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Direito Previdenci rio material 10 complementar

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600.03 
Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
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Sumário 
1. Breve revisão .............................................................................................................. 2 
2. Contribuição do segurado........................................................................................... 3 
2.1. Capacidade tributária ........................................................................................... 3 
2.2. Contribuinte ......................................................................................................... 4 
2.3. Responsabilidade tributária ................................................................................. 4 
2.3.1. EMPREGADO, TRABALHADOR AVULSO e EMPREGADO DOMÉSTICO. ......... 4 
2.3.2. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL e o SEGURADO FACULTATIVO. ........................ 6 
2.3.3. SEGURADO ESPECIAL ..................................................................................... 7 
2.3.4. Solidariedade pelo recolhimento da contribuição ........................................ 8 
2.4. Base de cálculo das contribuições do segurado .................................................. 9 
2.4.1. Questões adicionais ..................................................................................... 12 
2.4.2. Parcelas excluídas do salário de contribuição ............................................. 13 
2.5. Alíquotas da contribuição do segurado ............................................................. 24 
3. Contribuição DA EMPRESA sobre a folha de pagamento ......................................... 31 
3.1. Capacidade tributária ......................................................................................... 31 
3.2. Contribuinte ....................................................................................................... 31 
4. Contribuição SAT ....................................................................................................... 45 
5. Regras finais sobre custeio da seguridade social ..................................................... 48 
5.1. Regras de prescrição de decadência tributária .................................................. 48 
5.2. Imunidade das entidades beneficentes de assistência social............................ 49 
 
 
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Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Breve revisão 
Nesta última aula de direito previdenciário do curso o professor dá continuidade ao 
tema custeio da seguridade social, o qual começou a ser trabalhado em aula anterior, 
momento em que se tratou da estrutura constitucional do custeio, se destacou a existência 
de um orçamento específico para a seguridade social, bem como a existência de três grupos 
de fontes de custeio para a seguridade social, que são: 
1) contribuição da União;1 
2) outras receitas: nos termos do artigo 27 da lei 8.212/91;2 
3) contribuições sociais para a seguridade social. 
Enquanto subespécie tributária, as contribuições sociais submetem-se às limitações 
ao poder de tributar, EXCETO com relação ao inciso, VI, do artigo 150 da CRFB/88, o qual 
discorre que as imunidades são voltadas apenas para a figura dos IMPOSTOS e, ainda, com 
relação ao inciso, III, b, do mesmo dispositivo constitucional, o qual suscita apenas a 
aplicação da ANTERIORIDADE NONAGESIMAL para as contribuições da seguridade social. 
Vale a leitura dos supracitados dispositivos que consagram exceção: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI - instituir IMPOSTOS sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
 
1 Também há a contribuição dos Estados, do DF e dos Municípios, mas numa turma para a magistratura federal 
interessa chamar atenção para a contribuição da União. 
2 Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social: 
I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; 
II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; 
III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; 
IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; 
V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; 
VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da 
Constituição Federal; 
VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita 
Federal; 
VIII - outras receitas previstas em legislação específica. 
Parágrafo único. As companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por 
veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de 1974, deverão repassar à 
Seguridade Social 50% (cinqüenta por cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao Sistema Único 
de Saúde-SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito. 
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Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por 
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os 
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a 
laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013) 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
III - cobrar tributos: 
(...) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
Nota do monitor: esse artigo 150, III, “b” da CRFB/88 merece ser conjugado com o 
artigo 195, §6º da CRFB.3 
 Art. 195, § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas 
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou 
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
O professor deu continuidade à matéria e avançou no tema contribuições 
previdenciárias, ressaltando a subdivisão destas em: a) contribuição do segurado e; b) 
contribuição da empresa sobre a folha de pagamento. 
Enfim, entre todas as contribuições para a SEGURIDADE SOCIAL, há duas 
contribuições que são específicas para a PREVIDÊNCIA SOCIAL e que serão trabalhadas 
detalhadamente na aula de hoje. 
 
2. Contribuição do segurado 
2.1.Capacidade tributária 
Na abordagem anterior, viu-se que a capacidade tributária desse tributo será da 
União e exercida via Secretaria da Receita Federal do Brasil e Fazenda Nacional, quando em 
 
3 § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da 
data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, 
III, "b". 
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Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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juízo. Viu-se também o histórico dessa capacidade tributária, notadamente a sua alteração 
do IAPAS para o INSS, a mudança do INSS para a União. Inicialmente, a União cobrava por 
meio da Secretaria de Receita Previdenciária e, posteriormente, passou a cobrar via 
Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
 
2.2. Contribuinte 
Com relação aos contribuintes, ressaltou-se a alteração do inciso II do artigo 195 da 
CRFB/88, na medida em que os contribuintes deixaram de ser exclusivamente os 
trabalhadores, na redação original, passando a ser os SEGURADOS. 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
Nesse ponto, destacou-se a decisão do STF a respeito do exercente de mandato 
eletivo, que apesar de não ser trabalhador, tornou-se sujeito passivo dessa obrigação 
tributária, posto figurar entre os segurados da previdência social a partir de 2004. 
Para fins de custeio é possível separar os segurados em três grupos. Há três 
tratamentos distintos: um, para o empregado, empregado doméstico e o trabalhador avulso; 
outro, para o contribuinte individual e o segurado facultativo e; outro, para o segurado 
especial. A partir disso, passa-se analisar a responsabilidade tributária de cada um desses 
trabalhadores. 
 
2.3. Responsabilidade tributária 
Sobre responsabilidade tributária, ideal é ler o artigo 30 da lei 8.212/91, dispositivo 
essencial para fins de prova, já que muitas questões são retiradas dele. 
 
