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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 1 - INSTALAÇÃO PREDIAL III Esgoto Professora: Sylvia Rola e-mail: sylviarola@ufrrj.br Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 2 - Glossário 1.1. SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO ______________________________________ 4 1.2. PROJETO DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO __________________________ 4 1.2.1. ETAPAS DO PROJETO DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO ___________________________ 4 1.2.2. DOCUMENTAÇÃO BÁSICA DE PROJETO ___________________________________________ 5 1.3. CONCEPÇÕES IMPORTANTES DO SISTEMA ___________________________ 6 1.4. ELEMENTOS DO SISTEMA ___________________________________________ 6 1.4.1. ACESSIBILIDADE DO SISTEMA ___________________________________________________ 7 1.5. MATERIAIS ________________________________________________________ 8 1.5.1. FERRO FUNDIDO ______________________________________________________________ 8 1.5.2. AÇO GALVANIZADO ____________________________________________________________ 8 1.5.3. CIMENTO-AMIANTO ____________________________________________________________ 8 1.5.3. PVC __________________________________________________________________________ 9 1.6. TERMINOLOGIA ____________________________________________________ 9 1.7. ESQUEMA DE DESPEJOS __________________________________________ 14 1.7.1. BITOLAS MÍNIMAS ____________________________________________________________ 17 1.8. INSTALAÇÃO EM NÍVEL INFERIOR À VIA PUBLICA _____________________ 17 1.9. COMPONENTES DO SISTEMA DE ESGOTO ____________________________ 18 1.9.1. BANHEIRA ___________________________________________________________________ 19 1.9.2. BIDÊ ________________________________________________________________________ 19 1.9.3. LAVATÓRIOS E CUBAS ________________________________________________________ 19 1.9.4. PIA DE COZINHA ______________________________________________________________ 20 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 3 - 1.9.5. MICTÓRIO ___________________________________________________________________ 20 1.9.6. TANQUE E MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA E ROUPA __________________________________ 21 1.9.7. VASO SANITÁRIO _____________________________________________________________ 21 1.10. DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DO SISTEMA _______________ 21 1.10.1. DIMENSIONAMENTO RAMAL DE DESCARGA _____________________________________ 22 1.10.2. DIMENSIONAMENTO RAMAL DE ESGOTO ________________________________________ 24 1.10.3. DIMENSIONAMENTO DO TUBO DE QUEDA _______________________________________ 25 1.10.4. DIMENSIONAMENTO DO COLETOR PREDIAL E SUBCOLETORES ____________________ 28 1.10.5. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE GORDURA ____________________________________ 31 1.10.6. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE PASSAGEM ___________________________________ 32 1.10.7. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE INSPEÇÃO ____________________________________ 33 1.10.8. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA SIFONADA _______________________________________ 33 1.10.9. COMPONENTES DO SUBSISTEMA DE VENTILAÇÃO _______________________________ 34 1.10.9.1. RAMAL DE VENTILAÇÃO _________________________________________________ 34 1.10.9.2. COLUNA DE VENTILAÇÃO ________________________________________________ 36 2.1. PEÇAS E CONEXÕES ______________________________________________ 41 3.1. PAVIMENTO TÉRREO ______________________________________________ 41 4.1. REPRESENTAÇÃO DE PLANTAS ____________________________________ 46 5.1. DESPEJOS EM REGIÕES NÃO SERVIDAS POR REDES DE ESGOTOS _____ 48 5.1.1 FOSSAS SÉPTICAS ____________________________________________________________ 48 5.1.2 SUMIDOURO __________________________________________________________________ 50 6.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________ 51 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 4 - 1.1. SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO O sistema de esgoto funciona por gravidade, isto é, existe pressão atmosférica ao longo de todas as tubulações, característica está mantida pela ventilação do sistema. Exigências e recomendações relativas ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas prediais de esgoto sanitário, para atenderem as exigências mínimas quanto à higiene, segurança e conforto dos usuários, tendo em vista a qualidade destes sistemas. A instalação de esgoto doméstico tem a finalidade de coletar e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos, encaminhando-os para um destino adequado. 1.2. PROJETO DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO a) Evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua qualidade de consumo, tanto no interior dos sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários. b) Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos nas tubulações. c) Impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização. d) Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior o sistema. e) Permitir que seus componentes sejam facilmente inspecionados. f) Impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação. g) Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que facilitem a sua remoção para eventuais manutenções. 1.2.1. ETAPAS DO PROJETO DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO Na elaboração do projeto, o projetista deve estar bem ciente da localização dos diversos aparelhos sanitários pela planta, da localização dos coletores públicos de esgotos e águas pluviais e dos itinerários a serem seguidos pelas tubulações, que devem ser os mais curtos e retilíneos possíveis. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 5 - A. CONCEPÇÃO • Identificar os pontos geradores (águas servidas, águas com dejetos, águas com gordura). • Definir e posicionar os desconectores (sifões, ralos sifonados, caixas). • Definir sistema de ventilação. • Posicionar os tubos de queda (esgoto primário e gordura) • Definir o acesso à tubulação (caixas de inspeção, poços de visita, caixas de gordura e tubos operculados). • Definir o destino do esgoto (coletor público ou tratamento e destino particular). B. DIMENSIONAMENTO a) Ramal de descarga b) Ramal de esgoto c) Tubo de queda d) Subcoletor e Coletor Predial e) Dispositivos complementares (CS, CG, CP, CI) f) Ventilação (ramal de ventilação e coluna de ventilação) 1.2.2. DOCUMENTAÇÃO BÁSICA DE PROJETO g) De posse da licença de construção ir à CEDAE e pedir a DPE (documento de possibilidade de esgoto) e pagamento da taxa de ligação de vaso provisório. h) Projeto executivo (planta da cobertura, tipo e Puc com a indicação dos tubos de queda, ramais e desvios, colunas de ventilação. Planta PUC com a localização dos subcoletores, coletor predial, dispositivos de inspeção. Esquema vertical indicando os componentes do sistema e suas interligações). i) Memorial descritivo e especificações técnicas. j) Quantificação e orçamentação.k) Vistoria final e documento de habite-se. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 6 - 1.3. CONCEPÇÕES IMPORTANTES DO SISTEMA O sistema predial de esgoto sanitário deve ser separado em relação ao sistema predial de águas pluviais, ou seja, não deve existir nenhuma ligação entre os dois sistemas. A disposição final do efluente do coletor predial de um sistema de esgoto sanitário deve ser feita em rede pública de coleta de esgoto sanitário, quando existir. Quando não houver rede pública de coleta de esgoto sanitário, em sistema particular de tratamento. Deve ser evitada a passagem das tubulações de esgoto em paredes, rebaixos, forros falsos de ambientes de permanência prolongada. Todas as canalizações deverão ser solidamente assentes e, quando acima do solo, serão suportadas por braçadeiras de ferro fundido ou por consolos, vigas, pilares, ou saliências nas paredes, que garantam a permanência do alinhamento e da declividade das canalizações. 1.4. ELEMENTOS DO SISTEMA • Tubulações de Esgoto Primário: Acesso a gases provenientes do coletor público ou dispositivos de tratamento. • Tubulações de Esgoto Secundário: Protegidas por desconectores dos gases provenientes das tubulações primárias. • Tubulações de Ventilação: Proteção dos fechos hídricos dos desconectores. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 7 - 1.4.1. ACESSIBILIDADE DO SISTEMA Para garantir a acessibilidade do sistema: a) A distância entre dois dispositivos de inspeção não deve ser superior a 25 m. b) A distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de inspeção mais próximo não deve ser superior a 15 m. c) Os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias sanitárias, caixas de gordura e caixas sifonadas, medidos entre os mesmos e os dispositivos de inspeção, não devem ser superiores a 10 m. Os desvios, as mudanças de declividade e a junção de tubulações enterradas devem ser feitos mediante o emprego de caixas de inspeção. Em prédios com mais de dois pavimentos, as caixas de inspeção não devem ser instaladas a menos de 2 m de distância dos tubos de queda que contribuem para elas. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 8 - 1.5. MATERIAIS • Subcoletores e coletores prediais – ferro fundido, manilha de barro, PVC. • Canalização interna ao prédio – ferro fundido, fibrocimento, PVC. 1.5.1. FERRO FUNDIDO O ferro fundido é um produto siderúrgico resultante da associação do ferro e do carbono. Nas instalações prediais de esgoto e águas pluviais emprega-se o ferro cinzento. Os tubos podem ser do tipo ponta-ponta, usando-se luvas bipartidas para liga-lás, ou do tipo ponta-bolsa, quando se usa o contraflange para maior segurança da junta. São utilizadas juntas elásticas para união entre tubos e conexões ou entre conexões, para atender a esforços térmicos e mecânicos. 1.5.2. AÇO GALVANIZADO Os tubos e conexões poderão substituir os tubos de ferro fundido, exceto em canalizações que conduzirem efluentes de vasos sanitários ou mictórios. Embora permitido é usado raramente, e quando é, exige-se proteção interna e externa de tintas epóxicas ou de borracha clorada. A falta de conexões adequadas a esgotos já é um fator impeditivo de seu emprego. 1.5.3. CIMENTO-AMIANTO Os tubos e conexões de cimento-amianto são empregados nas colunas de ventilação, nos tubos ventiladores primários e no prolongamento do tubo de queda, no trecho situado acima da laje da cobertura do último pavimento. Podem ser empregados em coletores, havendo certa preferência pelos mesmos em relação às manilhas, em virtude de algumas vantagens que oferecem, tais como: serem mais compridos que as maninhas de grês cerâmico, o que reduz o numero de juntas e proporciona maior facilidade de alinhamento e economia de mão-de-obra na colocação; as juntas podem ser feitas com anel de borracha sintética, o que aumenta a rapidez da execução do serviço. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 9 - 1.5.3. PVC O PVC, que é o cloreto de polivinila clorado, é um composto vinílico termoplástico, rígido ou flexível, resistente a impactos, abrasão e a inúmeros produtos químicos. Os tubos de PVC e de polietileno para esgotos são fabricados nos tipos de ponta e bolsa, e no tipo de pontas lisas (sem bolsas). 1.6. TERMINOLOGIA Aparelho sanitário – aparelho ligado à instalação predial e destinado ao uso de água para fins higiênicos ou a receber dejetos ou águas servidas. Deve impedir à contaminação da água potável, possibilitar acesso e manutenção e oferecer ao usuário conforto adequado a utilização. Caixa de gordura – caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formado por camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede, obstruindo a mesma. É recomendado o uso de caixas de gordura quando os efluentes contiverem resíduos gordurosos. Devem ser instaladas em lugar de fácil acesso e com boas condições de ventilação. Caixa de inspeção – caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das tubulações. Caixa de passagem – destina-se a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das canalizações, a junção de coletores e mudança de declividade. Caixa sifonada – caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgoto. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 10 - Coletor predial – trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga, ou caixa de inspeção geral e o coletor público ou sistema particular. Coletor público – tubulação da rede coletora que recebe contribuição de esgoto dos coletores prediais em qualquer ponto ao longo do seu comprimento. Coluna de ventilação – tubo ventilador vertical que se prolonga através de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à atmosfera, ou ligada a tubo ventilador primário ou a barrilete de ventilação. Desconector – dispositivo provido de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto. Dispositivos de inspeção – devem ser instalados junto às curvas dos tubos de queda, de preferência à montante das mesmas com abertura suficiente para permitir as desobstruções com a utilização de equipamentos mecânicos de limpeza e com tampa hermética removível. Fecho hídrico – camada líquida, de desnível constante, que em um desconector veda a passagem dos gases. Instalação primária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde têm acesso gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 11 - Instalação secundária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos ondenão tem acesso os gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. Tubulações protegidas por desconector ou sifão único contra o acesso de gases das canalizações primárias. Peça de inspeção – dispositivo para inspeção e desobstrução de uma canalização. Poço de visita – é uma caixa de inspeção com mais de um metro de profundidade. Ramal de descarga – tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários. Ramal de esgoto – tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector. Ramal de ventilação – tubo ventilador que interliga o desconector ou ramal de descarga, ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação. Ralo seco – recipiente sem proteção hídrica, dotado de grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de piso ou de chuveiro. Sua saída pode ser lateral ou pelo fundo. Ralo sifonado – recipiente dotado de desconector, com grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de pisos ou de chuveiro. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 12 - Rede pública de esgoto sanitário – conjunto de tubulações pertencentes ao sistema urbano de esgoto sanitário, diretamente controlado pela autoridade pública. Sifão – aparelho separador destinado a impedir passagem dos gases do interior das tubulações para o ambiente sanitário. Sistema predial de esgoto sanitário – conjunto de tubulações e acessórios destinados a coletar e transportar o esgoto sanitário, garantir o encaminhamento dos gases para a atmosfera e evitar o encaminhamento dos mesmos para os ambientes sanitários. Subcoletor – tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto. Devem ser de preferência retilíneos e que possibilitem o escoamento dos efluentes por gravidade. Tampão – conjunto de peças de ferro fundido para a cobertura da caixa de inspeção ou poço de visita. Tubo de queda – tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga. Devem ser sempre que possível instalados em um único alinhamento, se não utilizar raios longos. Nos tubos de queda que recebem efluentes que provoquem a formação de espumas, devem ser adotadas soluções no sentido de evitar o retorno para os ambientes sanitários. Devem ser previstos tubos de queda especiais para pias de cozinha e máquinas de lavar louça, providos de ventilação primária, os quais devem descarregar uma caixa de gordura coletiva. Tipo P Garrafa Caixa Sifonada H H Tipo S H Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 13 - Tubo operculado – é a peça de inspeção, em forma de tubo, provida de janela com tampa. Tubo ventilador – tubo destinado a possibilitar o escoamento de ar da atmosfera para o sistema de esgoto e vice-versa ou a circulação de ar no interior do mesmo, com a finalidade de proteger o fecho hídrico dos desconectores e encaminhar os gases para atmosfera. Tubo ventilador de circuito – tubo ventilador secundário ligado a um ramal de esgoto e servindo a um grupo de aparelhos sem ventilação individual. Tubo de ventilação primária – prolongamento do tubo de queda acima do ramal mais alto a ele ligado e com extremidade superior aberta à atmosfera situada acima da cobertura do prédio. Tubo de ventilação secundária – conjunto de tubos e conexões com a finalidade de promover a ventilação secundária do sistema predial de esgoto sanitário. Unidade de Hunter de contribuição (UHC) – fator numérico que representa a contribuição considerada em função da utilização habitual de cada tipo de aparelho sanitário. Ventilação primária – ventilação proporcionada pelo ar que escoa pelo núcleo do tubo de queda, o qual é prolongado até a atmosfera. Ventilação secundária – ventilação proporcionada pelo ar que escoa pelo interior de colunas e ramais, constituindo a tubulação de ventilação secundária. Tubo ventilador de alívio – tubo ventilador ligando o tubo de queda ou ramal de esgoto ou de descarga à coluna de ventilação. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 14 - Tubulações – devem possuir desenvolvimento retilíneo, inspeção para limpeza e desentupimento, o menor comprimento possível, atender as declividades mínimas, as tubulações enterradas devem ser interligadas por caixas de inspeção. 1.7. ESQUEMA DE DESPEJOS Banheiros situados em pavimentos elevados descarregam seus despejos em tubos verticais chamados TUBOS DE QUEDA (TQ). Os tubos de queda lançam seus despejos em caixas localizadas no pavimento térreo chamados CAIXAS DE INSPEÇÃO (CI), cuja finalidade é fornecer uma visita às canalizações no caso de entupimentos. Os tanque e máquinas de lavar roupa, assim como ralos de lavagem de pisos despejam em TUBOS SECUNDÁRIOS (TS) que são ligados a uma CAIXA SIFONADA (CS), localizada no pavimento térreo, e daí para uma CI. O prolongamento superior do TS é uma VENTILAÇÃO SECUNDÁRIA (VS). Os despejos gordurosos provenientes das pias de cozinha e máquinas de lavar louça são lançados em TUBOS DE GORDURA (TG) que têm sua extremidade inferior ligada a uma CAIXA DE GORDURA (CG), localizada também no pavimento térreo, e daí para uma CI. O prolongador da parte superior do TG também é chamado VS. lavatório bidê chuveiro banheira vaso pia de cozinha máq. Lavar louça tanque máq. Lavar roupa ralos simples RS TQ CI Coletor público TG TS CG CS Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 15 - O prolongamento da parte superior do tubo de queda é chamado de VENTILADOR PRIMÁRIO (VP). cobertura último pav 1 pav térreo CI1 