centro obstétrico. 
 
Figura 5 – Exemplo de mapa de risco 
 
Fonte: Goolge Imagens. 
 
 
29 
 
4 MEDIDAS DE PROTEÇÃOUma vez identificados os riscos e elaborado um mapa especificando sua 
localização e intensidade, deve-se tomar medidas de proteção contra estes riscos. A NR 12 
indica que: 
 
12.4 São consideradas medidas de proteção, a ser adotadas nessa ordem de 
prioridade: 
 
a) medidas de proteção coletiva; 
 
b) medidas administrativas ou de organização do trabalho; e 
 
c) medidas de proteção individual. 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA. Segundo Dreher, 2004: 
 
Como proteção coletiva entendemos as medidas de ordem geral executadas 
no ambiente de trabalho, nas máquinas e nos equipamentos, assim como 
medidas orientativas quanto ao comportamento dos trabalhadores para evitar 
atos inseguros e medidas preventivas de Medicina do trabalho. 
São exemplos os sistema de ventilação, as proteção de máquinas, os 
andaimes, os abafadores, enclausuradores de ruídos, de vibrações, as 
proteções contra quedas e contra incêndio, normas e regulamentos, colocar 
borracha entre peças de metal que se chocam, sinalizações, substituição de 
produtos químicos por outras substâncias menos tóxicas, etc. 
 
(...) 
 
A grande vantagem da proteção coletiva é que de uma maneira geral, sua 
eficiência independe do comportamento humano. O acidente só poderá 
ocorrer por falha eventual na proteção. 
 
MEDIDAS ADMNISTRATIVAS ou de organização do trabalho são diretrizes 
e normas internas da empresa que visam diminuir o fator humano no acidente de trabalho. 
São exemplos de medidas administrativas segundo o Ministério da Saúde: 
 
(...) A mecanização de tarefas de modo a tornar o trabalho físico mais leve e 
confortável; o incremento da participação dos trabalhadores, nos processos de 
decisão, garantindo-lhes a autonomia para organizar o trabalho, diminuindo as 
pressões de tempo e de produtividade, entre outras. 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL são previstas na NR 06, que 
discorre sobre os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Segundo a NR 06: 
 
30 
 
6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se 
Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso 
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis 
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
 
A norma também estabelece diretrizes para a utilização dos EPIs, atribuindo 
função de fornecimento e fiscalização do uso adequado do equipamento ao empregador. 
Para ser considerado um EPI, o equipamento deve ser submetido a testes de 
eficácia e, se aprovado, receber o Certificado de Aprovação (CA), um documento 
registrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego que garante sua qualidade e 
funcionalidade. 
São exemplos de EPIs: Luvas, máscara para gás, botas, óculos de proteção, 
dentre outros, como mostrado na Figura 6. 
 
Figura 6 – Equipamentos de Proteção Individual 
 
Fonte: Google Imagens. 
 
31 
 
5 LEGISLAÇÃO 
 
O Ministério do Trabalho e Emprego, através da PORTARIA Nº 3.214, DE 08 
DE JUNHO DE 1978, aprova as Normas Regulamentadoras, de acordo com o Capítulo V 
da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), relativas a Segurança e Medicina do 
Trabalho. Estas normas são de observância obrigatória pelas empresas públicas e privadas 
e pelos órgãos públicos que possuam empregados regidos pela CLT. 
Foram criadas inicialmente 28 NRs, mas conforme a necessidade surgiu, novas 
normas foram sendo elaboradas, até a mais recente, criada no ano de 2013, totalizando 36 
Normas Regulamentadoras. 
 
5.1 NR 1 – Disposições gerais 
 
Institui a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) e a Delegacia 
Regional do Trabalho (DRT), além de definir as atribuições do empregador e do 
empregado. 
 
1.7 Cabe ao empregador: 
 
a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre 
segurança e medicina do trabalho; 
 
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência 
aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos. 
 
c) informar aos trabalhadores: 
 
I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; 
 
II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela 
empresa; 
 
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de 
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; 
 
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. 
 
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos 
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; 
 
e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente 
ou doença relacionada ao trabalho. 
 
1.8 Cabe ao empregado: 
 
32 
 
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde 
do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; 
 
b) usar o EPI fornecido pelo empregador; 
 
c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - 
NR; 
 
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – NR. 
 
(Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, 1978) 
 
5.2 NR 2 – Inspeção prévia 
 
Estabelece que “Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, 
deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do MTb” e indica a forma 
como deve ser feita tal solicitação. 
 
