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Coronel Fabriciano Agosto de 2009 Professor: Aloísio de Castro Gomes Júnior Versão 1.0 Notas de Aula de Cálculo Numérico 1 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Introdução A SOLUÇÃO NUMÉRICA Objetivo: tornar simples a resolução de problemas científicos, como por exemplo, a equação abaixo: dxe x 1 0 2 2 O PROCESSO ITERATIVO Método de cálculo infinito Problema Real Levantamento dos Dados Construção do Modelo Escolha do Método Numérico Implementação Computacional Análise dos Resultados Obtidos Se necessário, reformular o modelo ou escolher um novo método Notas de Aula de Cálculo Numérico 2 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Produz uma sequência de aproximações para a solução: * 13210 ...,,,...,,,,, xxxxxxx kk O valor obtido a cada passo depende do valor obtido no passo anterior. Existe convergência? O Método Iterativo Quando parar? Tome kxx * Condições de Parada: suplim_)(inflim_ * xg Erro absoluto = tolxx kk 1 Erro relativo = tol x xx k kk 1 ernum_max_itk ERROS NAS APROXIMAÇÕES NUMÉRICAS Erros de Modelagem Erro de Representação de Ponto Flutuante Erro de arredondamento Erro de truncamento Erro por estouro de memória Notas de Aula de Cálculo Numérico 3 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Capítulo 1: SISTEMAS LINEARES 1. INTRODUÇÃO Propõe-se, neste capítulo, apresentar métodos numéricos para resolver sistemas lineares postos na forma: 𝑎11𝑥1 + 𝑎12𝑥2 + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 = 𝑏1 𝑎21𝑥1 + 𝑎22𝑥2 + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛 = 𝑏2 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝑎𝑛1𝑥1 + 𝑎𝑛2𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛 Ou equivalente: 𝑎𝑖𝑗 𝑥𝑗 𝑛 𝑗 =1 = 𝑏𝑖 ∀ 𝑖 = 1,2, … , 𝑛 isto é, resolveremos sistemas lineares onde o número de equações é igual ao de incógnitas. Na forma matricial, um sistema linear é representado por; 𝐴𝑥 = 𝑏 onde: 𝐴 = 𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛 𝑎21 𝑎22 ⋯ 𝑎2𝑛 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝑎𝑛1 𝑎𝑛2 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 Matriz dos Coeficientes 𝑥 = 𝑥1 𝑥2 ⋮ 𝑥𝑛 Vetor das variáveis (ou incógnitas) 𝑏 = 𝑏1 𝑏2 ⋮ 𝑏𝑛 Vetor dos termos independentes Notas de Aula de Cálculo Numérico 4 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro É comum também representar o sistema 𝐴𝑥 = 𝑏 pela sua matriz aumentada, isto é, por: 𝐴 𝑏 = 𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛 | 𝑏1 𝑎21 𝑎22 ⋯ 𝑎2𝑛 | 𝑏2 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ | ⋮ 𝑎𝑛1 𝑎𝑛2 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 | 𝑏𝑛 Aplicações: Cálculos de tensão de estruturas metálicas, cálculo de razão de escoamento num sistema hidráulico, sistemas de produção com matéria-prima ou recursos escassos, etc... Definição: Denomina-se vetor solução (ou simplesmente solução) de um sistema 𝐴𝑥 = 𝑏 e denota-se por 𝑥 = 𝑥 1 𝑥 2 ⋯ 𝑥 𝑛 𝑡 ao vetor das variáveis que contém os elementos 𝑥𝑗 , 𝑗 = 1, 2, … , 𝑛, que satisfazem a todas as equações do sistema. 2. SISTEMAS TRINAGULARES 2.1. Sistema Triangular Superior Denomina-se sistema triangular superior a todo sistema 𝐴𝑥 = 𝑏 em que: 𝑎𝑖𝑗 = 0 ∀ 𝑗 < 𝑖, ou seja, o sistema da seguinte forma: 𝑎11𝑥1 + 𝑎12𝑥2 + 𝑎13𝑥3 + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 = 𝑏1 + 𝑎22𝑥2 + 𝑎23𝑥3 + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛 = 𝑏2 𝑎33𝑥3 + ⋯ + 𝑎3𝑛𝑥𝑛 = 𝑏3 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝑎𝑛𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛 Tais sistemas são resolvidos por substituições retroativas, através de equações da forma: 𝑥𝑖 = 𝑏𝑖 − 𝑎𝑖𝑗 𝑥𝑗 𝑛 𝑗=𝑖+1 𝑎𝑖𝑖 ∀𝑖 = 𝑛, … , 1 Notas de Aula de Cálculo Numérico 5 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 2.1. Sistema Triangular Inferior Denomina-se sistema triangular inferior a todo sistema 𝐴𝑥 = 𝑏 em que: 𝑎𝑖𝑗 = 0 ∀ 𝑗 > 𝑖, ou seja, o sistema da seguinte forma: 𝑎11𝑥1 = 𝑏1 𝑎21𝑥1 + 𝑎22𝑥2 = 𝑏2 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝑎𝑛1𝑥1 + 𝑎𝑛2𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛 Tais sistemas são resolvidos por substituições progressivas, através de equações da forma: 𝑥𝑖 = 𝑏𝑖 − 𝑎𝑖𝑗 𝑥𝑗 𝑖−1 𝑗=1 𝑎𝑖𝑖 ∀𝑖 = 1, … , 𝑛 3. MÉTODOS NUMÉRICOS Métodos Diretos Métodos Iterativos 4. MÉTODOS DIRETOS São métodos que produzem a solução exata de um sistema, a menos de erros de arredondamento, depois de um número finito de operações aritméticas. Regra de Cramer – computador que efetua uma operação aritmética em 10-8 segundos gastaria cerca de 36 dias para resolver um sistema de ordem n=15. Notas de Aula de Cálculo Numérico 6 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Transformações Elementares: 1. Trocar duas equações: Ex.: 𝐿𝑖 ← 𝐿𝑗 ; 𝐿𝑗 ← 𝐿𝑖 ; 2. Multiplicar uma equação por uma constante não-nula: Ex.: 𝐿𝑗 ← 𝑐 × 𝐿𝑗 ; 𝑐 ∈ ℝ, 𝑐 ≠ 0 3. Adicionar a uma equação um múltiplo de uma outra equação: 𝐿𝑗 ← 𝐿𝑗 + 𝑐 × 𝐿𝑖 ; 𝑐 ∈ ℝ Sistemas Equivalentes: Dois sistemas 𝐴𝑥 = 𝑏 e 𝐴 𝑥 = 𝑏 se dizem equivalentes se a solução de um for também a solução de outro. TEOREMA: Seja 𝐴𝑥 = 𝑏 um sistema linear. Aplicando-se somente transformações elementares sobre as equações de 𝐴𝑥 = 𝑏, obtemos um novo sistema 𝐴 𝑥 = 𝑏 , sendo que 𝐴𝑥 = 𝑏 e 𝐴 𝑥 = 𝑏 são equivalentes. 4.1. Método de Gauss Consiste em operar transformações elementares sobre as equações de um sistema 𝐴𝑥 = 𝑏 até que, depois de 𝑛 − 1 passos, se obtenha um sistema triangular superior 𝑈𝑥 = 𝑐, equivalente ao sistema dado, sistema esse que é resolvido por substituições retroativas. 𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛 | 𝑏1 𝑎21 𝑎22 ⋯ 𝑎2𝑛 | 𝑏2 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ | ⋮ 𝑎𝑛1 𝑎𝑛2 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 | 𝑏𝑛 𝐴𝑥=𝑏 𝑎′11 𝑎′12 ⋯ 𝑎′1𝑛 | 𝑏′1 0 𝑎′22 ⋯ 𝑎′2𝑛 | 𝑏′2 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ | ⋮ 0 0 ⋯ 𝑎′𝑛𝑛 | 𝑏′𝑛 𝑈𝑥=𝑐 Transf. Elementares Notas de Aula de Cálculo Numérico 7 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Descrição do Método: Para descrevermos o método, consideraremos os seguintes exemplos: Exemplo 1.1: 2𝑥1 + 3𝑥2 − 𝑥3 = 5 4𝑥1 + 4𝑥2 − 3𝑥3 = 3 2𝑥1 − 3𝑥2 + 𝑥3 = −1 Notas de Aula de Cálculo Numérico 8 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 1.2: 6𝑥1 + 2𝑥2 − 𝑥3 = 7 2𝑥1 + 4𝑥2 + 𝑥3 = 7 3𝑥1 + 2𝑥2 + 8𝑥3 = 13 Avaliação do resíduo/erro: O erro produzido por uma solução 𝑥 do sistema 𝐴𝑥 = 𝑏 pode ser avaliado pela expressão: 𝜀 = max 1≤𝑖≤𝑛 𝑟𝑖 Onde 𝑟𝑖 é a i-ésima componente do vetor resíduo 𝑟𝑖, o qual é dado por: 𝑅 = 𝑏 − 𝐴𝑥 Notas de Aula de Cálculo Numérico 9 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 1.3: Avalie o erro cometido ao resolver o exemplo 1.2. Complexidade: O Método de Gauss tem complexidade polinomial 𝑂(𝑛3). Em um computador que efetua uma operação aritmética em 10-8 segundos o método gastaria cercade 0,0000257 segundos para resolver um sistema de ordem n=15. Desvantagens do método de Gauss: (a) Não pode ser aplicado quando o pivô for nulo. (b) Os erros de arredondamento cometidos durante um passo da obtenção do sistema linear se propagam para os passos seguintes, podendo comprometer a validade da solução obtida. Para contornar o problema (a) e minimizar o problema (b), a idéia é usar uma estratégia de pivoteamento. 