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Malária Plasmodium sp Elaine Cruz Universidade Federal do Rio de Janeiro Disciplina de Parasitologia Universidade Federal do Rio de Janeiro Curso de Farmácia Disciplina de Parasitologia Protozoa Filo: Apicomplexa Classe: Sporozoa Subclasse: Coccidia Subordem: Eimeriina Família: Sarcocystidae Gênero: Toxoplasma Haemosporina Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium Organismos unicelulares, eucariotos, que pertencem ao reino protista Protozoários parasitos que dispõem de um complexo apical Heteroxenos com esquizogonia no hospedeiro vertebrado e esporogonia no invertebrado. Transmitidos por insetos hematófagos - Causada por protozoários do gênero Plasmodium Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae Plasmodium ovale - Transmitidos pela picada de mosquitos do gênero Anopheles (fêmeas). Malária Transmissão: -transfusões sangüíneas -transplantes de órgãos -compartilhamento de seringas -congênita Agente causador: Plasmodium P. malariae -África tropical; - Ásia; - América latina. Zonas tropicais e temperadas África tropical (oeste) P. falciparum P. vivax P. ovale Amplamente distribuído, porém irregular Malária Severa Morte Malária Hospedeiro invertebrado mosquito do gênero Anopheles Malária Final dos anos 80 até o fim dos anos 90 1.600 índios Yanomami morreram de malária. Malária Final dos anos 80 até o fim dos anos 90, 1.600 índios Yanomami morreram de malária. Desmatamento Ciclo evolutivo A fêmea do mosquito inocula esporozoíta 1h – invasão dos hepatócitos Criptozoítas – reprodução assexuada, esquizogônico – merozoítas Merozoítas invadem as hemácias Ciclo assexuado eritrocítico esquizogônico – trofozoítas Trofozoíta jovem – Trofozoíto maduro – esquizonte – rompimento da hemácia e liberação de merozoítos (repete-se em ciclos regurares característico da espécie) Aparecimento dos gametócitos nas hemácias macrogametócito Ciclo evolutivo O inseto suga o sangue c/ formas sexuadas Macrogametócito - macrogameta Microgametócito – microgameta Microgameta forma flagelo captam macrogametas – formam zigotos 20 h depois movem-se para a parede intestinas do inseto – oocineto –oocisto Multiplicação esporogênica – esporozoitas (1a divisão meiose, demais por mitose) Mosquitos injetam os esporozoitas no tecido subcutâneo ou diretamente na corrente sangüínea São levados diretamente ao fígado O co-receptor nos esporozoítas que medeiam a invasão = Proteína adesiva relacionada à trombospondina (TRAP) ligam-se à heparan sulfato nos hepatócitos Heparan sulfato de alto peso Passam por vários ciclos antes de romperem os hepatócitos liberando milhares de merozoítas que invadiem novas hemácias dando início á doença Adesão dos esporozoítas aos hepatócitos Organelas secretórias= verde Adesão dos esporozoítas aos Eritrócitos Interação Plasmodium sp - Célula Hospedeira Etapas da entrada do parasito na célula hospedeira Adesão – orientação – formação da junção móvel – Formação vacúolo parasitóforo Malária Na infecção por P. falciparum Liberação de merozoítas Produção de TNF e citocinas pirogênicas Síntese de prostaglandinas Liberação de radicais de oxigênio e NO Fagocitose por macrófagos, ativação de eosinófilos Ativação da expressão de E-selectina, VCAM1, ICAM1, CD36(glicoptns de endotélio) e TSP Marginação eritrocitária em endotélio e placenta Malária Parasita Doença Plasmodium vivax Terçã benigna Plasmodium ovale Terçã benigna Plasmodium malariae Quartã Plasmodium falciparum Terçã maligna Malária Sintomas gerais: • Calafrios • Febre alta • Dores de cabeça e musculares • Náusea, vômitos e diarréia • Esplenomegalia • Delírios Hemácia parasitadas tornam-se mais adesivas entre si e às paredes dos vasos sangüíneos (tromboses e embolias). Gravidez: Aborto, morte neonatal e parto prematuro. Hiperparasitemia Anemia