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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO DE BIOMEDICINA PLANTAS TÓXICAS E TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS ITAPETININGA 2016 FABIOLA VIEIRA PROENÇA – RA: 010127 GUILHERME HENRIQUE QUINOL GOMES – RA: 010115 LUIZ LEONARDO RODRIGUES SILVA – RA: 010651 MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 NÁTALI ROBERTA COSTA – RA: 010719 SARAH NIACHI DE OLIVEIRA – RA: 010142 2 FABIOLA VIEIRA PROENÇA – RA: 010127 GUILHERME HENRIQUE QUINOL GOMES – RA: 010115 LUIZ LEONARDO RODRIGUES SILVA –RA: 010651 MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 NÁTALI ROBERTA COSTA – RA: 010719 SARAH NIACHI DE OLIVEIRA – RA: 010142 PLANTAS TÓXICAS E TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS Trabalho apresentado à disciplina de Toxicologia, do curso de Biomedicina, 6º Termo, período noturno, da Faculdade Sudoeste Paulista. Prof.ª orientadora: Bruna Ventura ITAPETININGA 2016 3 SUMÁRIO PLANTAS TÓXICAS ..................................................................................................... 4 Dieffenbachia picta Schott .......................................................................................... 4 Zantedeschia aethiopica Spreng .................................................................................. 5 Aconitum ....................................................................................................................... 5 PLANTAS MEDICINAIS ............................................................................................... 6 Piper methysticum ........................................................................................................ 7 Aloe vera ...................................................................................................................... 10 Ginkgo biloba .............................................................................................................. 11 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 12 4 PLANTAS TÓXICAS É cultural a utilização de plantas nas residências brasileiras, fato esse que aumenta a ocorrência de intoxicação pela falta de informação sobre a toxicidade das mesmas. Em sua grande maioria, as plantas ornamentais são, também, tóxicas para o ser humano, tanto pela ingestão quanto pelo contato com olhos e outras mucosas, além do envenenamento de animais domésticos que já é comum na população. Portanto, foram selecionadas três espécies de plantas tóxicas para o ser humano e descritos seus agentes tóxicos, mecanismos de ação e efeitos recorrentes da intoxicação. Dieffenbachia picta Schott A família Araceae é composta por cerca de 100 gêneros e 3000 espécies, sendo o gênero Dieffenbachia possuinte de 40 espécies, entre elas a Dieffenbachia picta Schott, muito conhecida no Brasil por seus nomes populares como "aningá-do-pará" ou "comigo- ninguém-pode", característica pela distribuição pelas regiões tropicais e subtropicais, sendo intensa a presença em florestas tropicais. Seu fenótipo é desenvolvido através de folhas grandes e alongadas, com desenhos brancos ornamentais, podendo chegar a 60 cm de comprimento, frutos na forma de bagas e látex esbranquiçado (LIMA et al, 1995; LAINETTI, 2015). A toxicidade da D. picta é descrita na literatura como proveniente dos cristais de oxalato de cálcio em forma de ráfides e drusas, juntamente com substancias tóxicas como alguns lipídios, proteínas e alcaloides, encontrados nos idioblastos cristalíferos. A distribuição desses cristais foi observada em grandes quantidades em todos os órgãos vegetativos da planta (folha, caule aéreo e subterrâneo, e raiz), demonstrando que os efeitos podem ser causados por qualquer deles após o contato (MAGENTA, 2008; FERREIRA et al, 2006; LAINETTI, 2015). A intoxicação é observada principalmente em crianças e animais domésticos, por ser uma planta normalmente cultivada nas casas, ocorrendo por ingestão ou contato de mucosas, olhos e pele com alguma parte lesionada da planta, caracterizando a dermatite de contato. Alguns autores explicam a intoxicação por D. picta devido a irritação mecânica por ação das ráfides, e outros relacionam essa irritação mecânica com a inclusão de proteínas similares à tripsina presentes nelas, que geram inflamação, além da liberação 5 de substancias químicas similares a histamina ou a serotonina que podem estar envolvidas na dor imediata, sendo os sintomas persistentes por dias ou até semanas. Um fator agravante para a intoxicação é a presença de protoanemonina, que convertida rapidamente em anemonina e possui propriedades irritantes ao sistema digestório (KLAASSEN & WATKINS, 2012; FERREIRA et al, 2006; LAINETTI,2015). Idioblastos são células diferentes por contém substancias ergásticas, ou seja, produtos do metabolismo celular, que podem servir como material de reserva ou produtos descartados pelo metabolismo da célula, sendo os cristais de oxalato de cálcio (ráfides, drusas, etc.) e alcaloides exemplos dessas substancias (MAGENTA, 2008). Zantedeschia aethiopica Spreng Pertence à família Araceae, a Zantedeschia aethiopica Spreng, popularmente conhecida como “copo-de-leite” apresenta folhas verdes e longas, flores em espádice de cor amarelada, protegidas por uma bráctea branca. Possui bela aparência e, por conta disso, é comum ser presente no dia a dia, muito utilizada como ornamento. O agente toxico está presente por toda planta, sendo o seu mecanismo de ação pelo o Oxalato de Cálcio, assim como no caso da Dieffenbachia picta Schott (“comigo- ninguém-pode”), com efeito tóxico semelhante: eritema e edema, pela inflamação que provoca, nos lábios, língua, palato, além de faringite, podendo evoluir para disfagia, cólicas abdominais, diarreia e náuseas. Se ocorrer contato direto com os olhos, provoca irritabilidade intensa, edema e fotofobia (DOS SANTOS, 2016). O tratamento da intoxicação é feito com demulcentes como a clara de ovo, leite desnatado, hidróxido de alumínio, analgésicos, anti-histamínicos e corticoides em casos graves. Colírios antissépticos e lavagem em água corrente são indicados em casos de contatos com os olhos (SECRETARIA DA SAÚDE DO PARANÁ, 2016). Aconitum Trata-se de uma espécie da família Ranunculaceae, é um gênero com aproximadamente 300 espécies e amplamente distribuída na Ásia, Europa e América do 6 Norte, é também conhecida como “capacete do diabo” e “mata lobos”, sendo mencionado em diversos contos mitológicos e seu veneno foi o mais utilizado na ponta de flechas dos arqueiros da idade média e para caça do povo Ainu no Japão (LIU et al., 2013). É uma planta vivaz com tom azul violáceo, seu caule pode chegar a 1,5 m e possui folhas recortadas em tom verde. Seus princípios ativos incluem, além dos alcaloides, dopamina e tiramina, sendo encontrados em maior quantidade nas raízes da planta. É considerada uma das plantas mais venenosas do mundo por possuir uma grande quantidade de alcaloides, sendo os principais a pseudaconitina, mesaconitina e hipaconitina, sabendo-se que cerca de 20mg dessas substâncias é o suficiente para matar um humano adulto de uma forma dolorosa. Os sintomas da intoxicação incluem dores abdominais e queimação nos membros do corpo, também afeta o sistema nervoso central suprimindo a inativação dos canais de sódio, além de que os alcaloides presentes noaconitum podem agir nas regiões do cérebro responsáveis pela transmissão de dor, acarretando na morte em 2 a 6 horas após a intoxicação. Os alcaloides do aconitum podem ser divididos em três grupos, os do primeiro grupo constituem alcaloides de alta toxicidade capazes de ativar canais iônicos dependentes de voltagem, inibindo a recaptação de noradrenalina. Os do segundo grupo constituem monoésteres menos tóxicos, que possuem propriedades antinociceptivas, anti- arrítmicas e antiepilépticas fortes e, os do terceiro grupo, possuem toxicidade extremamente reduzida e não afetam a atividade neuronal (AMERI, 1998). Apesar da periculosidade da planta, ela pode ser utilizada como planta medicinal, como é feito na China há mais de 2.000 anos, com função analgésica, antirreumática e indicações neurológicas (SINGHUBER et al., 2009). PLANTAS MEDICINAIS A cada ano cresce o número de estudos científicos que comprovam a toxicidade de plantas utilizadas medicinalmente, com isso, foram selecionadas três espécies muito utilizadas pela população e seus mecanismos de ação, princípios ativos e toxicidade foram descritos abaixo. 