2.3.1. EMPREGADO, TRABALHADOR AVULSO e EMPREGADO DOMÉSTICO. 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei 
n° 8.620, de 5.1.93) 
I - a empresa é obrigada a: 
a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu 
serviço, descontando-as da respectiva remuneração; 
b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea a deste inciso, a contribuição a 
que se refere o inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as contribuições a seu cargo 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos 
segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço 
até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência; (Redação dada pela Lei nº 
11.933, de 2009).(Produção de efeitos). 
c) recolher as contribuições de que tratam os incisos I e II do art. 23, na forma e prazos 
definidos pela legislação tributária federal vigente; 
Nos termos do artigo 30, I, da lei 8.212/91, a empresa é obrigada a arrecadar as 
contribuições dos SEGURADOS EMPREGADOS e TRABALHADORES AVULSOS a seu serviço, 
descontando da sua respectiva remuneração. 
A empresa desconta e recolhe a contribuição até o dia 20 do mês seguinte ao mês da 
competência. O vencimento de uma contribuição previdenciária ocorre sempre no mês 
seguinte ao mês de competência e a empresa recolhe, nesse mesmo intervalo, a sua 
contribuição sobre folha de pagamento. 
Isso tudo significa dizer que SEGURADOS EMPREGADOS E TRABALHADORES AVULSOS 
não possuem responsabilidade tributária, pois a responsabilidade é da empresa. Há uma 
substituição tributária. O mesmo acontece com o EMPREGADO DOMÉSTICO, conforme 
dispõe o inciso V do artigo 30 da lei 8.212/91: 
V - o empregador doméstico é obrigado a arrecadar e a recolher a contribuição do 
segurado empregado a seu serviço, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7 do mês 
seguinte ao da competência; (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 
2015) 
A especialidade em relação ao doméstico é que a contribuição dele deve ser arrecada 
e recolhida até o dia 7 do mês seguinte ao mês da competência. Como se vê, EMPREGADO 
DOMÉSTICO também não tem responsabilidade tributária. 
De modo geral, essa informação a respeito de ser, ou não, responsável tributário 
produz efeitos nos benefícios, visto que há presunção no recolhimento da contribuição em 
favor desses trabalhadores para fins de obtenção do benefício. Se eles comprovam ter 
trabalhado, presume-se o recolhimento da contribuição. 
Uma coisa é importante deixar claro: essa presunção se dá na relação de benefícios, 
ou seja, na relação entre o segurado e o INSS. Ela só é útil ao segurado, não ao empregador. 
A retirada da responsabilidade do segurado traz para ele a não exigência de comprovar o 
recolhimento da contribuição. Daí basta haver trabalho para que haja cômputo de tempo de 
contribuição e cômputo de carência. 
Antes, havia uma injustiça muito grande com o empregado doméstico, pois ele não 
tinha responsabilidade tributária e a lei vindicava dele a comprovação do recolhimento da 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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contribuição. Exemplo: para que houvesse o cômputo da carência, seu início se dava a partir 
do primeiro pagamento sem atraso. Esse panorama foi alterado com a LC 150/2015. 
 
2.3.2. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL e o SEGURADO FACULTATIVO. 
O Artigo 30, II, da lei 8.212/91, em sua medida, traz a regra geral de que o 
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E O SEGURADO FACULTATIVO são responsáveis pelo 
recolhimento da sua contribuição até o dia 15 do mês seguinte ao mês da competência. 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
(...) 
II - os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a recolher sua 
contribuição por iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da 
competência; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). 
Isso gera reflexos, por exemplo, na pensão por morte, pois se o segurado não 
regulariza em vida a sua situação perante a previdência social no que tange ao recolhimento 
das contribuições, não é possível que os dependentes, após a morte do segurado, 
regularizem essa situação, pagando as contribuições em atraso. 
Mas essa regra de responsabilidade possui uma exceção prevista no artigo 4º da lei 
10.666/03, a qual afasta a responsabilidade do CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. Vale a leitura: 
Art. 4o Fica a empresa obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte 
individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração,e a recolher o valor 
arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia 20 (vinte) do mês 
seguinte ao da competência, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver 
expediente bancário naquele dia. (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 
2009). (Produção de efeitos). 
Quando uma empresa remunera o contribuinte individual, essa empresa deve reter 
na fonte a contribuição desse segurado. 
Exemplo: se o contribuinte individual está trabalhando por conta própria e sem 
vinculação com qualquer empresa, ou apenas prestando serviços a outras pessoas naturais, 
ele mesmo deve recolher suas contribuições. Agora, se ele presta serviço a uma empresa, 
essa empresa deve reter a contribuição na fonte e recolher aos cofres previdenciários. 
 
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Direito Previdenciário 
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2.3.3. SEGURADO ESPECIAL 
Quando o segurado especial que vende a sua produção rural para determinadas 
empresas, estas ficam responsáveis por recolher a contribuição daquele. Isso está disposto 
no artigo 30, III, da lei 8.212/91. 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
III - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são 
obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20 (vinte) do mês 
subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, 
independentemente de essas operações terem sido realizadas diretamente com o 
produtor ou com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em 
regulamento; (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de efeitos). 
Em primeiro lugar, necessário desconstruir a ideia de que o segurado especial não 
paga contribuição. Aliás, isso já foi falado quando se tratou da aposentadoria por idade. No 
que diz respeito ao segurado especial, o que não acontece é a vinculação do benefício às 
contribuições, pois ele consegue obter benefício mesmo não pagando contribuições. 
Há casos, porém, nos quais a responsabilidade tributária será do próprio segurado 
especial. É o que se vê no inciso X do artigo 30 da lei 8.212/91. 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
X - a pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e o segurado especial 
são obrigados a recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta Lei no prazo 
estabelecido no inciso III deste artigo, caso comercializem a sua produção: (Inciso 
alterado e alíneas acrescentadas pela Lei 9.528, de 10.12.97) 
a) no exterior; 
b) diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física; 
c) à pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12; 
d) ao segurado especial; 
Exemplo: quando o segurado especial vende para outro segurado especial ou para 
um produtor rural pessoa física. 
 O professor ressalta que na prática é bem diferente, pois geralmente a contribuição 
do segurado especial é recolhida quando ele não é o responsável, posto ser comum ele 
deixar de pagar sua contribuição. 
 
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2.3.4. Solidariedade pelo recolhimento da contribuição 
O inciso VI da lei 8.212/91 dispõe sobre um caso de responsabilidade tributária 
solidária pelo recolhimento da contribuição. Vale a leitura: 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
VI - o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 
o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de 
contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e 
estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade 
Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e 
admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas 
obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; (Redação 
dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) 
Quando a atividade envolver CONSTRUÇÃO CIVIL, existe uma responsabilidade 
solidária de todos os atores envolvidos nessa obra. Todos são solidariamente responsáveis 
pela contribuição e NÃO HÁ BENEFÍCIO DE ORDEM. 
Há solidariedade e não há benefício de ordem. Contudo, por conta disso, permite-se 
a retenção da contribuição por aquele que irá realizar o pagamento. 
Exemplo: o dono da obra ao fazer o pagamento para o empreiteiro pode reter a 
contribuição na fonte e recolher à previdência social. Um cuidado adicional é importante, 
porque o artigo 47 da lei 8.212/91 vincula a averbação dessa construção no registro de 
imóveis ao fornecimento de certidão negativa dessa obra. 
Art. 47. É exigida Certidão Negativa de Débito-CND, fornecida pelo órgão competente, 
nos seguintes casos: 
(...) 
II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil, quando de sua 
averbação no registro de imóveis, salvo no caso do inciso VIII do art. 30. 
Observação1: o professor brinca que o legislador primeiro salvou o sonho das classes 
“D” e “E”, depois, salvou os sonhos da classe média. 
Quando as construções ocorrem geralmente em regime de mutirão, o inciso VIII do 
artigo 30 traz o seguinte regramento: 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
(...) 
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VIII - nenhuma contribuição à Seguridade Social é devida se a construção residencial 
unifamiliar, destinada ao uso próprio, de tipo econômico, for executada sem mão-de-
obra assalariada, observadas as exigências do regulamento; 
Quer dizer, não há incidência tributária. Não há contribuição. 
 Para ilustrar a aula, imagina-se o seguinte: indivíduo compra apartamento e 
depois descobre que a construtora não recolheu as contribuições referentes àquela mão-de-
obra utilizada. Esse indivíduo também será responsável? 
R: colocar o adquirente da unidade na qualidade de responsável tributário pelas 
contribuições devidas seria injusto e, por esse motivo, o inciso VII do artigo 30 da lei 
8.212/91 exclui essa responsabilidade expressamente. Vale a leitura: 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
(...) 
VII - exclui-se da responsabilidade solidária perante a Seguridade Social o adquirente de 
prédio ou unidade imobiliária que realizar a operação com empresa de comercialização 
ou incorporador de imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis com o construtor; 
Observação2: o adquirente é excluído da relação, mas o mesmo dispositivo inclui 
como responsáveis solidários o incorporador e a imobiliária. 
Observação3: a hipótese da construçãocivil vale tanto para a contribuição retida dos 
trabalhadores, quanto da contribuição devida pela própria empresa. 
Observação4: nos moldes do inciso IX do artigo 30, as empresas que integram o 
mesmo grupo econômico respondem SOLIDARIAMENTE entre si pelas obrigações. Aqui 
também NÃO SE APLICA BENEFÍCIO DE ORDEM. 
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: 
(...) 
IX - as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre 
si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei; 
Exemplo: banco não paga as contribuições, mas existe uma seguradora no mesmo 
grupo econômico. É possível direcionar a execução contra seguradora. 
 
