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Comunicação na UTI: Importância e Limites

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DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v8i4.9667 
 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
COMUNICAÇÃO NA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO, IMPORTÂNCIA E 
LIMITES - VISÃO DA ENFERMAGEM E FAMILIARES1 
Ceci Cristilde Schneider* 
Valquíria de Lourdes Machado Bielemann** 
Afra Suelene de Sousa*** 
Lenice de Castro Muniz de Quadros**** 
Luciane de Prado Kantorski***** 
RESUMO 
O estudo identifica a comunicação estabelecida pela equipe de enfermagem para desenvolver o relacionamento 
interpessoal com pacientes de Unidade de Tratamento Intensivo e seus familiares e detecta como esse grupo 
percebe esta questão. É uma pesquisa qualitativa, realizada com quatro integrantes da equipe de enfermagem e 
dois familiares de pacientes internados em uma unidade de tratamento intensivo, totalizando seis participantes, 
em que foram utilizadas entrevista semiestruturada e observação. As informações foram agrupadas e analisadas 
em dois temas: 1)a importância da comunicação; e 2)os limites desta, na visão da enfermagem e da família. 
Evidenciou-se a valorização da comunicação nas relações interpessoais como forma de humanizar o cuidado, 
bem como a existência de déficit e falta de autonomia da equipe de enfermagem para a prestação de 
informações. Desvela-se a importância do agir comunicativo entre familiares, pacientes e equipe de enfermagem, 
visto que esse agir contribui para a prestação de um cuidado mais humanizado ante a fragilização dos 
envolvidos com a doença. Concluiu-se que a comunicação representa a base de sustentação das ações de 
enfermagem para qualificar o cuidado do paciente e dos familiares. 
Palavras-chave: Comunicação. Pacientes. Relações profissional-família. Equipe de enfermagem. Unidades de Terapia Intensiva. 
INTRODUÇÃO 
A comunicação pode ser considerada um 
instrumento básico da enfermagem, contudo é 
uma capacidade a ser desenvolvida pela 
enfermeira, independentemente de sua área de 
atuação. É por meio da comunicação 
estabelecida com os pacientes e seus familiares 
que podemos compreendê-los em seu todo. Só 
assim poderemos identificar seus problemas e 
ajudá-los. Nesse sentido, se a enfermeira 
conseguir desenvolver uma boa comunicação 
qualificará sua assistência(1). 
A comunicação é necessária no fazer da 
enfermagem, mas mesmo sendo essencial no 
exercício da prática profissional, ele nem sempre 
se realiza, pois vários aspectos negativos 
interferem no agir comunicativo dos 
envolvidos(2). Acrescenta-se que a comunicação 
é importante na assistência de enfermagem e 
determina a qualidade da relação enfermeira-
paciente para que se alcancem os propósitos da 
enfermagem(3). Dessa forma, é imprescindível 
entender que as estratégias de comunicação 
precisam estar presentes no fazer em 
enfermagem, visando ao fortalecimento das 
relações interpessoais desses profissionais com o 
grupo familiar. 
Estamos na era tecnológica, em que o 
monitoramento do paciente ocorre por meio de 
uma tela, sem que haja a necessidade do contato 
direto com esse, o que favorece o distanciamento 
dos profissionais de saúde, em especial, dos 
médicos e das enfermeiras. Não obstante, o 
cuidado extrapola o tecnicismo. Mesmo sendo a 
UTI um ambiente totalmente diferente de outras 
unidades, não dispensa a humanização da 
assistência, que é expressa pela atitude relacional 
dos profissionais de saúde com o paciente e seus 
_______________ 
1Desdobramento do projeto Comunicação como elemento significativo na prestação do cuidado humanizado ao paciente de UTI, desenvolvido 
pelas pesquisadoras na Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). 
*Enfermeira. Especialista em Saúde da Família. Gerente do Serviço de Enfermagem. E-mail: ceci.s@superig.com.br 
**Enfermeira. Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da UFPel. Mestre. E-mail: valvmb@gmail.com 
***Enfermeira. Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da UFPel. Mestre. E- mail: afrasus@uol.com.br 
****Enfermeira. Professora substituta da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da UFPel. Especialista em Saúde da Família e Saúde Mental. 
E-mail: lenicemuniz@pop.com.br 
*****Enfermeira. Doutora. Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da UFPel. Pesquisadora do CNPq. E-mail: 
kantorski@uol.com.br 
532 Schneider CC, Bielemann VLM, Sousa AS, Quadros LCM, Kantorski LP 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
familiares. Se o cuidado for mecanizado e pouco 
comprometido, resulta na desvalorização da 
assistência humanizada(4). Nessas colocações 
fica explícita a necessidade da interação humana 
durante o cuidado prestado, motivo pelo qual se 
considera a comunicação como um relevante 
fator interativo e de humanização na UTI. 
A falta de comunicação conduz a sérios 
problemas, não só para o profissional de 
enfermagem, mas também para o paciente, e 
pode ameaçar a credibilidade deste profissional 
diante da pessoa que precisa ser cuidada(5). 
Contribuindo com este raciocínio, é importante 
que na comunicação verbal haja clareza na 
informação a ser prestada, caso contrário a 
comunicação não será efetiva(6). 
Percebe-se que a comunicação é uma ação de 
importante significado no agir do enfermeiro de 
prestação de cuidado ao paciente e sua família. 
Acredita-se ser esta uma função humana que 
torna possível uma pessoa relacionar-se com a 
outra e assim estabelecer vínculos para suprir as 
necessidades de cuidado desse grupo familiar, 
visto que a comunicação é um dos requisitos 
primordiais para uma boa assistência de 
enfermagem. 
A discussão que no momento se apresenta 
leva-nos à reflexão e instiga-nos a querer 
identificar a comunicação estabelecida pela 
equipe de enfermagem para desenvolver o 
relacionamento interpessoal com pacientes de 
UTI e seus familiares, com vista a detectar como 
esse grupo percebe esta questão. Isto justifica a 
necessidade de refletir a respeito da relevância 
da comunicação enquanto um instrumento para 
humanizar o cuidado de enfermagem na UTI. 
METODOLOGIA 
O estudo, que é descritivo de abordagem 
qualitativa, facilitou a compreensão das 
informações para se chegar aos resultados, 
mediante experiências e vivências dos sujeitos 
da pesquisa, quando se trabalhou com o universo 
dos significados das ações e relações humanas, 
uma face não perceptível em dados estatísticos(7). 
Foi desenvolvido em uma UTI de pacientes 
adultos de um hospital de médio porte do Sul do 
Brasil. Os seis participantes assinaram o Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido, em 
atendimento à Resolução 196/96 do Conselho 
Nacional de Saúde(8). Ademais, obteve-se a 
aprovação da Instituição onde foi realizado o 
estudo e do Comitê de Ética (Parecer n.º 
142/2006). Os envolvidos foram dois técnicos de 
enfermagem, duas enfermeiras e dois familiares, 
totalizando seis entrevistados, todos com idade 
superior a 18 anos. 
Os dados foram coletados por meio de 
entrevistas semi-estruturadas, compostas de 
perguntas abertas, sendo três específicas para os 
profissionais de enfermagem e três direcionadas 
aos familiares, cujo foco principal foi a 
comunicação estabelecida pela equipe de 
enfermagem para desenvolver o relacionamento 
interpessoal com pacientes da UTI e com seus 
familiares. As entrevistas foram agendadas 
conforme a disponibilidade dos sujeitos, em 
local, data e horário previamente combinados. A 
coleta de dados foi operacionalizada nos meses 
de maio a junho de 2007. As entrevistas foram 
gravadas e transcritas na íntegra. 
Os dados foram submetidos à análise 
temática, apoiando-se na abordagem qualitativa 
proposta por Minayo(7). Nela se fez a 
classificação das falas e examinaram-se as 
associações e variações das informações, 
compreendendo as seguintes etapas: 1) pré-
análise, na qual foram realizadas leituras e feita a 
organização do material; 2) exploraçãodo 
material, quando se procurou compreender os 
dados para sua codificação, enfatizando-se 
principalmente os tópicos mais relevantes na 
busca de especificar os temas; e 3) análise final, 
com interpretação dos dados obtidos, quando 
estes foram confrontados e complementados pela 
bibliografia disponível. A análise dos dados 
permitiu agrupá-los em duas temáticas: 1) a 
importância da comunicação; e 2) os seus 
limites, na visão da equipe enfermagem e dos 
familiares do paciente da UTI. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Evidenciou-se a valorização da comunicação 
nas relações interpessoais como forma de 
humanizar o cuidado, como também se 
identificou a existência de falhas na 
comunicação em virtude de os profissionais, 
muitas vezes, priorizarem os procedimentos 
técnicos, esquecendo-se da comunicação, que, 
como elemento primordial do relacionamento 
Comunicação na Unidade de Tratamento Intensivo 533 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
interpessoal, favorece a interação humana. Além 
disso, constatou-se a falta de autonomia da 
equipe de enfermagem quanto à prestação de 
informações. 
