Buscar

Romantismo na Literatura Brasileira

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

LITERATURA BRASILEIRA I
Aula 10- O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
Conteúdo Programático desta aula
o contexto histórico e político do início do século XIX;	
As características do Romantismo;
A noção de nativismo ao longo do século XIX.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Será que Romantismo é isso?
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 O Romantismo durou mais de meio século, pode ser datado do final do século XVIII até meados do século XIX. 
 No Brasil, costuma-se demarcar o início do Romantismo com a publicação da Revista Niterói, em 1836. E no mesmo ano, com a publicação de Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães.
Nasce o teatro e adquire relevo com Martins Pena.
O folhetim, oriundo da França, a partir da segunda metade do século XIX, ganha os jornais brasileiros.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
Ao final do século XVIII, várias mudanças aconteciam na sociedade européia. O Iluminismo lançara as bases para uma revolução mental que abalou os alicerces da sociedade absolutista e o sistema colonial.
A assinatura da Declaração dos Direitos do Homem, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa transformaram o mapa do mundo e trouxeram certezas e desejos, pelos quais valia a pena lutar.
Sentimentos como o patriotismo, o nacionalismo, o reformismo são temas constantes das obras da época. Bem como a valorização da natureza, que tanto pode ser a expressão dos sentimentos do artista ou a natureza exótica, representada por florestas e terras selvagens.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
No entanto, a sociedade que se desejava não se concretizou. O homem percebeu que os ideais endossados por sua luta, não representaram uma mudança social significativa. Os privilégios mudaram de mãos, passaram da nobreza para a burguesia, mas os pobres continuaram sendo explorados. Em outras palavras, a liberdade não se converteu em igualdade.
 O artista desse período também registrou em suas obras a melancolia e o desalento diante da impotência e da impossibilidade de mudança. E traduziu para a arte seus sentimentos em forma de escapismo e melancolia.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
“Que vale a glória, a saudação que enleva
Dos hinos triunfais na ardente nota
E as turbas devaneia?
Tudo isso é vão e cala-se na treva...
— Tudo é vão, como em lábios de idiota
Cantiga sem idéia.
Que importa? quando a morte se descarna,
A esperança do céu flutua e brilha
Do túmulo no leito:
O sepulcro é o ventre onde se encarna
Um verbo divinal que Deus perfilha
E abisma no seu peito!”
Álvares de Azevedo
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO
Em 1808, a Corte portuguesa se mudou para o Rio de Janeiro provocando uma série de mudanças na vida social brasileira, uma vez que, enquanto colônia, não havia aqui bibliotecas, museus, teatros, nem mesmo tínhamos permissão para a publicação de jornais e livros.
Em 1822, a Independência do Brasil, proclamada pelo descendente da monarquia portuguesa, não é um paradoxo histórico, mas uma solução pacífica para as aspirações políticas, as pressões econômicas e os anseios sociais.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 
A literatura teve grande importância para a constituição da personalidade cultural do país naquele momento, pois as circunstâncias delegaram aos artistas o papel de forjar a identidade de nossa produção e, como extensão, de nossa nacionalidade. 
“Se o Brasil era uma nação, deveria possuir espírito próprio, como efetivamente manifestara pela proclamação da Independência; decorria daí, por força, que tal espírito deveria manifestar-se na criação literária, que sempre o exprimia, conforme as teorias do momento.” (CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. P. 304)
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
O índio, protagonista da obra, foi um tema muito explorado pelo Romantismo, principalmente nos romances de José de Alencar. Isso se explica por três razões. Vejamos:
1. O empenho em traduzir as tendências vindas de fora fez-se sentir na adaptação dos temas à realidade e à paisagem brasileira. De forma que a presença de elementos da natureza se tornou uma exigência para se considerar a obra visceralmente pertencente à literatura de nossa terra. A esse traço deu-se o nome de “cor local”.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
2. A busca pelo primitivo revelou-se como tendência na literatura europeia, e não apenas brasileira. A natureza, no Romantismo, representa um refúgio e o cenário do homem puro. Essa ideia está relacionada ao mito do “bom selvagem”, defendido por Rousseau.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 3. Assim, de forma complementar a esse aspecto, o retorno ao passado procura recuperar o estado de pureza. No caso das expressões artísticas europeias, essa tendência se observa na valorização da Idade Média. Na literatura brasileira, o indígena da colonização consegue personificar e reunir os elementos necessários às duas determinações: o nacionalismo e o primitivismo. 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