4.2. Método de Gauss com Pivotação Parcial A estratégia do pivoteamento consiste em: (i) No início da etapa 𝑘 de eliminação, escolher para pivô o maior elemento, em módulo, dentre os coeficientes. (ii) Trocar as linhas 𝑘 e 𝑖 se necessário. Exemplo 1.4: Resolver o sistema linear a seguir, avaliando o erro cometido em cada caso: 0,0002𝑥1 + 2𝑥2 = 5 2𝑥1 + 2𝑥2 = 6 a) método de Gauss b) método de Gauss com pivoteamento parcial. Notas de Aula de Cálculo Numérico 10 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 1.5: Resolver o sistema abaixo, usando o método de Gauss com pivotação parcial e avalie o erro cometido. 2𝑥1 + 3𝑥2 + 𝑥3 = −2 4𝑥1 + 2𝑥2 + 5𝑥3 = 10 5𝑥1 + 𝑥2 + 3𝑥3 = 9 Notas de Aula de Cálculo Numérico 11 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 5. MÉTODOS ITERATIVOS Tratam-se de métodos nos quais a solução 𝑥 de um sistema linear 𝐴𝑥 = 𝑏 é obtida como limite de uma seqüência de aproximações sucessivas 𝑥 (0), 𝑥 (1), 𝑥 (2), … , 𝑥 (𝑘), … , sendo dada uma aproximação inicial 𝑥 (0), isto é: 𝑥 = lim 𝑘→∞ 𝑥 (𝑘) 5.1. MÉTODO DE JACOBI Seja o sistema linear 𝐴𝑥 = 𝑏 em sua forma expandida: 𝑎11𝑥1 + 𝑎12𝑥2 + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 = 𝑏1 𝑎21𝑥1 + 𝑎22𝑥2 + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛 = 𝑏2 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ 𝑎𝑛1𝑥1 + 𝑎𝑛2𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛 Notas de Aula de Cálculo Numérico 12 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Explicitemos 𝑥1na primeira equação, 𝑥2 na segunda equação e assim sucessivamente. 𝑥1 = 𝑏1 − (𝑎12𝑥2 + 𝑎13𝑥3 + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 ) 𝑎11 𝑥2 = 𝑏2 − (𝑎21𝑥1 + 𝑎23𝑥3 + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛) 𝑎22 ⋮ 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛 − (𝑎𝑛1𝑥1 + 𝑎𝑛2𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛 ,𝑛−1𝑥𝑛−1) 𝑎𝑛𝑛 O Método de Jacobi consiste na seguinte seqüência de passos: (i) Escolher uma aproximação inicial 𝑥(0) = 𝑥1 (0) 𝑥2 (0) … 𝑥𝑛 (0) 𝑡 arbitrária. (ii) Gerar aproximações sucessivas 𝑥(𝑘) a partir de 𝑥(𝑘−1) com base nas seguintes equações de iteração: 𝑥1 (𝑘) = 𝑏1 − (𝑎12𝑥2 (𝑘−1) + 𝑎13𝑥3 (𝑘−1) + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 (𝑘−1) ) 𝑎11 𝑥2 (𝑘) = 𝑏2 − (𝑎21𝑥1 (𝑘−1) + 𝑎23𝑥3 (𝑘−1) + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛 (𝑘−1) ) 𝑎22 ⋮ 𝑥𝑛 (𝑘) = 𝑏𝑛 − (𝑎𝑛1𝑥1 (𝑘−1) + 𝑎𝑛2𝑥2 (𝑘−1) + ⋯ + 𝑎𝑛 ,𝑛−1𝑥𝑛−1 (𝑘−1) ) 𝑎𝑛𝑛 (iii) Interromper o processo quando um dos critérios abaixo for satisfeito: (1) max1≤𝑖≤3 𝑥𝑖 (𝑘) − 𝑥𝑖 (𝑘−1) < 𝜀 (2) 𝑘 > 𝐼𝑇𝐸𝑅𝑀𝐴𝑋, onde ITERMAX é o número máximo de iterações. Notas de Aula de Cálculo Numérico 13 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 1.6 : Resolva o sistema linear a seguir, pelo método de Jacobi usando como aproximação inicial 𝑥(0) = 0 0 0 𝑡 e como critério de parada max1≤𝑖≤3 𝑥𝑖 (𝑘) − 𝑥𝑖 (𝑘−1) < 0,002 ou 𝑘>10 iterações: 10𝑥1 + 2𝑥2 + 𝑥3 = 7 𝑥1 − 15𝑥2 + 𝑥3 = 32 2𝑥1 + 3𝑥2 + 10𝑥3 = 6 Equações de Iteração k )( 1 kx )( 2 kx )( 3 kx )1()( 31 max ki k i i xx )(1 kx )(2 kx )(3 kx 0 --------- 1 2 3 4 5 5.2. MÉTODO DE GAUSS-SEIDEL Este método difere do anterior apenas com relação às equações de iteração, as quais são: 𝑥1 (𝑘) = 𝑏1 − (𝑎12𝑥2 (𝑘−1) + 𝑎13𝑥3 (𝑘−1) + ⋯ + 𝑎1𝑛𝑥𝑛 (𝑘−1) ) 𝑎11 Notas de Aula de Cálculo Numérico 14 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 𝑥2 (𝑘) = 𝑏2 − (𝑎21𝑥1 (𝑘) + 𝑎23𝑥3 (𝑘−1) + ⋯ + 𝑎2𝑛𝑥𝑛 (𝑘−1) ) 𝑎22 𝑥3 (𝑘) = 𝑏2 − (𝑎31𝑥1 (𝑘) + 𝑎32𝑥2 (𝑘) + ⋯ + 𝑎3𝑛𝑥𝑛 (𝑘−1) ) 𝑎33 ⋮ 𝑥𝑛 (𝑘) = 𝑏𝑛 − (𝑎𝑛1𝑥1 (𝑘) + 𝑎𝑛2𝑥2 (𝑘) + ⋯ + 𝑎𝑛 ,𝑛−1𝑥𝑛−1 (𝑘) ) 𝑎𝑛𝑛 Exemplo 1. 7: Resolva o sistema linear a seguir, pelo método de Gauss-Seidel usando como aproximação inicial 𝑥(0) = 0 0 0 𝑡 e como critério de parada max1≤𝑖≤3 𝑥𝑖 (𝑘) − 𝑥𝑖 (𝑘−1) < 0,002 ou 𝑘 > 10 iterações: 10𝑥1 + 2𝑥2 + 𝑥3 = 7 𝑥1 − 15𝑥2 + 𝑥3 = 32 2𝑥1 + 3𝑥2 + 10𝑥3 = 6 Equações de Iteração k )( 1 kx )( 2 kx )( 3 kx )1()( 31 max ki k i i xx )(1 kx )(2 kx )(3 kx 0 --------- 1 2 3 4 5 Notas de Aula de Cálculo Numérico 15 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 5.3. CONVERGÊNCIA DOS MÉTODOS ITERATIVOS (i) CRITÉRIO DAS COLUNAS: É condição suficiente para que um sistema linear convirja usando um método iterativo que: 𝑎𝑗𝑗 > 𝑎𝑖𝑗 𝑛 𝑖=1 𝑖≠𝑗 ∀𝑗 = 1, 2, … , 𝑛 Ou seja, o elemento da diagonal principal tem que ser dominante na coluna. Além do mais, quanto mais próximo de zero estiver a relação 𝑎𝑖𝑗 𝑛 𝑖=1 𝑖≠𝑗 𝑎𝑗𝑗 mais rápida será a convergência. Exemplo 1.8: Verifique, usando o critério das colunas, se o sistema linear a seguir converge quando um método iterativo for aplicado. 45𝑥1 − 2𝑥2 + 𝑥3 = 220 𝑥1 + 32𝑥2 − 3𝑥3 = 72 5𝑥1 − 𝑥2 − 50𝑥3 = 73 Notas de Aula de Cálculo Numérico 16 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro (ii) CRITÉRIO DAS LINHAS: É condição suficiente para que um sistema linear convirja usando um método iterativo que: 𝑎𝑖𝑖 > 𝑎𝑖𝑗 𝑛 𝑗 =1 𝑗≠𝑖 ∀𝑖 = 1, 2, … , 𝑛 Ou seja, o elemento da diagonal principal tem que ser dominante na linha. Além do mais, quanto mais próximo de zero estiver a relação 𝑎𝑖𝑗 𝑛 𝑗=1 𝑗≠𝑖 𝑎𝑖𝑖 mais rápida será a convergência. Exemplo 1.9: Verifique, usando o critério das linhas, se o sistema linear a seguir converge quando um método iterativo for aplicado. 