Observou-se ser de vital importância a 
comunicação com a família enquanto elemento 
de suporte emocional, pois esta vivencia um 
momento difícil, em que sentimentos ambíguos 
podem emergir em relação à recuperação do seu 
ente querido, o qual se encontra em um ambiente 
estranho e amedrontador, mas ao mesmo tempo, 
oferece uma tecnologia avançada, com 
equipamentos tecnológicos e recursos humanos 
especializados, os quais sinalizam a oferta de 
cuidados adequados à segurança do paciente, 
que passa por um momento crítico de sua saúde. 
Ao discorrer sobre a importância da 
comunicação, tema emergido do estudo, deve-se 
considerar que este aspecto é fundamental na 
relação de ajuda ao outro e na qualidade da 
satisfação dos que precisam de auxílio(9). É pela 
comunicação que As relações interpessoais se 
estabelecem pela comunicação, que é uma forma 
de facilitar o processo terapêutico, pois torna 
possível entender o comportamento do outro, 
reconhecer suas necessidades e sentimentos e ir 
à busca de alternativas a fim de ajudá-lo. 
Acrescentamos que a comunicação, como uma 
estratégia básica das ações de enfermagem, 
influencia decisivamente na qualidade do 
cuidado e na sua humanização(10). Ela é 
importante para a vida dos seres humanos e no 
relacionamento da equipe de enfermagem com 
os pacientes que necessitam de cuidados e seus 
familiares. 
A enfermagem exerce papel fundamental 
diante do processo de comunicação, 
principalmente no que tange ao paciente de UTI 
e seus familiares. Comunicar-se é importante 
para o relacionamento de todos os profissionais 
que valorizam o ser humano com necessidades 
afetadas. As verbalizações a seguir traduzem a 
importância desse procedimento: 
A comunicação é muito importante, e deve ser 
mais valorizada do que é. Para nós é normal o dia-
a-dia aqui na UTI, mas para os pacientes e 
familiares, não. Imagina para o paciente, estar 
aqui e, ainda, sem ninguém falar nada [...] a 
família saber que o paciente está na UTI, significa 
estar perto da morte (Diamante - enfermeira). 
Comunicação é superimportante, porque senão o 
trabalho se torna muito mecanizado. Na verdade o 
que a gente quer é sempre se aproximar um pouco 
mais do paciente e da família, propiciar uma 
interação entre o cliente e o profissional que está 
prestando atendimento (Rubi enfermeira). 
As falas de todos os profissionais de 
enfermagem valorizam a importância da 
comunicação no que se refere às relações 
interpessoais dentro da equipe, tendo em vista o 
cuidado integral ao outro, àquele que vivencia 
uma situação de crise e precisa desse 
profissional para enfrentar uma realidade até 
então desconhecida e nova no seu cotidiano e no 
de seus familiares. Tal situação pode lhes causar 
insegurança e medo, visto que esse 
acontecimento pode colocar em risco a 
integridade física do enfermo. Em face disto, é 
relevante o bom desempenho dos profissionais 
de enfermagem no tocante à comunicação 
interpessoal, em que a valorização do outro 
dever estar sempre presente, sejam quais fores os 
fatores sociais, econômicos e culturais. 
Como já foi exposto, percebemos claramente, 
nos depoimentos, o valor atribuído pela equipe 
de enfermagem a uma comunicação efetiva com 
o paciente de UTI e seus familiares. Todos os 
depoentes têm formas variadas de argumentação 
para justificar a valorização da comunicação. 
Diamante destaca a importância da 
comunicação para o paciente, tendo em vista que 
este se encontra em ambiente desconhecido, 
onde impera uma diversidade de sentimentos, 
entre estes o medo, presente de diversas formas, 
como o da morte, isto é, a incerteza quanto à 
permanência da vida. Ela reconhece a fragilidade 
da família por seu ente querido encontrar-se em 
situação crítica, internado numa UTI. No caso de 
Rubi, transparece a comunicação como forma de 
humanizar o cuidado, procurando evitar uma 
assistência mecanizada. Tanto Ouro, como 
Diamante reconhecem que o ambiente da UTI 
não é lugar de domínio para o paciente. A 
primeira o considera como lugar desconhecido e 
a segunda ressalta ser um lugar estranho. 
Outrossim, Ouro, implicitamente, valoriza uma 
relação empática, à medida que enfatiza que 
devemos nos colocar na condição de paciente, e 
considera a comunicação como dever 
profissional. 
É necessário. É nosso dever, comunicarmos ao 
paciente o que vai ser feito [...] UTI é um lugar 
534 Schneider CC, Bielemann VLM, Sousa AS, Quadros LCM, Kantorski LP 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
estranho para ele. O paciente não é um objeto. [...] 
a gente sempre tem que se colocar no lugar do 
paciente (Ouro - téc. enfermagem). 
Safira, por sua vez, valoriza a forma como 
ocorre a comunicação. Se for adequada, 
tranquilizará o familiar quando da permanência 
do paciente na UTI e lhe proporcionará mais 
segurança em relação ao atendimento prestado 
pela equipe. 
Eu acho que para o familiar é muito importante a 
forma com que a gente conversa com eles, porque 
assim, ficam bem mais tranquilos (Safira - téc. 
enfermagem). 
Entendemos que as verbalizações traduzem o 
poder de propiciar um ambiente mais acolhedor, 
para que o enfermo não se sinta como um objeto 
e possa receber um atendimento personalizado, 
que leve em conta a individualidade do ser, em 
seu existir. 
A importância da comunicação que permeia o 
discurso da equipe, certamente, se for 
incorporada no agir da enfermagem, contribuirá 
para a qualidade do cuidado prestado ao paciente 
e para o bem-estar da família. Tem-se como 
premissa que a comunicação é um aspecto 
relevante no cuidado de enfermagem e tem 
relação direta com a interação enfermeiro-
cliente, sendo assim essencial para o 
estabelecimento de vínculo entre o profissional, 
o cliente e a família(11). 
Observa-se que muitas vezes o agir da 
enfermagem dá ênfase aos cuidados técnicos, 
maneira de conduzir a assistência que pode levar 
a um distanciamento entre a enfermagem, o 
paciente e os seus familiares. Considera-se que 
essa forma do fazer da enfermagem pode estar 
relacionada com as dificuldades que têm alguns 
profissionais em estabelecer relações 
interpessoais, e que talvez esteja relacionada a 
questões de personalidade ou culturais e/ou à 
falta de capacitação desses profissionais para um 
agir comunicativo. 
Entende-se que o cuidado humanizado está 
associado à comunicação efetiva, a partir da qual 
as relações humanas se estabelecem de forma 
satisfatória. Neste sentido, para desenvolver 
ações valorizando a importância da 
comunicação, a enfermagem precisa utilizar-se 
dos fundamentos da assistência humanizada, que 
é o cuidar cuidando. Assim sendo, o cuidado 
humano como prática de saúde se caracteriza por 
váriasinterfaces interativas entre quem cuida e 
quem é cuidado, como forma de beneficiar o 
outro(12). 
Apresentam-se, a seguir, depoimentos de dois 
familiares diante ao processo de comunicação, 
ilustrando o entendimento deste grupo quanto à 
importância da comunicação. 
Eu gostaria de saber com total clareza, com 
sinceridade: será que ele está me ouvindo? Será 
que está sentindo dor, está sofrendo? Se preferir 
que eu esteja ali? Essas coisas assim deixam a 
gente muito no escuro. Porque tu chegas ali, vou 
falar o quê? [...] a gente pode prestar as 
informações sobre ele, como ele estava, antes de 
adoecer, as manias. Estas informações que a 
família traz são importantes (Cristal - familiar). 
O olhar de Cristal volta-se para a 
comunicação a ser desenvolvida pela equipe de 
enfermagem. Surge a necessidade de ter 
informações que a subsidiem e lhe proporcionem 
segurança e tranquilidade quando estiver ao lado 
do seu familiar. Para que a comunicação seja 
adequada, esta deverá suprir a carência de 
informações de que sofre o familiar. Desta 
forma, ocorreria uma comunicação apropriada às 
reais necessidades do outro. Essas informações 
poderiam ser transmitidas de uma maneira 
simples, clara e objetiva, sem o uso de termos 
técnicos, para melhor compreensão e 
entendimento sobre a situação. Receber 
informações fidedignas do estado de saúde do 
paciente, segundo o ponto de vista deste 
familiar, parece constituir o conteúdo mais 
importante da comunicação. Além disso, 
percebe-se, no seu depoimento, a relevância que 
ela dá à comunicação, tanto para suprir suas 
necessidades como para subsidiar a enfermagem 
com informações que a família detém e acredita 
poderem contribuir para o desenvolvimento de 
um bom cuidado. Ademais, é a família que 
geralmente tem a possibilidade de decodificar 
gostos, manias e as expressões faciais do 
familiar enfermo, que frequentemente se 
encontra em condição de restrição de 
comunicação verbal. 
As colocações de Esmeralda deixam 
transparecer satisfação e a ideia de um cuidado 
em que a comunicação parece corresponder às 
suas expectativas. Evidencia-se integração com a 
equipe e a significação desta como uma família, 
o que poderíamos considerar saudável, pois há 
Comunicação na Unidade de Tratamento Intensivo 535 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
interação, vínculo afetivo e comunicação entre 
seus membros, como forma de se apoiarem. 
Passa-te uma tranquilidade, porque sabemos que o 
nosso doente está sendo bem cuidado. [...] Parece 
uma família, na nossa ausência, a enfermagem faz 
o nosso papel (Esmeralda - familiar) 
Evidencia-se que quando a comunicação 
acontece adequadamente, permite aos familiares 
sentir satisfação e segurança, pois é a 
possibilidade de saberem que seu ente enfermo 
está bem cuidado. Essa conduta interativa 
transforma a relação entre a equipe de 
enfermagem e a família e fortalece vínculos de 
confiança, consequentemente, desenvolve-se um 
cuidado humanizado. 
Configuram-se, a seguir, os limites da 
comunicação, ou seja, os fatores que afetam ou 
dificultam a comunicação, nas relações entre a 
equipe de enfermagem, os pacientes e os 
familiares. Mesmo sabendo-se que a 
comunicação apresenta limites, acredita-se no 
processo comunicativo e defende-se uma 
comunicação interativa entre todos que atuam 
com o cuidado, pois esta favorece a confiança e 
o respeito dos envolvidos. A comunicação deve 
dar-se de maneira frequente e honesta, visto que 
é a necessidade mais premente dos pacientes e 
dos familiares(13). 
Considerando-se as colocações da equipe de 
enfermagem, percebe-se que a comunicação com 
a família, por muitas vezes, é formal, limitando-
se à explicação das normas e das rotinas. O 
diálogo é restrito e frequentemente as 
informações dizem respeito ao cotidiano do 
funcionamento da UTI, e apenas raramente 
abordam o estado de saúde real do paciente. 
Além disso, observa-se que a comunicação deixa 
de lado a subjetividade existente na situação 
vivenciada pelos pacientes e familiares e a 
enfermagem acompanha esse momento de 
sofrimento e angústia da família de uma forma 
distante e impessoal, o que pode se constituir em 
jeito de se proteger e de evitar o enfrentamento 
de conflitos, como levam a deduzir os relatos a 
seguir. 
Vou poder falar a respeito do cuidado de 
enfermagem. Prognóstico, diagnóstico quem vai 
ter que conversar é o médico. A gente somente se 
restringe ao boletim. Informações por telefone não 
são dadas. Nunca se coloca uma situação de abrir 
um pouco mais para o familiar, porque é uma 
situação instável do paciente, pode acontecer uma 
parada cardíaca e acabar em óbito (Rubi - 
enfermeira). 
A hora que eu mais me comunico é na internação. 
Tem ainda muito déficit, muita coisa burocrática. 
A enfermagem no geral tem receio em fornecer 
notícias. As notícias são dadas só pelo médico. 
Tem situações, daqueles familiares mais 
humildes, que ficam com vergonha de perguntar 
para o médico, 80% daquilo que muitos familiares 
gostariam de saber, eles saem daqui sem saber 
(Diamante - enfermeira). 
A família me questiona alguma coisa; eu tento 
deixá-la tranquila, [...] dúvidas são respondidas 
somente pelo médico, temos pouca autonomia 
para falar. A tecnologia nos afasta do paciente. 
[...] é importante, pelo menos a proximidade do 
familiar junto ao paciente na hora da visita (Safira 
- téc. de enfermagem). 
O familiar quer notícia, procuro explicar sempre o 
mínimo possível, isso compete à equipe médica. É 
complicado, às vezes a gente até quer dar 
informações. A gente se colocando na situação do 
familiar. Eu acho que o familiar sai um pouco 
insatisfeito (Ouro - téc. enfermagem). 
Percebe-se a falta de autonomia quanto à 
comunicação do estado de saúde do paciente. A 
maioria dos profissionais de enfermagem se 
coloca em uma posição de subordinação à 
equipe médica no tocante ao processo 
comunicativo com a família sobre o estado de 
saúde do paciente. Contudo, a comunicação de 
Rubi no que tange ao cuidado de enfermagem 
tem respaldo no Código dos Profissionais de 
Enfermagem, Capítulo dos deveres, Art.26- 
“Prestar adequadas informações ao cliente e 
família a respeito da Assistência de 
Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e 
consequências que possam ocorrer”(14:38).. 