2.4. Base de cálculo das contribuições do segurado 
A respeito da base de cálculo das contribuições do segurado existem discussões 
importantes que estão no campo dos Tribunais, de modo que várias parcelas estão sendo 
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questionadas e, por esse motivo, o professor destacará as principais discussões que tenham 
maior potencial de serem cobradas em prova. 
 Qual é a base de cálculo da contribuição do segurado? Incide sobre o quê? 
R: incide sobre o salário de contribuição, instituto já estudado no cálculo dos 
benefícios previdenciários. Salário de contribuição é, portanto, a base de cálculo do salário 
de contribuição do segurado. 
O salário de contribuição está regulado no artigo 28 da lei 8.212/91. Cada inciso 
corresponde a um salário de contribuição para um determinado segurado. 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o EMPREGADO e TRABALHADOR AVULSO: a remuneração auferida em uma ou 
mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou 
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer 
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades 
e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente 
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos 
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
No salário de contribuição estão presentes as parcelas que vão remunerar o trabalho 
(parcelas remuneratórias). O que é remuneração? R: para o direito previdenciário é aquilo 
que é pago pela retribuição ao trabalho. 
Agora, uma pessoa pode receber parcelas que não são uma retribuição ao trabalho. 
Exemplo: existem parcelas que correspondem a uma indenização. Ou ainda, parcela que 
corresponda a um resultado da empresa. 
A lógica é: se for retribuição ao trabalho, é salário de contribuição. Se não retribuir o 
trabalho, não é salário de contribuição. 
Parcelas remuneratórias dividem-se em: remuneração em espécie, remuneração in 
natura e gorjeta. Todas elas são parcelas que integram o salário de contribuição. 
Remuneração em espécie é a quantia em dinheiro paga em retribuição ao trabalho. 
Esse conceito de remuneração em espécie vale não só para o empregado ou para o 
trabalhador avulso e, ainda, vale para o contribuinte individual, já que todos podem receber 
remuneração em espécie. 
 Exemplo: se um empregado recebe um salário de R$ 4.000,00, qual é o seu 
salário de contribuição? 
R: R$ 4.000,00. 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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Agora, se um empregado recebe R$ 1000,00 por ter ficado à disposição da empresa, 
também incidirá contribuição sobre essa parcela, pois ela está retribuindo o trabalho, ainda 
que ele não tenha se concretizado. 
 Exemplo: Se advogado recebe R$ 5.000,00, ele deve pagar contribuição sobre 
quanto? 
R: R$ 5.000,00. 
É assim porque ele contribui sobre o valor que ele recebeu de um ou mais tomadores 
de serviço. Usualmente algumas pessoas recebem 4 ou 5 mil reais e contribuem sobre o 
valor de um salário mínimo. Ocorre que o contribuinte individual deve pagar sobre o valor 
total, até o limite do teto do INSS. Quem tem base de cálculo de 5 mil e paga apenas sobre 
um salário mínimo está sonegando. Isso é sonegação fiscal. 
Remuneração in natura são as utilidades oferecidas em retribuição ao trabalho. Às 
vezes o sujeito recebe algumas parcelas que não são dinheiro, mas que em certa medida são 
outras formas de remuneração e sobre elas incide contribuição. Os estudiosos do direito do 
trabalho usam o jogo de palavras “PELO TRABALHO” e “PARA O TRABALHO”. Se o indivíduo 
recebe a parcela PELO trabalho que fez, essa parcela é remuneratória e, portanto, incide 
contribuição. Agora, se o indivíduo recebe a parcela PARA o trabalho, como ferramenta de 
trabalho, isso não é remuneração e, assim, não serve de base de cálculo para contribuição. 
Exemplo: Professor atuou como Procurador do INSS durante algum tempo no 
Município de Volta Redonda. Coincidentemente ele ficava no mesmo hotel onde ficavam os 
vendedores do café TOCO, uma empresa que deixava um carro com os seus vendedores. O 
carro ficava com eles, ainda que nos fins de semana. 
 Esse carro era remuneração? 
R: Não. Era uma ferramenta de trabalho. Então sobre o valor do aluguel do carro não 
incide contribuição. 
Exemplo: Empresa com plano de carreira estabelece vantagens a partir do momento 
em que o indivíduo alcança determinado cargo, por exemplo: uma pessoa alcança a função 
de gerente sênior pode escolher o carro tal, não para o trabalho, mas pelo trabalho. Isso é 
acréscimo remuneratório e o valor correspondente ao aluguel desse carro integra o salário 
de contribuição. 
Gorjetas também é salário de contribuição, apesar de serem somente para o 
EMPREGADO e para o TRABALHADOR AVULSO. Gorjeta é uma quantia em dinheiro paga por 
terceiros, não é paga pelos tomadores. 
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Uma questão da prova de sentença que o professor fez versou sobre isso. O mérito 
dizia a respeito se as gorjetas integravam a base de cálculo da contribuição: Sim, elas 
integram. 
 
