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resumo de fundamentos das ciencias sociais

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O objeto das Ciências Sociais, entende-se o conjunto de saberes relativos às áreas da Antropologia, Sociologia e Ciência Política. Assim, objeto de estudo das Ciências Sociais é a sociedade em suas dimensões sociológicas, antropológicas e políticas. Sociologia, Antropologia e Ciência Política são as áreas construtivas das ciências sociais. A Sociologia estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter-relações entre os diversos fenômenos sociais. Na Antropologia, privilegiam-se os aspectos culturais do comportamento de grupos e comunidades. Na Ciência Política, analisam-se as questões ligadas às instituições do poder. 
O estudo do conhecimento científico da vida social não se baseia apenas no fato, mas na concepção do fato e na relação entre a concepção e o fato. Por estudar a ação dos homens em sociedade, de seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das alterações que sofrem, as Ciências Sociais constituem ferramenta importante para o desenvolvimento de compreensão crítico-reflexivo da realidade.
Ciências naturais e ciências sociais: objeto e método:
As ciências naturais estudam fatos simples, eventos que, presumivelmente, têm causas simples e são facilmente isoláveis, recorrentes e sincrônicos. Tais fatos podem ser vistos, isolados e reproduzidos dentro de condições de controles razoáveis, num laboratório. Assim, nas ciências naturais há uma distância irremediável entre o cientista e seu objeto de pesquisa. As ciências sociais estudam fenômenos complexos. Seu objeto de investigação são os fenômenos sociais, a interação entre sujeito e objeto da investigação leva a interpretações contextualizadas da realidade social. Ao observar os fenômenos sociais somos levados enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. Nossa fala, nossos gestos, nosso modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e influencia em nossa visão de mundo. 
O conceito de cultura
"cultura é todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade". Desde sempre os homens se preocuparam em entender por que outros homens possuíam hábitos alimentares, formas de se vestir, de formarem famílias, de acessarem o sagrado de maneiras diferentes das suas. Contudo, foi a partir da descoberta do Novo Mundo, nos séculos XV e XVI, que os europeus se depararam com modos de vida completamente distintos dos seus, e passaram a elaborar mais intensamente interpretações sobre esses povos e seus costumes. Não sentimos nossa cultura como uma construção específica de hábitos e costumes: pensamos que nossos hábitos e nossa forma de ver o mundo devem ser os mesmos para todos! Naturalizamos nossos costumes e achamos o do outro "diferente".. Tal postura é o que denominamos etnocentrismo.
Etnocentrismo, trata-se da visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. 
Relativismo cultural é a postura, privilegiada pela Antropologia contemporânea, de buscar compreender a lógica da vida do outro. compreendê-la, e verificar que ao seu jeito outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes. 
As ideias de Hobbes, Rousseau e Locke serviram para sustentar a ideia de um contrato social, no qual os indivíduos abriam mão de seus direitos naturais em troca da proteção de um soberano. 
1.1 - Na concepção de Hobbes, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. 
1.2. - Na concepção de Rousseau em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente,. O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro - o soberano - 
1.3 - Na concepção de John Locke, o Estado existe a partir do contrato social. sua principal finalidade é garantir o direito natural da propriedade. 
Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. Se na natureza a competição gera a sobrevivência do mais forte, também na sociedade favorece a sobrevivência de sociedades e indivíduos mais fortes e evoluídos. As expressões: "luta pela existência" e "sobrevivência do mais capaz", tomadas de Darwin, apoiaram o individualismo liberal e justificaram o lugar ocupado pelos bem sucedidos nos negócios. Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças superiores e inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, conseqüentemente, aos mais desenvolvidos levar o desenvolvimento aos não desenvolvidos. A civilização deveria ser levada a todos os homens. É claro que o Darwinismo Social serviu para justificar a ação imperialista das nações europeias. 
