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Art. 129 Lesão Corporal (1)

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LESÃO CORPORAL (art. 129, CP) 
 
BEM JURÍDICO TUTELADO 
 
Item 42, Exposição de Motivos da Parte Especial do Código 
Penal. O crime de lesão corporal é definido como ofensa à 
integridade corporal ou saúde, isto é, como todo e qualquer 
dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, 
quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista 
fisiológico ou mental. (...) 
 
 
 
 
TOPOGRAFIA DO CRIME DE LESÃO CORPORAL 
 
É a seguinte construção exposta do artigo 129, CP, que trata da lesão corporal 
e de suas formas: 
 
1) Artigo 129, caput, CP – lesão dolosa leve; 
2) Artigo 129, §1º, CP – lesão dolosa grave (e forma preterdolosa); 
3) Artigo 129, §2º, CP – lesão dolosa gravíssima (e forma preterdolosa); 
4) Artigo 129, §3º, CP – lesão corporal seguida de morte; 
5) Artigo 129, §4/5º, CP – lesão dolosa privilegiada; 
6) Artigo 129, 6º, CP – lesão corporal culposa; 
7) Artigo 129, §7º, CP – majorantes; 
8) Artigo 129, §8º, CP – perdão judicial; 
9) Artigo 129, §§ 9º, 10 e 11, CP - lesão corporal no âmbito doméstico ou 
familiar. 
 
 
 
 
 
Bem	
  jurídico	
  do	
  crime	
  de	
  lesão	
  corporal	
  é	
  a	
  
INCOLUMIDADE	
  
PESSOAL	
  DO	
  INDIVÍDUO	
  
Saúde	
  4ísica/	
  
anatômica	
  
Saúde	
  
4isiológica	
  
Saúde	
  mental	
  
	
  
	
  
SUJEITO ATIVO 
 
 Em regra, o crime de lesão corporal é considerado como crime comum, isto é, 
poder ser praticado por qualquer pessoa. 
 
 E se for praticado por policial militar em sua atividade, quando abusando 
de sua autoridade, este acaba por ferir alguém? Como as condutas não atingem os 
mesmos bens jurídicos – a lesão corporal, a incolumidade pessoal e abuso de 
autoridade, a dignidade da função pública e a lisura do exercício da autoridade pelo 
Estado/ liberdade, incolumidade, sigilo e privacidade do cidadão – então um não 
absorve o outro. Prevalece na jurisprudência que há propriamente o concurso material 
entre os dois delitos. 
E haverá separação do julgamento dos crimes: o crime de lesão corporal é 
crime militar impróprio e está previsto no Código Penal Militar; enquanto o crime de 
abuso de autoridade não é julgado na Justiça Castrense, por não se tratar de crime 
militar. 
 
Súmula 172, STJ - COMPETE À JUSTIÇA COMUM 
PROCESSAR E JULGAR MILITAR POR CRIME DE ABUSO 
DE AUTORIDADE, AINDA QUE PRATICADO EM SERVIÇO. 
 
SUJEITO PASSIVO 
 
 A vítima pode ser qualquer pessoa, qualquer homem vivo, em regra, o crime de 
lesão corporal é considerado como crime comum. 
Mas existem duas hipóteses do crime de lesão corporal em que serão 
necessárias as condições especiais das vítimas: 
 
Art. 129, CP 
§ 1º Se resulta: 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
E 
§ 2° Se resulta: 
V - aborto: 
 
 Em ambos os casos expostos acima a vítima/sujeito passivo é específico, é a 
gestante; um crime é o de lesão corporal que resulta em aceleração de parto e o outro 
o crime de lesão corporal que é gerador do abortamento. 
 
	
  
	
  
 O direito penal não pune a autolesão, como já dito inúmeras vezes 
anteriormente. No entanto, que crime responde o agente que convence um 
incapaz a cortar seu próprio braço? O agente responde por lesão corporal na 
hipótese de autor mediato. Isto é, o agente utiliza-se da incapacidade como 
instrumento de realização do crime. O instrumento utilizado pelo agente é a 
incapacidade da vítima. 
 
 E se o agente vai dar um soco na vítima; esta se esquiva e se 
desequilibra, caindo em cima do braço, que vem a ser fraturado. Responderá por 
qual crime o agente? Existem duas causas concorrendo para o resultado – sistema 
das concausas – o soco e a queda. A causa para a fratura foi a queda que não foi 
independente da outra concausa; ela é uma concausa relativamente independente do 
soco (isto é, somente houve a queda porque antecedentemente houve o soco do 
agente). Como a queda é superveniente e não por si só causou o resultado, então não 
saiu da linha de desdobramento causal normal. 
 Em suma, a queda é uma concausa relativamente independente superveniente 
e que não por si só causou o resultado (art. 13, §1º, CP, a contrario sensu). Quem 
desencadeou os desdobramentos que culminaram na lesão responderá por ela. Deste 
modo, a fratura do braço pode ser imputada ao agente que deu o soco. 
 
Art. 13, CP 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente 
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os 
fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO 
 
Art. 129, CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: (...) 
 
 A expressão “Ofender a integridade corporal ou a saúde” pode ser tanto 
causar como agravar uma enfermidade já existente. Não é possível que se restrinja o 
tipo penal apenas à ofensa à integridade física da vítima, mas também deve ser 
considerada a afronta psicológica e a fisiológica. 
 O crime de lesão corporal é um crime de execução livre. O crime pode ser 
causado por ação ou omissão (meios diretos ou indiretos). 
A dor é um elemento do tipo da lesão corporal? Não, a dor é dispensável 
para a configuração do crime de lesão corporal. Mas, em havendo a configuração dor, 
o Juiz pode levar em consideração o acontecimento na hora de fixar a pena. Não é 
uma elementar do tipo a dor, não é necessário que ela aconteça para que o tipo se 
adéque à conduta. 
	
