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Gramática Aplicada da Língua Portuguesa Unidade III

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7 NORMA CULTA
A norma culta é uma dentre várias outras normas de uso da língua. No entanto, ela foi a escolhida 
como padrão de uso da língua e por isso devemos aprendê-la para que sejamos inseridos na sociedade. 
Iremos, então, nesta unidade, tratar de questões relacionadas à gramática do padrão ou ao que se 
denomina norma culta.
Como vimos na unidade I, precisamos pensar em gramática no sentido plural, pois vimos que há a 
variedade no que diz respeito ao uso efetivo da língua, todavia, há uma seleção de norma como padrão, 
aquela considerada de prestígio social, como já dito anteriormente. Esse padrão segue determinadas regras, 
daí chamarmos essa gramática de normativa. São essas regras que veremos a seguir.
7.1 Estudo gramatical: uso da norma culta na expressão escrita do texto
A luta que enfrentamos com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, não 
apresentamos dificuldades em nos expressarmos por meio da fala coloquial. Os problemas começam a 
surgir quando temos necessidade de nos expressar formalmente e se agravam no momento de produzir 
um texto escrito.
Quando a interação verbal realiza-se face a face, o falante tem domínio sobre a situação comunicativa, 
o que facilita a produção oral. No processo de interação, o interlocutor pode intervir, solicitando 
esclarecimentos, por exemplo, ou pode até tomar o turno e mudar o curso da conversação.
Além dos recursos linguísticos, nesse tipo de comunicação o falante tem a possibilidade de utilizar 
elementos paralinguísticos, como gestos ou expressões faciais. Já na comunicação escrita, tais recursos 
terão de ser supridos por outros, próprios desse tipo de uso da língua, como, por exemplo, a pontuação.
Entretanto, não basta apenas traduzir o que foi expresso em língua oral por sinais gráficos, é preciso 
dominar a modalidade escrita para que o texto seja eficiente e cumpra a finalidade comunicativa.
Assim, não basta saber que escrever é diferente de falar. Além de ser necessário preocupar-se com a 
constituição de um discurso, entendido como um ato de linguagem que representa uma interação entre 
o produtor do texto e seu interlocutor, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade 
para a qual o texto foi produzido.
Para formalizar esse discurso em língua escrita, é ainda preciso considerar que a escrita tem normas 
próprias, tais como regras de ortografia – que, evidentemente, não é marcada na fala –, de pontuação, 
de concordância, de uso de tempos verbais etc.
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Dentre os inúmeros casos de desvios da norma culta que mais comumente aparecem nos 
textos escritos, selecionamos alguns que consideramos influenciar negativamente aquelas que 
são tidas como qualidades de um “bom” texto: a correção, a clareza e a concisão.
Emprego dos pronomes de tratamento, demonstrativos e possessivos
Um dos problemas apresentados no texto escrito é o uso adequado de pronomes. Trataremos, 
portanto, desse assunto neste item.
Pronomes de tratamento
Quando se trata de concordância, os pronomes de tratamento têm suas peculiaridades. Por exemplo, 
pronomes que correspondem à segunda pessoa, como “vós”, fazem a concordância na terceira pessoa: 
Vossa Senhoria receberá (e não recebereis) os documentos ainda hoje.
O uso de sua e vossa.
Usa-se vossa quando estamos falando diretamente com a pessoa e sua quando falamos da 
pessoa.
Exemplo:
Lembrem-se dos pedidos que Sua Excelência fez antes de partir.
Vossa Excelência, conte-nos as novidades.
Quadro de pronomes de tratamento:
Quadro 5
Pronome Abreviatura Usado para
Você V. Tratamento familiar
Senhor (a) Sr. ou Sra.
No tratamento respeitoso às 
pessoas que se mantém um certo 
distanciamento.
Vossa Senhoria V.S.ª
Pessoas de cerimônia, 
principalmente em 
correspondências comerciais.
Vossa Excelência V.Ex.ª Altas autoridades: presidentes da República, senadores, deputados. 
Vossa Eminência V.Em.ª Cardeais
Vossa Alteza V.A. Príncipes e duques
Vossa Santidade V.S O Papa
Vossa Majestade V.M. Reis e rainhas
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Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos são usados sempre em textos produzidos por usuários da língua 
pertencentes a todos os níveis socioeconômicos e também são bastante usados em nossas conversas 
cotidianas. Entretanto, em sua utilização, tais usuários não o fazem em conformidade com as 
recomendações da gramática normativa.
Para entender os critérios de uso do pronome demonstrativo, atente para o que se segue:
Quadro 6
Pronomes Espaço (lugar) Tempo No texto
Este, esta, isto Aqui Presente Apresentam um elemento
Esse, essa, isso Aí Passado recente ou futuro Retomam um elemento
Aquele, aquela, 
aquilo Ali, lá, acolá Passado remoto -o-
O pronome demonstrativo tem duas funções ou dois empregos distintos:
a. Na função pragmática (ou de uso de acordo com o contexto situacional), seu emprego envolve a 
relação dêitica, assim como ocorre com os advérbios pronominais – aqui para 1ª pessoa, aí para 2ª 
pessoa e ali para a 3ª pessoa do discurso. Então:
• emprego de “este” equivale, situacionalmente, ao de “aqui”;
• o emprego de “esse”, ao de “aí”;
• e o emprego de “aquele”, ao de “ali”.
Observe o exemplo:
A empregada pergunta à patroa:
–Onde ponho as roupas passadas?
E a mulher responde:
–Ponha lá na cadeira.
Em relação a essa primeira função, os demonstrativos também indicam proximidade ou distanciamento 
temporal. Assim, usamos “este, esta, isto” para representar o tempo presente; “esse, essa, isso”, para o 
passado recente ou para o futuro; “aquele, aquela, aquilo”, para o passado remoto. O grande problema 
é distinguir o passado recente do remoto, pois duas pessoas podem ter interpretações diferentes para 
a mesma frase.
Obs.: quando o verbo estiver conjugado no pretérito imperfeito do indicativo (dançava, 
comia, dormia), usa-se aquele, aquela, aquilo; com o pretérito perfeito do indicativo (dancei, 
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comi, dormi) é uma questão de estilo: aquele que julgar que está se referindo ao passado recente 
usará esse, essa, isso e aquele que julgar que está se referindo ao passado distante usará aquele, 
aquela, aquilo.
Exemplos:
Essa noite dormi mal.
Essa noite vou sair.
Naquele tempo, os filhos das classes abastadas iam estudar em Portugal.
b. A segunda função do demonstrativo é chamada textual ou sintática. O pronome demonstrativo, 
na função sintática, refere-se ao que já foi dito (anafórico) ou ao que ainda vai ser dito num texto 
(catafórico).
• “Este”, quando empregado sozinho e sem oposição, se refere ao que ainda vai ser dito no texto:
O lema da Revolução Francesa é este: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
• “Esse” é sempre empregado sozinho, sem oposição, e refere-se sempre ao que já foi dito no 
texto:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade – esse é o lema da Revolução Francesa.
• “Aquele” é empregado unicamente em oposição a este e sempre em referência ao que já foi dito 
no texto:
Pedro estuda e Maria se diverte. Aquele passará no vestibular, mas esta ficará reprovada.
Veja o esquema abaixo:
1º termo 2º termo este aquele
Figura 9
 Observação
Repare que nunca se deve dizer esse em oposição a aquele.
Na língua em uso há exceções, como formas já cristalizadas na língua – isto é, por isso, posto isso 
– que nuncasão usadas como isso é, por isto, posto isto.
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 Lembrete
São considerados demonstrativos o, a, os, as e tal. As formas o, a, os e as são demonstrativos quando 
precedem as formas “que” e “de”. A forma tal é considerada como demonstrativo quando estiver 
substituindo as formas “esse(a)”, “isso”, “aquele(a)”, “aquilo”.