7 Piper methysticum A utilização de fitoterápicos vem se expandindo nos últimos anos. Entre eles, destaca-se o Piper methysticum, conhecido também como kava-kava, cava-cava, pimenta-intoxicante, entre outras dominações. Pertencente à família Piperaceae, essa espécie é do gênero “Piper”, e “methysticum” é latim que veio do grego “Methustikos”, que deriva de “Methu” e significa “bebida intoxicante”, e é cultivada no Pacífico Sul há mais de 3000 anos. O Piper methysticum é um arbusto dioico, com folhas grandes e rígidas profundamente cortadas na base. Contém inúmeras flores pequenas, que se arranjam em cachos, com 3 a 9 centímetros de comprimento. O caule é subterrâneo do tipo rizoma, podendo pesar até 10 kg, ramificado, suculento, com várias raízes, cor negro-acinzentado por fora e esbranquiçado no interior. A parte da planta utilizada é o rizoma seco, possuindo odor fracamente aromático e sabor levemente amargo. Ao mastigar o rizoma de kava-kava, causa dormência na língua e salivação. A partir da trituração é feita a bebida de kava-kava através do rizoma seco, maceração do mesmo em água fria, em seguida de percolação do líquido. Os extratos são preparados pela extração da droga vegetal com uma mistura de etanol e água, quando se deseja extratos com aproximadamente 30% de princípio ativo. Usa-se mistura de acetona e água para extratos mais concentrados, contendo até 70% de princípio ativo. A kava-kava apresenta várias substâncias em sua composição química, como taninos, ácido benzóico, ácido cinâmico, açúcares, bornil-cinamato, estigmasterol, flavocavaínas, mucilagens, pironas, tetrahidroiangoninas e alguns sais minerais. As α- pironas denominadas cavalactonas ou cavapironas são os principais constituintes responsáveis pela atividade farmacológica da kava-kava. No rizoma da espécie foram identificados 18 cavalactonas, das quais, seis apresentam maior interesse farmacológico: iangonina, metisticina, cavaína, desmetoxiangonina, dihidrocavaína e dihidrometisticina. A maior parte das cavapironas se encontra na resina, sendo que a planta seca deve apresentar no mínimo 3,5% de cavalactonas calculadas como cavaína. Essas substâncias são poucos solúveis em água, possuem tempo de meia-vida que pode variar de 90 minutos a várias horas no plasma e biodisponibilidade bastante variável (JUSTO & SILVA, 2008). 8 Atuando como calmante, esta planta é indicada no tratamento de insônia e ansiedade. O extrato da kava-kava age no sistema nervoso central (SNC) proporcionando uma sensação de prazer, amenizando as sensações de medo, inserindo atividades ansiolíticas, sedativas, anticonvulsivantes, anestésica local, espasmolítica e analgésica. A ação músculo-relaxante é atribuída à interação com canais iônicos. Esta interação consiste em uma inibição rápida e específica, voltagem-dependente, dos canais de sódio e redução da corrente através dos canais de sódio e cálcio, que são ativados pela voltagem. O extrato lipossolúvel de kava diminui a motilidade espontânea e o controle motor. A influência dos componentes lipossolúveis da kava kava, nos receptores GABA, ainda não está totalmente esclarecida, mas muitos estudos concluíram que as atividades ansiolíticas e sedativas das kavapironas são mediadas por estes receptores. As kavapironas parecem potencializar a atividade dos receptores GABA-A, modificando-os de forma a aumentar a ligação do GABA no centro cerebral, mais especificamente no sistema límbico, o qual está relacionado diretamente aos processos emocionais (JUSTO & SILVA, 2008). As atividades psicotrópicas da kava kava têm sido demonstradas pela inibição da recaptação da norepinefrina. Um estudo concluiu que as kavapironas inibem reversivelmente a MAO-B. A MAO-B possui preferência de substrato para a feniletilamina, um precursor da serotonina, e também age no metabolismo da norepinefrina e dopamina. Portanto, estes neurotransmissores estariam disponibilizados, contribuindo para o efeito psicotrópico no SNC. As kavapironas podem ainda atuar na inibição não estereoespecífica da recaptação sinaptossomal da noradrenalina e da serotonina, contribuindo para o efeito psicotrópico (PINTO, 2004). A kava-kava pode potencializar a atividade de substâncias que atuam no SNC, como barbitúricos e agentes psicoativos. A associação de kava-kava com benzodiazepínicos pode provocar um aumento da depressão do SNC, causando sedação, cansaço e diminuição dos reflexos. Inibidores da monoamino oxidase (IMAO) associados à kava-kava provocam uma inibição excessiva da monoamino oxidase (MAO), provocando um aumento da toxicidade da kava-kava, caracterizada por irritabilidade, hiperatividade, insônia, ansiedade, hipotensão, colapso cardiovascular, alucinações, vermelhidão na pele, taquicardia, taquipnéia e desordens do movimento. 9 A administração de kava-kava pode causar redução dos níveis das proteínas plasmáticas, ureia, bilirrubina e plaquetopenia (PINTO, 2004). Essa planta geralmente é utilizada sem a prévia orientação médica, causando risco à Saúde Pública, pois há diversos casos de hepatotoxicidade relacionados ao seu uso indiscriminado e também devido à falta de controle de qualidade, orientação ao paciente e controle da utilização desses medicamentos. Estudos vêm demonstrando em usuários intoxicados por uso de extrato de kava-kava alguns sintomas como tremor, taxia, sedação, anormalidades específicas de coordenação motora e atenção visual. Na Alemanha, em 1998, houve um episódio grave e na Suíça, em 2000, um paciente precisou de transplante de fígado após hepatite aguda provocada por doses diárias de 210-280 mg de kavalactonas (OLIVEIRA & GONÇALVES, 2006). O álcool potencializa a toxicidade da kava-kava e como ainda existem controvérsias com relação ao mecanismo de ação correto e de possíveis interações, recomenda-se não associar a outras drogas sedativas, hipnóticas, antidepressivas e anti- histamínicas (PINTO, 2004). A ANVISA avalia todas as notificações recebidas quanto à gravidade e a causalidade. Entre essas notificações, trinta eventos adversos notificados foram graves, cerca de 18,3%, sendo que três levaram a óbito, sendo que duas mortes foram por hepatite fulminante causado pelo uso de Piper metysticum. Nesses casos relativos à kava- kava descartou-se a possibilidade de hepatite viral e alcoólica. Os casos relatados de hepatotoxicidade fez com que a ANVISA, incluísse a kava-kava como medicamento de tarja vermelha, isso é, somente será permitida a venda com a prescrição médica, segundo aResolução-RE n.356 de 28 de fevereiro de 2002, e incluem, também, os produtos à base de kava-kava (OLIVEIRA & GONÇALVES, 2006). Além da hepatotoxicidade, outros efeitos adversos foram relatados, incluindo parkinsonismo, dermatite de contato sistêmica, inibição de agregação plaquetária, entre outros (OLIVEIRA & GONÇALVES, 2006). 10 Aloe vera L. Mais conhecida como “babosa” e “erva-babosa”, pertence à família Asphodelaceae e é a espécie biológica e ativa mais comercializada e reconhecida atualmente, sendo na antiguidade um símbolo da imortalidade e da beleza, conferida às rainhas Nefrite e Cleópatra, além de estar inserida em outras diversas culturas. Pertence ao grupo das xerófilas, que são adaptadas a ambientes secos, e pode chegar a até 60 cm de altura, possuindo talo curto e folhas grandes e carnosas, numerosas e grossas, dispostas em forma de rosetas basais, de cor verde e com cerca de três espinhos nas bordas, sendo sua flor de cor amarelada ou vermelha, em formato de espiga e podendo chegar a 35 cm de altura (FERRONI, 2016). Aloe vera é o princípio ativo de alguns medicamentos de uso tópico que são reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso cicatrizante, já que a substância ativa, ao penetrar no tecido lesionado, atua alíviando dor e redução da inflamação , sendo indicada para tratamento de queimaduras de 1º e 2º graus e melhora em quadros de psoríase, o que inviabiliza a segurança do uso dessa planta via oral e medicamentosa ; embora não tenha havido efeitos tóxicos o aloe vera o seus suco pode ser usado tanto internamente (desde esteja em doses normais recomendadas ), em mulheres gravidas o uso interno não e recomendado pois pode causar abortos espontâneo ou partos prematuros devido a aloina (ingrediente ativo) seu uso interno não e recomendado em crianças menores de seis anos já que nesses casos tem um efeito de laxante forte (ALCANTARA, 2014). A ANVISA, através do Informe Técnico número 47, não atestou a segurança de uso de produtos alimentícios a base de Aloe vera, com a justificativa de que os documentos científicos até o momento enviados para a organização não foram suficientes para aprovar o registro de Aloe vera como alimento. Em junho de 2012 foi aprovada pelo Tribunal Regional Federal que publicou uma matéria no Diário Oficial da União aprovando a importação e a comercialização dos sucos à base de Aloe vera da empresa Forever Living, afirmando que os produtos citados não oferecem qualquer tipo de risco à saúde. Quanto toxicidade por ingestão oral e uso tópico de Aloe vera em dez estudos clínicos controlados, não foram reportados efeitos adversos graves, apontando em alguns pacientes a presença de reações de hipersensibilidade e, em outros estudos demonstraram 11 possível efeito adverso no fígado induzido em alguns indivíduos que fizeram o uso dessa planta em formas de cápsulas para tratar constipação e em preparações a base do extrato da planta e, após interrupção do uso houve melhora dos indicadores de hepatotoxidade (ANVISA, 2011). Ginkgo biloba Nomes alternativos; Ginkgo, nogueira-do-japão, ginkgoácea. O ginkgo é considerado como um fóssil vivo, pertencente à família do carvalho. Faz parte do arsenal terapêutico chinês, sendo usada há cerca de 2800 a.C. O ginkgo tem a capacidade de se adaptar as mais precárias condições ambientais, resistente a altos níveis de radiação, como a bomba de Hiroshima, sendo a primeira forma viva que sobreviveu após essa explosão. Suas folhas são semelhantes às da avenca, de 4-7 cm de comprimentos, sendo que no outono sua coloração é amarela dourada e, seu fruto, de aspecto carnoso, é verde com tons amarelados e de crescimento lento, podendo chegar a 10 metros em trinta anos em média. Nas folhas de Ginkgo encontramos quercetina canferol, terpenos, flavonoides glicosídeos e bioflavonóides. O extrato é rico em dois compostos bioativos chamados ginkgoflavonas e terpenoides, que melhoram a vasodilatação e ajudam a combater os radicais livres, ajudando assim a promover regularização de secreções sebáceas em peles secas e desidratadas, normalmente encontrado na forma de pó em cápsulas. O mecanismo do Ginkgo é agir diretamente na estrutura de membrana, interferindo e ajudando no combate a peroxidação lipídica dessas membranas por interagir com os radicais livres, além de ter a capacidade de diminuir a hiperagregação plaquetária, atuando em processos trombóticos. A nível cerebral, permitem a diminuição das desordens da memória, distúrbios de atenção, diminuição dos casos de vertigens, preservando por mais tempo autonomia e qualidade de vida porque ativa o metabolismo energético das células, aumentando o consumo de glicose e oxigênio, influenciando no aumento da síntese de ATP (trifosfato adenosina). A síndrome tóxica, (envenenamento alimentar por "Ginnan") foi reconhecida no Oriente em crianças que Ingeriram sementes de ginkgo, atualmente sabendo-se que aproximadamente 50 sementes produzem convulsões tônicas/crônicas e perda da 12 consciência. Setenta relatos (entre 1930 e 1960) resultaram em 27 casos de morte, sendo crianças o grupo mais vulnerável. O composto glinkgoloxina (4-0metilplridoxlna) é encontrado somente nas sementes e foi considerado responsável por esta toxicidade, apesar dos experimentos em animais não gerarem nenhum efeito, sabendo-se que a discrepância nos resultados obtidos em vários estudos toxicológicos se deve, principalmente, às diferenças nas doses empregadas, período de tratamento (pré- gestacional ou gestacional), fase da gestação submetida aos efeitos dos fitoterápicos, duração do tratamento e tipo de ensaio (in vitro ou in vivo). Pacientes que recebem qualquer tipo de medicação devem, portanto, estar atentos ao uso simultâneo com extratos de G. biloba, pois já foram constatadas interações com anticoagulantes e antiplaquetários. Recomenda-se a utilização desses extratos com cautela e com monitoração por um médico, já que os ginkgolídeos, por inibirem o PAF, podem provocar sangramentos, potencializar efeitos tóxicos no fígado e no aparelho auditivo e, ainda, alterar a concentração no plasma de alguns medicamentos ou interferir em seus efeitos. As folhas, assim como a polpa dos frutos e a casca das sementes, contêm substâncias como os ácidos ginkgólicos e a bilobalina que, do ponto de vista químico, são semelhantes às substâncias tóxicas encontradas na hera venenosa (espécie do gênero Toxicodendron). REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, J. R.; BEZERRA, A. N.; CARVALHO, N. S. Aplicações clínicas do uso de Aloe Vera e relatos de toxicidade. Nutrivisa – Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, v. 1, n. 3, p. 27-31, out 2014. AMERI, A. The effects of Aconitum alkaloids on the central nervous system. Progress in Neurobiology. V.56, p.211-235, 1998 ANVISA. Informe técnico n. 47, de 16 de novembro de 2011. 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