5.3 NR 3 – Embargo ou Interdição 
 
Segundo texto transcrito da NR 03: 
 
3.1 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da 
constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao 
trabalhador. 
 
(...) 
 
3.2 A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, 
setor de serviço, máquina ou equipamento. 
 
3.3 O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra. 
 
(...) 
 
3.4 Durante a vigência da interdição ou do embargo, podem ser desenvolvidas 
atividades necessárias à correção da situação de grave e iminente risco, desde 
que adotadas medidas de proteção adequadas dos trabalhadores envolvidos. 
 
3.5 Durante a paralisação decorrente da imposição de interdição ou 
embargo, os empregados devem receber os salários como se estivessem em 
efetivo exercício. 
 
(Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, 1978) 
 
5.4 NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
Estabelece a criação dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança 
e em Medicina do Trabalho (SESMT), bem como suas atribuições e indica diretrizes para 
seu correto dimensionamento: 
33 
 
4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração 
direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, 
manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e 
proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. 
 
O quadro retirado do anexo da NR 04 e apresentado na Tabela 4, auxilia no 
dimensionamento do SESMT. 
 
Tabela 4 – Dimensionamento do SESMT 
 
Fonte: NR 04, Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
5.5 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 
Estabelece parâmetros para a constituição da CIPA, definindo que: 
 
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento,e mantê-la em regular 
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, 
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, 
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que 
admitam trabalhadores como empregados. 
 
(...) 
 
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, 
através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com 
objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e 
34 
 
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar 
com a participação da administração do mesmo. 
 
O dimensionamento da CIPA é feito utilizando o Quadro I da NR 05, 
apresentado na Tabela 5. Os grupos são definidos de acordo com a atividade da empresa, 
sendo que a listagem das atividades associadas a seu respectivo grupo consta no Quadro II 
da NR 05 para consulta. 
 
Tabela 5 – Dimensionamento da CIPA 
 
Fonte: NR 05, Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Quanto à organização: 
 
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos 
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta 
NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores 
econômicos específicos. 
 
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles 
designados. 
 
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos 
em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação 
sindical, exclusivamente os empregados interessados. 
 
(...) 
 
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa 
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, 
podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através 
de negociação coletiva. 
 
35 
 
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, 
permitida uma reeleição. 
 
5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para 
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o 
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. 
 
(...) 
 
5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como 
não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus 
membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto 
no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. 
 
Quanto às atribuições, estão previstas na norma, entre outras: 
 
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de 
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria 
do SESMT, onde houver; 
 
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de 
problemas de segurança e saúde no trabalho; 
 
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos 
locais de trabalho; 
 
(...) 
 
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no 
trabalho; 
 
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de 
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e 
saúde dos trabalhadores; 
 
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de 
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; 
 
n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; 
 
5.6 NR 6 – Equipamento de Proteção Indivudal – EPI 
 
Estabelece o conceito de EPI e estipula a utilização somente de equipamentos 
que possuam certificado de aprovação (CA): 
 
6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se 
Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso 
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis 
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
 
36 
 
6.2 O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou 
importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do 
Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em 
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Quanto às atribuições, a NR 06 afirma que: 
 
6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI 
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas 
seguintes circunstâncias: 
 
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção 
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do 
trabalho; 
 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, 
 
c) para atender a situações de emergência. 
 
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI: 
 
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; 
 
b) exigir seu uso; 
 
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente 
em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
 
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; 
 
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
 
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, 
 
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 
 
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, 
fichas ou sistema eletrônico. 
 
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: 
 
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; 
 
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
 
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; 
e, 
 
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
 
O Anexo I da norma traz uma lista com os equipamentos de proteção 
individual que devem ser utilizados em cada atividade, agrupados de acordo com a parte 
do corpo que irão proteger em: 
A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA (capacete, capuz ou balaclava) 
37 
 
B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE (óculos, protetor facial, 
máscara de solda) 
C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA (protetor auditivo) 
D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (respiradores) 
E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO (vestimentas) 
F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES (luva, creme 
protetor, manga, braçadeira, dedeira) 
G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES (calçado, meia, 
perneira, calça) 
H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO (macacão, vestimenta de 
corpo inteiro) 
I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE 
NÍVEL (cinturão de segurança com talabarte ou trava-queda) 
 
5.7 NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO 
 
7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de 
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e 
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção 
e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 
 
(...) 
 
7.3.1 Compete ao empregador: 
 
a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar 
pela sua eficácia; 
 
b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao 
PCMSO; 
 
c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados