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PLANTAS TOXICAS E MEDICINAIS

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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA 
CURSO DE BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANTAS TÓXICAS E TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA 
2016 
FABIOLA VIEIRA PROENÇA – RA: 010127 
GUILHERME HENRIQUE QUINOL GOMES – RA: 010115 
LUIZ LEONARDO RODRIGUES SILVA – RA: 010651 
MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 
NÁTALI ROBERTA COSTA – RA: 010719 
SARAH NIACHI DE OLIVEIRA – RA: 010142 
 
2 
 
 
FABIOLA VIEIRA PROENÇA – RA: 010127 
GUILHERME HENRIQUE QUINOL GOMES – RA: 010115 
LUIZ LEONARDO RODRIGUES SILVA –RA: 010651 
MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 
NÁTALI ROBERTA COSTA – RA: 010719 
SARAH NIACHI DE OLIVEIRA – RA: 010142 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANTAS TÓXICAS E TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de Toxicologia, 
do curso de Biomedicina, 6º Termo, período 
noturno, da Faculdade Sudoeste Paulista. 
 Prof.ª orientadora: Bruna Ventura 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA 
2016 
3 
 
SUMÁRIO 
 
PLANTAS TÓXICAS ..................................................................................................... 4 
Dieffenbachia picta Schott .......................................................................................... 4 
 Zantedeschia aethiopica Spreng .................................................................................. 5 
 Aconitum ....................................................................................................................... 5 
PLANTAS MEDICINAIS ............................................................................................... 6 
Piper methysticum ........................................................................................................ 7 
Aloe vera ...................................................................................................................... 10 
 Ginkgo biloba .............................................................................................................. 11 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 12 
 
4 
 
PLANTAS TÓXICAS 
 É cultural a utilização de plantas nas residências brasileiras, fato esse que aumenta 
a ocorrência de intoxicação pela falta de informação sobre a toxicidade das mesmas. Em 
sua grande maioria, as plantas ornamentais são, também, tóxicas para o ser humano, tanto 
pela ingestão quanto pelo contato com olhos e outras mucosas, além do envenenamento 
de animais domésticos que já é comum na população. Portanto, foram selecionadas três 
espécies de plantas tóxicas para o ser humano e descritos seus agentes tóxicos, 
mecanismos de ação e efeitos recorrentes da intoxicação. 
 
Dieffenbachia picta Schott 
A família Araceae é composta por cerca de 100 gêneros e 3000 espécies, sendo o 
gênero Dieffenbachia possuinte de 40 espécies, entre elas a Dieffenbachia picta Schott, 
muito conhecida no Brasil por seus nomes populares como "aningá-do-pará" ou "comigo-
ninguém-pode", característica pela distribuição pelas regiões tropicais e subtropicais, 
sendo intensa a presença em florestas tropicais. Seu fenótipo é desenvolvido através de 
folhas grandes e alongadas, com desenhos brancos ornamentais, podendo chegar a 60 cm 
de comprimento, frutos na forma de bagas e látex esbranquiçado (LIMA et al, 1995; 
LAINETTI, 2015). 
A toxicidade da D. picta é descrita na literatura como proveniente dos cristais de 
oxalato de cálcio em forma de ráfides e drusas, juntamente com substancias tóxicas como 
alguns lipídios, proteínas e alcaloides, encontrados nos idioblastos cristalíferos. A 
distribuição desses cristais foi observada em grandes quantidades em todos os órgãos 
vegetativos da planta (folha, caule aéreo e subterrâneo, e raiz), demonstrando que os 
efeitos podem ser causados por qualquer deles após o contato (MAGENTA, 2008; 
FERREIRA et al, 2006; LAINETTI, 2015). 
A intoxicação é observada principalmente em crianças e animais domésticos, por 
ser uma planta normalmente cultivada nas casas, ocorrendo por ingestão ou contato de 
mucosas, olhos e pele com alguma parte lesionada da planta, caracterizando a dermatite 
de contato. Alguns autores explicam a intoxicação por D. picta devido a irritação 
mecânica por ação das ráfides, e outros relacionam essa irritação mecânica com a inclusão 
de proteínas similares à tripsina presentes nelas, que geram inflamação, além da liberação 
5 
 
de substancias químicas similares a histamina ou a serotonina que podem estar envolvidas 
na dor imediata, sendo os sintomas persistentes por dias ou até semanas. Um fator 
agravante para a intoxicação é a presença de protoanemonina, que convertida rapidamente 
em anemonina e possui propriedades irritantes ao sistema digestório (KLAASSEN & 
WATKINS, 2012; FERREIRA et al, 2006; LAINETTI,2015). 
Idioblastos são células diferentes por contém substancias ergásticas, ou seja, 
produtos do metabolismo celular, que podem servir como material de reserva ou produtos 
descartados pelo metabolismo da célula, sendo os cristais de oxalato de cálcio (ráfides, 
drusas, etc.) e alcaloides exemplos dessas substancias (MAGENTA, 2008). 
 
Zantedeschia aethiopica Spreng 
Pertence à família Araceae, a Zantedeschia aethiopica Spreng, popularmente 
conhecida como “copo-de-leite” apresenta folhas verdes e longas, flores em espádice de 
cor amarelada, protegidas por uma bráctea branca. Possui bela aparência e, por conta 
disso, é comum ser presente no dia a dia, muito utilizada como ornamento. 
O agente toxico está presente por toda planta, sendo o seu mecanismo de ação 
pelo o Oxalato de Cálcio, assim como no caso da Dieffenbachia picta Schott (“comigo-
ninguém-pode”), com efeito tóxico semelhante: eritema e edema, pela inflamação que 
provoca, nos lábios, língua, palato, além de faringite, podendo evoluir para disfagia, 
cólicas abdominais, diarreia e náuseas. Se ocorrer contato direto com os olhos, provoca 
irritabilidade intensa, edema e fotofobia (DOS SANTOS, 2016). 
O tratamento da intoxicação é feito com demulcentes como a clara de ovo, leite 
desnatado, hidróxido de alumínio, analgésicos, anti-histamínicos e corticoides em casos 
graves. Colírios antissépticos e lavagem em água corrente são indicados em casos de 
contatos com os olhos (SECRETARIA DA SAÚDE DO PARANÁ, 2016). 
 
Aconitum 
Trata-se de uma espécie da família Ranunculaceae, é um gênero com 
aproximadamente 300 espécies e amplamente distribuída na Ásia, Europa e América do 
6 
 
Norte, é também conhecida como “capacete do diabo” e “mata lobos”, sendo mencionado 
em diversos contos mitológicos e seu veneno foi o mais utilizado na ponta de flechas dos 
arqueiros da idade média e para caça do povo Ainu no Japão (LIU et al., 2013). 
É uma planta vivaz com tom azul violáceo, seu caule pode chegar a 1,5 m e possui 
folhas recortadas em tom verde. Seus princípios ativos incluem, além dos alcaloides, 
dopamina e tiramina, sendo encontrados em maior quantidade nas raízes da planta. 
É considerada uma das plantas mais venenosas do mundo por possuir uma grande 
quantidade de alcaloides, sendo os principais a pseudaconitina, mesaconitina e 
hipaconitina, sabendo-se que cerca de 20mg dessas substâncias é o suficiente para matar 
um humano adulto de uma forma dolorosa. Os sintomas da intoxicação incluem dores 
abdominais e queimação nos membros do corpo, também afeta o sistema nervoso central 
suprimindo a inativação dos canais de sódio, além de que os alcaloides presentes noaconitum podem agir nas regiões do cérebro responsáveis pela transmissão de dor, 
acarretando na morte em 2 a 6 horas após a intoxicação. 
Os alcaloides do aconitum podem ser divididos em três grupos, os do primeiro 
grupo constituem alcaloides de alta toxicidade capazes de ativar canais iônicos 
dependentes de voltagem, inibindo a recaptação de noradrenalina. Os do segundo grupo 
constituem monoésteres menos tóxicos, que possuem propriedades antinociceptivas, anti-
arrítmicas e antiepilépticas fortes e, os do terceiro grupo, possuem toxicidade 
extremamente reduzida e não afetam a atividade neuronal (AMERI, 1998). 
Apesar da periculosidade da planta, ela pode ser utilizada como planta medicinal, 
como é feito na China há mais de 2.000 anos, com função analgésica, antirreumática e 
indicações neurológicas (SINGHUBER et al., 2009). 
 
PLANTAS MEDICINAIS 
A cada ano cresce o número de estudos científicos que comprovam a toxicidade 
de plantas utilizadas medicinalmente, com isso, foram selecionadas três espécies muito 
utilizadas pela população e seus mecanismos de ação, princípios ativos e toxicidade foram 
descritos abaixo. 
 
7 
 
Piper methysticum 
A utilização de fitoterápicos vem se expandindo nos últimos anos. Entre eles, 
destaca-se o Piper methysticum, conhecido também como kava-kava, cava-cava, 
pimenta-intoxicante, entre outras dominações. Pertencente à família Piperaceae, essa 
espécie é do gênero “Piper”, e “methysticum” é latim que veio do grego “Methustikos”, 
que deriva de “Methu” e significa “bebida intoxicante”, e é cultivada no Pacífico Sul há 
mais de 3000 anos. 
O Piper methysticum é um arbusto dioico, com folhas grandes e rígidas 
profundamente cortadas na base. Contém inúmeras flores pequenas, que se arranjam em 
cachos, com 3 a 9 centímetros de comprimento. O caule é subterrâneo do tipo rizoma, 
podendo pesar até 10 kg, ramificado, suculento, com várias raízes, cor negro-acinzentado 
por fora e esbranquiçado no interior. 
A parte da planta utilizada é o rizoma seco, possuindo odor fracamente aromático 
e sabor levemente amargo. Ao mastigar o rizoma de kava-kava, causa dormência na 
língua e salivação. A partir da trituração é feita a bebida de kava-kava através do rizoma 
seco, maceração do mesmo em água fria, em seguida de percolação do líquido. Os 
extratos são preparados pela extração da droga vegetal com uma mistura de etanol e água, 
quando se deseja extratos com aproximadamente 30% de princípio ativo. Usa-se mistura 
de acetona e água para extratos mais concentrados, contendo até 70% de princípio ativo. 
A kava-kava apresenta várias substâncias em sua composição química, como 
taninos, ácido benzóico, ácido cinâmico, açúcares, bornil-cinamato, estigmasterol, 
flavocavaínas, mucilagens, pironas, tetrahidroiangoninas e alguns sais minerais. As α- 
pironas denominadas cavalactonas ou cavapironas são os principais constituintes 
responsáveis pela atividade farmacológica da kava-kava. No rizoma da espécie foram 
identificados 18 cavalactonas, das quais, seis apresentam maior interesse farmacológico: 
iangonina, metisticina, cavaína, desmetoxiangonina, dihidrocavaína e dihidrometisticina. 
A maior parte das cavapironas se encontra na resina, sendo que a planta seca deve 
apresentar no mínimo 3,5% de cavalactonas calculadas como cavaína. Essas substâncias 
são poucos solúveis em água, possuem tempo de meia-vida que pode variar de 90 minutos 
a várias horas no plasma e biodisponibilidade bastante variável (JUSTO & SILVA, 2008). 
8 
 
Atuando como calmante, esta planta é indicada no tratamento de insônia e 
ansiedade. O extrato da kava-kava age no sistema nervoso central (SNC) proporcionando 
uma sensação de prazer, amenizando as sensações de medo, inserindo atividades 
ansiolíticas, sedativas, anticonvulsivantes, anestésica local, espasmolítica e analgésica. 
 A ação músculo-relaxante é atribuída à interação com canais iônicos. Esta 
interação consiste em uma inibição rápida e específica, voltagem-dependente, dos canais 
de sódio e redução da corrente através dos canais de sódio e cálcio, que são ativados pela 
voltagem. O extrato lipossolúvel de kava diminui a motilidade espontânea e o controle 
motor. A influência dos componentes lipossolúveis da kava kava, nos receptores GABA, 
ainda não está totalmente esclarecida, mas muitos estudos concluíram que as atividades 
ansiolíticas e sedativas das kavapironas são mediadas por estes receptores. As 
kavapironas parecem potencializar a atividade dos receptores GABA-A, modificando-os 
de forma a aumentar a ligação do GABA no centro cerebral, mais especificamente no 
sistema límbico, o qual está relacionado diretamente aos processos emocionais (JUSTO 
& SILVA, 2008). 
As atividades psicotrópicas da kava kava têm sido demonstradas pela inibição da 
recaptação da norepinefrina. Um estudo concluiu que as kavapironas inibem 
reversivelmente a MAO-B. A MAO-B possui preferência de substrato para a 
feniletilamina, um precursor da serotonina, e também age no metabolismo da 
norepinefrina e dopamina. Portanto, estes neurotransmissores estariam disponibilizados, 
contribuindo para o efeito psicotrópico no SNC. As kavapironas podem ainda atuar na 
inibição não estereoespecífica da recaptação sinaptossomal da noradrenalina e da 
serotonina, contribuindo para o efeito psicotrópico (PINTO, 2004). 
A kava-kava pode potencializar a atividade de substâncias que atuam no SNC, 
como barbitúricos e agentes psicoativos. A associação de kava-kava com 
benzodiazepínicos pode provocar um aumento da depressão do SNC, causando sedação, 
cansaço e diminuição dos reflexos. 
Inibidores da monoamino oxidase (IMAO) associados à kava-kava provocam uma 
inibição excessiva da monoamino oxidase (MAO), provocando um aumento da 
toxicidade da kava-kava, caracterizada por irritabilidade, hiperatividade, insônia, 
ansiedade, hipotensão, colapso cardiovascular, alucinações, vermelhidão na pele, 
taquicardia, taquipnéia e desordens do movimento. 
9 
 
A administração de kava-kava pode causar redução dos níveis das proteínas plasmáticas, 
ureia, bilirrubina e plaquetopenia (PINTO, 2004). 
 Essa planta geralmente é utilizada sem a prévia orientação médica, causando risco 
à Saúde Pública, pois há diversos casos de hepatotoxicidade relacionados ao seu uso 
indiscriminado e também devido à falta de controle de qualidade, orientação ao paciente 
e controle da utilização desses medicamentos. Estudos vêm demonstrando em usuários 
intoxicados por uso de extrato de kava-kava alguns sintomas como tremor, taxia, sedação, 
anormalidades específicas de coordenação motora e atenção visual. Na Alemanha, em 
1998, houve um episódio grave e na Suíça, em 2000, um paciente precisou de transplante 
de fígado após hepatite aguda provocada por doses diárias de 210-280 mg de kavalactonas 
(OLIVEIRA & GONÇALVES, 2006). 
O álcool potencializa a toxicidade da kava-kava e como ainda existem 
controvérsias com relação ao mecanismo de ação correto e de possíveis interações, 
recomenda-se não associar a outras drogas sedativas, hipnóticas, antidepressivas e anti-
histamínicas (PINTO, 2004). 
A ANVISA avalia todas as notificações recebidas quanto à gravidade e a 
causalidade. Entre essas notificações, trinta eventos adversos notificados foram graves, 
cerca de 18,3%, sendo que três levaram a óbito, sendo que duas mortes foram por hepatite 
fulminante causado pelo uso de Piper metysticum. Nesses casos relativos à kava- kava 
descartou-se a possibilidade de hepatite viral e alcoólica. Os casos relatados de 
hepatotoxicidade fez com que a ANVISA, incluísse a kava-kava como medicamento de 
tarja vermelha, isso é, somente será permitida a venda com a prescrição médica, segundo 
aResolução-RE n.356 de 28 de fevereiro de 2002, e incluem, também, os produtos à base 
de kava-kava (OLIVEIRA & GONÇALVES, 2006). 
Além da hepatotoxicidade, outros efeitos adversos foram relatados, incluindo 
parkinsonismo, dermatite de contato sistêmica, inibição de agregação plaquetária, entre 
outros (OLIVEIRA & GONÇALVES, 2006). 
 
 
 
10 
 
Aloe vera L. 
Mais conhecida como “babosa” e “erva-babosa”, pertence à família 
Asphodelaceae e é a espécie biológica e ativa mais comercializada e reconhecida 
atualmente, sendo na antiguidade um símbolo da imortalidade e da beleza, conferida às 
rainhas Nefrite e Cleópatra, além de estar inserida em outras diversas culturas. 
Pertence ao grupo das xerófilas, que são adaptadas a ambientes secos, e pode 
chegar a até 60 cm de altura, possuindo talo curto e folhas grandes e carnosas, numerosas 
e grossas, dispostas em forma de rosetas basais, de cor verde e com cerca de três espinhos 
nas bordas, sendo sua flor de cor amarelada ou vermelha, em formato de espiga e podendo 
chegar a 35 cm de altura (FERRONI, 2016). 
Aloe vera é o princípio ativo de alguns medicamentos de uso tópico que são 
reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso 
cicatrizante, já que a substância ativa, ao penetrar no tecido lesionado, atua alíviando dor 
e redução da inflamação , sendo indicada para tratamento de queimaduras de 1º e 2º graus 
e melhora em quadros de psoríase, o que inviabiliza a segurança do uso dessa planta via 
oral e medicamentosa ; embora não tenha havido efeitos tóxicos o aloe vera o seus suco 
pode ser usado tanto internamente (desde esteja em doses normais recomendadas ), em 
mulheres gravidas o uso interno não e recomendado pois pode causar abortos espontâneo 
ou partos prematuros devido a aloina (ingrediente ativo) seu uso interno não e 
recomendado em crianças menores de seis anos já que nesses casos tem um efeito de 
laxante forte (ALCANTARA, 2014). 
A ANVISA, através do Informe Técnico número 47, não atestou a segurança de 
uso de produtos alimentícios a base de Aloe vera, com a justificativa de que os 
documentos científicos até o momento enviados para a organização não foram suficientes 
para aprovar o registro de Aloe vera como alimento. Em junho de 2012 foi aprovada pelo 
Tribunal Regional Federal que publicou uma matéria no Diário Oficial da União 
aprovando a importação e a comercialização dos sucos à base de Aloe vera da empresa 
Forever Living, afirmando que os produtos citados não oferecem qualquer tipo de risco à 
saúde. Quanto toxicidade por ingestão oral e uso tópico de Aloe vera em dez estudos 
clínicos controlados, não foram reportados efeitos adversos graves, apontando em alguns 
pacientes a presença de reações de hipersensibilidade e, em outros estudos demonstraram 
11 
 
possível efeito adverso no fígado induzido em alguns indivíduos que fizeram o uso dessa 
planta em formas de cápsulas para tratar constipação e em preparações a base do extrato 
da planta e, após interrupção do uso houve melhora dos indicadores de hepatotoxidade 
(ANVISA, 2011). 
 
Ginkgo biloba 
Nomes alternativos; Ginkgo, nogueira-do-japão, ginkgoácea. 
O ginkgo é considerado como um fóssil vivo, pertencente à família do carvalho. 
Faz parte do arsenal terapêutico chinês, sendo usada há cerca de 2800 a.C. O ginkgo tem 
a capacidade de se adaptar as mais precárias condições ambientais, resistente a altos 
níveis de radiação, como a bomba de Hiroshima, sendo a primeira forma viva que 
sobreviveu após essa explosão. Suas folhas são semelhantes às da avenca, de 4-7 cm de 
comprimentos, sendo que no outono sua coloração é amarela dourada e, seu fruto, de 
aspecto carnoso, é verde com tons amarelados e de crescimento lento, podendo chegar a 
10 metros em trinta anos em média. 
Nas folhas de Ginkgo encontramos quercetina canferol, terpenos, flavonoides 
glicosídeos e bioflavonóides. O extrato é rico em dois compostos bioativos chamados 
ginkgoflavonas e terpenoides, que melhoram a vasodilatação e ajudam a combater os 
radicais livres, ajudando assim a promover regularização de secreções sebáceas em peles 
secas e desidratadas, normalmente encontrado na forma de pó em cápsulas. O mecanismo 
do Ginkgo é agir diretamente na estrutura de membrana, interferindo e ajudando no 
combate a peroxidação lipídica dessas membranas por interagir com os radicais livres, 
além de ter a capacidade de diminuir a hiperagregação plaquetária, atuando em processos 
trombóticos. A nível cerebral, permitem a diminuição das desordens da memória, 
distúrbios de atenção, diminuição dos casos de vertigens, preservando por mais tempo 
autonomia e qualidade de vida porque ativa o metabolismo energético das células, 
aumentando o consumo de glicose e oxigênio, influenciando no aumento da síntese de 
ATP (trifosfato adenosina). 
A síndrome tóxica, (envenenamento alimentar por "Ginnan") foi reconhecida no 
Oriente em crianças que Ingeriram sementes de ginkgo, atualmente sabendo-se que 
aproximadamente 50 sementes produzem convulsões tônicas/crônicas e perda da 
12 
 