45𝑥1 − 2𝑥2 + 𝑥3 = 220 𝑥1 + 32𝑥2 − 3𝑥3 = 72 5𝑥1 − 𝑥2 − 50𝑥3 = 73 (ii) CRITÉRIO DE SASSENFELD: Seja 𝛽𝑖 = 𝑎𝑖𝑗 ∗ 𝛽𝑗 + 𝑎𝑖𝑗 𝑛 𝑗=𝑖+1 𝑖−1 𝑗=1 𝑎𝑖𝑖 É condição suficiente para que um sistema linear convirja usando um método iterativo que: 𝛽 = max 1≤𝑖≤𝑛 𝛽𝑖 < 1 Notas de Aula de Cálculo Numérico 17 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Além disso, quanto menor for 𝛽 mais rápida será a convergência. Exemplo 1.10: Verificar se há garantia de convergência do sistema a seguir usando um método iterativo: 3𝑥1 + 𝑥3 = 3 𝑥1 − 𝑥2 = 1 2𝑥1 + 𝑥2 + 3𝑥3 = 9Notas de Aula de Cálculo Numérico 18 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 6. COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS Item Método Direto Método Iterativo Convergência A solução é sempre obtida. Há garantia de obter solução somente sob certas condições. Número de Operações É possível determinar a priori o número de operações necessárias. Não é possível determinar a principio a complexidade. Esparsidade Destrói a esparsidade da matriz durante a fase de eliminação. Preserva a esparsidade da matriz. Erros de Arredondamento Amplia os erros durante os cálculos. Essa ampliação pode ser minimizada usando técnicas de pivoteamento. Os erros de arredondamento não afetam as soluções obtidas em cada iteração. Apenas a solução final pode conter erro. Notas de Aula de Cálculo Numérico 19 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exercícios: 1.1) Resolva os Sistemas Lineares abaixo usando o Método de Eliminação de Gauss, quando necessário reter 3 casas decimais. Avalie o resíduo de cada sistema. (a) 20,10 90,6 60,64 32 3 3 3 21 21 21 x x x xx xx xx (b) 1 5 10 3 2 2 34 3 3 3 21 21 21 x x x xx xx xx (c) 278,11 526,6 672,6 212,1 987,0 234,1 512,2459,3 250,1083,5 456,2023,1 3 3 3 21 21 21 x x x xx xx xx (d) 12234 42323 12 722 4321 4321 4321 4321 xxxx xxxx xxxx xxxx 1.2) Resolva os Sistemas Lineares (a), (c) e (d) do exercício anterior usando o Método de Eliminação de Gauss com pivotação parcial, quando necessário reter 3 casas decimais. Avalie o resíduo de cada sistema. 1.3) Verifique, usando o critério de Sassenfeld, se os sistemas abaixos podem ser resolvidos através de métodos iterativos e em seguida resolva-os utilizando o método de Jacobi com 10k iterações, explicitando as equações de iteração. Considere a solução tx 00000 como aproximação inicial e precisão 01,0 . (a) −75𝑥1 + 14𝑥2 + 3𝑥3 + 4𝑥4 = 115 8𝑥1 + 65𝑥2 − 4𝑥3 − 2𝑥4 = 96 5𝑥1 − 7𝑥2 + 42𝑥3 + 5𝑥4 = 149 2𝑥1 + 4𝑥2 − 5𝑥3 − 30𝑥4 = 13 (b) −75𝑥1 + 12𝑥2 + 5𝑥3 = −326 10𝑥1 + 60𝑥2 + 5𝑥3 = −130 −3𝑥1 − 2𝑥2 + 45𝑥3 = 84 1.4) Resolva os sistemas lineares do exercício anterior utilizando o método de Gauss-Seidel com 10k iterações, explicitando as equações de iteração. Considere a solução tx 0000)0( como aproximação inicial e precisão 01,0 . 1.5) Uma forma mais simples de verificar se haverá convergência, quando da aplicação de métodos de Jacobi e Gauss-Seidel, na resolução de um sistema de equações é a utilização do Critério das Linhas. Ele estabelece que é condição suficiente para a convergência dos métodos de Jacobi e Gauss-Seidel que a matriz dos coeficientes, A , de um sistema de equações bAx , seja a diagonal principal estritamente dominante, ou seja, n ijj ijii niaa ;1 ...,,2,1,|||| Notas de Aula de Cálculo Numérico 20 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Isto significa que, em cada linha, o elemento diagonal, em módulo, deve ser maior que a soma dos módulos dos demais elementos da mesma linha. Seja um sistema de equações cuja matriz dos coeficientes e termos independentes são: 61 120 13 C C C A e 1 1 1 b Aplicando o critério das linhas determine em qual intervalo deve estar o valor de C de tal forma que se possa garantir que haverá convergência quando da aplicação de um método iterativo para a sua resolução. Tomando um valor para C, no intervalo determinado, resolva o sistema de equações utilizando o método de Jacobi com precisão de 0,01 e um máximo de 5 iterações. Considere a solução tx 000)0( . 1.6) Dado o sistema de equações a seguir, determine, utilizando o critério de Sassenfeld, o menor valor inteiro positivo de k para o qual fica assegurada a convergência dos métodos iterativos. Usando o valor determinado, resolva o sistema de equações aplicando o método de Gauss-Seidel, com precisão 0,02 e um máximo de 10 iterações. Considere a solução tx 000)0( . 3 2 1 76 6 3 3 3 3 21 21 21 x x x xx xkx xkx 1.7) A análise de 3 alimentos revelou que os mesmos possuem as seguintes quantidades de vitamina por grama. Alimento Vitaminas A (%) B (%) C (%) I 20,5 38,0 27,0 II 30,4 18,2 19,0 III 25,0 12,8 17,6 Uma pessoa deseja ingerir 2684; 2793,22 e 2402,74 gramas de vitaminas A, B e C, respectivamente. Quais as quantidades necessárias dos alimentos I, II e III? Resolva por qualquer método este problema. Notas de Aula de Cálculo Numérico 21 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Resolva os dois problemas a seguir com a utilização do software SCILAB ou MATLAB. Problema 1.1: Suponha que tenhamos o circuito dado na Figura 1. A corrente que flui do nó p para o nó q de uma rede elétrica é dada por: , pq qp pq R VV I onde I em Ampéres, R em Ohms e Vp e Vq são voltagens nos nós p e q, respectivamente, e Rpq é a resistência do arco pq (Lei de Ohm). A soma das correntes de chegam em cada nó é nula (Lei de Kirchoff); assim, as equações que relacionam as voltagens podem ser obtidas. Por Exemplo: no nó 1, tem-se a equação: ,041211 IIIA ou seja, ,0 212 100 14121 VVVVV ou ainda 10024 421 VVV Obtenha as demais equações do sistema linear e resolva-o usando método numérico à sua escolha. Figura 1 100 V 0 V A B 2 Ω 1 Ω 1 Ω 2 Ω 2 Ω 5 Ω 1 2 4 3 Notas de Aula de Cálculo Numérico 22 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Problema 1.2: Uma transportadora possui cinco tipos de caminhões, que representaremos por (1), (2), (3), (4) e (5), os quais são equipados para transportar cinco tipos diferentes de máquinas A, B, C, D, E, segundo a Tabela 1, onde supomos que A, B, C, D, E é a quantidade de máquinas que cada caminhão pode transportar levando a carga plena. Tabela 1 Caminhões Máquinas A B C D E (1) 1 1 1 0 2 (2) 0 1 2 1 1 (3) 2 1 1 2 0 (4) 3 2 1 2 1 (5) 2 1 2 3 1 Assim, o caminhão (1) pode transportar uma máquina A, uma máquina B, uma máquina C, nenhuma máquina D, duas máquinas E, etc. Quantos caminhões de cada tipo deveríamos enviar para transportar exatamente: 27 máquinas do tipo A, 23 máquinas do tipo B, 31 máquinas do tipo C, 31 máquinas do tipo D, 22 máquinas do tipo E? Supondo que cada caminhão saia com carga plena, resolva o sistema linear obtido pelo método de Eliminação de Gauss. Sugestão: Represente por x1, x2, x3, x4 e x5 o número de caminhões respectivamente dos tipos (1), (2), (3), (4) e (5). Notas de Aula de Cálculo Numérico 23 Unileste-MG Prof. Aloísiode Castro Capítulo 2: Equações Algébricas e Transcendentes 1. INTRODUÇÃO O Objetivo deste capítulo é o de apresentar métodos numéricos para resolver um equação 𝑓 𝑥 = 0. Resolver uma equação 𝑓 𝑥 = 0 significa encontrar números 𝜉𝑖, denominados raízes, tais que 𝑓 𝜉𝑖 = 0. Geometricamente, conforme mostra a figura abaixo, as raízes representam os pontos de interseção do gráfico de 𝑓 com o eixo 𝑂𝑥. 2. FASES NA DETERMINAÇÃO DE RAÍZES Para se calcular uma raiz duas etapas devem ser seguidas: (𝑖) Isolar a raiz; (𝑖𝑖) Refinar o valor a raiz até o grau de exatidão requerido. 𝑓 𝑥 𝑦 𝜉1 𝜉2 𝜉3 Notas de Aula de Cálculo Numérico 24 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 2.1. Fase 1: Isolamento Objetivo: Determinar um intervalo [𝑎, 𝑏], o menor possível, que contenha uma única raiz. Teorema de Cauchy-Bozano: Seja 𝑓 uma função contínua em um intervalo [𝑎, 𝑏]. Se 𝑓 𝑎 × 𝑓 𝑏 < 0 então existe pelo menos um ponto 𝜉 ∈ 𝑎, 𝑏 | 𝑓 𝜉 = 0. Resultado Importante: Se 𝑓′ preservar o sinal em [𝑎, 𝑏] então a raiz 𝜉 é única. Procedimentos para isolar a raiz de uma equação Procedimento I: Esboçar o gráfico de 𝑓, determinando os intervalos [𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1] que contenham uma única raiz. Exemplo 2.1: Isolar as raízes de 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − cos 𝑥 = 0. Notas de Aula de Cálculo Numérico 25 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Procedimento II: Decompor a função 𝑓, se possível, na forma 𝑓 = 𝑔 − , onde os gráficos de 𝑔 e sejam conhecidos e mais simples. Neste caso, os pontos de interseção dos gráficos de 𝑔 e representam as raízes de 𝑓 𝑥 = 0. Exemplo 2.2: Isolar as raízes de 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − cos 𝑥 = 0. y=f(x) x Notas de Aula de Cálculo Numérico 26 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 2.3: Isolar as raízes de 𝑓 𝑥 = 𝑒𝑥 + 𝑥2 − 2 = 0. Exemplo 2.4: Isolar as raízes de 𝑓 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 = 0. x y=f(x) x y=f(x) Notas de Aula de Cálculo Numérico 27 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 2.2. Fase 2: Refinamento Uma vez isolada a raiz em um intervalo [𝑎, 𝑏], procura-se, nesta fase, considerar uma aproximação inicial para a raiz e melhorá-la sucessivamente até se obter uma aproximação com a precisão desejada. 3. CRITÉRIOS DE PARADA 𝑥𝐾 é uma “boa” aproximação para a raiz 𝜉 de uma equação 𝑓 𝑥 = 0, se os dois critérios abaixo forem satisfeitos: (𝑖) 𝑓(𝑥𝑘) < 𝜀 (𝑖𝑖) 𝑥𝑘 − 𝜉 < 𝜀 onde 𝜀 é a precisão requerida. Como não se conhece o valor de 𝜉, o segundo critério de parada é substituído por: 𝑏 − 𝑎 < 𝜀 Ou seja, a amplitude do intervalo tem que ser menor do que a precisão requerida. 4. MÉTODO DA BISSEÇÃO (MB) Idéia: reduzir o intervalo [𝑎, 𝑏] que contém a raiz 𝜉, dividindo-o pela ao meio em cada iteração. 𝑥𝑘 = 𝑎 + 𝑏 2 Notas de Aula de Cálculo Numérico 28 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 2.5: Determinar com precisão de 𝜀 < 0,01 e com o máximo de 10 iterações, a raiz da equação 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − cos 𝑥 = 0. (a) Isolar a Raiz. (b) Refinamento 𝑘 𝑎 𝑏 𝑥𝑘 𝑓(𝑥𝑘) 𝑏 − 𝑎 Conclusão 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Vantagens e Desvantagens do Método: Vantagem: Não há exigências em relação ao comportamento do gráfico de 𝑓 no intervalo [𝑎, 𝑏]. Desvantagem: Convergência muito lenta. É comumente utilizado para reduzir o intervalo antes de usar outro método de convergência mais rápido. Notas de Aula de Cálculo Numérico 29 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 5. MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON (MNR) Seja 𝑓 uma função contínua em [𝑎, 𝑏] tal que: (𝑖) 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) < 0; (𝑖𝑖) Existe uma única raiz 𝜉 ∈ [𝑎, 𝑏]; (𝑖𝑖𝑖) 𝑓′ e 𝑓" preservam o sinal e não se anulam em [𝑎, 𝑏]. Se estas três condições forem satisfeitas o MNR pode ser utilizado. Idéia: Aproximar um arco da curva por uma reta tangente traçada a partir de um ponto da curva. Seja 𝑥0 uma aproximação inicial para a raiz. A tangente de 𝛼 na figura anterior é: tan 𝛼 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑓(𝑥0) (𝑥0 − 𝑥1) = 𝑓′(𝑥0) 𝜉 𝑥 𝑦 𝑓(𝑥0) 𝑥0 𝑥1 𝛼 Notas de Aula de Cálculo Numérico 30 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro De onde resulta que: 𝑥1 = 𝑥0 − 𝑓(𝑥0) 𝑓 ′(𝑥0) Genericamente: 𝑥𝑘 = 𝑥𝑘−1 − 𝑓(𝑥𝑘−1) 𝑓 ′(𝑥𝑘−1) Escolha de uma aproximação inicial Se 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) < 0 e 𝑓′ e 𝑓" preservarem o sinal e não se anularem em [𝑎, 𝑏], então partindo-se de uma aproximação inicial 𝑥0 ∈ [𝑎, 𝑏] tal que: 𝑓(𝑥0) × 𝑓"(𝑥0) > 0 Desta forma, é possível gerar, pelo MNR, uma seqüência de aproximações 𝑥𝑘 que convirja para a raiz 𝜉 de 𝑓 𝑥 = 0. Exemplo 2.6: Determinar pelo MNR, com precisão 𝜀 < 0,01 em um máximo de 10 iterações, a raiz da equação 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − cos 𝑥 = 0. (a) Isolar a raiz. (b) Escolha de 𝑥0: Notas de Aula de Cálculo Numérico 31 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro (c) Refinamento 𝑘 𝑥𝑘 𝑓(𝑥𝑘) 𝑓′(𝑥𝑘) |𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1| 0 1 2 3 4 5 Exemplo 2.7: Determinar pelo MNR, com precisão 𝜀 < 0,01 em um máximo de 10 iterações, a raiz da equação 𝑓 𝑥 = 𝑥 + ln 𝑥 = 0. (a) Isolar a raiz. (b) Escolha de 𝑥0: Notas de Aula de Cálculo Numérico 32 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro (c) Refinamento 𝑘 𝑥𝑘 𝑓(𝑥𝑘) 𝑓′(𝑥𝑘) |𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1| 0 1 2 3 4 5 Vantagens e Desvantagens do Método Vantagem: Tem convergência muito rápida. Desvantagens: (𝑖) Exige o cálculo e a análise dosinal de 𝑓′ e 𝑓". (𝑖𝑖) Se o valor de 𝑓 ′ (𝑥𝑘) for muito elevado, a convergência será lenta. (𝑖𝑖𝑖) Se o valor de 𝑓 ′ (𝑥𝑘) for próximo de zero, ocorrerá overflow. 6. MÉTODO DAS SECANTES (MS) Idéia: Usar retas secantes (traçadas a partir de dois pontos do gráfico) como aproximações lineares locais da função 𝑓(𝑥), ao invés de retas tangentes. Notas de Aula de Cálculo Numérico 33 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Geometricamente: Toma-se uma reta que passa pelos pontos (𝑥0 , 𝑓(𝑥0)) e (𝑥1 , 𝑓(𝑥1)) como aproximação linear da curva 𝑓(𝑥), como mostra a figura abaixo: Usando a semelhança dos triângulos 𝐴𝐵𝐶 e 𝐴𝐸𝐷, tem-se que: 𝑓(𝑥0) 𝑥0 − 𝑥2 = 𝑓(𝑥1) 𝑥1 − 𝑥2 Explicitando 𝑥2 na equação anterior, tem-se: 𝑥2 = 𝑥1 − (𝑥1 − 𝑥0) 𝑓(𝑥1) − 𝑓(𝑥0) 𝑓(𝑥1) Generalizando-se, tem: 𝑥𝑘+1 = 𝑥𝑘 − (𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1) 𝑓(𝑥𝑘) − 𝑓(𝑥𝑘−1) 𝑓(𝑥𝑘) Vantagens e Desvantagens do Método: Vantagem: É uma alternativa para o MNR, pois evita o cálculo da primeira derivada, substituindo-a pela expressão: 𝜉 𝑥 𝑦 𝑓(𝑥0) 𝑥0 𝑥1 𝑓(𝑥1) 𝑥2 𝐵 𝐶 𝐴 𝐷 𝐸 Notas de Aula de Cálculo Numérico 34 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 𝑓′(𝑥𝑘) = 𝑓(𝑥𝑘) − 𝑓(𝑥𝑘−1) (𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1) Desvantagens: (𝑖) Necessita de duas aproximações iniciais. (𝑖𝑖) A