Pronomes possessivos
São aqueles que se referem às pessoas gramaticais e dão a ideia de posse.
Quadro 7
Pessoa do discurso Pronome possessivo
1ª pessoa singular Meu, minha, meus, minhas
2ª pessoa singular Teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa singular Seu, sua, seus, suas
1ª pessoa plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2ª pessoa plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3ª pessoa plural Seu, sua, suas, suas
Há casos em que o uso dos pronomes possessivos causa ambiguidade, como, por exemplo, em:
Renato encontrou Joana e seu amigo na festa.
O pronome “seu” pode se referir a Renato ou a Joana.
Nesse caso, é melhor o uso de “dele” ou “dela” para evitar ambiguidade.
Além de posse, ao serem utilizados, os pronomes possessivos podem:
Indicar proximidade, intimidade:
Exemplo:
Ele deve ter seus motivos para essa decisão.
Indicar afeto ou cortesia.
Exemplos:
Minha senhora, não foi isso que eu disse.
Meu filho, preste atenção!
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Colocação dos pronomes átonos
Uma das dúvidas constantes no texto escrito é a colocação dos pronomes átonos me, te, se, o, a, lhe, 
nos, vos, os, as e lhes.
Quando colocamos esse pronome depois do verbo, isso é denominado ênclise, se o colocamos antes 
do verbo, próclise e caso fique no meio, mesóclise.
Atente para os exemplos:
Vou-me embora daqui. (ênclise)
Nunca se viu tanto entusiasmo. (próclise)
Dar-te-ei uma resposta amanhã. (mesóclise)
Pela norma culta, não se inicia oração com pronome oblíquo, por isso é necessário que haja algum 
outro termo que o aproxime.
Vejamos, de acordo com a gramática normativa, as regras de colocação pronominal.
Próclise
Usa-se a próclise:
1. Em orações subordinadas:
O professor pediu que o aluno se comportasse. (substantiva objetiva direta)
Seria difícil identificar o estado em que se encontrava. (adjetiva restritiva)
Desci pelas escadas do sétimo andar, logo que o zelador do prédio me comunicou, pelo telefone, 
o acontecimento. (adverbial temporal)
2. Com adjunto adverbial, sem pausa:
Naquela época se encontrava em sua casa uma visita ilustre.
Ele sempre nos diz as mesmas coisas.
Obs.: havendo pausa, não haverá próclise.
3. Oração iniciada por palavras interrogativa ou exclamativa:
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Quem te fez isso?
Como se encantou!
4. Junto de palavra de sentido negativo (não, nada, nem, nunca...):
Nunca o vi tão feliz!
5. Junto de pronomes (relativos: que, quais, qual, onde etc.; indefinidos: alguém, muitos, todos, 
poucos etc.; e demonstrativos: este, esta, aquele, aquilo...): 
Alguns me deram apoio.
Este é o sujeito de quem lhe falei.
Essa notícia me deixou surpresa.
6. Com o verbo no infinitivo precedido de preposição:
Até se darem conta do ocorrido, passou muito tempo. (infinitivo)
7. Com o verbo no gerúndio, precedido da preposição em:
Em se falando do assunto, diga o que sabe.
Obs.: Se gerúndio não for precedido de em, deve ocorrer ênclise.
8. Em orações que exprimem desejo:
Os anjos te acompanhem!
9. Com conjunções (que, quando, embora, se, como...):
Espero que nos entendamos.
Mesóclise
A mesóclise é usada quando não houver nenhum caso que solicite a próclise e caso o verbo esteja 
no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Embora não vejamos tanto esse uso em textos 
jornalísticos, por exemplo, em textos científicos esse uso é comum devido ao grau de formalidade 
exigido.
Coloca-se, portanto, o pronome no meio do verbo: (1) quando o verbo estiver no futuro; (2) quando 
iniciar a frase; e (3) quando antes dele não houver palavra atrativa:
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Far-me-ia um favor?
Falar-se-á do assunto amanhã.
Encontrar-nos-íamos no clube ontem à noite.
Ênclise
São, portanto, casos de ênclise:
1. Início da oração ou período:
Contei-lhe toda a verdade quando conversamos.
Obs.: na linguagem informal falada ou escrita, contudo, é comum iniciar a oração com pronome 
oblíquo átono. A próclise ou a ênclise em início de oração dependerá do tipo de linguagem que a 
situação e o contexto recomendam: formal ou informal, falada ou escrita.
Me diga aí qual foi o resultado do jogo.
2. Com verbo no imperativo:
Faça-me um favor.
3. Com verbo no gerúndio sem a preposição em:
Olhando-me fixamente, contou toda a verdade.
4. Com verbo no infinitivo não flexionado: 
Eu prometi entregar-lhe os documentos logo.
Uso dos tempos verbais do pretérito: imperfeito, perfeito e mais que perfeito
O pretérito imperfeito é empregado:
a. Para expressar um fato passado, não concluído.
Exemplo:
A testemunha reconhecia o réu, mas não pode denunciá-lo.
b. Para indicar um fato habitual.
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Exemplos:
Ele estudava de duas a quatro horas por dia.
Nós escrevíamos apenas o necessário.
c. Com valor de outros tempos:
Presente do indicativo (atenuação de pedidos)
Exemplos:
Eu queria um livro de receitas.
Eu desejava saber se esse carro está à venda.
O pretérito perfeito é empregado:
a. Para indicar um fato passado concluído.
Exemplos:
Ele jogou uma ótima partida.
Acordei cedo e fui ao mercado.
Renata comeu todo o bolo de chocolate.
O pretérito mais que perfeito é empregado:
a. Para expressar um fato passado anterior a outro acontecimento passado.
Exemplo:
Ele finalmente comprou o carro, o mesmo que desejara durante tempos.
b. Em orações optativas (que expressem desejo).
Exemplo:
Pudera eu conseguir atingir minhas metas.
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Concordância nominal
Na produção oral, é comum desvios de concordância que, pela gramática do padrão culto, são 
considerados erros.
Em textos formais, esse tipo de erro gera má impressão no leitor mais exigente.
Selecionamos a seguir alguns casos para estudar neste tópico:
a. As expressões é bom, é necessário, é proibido
As expressões formadas de verbo ser mais um adjetivo não variam. Entretanto, se o sujeito vier 
antecedido de artigo (ou palavra equivalente), a concordância será obrigatória.
Veja:
A comida caseira é boa. Comida caseira é bom.
Pela norma culta, quando a intenção é generalizar, prevalece o masculino no uso de expressões 
como é bom, é proibido, é permitido etc.
Não é permitido entrada. Não é permitida a entrada.
b. Anexo, incluso, obrigado(a), próprio(a), mesmo(a)
São palavras adjetivas; devem, portanto, concordar com o nome a que se referem.
Veja, em:
“As pessoas pensam em si mesmas”, o pronome adjetivo mesmas concorda com o substantivo 
pessoas.
Observe outros exemplos:
Seguem anexos os acórdãos.
A procuração está apensa aos autos.
Os documentos estão inclusos no processo.
Obrigado, disse o rapaz.
Obrigada, respondeu a menina.
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Elas próprias resolveram os exercícios.
Eles próprios resolveram a questão.
Observação:
A expressão “em anexo” é invariável.
Exemplo:
Em anexo segue a procuração
Em anexo segue o despacho.
c. Meio
A palavra meio pode ter a função de numeral ou de advérbio.
Assim, temos as seguintes condições:
1. “Meio” como numeral varia e concorda com o termo a que se refere.
Exemplo:
Tomou meio prato de sopa. (numeral)
Comi meia torta sozinha. (numeral)
2. “Meio” como advérbio é invariável.
Exemplo:
Estou meio confusa com tudo isso.
Meu pai anda meio estressado.
d. Só
1. “Só” como sinônimo de “sozinho/sozinha” é variável.
Exemplo:
Ela sentia-se só naquele lugar.
As crianças ficaram sós na casa.
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2. Quando só significa apenas/somente, torna-se invariável.
Exemplo:
Depois de tudo que aconteceu só restaram lágrimas.
O menino queria comer só a sobremesa.
Observação
A locução adverbial “a sós” é invariável.
Exemplo:
Ficamos a sós naquela sala.
Concordância verbal
Observe este trecho da letra de “Música urbana”, do Capital Inicial. Nela, há um verbo que nem 
sempre é flexionado corretamente:
Tudo errado, mas tudo bem.
Tudo quase sempre como
eu sempre quis.
Sai da minha frente, que
agora eu quero ver.
Não me importam
os seus atos
eu não sou mais
um desesperado.
Se eu ando por
ruas quase escuras
as ruas passam
(LEMOS, 1986)
O verbo “importar” está flexionado de acordo com o sujeito “os seus atos”, conforme prescreve 
a norma culta. Entretanto, na língua falada, principalmente no cotidiano, esse verbo nem sempre é 
flexionado, permanecendo no singular.
Sujeito simples e concordância verbal
De acordo com a norma culta, o verbo deve concordar com a pessoa expressa pelo sujeito. Essa 
é a regra geral, principalmente quando se trata de sujeito simples, mesmo que este seja posposto ao 
verbo.
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Exemplos:
O povo protestou.
Os revoltados protestaram.
Sumiu um documento.
Sumiram vários documentos.
Sujeito composto antes do verbo
a. O verbo flexiona e passa para o plural
Exemplo:
Pedro e João são meus amigos.
b. O verbo poderá ficar no singular:
–Se os núcleos do sujeito forem sinônimos.
Exemplos: 
A honestidade e a decência são virtudes de um ser humano.
–Quando os núcleos formam uma gradação.
Exemplo: 
A dor, a tristeza, o desespero levou-a àquela atitude.
–Quando os núcleos aparecem resumidos por tudo, nada, ninguém.
Exemplos: 
Professores, alunos, coordenador, ninguém sabia o que acontecera.
A dificuldade de trabalho, a falta de dinheiro, as dificuldades pessoais, nada o desanimava naquele 
momento.
Sujeito composto posposto ao verbo
a. O verbo flexiona para o plural.
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Exemplos:
Chegaram à festa os pais e os irmãos da aniversariante.
Sumiram do cofre o documento e a joia de estimação.
b. O verbo concorda com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
Chegou à reunião o chefe e os subordinados.
Sujeito composto de pessoas diferentes
a. A 1ª pessoa do plural prevalece sobre o singular e o verbo flexiona para o plural.
Exemplos:
Bruna e eu sairemos amanhã.
Meus amigos e eu nos divertimos muito.
b. Se o sujeito for formado de segunda e terceira pessoas do singular, o verbo pode flexionar para a 
2ª ou a 3ª pessoa do plural.
Exemplos:
Tu e ele recebereis o prêmio.
Tu e tua companheira conhecerão muitos lugares diferentes.
Núcleos do sujeito ligados por “ou”
a. Quando há ideia de exclusão ou retificação, o verbo fica no singular ou concorda com o núcleo do 
sujeito mais próximo.
Exemplos:
Pedro ou Paulo será o nosso novo professor.
O corrupto ou os corruptos serão indiciados pela justiça federal.
b. Não havendo ideia de exclusão, o verbo flexiona para o plural.
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Exemplos:
Frutas ou legumes são fontes de vitamina.
Núcleos do sujeito ligados por com
O verbo flexiona para o plural, mas admite-se o singular quando se quer destacar o primeiro núcleo 
do sujeito.
Exemplos:
O engenheiro com o auxiliar concluíram a obra.
O engenheiro com o auxiliar concluiu a obra.
Sujeito coletivo
Quando o sujeito é um coletivo, o verbo concorda com ele.
Exemplo:
A multidão implorava a renúncia do presidente.
Os bandos seguiam pela trilha.
Observação: se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
Exemplo:
A equipe de trabalhadores da prefeitura escavou todo o terreno.
A equipe de trabalhadores da prefeitura escavaram todo o terreno.
Sujeito é substantivo que só tem plural.
Quando o sujeito é um substantivo usado somente no plural, há duas possibilidades:
a. Se o substantivo não vier precedido de artigo fica no singular.
Exemplo:
Minas Gerais é uma das regiões ricas em beleza natural.
b. Se o substantivo for precedido de artigo, o verbo vai para o plural.
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Exemplo:
As Minas Gerais são fontes de beleza natural do país.
Sujeito é um pronome de tratamento
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai para a 3ª pessoa.
Exemplos:
Vossa Senhoria receberá a proposta por escrito.
Vossas Excelências receberão todas as informações.
Sujeito são os pronomes relativos que e quem
a. Se o sujeito for o pronome relativo “que”, o verbo concordará em número e pessoa com o 
antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu que dei a notícia a ele.
Fomos nós que contamos a verdade ao diretor.
b. Se o sujeito for o pronome quem, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Sou em quem fará o exame.
Fomos nós quem recebeu a notícia.
Observação: no uso coloquial da língua, é comum o verbo concordar com o antecedente do pronome 
quem.
Exemplo:
Não fui eu quem fiz a lei.
O sujeito é uma oração
Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
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Exemplos:
Ainda falta comprar vários livros.
Não adianta vocês ficarem parados na fila.
Sujeitos com verbos no infinitivo como núcleo
O verbo flexiona para o plural se os infinitivos forem determinados por artigos. Caso os infinitivos 
não sejam determinados, o verbo poderá flexionar no singular.
Exemplos:
Comer bem e fazer exercício é uma ótima escolha.
O viver e o sonhar são necessários ao ser humano.
Verbo com a partícula apassivadora se
O verbo normalmente concorda com o sujeito.
Exemplos:
Aluga-se um quarto.
Vendem-se objetos usados.
Verbo com índice de indeterminação do sujeito
O verbo permanece na 3ª pessoa do singular e a partícula se está ligada a um verbo transitivo 
indireto ou intransitivo.
Exemplos:
Necessita-se de esclarecimentos.
Vive-se bem em São Paulo.
Sujeito formado por expressões
• Um ou outro
O verbo concorda no singular com o sujeito.
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Exemplos:
Um ou outro presente manifestou sua opinião.
Um ou outro conseguiu responder todo o questionário.
• Um e outro, nem um nem outro, nem... nem...
O verbo concorda preferencialmente no plural.
Exemplos:
Um e outro manifestante gritavam palavras de ordem.
Nem um nem outro aceitaram o convite.
• Um dos que, uma das que
O verbo vai, de preferência, para o plural.
Exemplo:
Aquele menino é um dos que tumultuam a aula.
• Mais de, menos de
O verbo concorda com o numeral a que se refere.
Exemplos:
Mais de uma pessoa contou-me essa história.
Mais de mil pessoas participaram da manifestação.
• A maior parte de, grande número de
Nessas expressões seguidas de substantivos ou pronome no plural, o verbo flexiona para o singular 
ou para o plural.
Exemplos:
Grande número de pessoas manifestou-se contra o candidato.
A maioria dos eleitores foram às urnas.
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• Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós
O verbo concordará com os pronomes nós ou vós ou pode concordar na 3ª pessoa do plural.
Exemplos:
Alguns de nós fizeram tudo certo.
Muitos de nós recebemos elogios do chefe.
Observação:
Se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará na 3ª pessoa do 
singular.
Exemplo:
Nenhum de nós é vítima da situação.
• Haja vista
Podem ocorrer as seguintes concordâncias:
– A expressão fica invariável.