Entende-se que esta enfermeira detém uma 
percepção mais clara do seu papel ante o agir 
comunicativo com a família. Mesmo assim, 
apresenta limites na comunicação quando se 
restringe ao boletim médico e, ademais, parece 
aceitar, sem questionar, que informações a 
respeito do paciente por telefone não devem ser 
fornecidas, justificando esta conduta em virtude 
de os pacientes de UTI geralmente apresentarem 
um quadro clinico de instabilidade. Ela deixa 
claro que assuntos pertinentes ao diagnóstico e 
ao prognóstico constituem função exclusiva do 
médico, como de fato o é, conforme está 
536 Schneider CC, Bielemann VLM, Sousa AS, Quadros LCM, Kantorski LP 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
estabelecido no Código de Ética Médica; 
entretanto, questionamos se o boletim médico 
fornece informações que satisfaçam as 
necessidades emocionais da família, visto que 
esse tipo de informação é uma maneira 
impessoal e rígida de conceber a comunicação 
com a família do paciente, pois não levam em 
consideração as preocupações e o sofrimento 
daqueles que estão do outro lado da porta. 
Diamante reconhece a existência de déficit na 
comunicação, e as questões burocráticas são 
fatores que desfavorecem o seu envolvimento, 
dificultando seu contato com a família e a 
oportunidade de uma comunicação efetiva. Suas 
palavras traduzem o receio em fornecer 
informações aos familiares que afeta os(as) 
enfermeiros(as), os(as) quais se sentem 
inibidos(as) em questionar o médico sobre as 
especificidadesdo estado de saúde do paciente. 
Por sua vez, Safira considera importante 
tranquilizar a família, contudo salienta a falta de 
autonomia da enfermagem em prestar 
informações. Somando-se a isso, faz referência 
ao uso da tecnologia, que é tão necessária, mas 
por outro lado, torna o cuidado técnico e 
mecânico, levando ao distanciamento do que se 
almeja, ou seja, um cuidado humanizado. 
Ouro, técnica de enfermagem, também, 
coloca o reconhecimento da insatisfação dos 
familiares por falta de notícias sobre o estado de 
saúde de seu ente querido. Apesar disso, limita-
se a prestar o mínimo de informações, até porque 
considera não ser isto de sua competência. e 
enfatiza que essa função é, exclusivamente, da 
equipe médica. 
A legislação pertinente ao técnico de 
enfermagem estabelece que este profissional 
pode prestar cuidados integrais a pacientes de 
unidades de maior complexidade técnica sob 
supervisão do enfermeiro(14); porém esta 
legislação não explicita o papel do técnico 
quanto à comunicação no processo de cuidar do 
paciente e não faz referência à família. Esta 
legislação assegura aos profissionais técnicos de 
enfermagem a realização de procedimentos 
técnicos, o que justifica o receio de Ouro em se 
comunicar com a família, apesar de reconhecer a 
insatisfação dos familiares por falta de 
informações sobre seu ente querido. 
No sentido de ajudar a família em situação de 
crise, consideramos de suma importância que a 
enfermagem procure, dentro do possível, manter, 
em relação a Eça, um ambiente tranquilo e 
acolhedor, dando-lhe atenção, mostrando-se 
aberta ao diálogo e desenvolvendo um cuidado 
compartilhado, em que a comunicação humana 
permeie suas ações. Apesar desse nosso 
entendimento, transparecem, nos relatos dos 
familiares, situações adversas vivenciadas por 
essas pessoas. 
Só entramos na hora da visita. Às vezes, parece 
que a equipe tenta nos evitar. Não sei se não 
querem dizer, ou se têm pena de dizer. Eles 
somem na hora da visita. Queremos notícias, não 
sabemos se até à tarde o nosso familiar ainda vai 
estar, ou talvez já tenha morrido (Cristal - 
familiar). 
Observa-se que alguns familiares têm medo e 
receio de fazer perguntas e saber informações 
insatisfatórias quanto à recuperação de seu 
enfermo. Em contrapartida, Cristal relata estar 
disposta a saber sobre o estado de seu familiar e 
a enfrentar a situação. Essa é uma dificuldade 
que, a nosso ver, resulta de uma limitação na 
comunicação e consequente falta de abertura ao 
diálogo demonstrada pela equipe de enfermagem 
para com a família, bem como da ausência 
destes profissionais no horário da visita. 