2.4.1. Questões adicionais 
 O 13º salário integra o salário de contribuição? 
R: no §7º do artigo 28 da lei 8.212/91 a lei preconiza expressamente que integra. 
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, 
exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento. (Redação 
dada pela Lei n° 8.870, de 15.4.94) 
 Ressalta-se que a contribuição sobre o 13º é calculada como sendo uma 13º 
competência. Não se soma o 13º com a remuneração do mês que está sendo pago, mas 
leva-se em conta como se hipoteticamente houvesse um novo mês. Isso faz toda diferença 
para fins de teto. 
Exemplo: se o indivíduo recebe R$ 5.000,00 e R$ 5.000,00 de 13º, se houvesse soma, 
a contribuição dele incidiria sobre o teto. Como se tem uma 13ª competência, cobra-se a 
contribuição sobre R$ 5.000,00 referenteao mês e, de forma separada, cobra-se 
contribuição sobre R$ 5.000,00 referente ao 13º. 
O 13º salário é uma exceção, pois de modo geral o salário de contribuição é a soma 
de tudo que o segurado recebe naquele mês de uma ou mais fontes. Quem recebe R$ 
3.000,00 de um emprego e R$ 4.000,00 de outro emprego, deve somar os dois e com o total 
de R$ 7.000,00, o salário de contribuição ficará limitado ao teto, que é hoje de R$ 5.189,82. 
A empresa precisa ser notificada pelo segurado de que está sendo retido na fonte em 
outro vínculo empregatício. 
Exemplo: Médico trabalha em um hospital e ganha R$ 15.000,00, ao passo em que 
também tem um consultório onde aufere renda mediante convênios com planos de saúde. 
No entanto, como o seu salário já ultrapassa o teto, ele precisa avisar aos planos de saúde 
que ele já está recolhendo contribuição sobre o teto. Isso serve para que o plano de saúde 
não faça a retenção da contribuição na fonte. Essa declaração do empregado há de ser 
guardada pela empresa como sendo um documento fiscal. 
Outro detalhe importante é que se o indivíduo estiver na qualidade de SEGURADO 
FACULTATIVO, como não possui remuneração, o salário de contribuição corresponde a 
quantia que ele quiser, desde que fique entre o piso (um salário mínimo) e o teto (R$ 
5.189,82). Esse segurado facultativo, no entanto, não fica vinculado a determinado valor, ele 
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pode a cada mês contribuir sobre um valor diferente. Para os demais segurados, a base de 
cálculo é o valor que se recebeu de uma ou mais empresas, ficando limitado ao teto e como 
valor mínimo para o EMPREGADO e para o EMPREGADO DOMÉSTICO o piso salarial da 
categoria. Se a categoria não tiver um piso, será um salário mínimo. 
 
2.4.2. Parcelas excluídas do salário de contribuição 
As parcelas que estão fora do salário de contribuição estão previstas §9º do artigo 28 
da lei 8.212/91.4 O professor não trabalhará todos os incisos, mas ele recomenda a leitura. 
 
4 § 9º NÃO INTEGRAM O SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada 
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade; (Redação dada 
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de 
outubro de 1973; 
c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do 
Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; 
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o 
valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do 
Trabalho-CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
e) as importâncias: (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97 
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante 
pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS; 
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; 
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; 
5. recebidas a título de incentivo à demissão; 
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.711, 
de 1998). 
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário; (Redação dada 
pela Lei nº 9.711, de 1998). 
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984; (Redação 
dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; 
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de 
trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal; 
i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos 
termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; 
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; 
l) o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP; 
(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado 
contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por 
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De acordo com a alínea “a” do §9º do artigo 28 da lei 8.212/91, os benefícios 
previdenciários estão excluídos do salário de contribuição. 
Quando se trata de benefícios previdenciários, é importante dizer que o artigo 195, II, 
da CRFB/88 estabelece uma regra de imunidade, pois anuncia expressamente a não 
 
força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo 
Ministério do Trabalho; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este 
direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei 
nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência 
complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, 
observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela 
conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas 
médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e 
dirigentes da empresa; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados 
no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em 
conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando 
devidamente comprovadas as despesas realizadas; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
t) o valor relativo a plano educacional que vise ao ensino fundamental ea cursos de capacitação e qualificação 
profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que todos os empregados e 
dirigentes tenham acesso ao mesmo; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 15 
t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 
de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades 
desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os 
empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus 
dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e 
tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: (Redação dada pela Lei 
nº 12.513, de 2011) 
1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011) 
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5% 
(cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o 
valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for maior; (Incluído pela Lei nº 12.513, de 
2011) 
u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de 
idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990; (Alínea acrescentada pela 
Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, 
de 10.12.97) 
x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
y) o valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012) 
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incidência de contribuição do segurado sobre aposentadorias e pensões do regime geral de 
previdência social. 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
20, de 1998) 
Ao contrário do que ocorre com os servidores públicos, NÃO INCIDE CONTRIBUIÇÕES 
SOBRE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO REGIME GERAL. Essa é uma imunidade que existe 
desde a EC nº 20/98 e permanece até hoje. 
Esclareça-se que a CRFB/88, tirando as aposentadorias e as pensões, não cuida dos 
outros benefícios. No entanto, pela alínea “a” do §9º do artigo 28 da lei 8.213/91, a exclusão 
dos demais benefícios da base de cálculo do salário de contribuição foi expressa. 
Consequentemente, com relação às aposentadorias e pensões do regime geral, existe uma 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (não incidência constitucionalmente qualificada), enquanto que 
para os demais benefícios, tem-se uma regra de ISENÇÃO. 
A única exceção a essa regra é o salário maternidade, por ser o único benefício sobre 
o qual incide contribuição. Prevalece o entendimento de que ele possui NATUREZA SALARIAL 
nos termos do artigo 7º, XVIII da CRFB/88. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social 
(...) 
 XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento 
e vinte dias; 
Apesar de esse entendimento ser alvo de questionamento, prevalece amplamente 
que incide contribuição sobre o salário-maternidade. 
De modo geral, toda essa discussão sobre o salário de contribuição impactará a 
contribuição das empresas, pois tudo aquilo que for considerado salário de contribuição, 
consequentemente fará parte da folha de pagamento das empresas. 
Em síntese, vale a pena estudar algumas parcelas excluídas da base de cálculo do 
salário de contribuição: 
 
 Salário maternidade 
Tema tratado em linhas anteriores. 
 
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 Diárias 
As diárias, em princípio, também estão excluídas da base de cálculo do salário de 
contribuição por elas terem como objetivo indenizar as despesas do trabalhador fora da sua 
base da empresa. Ocorre que o legislador fixou um limite para as diárias da seguinte 
maneira: se as parcelas corresponderem ATÉ 50% DA REMUNERAÇÃO, elas estão excluídas 
da base de cálculo do salário de contribuição, mas se elas corresponderem a mais de 50%, 
todo o valor fica incluído na base de cálculo, pois o valor perde a natureza indenizatória e 
passa a ter natureza remuneratória. 
Tudo isso se encontra previsto nos §§ 8º e 9º do artigo 28 da lei 8.212/91. 
§ 8º Integram o salário-de-contribuição pelo seu valor total: (Redação dada pela Lei 
nº 9.528, de 10.12.97). (Vide Lei nº 13.189, de 2015) Vigência 
a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração 
mensal; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
b) (VETADO) (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
c) as gratificações e verbas, eventuais concedidas a qualquer título, ainda que 
denominadas pelas partes de liberalidade, ressalvado o disposto no § 9º. ( Redação 
dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) 13 (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998). 
d) o valor da compensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção 
ao Emprego - PPE; (Incluído pela Medida Provisória nº 680, de 2015) Vigência 
 Nota do monitor: o §9º do artigo 28 foi inserido em nota de rodapé de páginas 
anteriores. 
 
