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Finanças Públicas Parte 1

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Direito Constitucional III
Professora Angélika Veríssimo 
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NORMAS GERAIS SOBRE FINANÇAS PÚBLICAS
As normas gerais sobre finanças públicas estão dispostas nos artigos 163 e 164 da CF;
O art. 163, CF retrata norma gerais de eficácia limitada, que deverão ser regulamentadas por lei complementar;
Dita regulamentação pode ser feita de forma fragmentada, em diversas leis;
Principais diplomas legais são a lei complementar nº 101 de 2000 (LRF), a Lei nº 4.320/64 e demais leis orçamentárias; 
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NORMAS GERAIS SOBRE FINANÇAS PÚBLICAS
Art. 163, da CF - Lei complementar disporá sobre:
	I - finanças públicas;
	II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
	III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
	IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
	V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; 
	VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
	VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
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NORMAS GERAIS SOBRE FINANÇAS PÚBLICAS
Art. 164, da CF - A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
	§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
	§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
	§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
	
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NORMAS GERAIS SOBRE FINANÇAS PÚBLICAS
O Banco Central exerce, de forma exclusiva, a competência da União, prevista no art. 21, inciso VII, da CF, para EMITIR MOEDA;
O Banco Central é uma AUTARQUIA FEDERAL;
Segundo José Afonso da Silva, possui como função principal o “controle de assuntos monetários, controle de crédito e do câmbio, controle de capitais estrangeiros. Para tanto, autoriza o funcionamento das instituições financeiras, fiscaliza-as, autoriza-lhes a prática de operações de câmbio, crédito e venda de títulos da dívida pública federal, estadual e municipal, ações e debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito.”
	
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NORMAS GERAIS SOBRE FINANÇAS PÚBLICAS
É VEDADO ao BANCO CENTRAL conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
O BANCO CENTRAL poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
As disponibilidades de caixa da União SERÃO DEPOSITADAS no BANCO CENTRAL; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
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SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
Segundo Aliomar Baleeiro, pode-se conceituar ORÇAMENTO PÚBLICO como:
	“o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”.
Quem determina o estudo das leis que formam o orçamento público é o Direito Financeiro, ramo do Direito Público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas entre o Estado e os particulares que decorrem de atividades financeiras. 
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SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
A atividade financeira do Estado é aquela voltada a obter, gerir e aplicar os recursos financeiros à realização do bem comum. 
O orçamento tem característica técnica, econômica, governamental e jurídica. 
A Constituição Federal de 1988 integrou o orçamento programa à técnica de planejamento governamental;
Surgiu como uma forma de interferência na estrutura econômica, sendo sua tarefa planejar a atividade econômica e a ação governamental do Estado;
Logo, todos os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, que são apreciados pelo Congresso Nacional devem se estruturar de acordo com o plano plurianual (art. 165, § 4º, da CF).
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SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
De acordo com a Carta Magna o plano plurianual estabelece diretrizes, objetivos e metas para Administração Pública Federal, com relação as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como relativas aos programas de duração continuada (art. 165, § 1º, CF);
Desse modo, para Uadi Lammêgo Bulos “a missão da lei orçamentária é programar, planejar e aprovar obras, serviços e encargos públicos, estipulando o plano financeiro anual para as entidades constitucionais, com previsão de receitas e autorização de despesa.”
Receita pública – conjunto de recursos financeiros que adentram nos cofres públicos;
Despesa pública – execução de gastos com remuneração de agentes públicos, aquisição de bens, execução de obras e empreendimentos, dentre outros.
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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Universalidade (art. 165, § 5º, CF)
 
Na lei orçamentária devem ser incluídas, por seus valores brutos, todas as despesas e receitas da União, inclusive as relativas aos seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, bem como fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (CF, art. 165, § 5º e Lei nº 4.320/64, art. 6º);
Dito princípio visa, assim, a proporcionar maior clareza ao orçamento, facilitando a sua compreensão e possibilitando que retrate fielmente as finanças do estado.
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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Unidade (art. 165, §§ 1º e 5º, CF)
Todas as despesas e receitas do Estado deviam estar reunidas em um só documento, permitindo a sua apreciação em conjunto, ou seja, determina uma integração entre os diversos orçamentos, compreendendo as despesas e receitas de todos os Poderes, órgãos e fundos;
O orçamento fiscal refere-se aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades de administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. O orçamento de investimento diz respeito às empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Por sua vez, o orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Programação orçamentária (art. 165, §4º, CF)
o orçamento deve ter forma de programa. Formula-se objetivos e os estudos das alternativas da ação futura para alcançar os fins da atividade governamental. Liga-se ao plano de ação governamental;
Anualidade (art. 165, §5º, CF)
que o orçamento deve ser elaborado para um período determinado, que, na maioria dos Estados, corresponde ao prazo de um ano;
a previsão orçamentária não pode ter uma existência ilimitada, sob pena de ficar fora do alcance da capacidade humana;
sendo periódico o orçamento, há um maior controle quanto à sua execução;
o contribuinte está mais protegido, eis que, periodicamente, se pode fazer uma revisão da carga tributária e adaptá-la às necessidades do Estado, que, como se sabe, variam no tempo e no espaço.
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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Proibição de estorno
VI do art. 167 da CF, veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para
outro, sem prévia autorização legislativa.
o Poder Executivo, no caso de estouro ou insuficiência de verbas, pode recorrer ao crédito suplementar, depois de previamente autorizado pelo Poder Legislativo e desde que preencha os requisitos estabelecidos pela Lei nº 4.320 sobre a matéria.
 
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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Não-vinculação (ou não afetação) de receita pública (167, inc. IV, CF)
veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas:
 a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem nos arts. 158 e 159;
a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art. 212;
a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º;
a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta (§ 4º do art. 167)
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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Exclusividade de matéria orçamentária.
 
Só pode constar do orçamento matéria pertinente à fixação da despesa e à previsão da receita, conforme determina o art. 165, § 8º da CF, ressalvados os casos de:
Autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei (§8º, art. 165, CF);
Segundo Uadi Lammêgo, o objetivo é evitar que se alargue a lei orçamentária mediante colocação de assuntos alheios ao orçamento.

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