  
	
  
 
Qual é o crime que comete o agente que corta o cabelo da vítima sem a 
sua autorização? Existem três correntes que tentam explicar este questionamento: 
1ª corrente 
Pode configurar esta conduta o crime de lesão corporal, desde que a ação provoque 
uma alteração desfavorável no aspecto exterior do indivíduo. 
2ª corrente 
Configura esta conduta, tipifica-se como o delito de injúria real, crime contra a honra. É 
uma ofensa à honra mediante lesão. 
3ª corrente 
Pode também esta conduta configurar a contravenção penal de vias de fato, em 
posição doutrinária minoritária. 
 O professor Rogério Sanches entende que as duas primeiras correntes estão 
corretas e serão aplicadas de acordo com o dolo do agente. Se o agente queria atingir 
a incolumidade da vítima, será considerado o crime de lesão corporal. Mas, se apenas 
queria humilhar e atingir a sua honra, neste caso, o crime que é cometido é o de injúria 
real. 
 A pluralidade de lesões/ferimentos, se realizadas um mesmo contexto fático 
não desnatura a unidade do crime de lesão corporal. Exemplo: lesões corporais que 
são sofridas com proveniência de em uma surra. No entanto, o Juiz a despeito de não 
considerar um concurso de delitos, deverá considerar a quantidade dos ferimentos na 
fixação da pena base, não deixando o crime de ser único. 
 A integridade física/ fisiológica/ psicológica ou a incolumidade é um bem 
disponível ou indisponível? Também a doutrina diverge sobre este questionamento: 
1ª corrente 
A doutrina tradicional sempre entendeu que a integridade física/ psicológica/ fisiológica 
ou a incolumidade de cada pessoa é um bem absolutamente indisponível. 
2ª corrente 
A doutrina penalista mais moderna entende que a incolumidade pessoal é um bem 
relativamente disponível; desde que preenchidos os seguintes requisitos para o 
consentimento, é possível que a lesão seja efetuada: 
 
a) Desde que seja uma lesão corporal leve; 
b) E que não contrarie a moral e os bons costumes. 
 
	
  
	
  
Este raciocínio da relatividade quanto à disponibilidade da integridade física ou 
incolumidade pessoal é de Cezar Roberto Bittencourt. A lei seguiu esta tendência da 
doutrina moderna, especialmente na edição do artigo 88 da lei 9099/1995. Há 
regramento previsto de que o crime de lesão corporal leve depende de representação.Art. 88, lei 9099/1995 - Além das hipóteses do Código Penal e 
da legislação especial, dependerá de representação a ação 
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões 
culposas. 
 
Exemplo de lesões leves que são aceitas pela sociedade e não contrariam a 
moral e os bons costumes: pessoa que autoriza que nela seja colocado um piercing; 
os pais autorizarem que se fure a orelha de uma criança; que uma pessoa se deixe 
tatuar; etc. 
A ablação do órgão genital de um transexual para formação de outro 
órgão, propriamente é conduta que configura lesão corporal? O médico estará 
escudado em sua conduta pela excludente do exercício regular de um direito. Não 
interessa se a vítima com ele consentiu ou não, ele agiu de acordo com o que lhe era 
permitido, em razão de sua profissão. 
Diferenças entre lesão corporal e as vias de fato (contravenção penal): Na 
contravenção de vias de fato não existe e sequer é a intenção do agente qualquer 
dano à incolumidade física da vítima. Exemplo de vias de fato: empurrão, tapa que não 
deixa qualquer marca, puxão de orelha, puxão de cabelo. 
 Intervenção médica, realizada em emergência, cirúrgica ou reparadora, e 
o crime de lesão corporal. O médico, em qualquer destes casos, não responderá 
pelo crime de lesão corporal neste caso em razão dos seguintes fundamentos, que 
são trazidos pela doutrina: 
 
a) Bento de Faria diz que é um caso de atipicidade a conduta deste 
médico que procede com intervenção cirúrgica; e também é posição 
defendida por Guilherme de Souza Nucci; 
 
b) Francisco de Assis Toledo afirma que não há dolo; o médico quando 
intervém na incolumidade de um paciente não o faz para realizar um 
dano, mas sim para reparar, tem o objetivo de evitar um dano; 
 
c) Cezar Roberto Bittencourt fala que nesta situação se está diante de 
um bem relativamente disponível e havendo consentimento da 
vítima há exclusão do crime (questão vista anteriormente de ser a 
incolumidade pessoal um bem jurídico considerado como 
relativamente disponível; 
 
d) Luis Flávio Gomes diz que o médico não cria, não incrementa risco 
proibido. Desta feita, entende que a intervenção médica é 
verdadeiramente um exercício regular de um direito ou uma atuação 
	
  
	
  
em estado de necessidade. É a consagração da teoria da imputação 
objetiva, em razão de não haver a criação do risco proibido; 
 
e) Zaffaroni atesta que, neste caso da intervenção cirúrgica realizada 
pelo médico, há não há sequer a tipicidade conglobante, portanto 
não há qualquer consagração de um tipo previsto, muito menos um 
crime. 
 
 
 
 A atividade do médico em intervir na incolumidade pessoal do indivíduo para 
reparar os danos é um ato determinado ou incentivado por todo o ordenamento (sendo 
causas de estrito cumprimento de um dever legal ou de exercício regular de um direito 
incentivado). Logo, em sua conduta, não há um ato anti-normativo, não havendo deste 
modo a tipicidade conglobante e nem a tipicidade penal, excluindo o crime. 
 
Lesão corporal praticada por meios não violentos. Também é admitida pela 
doutrina esta espécie de lesão corporal, no caso do agente que ameaça gravemente a 
vítima, provocando-lhe uma séria perturbação mental, ou transmite-lhe 
deliberadamente uma doença através de um contato sexual consentido (Guilherme de 
Souza Nucci). 
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
 Consuma-se o crime de lesão corporal com a efetiva ofensa à integridade 
corporal dispensando a dor, que pode ser sentida ou não pela vítima. O crime de lesão 
corporal admite a tentativa, principalmente nas modalidades dolosas. 
 