 Férias indenizadas 
Quem não gozou as férias. Exemplo: empregado é dispensado sem gozar as férias. 
Como a natureza é indenizatória, sobre elas não incidem contribuição previdenciária. Se 
gozou as férias e recebeu o terço constitucional de férias, resta a pergunta: 
 Incide contribuição sobre o terço constitucional de férias? 
R: em primeiro lugar, a abordagem diz respeito ao segurado do REGIME GERAL e diz 
respeito a um tributo específico: a CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Essa matéria está em 
aberto, mas o STJ se posicionou pela não incidência da contribuição sobre o terço (STJ, REsp 
1230957), porém o posicionamento mais atual do STJ é quanto à possibilidade de incidência 
da contribuição sobre o terço constitucional de férias. 
REsp nº 1.230.957/RS: 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
A CARGO DA EMPRESA. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DISCUSSÃO A 
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RESPEITO DA INCIDÊNCIA OU NÃO SOBRE AS SEGUINTES VERBAS: TERÇO 
CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS; SALÁRIO MATERNIDADE; 
 
SALÁRIO PATERNIDADE; AVISO PRÉVIO INDENIZADO; IMPORTÂNCIA PAGA NOS QUINZE 
DIAS QUE ANTECEDEM O AUXÍLIO-DOENÇA. 
1. Recurso especial de HIDRO JET EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS LTDA. 
1.1 Prescrição. 
O Supremo Tribunal Federal ao apreciar o RE 566.621/RS,Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen 
Gracie, DJe de 11.10.2011), no regime dos arts. 543-A e 543-B do CPC (repercussão 
geral), pacificou entendimento no sentido de que, "reconhecida a inconstitucionalidade 
art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo 
de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, 
ou seja, a partir de 9 de junho de 2005". No âmbito desta Corte, a questão em comento 
foi apreciada no REsp 1.269.570/MG (1ª Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 
de 4.6.2012), submetido ao regime do art. 543-C do CPC, ficando consignado que, "para 
as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplica-se o art. 3º, da Lei Complementar n. 
118/2005, contando-se o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por 
homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, § 
1º, do CTN". 
1.2 Terço constitucional de férias. 
No que se refere ao adicional de férias relativo às férias indenizadas, a não incidência de 
contribuição previdenciária decorre de expressa previsão legal (art. 28, § 9º, "d", da Lei 
8.212/91 - redação dada pela Lei 9.528/97). 
Em relação ao adicional de férias concernente às férias gozadas, tal importância possui 
natureza indenizatória/compensatória, e não constitui ganho habitual do empregado, 
razão pela qual sobre ela não é possível a incidência de contribuição previdenciária (a 
cargo da empresa). A Primeira Seção/STJ, no julgamento do AgRg nos EREsp 957.719/SC 
(Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 16.11.2010), ratificando entendimento das Turmas 
de Direito Público deste Tribunal, adotou a seguinte orientação: "Jurisprudência das 
Turmas que compõem a Primeira Seção desta Corte consolidada no sentido de afastar a 
contribuição previdenciária do terço de férias também de empregados celetistas 
contratados por empresas privadas". 
1.3 Salário maternidade. 
O salário maternidade tem natureza salarial e a transferência do encargo à Previdência 
Social (pela Lei 6.136/74) não tem o condão de mudar sua natureza. Nos termos do art. 
3º da Lei 8.212/91, "a Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários 
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, 
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte 
daqueles de quem dependiam economicamente". O fato de não haver prestação de 
trabalho durante o período de afastamento da segurada empregada, associado à 
circunstância de a maternidade ser amparada por um benefício previdenciário, não 
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autoriza conclusão no sentido de que o valor recebido tenha natureza indenizatória ou 
compensatória, ou seja, em razão de uma contingência (maternidade), paga-se à 
segurada empregada benefício previdenciário correspondente ao seu salário, possuindo 
a verba evidente natureza salarial. Não é por outra razão que, atualmente, o art. 28, § 
2º, da Lei 8.212/91 dispõe expressamente que o salário maternidade é considerado 
salário de contribuição. Nesse contexto, a incidência de contribuição previdenciária sobre 
o salário maternidade, no Regime Geral da Previdência Social, decorre de expressa 
previsão legal. 
Sem embargo das posições em sentido contrário, não há indício de incompatibilidade 
entre a incidência da contribuição previdenciária sobre o salário maternidade e a 
Constituição Federal. A Constituição Federal, em seus termos, assegura a igualdade 
entre homens e mulheres em direitos e obrigações (art. 5º, I). O art. 7º, XX, da CF/88 
assegura proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, 
nos termos da lei. No que se refere ao salário maternidade, por opção do legislador 
infraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dos salários, 
durante o período de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar a 
proteção ao mercado de trabalho da mulher. Não é dado ao Poder Judiciário, a título de 
interpretação, atuar como legislador positivo, a fim estabelecer política protetiva mais 
ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à contribuição 
previdenciária incidente sobre o salário maternidade, quando não foi esta a política 
legislativa. 
A incidência de contribuição previdenciária sobre salário maternidade encontra sólido 
amparo na jurisprudência deste Tribunal, sendo oportuna a citação dos seguintes 
precedentes: REsp 572.626/BA, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 20.9.2004; REsp 
641.227/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 29.11.2004; REsp 803.708/CE, 2ª Turma, 
Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 2.10.2007; REsp 886.954/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise 
Arruda, DJ de 29.6.2007; AgRg no REsp 901.398/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Herman 
Benjamin, DJe de 19.12.2008; 
REsp 891.602/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 21.8.2008; AgRg no 
REsp 1.115.172/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 25.9.2009; AgRg no 
Ag 1.424.039/DF, 2ª Turma, Rel. 
Min. Castro Meira, DJe de 21.10.2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.040.653/SC, 1ª Turma, 
Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 15.9.2011; AgRg no REsp 1.107.898/PR, 1ª 
Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 17.3.2010. 
1.4 Salário paternidade. 
O salário paternidade refere-se ao valor recebido pelo empregado durante os cinco dias 
de afastamento em razão do nascimento de filho (art. 7º, XIX, da CF/88, c/c o art. 473, 
III, da CLT e o art. 10, § 1º, do ADCT). Ao contrário do que ocorre com o salário 
maternidade, o salário paternidade constitui ônus da empresa, ou seja, não se trata de 
benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de verba de natureza salarial, é 
legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário paternidade. 
600.03 
Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Ressalte-se que "o salário-paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença 
remunerada prevista constitucionalmente, não se incluindo no rol dos benefícios 
previdenciários" (AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman 
Benjamin, DJe de 9.11.2009). 
2. Recurso especial da Fazenda Nacional. 
2.1 Preliminar de ofensa ao art. 535 do CPC. 
Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não fica 
caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 
2.2 Aviso prévio indenizado. 
A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/97 e Decreto 6.727/2009), as 
importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados 
nem a tempo à disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição 
previdenciária. 
A CLT estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, 
a parte que, sem justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra a sua 
intenção com a devida antecedência. Não concedido o aviso prévio pelo empregador, 
nasce para o empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, 
garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço (art. 487, § 1º, da 
CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso prévio, isto é, o aviso prévio 
indenizado, visa a reparar o dano causado ao trabalhador que não fora alertado sobre afutura rescisão contratual com a antecedência mínima estipulada na Constituição 
Federal (atualmente regulamentada pela Lei 12.506/2011). Dessarte, não há como se 
conferir à referida verba o caráter remuneratório pretendido pela Fazenda Nacional, por 
não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, "se o aviso prévio é 
indenizado, no período que lhe corresponderia o empregado não presta trabalho algum, 
nem fica à disposição do empregador. Assim, por ser ela estranha à hipótese de 
incidência, é irrelevante a circunstância de não haver previsão legal de isenção em 
relação a tal verba" (REsp 1.221.665/PR, 1ª Turma, Rel. Min. 
Teori Albino Zavascki, DJe de 23.2.2011). 
A corroborar a tese sobre a natureza indenizatória do aviso prévio indenizado, 
destacam-se, na doutrina, as lições de Maurício Godinho Delgado e Amauri Mascaro 
Nascimento. 
Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 
4.10.2010; REsp 1.213.133/SC, 2ª Turma, Rel. Min. 
Castro Meira, DJe de 1º.12.2010; AgRg no REsp 1.205.593/PR, 2ª Turma, Rel. Min. 
Herman Benjamin, DJe de 4.2.2011; AgRg no REsp 1.218.883/SC, 1ª Turma, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, DJe de 22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2ª Turma, Rel. Min. 
Cesar Asfor Rocha, DJe de 29.11.2011. 
2.3 Importância paga nos quinze dias que antecedem o auxílio- doença. 
No que se refere ao segurado empregado, durante os primeiros quinze dias consecutivos 
ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe ao empregador efetuar 
600.03 
Direito Previdenciário 
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o pagamento do seu salário integral (art. 60, § 3º, da Lei 8.213/91 com redação dada 
pela Lei 9.876/99). Não obstante nesse período haja o pagamento efetuado pelo 
empregador, a importância paga não é destinada a retribuir o trabalho, sobretudo 
porque no intervalo dos quinze dias consecutivos ocorre a interrupção do contrato de 
trabalho, ou seja, nenhum serviço é prestado pelo empregado. Nesse contexto, a 
orientação das Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que 
sobre a importância paga pelo empregador ao empregado durante os primeiros quinze 
dias de afastamento por motivo de doença não incide a contribuição previdenciária, por 
não se enquadrar na hipótese de incidência da exação, que exige verba de natureza 
remuneratória. 
Nesse sentido: AgRg no REsp 1.100.424/PR, 2ª Turma, Rel. Min. 
Herman Benjamin, DJe 18.3.2010; AgRg no REsp 1074103/SP, 2ª Turma, Rel. 
Min. Castro Meira, DJe 16.4.2009; AgRg no REsp 957.719/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz 
Fux, DJe 2.12.2009; REsp 836.531/SC, 1ª Turma, Rel. 
Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 17.8.2006. 
2.4 Terço constitucional de férias. 
O tema foi exaustivamente enfrentado no recurso especial da empresa (contribuinte), 
levando em consideração os argumentos apresentados pela Fazenda Nacional em todas 
as suas manifestações. Por tal razão, no ponto, fica prejudicado o recurso especial da 
Fazenda Nacional. 
3. Conclusão. 
Recurso especial de HIDRO JET EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS LTDA parcialmente 
provido, apenas para afastar a incidência de contribuição previdenciária sobre o 
adicional de férias (terço constitucional) concernente às férias gozadas. 
Recurso especial da Fazenda Nacional não provido. 
Acórdão sujeito ao regime previsto no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 - 
Presidência/STJ. 
(REsp 1230957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 26/02/2014, DJe 18/03/2014) 
No STF, a matéria aguarda julgamento no RE 593068. Em provas, a melhor resposta é 
a afirmativa que admite a incidência. 
Ementa do reconhecimento de Repercussão geral no RE 593068 RG/SC 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. REPERCUSSÃO GERAL. TRIBUTÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO 
FEDERAL. REGIME PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. BASE DE CÁLCULO. TERÇO 
CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. GRATIFICAÇÃO NATALINA (DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO). 
HORAS EXTRAS. OUTROS PAGAMENTOS DE CARÁTER TRANSITÓRIO. LEIS 9.783/1999 E 
10.887/2004. CARACTERIZAÇÃO DOS VALORES COMO REMUNERAÇÃO (BASE DE 
CÁLCULO DO TRIBUTO). ACÓRDÃO QUE CONCLUI PELA PRESENÇA DE PROPÓSITO 
ATUARIAL NA INCLUSÃO DOS VALORES NA BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO 
(SOLIDARIEDADE DO SISTEMA DE CUSTEIO). 1. Recurso extraordinário em que se discute 
600.03 
Direito Previdenciário 
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a exigibilidade da contribuição previdenciária incidente sobre adicionais e gratificações 
temporárias, tais como 'terço de férias', 'serviços extraordinários', 'adicional noturno', e 
'adicional de insalubridade'. Discussão sobre a caracterização dos valores como 
remuneração, e, portanto, insertos ou não na base de cálculo do tributo. Alegada 
impossibilidade de criação de fonte de custeio sem contrapartida de benefício direto ao 
contribuinte. Alcance do sistema previdenciário solidário e submetido ao equilíbrio 
atuarial e financeiro (arts. 40, 150, IV e 195, § 5º da Constituição). 2. Encaminhamento 
da questão pela existência de repercussão geral da matéria constitucional controvertida. 
(RE 593068 RG, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em 07/05/2009, DJe-094 
DIVULG 21-05-2009 PUBLIC 22-05-2009 EMENT VOL-02361-08 PP-01636 LEXSTF v. 31, n. 
365, 2009, p. 285-295 ) 
 
 Vale transporte 
O STF no julgamento do RE 478410/SP tratou do vale transporte. Havia um 
posicionamento do STJ, que ainda é adotado pela Receita Federal até hoje, no seguinte 
sentido: se o vale-transporte for pago em cartão magnético ou ticket, ele não tem natureza 
remuneratória. Agora, se ele for pago em dinheiro, ele terá natureza remuneratória. 
Durante muito tempo o STJ decidiu assim até que a matéria chegou ao Supremo. 
De acordo com o STF, a forma como se paga não muda a natureza da parcela. Dessa 
maneira, independentemente da forma como se paga, o vale-transporte NÃO tem natureza 
remuneratória. 
Recurso Extraordinário nº 478410/SP: 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONSTITUCIONAL. 
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. VALE-
TRANSPORTE. ART. 4º DA LEI Nº 7.418/85 E ART. 5º DO DECRETO Nº 95.247/87. 
NATUREZA INDENIZATÓRIA. PAGAMENTO EM PECÚNIA. INOCORRÊNCIA DE 
DESCARACTERIZAÇÃO. DELIMITAÇÃO DA EXTENSÃO DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE DOS DISPOSITIVOS NORMATIVOS. SUPOSTA ABRANGÊNCIA 
PARA ALÉM DO DOMÍNIO TRIBUTÁRIO. TERCEIROS CUJAS ESFERAS JURÍDICAS 
RESTARIAM ATINGIDAS CASO PROCLAMADA A INVALIDADE DA SISTEMÁTICA DO VALE-
TRANSPORTE. ADMISSÃO DE INTERVENÇÃO NAS MODALIDADES DE ASSISTÊNCIA 
SIMPLES E RECURSO DE TERCEIRO PREJUDICADO. PRETENSÃO DE IMPUGNAÇÃO DAS 
PREMISSAS QUE EMBASARAM O ACÓRDÃO EMBARGADO. CARÁTER INFRINGENTE. 
EXPRESSA REJEIÇÃO DA POSSIBILIDADE DE INSTITUIÇÃO DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
PARA COMBATER A BURLA À “VERDADE SALARIAL”. INADMISSIBILIDADE DOS 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO QUANTO À ANÁLISE DO ART. 4º DA LEI Nº 
7.418/85. EXAME ESPECÍFICO PELO VOTO DO RELATOR. ANÁLISE DA CAUSA SOB O 
ÂNGULO DO DEVER INFRACONSTITUCIONAL DE PAGAMENTO DO BENEFÍCIO EM VALES. 
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Direito Previdenciário 
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INOCORRÊNCIA DE VÍCIO NO PRONUNCIAMENTO. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO QUANTO AO 
DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL REPUTADO VIOLADO. INOCORRÊNCIA. 
FUNDAMENTAÇÃO CALCADA NO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE 
TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, I) E DA AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR A AMPARAR A 
INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (CF, ART. 195, I, ‘A’ E § 4º). 
DELIMITAÇÃO DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 5º 
DO DECRETO Nº 95.247/87. RESTRIÇÃO AO ÂMBITO TRIBUTÁRIO, À LUZ DA 
FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGADO. MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE 
PAGAMENTO DO BENEFÍCIO DO VALE-TRANSPORTE. ILICITUDE RESGUARDADA NO QUE 
CONCERNE AOS OUTROS DOMÍNIOS DO DIREITO POSITIVO. INCONSTITUCIOANLIDADE 
RESTRITA AO DOMÍNIO TRIBUTÁRIO, DE MODO A AFASTAR A INCIDÊNCIA DE 
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. 1. Tem-se 
por admissível a intervenção de terceiros, em recurso extraordinário decidido sob o 
regime da repercussão geral, de operadoras de transporte coletivo urbano que colocam 
em prática a vigente sistemática do vale-transporte, nos termos do art. 5º do Decreto nº 
95.247/87, cujas esferas jurídicas restariam sensivelmente atingidas na hipótese de a 
declaração de inconstitucionalidade do referido dispositivo normativo, constante do 
acórdão embargado, for entendida em termos abrangentes, produzindo efeitos para 
além do domínio exclusivamente tributário. 2. Manifesta-se o caráter infringente de 
embargos de declaração quando interpostos de modo a questionar a firmeza das 
premissas que embasaram o acórdão embargado, mormente quando adotada 
expressamente tese jurídica contrária à pretendida descaracterização da natureza 
jurídica do vale-transporte pelo só fato de ser pago em pecúnia, sem que a incidência 
tributária possa ser instituída como modalidade de sanção política a fim de combater 
eventual burla ao princípio da verdade salarial. 3. Inexiste omissão quanto ao exame do 
art. 4º da Lei nº 7.418/85 diante da expressa manifestação do voto do relator acerca do 
referido enunciado normativo, destacando-se, no acórdão recorrido, a análise da causa 
sob o ângulo material do dever infraconstitucional de pagamento do benefício em vales. 
4. Descabe arguir omissão quanto aos dispositivos constitucionais reputados violados se 
o acórdão embargado considera, de forma expressa e categórica, ofensiva ao princípio 
da legalidade tributária (CF, art. 150, I) a interpretação que chancela a incidência de 
contribuição previdenciária sobre os valores pagos em pecúnia a título de vale-
transporte sem lei complementar que o permita, notadamente à luz dos art. 195, I, ‘a’ e 
§ 4º, da CF. 5. A compreensão da fundamentação dos votos da maioria vencedora revela 
a necessária restrição dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade do art. 4º da 
Lei nº 7.418/85 e do art. 5º do Decreto nº 95.247/87 exclusivamente no que concerne ao 
domínio tributário, para afastar a incidência de contribuição previdenciária pelo só 
pagamento da verba em dinheiro, mantendo-se hígida, no mais, a sistemática do vale-
transporte para os demais fins, notadamente à luz dos domínios remanescentes do 
direito positivo. 6. Embargos de declaração acolhidos, nos termos do voto do Relator. 
 
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Direito Previdenciário 
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(RE 478410 ED, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 15/12/2011, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-025 DIVULG 03-02-2012 PUBLIC 06-02-2012 RDDT n. 199, 
2012, p. 145-150 RDECTRAB v. 19, n. 211, 2012, p. 113-121 RTFP v. 20, n. 103, 2012, p. 
405-413 RDECTRAB v. 19, n. 212, 2012, p. 97-105) 
 
 Participação nos lucros 
Recentemente o STF decidiu que se efetivamente se estiver diante de parcelas estão 
sendo pagas em razão da participação do empregado nos lucros da empresa, NÃO INCIDE 
contribuição. Mas para isso é preciso respeitar a legislação que trata da matéria. 
Essa participação deve ser tratada de acordo com a legislação específica, pois se não 
respeitar essa regra, não se poderá excluir da base de cálculo do salário de contribuição. O 
grande problema é que essa legislação foi trazida pela MP 794/94. 
Observação: no início do terceiro bloco da aula o professor destacou que a 
participação nos lucros (parcela dos lucros da empresa distribuída aos empregados) não se 
confunde com a distribuição dos lucros entre sócios. A distribuição dos lucros entre sócios 
não é tributado. 
 A grande questão que o STF decidiu foi a seguinte: como fica a participação 
nos lucros ocorrida antes da MP 794/94? 
R: O STF decidiu que o inciso XI do artigo 7º era uma disposição não autoaplicável. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
(...) 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
O panorama é o seguinte: antes da MP 794/94, aquilo que foi pago a título de 
participação aos empregados dos lucros da empresa foi considerado pelo STF como base de 
calculo da contribuição (é parcela tributável). Entretanto, as parcelas posteriores à MP 
794/94 ficam excluídas se obedecerem toda a disciplina legal da medida provisória. Vale a 
leitura do RE nº 569441/RS: 
Ementa: CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. NATUREZA 
JURÍDICA PARA FINS TRIBUTÁRIOS. EFICÁCIA LIMITADA DO ART. 7º, XI, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE ESSA 
ESPÉCIE DE GANHO ATÉ A REGULAMENTAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL. 1. 
Segundo afirmado por precedentes de ambas as Turmas desse Supremo Tribunal 
Federal, a eficácia do preceito veiculado pelo art. 7º, XI, da CF – inclusive no que se refere 
600.03 
Direito Previdenciário 
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à natureza jurídica dos valores pagos a trabalhadores sob a forma de participação nos 
lucros para fins tributários – depende de regulamentação. 2. Na medida em que a 
disciplina do direito à participação nos lucros somente se operou com a edição da 
Medida Provisória 794/94 e que o fato gerador em causa concretizou-se antes da 
vigência desse ato normativo, deve incidir, sobre os valores em questão, a respectiva 
contribuição previdenciária. 3. Recurso extraordinário a que se dá provimento. 
 
