Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gênero Leishmania Prof. Celso Lourenço Características Gerais • Protozoários unicelulares, heteroxenos • Reprodução por divisão binária simples em ambos os hospedeiros • Hospedeiros vertebrados – variedade de mamíferos (roedores e canídeos) • Hospedeiros invertebrados – fêmeas de insetos hematófagos (Flebotomíneos) • Transmissão – picada do inseto infectado MORFOLOGIA Ovais, esféricos ou fusiformes Possuem uma invaginação na membrana na região anterior formando a bolsa flagelar Cinetoplasto encontra-se ligado à única mitocôndria Multiplicação por divisão binária simples inicia com a divisão do cinetoplasto (flagelo remanescente e novo flagelo) e depois divisão do núcleo Promastígota – forma alongada, cinetoplasto anterior ao núcleo, flagelo anterior Amastígota – forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não se exterioriza Paramastígota – cinetoplasto justanuclear CICLO BIOLÓGICO Formas promastígotas são inoculadas pela fêmea do mosquito vetor Saliva do inseto – anticoagulante, vasodilatadora e antiagregação plaquetária Saliva – quimiotática monócito e imunoregulador As formas promastígotas são resistentes à lise pela via complemento Endocitose do parasito – macrófago Promastígota utiliza a opsonização para evitar a produção de radicais livres pela respiração O parasito se encontra dentro de um vacúolo que entra em contato com os lisossomos sem gerar fusão Promastígota se transforma em amastígota que resiste a ambiente ácido Amastígotas se multiplicam – o vacúolo se rompe – e o parasito écapturado por novos macrófagos Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) • Acomete homens e animais silvestres • Caracterizada por lesões cutâneas (ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas) e cutâneomucosas (mais agressivas que atingem as mucosas nasofaríngeas) • Relatos históricos muito antigos da doença • No Brasil – 1855 – Cerqueira / 1908 – úlcera-de-bauru / 1911 – Leishmania brasiliensis Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) • Leishmania (Viannia) braziliensis • Leishmania (Viannia) guyanensis • Leishmania (Viannia) lainsoni • Leishmania (Viannia) shawi • Leishmania (Viannia) naiffi • Leishmania (Viannia) amazonensis ASPECTOS IMUNOLÓGICOS Macrófagos apresentam os antígenos aos linfócitos TCD4+ (Th1 e Th2) T helper CD4+ (Th1) secretam citocinas específicas: IL-2, INF-ɤ, IL-12, TNF-α (citocinas pré- inlamatórias) Th2 secretam IL-4, IL-5,IL-6, IL-10, TGF-β PATOGENIA Hematofagia causa lesão na derme ativando macrófagos Macrófagos contaminados com amastígotas Período de incubação – 2 semanas e 3 meses (entre a picada do inseto e o aparecimento da lesão inicial A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto de linfócitos e macrófagos PATOGENIA A lesão inicial por regredir, permanecer estacionária ou evoluir para um nódulo dérmico Histiocitoma (hipertrofia da córnea e da papila) Infiltrado celular circundando a lesão constituído linfócitos Ocorre necrose resultando em desintegração da epiderme formando uma lesão úlcero-crotosa Ocorre perda da crosta formando-se uma úlcera com bordas salientes e fundo recoberto exsudato seropurulento CARACTERÍSTICAS DA LESÃO Úlcera de configuração circular, bordas altas Fundo granuloso de cor vermelha intensa Recoberto por exsudato seroso ou seropurulento Pode ocorrer disseminação linfática ou hematogênica produzindo metástase cutânea, subcutânea e mucosa Depois de tratamento de sucesso – cicatriz característica: despigmentada com uma leve depressão na pele FORMAS CLÍNICAS Provocadas por diferentes espécies de Leishmania e associados ao estado imunológico do hospedeiro LC (leishmaniose cutânea) LCM (leishmaniose cutaneomucosa) LCD (leishmaniose cutânea difusa) LEISHMANIOSE CUTÂNEA • Formação de úlceras únicas ou múltiplas confinadas na derme, com a epiderme ulcerada • Grande quantidade de parasitos na fase inicial da úlcera • Atinge pacientes imunossuprimidos (AIDS) Brasil: • L. brasiliensis – únicas, de grandes dimensões, mais destrutiva (úlcera-de-Bauru) • L. guyanensis – cratera de lua, dissemina-se pelo corpo, linfagite e linfadenopatia. • L. amazonensis – lesões ulceradas simples e limitadas, não é comum do homem • L. laisonsi – lesão cutânea única, recentemente descoberta no Estado do Pará LEISHMANIOSE CUTANEOMUCOSA • Pode surgir meses ou anos após a lesão inicial • Lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens • Regiões mais comumente afetadas – nariz, faringe, boca e laringe • Inicia com infiltrado discreto no nariz e podendo posteriormente atingir estruturas ósseas • Pode atingir lábios e se propagar pela face • Nariz de tapir e nariz de anta LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA • Lesões difusas não-ulceradas por toda a pele • Envolve amplas áreas da pele, principalmente extremidades e outras partes expostas • Numerosas erupções papulares ou nodulares não ulceradas • Resultado da metástase o parasito • Curso crônico e progressivo por toda a vida do paciente PROFILAXIA • Inseticidas em áreas florestais – inviável e anti-biológico • Desmatamento – curto prazo aumenta os casos • Proteção individual contra a picada do mosquito – repelente, mosqueteiros • Construção das casas a uma distância mínima de 500m da mata • Vacina ainda em fase de estudo DIAGNÓSTICO Clínico • Com base na característica da lesão associado à anamnese • Descartar outra lesão dermatose Laboratorial • Exame direto de esfregaços corados • Exame histopatológico • Cultura
Compartilhar