coletor público coletor predial alinhamento V RS TQ VP CV V RS Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 16 - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 17 - 1.7.1. BITOLAS MÍNIMAS • Vaso sanitário liga-se à tubulação primária (100 mm). TUBO DE QUEDA (TQ) 100 mm ESGOTO PRIMÁRIO (EP) Exceto saída do RS, CS e CG 100 mm ESGOTO SECUNDÁRIO (ES) 50 mm COLUNA DE VENTILAÇÃO (CV) 75 mm RAMAL DE VENTILAÇÃO (RV) 50 mm TUBO DE GORDURA (TG) 75 mm TUBO SECUNDÁRIO (TS) 50 mm 1.8. INSTALAÇÃO EM NÍVEL INFERIOR À VIA PUBLICA Há casos em que o nível dos aparelhos sanitários é inferior ao do coletor público (é o caso normal de garagens ou localidades em morro). Os efluentes devem ser reunidos em uma caixa coletora e daí lançados aos pontos adequados por elevação mecânica. A caixa deve ser com tampa hermética, impermeabilizada e ventilada por um tubo ventilador primário e independente e diâmetro igual ou maior que o recalque, ter fundo inclinado de modo a permitir o esvaziamento completo. A sua capacidade deve ser calculada de modo a atender comfolga aos aparelhos a ela ligados e a uma emergência. Nenhum aparelho, ralo sifonado, caixas sifonadas etc., poderá ligar-se diretamente à caixa coletora e sim a uma ou mais caixa de inspeção e destas para a caixa coletora. Não será permitida a coleta, nas caixas coletoras, de despejos de águas pluviais e drenos do terreno. As bombas deverão ser de baixa rotação e especiais à prova de entupimentos para águas servidas, massas e líquidos viscosos e do tipo centrífugo ou ejetores a ar comprimido. Deve ser prevista obrigatoriamente uma unidade de reserva, pelo menos. O comando será automático por chave-bóia e chave magnética e ser conveniente à instalação de um dispositivo de alarme quando as bombas estiverem defeituosas. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 18 - 1.9. COMPONENTES DO SISTEMA DE ESGOTO Todos os aparelhos sanitários devem se protegidos por desconectores, estes podem atender a um conjunto de aparelhos de uma mesma unidade autônoma. - Desconector Deve ter fecho hídrico com altura mínima de 0,05 m; Deve apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de descarga a ele conectado; - Ralo sifonado Recebe os despejos provenientes do bidê, tanque, lavatório, banheira, ducha higiênica, chuveiro (ralo seco) e banheira, lançados ao esgoto primário. Possuem 7 entradas de 40 mm e uma saída de 50 ou 75 mm. Existe um dispositivo chamado prolongamento para vencer a espessura da laje. Peças de acabamento porta grelha e grelha. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 19 - 1.9.1. BANHEIRA Sempre que possível, instalar o chuveiro em boxe próprio, ao invés sobre a banheira, para evitar acidentes devido ao escorregamento; caso contrário instalar um meio do usuário poder se segurar. O esgotamento das banheiras é feito por intermédio de uma válvula ligada à tubulação que vai ao RS, existindo também, o esgotamento do ladrão (extravasor). 1.9.2. BIDÊ O esgotamento é feito interligando-se a válvula de saída com a canalização que vai para o ralo sifonado. 1.9.3. LAVATÓRIOS E CUBAS Nos lavatórios e cubas o esgotamento é feito interligando-se a válvula de saída com a canalização que vai ao ralo sifonado. As válvulas podem ser com ou sem ladrão. Normalmente, em lavatórios e cubas de sobrepor, empregam-se as válvulas com ladrão, enquanto que nas cubas de embutir, sem ladrão. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 20 - 1.9.4. PIA DE COZINHA Emprega-se uma válvula americana interligada a tubulação por intermédio de um sifão. 1.9.5. MICTÓRIO Existem vários tipos de mictório, recomenda-se consultar o catálogo dos fabricantes de louças e metais para observar as especificações e recomendações técnicas de cada um. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 21 - 1.9.6. TANQUE E MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA E ROUPA O uso de sifão no tanque não é obrigatório, mas é recomendado. Para a máquina de lavar louça deixa-se uma previsão de esgoto com altura aproximada de 0,50 m do piso acabado. Máquina de lavar roupa deixa-se uma previsão de esgoto com altura aproximada de 0,80 m do piso acabado. 1.9.7. VASO SANITÁRIO As bacias sanitárias deverão ficar próximas às janelas ou basculantes. A melhor posição para o ralo sifonado é em posição central as demais peças, o que nem sempre coincide com a melhor estética. Na saída do vaso sanitário emprega-se uma curva de 90º. O aparelho é simplesmente encaixado nessa conexão ligando-se no tubo de queda. Os aparelhos de descarga podem ser dos seguintes tipos: caixas de descarga suspensas, caixas embutidas na parede, caixas silenciosas acopladas no vaso sanitário e válvulas de descarga de fluxo ou pressão. 1.10. DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DO SISTEMA O dimensionamento é feito de forma simples, por tabelas, em função do material e da declividade mínima fixada. Não há necessidade de verificação da pressão. Com base nas “Unidades Hunter de Contribuição” (UHC) e nas declividades mínimas pré-estabelecidas dimensiona-se todo o sistema. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 22 - 1.10.1. DIMENSIONAMENTO RAMAL DE DESCARGA O cálculo do diâmetro do ramal de descarga (trecho entre o aparelho e a caixa sifonada, ou, no caso do vaso sanitário, entre ele e o subcoletor ou o tubo de queda) é função apenas da “Unidades Hunter de Contribuição” (UHC) que corresponde à descarga de um lavatório de residência e é considerada igual a 28 litros por minuto. Lembrando, que os ramais de descarga que receberem efluentes de mictórios não poderão ser ligados a ralos sifonados com grelha. Deverão ser conduzidos até o ralo sifonado de material apropriado com tampa hermética. Todos os trechos horizontais previstos no sistema de coleta e transporte de esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade. Recomendam-se declividades mínimas: – 2% para tubulações com diâmetro de 75 – 1% para tubulações com diâmetro de 100 As mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com peças com ângulo igual ou inferior a 45º. As mudanças de direção horizontal para vertical ou vice-versa devem ser feitas com peças com ângulo igual ou inferior a 90º. O dimensionamento é imediato, devem ser adotados no mínimo os diâmetros apresentados na tabela 3. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 23 - Para os aparelhos não relacionados na tabela 3, devem ser estimadas as UHC correspondentes e o dimensionamento deve ser feito com os valores indicados na tabela 4. Tabela 3 – Unidade de Hunter de contribuição para aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga Aparelho sanitário Numero de unidades de Hunter de contribuição Diâmetro nominal mínimo do ramal de descarga DN Bacia sanitária 6 100(1) Banheira de residência 2 40 Bebedouro 0,5 40 Bidê 1 40 Chuveiro De residência Coletivo 2 4 40 40 Lavatório De residência De uso geral 1 2 40 40 Mictório Válvula de descarga Caixa de descarga Descarga automática De calha 6 5 2 2(2) 75 50 40 50 Pia de cozinha residencial 3 50 Pia de cozinha industrial Preparação Lavagem de panelas 3 4 50 50 Tanque de lavar roupas 3 40 Maquina de lavar louças 2 50(3) Maquina de lavar roupas 3 50(3) 1) O diâmetro nominal DN mínimo para o ramal de descarga de bacia sanitária pode ser reduzido para DN 75, caso justificado pelo calculo de dimensionamento efetuado pelo método hidráulico apresentado no anexo B e somente depois da revisão da NBR 6452:1985 (aparelhos sanitários de material cerâmico), pela quais os fabricantes devem confeccionar variantes dasbacias sanitárias com saída própria para ponto de esgoto de DN 75, sem necessidade de pela especial de adaptação. 2) Por metro de calha – considerar como ramal de esgoto (ver tabela 5). 3) Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes. Tabela 4 – Unidade de Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na tabela 3 Diâmetro nominal mínimo do ramal de descarga DN Numero máximo de unidades de Hunter de contribuição UHC 40 2 50 3 75 5 100 6 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 24 - EXERCÍCIO Dimensionar os ramais de descarga, UHC e diâmetro mínimo: Lavatório de residência, Bacia sanitária, Chuveiro, Bidê, Pia de cozinha, Tanque, Máquina de lavar louça, Máquina de lavar roupa. Resolução: Nº. UHC Φ 1 40 6 100 2 40 1 40 3 50 3 40 2 50 3 50 1.10.2. DIMENSIONAMENTO RAMAL DE ESGOTO O diâmetro de ramal de esgoto (trecho entre a saída da caixa sifonada e a ligação ao ramal da bacia sifonada) é determinado em função do somatório das “Unidades Hunter de Contribuição” (UHC). Podem ser ligados a um mesmo ramal de esgoto: os conjuntos de lavatórios ou mictórios instalados em bateria nos sanitários coletivos e os lavatórios e pias de cozinha com duas cubas. Todos os trechos horizontais previstos no sistema de coleta e transporte de esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade. Recomendam-se declividades mínimas – 2% para tubulações com diâmetro de 75 – 1% para tubulações com diâmetro de 100 As mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com peças com ângulo igual ou inferior a 45º. As mudanças de direção horizontal para vertical ou vice-versa devem ser feitas com peças com ângulo igual ou inferior a 90º. Para os ramais de esgoto, deve ser utilizada a tabela 5 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 25 - EXERCÍCIO Dimensionar o ramal de esgoto em função da UHC, para um banheiro com lavatório, chuveiro e bidê. Resolução: Chuveiro 2 lavatório 1 Bidê 1 Total 4 EXERCÍCIO: Dimensionar o ramal de esgoto em função da UHC, para a tubulação do vaso sanitário. Resolução: Vaso Sanitário 6 Φ = 50 mm Φmin = 100 mm 1.10.3. DIMENSIONAMENTO DO TUBO DE QUEDA Devem ser o mais vertical possível, empregando-se sempre curvas de raio longo nas mudanças de direção. Nas mudanças de direção dos tubos de queda, deverá sempre ser colocado um tubo operculado (visita), junto às curvas, todas as vezes que elas forem inatingíveis por varas de limpeza introduzidas pelas caixas de inspeção. Os TQ deverão ser prolongados, com o mesmo diâmetro, até acima da cobertura do prédio, para ventilação, porém se estiver servindo até 3 (três) bacias sanitárias, poderá ser de 75 mm. Nenhum vaso sanitário deve descarregar em TQ com diâmetro nominal inferior a 100 mm. Nenhum TQ deve ter diâmetro inferior ao da maior tubulação a ele ligado. Nenhum tubo de queda que receba despejos provenientes de pias de copa e de cozinhas deve ter diâmetro inferior a 75 Tabela 5 – Dimensionamento de ramais de esgoto Diâmetro nominal mínimo do tubo DN Numero máximo de unidades de Hunter de contribuição UHC 40 3 50 6 75 20 100 160 Φ = 50 mm Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 26 - mm, excetuando-se o caso de tubos que recebem até 6 UHC em prédios de até 2 pavimentos, quando poderá ser usado o diâmetro de 50 mm. - Tubos de Queda sem Desvio na Vertical Os tubos de queda podem ser dimensionados pelo somatório das UHC, conforme valores indicados na tabela 6. EXERCÍCIO Dimensionar um tubo de queda que esgota, por pavimento, um banheiro composto de vaso sanitário, bidê, lavatório e box. São 15 pavimentos. Resolução: Aparelhos N° UHC Vaso sanitário 6 Bidê 1 Lavatório 1 Box 2 Total 10 10 x 15 pavimentos = 150 UHC Φmin = 100 mm TQ EXERCÍCIO Dimensionar um tubo de queda de gordura que esgota, por pavimento, uma cozinha com cuba simples e máquina de lavar louça. São 10 pavimentos Resolução: Tabela 6 – Dimensionamento de tubos de queda Diâmetro nominal do tubo DN Numero máximo de unidade de Hunter de contribuição Prédio de até três pavimentos Prédio com mais de três pavimentos 40 4 8 50 10 24 75 30 70 100 240 500 150 950 1900 200 2200 3600 250 3800 5600 300 6000 8400 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 27 - Aparelhos N° UHC Cuba 3 MLL 2 Total 5 5 x 10 pavimentos = 50 UHC Φ = 75 mm TG EXERCÍCIO Dimensionar um tubo de queda secundário que esgota, por pavimento, uma área com máquina de lavar roupa e tanque. São 12 pavimentos. Resolução: Aparelhos N° UHC MLR 3 Tanque 3 Total 6 6 x 12 pavimentos = 72 UHC Φ = 100 mm TS - Tubos de Queda com Desvios na Vertical a) quando o desvio formar ângulo igual ou inferior a 45º com a vertical. - o tubo de queda é dimensionado pela tabela 6. b) quando o desvio formar ângulo superior a 45º com a vertical. - a parte acima do desvio como um tubo de queda independente, com base no número UHC dos aparelhos acima do desvio, pela tabela 6. - a parte horizontal do desvio de acordo com os valores da tabela 7. - a parte do tubo de queda abaixo do desvio, com base no número de UHC de todos os aparelhos que descarregam neste tubo de queda, não podendo ser menor que o adotado na parte horizontal. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 28 - EXERCÍCIO Dimensionar um tubo de queda com desvio de 90º do primeiro pavimento para o PUC. Este tubo esgota, por pavimento, um banheiro composto de vaso sanitário, bidê, lavatório e box. São 20 pavimentos. Supor declividade na parte horizontal de 1%. Resolução: UHC = 6 + 1 + 1 + 2 = 10 Calcular a tubulação antes (tab. 6 - vertical), no meio (tab. 7 - horizontal) e depois do desvio. 1ª parte: Φ 100 mm 2ª parte: Φ 150 mm 3ª parte: Φ 150 mm 1.10.4. DIMENSIONAMENTO DO COLETOR PREDIAL E SUBCOLETORES O coletor predial terá início no fundo de uma caixa de inspeção, situada no ponto mais conveniente para reunir os subcoletores que provém dos locais mais afastados da testado do terreno, e dirigir-se-á para o coletor da rua, ao qual se ligará em inserção superior, por intermédio de uma peça radial e junção. O coletor predial e os subcoletores podem ser dimensionados pelo somatório de UHC, conforme a tabela 7, e ter diâmetro mínimo de 100 mm. No dimensionamento para prédios residenciais deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para o somatório de UHC. Tabela 7 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial Diâmetro nominal do tubo DN Numero máximo de unidade de Hunter de contribuição em função das declividades mínimas % 0,5 1 2 4 100 - 180 216 250 150 - 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300 250 2500 2900 3500 4200 300 3900 4600 5600 6700 4007000 8300 10000 12000 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 29 - O comprimento máximo dos subcoletores será de 15 metros espaçando-se caixas ou peças de inspeção para permitir as desobstruções. Sempre que possível, deverão ser construídos em parte na edificada do terreno; quando impossível, as caixas de inspeção deverão estar em áreas livres de serventia comum. Recomendam-se declividades mínimas: – 3% para tubulações com diâmetro de 75 – 2% para tubulações com diâmetro de 100 – 1% para tubulações com diâmetro de 150, 200 Ambos sempre que possível, ser construído em área não edificada; quando não for possível, as caixas de inspeção o serão em áreas livres. O traçado deve ser retilíneo, tanto em planta quanto em perfil. As inevitáveis mudanças de direção devem ser feitas mediante caixas de inspeção ou curvas de raio longo, preferivelmente de 45º e nunca inferior a 90º. Entre dois pontos de inspeção só deve haver uma curva. As mudanças de direção da horizontal para a vertical poderão ser feitas com curva de raio curto. A inserção de um ramal de descarga ou de esgoto no coletor predial deve ser feita mediante uma caixa de inspeção ou junção simples em angulo menor que 45º, neste caso deve haver peça de inspeção. EXERCÍCIO Dimensionar as bitolas das tubulações que interligam as diversas caixas de inspeção no projeto abaixo. Determine, também, as profundidades das demais caixas, supondo-se 0.40 m a profundidade da primeira caixa (CI-1). Tabela 7 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial Diâmetro nominal do tubo DN Numero máximo de unidade de Hunter de contribuição em função das declividades mínimas % 0,5 1 2 4 100 - 180 216 250 150 - 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300 250 2500 2900 3500 4200 300 3900 4600 5600 6700 400 7000 8300 10000 12000 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 30 - Resolução: • CI-1 – CI-2 Φ 100 mm 4% declividade (consenso devido ao preço) D = 5 m 235 UHC 4% x 5 = 0,20 m 0,20 + 0,40 = 0,60 m (profundidade CI-2) • CI-2 – CI-3 Φ 150 mm 1% declividade D = 8 m UHC = 235 + 130 = 365 UHC 1% x 8 = 0,08 m 0,08 + 0,60 = 0,68 m (profundidade CI-3) • CI-3 – CI-4 Φ 150 mm 1% declividade D = 11 m Sem contribuição de UHC 1% x 11 = 0,11 m 0,11 + 0,68 = 0,79 m (profundidade CI-4) • CI-4 – Coletor público Φ 150 mm 1% declividade UHC = 365 + 197 = 562 UHC Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 31 - 1.10.5. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE GORDURA Em todos os prédios em que houver despejos gordurosos (pias de cozinha, de copa, laboratórios etc.) é obrigatória a instalação de caixas de gordura, da qual saem os efluentes para caixas de inspeção ou tubos de queda. As caixas de gordura podem ser de concreto, alvenaria de tijolos ou ferro fundido e fechados hermeticamente com tampa de ferro removível. a) para a coleta de apenas uma cozinha, pode ser usada a caixa de gordura pequena ou a caixa de gordura simples. b) para a coleta de duas cozinhas, pode ser usada a caixa de gordura simples ou a caixa de gordura dupla. c) para a coleta de três até 12 cozinhas, deve ser usada a caixa de gordura dupla ou especial. d) para a coleta de mais de 12 cozinhas, restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, etc. devem ser previstas caixas de gordura especiais. As caixas de gordura devem ser divididas em duas câmaras, uma receptora e outra vertedoura, separadas por um septo não removível. • Caixa de Gordura Pequena (CGP) Cilíndrica com as seguintes dimensões mínimas Diâmetro interno 0,30 m Parte submersa do septo 0,20 m Capacidade de retenção 18 l Diâmetro nominal da tubulação de saída DN 75 • Caixa de Gordura Simples (CGS) Cilíndrica com as seguintes dimensões mínimas Diâmetro interno 0,40 m Parte submersa do septo 0,20 m Capacidade de retenção 31 l Diâmetro nominal da tubulação de saída DN 75 • Caixa de Gordura Dupla (CGD) Cilíndrica com as seguintes dimensões mínimas Diâmetro interno 0,60 m Parte submersa do septo 0,35 m Capacidade de retenção 120 l Diâmetro nominal da tubulação de saída DN 100 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 32 - • Caixa de Gordura Especial (CGE) Prismática de base retangular Distância mínima entre o septo e a saída 0,20 m Altura molhada 0,60 m Parte submersa do septo 0,40 m Diâmetro nominal da tubulação de saída DN 100 Volume da câmara de retenção de gordura V = 2 x N +20 onde, V – volume em litros N – número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura no turno de maior fluxo EXERCÍCIO Dimensionar a caixa de gordura que recebe um TG que atende 2 pias de cozinha e 1 máquina de lavar louça. A edificação é composta por 3 quartos mais o serviço e são 10 pavimentos Resolução: UHC = 2x3 + 2 = 8 UHC 3 quartos + 1 serviço (2 pessoas/ quarto + 1 pessoa) 7 pessoas x 10 pavimentos = 70 pessoas V = 20 + 2N = 20 + 140 = 160 (caixa de gordura especial) 1.10.6. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE PASSAGEM a) quando cilíndricas, ter diâmetro mínimo igual a 0,15 m. b) quando prismáticas de base poligonal, permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro mínimo igual a 0,15 m. c) ser providas de tampa cega, quando previstas em instalações de esgoto primário. d) ter altura mínima igual a 0,10 m. e) ter tubulação de saída dimensionada pela tabela de dimensionamento de ramais de esgoto, sendo o diâmetro mínimo igual a DN 50. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 33 - 1.10.7. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE INSPEÇÃO a) profundidade máxima de 1 m. b) forma prismática, de base quadrada ou retangular de lado interno mínimo de 0,60 m. c) forma cilíndrica com diâmetro mínimo a 0,60 m . d) tampa facilmente removível e com perfeita vedação. e) fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar a formação de depósitos. 1.10.8. DIMENSIONAMENTO DA CAIXA SIFONADA - Caixas Sifonadas a) ser de DN 100, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite de 6 UHC. b) ser de DN 125, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite de 10 UHC. c) ser de DN 150, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite de 15 UHC. O ramal de esgoto da caixa sifonada deve ser dimensionado conforme indicado na tabela 4. - Caixas Sifonadas Especiais • deve ter fecho hídrico com altura mínima de 0,20 m; • deve apresentar diâmetro interno de 0,30 m, quando cilíndrica; • deve permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro de 0,30 m, quando prismática de base poligonal; • deve ser fechada hermeticamente com tampa facilmente removível; • deve ter orifício de saída com o diâmetro nominal de 75; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 34 - 1.10.9. COMPONENTES DO SUBSISTEMADE VENTILAÇÃO a) ramal de ventilação: diâmetro nominal não inferior aos limites determinados na tabela 8; b) tubo ventilador de circuito: diâmetro nominal não inferior aos limites determinados na tabela 2; c) tubo ventilador complementar: diâmetro nominal não inferior à metade do diâmetro do ramal de esgoto a que estiver ligado; d) coluna de ventilação: diâmetro nominal de acordo com as indicações da tabela 2. Inclui-se no comprimento da coluna de ventilação, o trecho do tubo ventilador primário entre o ponto de inserção da coluna e a extremidade aberta do tubo ventilador; e) tubo ventilador de alívio: diâmetro nominal igual ao diâmetro nominal da coluna de ventilação a que estiver ligado; 1.10.9.1. RAMAL DE VENTILAÇÃO Ventilação – a extremidade aberta do tubo deve estar situada acima da cobertura do edifício a uma distância mínima que impossibilite o encaminhamento à mesma das águas pluviais. Deve ser provido de terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a entrada das águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação. Tabela 8 – Dimensionamento de ramais de ventilação Grupo de aparelhos sem bacias sanitárias Grupo de aparelhos com bacias sanitárias Número de unidades de Hunter de contribuição Diâmetro nominal do ramal de ventilação Número de unidades de Hunter de contribuição Diâmetro nominal do ramal de ventilação Até 12 40 Ate 17 50 13 a 18 50 18 a 60 75 19 a 36 75 - - Para que o ramal de ventilação atenda às condições de ventilação do sistema, existe uma distância máxima do fecho hídrico a ser protegido até a tomada do ramal. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 35 - Tabela 1 – Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador Diâmetro nominal do ramal de descarga DN Distancia máxima m 40 1,00 50 1,20 75 1,80 100 2,40 EXERCÍCIO Dimensionar o ramal de ventilação de um banheiro composto de vaso, bidê, lavatório e chuveiro. Resolução: Aparelhos N° UHC Bidê 1 Lavatório 1 Chuveiro 2 Total 4 Φ = 40 mm Φ = 50 mm Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 36 - 1.10.9.2. COLUNA DE VENTILAÇÃO Toda a instalação de esgotos sanitários é mantida a pressão atmosférica e deve compreender, pelo menos, um tubo de ventilação primária de diâmetro não inferior a 75 mm, constituído, aos prédios de 2 ou mais pavimentos. A extremidade aberta do tubo ventilador primário ou coluna de ventilação deve estar situada acima da cobertura do edifício a uma distância mínima que impossibilite o encaminhamento à mesma das águas pluviais provenientes do telhado ou laje impermeabilizada. a) A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ventilação não deve estar situada a menos de 4,00 m de qualquer janela, porta ou vão de ventilação, salvo se elevada pelo menos 1 m das vergas dos respectivos vãos. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 37 - b) A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ventilação deve se situar a uma altura mínima igual a 2 m acima da cobertura, no caso de laje utilizada para outros fins além de cobertura; caso contrário, esta altura deve ser no mínimo igual a 0,30 m. c) A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ventilação deve ser provida de terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a entrada das águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação. Toda coluna de ventilação deve ter: a) Diâmetro uniforme; b) A extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda, em ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de descarga; e c) A extremidade superior situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a um tubo ventilador primário a 0,15 m, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário por ele servido. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 38 - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 39 - Em função do comprimento da coluna de ventilação, o número de UHC e o diâmetro nominal do tubo de queda ou ramal de esgoto. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 40 - EXERCÍCIO Dimensionar a coluna de ventilação que acompanha um TQ que atende a um banheiro por pavimento composto de vaso, bidê, lavatório e chuveiro. São 15 pavimentos e a altura do pavimento, de piso a piso, é de 3,00 m. Resolução: UHC = 4 TQ (tabela 6) - Φ = 100 mm Total: 15x4 = 60 UHC H (altura) = 1+(15x3) + 0,5 = 46,50m Φ = 75 mm -> coluna de ventilação 2.1. SIMBOLOGIA Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 41 - 2.1. PEÇAS E CONEXÕES 3.1. PAVIMENTO TÉRREO • No pavimento térreo, todo e qualquer aparelho ou dispositivo fixo esgota direto para a respectiva caixa (inspeção, gordura, sifonada). No caso do vaso sanitário e do ralo sifonado, estes esgotam direto para a caixa de inspeção e consideram-se devidamente ventilados os desconectores quando se verificarem as seguintes condições: - Número de UHC for menor ou igual a 15; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 42 - - A distância entre o desconector e a ligação do respectivo ramal de descarga a uma tubulação não exceder os limites da tabela 1; Tabela 10 – Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador Diâmetro nominal do ramal de descarga DN Distância máxima m 40 1,00 50 1,20 75 1,80 100 2,40 • A distância vaso/CI é menor ou igual a 2,40 m → A CI que esgota o vaso e ralo sifonado recebe TQ devidamente ventilado. Considera-se o vaso ventilado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 43 - → A CI que esgota o vaso e ralo sifonado não recebe TQ. Primeira opção: Cria-se uma ventilação para a CI; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 44 - → A CI que esgota o vaso e ralo sifonado não recebe TQ. Segunda opção: Liga-se a CI a uma ventilação já existente.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 45 - • A distância vaso/CI é maior que 2,40 m → Prolonga-se uma CV até o ramal vaso/CI a uma distância máxima de 2,40 m do vaso Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 46 - 4.1. REPRESENTAÇÃO DE PLANTAS - PLANTA DE SITUAÇÃO Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 47 - - ESQUEMA VERTICAL Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 48 - - PLANTA BAIXA 5.1. DESPEJOS EM REGIÕES NÃO SERVIDAS POR REDES DE ESGOTOS Em áreas não favorecidas por redes de esgotos públicos, torna-se obrigatório o uso de instalações necessárias para a depuração biológica e bacteriana das águas residuárias. Os despejos lançados sem tratamento propiciam a proliferação de inúmeras doenças como tifo, disenterias etc. 5.1.1 FOSSAS SÉPTICAS As fossas sépticas são instalações que atenuam a agressividade das águas servidas, tendo emprego já muito difundido. Ela destina-se a separar e transformar a matéria sólida nas águas de esgoto e descarregar no terreno, onde se completa o tratamento. A altura mínima do líquido, para a ação neutralizante das bactérias, é de 1,20m nessas fossas. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 49 - - Funcionamento: Nessas fossas, as águas servidas sofrem a ação das bactérias anaeróbias, que são microorganismos que só atuam onde não circula o ar. Sob a ação dessas bactérias, parte da matéria orgânica sólida é convertida em gases ou em substancias solúveis que, dissolvidas no líquido contido na fossa, são esgotadas e lançadas no terreno. Durante o processo, depositam-se, no fundo da fossa, as partículas minerais sólidas (lodo) e forma-se, na superfície do líquido, uma camada de espuma ou crosta constituída de substâncias insolúveis mais leves, que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias. - Localização das fossas: Devem ser localizadas perto da casa, o mais próximo do banheiro com tubulação o mais reta possível e distanciadas no mínimo 15 m e abaixo de qualquer manancial d´água (poço, cisterna etc.). O efluente das fossas será de toda conveniência a sua completa absorção pelo terreno, para completar a ação das bactérias no tanque interior. O comprimento dessas tubulações dependerá da natureza do terreno e da quantidade de líquido a ser tratado. Como indicação, arbitra-se para terrenos com terra solta e porosa e lençol d´água subterrâneo baixo, 6 a 7 metros de tubulação por pessoa. Para terrenos compactos usam-se até 25 m por pessoa. A instalação de um sumidouro ou caixas distribuidoras facilitam muito a infiltração d´água. - Dimensões: Toma-se como base a capacidade de 175 a 265 litros por pessoa e uma capacidade mínima de 1.200 litros por fossa. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 50 - - Construção da fossa séptica: Escava-se o terreno de modo que a parte superior da fossa fique um pouco abaixo no nível do terreno. Se o terreno for bastante firme, não há necessidade de formas externas, caso contrário, escavar mais de 10 cm para cada lado, para a colocação e retirada das formas. - Caixas distribuidoras ou sumidouros Quando a linha de tubos não é suficiente para a infiltração dos efluentes podem-se usar caixas distribuidoras. 5.1.2 SUMIDOURO Os sumidouros devem ter as paredes revestidas de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, ou de anéis (ou placas) pré-moldadas de concreto convenientemente furados e ter enchimento no fundo, de cascalho, pedra britada, coque de pelo menos 0,50 m de espessura. As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade de absorção do terreno, devendo ser considerado como superfície útil de absorção, a do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do efluente da fossa. No caso de vala de infiltração a seção do fundo as covas devem estar a uma profundidade de 0,60 a 1 m do nível do terreno. É prudente que o fundo da vala de infiltração ou do sumidouro estejam a 1,5 m acima do nível máximo do lençol freático Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro IT – Instituto de Tecnologia DAU – Depto.de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Instalação Predial III - 51 - 6.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Creder, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias. Ed.Livros Técnicos e Científicos, 1990. • Macintyre, Archibald Joseph. Manual de Instalações hidráulicas e sanitárias. Ed. Guanabara, 1990. • Botelho, Manoel e Ribeiro Jr., Geraldo, Instalações Hidráulicas Prediais, Editora Edigard Blücher, 2 edição-2006. • NBR 8160:1999 - Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário - Projeto e Execução. • Apostila Instalações Prediais II – Esgoto – Professora Elaine Garrido Vazquez – UFRJ. • Apostila Instalações Prediais Esgoto - Gás – Lixo Domiciliar – Bianca Gammarano – DTC 1998, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. • Apostila de Instalações Prediais II – Instalações Hidráulicas - Professora Mônica Salgado - UFRJ
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