ESPÉCIES DE LESÃO CORPORAL 
 
 De acordo com a topografia do crime do artigo 129, CP enunciada acima, serão 
estudadas as espécies de lesão corporal previstas no Código Penal: 
TIPICIDADE	
  PENAL	
  
Tipicidade	
  Formal	
  (operação	
  de	
  ajuste/	
  subsunção)	
  
Tipicidade	
  
Conglobante	
  
Tipicidade	
  Material	
  (relevante	
  lesão	
  ao	
  bem	
  tutelado)	
  
Atos	
  anti-­‐normativos	
  (não	
  determinados	
  ou	
  não	
  incentivados	
  por	
  lei)	
  
	
  
	
  
 
1) ARTIGO 129, CAPUT – LESÃO DOLOSA LEVE; 
 
Art. 129, CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
 O tipo descrito no caput do art. 129, CP, da lesão corporal leve é caracterizada 
como uma infração penal de menor potencial ofensivo e é condicionada sua ação à 
representação da vítima (art. 88, lei 9099/1995), e punida com detenção de três meses 
a um ano. 
 A lesão corporal leve possui um conceito que se extrai por exclusão vista as 
demais espécies de lesão corporal. A lesão leve é a lesão que não é grave, nem 
gravíssima e nem seguida de morte. 
 Cabe prisão em flagrante na lesão leve e demais infrações penais de 
menor potencial ofensivo? SIM. O indivíduo que pratica a infração leve pode ser 
levado coercitivamente para a Delegacia e somente não será feito o auto de prisão em 
flagrante desde que se comprometa depois a comparecer no Juizado. 
 Tem cabimento o princípio da insignificância (causa de atipicidade) na 
lesão leve? A jurisprudência admite a aplicação do princípio da insignificância e 
também a doutrina, a exemplo de Heleno Fragoso e Pierangelli. Exemplo: aplicação 
da insignificância junto à lesão que incorre em uma pequena arranhadura. O Professor 
Rogério Sanches entende que não poderia em termos de lesão dolosa (em culposa 
até se poderia). 
 
2) ARTIGO 129, §1º, CP – LESÃO DOLOSA (OU PRETERDOLOSA) GRAVE; 
 
Art. 129, CP 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 
trinta dias; 
 
A expressão “ocupação habitual” refere-se à atividade corporal rotineira, não 
necessariamente ligada a trabalho ou ocupação lucrativa, devendo ser lícita, ainda que 
imoral. 
Observação: desta feita, a prostituta pode ser considerada vítima da lesão 
corporal grave, caso a sofra e dela resulte incapacidade para a sua ocupação habitual 
(que precisa ser corporal) por mais de 30 dias; mesmo sendo sua atividade lícita, ela é 
imoral, e mesmo assim, abrangida pela qualificadora. 
Um bebê de seis meses pode ser vítima nesta qualificadora? SIM, um bebê 
que fica sem poder ser amamentado pela mãe, sendo amamentado por sonda por 
mais de trinta dias em razão de lesão no maxilar pode ser considerado como vítima 
desta lesão grave (há jurisprudência neste sentido). 
	
  
	
  
 
 
Por meio desta qualificadora do inciso I, há o significado de que a 
incapacidade por mais de trinta dias deverá ser comprovada através de uma perícia 
realizada logo após a configuração da lesão. Se houver posteriormente a 
remanescente incapacidade por 30 dias da vítima, deverá ser demonstrada através de 
um laudo complementar. Trata-se de infração penal que deixa vestígio real (art. 158, 
CPP e artigo 168, §2º, CPP). Será necessária a realização de duas perícias: 
 
Art. 158, CPP - Quando a infração deixar vestígios será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, 
não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Art. 168, CPP - Em caso de lesões corporais, se o primeiro 
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame 
complementar por determinação da autoridade policial ou 
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do 
ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto 
de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-
lo. 
 
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito 
no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que 
decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime (prazo 
penal). (...) 
 
Art. 129, CP 
§ 1º Se resulta: 
II - perigo de vida; 
 
 A expressão“perigo de vida” refere-se à probabilidade séria, concreta, 
imediata do êxito letal, devidamente comprovada por perícia médica. Não é um perigo 
presumido, ele deverá ser efetivo, precisa ser comprovado através de perícia. 
A região da lesão, por si só, não faz o Juiz presumir o perigo de vida desta 
qualificadora. Exemplo: lesão ocorrida no pescoço, na altura do coração, etc. Deverá 
haver um laudo para saber se o perigo foi concreto e imediato à vida. Trata-se de um 
diagnóstico atestado pelo laudo pericial e não através de um prognóstico dado pelo 
Juiz, por sua percepção. 
 Este inciso II necessariamente é preterdoloso. É uma qualificadora em que o 
agente não assume o risco de matar a vítima, havendo culpa na qualificadora. Caso o 
agente assuma o risco de causar perigo, caracterizando o dolo eventual, haverá 
configuração propriamente do crime de tentativa de homicídio (art.14, II, CP c/c art. 
121, CP). 
	
  
	
  
 
Art. 129, CP 
§ 1º Se resulta: 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 
 É o inciso com maior incidência em concurso. As suas expressões devem ser 
analisadas. “Função” engloba as duas expressões constantes do inciso, membros, 
como braço, perna, etc. e também a de “sentido”, como a visão, o olfato, etc. A 
“debilidade” é o enfraquecimento, a diminuição da capacidade funcional; e a 
expressão “permanente” refere-se à recuperação incerta e por tempo indeterminado. 
 E se a vítima perdeu um dente decorrente da lesão corporal, gerará esta 
qualificadora? Dependerá da perícia para a configuração deste inciso. É o laudo 
pericial que irá dizer se o dente perdido enfraquecerá ou não o órgão de mastigação. 
Mesmo raciocínio aplicado na perda de um dedo. Também dependerá do caso 
concreto; vai depender de perícia, sobre o que a perda do dedo decorreu a perda de 
alguma função. 
 E se a debilidade puder ser atenuada pelo uso de aparelho de prótese, 
desaparece a qualificadora? NÃO desaparece, a jurisprudência entende que mesmo 
neste caso a qualificadora se mantém. Não importa que o enfraquecimento possa se 
atenuar ou se reduzir com aparelhos de prótese. Esta jurisprudência é tranqüila nos 
Tribunais. 
 
Art. 129, CP 
§ 1º Se resulta: 
IV - aceleração de parto: 
 
 É preciso que as seguintes circunstâncias sejam observadas e também a 
consequente tipificação da doutrina: 
 
a) Se a lesão do agente resultou na vítima um parto prematuro/ antecipado, 
mas o feto nasceu com vida, incorre o agente no crime do art. 129, §1º, IV, 
CP – crime de lesão corporal qualificado pela aceleração do parto. 
 
b) Se a intenção do agente com a lesão não for apenas a aceleração do parto, 
mas tem o objetivo de o feto nascer sem vida, o agente incorrerá nas penas 
do art. 129, §2º, V, CP – crime de lesão corporal qualificado pelo aborto; 
 
c) Se o agente tinha dolo em relação ao feto e ele nasce morto – art. 125, CP 
– propriamente configura-se o crime de aborto sem consentimento da 
vítima, tanto na modalidade consumado quanto na tentativa. 
 