Exemplos:
Haja vista aos documentos do inquérito. (atente-se)
Haja vista os últimos prêmios recebidos pela equipe. (por exemplo)
�– A expressão vai para o plural.
Exemplo:
Hajam vista as mudanças ocorridas na empresa. (vejam-se)
Concordância dos verbos dar, soar, bater
Esses verbos concordam regularmente com o sujeito, a não ser que sejam usadas outras palavras 
como sujeito.
Exemplos:
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Batiam duas horas no relógio da sala.
Deu três horas e não havia notícia dele.
O relógio bateu dez horas.
Concordância dos verbos impessoais
Ficam na 3ª pessoa do singular, pois não possuem sujeito.
Exemplo:
Havia dez anos que tudo acontecera.
Ventava bastante naquela tarde.
Faz cinco anos que não a vejo.
Observação:
Quando acompanhado de verbo auxiliar, esse fica invariável na 3ª pessoa do singular.
Exemplo:
Devia fazer quatro meses que não nos falávamos.
Verbos que exprimem fenômenos da natureza usados em sentido figurado deixam de ser impessoais.
Exemplo:
Choviam pétalas de rosa do teto da igreja.
No uso coloquial da língua, é comum usar o verbo ter como impessoal no lugar de haver ou existir.
Exemplo:
Tem três dias que não como direito.
Concordância do verbo ser
O verbo ser ora concorda com o sujeito, ora concorda com o predicativo.
Quando o sujeito for o pronome que ou quem, o verbo ser concordará obrigatoriamente com o 
predicativo.
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Exemplos:
Que são tristezas? Quem foram os culpados?
O verbo ser concordará com o numeral na indicação de tempo, dias e distância.
Exemplos:
É uma hora daqui até o local.
São oito horas da manhã.
Quando o sujeito for os pronomes tudo, o, isso, aquilo, isto o verbo ser concorda, preferencialmente, 
com o predicativo, mas poderá concordar com o sujeito.
Exemplo:
Tudo são rumores.
Tudo é tristeza.
Quando aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante, o verbo ser fica no singular, quando 
indicar quantidade, distância, medida.
Exemplo:
Cem reais é pouco para pagarmos a dívida.
Dois quilos de farinha é mais que suficiente.
Concordância do verbo parecer
O verbo parecer, antes de infinitivos, admite duas concordâncias:
• O verbo parecer se flexiona e o infinitivo não varia.
Exemplo: 
As estruturas da obra pareciam ruir.
• Não varia o verbo parecer e o infinitivo é flexionado.
Exemplo: 
Os presentes à reunião parecia concordarem com a decisão do síndico.
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• O verbo parecer concordará no singular, usando-se oração desenvolvida. 
Exemplo: 
As frutas parece que estão estragadas.
 Saiba mais
Veja o site: <http://www.klickeducacao.com.br/2006/materia/21/display/
0,5912,POR-21-98-861-,00.html>. Acesso em: 24 mai. 2011.
Constituintes da frase
Você já deve ter estudado a estrutura da frase em suas aulas de gramática. A análise sintática é a parte 
da gramática que se ocupa da estrutura da frase, procurando demonstrar como as palavras se organizam a 
fim de formarem enunciados portadores de sentido. Nossa intenção aqui não é a de retomar o estudo da 
análise sintática com a terminologia específica (sujeito, predicado, objeto direto etc.), embora entendamos 
que esse estudo seja fundamental para o conhecimento da estrutura da frase.
Neste item, procuraremos mostrar como a estruturação de uma frase pode contribuir (ou não) para 
a clareza e precisão do texto.
Colocação ou ordem dos termos na oração
Organizar as ideias de modo a ter sentido, com coesão e coerência, é uma dificuldade que tem se tornado 
muito presente na realidade dos alunos, pois é preciso ter um conhecimento básico da estrutura da língua 
para se obter sucesso, o que normalmente não ocorre com eles ao elaborarem um texto escrito.
Hoje em dia, é uma queixa comum dos professores que os alunos não constroem textos que expressem 
suas ideias de forma clara, isso devido à deficiência no uso de elementos linguísticos de forma adequada, 
o que torna o texto muitas vezes confuso, incoerente e sem a transmissão de um pensamento lógico.
Infelizmente, essa é a realidade que nos cerca atualmente. Então, vamos recordar os conceitos de 
frase, oração e período:
Frase – todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação. Podem ser nominais 
ou verbais.
Oração – enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal.
Período – constitui-se de uma ou mais orações. Podem ser simples ou compostos.
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Observe que, embora possam existir frases sem verbo (frase nominal), a frase sintaticamente estruturada 
é aquela que apresenta verbo e em torno do qual se agrupam outros termos: o sujeito que com ele estará 
concordando, os complementos do verbo, termos que acrescentam informações acessórias etc.
Há frases simples (aquelas formadas por uma única oração) e frases complexas (aquelas formadas 
por várias orações). Nas frases simples, costumamos dispor os termos na seguinte ordem: sujeito, verbo, 
complemento do verbo e adjuntos adverbiais. É a chamada ordem direta.
Embora a ordem direta seja natural, nada impede que se altere a disposição dos elementos na frase. 
Quando isso ocorre, temos a ordem inversa.
Observe como a disposição dos elementos da frase pode ser alterada:
O ser humano é o único animal inteligente na face da Terra.
O único animal inteligente na face da Terra é o ser humano.
Mas, se a ordem natural dos elementos da frase é a ordem direta, por que razão empregaríamos a 
ordem inversa?
A resposta é bem simples: por uma questão de estilo.
Essa inversão na disposição dos elementos constituintes da frase marca a ênfase que se quer dar a 
um determinado elemento, que é deslocado para o início da oração. Esse procedimento denomina-se 
topicalização e isso ocorre devido às intenções na situação comunicativa de se colocarem destaque um 
constituinte da oração.
O fato é comum na língua oral, como quando, por exemplo, um falante diz: “Seu filho mais velho eu 
vi hoje na praia. Estava muito bem acompanhado. De bobo ele não tem nada”.
Observe como funciona:
O governo Lula e o presidente em pessoa tiveram na quinta–feira o seu melhor momento desde a 
reeleição. (O Estado de São Paulo, 17 de mar. 2007. A3)
Tiveram, na quinta-feira, o seu melhor momento desde a reeleição o governo Lula e o presidente 
em pessoa.
O seu melhor momento desde a reeleição o governo Lula e o presidente em pessoa tiveram na 
quinta-feira.
Essas três frases trazem a mesma informação. No entanto, dependendo da ordem em que se dispõem 
os termos, damos maior relevância a um em relação a outro.
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No primeiro exemplo, a utilização da ordem direta confere maior relevância ao sujeito “o 
governo Lula e o presidente em pessoa”. No segundo, a ênfase recai na ação expressa pelo 
verbo. No terceiro, a antecipação do objeto direto para o início da frase confere destaque a esse 
elemento.
A opção por uma construção na voz passiva ou na ativa está também relacionada ao 
destaque que se quer dar a algum elemento da frase: o agente, o paciente ou a própria ação 
verbal. Veja:
Provinha já é adotada por 4 estados. (O Estado de São Paulo, 17 de mar. 2007. A24)
4 estados já adotam a Provinha.
No primeiro exemplo, a construção na voz passiva dá maior relevância ao objeto da adoção (a 
Provinha que foi adotada), que na frase funciona como sujeito.
Já no segundo exemplo, a construção na voz ativa dá maior relevância aos agentes da adoção (os 
quatro estados, aqueles que adotaram), que na frase funcionam como sujeito.
Quando se opta pela voz passiva sintética (verbo transitivo mais o pronome apassivador se), a ênfase 
recai sobre a própria ação verbal. Observe:
Consertam-se sapatos.
Aluga-se casa na praia.
Vendem-se apartamentos.
Grafia das palavras
A grafia é uma representação dos sons, por isso ela é uma convenção social.
Enquanto a pronúncia das palavras pode sofrer variação (de acordo com fatores externos que 
influenciam essas alterações, conforme visto na unidade anterior), a grafia padroniza a forma de 
escrevê-las.
Para que essa padronização ocorra, há uma convenção estabelecida por instituições que normatizam 
o uso da língua. É o caso, por exemplo, da Academia Brasileira de Letras.
Não podemos nos esquecer, entretanto, que a língua portuguesa não é nossa, dos brasileiros, há 
outros países que a utilizam como língua oficial. Esses países são Portugal, Angola, Moçambique, Cabo 
Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Esses países participaram do que se denomina Novo Acordo Ortográfico, assinado em 1990 por seus 
representantes e que deve estar em vigor até janeiro de 2013.
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Vale ressaltar que o último país a assinar o Novo Acordo foi Portugal e o objetivo desse acordo é 
unificar a ortografia da língua portuguesa, a qual atualmente é o único idioma do ocidente com duas 
grafias oficiais, a do Brasil e a de Portugal.
Com o Acordo, estima-se que 98% das diferenças sejam resolvidas. Quanto às alterações 
na escrita, para o Brasil, elas representam em torno de 0,5%, ao passo que, para Portugal, elas 
correspondem a 1,6%.
Chamamos de Novo Acordo porque já houve outros acordos em relação à ortografia e, para situar 
você, caro aluno, nesse contexto, passamos a fazer uma breve retrospectiva.
Em 1907, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elaborou um projeto de reformulação ortográfica 
com base na ortografia nacional (1904) que foi oficializado por Portugal em 1911.
Em 1915, a ABL aprovou a proposta do projeto, ajustando-o aos padrões do Brasil. Todavia, em 1919 
a Academia voltou atrás e revogou o projeto de 1907, não havendo reforma.
O primeiro Acordo Ortográfico, de iniciativa da ABL, data de 1931. Ele foi também aprovado 
pela Academia das Ciências de Lisboa, em Portugal. O governo brasileiro oficializou tal acordo em 
1931.
Em 1934, a Constituição brasileira revogou o acordo de 1931 e estabeleceu a volta das regras 
ortográficas de 1891, como, por exemplo, a grafia de pharmácia ou mesmo da palavra ortographia.
Em 1943, uma convenção luso-brasileira retoma o acordo de 1931, com pequenas modificações.
No ano de 1945, as normas do novo acordo ortográfico passam a vigorar em Portugal, enquanto no 
Brasil manteve-se a ortografia de 1943.
Em 1971, um decreto do governo brasileiro altera algumas regras da ortografia de 1943. É o caso, por 
exemplo, de palavras como saudade, antes grafada saüdade, ou de palavras como sòmente, cujo acento 
diferencial marcava a pronúncia fechada ou aberta da vogal.
Houve uma reunião no Brasil de países que compõem a CPLP (Comunidade dos Países de Língua 
Portuguesa), os quais correspondem aos oito países que têm a língua portuguesa como língua oficial. 
Dessa reunião resultaram as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa, de 1945, 
que nunca foram implantadas.
Em 1975, tanto a Academia Brasileira quanto a de Portugal elaboraram um texto com a 
finalidade de diminuírem-se as divergências dos acordos de 1943 e 1945, privilegiando-se 
este último, todavia, esse texto não se oficializou devido à situação política por que passava 
Portugal.
Em 1990, nova reunião é realizada, dessa vez em Portugal, da qual resultou o Novo Acordo Ortográfico 
da Língua Portuguesa, previsto para entrar em vigor em janeiro de 1994.
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É esse acordo que tem previsão de ser implantado totalmente até janeiro de 2013 e, para tanto, a 
sociedade deve se adequar às novas regras estabelecidas para a grafia das palavras.
Apresentamos, então, os principais pontos desse acordo:
Quadro 8
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Alfabeto
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O alfabeto é agora formado por 26 
letras.
O “k”, “w” e “y” não eram consideradas 
letras do nosso alfabeto.
Essas letras serão usadas em siglas, 
símbolos, nomes próprios, palavras 
estrangeiras e seus derivados. Exemplos: 
km, watt, Byron, byroniano.
Trema
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o trema em língua 
portuguesa. Apenas em casos de 
nomes próprios e seus derivados, por 
exemplo: Müller, mülleriano.
Agüentar, conseqüência, cinqüenta, 
qüinqüênio, frqüência, freqüente, 
eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, 
pingüim, tranqüilo, linguiça.
Aguentar, consequência, cinquenta, 
quinquênio, frequência, frequente, 
eloquência, eloquente, arguição, delinquir, 
pinguim, tranquilo, linguiça.
Acentuação
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Ditongos abertos (ei, oi) não são mais 
acentuados em palavras paroxítonas.
Assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, 
panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, 
jibóia, apóio, heróico, paranóico.
Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, 
panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, 
jiboia, apoio, heroico, paranoico.
Obs.: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
Obs. 2: o acento no ditongo aberto “eu” continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hiato “oo” não é mais acentuado. Enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo.
Enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, 
abençoo, povoo.
O hiato “ee” não é mais acentuado. Crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem.
Creem, deem, leem, veem, descreem, 
releem, reveem.Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o acento diferencial 
em palavras homógrafas.
Pára (verbo), péla (substantivo e verbo), 
pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra 
(substantivo), pólo (substantivo).
Para (verbo), pela (substantivo e verbo), 
pelo (substantivo), pera (substantivo), 
pera (substantivo), polo (substantivo).
Obs.: o acento diferencial ainda permanece no verbo “poder” (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo – “pôde”) e no verbo 
“pôr” para diferenciar da preposição “por”.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não se acentua mais a letra “u” nas 
formas verbais rizotônicas, quando 
precedido de “g” ou “q” e antes de “e” 
ou “i” (gue, que, gui, qui).
Argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, 
enxagúemos, obliqúe
Argui, apazigue,averigue, enxague, 
ensaguemos, oblique.
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Não se acentua mais “i” e “u” tônicos 
em paroxítonas quando precedidos de 
ditongo.
Baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, 
feiúme
Baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, 
feiume.
Hífen
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em 
palavras formadas de prefixos (ou 
falsos prefixos) terminados em vogal + 
palavras iniciadas por “r” ou “s”, sendo 
que essas devem ser dobradas.
Ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, 
anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, 
arqui-rivalidae, auto-regulamentação, 
auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, 
contra-senha, extra-regimento, 
extra-sístole, extra-seco, infra-som, 
ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, 
supra-renal, supra-sensível.
Antessala, antessacristia, autorretrato, 
antissocial, antirrugas, arquirromântico, 
arquirrivalidade, autorregulamentação, 
contrassenha, extrarregimento, 
extrassístole, extrasseco, infrassom, 
intrarrenal, ultrarromântico, 
ultrassonografia, suprarrenal, 
suprassensível.
Obs.: em prefixos terminados por “r”, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, 
hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em 
palavras formadas de prefixos (ou 
falsos prefixos) terminados em vogal + 
palavras iniciadas por outra vogal.
Auto-afirmação, auto-ajuda, 
auto-aprendizagem, auto-escola, 
auto-estrada, auto-instrução, 
contra-exemplo, contra-indicação, 
contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, 
infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, 
neo-expressionista, neo-imperialista, 
semi-aberto, semi-árido, semi-automático, 
semi-embriagado, semi-obscuridade, 
supra-ocular, ultra-elevado.
Autoafirmação, autoajuda, 
autoaprendizagem, autoescola, 
autoestrada, autoinstrução, 
contraexemplo, contraindicação, 
contraordem, extraescolar, extraoficial, 
infraestrutura, intraocular, intrauterino, 
neoexpressionista, neoimperialista, 
semiaberto, semiautomático, semiárido, 
semiembriagado, semiobscuridade, 
supraocular, ultraelevado.