“ Foi graças ao próprio senso de relativismo do movimento que ele se adaptou à situação local, valorizando-a, de acordo com a regra romântica de exaltação do passado e das peculiaridades nacionais. Assim, o Romantismo, no Brasil, assumiu um feitio particular, com caracteres especiais e traços próprios, ao lado dos elementos gerais, que o filiam ao movimento europeu. De qualquer modo, tem uma importância extraordinária, porquanto foi a ele que deveu o país a sua independência literária, conquistando uma liberdade de pensamento e de expressão sem precedentes.” ( COUTINHO, A. Introdução à literatura brasileira. P. 152-153)
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
“É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito.
Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor.
Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de sua foz, onde é livre ainda, como o filho indômito desta pátria da liberdade.”
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação
das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
 “Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.” ( O Guarani)
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
Canção do Tamoio I Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar. II Um dia vivemos! O homem que é forte Não teme da morte; Só teme fugir; No arco que entesa Tem certa uma presa, Quer seja tapuia, Condor ou tapir. 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
V E pois que és meu filho, Meus brios reveste; Tamoio nasceste, Valente serás. Sê duro guerreiro, Robusto, fragueiro, Brasão dos tamoios Na guerra e na paz. VI Teu grito de guerra Retumbe aos ouvidos D'imigos transidos Por vil comoção; E tremam d'ouvi-lo Pior que o sibilo Das setas ligeiras, Pior que o trovão. 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
VII
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz. 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
IX E cai como o tronco Do raio tocado, Partido, rojado Por larga extensão; Assim morre o forte! No passo da morte Triunfa, conquista Mais alto brasão. X As armas ensaia, Penetra na vida: Pesada ou querida, Viver é lutar. Se o duro combate Os fracos abate, Aos fortes, aos bravos, Só pode exaltar.
Gonçalves Dias
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
O indianismo gonçalvino:
“O caso de Gonçalves Dias é (…) específico; é originalmente brasileiro. Não estava importando ele o que já pertencia ao seu sangue. O seu indianismo seria, como os seus poemas de amor, autobiográfico. (…) o índio residia dentro dele; em seu sentimento, na sua imaginação poética. (…) Era uma força secreta, em estado de legítima defesa.” 
 Afrânio Coutinho
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
“É sempre necessário distinguir um nativismo estático, que se exaure na menção da paisagem, de um nativismo dinâmico, que integra o ambiente e o homem na fantasia poética.” ( Bosi)
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
“Devido à ânsia por delinear uma identidade nacional, verificou-se por todo o século XIX um sentimento antiluso, que rejeitava não só a cultura e a literatura portuguesas, mas também a própria língua. A escolha do indianismo como tema-símbolo do Brasil deve-se ao fato de os escritores esforçarem-se para produzir uma literatura que diferisse o mais possível da portuguesa (Coutinho, 1967). O esforço para representar uma natureza brasileira centralizou a atenção dos escritores para a cultura popular, o folclore, os regionalismos, tendo esse último inaugurado uma das vertentes mais importantes da literatura brasileira, também no século XX. É por isso que a figura do índio foi tão valorizada – afinal, ele seria o verdadeiro homem brasileiro; depois dele, o sertanejo, o caboclo.”
 
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
“À medida que a autonomia literária crescia, a nacionalidade dava aos escritores liberdade e estímulo para uma criação diferente da europeia, valorizando assim a capacidade criadora individual na busca de uma estética que representasse o pensamento artístico de uma nação recém-independente. Havia, pois, no âmago da nacionalidade, a busca pela auto-expressão.” (ALMEIDA FILHO, C.)
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens   
AULA 10 
LITERATURA BRASILEIRA I
Para finalizar:
Nessa aula conhecemos o contexto histórico e político contemporâneo ao Romantismo; estudamos as características do movimento romântico e analisamos a noção de Nativismo.
Aula 10 – O Romantismo: a invenção/renovação das origens

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando