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Transação e Compromisso

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TRANSAÇÃO E COMPROMISSO
	1) Histórico
	O Código Civil de 1916 elencava a transação (arts. 1.025/1.036) e o compromisso (arts. 1.037/1.048) entre as formas extintivas das obrigações. Como observa José Augusto Delgado, “Era seguido o entendimento do direito romano, haja vista ser considerada uma espécie de convenção determinadora do fato de alguém renunciar um litígio, desde que alguma retribuição lhe fosse concedida” (Comentários ao novo Código Civil, v. XI, t. II, p. 295).
	A Lei 9.307/94 (Lei da Arbitragem), por seu art. 44, revogou os arts. 1.037 a 1.048 do Código Civil de 1916, eis que pretendeu regular toda a matéria relativa à arbitragem e, portanto, ao meio pelo qual as partes voluntariamente elegiam essa forma de extinção de conflitos.
	O Código Civil de 2002 recuperou as duas figuras, dando-lhes, todavia, tratamento diverso daquele recebido pelo Código revogado. Tanto a transação quanto o compromisso, a teor do novo Código, são espécies contratuais, ou seja, a transação e o compromisso são espécies de negócio jurídico bilateral.
	A transação é inteiramente disciplinada pelo Código Civil, ou seja, não apenas pelos arts. 840/850, mas também pelas regras gerais relativas aos contratos (arts. 421/480). Já o compromisso rege-se pelo Código Civil (arts. 851/853) e pela Lei de Arbitragem (Lei 9.307/94), que se mantém em vigor.
	2) Transação
	2.1) Conceito: 
“transação é o negócio jurídico bilateral, por meio do qual as partes, mediante concessões mútuas, previnem ou terminam litígio” (Carlos Fernando Mathias, Código Civil comentado, v. IX, p. 59);
“negócio jurídico pelo qual interessados previnem ou terminam litígio entre eles mediante concessões mútuas” (Miguel Maria de Serpa Lopes, Curso de direito civil, v. II, p. 268).
	2.2) Natureza jurídica: tradicionalmente, atribui-se à transação natureza meramente declaratória. Essa concepção, todavia, tem se alterado. Como observa José Augusto Delgado, “seu caráter é, sem mais qualquer dúvida, reconhecido como sendo constitutivo, modificando a relação jurídica até então existente pela via da concessão recíproca das partes” (op. cit., p. 302).
	2.3) Objeto: composição de direitos patrimoniais que sejam ou possam ser disputados em juízo.
	2.4) Forma: Segundo o art. 842, a transação será celebrada por escritura pública “nas obrigações em que a lei o exige”. É o que ocorre, por exemplo, com transações para prevenir ou extinguir litígio que envolva discussão sobre direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País (art. 108).
	Nas relações jurídicas em que não é exigida a escritura pública, ela pode ser celebrada por instrumento particular.
	Caso o direito objeto da transação já esteja sendo disputado em juízo, as partes deverão transacionar por escritura pública ou por termo nos autos, devidamente homologado pelo juiz.
	2.5) Interpretação: a transação terá interpretação restrita (art. 843) e por ela não se transmite, apenas declaram-se ou reconhecem-se direitos.
	2.6) Reflexos processuais: A transação é causa de extinção do processo civil com resolução de mérito (art. 269, III). Todavia, a transação acerca de obrigação decorrente de ilícito penal não extingue a ação penal pública.
	2.7) Indivisibilidade: Na transação, vigora a regra utile per inutile vitiatur, ou seja, a nulidade de qualquer de suas cláusulas contaminará todo o negócio jurídico (art. 848, caput). Entretanto, se a transação versar sobre direitos contestados judicialmente, mas independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os demais.
	2.8) Invalidade: o art. 849 elenca causas de anulação (e não de nulidade) da transação. Cabe à jurisprudência ainda definir se a transação pode ser anulada por outras causas arroladas no art. 171, como, v.g., a lesão ou o estado de perigo.
	3) Compromisso
	3.1) Conceito: “compromisso é acordo bilateral em que partes que podem contratar submetem seus litígios ou controvérsias à decisão de árbitros, obrigando-se, naturalmente, a acatá-la” (Carlos Fernando Mathias, op. cit., p. 82).
	3.2) Objeto: assim como na transação, não é possível firmar compromisso para a solução de questões de estado, de direito pessoal de família e de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial (art. 852).
	3.3) Cláusula compromissória: A definição de cláusula compromissória está no art. 4º da Lei 9.307/96:
“A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato”.
	O art. 853 do Código Civil de 2002 admite expressamente a inserção de cláusula compromissória em contratos, sempre lembrando as restrições do art. 852. Observa Carlos Fernando Mathias, no que diz respeito aos contratos de adesão, que, “para que tenha eficácia a cláusula compromissória, impõe-se que o aderente tenha tomado a iniciativa da arbitragem ou concordado com sua instituição, obrigatoriamente, por documento anexo ao contrato ou em negrito (a evidenciar destaque), com assinatura ou visto especialmente para a cláusula” (op. cit., p. 84).
	3.4) Nulidades do laudo arbitral: art. 32 da Lei 9.307/96.

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