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01/06/2015 1 Terapia do CHOQUE Terapêutica Veterinária Prof. Msc. Roberto Rômulo Conceito • Grave insuficiência da perfusão capilar, incapaz de manter a função normal das células • Sobrevêm alterações funcionais que se somam e, quando não corrigidas, conduzem à irreversibilidade Tipos de choque • Choque hipovolêmico – redução aguda da volemia • Choque cardiogênico – incapacidade do coração em manter o débito cardíaco • Choque vasculogênico (neurogênico /anafilático / séptico) – aumento da capacitância vascular 01/06/2015 2 Causas do choque hipovolêmico Choque hipovolêmico • Perda de sangue (ex. hemorragias, úlceras gástricas) • Perda de plasma (ex. queimaduras, peritonites e obstrução intestinal) • Perda de água e eletrólitos (ex. desidratação, vômitos, diarréia, diurese) Causas do choque cardiogênico • Aquelas que interferem no fluxo cardíaco e no retorno venoso efetivo – tamponamento cardíaco / expansão pulmonar / hérnia diafragmática / hemotórax • Aquelas que interferem com o esvaziamento ventricular – ruptura cordas tendíneas / drogas depressoras do miocárdio / arritmias Causas do choque vasculogênico No choque neurogênico - paralisia vasomotora pelo bloqueio do SN simpático devido a: Traumatismo (medula oblonga e toraco-lombar) Drogas depressivas ou hipotensoras No choque anafilático – falência circulatória periférica pela liberação de histamina, serotonina e bradicidina (reação de antígeno-anticorpo) Ex. picada de insetos, penicilina, transfusão No choque séptico – vasodilatação reflexa e coagulação intravascular disseminada (CID), devido a ação de toxinas de agentes biológicos (bactérias, vírus , fungos e ricketsias) 01/06/2015 3 Fisiopatologia A diminuição do volume circulante é fator comum a todos os tipos de choque (hipovolemia relativa ou absoluta) Ocorre vasoconstrição periférica além de absorção de água nos rins (resposta ao ADH) ↓O2 celular → metabolismo anaeróbico → produzindo energia e ác. lático → ↓pH (acidose metabólica) Comumente o choque evolui para falência de múltiplos órgãos (ex. cérebro, coração, intestino, fígado, baço, rins, e pulmão Coagulação intravascular disseminada - CID o Na fase inicial (hipercoagulabilidade) – há a liberação de tromboplasmina e serotonina pelas plaquetas; também pela ação de catecolaminas, enzimas dos lisossomos e acidose o Na fase final ocorre hipocoagulabilidade. Parece refletir perda de fatores de coagulação Sinais clínicos do choque • Respiração → no inicio superficial e rápida / depois deprimida • TPC → prolongado • Coloração mucosas → isquêmica na fase inicial (estímulo adrenérgico) / cianótica em avançada (estagnação e sequestro de sangue) / pode estar congesta no choque séptico 01/06/2015 4 Sinais clínicos do choque • Temperatura → hipotermia (vasoconstrição periférica e ↓prod. Energia); hipertermia (fase hiperdinâmica da sepse); eqüinos – suor frio • Pulso → filiforme nos grandes vasos (ausente nos superficiais) • Veias → colabadas (choque hipovolêmico e vasculogênico / distendidads (no cardiogênico) Sinais clínicos do choque • Ausculta cardíaca → taquicardia na fase inicial / bradicardia e ↓intensidade na acidose • Desidratação - ↓elasticidade / língua seca e enrugada • Débito urinário → oligúria ou anúria • Comportamento sensorial: excitação → estupor → depressão → coma Avaliação laboratorial • Hematócrito • Proteína plasmática • Glicemia → no inicio elevada e depois baixa • Alanina-aminotransferase → aumento contínuo indica lesão hepática • Ionograma (hiponatremia e hipercalemia) • Relação lactato/piruvato • Gasometria → pCO2 (elevada); pHCO3(baixa); pO2 (baixa); pH (ácido) • Creatinina/uréia → acima de 7mg% → prognóstico desfavorável 01/06/2015 5 Tratamento do choque 1) Ventilação adequada 2) Estabilizar volemia (Ringer lactado, até definir a solução) Ht<28% e PT<5g/dl → sangue total Ht<28% e PT>5g/dl → papa de hemácias Ht>50% e PT>5g/dl → solução hidroeletrolítica Ht>50% e PT<5g/dl → plasma ou expansor SOLUÇÕES CÃO GATO cristalóides 90ml/Kg/h* 55-60ml/Kg/h* colóides dextran 20ml/Kg/d 20ml/Kg/d hetastarch 10-20mg/Kg/d 10-15mg/Kg/d hipertônica 4ml/Kg/5min** 4ml/Kg/5min** * Monitorar até obter o efeito desejado (não ultrapassá-lo) ** Sol. hipertônica → utilizar duas partes de sol fisiológica 0,9% e uma parte de sol hipertônica 20% → Ex.: cão 15Kg = 15 X 4 = 60, portanto, 40 ml de sol 0,9% e 20ml de sol 20%. Tratamento do choque 3) Tratar a acidose Acidose respiratória – ventilação + oxigênio Acidose metabólica – Expansão da volemia (Ringer lactato) bicarbonato de Na Gato 1-2mEq/Kg (250ml); cavalo 1-2mEq/kg (3000); cão 2- 4mEq/Kg (250-1000); e bovino 2-4mEq/Kg (3000) – em salina ou glicose 5% Ampolas 8,4% - bicarbonato de Na - 1ml : 1mEq Gasometria: NaHCO(mEq) = biopeso(Kg) X 0,3 X déficit de base 01/06/2015 6 Tratamento do choque 4) Glicocorticóide e outros • controverso / preferir após a fluidoterapia • Hidrocortisona (Solu-cortef®) 50mg/Kg • Succinato sódico de metilprednisolona (Solu- medrol®) 15-30mg/Kg Outros – flunixin meglumine 0,5-1mg/Kg (Banamine®); difenidramina 2mg/Kg (Sol. Injet. Difenidramina®); Alopurinol; DMSO. Tratamento do choque 5) Antibacterianos • Prioritário no c. séptico e profilático nos demais • Amplo espectro - ampicilina; amoxicilina(+ác. Clavulônico); cefalosporinas; metronidazol(assoc.com anteriores); aminoglicosídeos - gentamicina (após estabilizar volemia) Tratamento do choque 6) Fármacos vasoativos Adrenalina (anafilaxia) Dopamina – 5-10µg/Kg/min (choque cardiogênico ou séptico) 7) Proteger sistema GI– alimentação enteral; citoprotetores (sucralfato); antagonista H2 (cimetidina, ranitidina) 01/06/2015 7 Sinais de estabilização do choque • Normalização do pulso periférico • Estabilização do ritmo cardíaco • Retorno do débito urinário • Regularização da respiração • Melhora do TPC e coloração das mucosas • Temperatura normal • Animal alerta
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