convergência não é tão rápida quanto o MNR. Exemplo 2.8: Determinar pelo MS, com precisão 𝜀 < 0,01 em um máximo de 10 iterações, a raiz da equação 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − cos 𝑥 = 0. (a) Isolar a raiz. (b) Escolha das aproximações iniciais 𝑥0 e 𝑥1: (c) Refinamento 𝑘 𝑥𝑘 𝑓(𝑥𝑘) 𝑓′(𝑥𝑘) |𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1| 0 1 2 3 4 5 Notas de Aula de Cálculo Numérico 35 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 2.9: Determinar pelo MS, com precisão 𝜀 < 0,01 em um máximo de 10 iterações, a raiz da equação 𝑓 𝑥 = 𝑥 + ln 𝑥 = 0. (a) Isolar a raiz. (b) Escolha das aproximações iniciais 𝑥0 e 𝑥1: (c) Refinamento 𝑘 𝑥𝑘 𝑓(𝑥𝑘) 𝑓′(𝑥𝑘) |𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1| 0 1 2 3 4 5 7. Estudo Especial das Equações Algébricas Equações algébricas são todas as equações que podem ser colocadas na forma: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑎𝑛𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎2𝑥 2 + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 = 0 Notas de Aula de Cálculo Numérico 36 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Onde 𝑎𝑖 ∈ ℝ ∀𝑖 = 0,1, … , 𝑛 Teorema Fundamental da Álgebra: 𝑃𝑛 𝑥 = 0 tem 𝑛 raízes reais ou complexas. 7.1. Limite das Raízes Reais 7.1.1. Limite Superior das Raízes Positivas (LSRP) Teorema de Lagrange: Seja a equação algébrica 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑎𝑛𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎2𝑥 2 + 𝑎1𝑥 + 𝑎0 = 0 com 𝑎𝑛 > 0, 𝑎0 ≠ 0 e 𝑘 = max0≤𝑖≤𝑛−1{𝑖: 𝑎𝑖 < 0}. Então para o limite superior das raízes positivas de 𝑃𝑛 𝑥 = 0, caso existam, pode-se tomar o número: 𝐿 = 1 + 𝐵 𝑎𝑛 𝑛−𝑘 Onde 𝐵 = max 𝑎𝑖<0 0≤𝑖≤𝑛−1 { 𝑎𝑖 } Deste teorema concluímos que se 𝜉+ é a maior das raízes positivas de 𝑃𝑛 𝑥 = 0, então 𝜉+ ≤ 𝐿 Exemplo 2.10: Determinar o LSRP da equação: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑥 5 + 3𝑥4 − 9𝑥3 − 𝑥2 + 20𝑥 − 12 = 0 Notas de Aula de Cálculo Numérico 37 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 7.2.2. Limite Inferior das Raízes Positivas (LIRP) 𝑃1 𝑥 = 𝑥 𝑛𝑃𝑛 1 𝑥 = 0 Desta forma, 𝜉+ ≥ 1 𝐿 Exemplo 2.11: Determinar o LIRP da equação: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑥 5 + 3𝑥4 − 9𝑥3 − 𝑥2 + 20𝑥 − 12 = 0 7.2.3. Limite Inferior das Raízes Negativas (LIRN) 𝑃2 𝑥 = 𝑃𝑛 −𝑥 = 0 Desta forma, 𝜉− ≥ −𝐿 Exemplo 2.12: Determinar o LIRN da equação: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑥 5 + 3𝑥4 − 9𝑥3 − 𝑥2 + 20𝑥 − 12 = 0 Notas de Aula de Cálculo Numérico 38 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 7.2.4. Limite Superior das Raízes Negativas (LSRN) 𝑃3 𝑥 = 𝑥 𝑛 𝑃𝑛 − 1 𝑥 = 0 Desta forma, 𝜉− ≤ − 1 𝐿 Exemplo 2.13: Determinar o LSRN da equação: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑥 5 + 3𝑥4 − 9𝑥3 − 𝑥2 + 20𝑥 − 12 = 0 7.3. Número de Raízes Reais 7.3.1. Regra de Sinais de Sturm Seqüência de Sturm Chama-se seqüência de Sturm de uma equação algébrica 𝑃 𝑥 = 0 à sucessão: 𝑝0 𝑥 , 𝑝1 𝑥 , 𝑝2 𝑥 , … , 𝑝𝑛 𝑥 , Onde 𝑝0 𝑥 = 𝑃(𝑥), 𝑝1 𝑥 = 𝑃 ′ (𝑥) e 𝑝𝑘 𝑥 , 𝑘 ≥ 2 é o resto da divisão, com o sinal trocado, de 𝑝𝑘−2 𝑥 por 𝑝𝑘−1 𝑥 . Notas de Aula de Cálculo Numérico 39 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Teorema de Sturm Se 𝑃(𝑎) ≠ 0 e 𝑃(𝑏) ≠ 0 então o número de raízes reais distintas de 𝑃 𝑥 = 0 no intervalo 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 é exatamente: 𝑁 = 𝑁 𝑎 − 𝑁(𝑏) 𝑁(𝑎) ≡ Número de variações de sinal na seqüência de Sturm no ponto 𝑥 = 𝑎. 𝑁(𝑏) ≡ Número de variações de sinal na seqüência de Sturm no ponto 𝑥 = 𝑏. Exemplo2.14: Calcular o número de raízes reais distintas no intervalo [0, 3] da equação 𝑃 𝑥 = 𝑥3 + 𝑥2 − 𝑥 + 1 = 0, sabendo-se que a seqüência de Sturm de P x = 0 é: 1 p0 x = x 3 + x2 − x + 1 2 p1 x = 3x 2 + 2x − 1 3 p2 x = 8 9 x − 10 9 4 p3 x = − 99 16 N(0) N(3) 𝑝0 𝑥 𝑝1 𝑥 𝑝2 𝑥 𝑝3 𝑥 𝑁(. ) Notas de Aula de Cálculo Numérico 40 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exercícios: 2.1) Sejam as seguintes equações: a) 𝑓 𝑥 = sen 𝑥 − 𝑒𝑥 − 2𝑥2 + 10 = 0 b) 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − 3𝑥 = 0 c) 𝑓 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 2𝑥 + 2 = 0 (𝑖) Calcule com no máximo 10 iterações e com precisão 𝜀 < 0,01 a raiz das equações (b) e (c) usando o MNR e o MS. (𝑖𝑖) Calcule com no máximo 10 iterações e com precisão 𝜀 < 0,01 a raiz positiva da equação (a) usando o MNR e o MS. (𝑖𝑖𝑖) Calcule com no máximo 10 iterações e com precisão 𝜀 < 0,01 a raiz negativa da equação (a) usando o MNR e o MS. 2.2) Dada a equação 𝑓 𝑥 = 𝑥4 + 2𝑥3 − 13𝑥2 − 14𝑥 + 24 = 0, pede-se: a) Determine o intervalo onde podem existir raízes reais. b) Sabendo que a seqüência de Sturm relativa ao polinômio 𝑃(𝑥) é apresentada abaixo, determine o número de raízes nos intervalos determinados no item anterior. 1 𝑝0 𝑥 = 𝑥 4 + 2𝑥3 − 13𝑥2 − 14𝑥 + 24 2 𝑝1 𝑥 = 4𝑥 3 + 6𝑥2 − 26𝑥 − 14 3 𝑝2 𝑥 = 7.25𝑥 2 + 7.25𝑥 − 25.75 4 𝑝3 𝑥 = 13.79𝑥 + 6.90 5 𝑝4 𝑥 = 27.56 c) Isole as raízes. d) Determine todas as raízes usando o MNR, com no máximo 10 iterações e com precisão 𝜀 < 0,01. 2.3) Dada a equação 𝑓 𝑥 = 𝑥3 − 2𝑥2 − 5𝑥 + 6 = 0, pede-se: a) Determine o intervalo onde podem existir raízes reais. b) Sabendo que a seqüência de Sturm relativa ao polinômio 𝑃(𝑥) é apresentada abaixo, determine o número de raízes nos intervalos determinados no item anterior. 1 𝑝0 𝑥 = 𝑥 3 − 2𝑥2 − 5𝑥 + 6 2 𝑝1 𝑥 = 3𝑥 2 − 4𝑥 − 5 3 𝑝2 𝑥 = 4.222𝑥 − 4.889 4 𝑝3 𝑥 = 5.609 c) Isole as raízes. d) Determine todas as raízes usando o MNR, com no máximo 10 iterações e com precisão 𝜀 < 0,01. Os problemas a seguir devem ser resolvidos com o auxílio do SCILAB ou MATLAB.Obs.: Para estes exercícios os seguintes passos deverão ser seguidos: (𝑖) Isolar a raiz gerando gráfico da função. O gráfico deverá constar no trabalho. Tente encontrar o menor intervalo possível e verifique as condições de existência de uma raiz (𝑓 𝑎 × 𝑓 𝑏 < 0). (𝑖𝑖) Se o método adotado para encontrar a raiz da equação foi o método de Newton Raphson, determinar o valor da aproximação inicial (𝑥0), lembre-se que 𝑓 𝑥0 × 𝑓 ′′ 𝑥𝑜 > 0. (𝑖𝑖𝑖) Aplique o método numérico escolhido. Notas de Aula de Cálculo Numérico 41 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Problema 1: Calcule pelo menos uma raiz real das equações abaixo, com 𝜀 ≤ 10−5, usando o (𝑖) método de Newton-Raphson e (𝑖𝑖) o método das secantes. (a) 𝑓 𝑥 = 𝑥2 − 10 ln 𝑥 − 5 = 0 (b) 𝑓 𝑥 = sen 𝑥 − ln(𝑥) Problema 2: Uma loja de eletrodomésticos oferece dois planos de financiamento para um produto cujo preço à vista é R$ 162,00: Plano A: entrada de R$ 22,00 + 9 prestações iguais de R$ 