O positivismo foi uma diretriz filosófica criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX. O tema central de sua obra é a Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu desenvolvimento; a classificação e a hierarquização das ciências, da mais simples à mais complexa, já que para ele a ordem é necessária ao progresso; e a reforma da sociedade, com mudanças intelectuais, morais e políticas destinadas principalmente a restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial. Ele acreditava que sua principal contribuição foi a teoria de que a humanidade passou por três estágios de desenvolvimento intelectual: o teológico, o metafísico e o positivo. No primeiro estágio, o universo era explicado em termos de deuses, demônios e seres mitológicos. No segundo estágio, a realidade era explicada em termos de abstrações como a essência, existência, substância e acidente. Os traços mais marcantes do Positivismo são certamente a excessiva valorização das ciências e dos métodos científicos, a exaltação do homem e suas capacidades e o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade. Essa corrente filosófica foi muito influente no pensamento da época. Prova disso é o lema da bandeira brasileira - "ordem e progresso" -, um dos principais preceitos do Positivismo, que afirma que, para que haja progresso, é preciso que a sociedade esteja organizada.
1 - Émile Durkheim Criador da Escola sociológica francesa, com ele a sociologia se constitui como uma disciplina rigorosamente cientifica. Define o objeto da sociologia: os fatos sociais e atribui-lhe um método de investigação:a análise objetiva dos fatos sociais, que deveriam ser estudados como coisas, ou seja, o investigador deveria manter uma relação objetividade com o objeto estudando, desfazendo-se de qualquer pré-noção em relação a eles.
É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, (...) que é geral na extensão de uma sociedade dada, e, ao mesmo tempo, possui existência própria, independente de suas manifestações individuais. Todo fato social se refere a uma mesma sociedade a uma cultura especifica. Para Durkheim a sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e patológicos (saudáveis e doentios). Exemplos dados em aula (gravação) O crime é normal ou patologico? Crime é normal. Alguns crimes são patológicos. O crime motiva a solidariedade do individuo estimula as pessoas a andar em grupo ao invés de sozinhas. Homicidio é fato social normal. Toda Guerra é patológica. Pela ótica de Durkheim as leis seriam fatos sociais: Ex: não roubar, não matar, não desrespeitar sinais de transito. O legislativo para Durkheim é a instancia reflexiva da sociedade, ou seja, a sociedade em seu conjunto elabora representações sobre o que é o bem, o que se deve fazer, o que se deve desejar. Atraves da discussão e do debate refina-se uma ideia. A lei, funciona como um mecanismo para orientar as ações dos homens. Para Durkheim a escola é muito importante, pois é lá que elas aprendem a obedecer. É o local onde os jovens são apresentados as regras que a sociedade espera deles para a formação de cidadãos integrados a sociedade. Fato social Patologico: É a situação que foge do normal, o comportamento que a sociedade normalmente não aceita.
3. Consciência coletiva. conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade, forma um sistema determinado que tem sua vida própria; podemos chamá-la de consciência coletiva ou comum. A consciência coletiva pode ser verificada em fenômenos coletivos típicos, expressos através de uma forma de consciência que contrapõe indivíduo/sociedade. As torcidas organizadas e os grandes festivais de música, por exemplo, representam fenômenos coletivos típicos, expressos através de uma forma de consciência que contrapõe indivíduo/sociedade. O indivíduo ingressa na sociedade no momento em que, dentro dela, nasce. No mesmo instante de seu nascimento, ele começa a ser moldado pelas instituições que compõem a sociedade: primeiramente, o indivíduo sofre influência da própria família (caso possua uma); depois, mais tarde, de seu bairro, amigos, de sua escola, seu trabalho, sua igreja, etc. A partir daí, o indivíduo assimila (ou não), os hábitos, a moral, os costumes, enfim, toda forma de lei não escrita que rege a convivência de seu grupo. Geralmente, o indivíduo procura agregar as regras do grupo ao seu sistema individual de valores, procurando agir em conformidade com o grupo, pois sabe que estará às margens do mesmo se assim não o fizer. Quando o processo acima mencionado não chega a acontecer adequadamente, o indivíduo se marginaliza em relação aos processos sociais coletivos.
Divisão do trabalho social e formas de solidariedade social 
E a organização da sociedade em diferentes funções, exercidas pelos indivíduos ou grupos de indivíduos. Nas sociedades mais simples predomina a divisão social do trabalho baseada principalmente em critérios biológicos de sexo e idade (em uma sociedade simples, as pessoas dependem menos umas das outras). Durkheim classifica a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como solidariedade mecânica. Nas sociedades mais complexas, em especial quando tem início o desenvolvimento da agricultura, a sedentarização e o sistema de propriedade privada, surge uma divisão social mais complexa, com a criação de novas funções sociais. A indústria foi o sistema produtivo que mais desenvolveu a divisão social do trabalho, criando uma imensa gama de funções e atribuições diferenciadas. Durkheim classifica a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como solidariedade orgânica. Observação: A divisão social do trabalho implica sempre uma divisão não só de funções, mas também de privilégios, regalias e poder.