Trata-se nesta hipótese de qualificadora propriamente de crime preterdoloso, 
ou seja, só se aplica a qualificadora tanto do §1º, IV quanto a do §2º, V do art. 129, CP 
quando fica provado que o agente não queria provocar o aborto (não tinha o dolo 
direcionado à realização do aborto). 
	
  
	
  
 
Se o agente quisesse praticar o aborto o crime seria de tentativa de aborto se 
com a lesão não foi ocasionada a interrupção da gravidez (tentativa do art. 125, CP). 
É imprescindível que o agente soubesse ou devesse saber que a vítima era 
gestante para a configuração desta qualificadora para que não ocorra a 
responsabilidade penal objetiva. 
 
PENA PARA AS LESÕES GRAVES QUALIFICADAS 
 
 O §1º deixa de ser um crime de menor potencial ofensivo (como é o da lesão 
corporal leve, art. 129, caput, CP), mas continua admitindo suspensão condicional do 
processo (artigo 89, lei 9099/1995). As previsões vistas acima estão na forma 
qualificada. 
 
Art. 129, CP 
§1º 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 
 
3) ARTIGO 129, §2º, CP - LESÃO DOLOSA (OU PRETERDOLOSA) 
GRAVÍSSIMA; 
 
A expressão lesão corporal de natureza “gravíssima” é criação doutrinária para 
diferenciar das hipóteses do §1º, por considerarem serem mais graves estas espécies 
de condutas/ resultados decorrentes. 
De acordo com a lei, as hipóteses de lesões graves são as constantes dos §§ 
1º e 2º, sendo elas pertencentes a um único tópico somente, qual seja, das lesões 
corporais qualificadas. 
No entanto, a lei de tortura (9455/1997) em seu artigo 1º, §3º já adota o 
legislador a expressão “gravíssima” criada pela doutrina, abrangida pela lei: 
 
Art. 1º, lei nº 9455/1997 
(...) 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, 
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a 
reclusão é de oito a dezesseis anos. 
 
 São as seguintes condutas que ensejarão a tipificação da lesão corporal 
gravíssima: 
 
	
  
	
  
Art. 129, CP 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 
 A vítima fica incapaz para o seu trabalho, de forma duradoura e sem 
previsibilidade de cessação (caracterizando-se por uma espécie de lesão 
permanente). 
 Esta expressão de “trabalho” é relativa ao trabalho que a vítima exercia 
antes de sofrer a lesão ou para qualquer tipo de trabalho? A doutrina é 
controvertida: 
1ª corrente 
Prevalece para a doutrina majoritária que para incidir esta qualificadora deverá a 
vítima ficar incapaz para todo e qualquer tipo de trabalho. Para que seja configurada a 
qualificadora, a vítima tem de ficar inútil para a capacidade laborativa em geral. 
2ª corrente 
Para Júlio Fabrinni Mirabete e doutrina minoritária basta que a vítima fique 
incapacitada para o trabalho que anteriormente exercia, para que ocorra a 
qualificadora do inciso I. Professor Rogério Sanches concorda com este entendimento, 
pois deveria incidir a qualificadora se ficasse incapaz para seu trabalho, aquele que 
exercia antes de sofrer a lesão. 
 
Art. 129, CP 
§ 2° Se resulta: 
II - enfermidade incurável; 
 
 A expressão da qualificadora “enfermidade incurável” caracteriza-se quando 
ocorre propriamente a alteração permanente da saúde em geral por processo 
patológico, ou seja, a transmissão intencional de uma doença para a qual não existe 
cura no estágio atual da medicina. 
 A jurisprudência entende ser a qualificadora desta situação, como exemplo, o 
fato de a vítima ficar manca. Não há como a medicina curar a vítima, tornando-se uma 
enfermidade incurável para toda sua vida. 
 Observação: a enfermidade incurável não pode ter natureza letal. Deste modo, 
a transmissão do vírus HIV que ocasiona a AIDS (doença de natureza mortal) não se 
caracteriza como o crime da conduta de lesão corporal gravíssima. Tem de ser 
transmitida ou causada uma enfermidade que não coloca a vida da vítima em risco 
mortal. A transmissão intencional do vírus da AIDS caracteriza a tentativa de 
homicídio, segundo decisão já consagrada do Superior Tribunal de Justiça (HC 
9378/RS). 
	
  
	
  
 
HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE HOMICÍDIO. PORTADOR VÍRUS 
DA AIDS. 
DESCLASSIFICAÇÃO. ARTIGO 131 DO CÓDIGO PENAL. 1. Em 
havendo dolo de matar, a relação sexual forçada e dirigida à 
transmissão do vírus da AIDS é idônea para a caracterização da 
tentativa de homicídio. 2. Ordem denegada. (HC 9378/RS, Rel. Ministro 
HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 18/10/1999, 
DJ 23/10/2000 p. 186) 
 
Art. 129, CP 
§ 2° Se resulta: 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 
 Neste inciso se mencionam as expressões de “perda ou inutilização”, que 
são muito mais graves que a simples “debilidade permanente” constante do inciso III 
do §1º que enseja apenas a lesão corporal grave, juntamenteaos membros, sentidos 
ou funções de uma pessoa. 
 A expressão “perda” refere-se à amputação ou à mutilação de um membro; 
quanto à “inutilização”, ela se dará quando o membro, o sentido ou a função tornar-
se inoperante. 
 Qual a tipicidade da conduta do agente que causa lesão corporal em uma 
vítima que vem a perder um testículo ou um rim? Tratando-se de órgãos duplos 
para que seja considerada como gravíssima, a lesão corporal deverá atingir ambos os 
órgãos. O mesmo raciocínio aplica-se à perda de um olho, por exemplo. 
 E se a lesão corporal ocasionar a impotência (instrumental ou para gerar 
vida), no homem ou na mulher? Exemplo do médico que une as trompas ou faz 
vasectomia sem o consentimento de seus pacientes. Ou exemplo de uma lesão tão 
grave que gera a impotência coeundi ou generandi. São lesões consideradas nestes 
casos como lesões corporais gravíssimas. 
 