26,50 Plano B: entrada de R$ 22,00 + 12 prestações de R$ 21,50. Qual dos dois planos apresenta a menor taxa de juros, sendo, portanto melhor para o consumidor? Obsevação: Sabe-se que a equação que relaciona os juros (J) e o prazo (P) com o valor financiado (VF = preço à vista – entrada) e a prestação mensal PM é dada por: 1− 1+𝐽 −𝑃 𝐽 = 𝑉𝐹 𝑃𝑀 (1) a) Fazendo 𝑥 = 1 + 𝐽 e 𝑘 = 𝑉𝐹 𝑃𝑀 , verificarque a equação (1) se transforma em: 𝑓 𝑥 = 𝑘𝑥𝑃+1 − 𝑘 + 1 𝑥𝑃 + 1 = 0 (2) b) Escrever a equação (2) para o problema proposto e encontrar um intervalo contendo a raiz positiva ≠ 1. Notas de Aula de Cálculo Numérico 42 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Capítulo 3: INTERPOLAÇÃO 1. INTRODUÇÃO Dado um conjunto de pontos (𝑥𝑖 , 𝑓(𝑥𝑖)), o problema da interpolação consiste em definir uma função 𝑔(𝑥) que passa por todos estes pontos. Se essa função 𝑔(𝑥) for um polinômio, teremos uma interpolação polinomial. A Figura a seguir representa esta situação. Idéia: Dado 𝑥 ∈ [𝑥0 , 𝑥𝑛 ], determinar 𝑓(𝑥 ). Por 𝑛 + 1 pontos passa um polinômio de grau ≤ 𝑛 e este polinômio é úncico. 2. MÉTODO DE LAGRANGE Sejam dados 𝑛 + 1 pontos (𝑥0 , 𝑦0), (𝑥1 , 𝑦1), ..., (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ), sendo 𝑥𝑖 distintos, tais que 𝑦𝑖 = 𝑓(𝑥𝑖) e 𝑥 ∈ [𝑥0 , 𝑥𝑛 ]. O método de Lagrange se baseia em: (𝑖) Construir (𝑛 + 1) polinômios 𝐿𝑖(𝑥), 𝑖 = 0, 1, 2, … , 𝑛; de grau ≤ 𝑛, tais que: Notas de Aula de Cálculo Numérico 43 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 𝐿𝑖 𝑥𝑖 = 1, 𝑖 = 0, 1,2, … , 𝑛 𝐿𝑖 𝑥𝑗 = 0, 𝑖 ≠ 𝑗, 𝑗 = 0, 1,2, … , 𝑛 (𝑖𝑖) O polinômio interpolador de Lagrange é obtido por meio da combinação linear dos 𝐿𝑖(𝑥), 𝑖 = 0, 1, 2, … , 𝑛. Desta forma, temos que: 𝐿𝑛 𝑥 = (𝑥 − 𝑥𝑗 ) (𝑥𝑖 − 𝑥𝑗 ) 𝑛 𝑗=0 𝑗≠𝑖 = 𝑥 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥1 … 𝑥 − 𝑥𝑖−1 𝑥 − 𝑥𝑖+1 … (𝑥 − 𝑥𝑛 ) 𝑥𝑖 − 𝑥0 𝑥𝑖 − 𝑥1 … 𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 𝑥𝑖 − 𝑥𝑖+1 … (𝑥𝑖 − 𝑥𝑛) Então, podemos procurar o polinômio 𝑃𝑛 (𝑥) de grau ≤ 𝑛 que passa pelos 𝑛 + 1 pontos (𝑥𝑖 , 𝑦𝑖) na forma: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑦𝑖𝐿𝑖(𝑥) 𝑛 𝑖=0 = 𝑦0𝐿0 𝑥 + 𝑦1𝐿1 𝑥 + ⋯ + 𝑦𝑛𝐿𝑛 𝑥 Exemplo 3.1: Dada a tabela de pontos abaixo: 𝒊 0 1 2 3 𝒙𝒊 0 1 2 4 𝒚𝒊 4 11 20 44 Deterrmine: a) O polinômio interpolador de Lagrange que passa por todos os pontos. Notas de Aula de Cálculo Numérico 44 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro b) A imagem de 𝑥 = 3. Exemplo 3.2: Sendo 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função conhecida nos pontos a seguir, estime um valor para 𝑦 quando 𝑥 = 1,07, utilizando o método de Lagrange. 𝒊 0 1 2 𝒙𝒊 0,9 1,0 1,1 𝒚𝒊 0,6216 0,5403 0,4536 Compare o resultado com a função 𝑓 𝑥 = cos(𝑥) neste mesmo ponto. Notas de Aula de Cálculo Numérico 45 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 3. MÉTODO DAS DIFERENÇAS DIVIDIDAS (NEWTON) Este método é baseado em um operador, denominado operador de diferenças divididas, denotado por ∇, definido como sendo: a) Ordem 0: ∇0𝑦𝑖 = 𝑦𝑖 b) Ordem 1: ∇1𝑦𝑖 = ∇0𝑦 𝑖+1−∇ 0𝑦 𝑖 𝑥𝑖+1−𝑥𝑖 = 𝑦 𝑖+1−𝑦 𝑖 𝑥𝑖+1−𝑥𝑖 c) Ordem 2: ∇2𝑦𝑖 = ∇1𝑦 𝑖+1−∇ 1𝑦 𝑖 𝑥𝑖+2−𝑥𝑖 d) Ordem 𝑛: ∇𝑛𝑦𝑖 = ∇𝑛−1𝑦 𝑖+1−∇ 𝑛−1𝑦 𝑖 𝑥𝑖+𝑛−𝑥𝑖 Notas de Aula de Cálculo Numérico 46 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro O polinômio interpolador será: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑦0 + 𝑥 − 𝑥0 ∇ 1𝑦0 + 𝑥 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥1 ∇ 2𝑦0 + 𝑥 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥1 𝑥 − 𝑥2 ∇ 3𝑦0 + ⋯ + 𝑥 − 𝑥0 . . 𝑥 − 𝑥𝑛−1 ∇ 𝑛𝑦0 Exemplo 3.3: Para a tabala de ponto a seguir, pede-se: 𝒊 0 1 2 3 𝒙𝒊 3 5 6 8 𝒚𝒊 1,10 1,27 1,36 1,53 a) Construir a tabela de diferenças divididas. Tabela de Diferenças Divididas 𝒊 𝒙𝒊 𝛁 𝟎𝒚𝒊 = 𝒚𝒊 𝛁 𝟏𝒚𝒊 𝛁 𝟐𝒚𝒊 𝛁 𝟑𝒚𝒊 0 1 ---- 2 ---- ---- 3 ---- ---- ---- b) Determinar o polinômio interpolador. c) Calcular a imagem do ponto 𝑥 = 4. Notas de Aula de Cálculo Numérico 47 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 3.4: Na tabela a seguir 𝐼 é a corrente elétrica e 𝑉 é a voltagem. Estime um valor para 𝑉 quando 𝐼 = 3, usando o método das diferenças divididas. 𝒊 0 1 2 3 𝑰 1 2 4 8 𝑽 120 94 75 62 Tabela de Diferenças Divididas 𝒊 𝒙𝒊 𝛁 𝟎𝒚𝒊 = 𝒚𝒊 𝛁 𝟏𝒚𝒊 𝛁 𝟐𝒚𝒊 𝛁 𝟑𝒚𝒊 0 1 ---- 2 ---- ---- 3 ---- ---- ---- 4. MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS ASCENDENTES Também conhecido como método de Gregory-Newton. Quando os valores das abscissas 𝑥𝑖 forem igualmente espaçadas, a formúla de Newton pode ser simplificada, resultando na fórmula de Gregory-Newton. Este método é baseado em um operador, denominado operador de diferença finita ascendente, denotado por ∆ e definido como se segue: a) Ordem 0: Δ0𝑦𝑖 = 𝑦𝑖 b) Ordem 1: Δ1𝑦𝑖 = Δ 0𝑦𝑖+1 − ∆ 0𝑦𝑖 = 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖 Notas de Aula de Cálculo Numérico 48 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro c) Ordem 2: Δ2𝑦𝑖 = Δ 1𝑦𝑖+1 − Δ 1𝑦𝑖 d) Ordem 𝑛: Δ𝑛𝑦𝑖 = Δ 𝑛−1𝑦𝑖+1 − Δ 𝑛−1𝑦𝑖 A relação entre os operadores de diferença finita e dividida é dada pela expressão: ∇𝑛𝑦𝑖 = ∆𝑛𝑦𝑖 𝑛! 𝑛 Onde: = 𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 Assim o polinômio interpolador para o método de Gregory-Newton é determinado por: 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑦0 + 𝑧∆ 1𝑦0 + 𝑧 𝑧 − 1 ∆2𝑦0 2! + 𝑧 𝑧 − 1 𝑧 − 2 ∆3𝑦0 3! + ⋯ + 𝑧 𝑧 − 1 … (𝑧 − 𝑛 − 1 ∆𝑛𝑦0 𝑛! Sendo: 𝑧 = 𝑥−𝑥0 Exemplo 3.5: A Figura abaixo mostra o esboço do leito de um rio. A partir de uma linha reta, próxima a uma das margens, foram medidas distâncias (em metros) entre essa linha reta e as duas margens do rio, de 15 em 15 metros, a partir de um ponto fixado como origem. Notas de Aula de Cálculo Numérico 49 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Tais dados foram registrados na tabela a seguir. Determinar o valor aproximado da largura do rio no ponto que dista20 metros da origem. 