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02/05/2016 1 Ana Paula Corrêa Oliveira Bahia COMPRIMIDOS COMPRIMIDOS CONCEITO “Comprimidos são preparações sólidas, contendo uma dose única de um ou mais componentes ativos, obtidas pela compressão de volumes uniformes de particulas. São destinados a administraçao oral. Alguns comprimidos sao deglutidos intactos, outros, após mastigação, alguns são dissolvidos ou dispersos em água antes de serem administrados, e há os que são mantidos na boca, onde os ingredientes ativos são liberados”. (Farmacopéia Européia). COMPRIMIDOS • Via oral: mais comumente utilizada para administraçao de fármacos. • 1843: primeira patente de de maquina de comprimir de acionamento manual. •Grande variedade de comprimidos e adjuvantes. • Podem variar em forma, tamanho, peso, dureza, espessura, em características de desintegração e dissolução, e em outros aspectos dependendo da finalidade de uso e do método de fabricação. 02/05/2016 2 COMPRIMIDOS • São empregados para: • administraçao sistêmica de fármacos: o fármaco é dissolvido nos fluidos da boca, estomago ou intestino antes de ser absorvido para a circulação sistemica. • fornecimento local de fármacos na boca ou no trato gastrointestinal ou usados para aumentar o pH do estomago. Vantagens dos comprimidos • São destinados principalmente à administração oral, sendo a via oral, uma rota conveniente e segura para administração de medicamentos. • Comparativamente às formas farmacêuticas líquidas, os comprimidos possuem a vantagem em termos da estabilidade química e física da forma farmacêutica. •Os procedimentos de obtenção permitem maior precisão da concentração do fármaco. Vantagens dos comprimidos • São de fácil manuseio e transporte. • Podem ser obtidos de modo versátil, no que se refere aos seus modos de uso e de cedência do fármaco. • Podem ser produzidos em ampla escala por meio de procedimentos de produção robustos e inseridos em um sistema de controle de qualidade, resultando em uma preparação de qualidade consistente e, em termos relativos, de baixo custo. Desvantagens dos comprimidos •Dificuldade de deglutição por alguns pacientes. •Alguns fármacos pode causar irritação local ou danos na mucosa gastrointestinal. • A principal desvantagem de comprimidos como forma farmacêutica está ligada à biodisponibilidade de fármacos pouco solúveis em água ou de baixa taxa de absorção. 02/05/2016 3 Critérios de qualidade dos comprimidos •O comprimido deve conter a concentraçao correta do fármaco. •A aparencia deve ser elegante, e seu peso, dimensoes e aparencia devem ser constantes. •O fármaco deve ser liberao de modo contolado e reprodutivel. •O comprimido deve ser biocompatível, isto é, não incluir adjuvants, contaminantes e microorganismos que possam causar danos aos pacientes. Critérios de qualidade dos comprimidos •O comprimido deve permanecer estável química, física e microbiologicamente durante a vida util do produto. •O comprimido deve possuir resistencia mecanica suficiente para resistir à fratura e à erosão no seu manuseio. •O comprimido deve ser planejado como um produto de facil aceitação pelo paciente. •O comprimido deve ser acondicionado de maneira segura. ADJUVANTES PARA COMPRIMIDOS •Além da substância ativa, os comprimidos contêm um grande número de adjuvantes, cujo papel é permitir que a operação de compressão ocorra satisfatoriamente e assegurar que os comprimidos sejam obtidos com a qualidade especificada. • Dependendo da função principal pretendida, os adjuvantes a serem empregados nos comprimidos podem ser classificados em diferentes grupos. DILUENTES • Usados com a finalidade de obter comprimidos com tamanho e volume adequados. • Aumentam o volume e o peso da formulação para a preparação de comprimidos de tamanho adequado. • Baixa concentração de fármaco: requer adiçao de substancia que aumente a densidade bruta do material e o tamanho do comprimido. • Alta concentração do fármaco: não é necessário usar diluente. 02/05/2016 4 Diluentes Pré-requisitos dos diluentes: • Ser quimicamente inerte •Nao ser higroscópico • Ser biocompatível • Possuir boas propriedades farmaceuticas: ser hidrossoluvel • Possuir boas propriedades técnicas: compactabilidade e capacidade de dissolução • Ter gosto aceitável • Ser de baixo custo Diluentes Lactose: • Material de enchimento mais utilizado. • Vantagens: • Dissolve-se rapidamente na água • Sabor agradavel • Nao é higroscópica • Baixa reatividade • Boa compatibilidade • Desvantagens: pacientes com tolerancia a lactose • Alternativa: glicose, sacarose, sorbitol e manitol: principalmente em pastilhas e comprimidos mastigáveis Diluentes Celulose em pó: • Material de enchimento muito utilizado. • Vantagens: • Biocompatível • Quimicamente inerte • Possui boas propriedades na formação de comprimidos e de desintegração: sao usadas como diluentes, aglutinantes e desagregantes. • Desvantagens: • são higroscópicas: cuidado com fármaco hidrossolúvel. • Celulose microcristalina: tipo de cellulose em pó mais utilizado Diluentes Fosfato dicálcico diidratado: •Material de enchimento bastante utilizado. • Vantagens: • Solúvel em água • Não é higroscópico, mas é hidrofílico, isto é, facilmente molhavel com água. • Possui boa fluidez. 02/05/2016 5 Desintegrantes São incluídos em uma formulação com o objetivo de assegurar que o comprimido desintegre-se em fragmentos menores, quando em contato com um líquido, os quais promovem uma rápida dissolução do fármaco. Processo de desintegração: • O líquido molha o sólido e penetra nos poros do comprimido. • O comprimido se rompe e fragmentos menores: • O comprimido se desintegra em agregados de particulas secundarias • As particulas secundarias se desintegram em particulas primarias , desencadeando as condiçoes para a dissoluçao do fármaco Desintegrantes Tipos de desintegrantes • Desintegrantes que facilitam a penetração de água: agem facilitando o transporte de líquidos através dos poros do comprimido, produzindo, como conseqüência, o desmonte dos comprimidos em fragmentos. • Exemplo: agentes tensoativos – agentes molhantes • Desintegrantes que promovem a ruptura do comprimido: as partículas dos desintegrantes intumescem em contato com o líquido causando a ruptura dos comprimidos durante a absorção de água. • Sao os desintegrantes mais comuns e efetivos, com maior capacidade de absorver água e desmontar o comprimido de maneira rápida e eficaz. Desintegrantes Exemplos de desintegrantes que agem pelo mecanismo de intumescimento: • Amido de milho, amido de batata, amido glicolato de sódio, • Desintegrantes mais usado. • Concentraçao: pode chegar até 10%. • As particulas do amido intumescem em contato com a água e promovem a ruptura do comprimido. • Celulose modificada: • Croscarmelose sódica, crospovidona. • Concentraçao: 1 a 5%. 02/05/2016 6 Adição dos desintegrantes • Os desintegrantes podem ser misturados aos demais componentes antes da granulação, sendo incorporados dentro do granulado (adição intragranular) • podem ser misturados ao granulado seco, antes da compactação da mistura (adição extragranular) → desintegração mais efetiva em fragmentos menores • podem ser misturados concomitantemente nas fases intragranulares e extragranulares. Agentes molhantes • Os tensoativos são freqüentemente utilizados em formas farmacêuticas como agentes molhantes. • O efeito molhante pode tornar as superfícies das partículas do fármaco mais hidrofílicas e, assim, promover a molhabilidade do sólido e a penetração do líquido nos poros do comprimido, ocasionando então o seu rompimento em fragmentos menores. Aglutinantes • São adicionados àmistura fármaco-adjuvantes para assegurar que os grânulos e os comprimidos sejam formados com a resistência mecânica desejada. • Concentração usual: 2% a 10%. Aglutinantes Os aglutinantes podem ser adicionados a um material particulado de 3 maneiras: • Como um pó seco, misturado aos demais componentes antes da granulação por via úmida. • Durante o procedimento de aglomeração, o aglutinante pode dissolver-se parcial ou completamente no líquido de granulação. • Exemplo: amido pré-gelatinizado. 02/05/2016 7 Aglutinantes • Como uma solução, que é empregada como líquido de aglomeração durante a granulação úmida. • O aglutinante é chamado de aglutinante úmido. • Sao considerados mais efetivos. • Exemplos: amido de milho, gelatina, Polivinilpirrolidona (PVPK 30), hidroxipropilmetilcelulose, sacarose. • Como um pó seco, adicionado aos demais componentes antes da compactação. • O aglutinante é chamado de aglutinante seco. • Exemplos: celulose microcristalina, povidona de ligações cruzadas (copovidona), metilcelulose. Deslizantes • A função dos deslizantes é melhorar o fluxo de materiais particulados, o que é essencial durante o processo de compressão em máquinas de alta velocidade de produção, mediante a redução da fricção(atrito) entre as partículas. • Exemplos: • talco: concentração usual de 1 a 2% • dióxido de silício coloidal: concentração usual: 0,2% em peso • Possuem particulas muito pequenas que podem aderir na superficie dos outros componentes, aumentando o fluxo pela redução da fricçao interparticular. • Estearato de magnésio: empregado como lubrificante, mas também melhora o fluxo de materiais. • Usado em baixa concentração - <0,1% em peso Lubrificantes • A função dos lubrificantes é assegurar que a formação e a ejeção do comprimido ocorram com baixa fricção entre o sólido e as paredes da matriz. • Reduz o atrito entre o pó e as superfícies metálicas: elevado atrito na compressão pode levar a qualidade inadequada do comprimido (laminação, ranhuras ou fragmentação). • Os lubrificantes conferem brilho aos comprimidos. • Estao presentes em quase todas as formulaçoes de comprimidos. Lubrificantes •Mecanismo de açao: lubrificação interfacial • As superficies de contato são separadas entre si unicamente por um filme muito fino de lubrificante. • Exemplos: ácido esteárico, estearato de magnésio, estearato de cálcio, estearil fumarato de sódio, berrenato de glicerila, polietilenoglicol. • Concentraçao usual: < 1% em peso. 02/05/2016 8 Lubrificantes Problemas dos lubrificantes: • Reduz a resistencia mecanica dos comprimidos. • Retarda a desintegraçao e a liberaçao do fármaco. Alternativas: • Concentraçao usual: < 1% em peso. • Adiçao de substancias hidrofílicas – agentes tensoativos Antiaderentes • Sua função é reduzir a adesão entre as partículas da mistura e as faces dos punções, prevenindo assim, a sua aderência às ferramentas de compressão. • Várias partículas tendem a aderir nas punçoes, afetado pela umidade residual dos pós ou da característica da partícula, resultando em comprimidos com superficie irregulares e opacas. • Vários lubrificantes possuem propriedades antiaderentes. • Exemplos: estearato de magnésio, talco, amido. Aromatizantes • São incorporados à formulação para conferir um sabor mais agradável ao comprimido ou mascarar um gosto ruim. • Alternativa ao revestimento. • Geralmente são termolábeis, devendo ser adicionados após as operaçoes que envolvam calor. • São adicionados aos granulados sob a forma de soluções alcóolicas. Corantes • São utilizados para auxiliar a identificação e para aumentar a aderência terapêutica. • A coloraçao geralmente é realizada durante o revestimento, mas o corante pode ser incluido na formulaçao. • Pode ser adicionado como pó insolúvel ou dissolvido no liquido de granulaçao. 02/05/2016 9 Adsorventes • São substâncias capazes de absorver a umidade presentes nos excipientes farmacêuticos. • Exemplo: dióxido de sílicio coloidal (sílica) e celulose microcristalina Tipos de comprimidos Com base nas características de cedencia, os comprimidos podem ser classificados em 3 tipos: • Liberaçao imediata: • o fármaco é liberado de modo rápido após a administraçao ou o comprimido é dissolvido e administrado em soluçao. • Tipo mais comum de comprimidos. • Tipos: desintegráveis, mastigáveis, efervescentes, sublinguais e bucais. • Liberaçao modificada: • Liberação prolongada: • o fármaco é liberado de forma lenta e em velocidade constante. • Liberaçao retardada: • o fármaco é liberado do comprimido um tempo após a administraçao. • Tipo mais comum: comprimido entérico, na qual o fármaco é liberado no intestino delgado, apos passagem pelo estomago. Tipos de comprimidos • Comprimidos de liberação convencional (imediata): • Comprimidos desintegráveis • Comprimidos mastigáveis • Comprimidos efervescentes • Comprimidos sublinguais e bucais • Comprimidos de liberação modificada: • Comprimidos de liberação prolongada • Comprimidos de liberação retardada Comprimidos desintegráveis • São os comprimidos convencionais. • São desenvolvidos para ser ingerido e liberar o fármaco em um espaço curto de tempo por desintegraçao e dissolução, com objetivo de ceder o fármaco de forma rápida e completa. • Adjuvantes: • Diluentes: se a dose do fármaco for baixa • Desintegrante • Aglutinante • Deslizante • Antiaderente 02/05/2016 10 Comprimidos mastigáveis • São desintegrados mecanicamente pela mastigação, porém o fármaco não é dissolvido na boca, mas engolido e dissolve-se no estomago ou intestino. • Vantagens: • Desintegração rápida e completa • Ingestão facilitada • Possibilidade de administracao na ausencia de água • Adjuvantes: • Geralmente nao apresentam desnitegrantes na formulaçao. • Adiçao de flavorizantes e corantes: sorbitol e manitol. Comprimidos efervescentes • São