Art. 129, CP 
§ 2° Se resulta: 
IV - deformidade permanente; 
 
 A expressão “deformidade” consiste no dano estético aparente, considerável, 
irreparável pela própria força da natureza e capaz de provocar impressão vexatória, 
isto é, a que causa o desconforto para quem olha e humilhação para a vítima. 
 A idade, o sexo e a condição social da vítima são qualidades que interferem 
nesta qualificadora. 
 O que é vitriolagem? Vitriolagem é a lesão corporal gravíssima em razão da 
deformidade permanente oriunda do emprego de ácido. 
 Não é preciso que se atinja o rosto da vítima para que se caracterize esta 
qualificadora da deformidade permanente, como é na Itália e na Argentina. 
	
  
	
  
Na sistemática do direito penal brasileiro, entende-se que pode ser qualquer 
parte do corpo afetada pela lesão desde que haja deformidade permanente. E também 
há a condição de que haja a exposição da referida deformidade, ainda que em 
momento mais íntimo. 
Mas, segundo Nucci, a doutrina entende que deverá ser a deformidade visível 
para aqueles que convivem com a vítima da lesão, mas ele discorda sobre esta 
afirmativa. 
 
Art. 129, CP 
§ 2° Se resulta: 
V - aborto: 
 
 É outra qualificadora necessariamente preterdolosa (assim como a da 
qualificadora de causar o risco de vida para a vítima; art. 129, §1º, II, CP). Deve haver 
a configuração do dolo na lesão e a culpa no aborto, caso contrário, a tipificação da 
conduta da vítima será propriamente nas penas do crime de aborto (art. 125, CP). 
É o que diferencia esta lesão qualificada pelo aborto (art. 129, §2º, V, CP) do 
aborto qualificado pela lesão (art. 127, CP). 
 
 
 
 É necessário que o agente saiba ou teria como saber que a vítima estava 
grávida e ele poderia ocasionar o aborto, para que não se configure a 
responsabilidade penal objetiva. 
 
PENA PARA AS LESÕES GRAVÍSSIMAS QUALIFICADAS 
 
 Esta hipótese de qualificadora, dos crimes de lesão corporal gravíssima, não 
admite mais a suspensão condicional do processo (art. 89, lei 9099/1995); no entanto, 
continua admitindo a suspensão condicional da pena (sursis). 
art.	
  127,	
  CP	
  dolo	
  no	
  aborto	
  culpa	
  na	
  lesão	
  
art.	
  129,	
  §2º,	
  V,	
  CP	
  dolo	
  na	
  lesão	
  culpa	
  no	
  aborto	
  
	
  
	
  
 
Art. 129, CP 
§2º 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
INCIDÊNCIA DAS QUALIFICADORAS CONCOMITANTEMENTE 
 
 Será possível que haja a incidência das qualificadoras concomitantemente, da 
lesão corporal grave e da lesão corporal gravíssima. 
O problema é conciliar as penas diferentes, dispostas entre o § 1º e o § 2º. 
Qualquer dos incisos do §2º mais grave será usado como qualificadora (pena de 2 a 8 
anos). E a incidência dos incisos do §1º servirá verdadeiramente como circunstâncias 
judiciais na fase da fixação da pena-base (art. 59, CP). 
 
4) ART. 129, §3º, CP – LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE; 
 
Art. 129, CP 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o 
agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzi-
lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
O art. 129, §3º possui dois sinônimos: homicídio preterdoloso ou homicídio 
preterintencional. A parte final delimita que a intenção “morte do agente” não poderá 
fazer parte do dolo direto ou do dolo eventual, sendo ela culposa. 
Este crime de lesão corporal seguida de morte não é crime doloso contra a 
vida, e por isso não irá ter seu julgamento realizado perante o Tribunal do Júri. 
São os elementos do dolo: 1) Vontade; 2) Consciência; e os elementos da 
culpa: 1) Conduta; 2) Resultado naturalístico; 3) Nexo Causal; 4) Previsibilidade; 5) 
Violação de um dever de cuidado objetivo; 6) Tipicidade. 
Desta feita, devem ser analisados os elementos do preterdolo, especialmente 
deste §3º, artigo 129, CP: 
 
	
  
	
  
 
 
Se o resultado morte advém de caso fortuito ou força maior, haverá a falta o 
nexo causal entre a conduta e o resultado, que não era previsível, então não se 
imputará o resultado, sendo o agente imputado apenas pela lesão corporal. 
Em geral, por se tratar de um crime preterdoloso não se admite a forma 
tentada. 
CASUÍSTICA 
 
a) Briga em uma boate – se a vítima cai com o soco do agente e bate a 
cabeça em uma mesa e acaba morrendo. Era previsível o resultado morte. 
Então responde o agente pelo art. 129, § 3º, CP. 
 
b) Mas, se em um tatame próprio para a briga um dos lutadores cai e bate a 
cabeça no canto do tablado e morre – não há previsibilidade para que o 
outro lutador pense que ele vai morrer – responde apenas pela lesão 
corporal. 
 
c) E se o agente empurra (contravenção penal de vias de fato) a vítima e esta 
cai e bate a cabeça na calçada – vias de fato seguida de morte – não 
poderia configurar o preterdolo do §3º do art. 129, CP porque seria neste 
caso analogia in malan partem; a doutrina diz que é homicídio culposo (art. 
121, §3º, CP) e o empurrão da vias de fato fica por este crime absorvido. 
 
 
 
5) ARTIGO 129, §4º, CP – LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA; 
 
O privilégio se aplica em todas as modalidades vistas anteriormente: do artigo 
129, caput e §§ 1º, 2º e 3º, Código Penal. O privilégio é um direito subjetivo do réu e 
não um poder discricionário do Juiz. A discricionariedade do Juiz diz respeito somente 
ao quantum da diminuição da pena. 
Elementos	
  do	
  art.	
  129,	
  §3º,	
  CP	
  	
  
(elementos	
  do	
  preterdolo)	
  
Conduta	
  dolosa	
  visando	
  ofender	
  a	
  incolumidade	
  pessoal	
  da	
  vítima	
  -­‐	
  LESÃO	
  CORPORAL	
  
Resultado	
  culposo	
  (previsto	
  ou	
  previsível)	
  mais	
  grave	
  e	
  involuntário	
  -­‐	
  MORTE	
  
Nexo	
  causal	
  entre	
  a	
  conduta	
  e	
  o	
  resultado	
  
	
  
	
  
 
Art. 129, CP 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social (lesionar o traidor da pátria) ou moral 
(espancar o traficante que viciou seu filho) ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima (perda do autocontrole que todos possuem ao sofrer 
qualquer tipo de agressão sem causa legítima), o juiz pode 
reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
6) ARTIGO 129, §5º, CP – SUBSTITUIÇÃO DA PENA; 
 
O §5º do artigo 129, CP, que cuida da substituição da pena, só se aplica para a 
ocorrência das lesões corporais leves. Não será aplicado para as lesões graves ou 
gravíssimas. E será aplicado desde que seja a lesão leve e se preenchidas as 
seguintes situações: 
a) Lesões leves recíprocas; 
b) Lesão privilegiada. 
 
Art. 129, CP 
(...) 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a 
pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois 
contos de réis: 
 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas (Nucci faz a ressalva de que as 
duas partes devemter entrado em luta injustamente, isto é, por 
culpa de ambos – já que não haveria cabimento algum 
conceder privilégio ao agressor, cuja vítima, para ela se 
desvencilhar tenha sido obrigada a agredi-lo – agindo em 
legítima defesa). 
 
7) ARTIGO 129, §6º, CP – LESÃO CORPORAL CULPOSA; 
 
Art. 129, CP 
(...) 
§ 6° Se a lesão é culposa: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
Será configurada a lesão culposa de acordo com o animus do agente, que age 
com imprudência, negligência ou imperícia. Independentemente da lesão efetuada, se 
é leve, grave ou gravíssima. O Juiz é quem vai analisar a gravidade da lesão na 
fixação da pena. 
A gravidade da lesão somente terá mudança na tipificação se a lesão for 
dolosa. Se a lesão, qualquer gravidade que seja, for considerada como culposa, 
sempre recairá a conduta nas penas do artigo 129, §6º, CP. 
	
  
	
  
Se for cometida uma lesão culposa na direção de veículo automotor, o agente 
incorrerá nas penas do artigo 303, Código de Trânsito Brasileiro: 
 
Art. 303, CTB - Praticar lesão corporal culposa na direção de 
veículo automotor: 
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se 
ocorrer qualquer das hipóteses do parágrafo único do artigo 
anterior. 
 
Lesão corporal culposa Lesão corporal culposa no CTB 
Pena: 02 meses a 01 ano. Pena: 06 meses a 02 anos. 
Desvalor do resultado é igual Desvalor do resultado é igual 
Desvalor da conduta é diferente da lesão 
ocorrida no trânsito. 
Desvalor da conduta é maior se ocorrer 
no trânsito. 
 
 Em virtude da diferença do desvalor da conduta já se consideraria 
constitucional a diferenciação entre as penas, não atentando contra o princípio da 
igualdade. Mesmo raciocínio utilizado na comparação do homicídio culposo no Código 
Penal e o homicídio culposo ocorrido no trânsito, abarcado pelo CTB. 
 Observação: o problema repousa na questão de que não se ofende o princípio 
da igualdade, mas sim ao princípio da proporcionalidade. A lesão dolosa no Código 
Penal é de 03 meses a 1 ano; enquanto a lesão culposa no trânsito é de 06 meses a 
02 anos. Aqui está a inconstitucionalidade, uma clara desproporção entre a lesão 
culposa prevista no CTB e a lesão dolosa aplicada aos crimes de trânsito, em que se 
utiliza o CP, sendo menor que a culposa lá prevista. 
 
8) ART. 129, § 7º, CP – CAUSAS DE AUMENTO DE PENA; 
 
Art. 129, CP 
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço (para a correspondente 
lesão corporal dolosa ou lesão corporal culposa), se ocorrer 
qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º (majorantes para o 
homicídio culposo e majorantes para o homicídio doloso). 
(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) 
 
Art. 121, CP 
(...) 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de 
	
  
	
  
profissão, arte ou ofício( considerada pela doutrina como 
inaplicável em virtude de incorrer em “bis in idem” com o 
conceito de imperícia), ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima (mínimo que se espera é a prestação 
da solidariedade), não procura diminuir as conseqüências do 
seu ato (deveria o agente por não ter querido o resultado 
buscar alguma atitude solidária para amenizar o mal causado), 
ou foge para evitar prisão em flagrante (como já visto no tópico 
sobre homicídio, esta hipótese é considerada inconstitucional). 
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada 
pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 
9) ART. 129, § 8º, CP – HIPÓTESE DE PERDÃO JUDICIAL 
 
Art. 129, CP 
(...) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 
121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) 
 
 A hipótese de perdão judicial é dada apenas para a lesão culposa, abrangendo 
o tipo inserido dentro do Código de Trânsito Brasileiro. A aplicação do perdão judicial 
nos mesmos moldes da aplicação do benefício dentro da prática do homicídio. 
 
10) ARTIGO 129, §§ 9º, 10, 11 – LESÃO CORPORAL NO ÂMBITO DO 
DOMICILIAR OU FAMILIAR. 
 
Art. 129, CP 
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, 
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou 
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das 
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação 
dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-
se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 
2004) 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada 
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora 
de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) 
 
 Todos estes parágrafos foram inseridos/modificados pela lei Maria da Penha. 
Antes de serem analisados propriamente, precisa-se analisar o histórico desta lei. 
 
	
  
	
  
LEI MARIA DA PENHA (lei nº 11.340/2006) 
 Nascimento da lei Maria da Penha 
 Até 1990 tudo o que era relacionado às lesões corporais ficava em uma vala 
comum. A partir deste ano, o Brasil entra na fase de especializar-se a punição contra a 
violência direcionada a certos grupos, com base em estatísticas. 
Como decorrência desta nova fase, houve o surgimento das seguintes leis 
especiais para coibir a violência em cada um destes grupos de ocorrência: 
 
a) Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente): especializou o 
crime para o combate da violência realizada contra o menor; 
 
b) Lei nº 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos): especializou o combate 
aos crimes que eram baseados nas violências mais graves cometidas 
contra o ser humano; 
 
c) Lei nº 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor): especializou o 
tipo do crime praticado mediante a violência contra o consumidor; 
 
d) Lei nº 9.099/ 1995 (Lei dos Juizados Especiais): especializou as 
condutas que combatem a violência de menor potencial ofensivo; 
 
e) Lei nº 9.455/1995 (Lei contra a Tortura): especializou esta legislação o 
combate à violência ocorrida em razão da tortura; 
 
f) Lei nº 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro): especializou as 
tipificações penais no combate à violência ocorrida no transito; 
 
g) Lei nº 9.605/1998 (Lei dos crimes ambientais): especializou o combate à 
violência que ocorre no âmbito do meio ambiente. 
 
h) Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso): especializou as condutas 
criminosas no combate à violência realizada contra o idoso; 
 
i) Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha): especializou as condutas no 
combate à violência praticada contra a mulher. 
 