Anomia: É a ausência, desintegração ou inversão das normas vigentes em uma sociedade, neste caso, a consciência perde os parâmetros de julgamento da realidade. Ela vai acontecer em momentos extremos, tais como: guerras, desastres ecológicos, econômicos, etc.. È também nesses momentos que se verifica um número excessivo de suicídios, razão pela qual Durkheim trata esse fenômeno como um fato social, e não somente como um ato resultante da consciência individual.
1- Ação social: O objeto da sociologia, para Weber, é a compreensão do sentido da ação social, que deve ser buscado pela apreensão da totalidade de significados e valores atribuídos pelos indivíduos. A análise sociológica deve, assim, compreender e interpretar o sentido, isto é, as motivações e a intersubjetividade das ações humanas.
1.1. Tipos de ação social:
i)Ação Racional com relação a fins
Motivada por fins objetivos, ou seja, para atingir seus fins, o indivíduo planeja e executa seus planos utilizando-se dos meios que considera mais adequados para atingir seus objetivos. A racionalidade econômica capitalista é exemplo desse tipo de ação. Nesta perspectiva, para Weber, o individualismo e a racionalização de condutas são elementos centrais da modernidade. 
ii) Ação Racional com relação a valores
Motivada por crenças em valores morais, religiosos, políticos etc. Neste tipo de ação o que importa para o indivíduo é seguir os princípios que mais lhe são caros, não importando o resultado de sua conduta, o que lhes impele é a lealdade aos valores que orientam sua conduta. È o caso dos agentes que abrem mão de vantagens financeiras em função da preservação ambiental, por exemplo.
iii) Ação Afetiva
Guiada por uma conduta emocional. Sentimentos como raiva, ódio, paixão, desejo, ciúme orientam sua conduta. Muitas vezes, o resultado dessas ações não é o esperado pelo agente, em virtude da irracionalidade de seu ato. Os crimes passionais são exemplos típicos deste tipo de ação social.
iiii) Ação Tradicional
Guiada pela tradição, costumes arraigados que fazem com que os indivíduos ajam em função deles. É uma espécie de reação a estímulos habituais. Exemplo disso é o hábito de saudarmos as pessoas com expressões como "bom dia", "boa noite", "fique com Deus", independentemente de termos grande afinidade com elas ou mesmo alguma fé. Para Weber é difícil perceber até que ponto o agente age conscientemente ao empreender este tipo de ação.
2. Relação social 
Uma relação social se estabelece quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente de acordo com certas expectativas que possuem do outro. Como mostra Quintaneiro et all em Um toque de clássico (Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2009), são exemplos de relações sociais a amizade, relações de hostilidade, trocas comerciais, relações políticas etc. Segundo as autoras, "tanto mais racionais sejam as relações sociais, mais facilmente poderão ser expressas sob a forma de normas, seja por meio de um contrato ou de um acordo, como no caso das relações de conteúdo econômico ou jurídico, da regulamentação das ações de governo, de sócios etc.".
3- Os tipos ideais ou puros
As possibilidades de ações sociais são infinitas. Os tipos ideais são instrumentos de ordenação da sociedade, são modelos gerais e explicativos. Estes são conceitos teóricos e acentuam aquilo que aparece como mais característico e não existe na realidade em seu estado puro.
Tipos de dominação legítima em Max Weber 
A dominação deve ser entendida, segundo Weber, como uma probabilidade de mando e de legitimidade deste. A crença é condição fundamental para que a relação entre aquele que manda (domina) e aquele que obedece (dominado) se realize. Portanto, não é toda e qualquer relação de poder que é legitimada, é preciso queaquele que obedece acredite voluntariamente naquele que tem poder de mando. O poder é sempre uma probabilidade, pois depende de outro para ser exercido. Weber fornece o exemplo da relação de poder entre senhor e escravo que é carente de uma relação voluntária, não havendo portanto legitimidade e sim obrigação; a conseqüência é que na primeira oportunidade os indivíduos fogem desta relação, abandonam seus senhores.
Os tipos puros de dominação: Weber define os três tipos puros de dominação como: racional-legal ou burocrática, dominação tradicional e a carismática. A dominação racional-legal é exercida dentro de um quadro administrativo composto de regras e leis escritas que devem ser seguidas por todos, não havendo privilégios pessoais. Ela é apoiada na crença de uma "legitimidade de ordens estatuídas e nos direitos de mando dos chamados a exercer autoridade legal". Esta é baseada em relações impessoais e os funcionários são incorporados ao quadro administrativo, através de um contrato, não por suas características pessoais mas por sua competência técnica. Eles são livres, sendo que suas obrigações se limitam aos deveres e objetivos de seus cargos que estão dispostos dentro de uma hierarquia administrativa e suas competências são rigorosamente fixadas. Realizam seu trabalho e em troca recebem um salário fixo e regular que varia conforme a responsabilidade do cargo, que é exercido em forma exclusiva ou como principal ocupação. Há possibilidade de fazer carreira, podendo subir na hierarquia da profissão, através do tempo de serviço ou por competência ou ambos. Importante ressaltar que os funcionários trabalham em seus cargos sem a apropriação dos mesmos. A dominação burocrática é puramente técnica, com o objetivo de atingir o mais alto grau de eficiência e nesse sentido é, formalmente, o mais racional conhecido meio de exercer a dominação sobre os seres humanos. A dominação tradicional repousa na crença das tradições, costumes que existem desde de outros tempos. É a legitimidade na crença dos indivíduos nas ordens e poderes senhoriais tradicionais. A autoridade é exercida e legitimada pela tradição e por normas escritas. O quadro administrativo, neste caso, pode ser recrutado não pela competência técnica mas por vínculos pessoais e laços de fidelidade. As tarefas não estão claramente definidas, como na dominação racional, e os privilégios e deveres encontram-se sujeitos a modificações de acordo com a vontade do governante. Há outros tipos de dominação tradicional que são o: patriarcalismo onde o poder é exercido segundo regras fixas de sucessão; e o patrimonialismo ou gerontocracia que é autoridade exercida pelos mais velhos, em idade, sendo os melhores conhecedores da tradição sagrada. Em um corpo administrativo encontramos o patrimonialismo quando os funcionários ligam-se ao chefe por laços de fidelidade pessoais. A dominação carsimática pode ser caracterizada pelo seu caráter de tipo extraordinário e irracional. Weber define carisma como uma qualidade pessoal considerada extraordinária, atribuída a um indivíduo que possui poderes ou qualidades sobrenaturais. Esses indivíduos são enviados por Deus para o cumprimento de uma ?missão?. Portanto, este indivíduo é reconhecido como um líder por seus seguidores e assim a autoridade carismática é legitimada. O Os carismáticos, geralmente são profetas religiosos, políticos, demagogos, apresentam, na maioria das vezes, provas de seu poder, fazendo milagres ou revelações divinas. Entretanto Weber aponta para possibilidade de uma existência permanente de um líder carismático, tal fenômeno foi chamado de rotinização do carisma. Para que isso ocorra são necessárias mudanças profundas, pois implicam a transformação da autoridade carismática em tradicional ou legal. Sendo assim as atividades do corpo administrativo passam a ser exercidas de forma regular seja através da constituição de normas tradicionais seja por promulgação de regras legais. Haverá um problema a ser resolvido que é o da sucessão que não será eleito, geralmente o líder carismático escolhe entre aqueles de sua confiança ou então por hereditariedade. 
A construção dos tipos ideais de autoridade - essa construção é importante para a compreensão do desenvolvimento das instituições, nas quais a burocracia é a mais importante por ser mais característica da sociedade moderna ocidental a qual tem em seu cerne o pensamento racional. Esses três tipos de dominação não são encontrados isoladamente na realidade, eles coexistem. A sociedade brasileira é um bom exemplo dessa coexistência, pois as relações de trabalho nas organizações (lugar, em princípio, exemplar da relação impessoal) são, ao contrário, pessoais e permeadas de privilégios. A seleção nem sempre atende aos critérios meritocráticos, competência comprovada para o cargo. Em muitos casos as relações pessoais valem muito mais do que um diploma.
1- A contribuição de Karl Marx a análise sociológica.
Ao contrário de Durkheim e Weber, Marx não teve a preocupação com a elaboração de uma disciplina de Sociologia, visto que o seu pensamento englobava uma série de disciplinas como a Economia, a História e a Filosofia. Mesmo assim, suas ideias tiveram enorme impacto nas Ciências Sociais, passando a se constituir numa das mais importantes fontes de pesquisa para a Sociologia e a Ciência Política. Karl Marx integra o seleto grupo dos clássicos do pensamento sociológico. Suas formulações teóricas acerca da vida social, especialmente a análise que faz da sociedade capitalista, causaram tamanho impacto nos meios intelectuais que, para alguns teóricos, grande parte da sociologia ocidental tem sido uma tentativa constante de corroborar ou de negar as questões por ele levantadas (Quintanero ET All. Um Toque de Clássicos. Pg. 63, op.cit.).
2- A Dialética
A dialética tem a sua origem na filosofia grega, com Heráclito de Éfeso e se estrutura afirmando a contradição como a própria substância da realidade. Esta se superaria num processo incessante de negação, conservação e síntese. A moderna ideia de dialética origina-se no idealismo alemão e, sobretudo, no pensamento de Wilhelm F. Hegel. Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de apontar contradições constitutivas da vida social que resultam na negação de uma determinada ordem (Quintanero ET All. Um Toque de Clássicos. Pg. 65, op.cit.). De forma resumida, é possível afirmar que a dialética representaria um modo determinado de pensarmos as contradições da realidade e suas diferenças sociais. São considerados princípios básicos da dialética as concepções de que tudo se relaciona e tudo se transforma, gerando mudanças qualitativas por meio de um processo de luta dos contrários.
3- O Materialismo Histórico 
A concepção materialista da história, que é a base do pensamento marxista, se propõe a destacar a importância dos seres objetivos, dos indivíduos reais, como elementos constitutivos da realidade do mundo. Por este método de análise social,  presente na teoria marxista, as relações materiais que os homens estabelecem entre si, o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações sociais. Em outras palavras, a perspectiva materialista e dialética da história parte do princípio de que todo fenômeno social, ou cultural é efêmero, sendo influenciado de maneira determinante pelo modo como a produção social é organizada.
4-  Modo de Produção
O modo de produção é aqui entendido como a maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material. Como demonstram Marx e Engels, em A Ideologia Alemã, é através do modo de produção que conhecemos uma sociedade em sua especificidade histórica e social. Nesta perspectiva de análise, o entendimento da realidade da vida social só é possível, na medida em que conheçamos o modo de produção da sociedade. Neste sentido, não é a consciência que determina a vida material, mas a vida material que determina a consciência. A partir do modo de produção é possível identificar as diferenças históricas e as relaçõessociais presentes em cada época determinada. Na história, podemos distinguir pelo menos seis grandes modos de produção: ?o comunismo primitivo?; o regime asiático; o escravismo; o feudalismo (servidão), o capitalismo e o socialismo. Este último definido atualmente como socialismo real, em função das diferentes avaliações feitas sobre esta experiência socialista, realizada por alguns países ao longo do século XX
5- A Luta de Classes
 De acordo com Maria Lúcia de Arruda Aranha e M. Helena Pires Martins, em Introdução à Filosofia, São Paulo, Ed. Moderna, Filosofando, 1993, a luta de classes é o confronto entre duas classes antagônicas quando lutam por seus interesses de classe. No modo de produção capitalista, a relação antagônica se faz entre o burguês, que é o detentor dos meios de produção, do capital, e o proletariado que nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho. A luta de classes, na perspectiva materialista da história, relaciona-se diretamente à mudança social, à superação dialética das contradições existentes. Daí a luta de classes ser considerada o motor da História, a responsável pelas transformações sociais. Para Marx, o capitalismo foi o modo de produção que separou de modo mais profundo o trabalho e os meios de produzi-lo, acentuando a exploração da classe não proprietária dos meios de produção, o proletariado, pelos proprietários dos meios de produção, a burguesia.
1. A Alienação.
Para Marx, os trabalhadores foram duplamente expropriados pelos capitalistas, isto é, deles foram subtraídas duas coisas: os meios de produção da vida material e o saber do qual dependia a fabricação de um produto. O trabalho, que sempre foi o meio pelo qual o homem relacionou-se com a natureza e com os outros homens é individualmente percebido, como algo sobre o qual o trabalhador não tem controle. O trabalhador foi separado, pelo capitalismo, do controle autônomo que exercia sobre o seu trabalho e também sobre o fruto deste. O trabalho é então percebido pelo trabalhador como algo fora de si, que pertence a outros. A isso Marx deu o nome de alienação. (Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação, pg. 40). O bem produzido não pertence mais ao trabalhador, que também não mais organiza o trabalho. Há uma separação entre o planejamento e a execução, entre o pensar e o agir. Tem-se como consequência a apropriação de uma visão mecânica e fragmentada da realidade, na qual os indivíduos aprendem que devem trabalhar resignadamente para receber salários, que são suficientes apenas para mantê-los alimentados. ?O que caracteriza a divisão do trabalho no seio da sociedade é que ela engendra as especialidades, as distintas profissões e com elas o idiotismo do ofício (Marx, Karl. Miséria da Filosofia, pg.127; citado por Quintanero ET All. Um Toque de Clássicos)?. Este tipo de atividade repetitiva, que embrutece o trabalhador e o converte num mero apêndice da máquina é ilustrada de maneira brilhante e comovente por Charles Chaplin, no filme Tempos Modernos.
2.  A Ideologia. 
Ideologia é o conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural. Dessa forma, a manutenção da ordem social requer menor uso da violência. A ideologia torna-se um dos instrumentos da reprodução do status quo e da própria sociedade. O vencedor ou poderoso é transformado em único sujeito da história não só porque impediu que houvesse a história dos vencidos (ao serem derrotados, os vencidos perderam o direito à história), mas simplesmente porque sua ação histórica consiste em eliminar fisicamente os vencidos ou, então, se precisa do trabalho deles, elimina sua memória, fazendo com que lembrem apenas dos feitos dos vencedores. Não é, assim, por exemplo, que os estudantes negros ficam sabendo que a Abolição foi um feito da Princesa Isabel? As lutas dos escravos estão sem registro e tudo que delas sabemos está registrado pelos senhores brancos. Não há direito à memória para o negro. Nem para o índio. Nem para os camponeses. Nem para os operários (Chauí, Marilena. O que é ideologia, São Paulo, Ed. Brasiliense, pg. 81). Uma característica marcante do modo de produção capitalista é que neste modelo civilizatório ?os dominados pensam com a cabeça dos dominadores (Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação, pg. 47)?, ou seja, a visão de mundo da classe dominante é assumida pela classe dominada como se fosse a sua própria.
 
3. A Práxis
A práxis é um conceito central no pensamento de Marx, que não se confunde com a prática. Ela se caracterizaria pela união entre a interpretação da realidade (teoria e conhecimento científico) e a prática (realização efetiva, atividade). Em outras palavras, é a ação consciente do sujeito na transformação de si mesmo e do mundo que o cerca. É através da práxis que se dá o combate à alienação, permitindo não apenas interpretar o mundo, mas transformá-lo.
4. A relação entre Estado e sociedade na concepção marxista.
Segundo Marx e Engels em A idelologia Alemã, São Paulo, Hucitec, 1987, o Estado é a forma na qual os indivíduos da classe dominante fazem valer seus interesses sobre os membros comuns de toda a sociedade civil de uma época. Segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo Estado e adquirem através dele uma forma política. Daí a ilusão de que a lei se baseia na vontade e, mais ainda, na vontade destacada de sua base real, na vontade livre. Da mesma forma, o direito é reduzido novamente à lei. O direito privado desenvolve-se simultaneamente com a propriedade privada, a partir da desintegração da comunidade natural. (...) Quando mais tarde a burguesia adquiriu poder suficiente para que os príncipes protegessem seus interesses, com o fim de derrubar a nobreza feudal, também o desenvolvimento propriamente dito do direito começou em todos os países. Marx afirma que o aparelho jurídico do Estado, nesse tipo de sociedade, tem como objetivo organizar e justificar a dominação da burguesia sobre o proletariado, além de favorecer os negócios desta classe dominante. Dessa forma, para Marx, não existe Estado que represente os interesses do conjunto da sociedade. Seu papel é o de representante dos interesses das classes dominantes.

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