Obs.: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, 
semi-herbáceo etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Agora se utiliza hífen quando a 
palavra é formada por um prefixo (ou 
falso prefixo) terminado em vogal + 
palavra iniciada pela mesma vogal.
Antiibérico, antiinflamatório, 
antiinflacionário, antiimperialista, 
arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, 
microônibus, microorgânico.
Anti-ibérico, anti-inflamatório, 
anti-inflacionário, anti-imperialista, 
arqui-inimigo, arqui-irmandade, 
micro-ondas, micro-ônibus, 
micro-orgânico.
Obs.: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não 
tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen.
Obs. 2: uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal “o”, não se utiliza hífen.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não usamos mais hífen em compostos 
que, pelo uso, perdeu-se a noção de 
composição.
Manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, 
pára-lama, pára-brisa, pára-choque, 
pára-vento.
Mandachuva, paraquedas, paraquedista, 
para-lama, para-brisa, para-choque, 
para-vento.
Obs.: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e 
semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, 
médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, bem-te-vi etc.
Observações Gerais
O uso do hífen permanece Exemplos
Em palavras formadas por prefixos 
“ex”, “vice”, “soto”. Ex-marido, vice-presidente, soto-mestre.
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Em palavras formadas por prefixos 
“circum” e “pan” + palavras iniciadas 
em vogal, M ou N.
Pan-americano, circum-navegação.
Em palavras formadas com prefixos 
“pré”, “pró” e “pós” + palavras que têm 
significado próprio.
Pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação.
Em palavras formadas pelas palavras 
“além”, “aquém”, “recém”, “sem”.
Além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, 
sem-número, sem-teto.
Não existe mais hífen Exemplos Exceções
Em locuções de qualquer tipo 
(substantivas, adjetivas, pronominais, 
verbais, adverbiais, prepositivas ou 
conjuncionais).
Cão de guarda, fim de semana, café com 
leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de 
visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, 
acerca de etc.
Água-de-colônia, arco-da-velha, 
cor-de-rosa, mais-que-perfeito, 
pé-de-meia, ao deus dará, à 
queima-roupa.
(BRASIL, 2008)
E, para finalizar, não poderíamos deixar de falar sobre a metodologia de ensino da língua portuguesa 
na Educação Básica, uma vez que você será habilitado, no final da curso, a exercer o magistério nesse 
período de formação da criança e/ou adolescente. É do que trataremos no próximo item.
8 ESTUDO CRÍTICO DA METODOLOGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA 
GRAMÁTICA NORMATIVA EM SALA DE AULA
É possível ensinar gramática?
É desejável ensinar gramática?
Por que ensinar gramática?
Que gramática ensinar?
Mais que responder a essas questões – e, certamente, a tantas outras que insistem em “povoar” o 
pensamento de alunos e professores de língua materna –, esta seção destina-se a provocar reflexões 
acerca do ensino-aprendizagem da gramática em nossas escolas.
Inicialmente, é preciso que apresentemos alguns aspectos centrais que darão base às reflexões propostas.
Desenvolver a competência comunicativa – oral e escrita – do aluno, a fim de que ele seja capaz 
de usar cada vez com mais habilidade os recursos da língua para comunicar-se, e produzir efeitos 
de sentido numa determinada situação de interação comunicativa são os grandes objetivos a serem 
atingidos nas aulas de língua portuguesa.
Tradicionalmente, no entanto, o ensino de língua portuguesa tomava a oração e o período como unidades 
fundamentais para seu estudo e pretendia ensinar o aluno a ler e a escrever por meio do ensino sistemático 
da gramática e das estruturas da língua escrita.
Atualmente, como resposta a estudos desenvolvidos especialmente a partir da década de 1980, 
sabe-se que o texto é a unidade básica do ensino da língua portuguesa. Assim, no que diz respeito à 
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gramática, é a língua em funcionamento que deve ser objeto de análise nas aulas de língua materna, isto 
é, o estudo gramatical não pode estar desligado e distante de sua aplicação prática, hábito que, durante 
muito tempo, artificializou sobremaneira o ensino da gramática em todos os níveis de escolaridade.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos lançados pelo MEC no final dos anos 
1990, elaborados por educadores de todas as áreas do conhecimento, com a intenção de apoiar e ampliar 
discussões de caráter pedagógico, visando a uma transformação positiva no sistema educativo brasileiro.
 Saiba mais
Consulte o site <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf> 
para saber mais sobre os PCNs.
Veja o que dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa a respeito dessa prática 
pedagógica.
Reflexão gramatical na prática pedagógica
Na perspectiva de uma didática voltada para a produção e interpretação 
de textos, a atividade metalinguística deve ser instrumento de apoio para 
a discussão dos aspectos da língua que o professor seleciona e ordena no 
curso do ensino-aprendizagem.
Assim, não se justifica tratar o ensino gramatical desarticulado das práticas 
de linguagem. É o caso, por exemplo, do tipo que só serve para ir bem na 
prova e passar de ano – uma prática pedagógica que vai da metalíngua 
para a língua por meio de exemplificação, exercícios de reconhecimento e 
memorização de terminologia. Em função disso, discute-se se há ou não 
necessidade de ensinar gramática. Mas essa é uma falsa questão: a questão 
verdadeira é o que, para que e como ensiná-la.
Deve-se ter claro, na seleção dos conteúdos de análise linguística, que 
a referência não pode ser a gramática tradicional. A preocupação não é 
reconstruir com os alunos o quadro descritivo constante dos manuais de 
gramática escolar (por exemplo, o estudo ordenado das classes de palavras 
com suas múltiplas subdivisões, a construção de paradigmas morfológicos, 
como as conjugações verbais estudadas de um fôlego em todas as suas 
formas temporais e modais, ou de pontos de gramática, como todas as 
regras de concordância, com suas exceções reconhecidas).
O que deve ser ensinado não responde às imposições de organização 
clássica de conteúdos na gramática escolar, mas aos aspectos que precisam 
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ser tematizados em função das necessidades apresentadas pelos alunos nas 
atividades de produção, leitura e escuta de textos.
O modo de ensinar, por sua vez, não reproduz a clássica metodologia de 
definição, classificação e exercitação, mas corresponde a uma prática que 
parte da reflexão produzida pelos alunos mediante a utilização de uma 
terminologia simples e se aproxima, progressivamente, pela mediação do 
professor, do conhecimento gramatical produzido. Isso implica, muitas 
vezes, chegar a resultados diferentes daqueles obtidos pela gramática 
tradicional, cuja descrição, em muitos aspectos, não corresponde aos usos 
atuais da linguagem, o que coloca a necessidade de busca de apoio em 
outros materiais e fontes (BRASIL, 1998).
Saber regras gramaticais não significa saber escrever bem, pois muitas vezes escritores brilhantes 
não são capazes de descrever a norma, porém, são capazes de produzir textos que nos comovem ou nos 
divertem: eles não podem dizer “como”, mas sabem produzir textos de excelente qualidade.
É apenas na situação de trabalho com o texto, seja em seu processo de produção ou leitura, que o 
aluno utiliza o conhecimento gramatical adquirido para garantir um texto claro, coeso, que cumpre sua 
finalidade na medida em que assegura sua adequação e correção.
Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) sugerem um ensino que priorize a prática de leitura de 
textos diversificados, assim como a prática da produção de textos e a análise linguística dos textos. Esses 
são os objetivos centrais propostos por esse documento.
Essas três práticas devem interligar-se, isto é, não podem ser tomadas como atividades estanques, 
ao contrário, devem estar em coocorrência e, para tanto, o professor tem de se libertar dos métodos 
mecanicistas de ensino da língua.