A lei Maria da Penha nasce deste espírito da coibição das condutas de forma 
específica da violência; estas leis vão surgindo de acordo com as estatísticas e 
necessidades da sociedade, e não foi diferente quanto à percepção que a realidade da 
violência contra a mulher somente crescia e que, esta necessitava de uma proteção 
maior por parte do Estado. 
Observação: a lei Maria da Penha, apesar de apenas agasalhar a proteção da 
mulher, reconheceu que o homem pode ser vítima da violência doméstica e familiar. 
	
  
	
  
Por isso ela previu no artigo 129, §§ 9º, 10 e 11 CP, inserindo estes dispositivos e 
tendo como possibilidade de serem vítimas, tanto o homem como a mulher. 
Finalidades da lei Maria da Penha 
 
Art. 1o, lei 11.340/2006 - Esta Lei cria mecanismos para coibir e 
prevenir a violência doméstica efamiliar contra a mulher, nos 
termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da 
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para 
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de 
outros tratados internacionais ratificados pela República 
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece 
medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de 
violência doméstica e familiar. 
 
 
 
 Não há razão em dizer que a lei Maria da Penha prega a desigualdade já que 
ela mesma inseriu os §§ 9º, 10 e 11 direcionando medidas para quando for o homem a 
vítima da violência doméstica ou familiar. 
Já a mulher possui tanto a proteção dos parágrafos supracitados do art. 129, 
CP quanto a proteção específica da lei Maria da Penha (lei 11.340/2006). 
Esta superproteção que o ordenamento passa a conceder com a edição 
da lei Maria da Penha, em relação à mulher, é considerada como constitucional? 
A doutrina diverge sobre o assunto: 
 
1ª corrente 
Diz que a lei Maria da Penha é inconstitucional por ferir os §§ 5º e 8º do art. 226, CF, 
infringindo a isonomia familiar e ignorando estes parágrafos: 
 
Finalidades	
  da	
  lei	
  Maria	
  da	
  Penha	
  
Previnir	
  a	
  mulher	
  
Assistir	
  a	
  mulher	
  
Proteger	
  a	
  mulher	
  
	
  
	
  
Art. 226, CF - A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal 
são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. 
§ 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa 
de cada um dos que a integram (proteção deve ser igual para 
cada um dos membros da família), criando mecanismos para 
coibir a violência no âmbito de suas relações. 
 
2ª corrente 
Esta é a corrente que entende ser constitucional a lei Maria da Penha e esta proteção 
direcionada à mulher. Com o fundamento de haver dois sistemas diferentes de 
proteção no ordenamento jurídico brasileiro: 
 
a) Um sistema GERAL, voltado a destinatários incertos (art. 
129, §§ 9º a 11, CP – o sistema penal é geral, sem 
destinatário certo); 
 
b) E um sistema ESPECIAL, com um destinatário certo (caso 
da lei Maria da Penha que tem a mulher como destinatária, 
visando a IGUALAR DE FATO a mulher ao homem – já que 
ela é igual perante a lei – possui apenas a igualdade formal). 
Há uma AÇÃO AFIRMATIVA feita pelo legislador visando 
alcançar a igualdade substancial, a igualdade de fato. 
 
Professor Rogério Sanches menciona um julgado importante no TJ/MG que 
menciona que se a lei for inconstitucional porque se esquece do homem, é necessário 
que se englobe o homem nas medidas desta lei de modo a não extirpá-la do 
ordenamento. 
Não seria analogia in malam partem porque a finalidade da lei não é punitiva 
para o agente e sim proteger, prevenir e assistir a vítima – seria nesta analogia tanto 
para o homem como para a mulher. 
ANÁLISE DOS §§ 9º A 11, ARTIGO 129, CP 
 
Art. 129, CP 
§ 9o Se a lesão (leve) for praticada contra ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou (partícula 
que fundamenta a segunda corrente) com quem conviva ou 
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das 
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação 
dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
 
 O §9º traz uma qualificadora do caput, da LESÃO LEVE, ou seja, trata-se de 
uma lesão leve qualificada, elevando a pena que era de três meses a um ano, em uma 
pena de três meses a três anos. 
	
  
	
  
 Observação: a lesão leve é considerada como um delito de menor potencial 
ofensivo. Salvo se ela for praticada no ambiente doméstico ou familiar (03 meses a 03 
anos a pena). A pena máxima da forma qualificada suplanta dois anos. É o caso em 
que a lesão leve deixa de ser de menor potencial ofensivo. 
 O sujeito passivo tanto pode ser o homem quanto a mulher. O Código Penal 
não restringiu a vítima neste artigo. Aqui está questionada a super proteção da mulher, 
que está mais protegida com a lei Maria da Penha e este parágrafo. 
Quando ao sujeito ativo, diz o professor Rogério Sanches que o tipo exige uma 
relação especial unindo os dois sujeitos, sendo um crime bi-próprio (relação de 
ascendência, descendência, etc.). Mas, uma grande parte da doutrina entende ser um 
crime bi-comum. 
Entende ser mais correto entender que o crime é bi-comum em virtude dos 
seguintes relacionamentos e posições entre o agente e a vítima do crime do art. 129, 
§9º, CP: 
 
a) Crime contra ascendente, descendente ou irmão: pouco importa se o 
parentesco é biológico ou civil (discriminação repudiada inclusive pela 
Constituição Federal); Dispensa, por ora, coabitação. 
 
b) Crime contra cônjuge ou companheiro: incide este parágrafo mesmo que 
os cônjuges estejam separados de fato. Também se dispensa a coabitação. 
 
c) Crime com quem conviva ou tenha convivido: trata-se de um 
complemento às hipóteses anteriores ou uma terceira gama de 
pessoas? 
 