𝑥 0 15 30 45 60 𝑦(𝑀1) 50,00 86,00 146,00 73,50 50,00 𝑦(𝑀2) 112,50 154,50 195,00 171,00 95,50 (i) Determinação do comprimento das margens 𝑥 0 15 30 45 60 𝑦 (ii) Construção da tabela de diferenças finitas ascendentes Tabela das Diferenças Finitas Ascendentes 𝒊 𝒙𝒊 𝚫 𝟎𝒚𝒊 = 𝒚𝒊 𝚫 𝟏𝒚𝒊 𝚫 𝟐𝒚𝒊 𝚫 𝟑𝒚𝒊 𝚫 𝟒𝒚𝒊 0 1 ---- 2 ---- ---- 3 ---- ---- ---- 4 ---- ---- ---- ---- (iii) Determinação do comprimento da margem no ponto desejado. Notas de Aula de Cálculo Numérico 50 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 3.6: Dada a tabela abaixo: 𝑖 0 1 2 3 4 𝑥𝑖 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 𝑦𝑖 9,82 10,91 12,05 13,14 16,19 Pede-se: (a) Construir a Tabela de diferenças finitas ascendentes Tabela das Diferenças Finitas Ascendentes 𝒊 𝒙𝒊 𝚫 𝟎𝒚𝒊 = 𝒚𝒊 𝚫 𝟏𝒚𝒊 𝚫 𝟐𝒚𝒊 𝚫 𝟑𝒚𝒊 𝚫 𝟒𝒚𝒊 0 1 ---- 2 ---- ---- 3 ---- ---- ---- 4 ---- ---- ---- ---- (b) Encontrar a imagem de x = 4,7. Notas de Aula de Cálculo Numérico 51 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exercícios: (3.1) A tabela a seguir relaciona o calor específico da água em função da temperatura. Calcular o calor específico da água a uma temperatura de 25ºC, usando um polinômio de 3º grau: (a) Pelo Método de Lagrange; (b) Pelo Método das diferenças divididas; Temperatura (ºC) Calor Específico 20 0,99907 30 0,99826 45 0,99849 55 0,99919 (3.2) A velocidade 𝑣 (em m/s) de um foguete lançado do solo foi medida quatro vezes, 𝑡 segundos após o lançamento, e os dados foram registrados na tabela abaixo. Calcular usando um polinômio de 4º grau, a velocidade aproximada do foguete após 25 segundos do lançamento. Tempo (s) 0 8 20 30 45 Velocidade (m/s) 0,000 52,032 160,450 275,961 370,276 (3.3) Na tabela abaixo, 𝑑 é a distância, em metros, percorrida por uma bala ao longo do cano de um canhão em 𝑡 segundos. Encontrar a distância percorrida pela bala 5 segundos após ter sido disparada, usando todos os dados abaixo. 𝒕 (s) 0 2 4 6 8 𝒅 (m) 0,000 0,049 0,070 0,087 0,103 (3.4) Durante três dias consecutivos foi tomada a temperatura (em ºC) numa região de uma cidade, por quatro vezes no período das 6 às 12h. Determinar, usando todos os dados da tabela abaixo, a média das temperaturas dos três dias às 9 horas. Dia Hora 1 2 3 6 18 17 18 8 20 20 21 10 24 25 22 12 28 27 23 (3.5) A velocidade do som na água varia com a temperatura. Usando os valores da tabela anterior, determinar o valor aproximado da velocidade do som na água a 100ºC. Temperatura (ºC) Velocidade (m/s) 86,0 1552 93,3 1548 98,9 1544 104,4 1538 110,0 1532 Notas de Aula de Cálculo Numérico 52 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro (3.6) A que temperatura a água entra em ebulição no Pico da Bandeira (altitude = 2890m), sabendo que o ponto de ebulição da água varia com a altitude, conforme mostra a tabela abaixo. Altitude (m) Ponto de Ebulição da Água (ºC) 850 950 1050 1150 1250 . . . 2600 2700 2800 2900 3000 97,18 96,84 96,51 96,18 95,84 . . . 91,34 91,01 90,67 90,34 90,00 Usando esta mesma tabela, determinar o ponto de ebulição da água em um local em Belo Horizonte que possui altitude igual a 1000m. (3.7) Um automóvel percorreu 160 km numa rodovia que liga duas cidades e gastou, neste trajeto, 2 horas e 20 minutos. A tabela abaixo dá o tempo gasto e a distância percorrida em alguns pontos entre as duas cidades. Tempo (min) Distância (m) 0 10 30 60 90 120 140 0 8 27 58 100 145 160 Determinar: (a) Qual foi aproximadamente a distância percorrida pelo automóvel nos primeiros 45 minutos de viagem, considerando apenas os quatro primeiros pontos da tabela? (b) Quantos minutos o automóvel gastou para chegar à metade do caminho? (Usar todos os pontos) (3.8) Dada a função f conhecida pelos seus pontos da tabela a seguir, pede-se: 𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 𝒙𝒊 0 0,8 1,6 2,4 3,2 4,0 4,8 5,6 6,4 7,2 8,0 8,8 9,6 𝒚𝒊 2 5 3 8 4 9 5 7 3 6 4 8 5 Determinar: (a) 𝑓(3) usando um polinômio interpolador de 5º grau. (b) 𝑓(6) usando um polinômio interpolador de 4º grau (c) 𝑓(9) usando um polinômio interpolador de 3º grau. Notas de Aula de Cálculo Numérico 53 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Capítulo 4: INTEGRAÇÃO NUMÉRICA 1. INTRODUÇÃO Objetivo: Apresentar métodos numéricos para resolver numericamente uma integral. Sabe-se pelo Teorema Fundamental do Cálculo (TFC), que: 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = 𝐹 𝑎 − 𝐹(𝑏) onde 𝐹 𝑥 é uma primitiva de 𝑓(𝑥), isto é, 𝐹′ 𝑥 = 𝑓(𝑥). Na determinação numérica de uma integral, várias situações podem ocorrer: A determinação da primitiva 𝐹(𝑥) pode ser difícil; A função 𝑓 a integrarpode não possuir uma primitiva 𝐹. Por exemplo, o cálculo da integral 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 não é possível de ser resolvida pela aplicação do TFC, uma vez que não existe função 𝐹(𝑥) cuja derivada seja 𝑓 𝑥 = 𝑒−𝑥 2 ; A função 𝑓 pode ser conhecida pelos seus pontos (𝑥𝑖 , 𝑓(𝑥𝑖)) e não pela sua expressão analítica. Em situações como as citadas anteriormente se justifica a aplicação de métodos numéricos. 2. Fórmulas de Newton-Côtes A idéia dessa família de procedimentos é dividir o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos de mesmo espaçamento = (𝑏 − 𝑎) 𝑛 e substituir 𝑓 pelo polinômio interpolador de Gregory-Newton de grau 𝑛. Assim, Notas de Aula de Cálculo Numérico 54 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = 𝑃𝑛 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 sendo 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑦0 + 𝑧∆ 1𝑦0 + 𝑧 𝑧 − 1 ∆2𝑦0 2! + 𝑧 𝑧 − 1 𝑧 − 2 ∆3𝑦0 3! + ⋯ + 𝑧 𝑧 − 1 … (𝑧 − 𝑛 − 1 ∆𝑛𝑦0 𝑛! e 𝑧 = 𝑥 − 𝑥0 . Para calcular o erro cometido na integração (𝐸𝑖) basta integrar o erro da interpolação (𝐸𝑇) 2.1. Regra dos Trapézios (𝒊) Fórmula Simples A idéia desse procedimento é substituir a função 𝑓 a integrar pelo polinômio interpolador de Gregory-Newton de grau 𝑛 = 1, ou seja, por 𝑃1 𝑥 = 𝑦0 + 𝑧∆𝑦0. Tem-se, portanto 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 𝑃1 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = (𝑦0 + 𝑧∆𝑦0)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 Portanto, ao se substituir 𝑓 por 𝑃1(𝑥) obtemos a seguinte aproximação: 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 2 [𝑦0 + 𝑦1] Notas de Aula de Cálculo Numérico 55 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Geometricamente, a fórmula anterior indica a área da figura compreendida entre as retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏, o eixo 𝑂𝑥 e o polinômio interpolador 𝑃1(𝑥), isto é, a área de um trapézio. Como sabemos, a área de um trapézio vale a metade do produto da altura pela soma da base menor (no nosso caso, 𝑦0) com a base maior (no nosso caso, 𝑦1). (𝒊𝒊) Fórmula Composta A idéia deste procedimento é dividir o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos de mesmo espaçamento = (𝑏 − 𝑎) 𝑛 e aplicar a cada sub-intervalo 𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 ∀𝑖 = 0,1,… , 𝑛 − 1 a fórmula simples da regra dos Trapézios. Desta forma, a fórmula composta da regra dos Trapézios é, portanto: 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 2 [𝑦0 + 2𝑦1 + 2𝑦2 + ⋯ + 2𝑦𝑛−1 + 𝑦𝑛 ] Notas de Aula de Cálculo Numérico 56 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 4.1: Calcule o valor da seguinte integral (retenha 4 casas decimais durante os cálculos): 𝐼 = 1 1 + 𝑥2 𝑑𝑥 1 0 Pela fórmula composta da Regra dos Trapézios com 𝑛=10. 