colocados em um copo dágua antes da administração, havendo liberação de CO2, facilitando a desintegração e dissolução do fármaco. • Liberação de CO2: resultado da reação entre bicarbonato e um ácido fraco (ácido cítrico e tartárico). • São usados para produzir rápida ação dos fármacos ou facilitar a ingestão. Comprimidos efervescentes • Apresentam biodisponibilidade alta: • Apos dissolução do comprimido, é obtido uma soluçao tamponada e o pH do estomago aumenta. • Com isso aumenta o esvaziamento gástrico – tempo de residencia no estomago é reduzido. • Sao absorvidos com mais efetividade no intestine delgado. • Adjuvantes: • Bicarbonato de sódio em quantidade elevada – cerca de 1 gr • Aromatizante • Corante • Lubrificantes hidrossoluveis • Aglutinante: nem sempre é incorporado Pastilhas • São comprimidos de dissolução bucal lenta, liberando o fármaco dissolvido na saliva. • São usados para poduzir efeitos locais na boca ou garganta, como anestesia local ou anti-sépticos. • São comprimidos de cedência lenta para tratamento local. • Adjuvantes: • Não contém desintegrantes na formulação. • Diluente e aglutinante: devem ser soluveis em água e possuir sabor aceitável: manitol, glicose e sorbitol. • Corante e aromatizante: importante para sabor e sensaçao agradáveis. • Preparo: compressao a altas forças para obter comprimidos de alta resistencia mecanica e baixa porosidade – dissolução lenta na boca. 02/05/2016 11 Comprimidos sublinguais e bucais • São empregados para a cedencia do fármaco na cavidade oral, porem com absorção sistêmica. • São comprimidos pequenos e porosos, para facilitar a rápida desintegração do fármaco. Comprimidos de liberação modificada • Qualquer tipo de liberação, diferente da convencional (imediata). • Modula a liberação do ativo emlocal e tempo diferentes do convencional. • Modula a liberação do ativo para que a mesma ocorra de modo lento e gradual, propiciando ação terapêutica de longa duração. Comprimidos de liberação modificada • O objetivo é aumentar o período de tempo durante o qual a concentração do fármaco no sangue é mantida. • Contem uma dose de fármaco que será liberada por 12 ou 24 horas. • Padrao de liberaçao: • Contínuo • Pulsativo: rápida liberaçao do fármaco ou combinaçao da rápida liberaçao de uma parte do farmaco seguida de de liberaçao lenta da segunda parte. Comprimidos de liberação modificada Liberação convencional • Administração de doses unitárias ⇒ absorção rápida. • Eficácia do tratamento ⇒ concentração do fármaco acima da CME e abaixo da CMS. • Velocidade de liberação Velocidade de dissolução Liberação modificada • Objetivo principal ⇒manutenção ou do nível de segurança e sustentação da ação. • Liberação lenta e gradual ⇒ longa duração. • Velocidade de liberação < Velocidade de dissolução 02/05/2016 12 Liberação prolongada vs liberação convencional • Liberação convencional: o fármaco é liberado da formulação, absorvido pelo organismo, caracterizado pela formação de um pico plasmático. São representados pelos comprimidos mais comuns, como os desintegráveis, mastigáveis, efervescentes, sublinguais e bucais. • Liberação controlada: as administrações do medicamento são menos frequentes que as formas convencionais. Os pacientes ingerem uma ou duas unidades de dose por dia, porém o medicamento proporciona uma cobertura durante todo o dia. São representados pelos comprimidos de liberação retardada, repetida, prolongada, sustentada, controlada e modificada. Liberação prolongada vs liberação convencional Comprimidos de liberação modificada Terminologias: • Liberação retardada: atrasam a liberação do seu ingrediente ativo, de tal modo que seja absorvido pelo corpo ao longo de um determinado período de tempo. • Liberação prolongada ou estendida: mantém a liberação do fármaco por um período maior de tempo, sendo possível estender o intervalo entre as doses. • Liberação sustentada: permite uma rápida liberação de uma fração do princípio ativo seguida de uma liberação gradual da dose restante por um período de tempo prolongado. • Liberação repetida: inicialmente ocorre a liberação de uma dose individual logo após a sua administração (camada mais externa do comprimido), e outras doses são liberadas com o tempo, possibilitando a manutenção do efeito terapêutico por um maior período de tempo em relação a forma convencional. Perfis plasmáticos em diferentes condiçoes de administração 1. Liberação convencional 2. Liberaçao sustentada 3. Liberação retardada 