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Aula 6 O Processo de Mediação

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Aula 6 O Processo de Mediação
Mediação de Conflitos 
Introdução
Nesta aula, você compreenderá como é realizada uma mediação. Serão apresentadas as etapas que estruturam esse procedimento, com base nos princípios de negociação da Escola de Harvard.
Utilizamos essa abordagem porque seus princípios foram os inspiradores do primeiro processo estruturado de mediação, o que não nega a importância das outras escolas.
Vamos lá!
Agentes e alguns fatores importantes na mediação
Definiremos, a seguir, os sujeitos no processo de mediação. Contudo o faremos de forma geral, lembrando que, no Judiciário, existem algumas peculiaridades, a partir da Lei da Mediação e do novo CPC, que serão explicados separadamente.
Mediador
O mediador tem como função exclusiva mediar a negociação. Ou seja, ele está eticamente impedido de exercer sua profissão de origem, inclusive no que diz respeito a prestar esclarecimentos técnicos às partes. Caso essas informações sejam necessárias, os mediandos devem ser orientados a procurar um especialista naquela área. O mediador deve cumprir e fazer cumprir os princípios da mediação, vistos na aula 3.
É frequente, quando possível ou necessário, o trabalho em conjunto, chamado de comediação. Em geral, usamos esse termo para designar o trabalho de duplas de mediadores, que apresenta características valorizadas na mediação como: colaboração, diálogo e inclusão. É um trabalho enriquecedor porque, de certa forma, amplia a visão sobre o conflito, suas possibilidades de atuação, além de demonstrar para os mediandos a possibilidade de um trabalho colaborativo.
Para um aprofundamento sobre a importância da comediação, sugerimos a leitura da página 82 do Manual de mediação Judicial (2013).
Partes
São os participantes da mediação e aqueles que têm o poder de decisão. A participação de quaisquer outros poderá ser vista como uma violação ao caráter privado e confidencial da mediação, pondo em risco o seu sucesso, por dificultar a abertura do diálogo.
No entanto, em muitos casos, a decisão poderá vir a traduzir-se em impacto nas relações pessoais dos intervenientes, pelo que se promove a consideração da possível intervenção de outras pessoas relevantes para o processo. Mas essas são situações que deverão ser analisadas caso a caso, não trataremos delas neste momento. Destacamos, contudo, que tais discussões devem ser realizadas numa capacitação e em sua respectiva supervisão.
As partes têm autonomia e protagonismo na mediação. Sendo toda e qualquer decisão fruto de suas reflexões e diálogos. Além disso, devem assumir a responsabilidade de tomar as decisões que influenciarão as suas vidas, no presente e no futuro.
Advogados
A mediação é um processo que não envolve apenas direitos, mas outros interesses mais amplos. Na maior parte da mediação, quando há a presença dos advogados, estes não se manifestam. E, se isso ocorre, entendemos que estão desempenhando os seus papéis de forma correta.
Por quê?
O objetivo da mediação é promover a comunicação entre as partes, é permitir que elas se expressem livremente e que possam se entender diretamente a partir daí.
Os advogados são os assessores jurídicos das partes, garantindo que ninguém abrirá mão de direitos sem estar plenamente consciente dessa renúncia e dos ganhos possíveis decorrentes da decisão. Assim, os advogados ou representantes legais participarão das mediações, também esclarecendo os direitos de seus clientes.
Para que você entenda melhor como ocorre a mediação judicial e a participação desses profissionais, julgamos fundamental a leitura dos dois documentos que especificam e esclarecem sua participação na mediação: a lei da mediação e o novo CPC. Acrescentamos, ainda, algumas considerações importantes sobre os advogados na 
Estrutura do processo de mediação
Antes de conhecermos a dinâmica da mediação, é necessário entender que ela é composta de uma série de atos coordenados, no entanto, o mediador tem a liberdade de, dependendo da situação, flexibilizar o procedimento para que seja eficaz. Cada mediador desenvolve e tem um estilo próprio, respeitando as questões técnicas e éticas. É essa flexibilidade que torna a mediação um procedimento que requer não apenas a capacitação, mas também a criatividade do mediador.
Além de enfatizar a flexibilidade na estrutura do processo de mediação, é importante destacar a informalidade que ela deve incentivar. Para isso, é necessário que o mediador não se apresente como uma figura de autoridade. Ele deve coordenar a mediação em um tom de conversa, sem formalidades e estimulando o diálogo. Você deve entender que essa informalidade não exclui a preservação de uma postura profissional 
A dinâmica da mediação
Atualmente, no Judiciário, temos uma série de procedimentos que deverão ser seguidos para que a mediação ocorra. Podemos citar, entre eles, o encaminhamento para a mediação, o comparecimento obrigatório a partir da designação da mediação, além da possibilidade de poder desistir do processo sem mesmo ter comparecido a ele em um primeiro momento. Para melhor esclarecer esses aspectos, acreditamos ser fundamental para o seu aprendizado a leitura dos documentos que legalizam a mediação: a lei 13.105 (2015) e a lei 13.140 (2015).
Em contrapartida, nas mais variadas áreas, incluindo aquelas ligadas ao Judiciário (a Defensoria Pública, os Escritórios de Prática Jurídica das Universidades, por exemplo), podemos ter a situação em que uma pessoa procura a instituição para dar entrada em uma ação. É, pois, oferecida a mediação (com uma breve explicação sobre ela) a partir de uma avaliação sobre a pertinência desse procedimento, segundo o caso apresentado.
Sendo aceita a proposta pela parte, é importante que o contato com a outra seja realizado, por escrito ou por telefone, mas, principalmente, sob a forma de um convite para um diálogo, e não de uma convocação. Havendo a aceitação do convite, teremos um momento denominado pré-mediação.
Atenção
Antes de falarmos da pré-mediação, é importante lembrarmos que o seu ambiente deve ser bem confortável, mantendo a privacidade, e estimulante para o diálogo. O espaço deve conter, sempre que possível, uma mesa redonda, em que é criada a garantia de que todos se veem e estão no mesmo plano. Todos devem ter acesso a papéis e canetas para realizar as anotações que se fizerem necessárias.
Pré-mediação
Esse momento pode ser feito individualmente ou com as duas partes simultaneamente.
Na pré-mediação, ocorre a troca de informações que antecede a mediação propriamente dita. O mediador explica sobre o processo de mediação, avalia se ela é possível, a partir das informações das partes, e analisa a possibilidade da sua atuação como mediador naquele caso (se há algum impedimento quanto a sua imparcialidade).
É importante que, na pré-mediação, os mediandos sejam informados sobre a técnica da mediação, seus objetivos e alcance. São descritos os papéis do mediador e dos mediandos. Se estes comparecerem com seus advogados, o mediador deve esclarecer a importância deles como assessores e consultores jurídicos, assegurando que a mediação é uma prática colaborativa que busca o consenso. Devem ser tranquilizados sobre a necessidade desses profissionais na revisão legal do acordo e encaminhamento para a homologação do mesmo, caso seja preciso.
	