1ª corrente 
Guilherme de Souza Nucci não concorda que seja uma terceira hipótese de relação 
especial que tenha o agente com a vítima. É uma expressão complementar necessária 
aos blocos anteriores (crime contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro). Posição minoritária de doutrina. 
2ª corrente 
Professor Rogério Sanches e a maioria da doutrina entendem ser uma terceira 
hipótese, um terceiro bloco, em razão da partícula “ou”; não relacionada a ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge, etc. Exemplo da incidência do parágrafo nono em uma 
república de estudantes; ou de namorados que estão morando temporariamente na 
mesma residência; relação entre amantes; etc. Com esta corrente, dispensa-se a 
coabitação, presente ou pretérita. 
 
d) Crime que ocorre quando o agente se prevalece das relações 
domésticas (consideradas as babás e as empregadas domésticas), de 
coabitação ou hospitalidade (visitas). 
	
  
	
  
 
A doutrina critica muito este encerramento da norma do §9º do artigo 129, 
Código Penal e diz que desnatura a relação doméstica propriamente dita. 
Observação: os parentes por afinidade não estão previstos no art. 129, §9º, 
CP. Somente haverá tipificação se conviva ou tenha convivido ou esteja o parente por 
afinidade de visita (relação de hospitalidade). 
 
Art. 129, CP 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o (lesão grave, 
gravíssima e seguida de morte) deste artigo, se as 
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-
se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 
2004) 
 
 O §10 do art. 129, CP trata de uma causa de aumento, isto é, uma majorante 
(aumentando-se de 1/3) sobre a pena relativa às penas da lesão grave, gravíssima e 
seguida de morte, no caso de ocorrer a violência doméstica ou familiar. 
Não se trata de uma qualificadora. Como se configura como uma causa de 
aumento é utilizada apenas na terceira fase de fixação da pena. 
Observação: lesão grave admite em tese suspensão condicional do processo. 
Mas, a lesão grave praticada no ambiente doméstico e familiar não admite a 
suspensão condicional do processo, pois a pena mínima aplicada a majorante 
suplanta 01 ano. 
Lesão gravíssima admite em tese sursis, a suspensão condicional da pena. No 
entanto, se praticada no ambiente doméstico e familiar não admite o sursis (a pena 
máxima é superior a 02 anos, requisito do sursis). 
Por fim, a lesão corporal seguida de morte admite em regra o cumprimento 
inicial em regime aberto. Não obstante, se praticada esta lesão seguida de morte no 
ambiente doméstico e familiar, não caberá tal benefício do regimeaberto (nunca a 
pena com a majorante incidente será menor de 04 anos). 
 
Art. 129, CP 
§ 11. Na hipótese do § 9o (lesão leve) deste artigo, a pena será 
aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa 
portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) 
 
Na expressão “pessoa portadora de deficiência” será considerada aquele 
indivíduo que se enquadrar nos artigos 3º e 4º do decreto 3298/1999, que 
regulamentou a lei 7853/1989. 
	
  
	
  
Cezar Roberto Bittencourt discorda com a restrição da legislação para que haja 
a incidência desta causa de aumento, devendo ser analisado o caso concreto para 
decidir-se se a pessoa vítima da lesão leve é portadora de deficiência. 
Apenas incidirá a pena diferenciada deste §11 se a lesão corporal praticada for 
uma lesão leve. Caso contrário o Juiz não considerará este parágrafo propriamente, 
sendo aplicada a qualificadora relativa à espécie de lesão, e mais a circunstância será 
utilizada na fase de fixação da pena (art. 59, CP). 
Tratando-se de crime doloso o agente tem de ter conhecimento que a vítima é 
portadora de deficiência, para evitar-se a responsabilidade penal objetiva. 
 
DISTINÇÃO ENTRE AS ESPÉCIES DE AÇÕES PENAIS DENTRE OS CRIMES DE 
LESÃO CORPORAL 
 
Qual é a ação penal cabível no crime de lesão corporal? 
 
Artigo 129, CP 
 
 
 
Ação penal pública incondicionada 
(regra dos crimes do Código Penal). 
 
 
Lesão Leve/ Lesão Culposa 
 
Ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido (exceção) – 
art. 88, 9099/1995. 
 
 
 
 
 
 
 
Lesão corporal dos §§ 9º, 10 e 11, art. 
129, CP. 
 
Se a vítima for HOMEM. 
 
a) Art. 129, §9º, CP (lesão leve 
qualificada) – ação penal pública 
condicionada. Previsão do artigo 89, lei 
9099/1995. Apesar de não ser um crime 
de menor potencial ofensivo o do art. 129, 
caput, CP, este artigo é aplicado ao crime 
de lesão leve. 
 
b) Art. 129, §10, CP (lesão grave, 
gravíssima ou seguida de morte) – ação 
penal pública incondicionada (segue a 
regra do Código Penal). 
c) Art. 129, §11, CP (lesão leve) – ação 
penal pública condicionada (art. 89, lei 
9099/1995, seguindo a exceção para a 
	
  
	
  
 
 
 
 
 
 
qualquer espécie de lesão leve). 
 
 
 
 
 
 
 
Lesão corporal dos §§ 9º, 10 e 11, art. 
129, CP. 
 
Se a vítima for MULHER. 
 
 
 
 
 
 
a) Art. 129, §9º, CP (lesão leve): 
 
1ª corrente: diz que a ação penal é 
pública é incondicionada (art. 41, 
11.340/2006, que proíbe a aplicação da lei 
9099/1995). Não bastasse, trata-se de 
grave violação aos direitos humanos da 
mulher, incompatível com a ação penal 
pública condicionada. É a posição de Luiz 
Flávio Gomes, Maria Berenice Dias e 
recentemente do STJ e STF. 
 
b) Art. 129, §10, CP (lesão grave, 
gravíssima ou seguida de morte) – ação 
penal pública incondicionada. 
 
c) Art. 129, §11, CP (lesão leve) – como a 
lesão é leve segue a mesma discussão 
acima exposta, dividida em duas 
correntes. 
 
 
 Art. 88, 9099/1995 - Além das hipóteses do Código Penal e da 
legislação especial, dependerá de representação a ação penal 
relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas 
(aplicada para todas as hipóteses de lesão leve). 
 
Art. 41, 11340/2006 - Aos crimes praticados com violência 
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da 
pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro 
de 1995.

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