Desse modo, há de se concordar que decorar regras e definição de conceitos gramaticais – por 
exemplo, saber repetir que “verbos são palavras que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza” 
– definitivamente não assegura que o sujeito seja capaz de escrever um bom texto.
Pois então, aprender gramática não se resume a decorar regras arbitrárias e submeter-se a elas. 
Aprender gramática é agir sobre a língua para, gradativamente, construir sua teia de relações.
Veja o que diz Possenti (2005) a respeito de se ensinar ou não a língua padrão na escola:
Talvez deva repetir que adoto sem qualquer dúvida o princípio (quase evidente) 
de que o objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais 
exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer outra 
hipótese é um equívoco político e pedagógico. A tese de que não se deve 
ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos alunos que conhecem e usam 
dialetos não padrões baseia-se em parte no preconceito segundo o qual seria 
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difícil aprender o padrão. Isto é falso, tanto do ponto de vista da capacidade 
dos falantes quanto do grau de complexidade de um dialeto padrão.
[...] o problema do ensino padrão se põe de forma grave quando se trata 
do ensino do padrão a quem não o fala usualmente, isto é, a questão é 
particularmente grave em especial para alunos das classes populares, por 
mais que também haja alguns problemas decorrentes das diferenças entre 
fala e escrita, qualquer que seja o dialeto (mas, insisto sobre a hipótese de 
que, provavelmente, tais problemas sejam mais de tipo textual do que de 
tipo gramatical) (POSSENTI, 2005, p. 17-18).
Luft (2000) acrescenta:
Uma das principais causas de um ensino de língua materna mal-orientado, 
na escola tradicional, é o pressuposto ingênuo de que o aluno não sabe 
a língua. Isso leva a concentrar o esforço em “ensinar” coisas, sobretudo 
teoria gramatical e regras. Tem-se a impressão de que o professor de idioma 
nacional está ensinando português a estrangeiros (LUFT, 2000, p. 65).
O ensino da gramática deve, assim, privilegiar a análise e a reflexão sobre a língua. Deve, do mesmo 
modo, ser um espaço em que essa prática se revele como um elemento que contribui, sobremaneira, para 
formar alunos usuários competentes de sua língua, verdadeiros “senhores” de sua atividade linguística.
Certamente, o aluno que fala, lê e escreve com competência será bem mais que um sujeito bem 
informado; será um cidadão crítico, consciente, capaz de expressar o que sabe, o que pensa e o que 
sente. E a todos deve ser reservado esse direito.
No texto de Gilberto Scarton, publicado no site da PUC/RS, há um quadro interessante, que trata 
dessa questão da gramática e do ensino. Vejamos:
Quadro 9
Aspectos Tradicionalistas Não tradicionalistas
1. Concepção de língua Língua portuguesa = Língua culta formal (de um período pretérito).
Língua portuguesa = conjunto de 
variedades = Língua culta formal + 
informal+ popular + regional + gíria + etc.
2. Critério de correção 
linguística
— Critério histórico.
— Critério absolutista: só é aceito o uso formal culto.
— Critério irrealista: não é levada em conta a variação 
linguística, os novos usos.
— Incorre em distorções temporais: não aceita 
a evolução dos usos linguísticos; em distorções 
espaciais: não aceita os usos regionais; em distorções 
sociais: não se aceitam as variações sociais; em 
distorções situacionais: não se aceitamas variações 
determinadas ou condicionadas pelos contextos 
diferentes na interação social.
— Critério fundamentado nos usos atuais.
— Critério relativista: todas as modalidades 
linguísticas são legítimas desde que 
adequadas ao contexto.
— Critério realista.
— Defendem a aceitabilidade 
contextualizada: todas as modalidades 
linguísticas desde que adequadas ao 
contexto. 
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3. Papel do gramático, 
do dicionarista
— Repetem /copiam os registros tradicionais.
— Não observam / registram os usos reais, atuais.
— Consideram-se “autoridades” em questões de 
linguagem.
— São servos da língua e não seus senhores: 
registram e explicam os usos linguísticos 
reais.
4. Papel da escola
— Tornar o falante monolíngue: impor a modalidade 
culta formal, erradicando /combatendo todas as 
demais modalidades linguísticas.
— Tornar o falante plurilíngue no interior 
da própria língua: respeitar /apoiar 
todas as modalidades linguísticas dos 
alunos e, sob a forma de acréscimo, 
ampliar a competência comunicativa 
com o favorecimento da linguagem culta 
formal.
5. Papel do professor
É o juiz, o árbitro da língua julgando todos os fatos 
linguísticos mediante uma visão radical expressa na 
seguinte dicotomia: isto está certo X isto está errado.
Não julga os fatos da língua através da 
perspectiva elementar do certo X errado, 
mas informa sobre usos linguísticos, 
distinguindo:
— uso atual X uso antigo.
— uso culto X uso popular.
— uso brasileiro X uso lusitano.
— uso formal X uso informal.
— uso adequado X uso inadequado. 
6. Consequências Os tradicionalistas são conservadores, puristas, inflexíveis, dogmáticos, irrealistas.
Os não tradicionalistas são menos 
conservadores, mais “liberais”, mais 
flexíveis, e distinguem o que é obrigatório, 
o que é facultativo, o que é tolerável, o 
que é inadmissível, o quê, o quando, o por 
quê.
(SCARTON, 2005)
Enfim, antes de saber as regras na ponta da língua, o aluno, principalmente da educação básica, ou 
seja, do Ensino Fundamental e Ensino Médio, precisa saber compreender e elaborar um texto. Estes são 
pressupostos para um ensino eficaz da língua portuguesa.
Além disso, é preciso refletir sobre a concepção de linguagem, entendendo-a como uma “atividade 
constitutiva”, segundo Geraldi (2006). Como postula o autor
(...) a linguagem é uma atividade constitutiva: é pelo processo de internalização 
do que nos era exterior que nos constituímos como os sujeitos que somos, 
e, com as palavras de que dispomos, trabalhamos na construção de novas 
palavras (GERALDI, 2006, p. 67).
O professor precisa ter essa visão da linguagem, como algo a ser construído e ao mesmo tempo um 
instrumento poderoso nas mãos do aluno, se este for conduzido a exercitar essa prática de linguagem, 
em que se sente também sujeito da ação.
Para tanto, o professor tem de propiciar o acesso a conhecimentos, por exemplo, de gêneros textuais, 
de tipos de sequências textuais, da modalidade a ser usada (oral ou escrita), do registro, dos objetivos da 
comunicação, enfim, de todos os elementos que garantam um bom desempenho tanto na compreensão 
quanto na elaboração do texto.
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Nesse contexto, os conhecimentos gramaticais auxiliarão na organização desse texto, mas 
sabê-los, como já dissemos, isoladamente, sem aplicação no uso, não garantirá a aquisição desses 
conhecimentos.
Para que isso ocorra, esse professor tem, em primeiro lugar, de se libertar das amarras que um ponto 
de vista purista da língua acaba construindo para si.
É preciso ir além da gramática normativa, além das normas de bom uso da língua; adentrar o mundo 
linguístico que convida ao desafio de comunicar-se sem medo, sem artificialismo, de modo claro, 
coerente, para que se possa ser entendido pelo outro.
Somente assim o professor estará exercendo sua função verdadeiramente e oferecendo condições a 
esse aluno de exercer a cidadania, no seu verdadeiro sentido.
Para encerrar – ao menos por ora – nossas reflexões, deixamos aqui as palavras do mestre Paulo 
Freire:
O desrespeito à leitura de mundo do educando revela o gosto elitista, 
portanto antidemocrático, do educador que, desta forma, não escutando o 
educando, com ele não fala. Nele deposita seus comunicados (FREIRE, 1996, 
p. 139).