(RE 569441, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI 
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 30/10/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-027 
DIVULG 09-02-2015 PUBLIC 10-02-2015) 
 
Uma observação geral sobre essas parcelas excluídas é que todas essas discussões 
acabam na dependência de uma decisão do STF, algumas já foram proferidas, outras estão 
aguardando, por exemplo: incidência de contribuição sobre o adicional noturno, de 
insalubridade, periculosidade etc. Mas o posicionamento até então é de que sobre esses 
adicionais INCIDE CONTRIBUIÇÃO. 
O caso mais relevante é a quantia que a empresa paga ao empregado nos 15 dias que 
antecedem o auxílio doença. Já foi dito anteriormente, mas vale repisar que o empregado 
antes de receber o auxílio doença recebe da empresa os 15 primeiros dias de afastamento. 
Sobre essa quantia paga a receita federal cobracontribuição. O STJ diz que, como não há 
trabalho e a quantia não é paga em retribuição ao trabalho, isso tem natureza indenizatória 
e não remuneratória, logo, NÃO INCIDE contribuição. Isso está aguardando decisão definitiva 
do STF, mas em provas vale sustentar que não incide contribuição. 
Outro caso consolidado é o do auxílio-creche. Já que algumas empresas optam por 
não manter a creche, elas acabam pagando em forma de indenização. A natureza do auxílio-
creche é indenizatória, de modo a NÃO INCIDIR contribuição. 
 
2.5. Alíquotas da contribuição do segurado 
As alíquotas da contribuição do segurado estão tratadas nos artigos 20 e 21 da lei 
8.212/91. A sistemática é a seguinte: 
Para o EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO e TRABALHADOR AVULSO, tem-se 
alíquota progressiva (quanto maior a base de cálculo, maior será a alíquota). A maior 
alíquota para eles é de 11%. Diferente do que ocorre com o imposto de renda, a nova 
alíquota incide sobre o valor total e não sobre faixas de valor inferior e que serão tributadas 
por alíquota inferior. Se o segurado mudar de faixa, ele paga, por exemplo, 11% sobre o 
valor total. 
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Direito Previdenciário 
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Com relação ao SEGURADO FACULTATIVO e ao CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, a 
alíquota é de 20%. A lógica disso está na fonte de custeio. Exemplo: EMPREGADO que 
recebe R$ 5.000,00 de salário, quanto ele rende para a previdência social? R: em primeiro 
lugar 11% do empregado sobre o valor de R$ 5.000,00 resulta em R$ 550,00. Além disso, o 
empregador paga 20% sobre esses R$ 5.000, o que dá R$ 1.000,00. No valor final, quando se 
remunera um empregado em R$ 5.000,00, a União fica com R$ 1.550. 
Agora, no que diz respeito ao segurado facultativo e ao contribuinte individual, não 
há a contribuição do outro lado. Exemplo: Contribuinte individual que presta serviço para 
pessoas físicas e recebe R$ 5000,00, como não há contribuição de empregador, a alíquota a 
ser paga por ele será de 20%, resultando uma contribuição de R$ 1.000,00. Nota-se que, 
mesmo o segurado pagando mais, a previdência arrecada menos. 
Se eventualmente o contribuinte individual presta serviço para empresas, a 
justificativa da alíquota maior não mais se sustenta. Se o contribuinte individual presta 
serviço a uma empresa que seja contribuinte da contribuição sobre folha de pagamento, 
será oferecido um desconto, uma redução para o contribuinte individual. A redução será de 
9%. Essa disciplina está prevista no §4º do artigo 30 da lei 8.212/91. 
§ 4o Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a uma ou mais empresas, 
poderá deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição 
da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que 
esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a nove por cento do respectivo 
salário-de-contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). 
Os contribuintes individuais geralmente trabalham na informalidade, sem vinculação 
a nenhuma empresa, e isso pode gerar pouca retribuição ou muita retribuição. Na prática, 
como são muitas pessoas nessa condição, isso preocupa a política pública previdenciária, 
pois as pessoas trabalham e não contribuem. O governo, como não consegue fiscalizar, 
passou a estimular um recolhimento menor, mas que resulta num benefício menor. 
Exemplo: camelô ganhou R$ 3.000,00 durante o mês. 20% sobre esse valor dá R$ 
600,00. Realmente é um valor muito alto. 
Como solução, o governo permitiu a alíquota de 11% do valor correspondente a um 
salário mínimo em vez de pagar 20%. Isso também vale para o segurado facultativo. Isso vale 
para quem o fisco não consegue fiscalizar, no caso: o CONTRIBUINTE INDIVIDUAL NÃO 
VINCULADO A EMPRESA e o SEGURADO FACULTATIVO. E mais, dentro desse grupo, existe 
outro grupo ainda mais especial, no caso: 
Nos últimos §§ do artigo 201 da CRFB/88, há a determinação de uma política pública 
de inclusão previdenciária para os trabalhadores urbanos de baixa-renda e para as donas-de-
casa de baixa renda. 
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Direito Previdenciário 
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§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a 
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem 
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que 
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor 
igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
 
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá 
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de 
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
Dando regulamentação a esse comando constitucional, a LC nº 128 acrescenta 
dispositivos ao artigo 20 da lei 8.212/91, informando que para o segurado facultativo de 
baixa renda e para o microempreendedor individual, estabelece-se um benefício ainda 
maior, porque em vez de pagar 11% do valor de um salário mínimo, eles podem pagar 5% 
sobre o valor de um salário mínimo. 
 Quem é o microempreendedor individual? 
R: está previsto na LC 123/2006. 
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos 
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, 
independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste 
artigo. 
 
§ 1o Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a 
que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que 
tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta 
mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela 
sistemática prevista neste artigo. 
Trata-se de um contribuinte individual que adota a forma de empresa simples e opta 
por ser tributado pelo simples. 
 Quem é a dona-de-casa que pertence a uma família de baixa renda? 
R: a lei define essa figura nos §§ 2º e 4º do artigo 21 da lei 8.212/91. 
§ 2o No caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo 
de contribuição, a alíquota de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal do 
salário de contribuição será de: (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) 
I - 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte individual, ressalvado o 
disposto no inciso II, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com 
empresa ou equiparado e do segurado facultativo, observado o disposto na alínea b do 
inciso II deste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
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Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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II - 5% (cinco por cento): (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
a) no caso do MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL, de que trata o art. 18-A da Lei 
Complementar no 123, de 14 de dezembro de

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