consciência. Setenta relatos (entre 1930 e 1960) resultaram em 27 casos de morte, sendo 
crianças o grupo mais vulnerável. O composto glinkgoloxina (4-0metilplridoxlna) é 
encontrado somente nas sementes e foi considerado responsável por esta toxicidade, 
apesar dos experimentos em animais não gerarem nenhum efeito, sabendo-se que a 
discrepância nos resultados obtidos em vários estudos toxicológicos se deve, 
principalmente, às diferenças nas doses empregadas, período de tratamento (pré-
gestacional ou gestacional), fase da gestação submetida aos efeitos dos fitoterápicos, 
duração do tratamento e tipo de ensaio (in vitro ou in vivo). 
Pacientes que recebem qualquer tipo de medicação devem, portanto, estar atentos 
ao uso simultâneo com extratos de G. biloba, pois já foram constatadas interações com 
anticoagulantes e antiplaquetários. Recomenda-se a utilização desses extratos com 
cautela e com monitoração por um médico, já que os ginkgolídeos, por inibirem o PAF, 
podem provocar sangramentos, potencializar efeitos tóxicos no fígado e no aparelho 
auditivo e, ainda, alterar a concentração no plasma de alguns medicamentos ou interferir 
em seus efeitos. 
As folhas, assim como a polpa dos frutos e a casca das sementes, contêm 
substâncias como os ácidos ginkgólicos e a bilobalina que, do ponto de vista químico, são 
semelhantes às substâncias tóxicas encontradas na hera venenosa (espécie do gênero 
Toxicodendron). 
 
REFERÊNCIAS 
ALCÂNTARA, J. R.; BEZERRA, A. N.; CARVALHO, N. S. Aplicações clínicas do uso de Aloe 
Vera e relatos de toxicidade. Nutrivisa – Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, v. 1, n. 
3, p. 27-31, out 2014. 
AMERI, A. The effects of Aconitum alkaloids on the central nervous system. Progress in 
Neurobiology. V.56, p.211-235, 1998 
ANVISA. Informe técnico n. 47, de 16 de novembro de 2011. Disponível em 
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/c66ea5804924c8f49d829f14d16287af/Informe_T
ecnico_n_47_de_16_de_novembro_de_2011. pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 19 nov. 2016. 
BILIA, A. R. Ginkago biloba L. Fitoterapia. v. 73, p.276–279, 2002. 
BORGES, F.F.V., et al. Avaliação da atividade antigenotóxica do extrato de Ginkago biloba 
L. pelo induteste sos em cepas bacterianas. 2006. 
 
CAIEIRO, D. M., et al. Composição Química e Atividade Antioxidante de Formulações 
Comerciais contendo Ginkgo biloba L. Revista Fitos. v. 5, Setembro, 2010. 
13 
 
DOS SANTOS, V. S. Copo-de-leite. Disponível 
em:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/copo-de-leite.htm> Acesso em 18 nov. 
2016. 
 
FERREIRA, L. S.; MARSOLA, F. J.; TEIXEIRA, S. P. Anatomia dosórgãos vegetativos de 
Dieffenbachia picta Schott (Araceae) com ênfase na distribuição de cristais, laticíferos e grãos de 
amido. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa, v.16, supl. p. 664 - 670, dez. 2006. Disponível em: 
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FERRONI, D. C. Babosa. Disponível em:< http://www.uepg.br/fitofar/dados/ALOE.pdf> Acesso 
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JUSTO, S. C.; SILVA, C. M. Análises Físico-Químicas e da pureza do extrato seco de Piper 
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LAINETTI, R.; PEREIRA, N. A.; NEVES, L. J. Mecanismo tóxico de comigo-ninguém-pode - 
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