Figura 10 – Paulo Freire
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 Resumo
Nesta unidade, vimos que a norma culta é a que padroniza o uso da língua 
e o padrão selecionado foi o da classe de prestígio na sociedade. Portanto, há 
outras gramáticas quando se pensa no uso efetivo da língua, mas a do padrão 
institui regras que fazem com que todos usem da mesma forma essa língua.
Vimos também que é na escrita que o controle torna-se maior, uma vez 
que a língua falada é dinâmica e sofre transformações.
Para compreendermos as regras da norma culta, foram tratados os 
seguintes assuntos:
Emprego de pronomes de tratamento.
O uso dos pronomes demonstrativos e dos possessivos.
Colocação dos pronomes átonos (próclise, ênclise e mesóclise).
Uso dos pretéritos (perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito).
Concordância verbal e concordância nominal.
Colocação e ordem dos termos na oração.
Grafia das palavras e Acordo Ortográfico.
Por fim, vimos ainda alguns pontos de vista sobre o ensino da língua portuguesa na Educação 
Básica, retomando autores que tratam do assunto e sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais. 
Nesse sentido, pudemos verificar que o problema não é deixar de ensinar a norma culta, mas a questão 
é a eficiência do método de ensino.
 Questões
Questão 1 (Cespe – UnB: Pesquisador – Tecnologista – Inmetro – 24/01/2010, adaptada). 
Considere o requisito abaixo:
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, 
clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, 2002).
Assinale a opção em que o fragmento apresentado atende a esse requisito:
A) Ficamos felizes com o resultado da análise porque foi melhor do que imaginávamos.
B) Talvez seja bom rever o assunto do pedido de análise. Consideramos um tanto quanto questionável 
a sua realização, que para nos daria muito trabalho.
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C) A produção não atendeu à legislação, à qual deverá ser revista.
D) O presidente falou claramente de que a decisão é inteligente e mais simples do que a lei 
vigente.
E) A adequação dos produtos às normas legais implica risco diminuído de acidentes aos 
consumidores.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas:
A) Alternativa incorreta.
Justificativa:
O manual recomenda a impessoalidade e, nesta alternativa, há o uso da primeira pessoa.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa:
Além do uso da primeira pessoa, que causa efeito de pessoalidade, falta o acento no pronome 
nós.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa:
O manual recomenda o uso da norma culta e o acento indicativo de crase em à qual não está correto 
no período.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa:
Há um problema no uso incorreto da preposição e, além disso, há eco no período.
E) Alternativa correta.
Justificativa:
O período está de acordo com todas as regras gramaticais.
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Questão 2 (FUVEST 2010, adaptada). Considere o seguinte trecho de uma carta:
Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.
Meu caro Mário,
Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito 
da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o 
que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.
Fernando Sabino
Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mário de Andrade, assinale a alternativa que não 
está de acordo com a norma culta:
A) “(...) se bem que haja”.
B) “(...) que acabei de ler agora”.
C) “Vem-me uma vontade”.
D) “(...) tudo o que ela me fez sentir”
E) “(...) tomar seu tempo e te chatear”.
Resolução desta questão na Plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
ALFABETO_MANUAL_LGP.JPG. Largura: 377 pixels. Altura: 371 pixels. 24 KB. Formato: JPEG. Disponível 
em <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Alfabeto_Manual_LGP.jpg>. Acesso em: 22 
abr. 2011.
Figura 2
MAPA-DOS-DIALETOS.GIF. Largura: 300 pixels. Altura: 294 pixels. 5,40 KB. Formato: GIF. Disponível 
em <http://linguagemcontemporanea.files.wordpress.com/2008/06/mapa-dos-dialetos.
gif?w=300&h=294>. Acesso em: 25 abr. 2011.
Figura 3
MAP-LUSOPHONE_WORLD-EM.PNG. Largura: 1357 pixels. Altura: 628 pixels. 47,0 KB. Formato: PNG. 
Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Map-Lusophone_World-en.png>. Acesso em: 22 abr. 2011.
Figura 4
P_SOCIETY_VIOLET.PNG. Largura: 200 pixels. Altura: 183 pixels. 18,2 KB. Formato: PNG. Disponível em 
<http://commons.wikimedia.org/wiki/File:P_Society_violet.png >. Acesso em: 19 abr. 2011.
Figura 5
STOCK-VECTOR-VERY-MANY-HIGH-QUALITY-BUSINESS-PEOPLE-SILHOUETTES-72423382.JPG. Largura: 
447 pixels. Altura: 470 pixels. 78,4 KB. Formato: JPEG. Disponível em <http://www.shutterstock.com/
cat-23-Illustrations-Clip-Art.html#id=72423382>. Acesso em: 23 abr. 2011.
Figura 6
BATTLEOFTHESEXES.JPG. Largura: 1659 pixels. Altura: 1655 pixels. 554 KB Kb. Formato: JPEG. Disponível 
em <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Battleofthesexes.jpg>. Acesso em: 23 abr. 2011.
Figura 7
MH900409711.JPG. Largura: 325 pixels. Altura: 325 pixels. 12,9 KB. Formato: JPEG. Disponível em 
<http://office.microsoft.com/pt-br/images/educacao-CM079001901.aspx#ai:MP900409711>. Acesso 
em: 23 abr. 2011.
Figura 8
09146.JPG. Largura: 318 pixels. Altura: 450 pixels. 27,4 KB. Formato: JPEG. Disponível em <http://www.
humortadela.com.br/imagens/view_imagens.php?num=09146>. Acesso em: 23 abr. 2011.
91
Figura 9
TERMOS.GIF. Largura: 357 pixels. Altura: 87 pixels. 3,13 KB. Formato: GIF. Disponível em < http://www.
pucrs.br/manualred/pronomes.php>. Acesso em: 25 abr. 2011.
Figura 10
PAULO_FREIRE.JPG. Largura: 297 pixels. Altura: 375 pixels. 105 KB. Formato: JPEG. Disponível em 
<http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Paulo_Freire.jpg>. Acesso em: 25 abr. 2011.
Audiovisuais
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Luiz Gonzaga. São Paulo: RCA Victor, 1971. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 6. Disponível em <http://
letras.terra.com.br/luiz-gonzaga/47081/>. Acesso em: 25 abr. 2011.
LEMOS, F.; RUSSO, R. et al. Música urbana. Intérprete: Capital Inicial. In: INICIAL, C. Capital Inicial. São 
Paulo: Polygram, 1986. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 1. Disponível em <http://www.vagalume.com.
br/capital-inicial/musica-urbana.html>. Acesso em: 25 abr. 2011.
VELOSO, C.; ALBUQUERQUE, P. Clara. Intérprete: Caetano Veloso. In: VELOSO, C. Caetano 
Veloso. São Paulo, Universal Music, 1990. CD, faixa 9. Disponível em <http://letras.terra.com.br/
caetano-veloso/144330/> Acesso em: 25 abr. 2011.
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WEEDWOOD, B. História concisa da linguística. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial, 
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Exercícios 
Unidade I - Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2007: Formação Geral. 
Questão 6. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2007/provas_gabaritos/
prova.FG.pdf>. Acesso em: 23 mai. 2011.
Unidade I - Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Formação Geral. 
Questão 3. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
FORMACAO_GERAL.pdf>. Acesso em: 23 mai. 2011.
Unidade II - Questão 1: FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O VESTIBULAR (FUVEST). Vestibular 1998 1ª 
fase: Português. Questão 4. Disponível em: <http://www.fuvest.br/vest1998/provas/1fase/dia1/port1f.
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Unidade III - Questão 1: CESPE-UnB. CONCURSO INMETRO – 24/01/2010. Cargo Pesquisador-
Tecnologista.
Unidade III - Questão 2: FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O VESTIBULAR (FUVEST). Vestibular 2010 
1ª fase: Conhecimentos Gerais. Questão 20. Disponível em: <http://www.fuvest.br/vest2010/1fase/
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Sites
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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