4. Liberação repetida 5. Liberação prolongada Veiga, 1988 02/05/2016 13 Perfis plasmáticos em diferentes condiçoes de administração Liberação retardada Vantagens dos sistemas de liberação modificada • Diminuição das oscilações dos níveis de fármaco no plasma, resultando em diminuição da toxicidade e manutenção da eficácia terapêutica. • Redução da freqüência de doses: cobertura durante todo o dia (terapia continuada), diminuindo a necessidade do paciente interromper o sono durante a madrugada. • Diminuição ou supressão dos efeitos colaterais: evita oscilações do fármaco na corrente sanguínea. Vantagens dos sistemas de liberação modificada •Aumento das concentrações plasmáticas de fármacos com meia-vida biológica relativamente curta. • Mais econômicas a longo prazo, pois há redução do custo da dose diária do medicamento. 02/05/2016 14 Vantagens dos sistemas de liberação modificada • Necessidade de tempo maior para alcançar a CME em sistemas onde não há liberação de dose inicial. • Possibilidade de redução da biodisponibilidade: eficácia fraca ou nula, caso o fármaco seja pouco absorvido no TGI. • Riscos de acúmulo. • Cinética de liberação dependerá da integridade da forma farmacêutica ⇒ falhas no controle da liberação do fármaco. • Superdosagem: os fármacos de liberação controlada possuem uma quantidade maior do fármaco em comparação à dose administrada na forma convencional. Desvantagens dos sistemas de liberação modificada Propriedades dos fármacos candidatos a liberação modificada • As velocidades de absorção e excreção não devem ser muito lentas ou excessivamente rápidas. Tempo de meia-vida de 4 a 6horas. • Meia-vida inferior a a 2 horas: necessidade de aumentar a concentração na formulação para garantir os níveis plasmáticos desejados → liberação de quantidades excessivas do fármaco • Meia-vida longa: não há necessidade da implantação de um sistema de liberação controlada • A absorção deve ser uniforme e eficiente ao longo do TGI. • Deve apresentar boa estabilidade frente aos diferentes pHs do TGI e enzimas: para garantir a absorção das quantidades corretas. • O volume de distribuição não pode ser muito alto, caso contrário, a velocidade de eliminação também será. Principais componentes de um sistema de liberação modificada de fármacos • Fármaco •Agentes controladores da liberação •Modificadores de matriz ou membrana • Solubilizantes, modificadores de pH e densidade (se necessário) • Lubrificantes e promotores de fluxo • Revestimentos complementares 02/05/2016 15 Principais componentes de um sistema de liberação modificada de fármacos Mecanismo de liberação modificada do fármaco • Sistemas de liberação controlada por difusão: • Sistemas de reservatorio • Sistemas matriciais • Sistemas de liberação controlada por erosão • Sistemas de liberação controlada por osmose Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: •O processo de liberaçao do fármaco é feito pela difusão através dos poros preenchidos por suco gástrico ou intestinal em uma fase solida (comprimidos ou granulados). •A unidade de liberação permanence intacta durante o processo de liberaçao. Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: • O liquido envolve a forma forma farmaceutica, penetra na unidade de liberação e dissolve o fármaco. • Cria-se um gradiente de concentração do farmaco entre o interior e o exterior da unidade de liberaçao. • O fármaco dissolvido difunde-se nos poros da unidade de liberaçao ou na membrana. • O fármaco dissolvido é particionado entre a membrana circundada da unidade e se difunde nela. 02/05/2016 16 Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: Passo determinante da velocidade de liberaçao → fase da difusão. • Difusão através da membrana (J):1ª lei de Fick • Fatores que afetam a difusão: • Gradiente de concentração • Área e distancia que ocorre a difusao • Coeficiente de difusão do fármaco no meio x C DAJ J=fluxo de moles de soluto por unidade de tempo D=coeficiente de difusão do soluto na membrana A=área da membrana C=diferença de concentração entre os lados da membrana x=espessura da membrana Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: Dois tipos de sistemas controlados por difusão: Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: • Sistemas de Reservatorio: • A difusao ocorre por um fino filme ou membrana, insolúvel em água, que circunda a unidade de liberaçao • O revestimento deve ser insolúvel nos fluidos gástricos, ser permeável à água e o fármaco ser resistente para possibilitar e facilitar a expansão do núcleo. Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: • Sistemas de Reservatorio: • Materiais mais utilizados para o revestimento: • Polímeros plásticos insolúveis: podem ser de origem natural, derivados decelulose (metil ou etilcelulose, hidroxipropilcelulose), copolímeros do ácido metacrílico (Eudragit®) e álcool polivinílico. • Agentes modificadores de filme: lactose, trietanolamina, polivinilpirrolidona, polietilenoglicois sólidos e citrato de magnésio. • Plastificantes: dão maior flexibilidade ao revestimento e garantem uma camada mais lisa e uniforme. Exemplo: citrato de trietila, triacetina e derivados da celulose de baixa viscosidade. • Corantes 02/05/2016 17 Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: • Sistemas Matriciais: • O fármaco encontra-se disperso, como particulas sólidas, no interior de uma matriz porosa formada por polímeros insolúveis em água. • É um dos sistemas mais usados para liberação modificada, o diversas vantagens: versatilidade, eficácia, baixo custo, produção com equipamentos e técnicas convencionais. • Permite a incorporação de quantidades relativamente elevadas de fármacos. Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: • Sistemas Matriciais: • A difusao acontece por finos poroso localizados dentro do nucleo da unidade de liberaçao. • As particulas do fármaco localizadas na superficie serão dissolvidas e ocorre rápida cedência do fármaco. • Depois as partículas serao dissolvidas a distâncias sucessivamente maiores da superficie de liberacao. Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por difusão: • Sistemas Matriciais: • Materiais utilizados para a formulação de comprimidos matriciais: • Matrizes hidrofílicas: hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), carboximetilcelulose, alginatos, goma xantana, combinações de goma xantana e goma de alfarroba e carbopol • Matrizes lipofílicas: mistura de cera de carnaúba, álcool estearílico, polietilenoglicol, óleo de rícino hidrogenado, monoestearato de polietilenoglicol, carboximetilcelulose sódica, hidroxipropilmetilcelulose, metil e etilcelulose e triglicérides. São materiais insolúveis em água e susceptíveis a erosão. Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por dissolução: • A liberação prolongada nesse sistema é alcançado pela dissoluçao do fármaco incorporado em um carreador de dissolução lenta. • O fármaco é revestido com material de dissolução lenta, resultando em uma dissolução lenta e prolongada. • Liberação em pulsos: • O comprimido é planejado para liberar o fármaco em pulsos. • A liberação do fármaco é obtida através de pequenas unidades de liberação, consistuidas por grânulos esféricos, que são revestidas de tal maneira que o tempo de dissolução possa variar. • A variação no tempo de dissolução do revestimento deve-se a espessura ou a solubilidade dos revestimentos. 02/05/2016 18 Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por dissolução: Liberação do fármaco a partir de um produto de cedencia pulsátil, baseado na dissolução, devido a diferenças na espessura do revestimento. Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por erosão: • A velocidade de cedência do fármaco é regulada pela erosão de uma matriz na qual o fármaco se encontra inserido. • É descrito como a liberação contínua do material formado da matriz (fármacos + adjuvantes), resultando em diminuição do peso do comprimido. Mecanismo de liberação do fármaco Processo de difusão (A) e erosão (B) em uma matriz polimérica Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por osmose: Osmose: fluxo do solvente de um local de baixa concentração para um com alta concentração. • Ocorre fluxo do liquido para a unidade de liberação, provocado pela diferenca de pressao osmotica entre o interior e o exterior da unidade. • O líquido no interior da unidade de liberação leva à dissolução do fármaco. • A solução saturada do fármaco sai por um orificio ou por poros na membrana semipermeavel. 02/05/2016 19 Mecanismo de liberação do fármaco Sistemas de liberação controlada por osmose: • O fármaco é revestido por uma membrana semipermeável que contém um pequeno orifício para a difusão da água. • Esta água dissolve o fármaco, resultando numa diferença de pressão osmótica. • Com a entrada da água e a dissolução do fármaco, a pressão osmótica força a saída da solução pelo orifício.
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