grave Hipertermia Icterícia, Insuficiência renal Dor de cabeça Malária Cerebral – Hemorragias na retina e cérebro Coma e Convulsões Pode ser fatal Malária Grave Incubação: 7-10 dias P. falciparum Patogenia Multiplica-se mais rapidamente que as outras espécies (2-25% das hemácias) - quadro de anemia mais imediato. Malária 10% chance de malária cerebral → responde por 80% de casos letais da doença. Insuficiência renal, necrose tubular, dano hepático P. vivax • Tipo de malária mais branda, raramente mortal, porém mais complicada de ser tratada. Menos de 1% das hemácias • Anorexia, náusea e vômitos • Incubação: 10 a 17 dias Malária • Dano cerebral, renal e hepático por pigmento malárico P. malariae • Incubação: 18 a 40 dias • Não tratadas podem durar 20 anos. • Febre baixa, ataques durante horas Malária P. ovale Mais comum na África tropical superando P. vivax Fase latente Malária Patologia Febre recorrente A malária ou paludismo inicia como uma gripe 8-30 dias após a infecção. Sintomas: febre (com ou sem dor de cabeça, dores musculares, fraqueza, vômitos e diarréia) -Ciclos de febre típicos, tremores, sudorese. A periodicidade dos ciclos depende da espécie do parasita, coincidindo com a multiplicação do parasita e destruição das hemácias – levando a anemia Plasmodium faciparum – febre terçã maligna 36-48h Plasmodium vivax - febre terçã benigna, 48 h Plasmoduim ovale - febre terçã benigna, 48 h Plasmodium malarie – febre quartã 72 A infecção por P. falciparum pode levar a malária severa causando morte do paciente se não tratado Acesso malárico • Coincidente com o final da esquizogonia, é geralmente acompanhado de calafrio e sudorese. • Esta fase dura de 15 minutos a uma hora, sendo seguida por uma fase febril, que pode chegar a atingir 41ºC. • Após um período de duas a seis horas a febre diminui e o paciente apresenta sudorese profusa e fraqueza. Malária Severa Patologia Seqüestro de eritrócitos parasitados na rede capilar • Durante o seu desevolvimento na hemácia, o P. falciparum induz uma série de modificações na superfície da parede da hemácia que permitem a sua adesão a parede dos capilares. • podem levar a obstrução da microcirculação causando anóxia e infartos em órgãos importantes. • São responsáveis pela malária grave ou complicada. Eritrócitos parasitados por P. falciparum O P. falciparum modifica a superfície dos eritrócitos parasitados que passam a apresentar nódulos Ligação de eritrócitos parasitados por P. falciparum com o endotélio e a placenta A adesão protege o parasita da destruição reservada para as células circulantes Eritrócitos infectados Processo mediado pela proteína = P. falciparum erythrocyte surface (PfEMP1) Codificada por grande família de genes Envolvida na variação antigêgica da patogênese A região extracelular d PfEMP1 reconhece uma grande variedade de receptores -Receptores estão envolvidos no roling dos eritrócitos no endotélio (semelhante aos leucócitos) Interação com CD36 e Condroitin sulfato,, ICAM – adesão estável Formação de rosetas é responsável pera patogenia do P. falciparum Formação de rosetas é responsável pela patogenia do P. falciparum Fatores geográficos e sociaisFatores do hospedeiro • Imunidade • Genética •Idade • Gravidez • Acesso ao tratamento • Fatores econômicos e sociais • Estabilidade política • Intensidade da transmissão Gravidade da doença Fatores do parasito • Espécie do parasita •Resistência a drogas • Velocidade de multiplicação • Citoaderência • Formação de rosetas • Poliforfismo antigênico • Variação antigênica •Pigmento malárica A gravidade da doença dependede diversos fatores Diagnóstico Parasitológico (fase aguda) – Esfregaço sanguíneo e gota espessa – Coleta de sangue periférico durante acesso malárico Imunológico (fase aguda e crônica) – Elisa Malária Esquizonte pré-eritrocítico Malária Diferenciação das espécies de Plasmodium Hemácia infectada Aumentada + Grânulos de Schüffner Normal ou reduzida P. vivax ou P. ovale P. malariae ou P. falciparum Malária P. falciparum – trofozoítas Malária Parasita qualquer eritrócito Posição appliqué ou accolé Esquizonte maduro P. falciparum - Esquizonte Malária Esquizonte imaturo Liberam 24 merozoítas P. vivax – trofozoítas Hemácias aumentadas Trofozoíta amebóide Granulações de Schüffner Invade eritrócitos jovens, imaturos Malária P. vivax – esquizontes Malária Citoplasma irregular, vacuolizado P. malariae – trofozoítas Parasita hemácia madura Trofozoíta compacto, em forma de banda ou cesta, com pigmento grosseiro. Malária Cromatina bastante evidente e hemácias menores (3/4) trofozoítas imaturos trofozoítas maduros P. malariae – esquizontes Esquizonte pequeno mas merozoítas grandes (6-12), pigmento grosseiro. Esfregaço espessoEsfregaço delgado Malária P. ovale Glóbulos aumentados, podem estar ovais Borda franjada Podem apresentar granulações de Schüffner Malária trofozoítas imaturos trofozoítas maduros Menores que P. vivax (6-12) e com pigmento mais escuro. Podem apresentar granulações de Schüffner. Malária P. ovale – Esquizonte P. malariae – gametócitos Não apresentam granulações de Schüffner Possuem pigmentos acastanhados Malária P. falciparum Gametócito P. ovale – gametócitos Gametócitos redondos a ovalados com pigmento acastanhado. Eritrócitos de tamanho normal ou pouco aumentado Podem estar ovalados e as vezes com fímbria. Granulações de Schüffner. Malária Número de mortes/ano por malária: entre 1 e 1,5 milhões O risco de aquisição não é uniforme dentro de um mesmo país Malária Epidemiologia Estudos detectaram 33,8% de sorologia positiva em habitantes de zona endêmica urbana na Amazônia brasileira. Malária Eliminação de criadouros do vetor (uso de larvicidas e predadores) Uso de inseticidas Uso de telas nas casas Uso de roupas protetoras principalmente do entardecer ao amanhecer Tratamento eficaz dos casos agudos e crônicos Quimioprofilaxia: viajantes (7 dias antes, até 30 dias depois), grupos de risco Malária - Profilaxia Perspectivas para o controle da doença Vigilância de suscetibilidade dos plasmódios às drogas específicas em uso; Testes clínicos com novos antimaláricos; Controle do Anopheles, incluindo saneamento, utilização de inseticidas e controle biológico; Aplicação de inquéritos soro-epidemiológicos para malária e aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico sorológico. Medidas de prevenção e controle e informação sobre a doença. Malária Malária Tratamento Sintomático Repouso, alívio da febre, dor de cabeça, equilíbrio de fluidos, e transfusão Antimalárico 1) Supressivo: Evitar infecção e sintoma clínico (profilaxia) 2) Terapêutico Erradicar ciclo eritrocítico 3) Cura radical Erradicar ciclo exo-eritrocítico 4) Gametocida Destruir gametócito para evitar transmissão do mosquito Exs: Cloroquina = 1 e 2 Primaquina = 3 e 4 Por 300 anos foi o único fármaco utilizado no tratamento. Alcalóide extraído da casca da cinchona. Derivados de quinolina Cloroquina Quinina Mefloquina Primaquina Fármacos que ligam a ferriprotoporfirina Malária Inibidores da síntese do ácido fólico Inibição da síntese do ácido fólico Sulfametoxazol Trimetoprim Pirimetamina Sulfadoxina Artemisinina Inibe geração de radicais livres Malária Quimioprofilaxia • Indicada somente para viajantes internacionais e grupos especiais. • é realizada principalmente com a mefloquina. • O tratamento deve ser iniciado uma semana antes da entrada na zona endêmica. • A cloroquina foi tão usada para isso que já chegou a ser veiculada com o sal em certas regiões. Resistência aos fármacos antimaláricos Resistência no Plasmodium • Bombas de efluxo • Mutação no alvo terapêutico Ex.: Diidrofolato redutase, Timidilato sintase Malária Fim