	
Há um breve relato das partes sobre o conflito, a fim de ser avaliada a pertinência da mediação e a existência de algum impedimento ético ou pessoal. Após a pré-mediação, se os mediandos optarem pela mediação e o mediador avaliar como possível sua realização, o procedimento terá início.
	
	
	
Alguns autores evidenciam a importância de estabelecer uma agenda nessa fase, que deve conter os seguintes itens: estimativa do tempo de duração, frequência e duração das reuniões; lugar e idioma da Mediação ou, se assim o desejarem, deixar a critério da Instituição ou entidade organizadora do serviço; e custos e formas de pagamento da Mediação.
Abertura
Chamamos esse momento de discurso de abertura.É a partir daí que tem início a mediação. O discurso pode ocorrer após a pré-mediação, principalmente quando as partes comparecem juntas, ou em um outro momento em que deve ser lembrado, de forma resumida, o que foi conversado na pré-mediação.
São estabelecidas, pois, as regras de comportamento dos mediandos, os princípios da mediação e o papel do mediador.
Quanto à regra fundamental, deve ficar claro que, para uma comunicação ser eficaz, quando uma parte fala, a outra deve escutar, sem interromper. O enfoque das partes deve ser nos interesses e não na discussão de provas jurídicas. Deve ser abordada a possibilidade de sessões individuais, além das expectativas do mediador em relação às partes. Deve ser relembrado o papel dos advogados na mediação e explicado como a mediação ocorrerá. O entendimento das regras pelas partes deve ser confirmado, além da disposição de participarem.
Após esse momento, em vários setores, há a assinatura de um Termo que pode ser denominado, por exemplo, Termo de Consentimento ou Termo de Participação, dependendo da instituição em que acontece a mediação.
Para que você veja como uma sessão de abertura ocorre, indicamos a leitura do material do Manual de Mediação Judicial (2013) contido nas páginas 97 a 112.
Atividade
Vamos ver se você entendeu bem os procedimentos que foram explicados nesta aula:
Em uma briga entre vizinhos, foi sugerida a participação em uma mediação. As pessoas foram encaminhadas para uma Câmara de Mediação, onde foi esclarecido o procedimento a ser realizado. Ao saírem do estabelecimento, uma delas comentou com um amigo que o acompanhava: “A próxima mediação ocorrerá em uma semana. O mediador disse que nos trará uma solução para o caso”. Esse comentário:
Procede, porque, na pré-mediação, o mediador já pode ir compreendendo o conflito e preparando a sua solução ao escutar as partes;
Não procede, porque o procedimento realizado não foi uma mediação, no entanto, se fosse, o mediador poderia dar a solução para o conflito;
Não procede, porque o procedimento realizado foi uma pré-mediação, apesar de o mediador já ter colhido informações suficientes para a sua solução;
Não procede, porque não foi realizada uma mediação, e sim a pré-mediação, além disso, o mediador não dá solução para os conflitos;
Procede este comentário porque, na mediação realizada, os conflitos ficaram claros e o mediador apenas deverá trazer a solução;

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