Já Esmeralda destaca sua ansiedade e 
angústia diante da obtenção de informações e dá 
destaque à equipe médica na aquisição destas, 
mesmo em horários específicos. Pressupomos 
que Esmeralda constantemente apresenta-se 
ansiosa e angustiada em virtude da situação de 
risco em que sua filha se encontra, com medo da 
perda, necessitando estar constantemente 
inteirada do quadro clínico desta, para poder 
sentir-se tranquila e mais segura. 
É sempre o médico que dá o prognóstico. Essa 
espera em saber se ela vai ficar boa ou não é que 
nos angustia. Como passou a noite? Sem notícias, 
não se sabe como está no momento, se piorou, se 
está falando (Esmeralda-familiar) 
No nosso entender, mesmo quando existe 
comunicação, sabemos que em UTIs ela pode 
ser limitada. Muitas vezes os familiares desejam 
ouvir informações a respeito de situações que a 
equipe de saúde não conhece com exatidão, 
como o caso da sobrevivência e/ou data da alta 
do paciente, visto que estes profissionais, na 
maioria das vezes, têm incertezas quanto à 
Comunicação na Unidade de Tratamento Intensivo 537 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
evolução do quadro clínico do paciente ou ainda 
estão investigando o real diagnóstico. 
Subsidiar a família de informações é uma 
conduta profissional que respeita o ser humano 
na sua singularidade e não se limita a um corpo 
físico, mas abrange os aspectos emocional e 
social do ser humano. A conduta tecnicista, 
voltada apenas para o atendimento das 
necessidades biológicas, também transparece no 
fazer da enfermagem, mesmo que esses 
profissionais reconheçam a importância do 
cuidado humanizado. Uma ação terapêutica 
apresenta sucesso quando ocorrem vínculos 
empáticos de todos os envolvidos: a equipe 
profissional, o paciente e a família(15). A 
assistência de enfermagem deve estar alicerçada 
em bases humanísticas, por isso é preciso 
repensar o fazer para atingir um cuidado 
autêntico, preocupando-se com a singularidade 
do ser humano que precisa ser cuidado(16). 
No que se refere às relações enfermeiro-
paciente, percebe-se que esses profissionais, na 
sua maioria, são bem intencionados ao cuidar do 
outro necessitado de cuidado, mesmo tendo 
limites, apesar de estarem atuando na vertente do 
modelo médico. Percebe-se que muitas vezes o 
agir destes profissionais em relação ao cuidado 
prestado aos pacientes tem como parâmetro um 
referencial humanístico, por isso eles 
desenvolvem, com certa frequência, uma 
assistência permeada pela preocupação em 
promover o processo comunicativo. 
Consideramos que essa forma de agir deva ser 
extensiva ao grupo familiar. 
Nos depoimentos da enfermagem, fica 
cristalina a ideia de que é função do médico 
prestar informações à família no que se refere 
aos assuntos ligados ao paciente, em especial ao 
diagnóstico e ao prognóstico. Evidencia-se 
também a limitação de autonomia da 
enfermagem no tocante ao processo de 
comunicação. Os enfermeiros colocam-se no 
papel de subordinados à equipe médica e têm a 
consciência de que é de responsabilidade médica 
passar as informações do estado de saúde do 
paciente. Talvez o profissional enfermeiro 
assuma essa postura por comodismo e por pensar 
que lutar por um direito de prestar informações 
precisas não seja de sua responsabilidade. 
Parece-nos que a atuação dos profissionais de 
enfermagem reforça o modelo hegemônico 
médico ao cuidar do paciente e ao lidar com a 
família, porquanto em várias situações não 
questionam seu papel no processo de 
comunicação referente à assistência de 
enfermagem. 
CONCLUSÃO 
Observa-se que, para compreender a 
comunicação e sua representação como base de 
sustentação das ações de enfermagem ao cuidar 
do paciente, a equipe de enfermagem precisa 
interagir com o grupo familiar, visando a um 
relacionamento interpessoal que favoreça um 
cuidado humanizado. Tal ação deve ocorrer no 
momento em que a família se fragiliza com a 
doença e a hospitalização do seu integrante, 
situação que pode ser vista como um evento 
ameaçador e capaz de desestruturar o 
funcionamento do seu cotidiano. 
Embora a enfermagem reconheça a 
importância da comunicação no relacionamento 
interpessoal, entre a família e a equipe, esta 
admite que o agir comunicativo apresenta déficit 
e deve ser melhorado. Além disso, percebe-se a 
falta de autonomia da equipe de enfermagem 
quanto à prestação de informações sobre o 
estado de saúde do paciente. Esses profissionais 
se colocam em uma posição de subordinação à 
equipe médica, em detrimento de uma 
comunicação em saúde eficaz. 
