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Marília Gabrielle Pereira Souza de Macêdo Enfermeira Especialista em Unidade de Terapia Intensiva Caruaru - PE, setembro de 2019 OBJETIVOS Descrever a fisiopatologia do choque; Identificar os tipos de choque; Associar os sinais e sintomas a cada tipo de choque; Discorrer sobre as principais assistências no choque. INTRODUÇÃO Definição: É um estado generalizado de mudança na função celular do metabolismo aeróbico para anaeróbico. Quantidades suficientes de oxigênio e nutrientes para atender as necessidades metabólicas teciduais (KNOBEL, 2016) O paciente morre por ausência de produção de energia. (PHTLS, 2017. KNOBEL, Elias 2016) (B R U N N E R ; S U D D A R T H , 2 0 1 2 .) O2 Ambiente acidótico Turgidez celular e membrana mais permeável Entrada e saída de eletrólitos Bomba Na+,K+ e estruturas celulares ficam comprometidas Morte celular Estágios do Choque (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) ESTÁGIO COMPENSATÓRIO Insulto inicial levando ao estado do choque Perfusão tecidual e da Oxigenação Ativação da resposta homeostática Resposta simpática ( FC, PA, contratilidade cardíaca que lava ao de débito cardíaco) Ativação da renina- angiotensina, que leva ao da reabsorção de Na+ e H2O, que leva ao pré-carga e débito urinário. Frequência respiratória até o da saturação e liberação de O2. Catecolaminas e cortisol para fornecer glicose para o metabolismo. Restauração da perfusão e oxigenação teciduais (B R U N N E R ; S U D D A R T H , 2 0 1 2 .) Estágio Progressivo Sobrecarga e disfunção no coração Mediadores químicos Permeabilidade capilar (edema e hipotensão) Liberação de resposta inflamatória Consumo de energia e de O2. Não regula mais a PA. (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Estágio Progressivo Manifestações Clínicas Respiração rápida e superficial CO2 Fluxo sanguíneo pulmonar (hipoperfusão e hipoxemia) Mediadores de resposta inflamatória e vasoconstricção pulmonar Surfactante Extravasamento dos capilares provocando LPA Progressão da LPA, provoca inflamação e fibrose intersticiais SARA LPA: Lesão Pulmonar Aguda SARA: Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Estágio Progressivo Manifestações Clínicas Cardiovasculares Fluxo sanguíneo Arritmias e isquemia Taquicardia podendo exceder 150 bpm IAM (enzimas) Sangue insuficiente para o corpo (B R U N N E R ; S U D D A R T H , 2 0 1 2 .) Estágio Progressivo Manifestações Clínicas Sistema Renal Com a PA, há filtração glomerular IRA Debito urinário: 0,5 ml/kg/h ou 30ml/h Ureia e creatinina Distúrbios acidobásicos (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) (G o o g le i m a g e n s, 2 0 1 7 .) Estágio Irreversível • Lesão orgânica grave sem reversão • Reservas de ATP insuficientes • Há destruição do mecanismo de armazenamento de energia Fisiopatologia • PA • Acidose metabólica avassaladora • Acidose láctica Resultado • Falha no sistema respiratório oxigenação adequada para células e tecidos (suporte ventilatório) • Suporte cardiovascular ineficazManifestações Clínicas (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO) É resultante da incapacidade de utilização de oxigênio pelos tecidos e/ou processo inflamatório sistêmico incontrolado, atingindo vários órgãos por mecanismos comuns. (KNOBEL, Elias 2016.) S. Respiratório S. cardiovascular S. GI (hepático e intestino) Renal S. Imunológico SNC Classificação do Choque Hipovolêmico Ocorre quando o volume vascular é menor que o tamanho vascular normal. - Perda de líquidos - Eletrólitos - Sangue (P H T L S , 2 0 1 7 .) Cardiogênico Quando há falha e bombeamento do coração. Ataque cardíaco Distributivo ou Vasogênico Quando o espaço vascular é maior do que o normal -Choque Neurogênico; - Choque Psicogênico; - Choque Séptico; - Choque Anafilático. Choque Hipovolêmico Tamanho do vaso normal, mas volume encontra-se diminuído. (PHTLS, 2017.) (G o o g le im a g e n s, 2 0 1 7 .) Sinais e sintomas: Taquicardia; Hipotensão; Dispneia; Pele fria, pálida e úmida; Pele cianótica ou diminuição do enchimento capilar (PHTLS, 2017.) (G o o g le i m a g e n s, 2 0 1 7 .) Choque Hipovolêmico CLASSE I - Perda de até 15% (750ml) do volume - Reposição de fluidos até o controle da hemorragia - Leve taquicardia - Não há alteração da PA, pressão do pulso e respiração CLASSE II - Perda de 15% a 30% do volume (750 a 1500ml) - Ativa o sistema simpático, uso de cristaloides (Choque compensado) - Taquicardia, aumento da FR, pressão de pulso diminuído - Diurese 20-30ml/h (PHTLS, 2017.) Choque Hipovolêmico CLASSE III - Perda de 30% a 40% do volume (1500 a 2000ml) - Necessita de transfusão e intervenção cirúrgica (Choque descompensado). - PAS < 90 mmHg - FC > 120bpm - FR de 30 a 40 irpm - Diurese 5-15ml/h - Ansiedade e confusão mental CLASSE IV - Perda de mais de 40% (>2000ml) - Choque Grave com poucos minutos de vida - Intervenção cirúrgica imediata, transfusão de sangue e plasma, mínimo de cristaloide - PAS < 60mmHg - FC >140bpm - FR > 35irpm - Confusão mental ou letargia profunda (PHTLS, 2017.) Choque Hipovolêmico Intervenções: Monitorar SSVV Estancar hemorragia (pressão ou cirurgia) Reposição volêmica com cristaloides ou sangue (se não responder ) Antieméticos e antidiarreicos Elevação dos MMII Drogas Vasoativas CPM (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Choque Cardiogênico Choque Cardiogênico Causas Intrínsecas Danos ao músculo cardíaco Arritmia Ruptura Valvular Causas Extrínsecas Tamponamento Cardíaco Pneumotórax hipertensivo (PHTLS, 2017.) Choque Cardiogênico Fisiopatologia Volume sistólico e FC comprometido Coração enfraquecido e capacidade de bombeamento Ventrículo não ejeta volume de sangue na sístole Acúmulo de líquido nos pulmões PA e perfusão tecidual (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) (G o o g le i m a g e n s, 2 0 1 7 .) Choque Cardiogênico Intervenções Monitorar SSVV Oxigenoterapia e SpO2 90% (2-6l/min) Terapia trombolítica Cirurgia de revascularização Substituição de válvula cardíaca Correção de arritmias, acidose e distúrbios eletrolíticos Tratamento do pneumotórax hipertensivo Morfina CPM (alívio da dor e vasodilatação) Avaliar enzimas cardíacas diariamente e realizar ECG Ingestão de líquido rigorosa (evitar sobrecarga) Administração de droga vasoativa CPM (Dopamina, Dobutamina e Nitroglicerina) (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Choque Distributivo ou Vasogênico * Sistema Nervoso Autônomo sobre os músculos lisos *Substâncias químicas Vasodilatação periférica Resistência Capilar Compartimento do vaso > quantidade de líquido Débito Cardíaco Pressão Arterial Hipovolemia relativa TRM, simples desmaio, infecções graves, reações alérgicas (PHTLS, 2017.) Choque Distributivo ou Vasogênico NEUROGÊNICO Lesão medular interrompe via SNC autônomo Perda do controle da musculatura lisa Dilatação do vasos sanguíneos periféricos por causa da resistência vascular Luz do vaso quantidade de sangue PA TRM, lesão do SNC ou choque insulínico (PHTLS, 2017.) Choque Distributivo ou Vasogênico NEUROGÊNICO Sinais e sintomas: PAS e PAD (não responde estressores orgânicos ) Pressão de pulso normal Pele seca, quente e rosada do enchimento capilar Bradicardia (atividade parassimpática) Paciente alerta, orientado e lúcido Posição supina (PHTLS, 2017.) Choque Distributivo ou Vasogênico NEUROGÊNICO Intervenções: Elevar a cabeceira a 30° Aplicar meias antiembolíticas Administração de Heparina de baixo peso molecular Atentar a sinais de sangramento (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Choque Distributivo ou Vasogênico SÉPTICO • Infecção • Liberação de citocinas (resposta inflamatória) • Dano a parede vascular • Vasodilatação periférica e extravasamento de líquido • Espaço capilar para o espaço intersticial • pré-carga e PA • Perfusão tecidual diminuída (PHTLS, 2017.) Choque Distributivo ou Vasogênico SÉPTICOSinais e sintomas: PA dentro dos limites que progride para hipotensão FC Pele fria e úmida, mas evolui para Febre Pele quente e ruborizada Dispneia Debito urinário em níveis normais, progredindo para diminuição ou até ausência Náuseas, vômitos, diarreia, RHA diminuídos Resistência insulínica Estado mental alterado Falha no sistema cardiovascular (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Choque Distributivo ou Vasogênico SÉPTICO Intervenções Identificar o foco (exames laboratoriais, culturas e clínica do paciente) Monitorização contínua Administração de ATB e Vasopressores CPM Infundir cristaloides CPM Fornecer sedação CPM Evitar uso de bloqueadores muscular Observar e monitorar possíveis sinais de infecção em cateteres Acompanhar exames laboratoriais (ureia, creatinina, HB e Ht, plaquetas, coagulograma, leucócitos, etc.) (BRUNNER ; SUDDARTH, 2012.) Sinais associados a cada tipo de Choque Sinais vitais Hipovolêmic o Neurogênic o Séptico Cardiogênic o Temperatura da pele Fria e úmida Quente e seca Fria e úmida Fria e úmida Cor da pele Pálida, cianótica Rosada Pálida e manchada Pálida, cianótica Pressão sanguínea Diminuída Diminuída Diminuída Diminuída Nível de consciência Alterado Lúcido Alterado Alterado Tempo de enchimento capilar Lento Normal Lento Lento (PHTLS, 2017.) REFERÊNCIAS BRUNNER & SUDDARTH, Suzanne C. Smeltzer et al. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. Knobel, Elias. Condutas no paciente grave. 4ª ed. São Paulo : Editora Atheneu, 2016. PHTLS. Atendimento pré-hospitalar Traumatizado. 8 ed. Burlington, MA. Copyrigth, 2017.
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