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 = 𝒇(𝒙𝒊) 𝒄𝒊 𝒄𝒊 × 𝒚𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 𝑐𝑖𝑦𝑖 10 𝑖=0 = Exemplo 4.2: Calcule o valor da seguinte integral: 𝐼 = 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 3 1 Pela fórmula composta da Regra dos Trapézios com 𝑛=8. Notas de Aula de Cálculo Numérico 57 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 = 𝒇(𝒙𝒊) 𝒄𝒊 𝒄𝒊 × 𝒚𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 𝑐𝑖𝑦𝑖 8 𝑖=0 = 2.2. 1ª Regra de Simpson (𝒊) Fórmula Simples A idéia desse procedimento é substituir a função 𝑓 a integrar pelo polinômio interpolador de Gregory-Newton de grau 𝑛 = 2, ou seja, por 𝑃2 𝑥 = 𝑦0 + 𝑧∆𝑦0 + 𝑧(𝑧 − 1) ∆2𝑦0 2! . Tem-se, portanto 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 𝑃2 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = (𝑦0 + 𝑧∆𝑦0 + 𝑧(𝑧 − 1) ∆2𝑦 0 2! )𝑑𝑥 𝑏 𝑎 Portanto, ao se substituir 𝑓 por 𝑃2(𝑥) obtemos a seguinte aproximação: 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 3 [𝑦0 + 4𝑦1 + 𝑦2] Notas de Aula de Cálculo Numérico 58 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro (𝒊𝒊) Fórmula Composta A idéia deste procedimento é dividir o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos de mesmo espaçamento = (𝑏 − 𝑎) 𝑛 e aplicar a cada par de sub-intervalos [𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖], 𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 ∀𝑖 = 1,2, … , 𝑛 − 1 a fórmula simples da 1ª Regra de Simpson. Desta forma, obtém-se: 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 3 [𝑦0 + 4𝑦1 + 2𝑦2 + 4𝑦3 + 2𝑦4 + ⋯ + 2𝑦𝑛−2 + 4𝑦𝑛−1 + 𝑦𝑛] sendo 𝑛 um número par. Exemplo 4.3: Determine o valor da seguinte integral (retenha 4 casas decimais durante os cálculos): 𝐼 = 1 1 + 𝑥2 𝑑𝑥 1 0 Pela fórmula composta da 1ª Regra de Simpson com 𝑛=10. 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 = 𝒇(𝒙𝒊) 𝒄𝒊 𝒄𝒊 × 𝒚𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 𝑐𝑖𝑦𝑖 10 𝑖=0 = Notas de Aula de Cálculo Numérico 59 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro 2.3. 2ª Regra de Simpson (𝒊) Fórmula Simples A idéia desse procedimento é substituir a função 𝑓 a integrar pelo polinômio interpolador de Gregory-Newton de grau 𝑛 = 3, ou seja, por 𝑃3 𝑥 = 𝑦0 + 𝑧∆𝑦0 + 𝑧 𝑧 − 1 ∆2𝑦0 2! + 𝑧 𝑧 − 1 (𝑧 − 2) ∆3𝑦0 3! . Tem-se, portanto 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 𝑃3 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = (𝑦0 + 𝑧∆𝑦0 + 𝑧 𝑧 − 1 ∆2𝑦 0 2! + 𝑧 𝑧 − 1 (𝑧 − 2) ∆3𝑦 0 3! )𝑑𝑥 𝑏 𝑎 Portanto, ao se substituir 𝑓 por 𝑃3(𝑥) obtemos a seguinte aproximação: 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 3 8 [𝑦0 + 3𝑦1 + 3𝑦2 + 𝑦3] (𝒊𝒊) Fórmula Composta A idéia deste procedimento é dividir o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos de mesmo espaçamento = (𝑏 − 𝑎) 𝑛 e aplicar a cada 4 pontos, isto é, a cada três sub-intervalos [𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖], 𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 , 𝑥𝑖+1 , 𝑥𝑖+2 ∀𝑖 = 1,2, … , 𝑛 − 2 a fórmula simples da 2ª Regra de Simpson. Desta forma, obtém-se: 𝐼 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ≈ 3 8 [𝑦0 + 3𝑦1 + 3𝑦2 + 2𝑦3 + 3𝑦4 + 3𝑦5 + ⋯ + 2𝑦𝑛−3 + 3𝑦𝑛−2 + 3𝑦𝑛−1 + 𝑦𝑛 ] Notas de Aula de Cálculo Numérico 60 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro sendo 𝑛 um múltiplo de 3. Exemplo 4.4: Calcule o valor da seguinte integral: 𝐼 = 1 1 + 𝑥2 𝑑𝑥 1 0 Pela fórmula composta da 2ª Regra de Simpson com 𝑛=9. 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 = 𝒇(𝒙𝒊) 𝒄𝒊 𝒄𝒊 × 𝒚𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 𝑐𝑖𝑦𝑖 9 𝑖=0 = 2.4. Observações Finais: Analisando-se as expressões dos erros das fórmulas compostas das três regras, é possível estabelecer a seguinte prioridade de uso: (1) 1ª Regra de Simpson, a qual exige que 𝑛 seja par; (2) 2ª Regra de Simpson, a qual exige que 𝑛 seja múltiplo de 3; (3) Regra dos Trapézios, na qual 𝑛 pode ser qualquer número. Notas de Aula de Cálculo Numérico 61 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exemplo 4.5: Calcule o valor da seguinte integral, pela fórmula composta da 1ª Regra de Simpson, com 𝑛=8 (retenha 4 casas decimais durante os cálculos): 𝐼 = 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 3 1 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 = 𝒇(𝒙𝒊) 𝒄𝒊 𝒄𝒊 × 𝒚𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 𝑐𝑖𝑦𝑖 8 𝑖=0 = Exemplo 4.6: Calcule o valor da seguinte integral pela fórmula composta da 2ª Regra de Simpson, com 𝑛=9 (retenha 4 casas decimais durante os cálculos): 𝐼 = 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 3 1 𝒊 𝒙𝒊 𝒚𝒊 = 𝒇(𝒙𝒊) 𝒄𝒊 𝒄𝒊 × 𝒚𝒊 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 𝑐𝑖𝑦𝑖 9 𝑖=0 = Notas de Aula de Cálculo Numérico 62 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Exercícios (4.1) Calcular o valor das integrais abaixo, usando 𝑛 = 6, pela Regra do Trapézio, pela 1ª Regra de Simpson e pela 2ª Regra de Simpson: (a) 𝐼 = cos 𝑥 1 + 𝑥 𝑑𝑥 1 0 (b) 𝐼 = 1 𝑥2 𝑑𝑥 4,5 4 (c) 𝐼 = (3𝑥2 − 2𝑥 + 6) 2𝑥 𝑑𝑥 4,2 3 (4.2) Dada a função 𝑦 = 𝑓(𝑥) através da tabela abaixo, calcular o valor de 𝐼 = 𝑓(𝑥) 3 0 𝑑𝑥 𝑖 𝑥𝑖 𝑦𝑖 0 0,0 5,021 1 0,5 6,146 2 1,0 6,630 3 1,5 6,945 4 2,0 7,178 5 2,5 7,364 6 3,0 7,519 (4.3) Calcular o valor da integral para 𝑛 = 4 sen2 𝑥 + 1 cos 𝑥2 𝑑𝑥 𝜋 2 0 (4.4) Calcular o valor da integral para 𝑛 = 6 𝐼 = 𝑥2 (𝑥 − 2)2 𝑑𝑥 −1 −2 (4.5) Calcular o valor da integral para 𝑛 = 9 𝐼 = 𝑒2𝑥𝑑𝑥 2 1 (4.6) Calcular o valor da integral para 𝑛 = 6 𝐼 = ln 𝑥 + 2 − 1 𝑑𝑥 3,2 2 (a) Usando a Regra dos Trapézios (b) Usando a 1ª Regra de Simpson (c) Usando a 2ª Regra de Simpson Notas de Aula de Cálculo Numérico 63 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro (4.7) Dada a função 𝑦 = 𝑓 𝑥 , definida através da tabela abaixo: 𝑖 𝑥𝑖 𝑦𝑖 0 1,0 0,099 1 1,1 0,131 2 1,2 0,163 3 1,3 0,194 4 1,4 0,224 5 1,5 0,253 6 1,6 0,281 Calcular 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 1,6 1 , aplicando: a) A 1ª regra de Simpson b) A 2ª regra de Simpson Notas de Aula de Cálculo Numérico 64 Unileste-MG Prof. Aloísio de Castro Bibliografia: RUGGIERO, Márcia A. Gomes; LOPES, Vera Lúcia da Rocha. Cálculo numérico: aspectos teóricos e computacionais. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. 406p. FRANCO, Neide Maria Bertoldi. Cálculo númerico. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 505p. SOUZA, M. J. F. Notas de Aula de Cálculo Numérico.Disponível em: http://www.decom.ufop.br/prof/marcone/Disciplinas/CalculoNumerico/cn.htm. Acesso em: 20/07/2009.