Reconhece-se como de suma relevância o 
domínio das leis do exercício profissional por 
parte da equipe de enfermagem, como também 
do Código de Ética desta profissão, para que 
estes profissionais estabeleçam uma 
comunicação com os familiares e pacientes com 
mais segurança e autonomia. Além disso, a 
pesquisa sinaliza quanto é significativa a 
comunicação interpessoal em UTI, visto que o 
agir comunicativo da equipe de enfermagem 
contribui para a prestação de um cuidado mais 
humanizado diante de um ser humano 
fragilizado. Ademais, ajuda a atenuar o 
sofrimento da família, que se encontra em ummomento diferenciado e também precisa ser 
cuidada. 
Compreende-se que o processo de viver, 
adoecer e morrer como parte do ciclo vital 
vivenciado pelas pessoas em diferentes 
momentos de sua existência, por vezes é 
538 Schneider CC, Bielemann VLM, Sousa AS, Quadros LCM, Kantorski LP 
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):531-539 
permeado pela dor e pelo sofrimento. Essas 
ocorrências podem afetar e envolver de modo 
significativo a família do enfermo. Para 
minimizar essas inadaptações que a família 
vivencia em face do adoecimento de seu 
integrante, tem-se a concepção que é através da 
comunicação com esse grupo que a equipe de 
enfermagem conseguirá estabelecer uma relação 
de humano para humano, logo, interpessoal e 
empática, própria de um agir comunicativo, com 
vista a cumprir seu papel de cuidadora. 
COMMUNICATION AT INTENSIVE CARE UNIT, IMPORTANCE AND LIMITATIONS ON 
NURSING AND RELATIVES VIEW 
ABSTRACT 
A study to identify the communication established by the nursing staff in order to develop interpersonal 
relationship with patients in the Intensive Care Unit and their families, and to detect how this group perceives the 
issue. It is a qualitative research, carried out with four members of the nursing staff and two relatives of patients in 
an intensive care unit, totaling six participants. A semi-interview and observation was used. The information was 
analyzed and grouped into themes. Two themes emerged: the importance of communication and its limits in the 
nursing and the family views. It was shown the value of communication in interpersonal relationships as a way of 
humanizing the care and the existence of a lack of autonomy of the nursing team facing the provision of 
information. It was revealed the importance of communicative action among families, patients and the nursing 
staff once it helps to provide a more humanized care considering the frailty of the ones involved in the illness. It 
was concluded that communication is the basis to support nursing actions in order to improve the care for the 
patient and family. 
Key words: Communication. Patients. Professional-family relations. Nursing team. Intensive Care Unit. 
COMUNICACIÓN EN LA UNIDAD DE CUIDADOS INTENSIVOS, IMPORTANCIA Y 
LÍMITES-VISIÓN DE LA ENFERMERÍA Y FAMILIARES 
RESUMEN 
Estudio que identifica la comunicación establecida por el equipo de enfermería para desarrollar la relación 
interpersonal con pacientes de la Unidad de Cuidados Intensivos y sus familiares, y detecta cómo este grupo 
percibe esta cuestión. Investigación cualitativa, realizada con cuatro integrantes del equipo de enfermería y dos 
familiares de pacientes ingresados en una Unidad de Cuidados Intensivos, totalizando seis participantes. Se 
utilizó entrevistas semiestructuradas y observación. Las informaciones fueron agrupadas y analizadas en temas. 
Dos temas surgieron: la importancia de la comunicación y los límites de esta, en la visión de la enfermería y la 
familia. Se evidenció la valoración de la comunicación en las relaciones interpersonales como una forma de 
humanizar el cuidado, así como la existencia de déficit y falta de autonomía del equipo de enfermería frente a la 
prestación de información. Se desvela la importancia de la acción comunicativa entre familiares, pacientes y 
equipo de enfermería, ya que contribuye a la prestación de un cuidado más humanizado frente a la fragilidad de 
los envueltos con la enfermedad. Se concluyó que la comunicación representa la base de sustentación de las 
acciones de enfermería para calificar el cuidado del paciente y de los familiares. 
Palabras clave: Comunicación. Pacientes. Relaciones profesional-familia. Equipo de enfermería. Unidad de Cuidados Intensivos. 
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Endereço para correspondência: Ceci Cristilde Schneider. Av. Juscelino K. de Oliveira, 2200, Bloco 21 D, 
apto 103, CEP: 96080-000, Pelotas, Rio Grande do Sul. E-mail: ceci.s@superig.com.br 
 
 
Data de recebimento: 21/10/2008 
Data de aprovação: 09/11/2009

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