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APOSTILA CONTABILIDADE PARA ADMINISTRAÇÃO 2016 (1)

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CONTABILIDADE 
GERAL 
 
 
 
 
Prof. Gideon carvalho de benedicto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
 
EMENTA E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
 CARGA HORÁRIA 
CÓDIGO DENOMINAÇÃO CR. TEÓR. PRÁT. TOT. 
GAE102 CONTABILIDADE GERAL 4 34 34 68 
Ementa (Síntese do Conteúdo) (máximo de 10 linhas) 
 
EMENTA (Síntese do Conteúdo) 
Estuda a Contabilidade como sistema de informação. Analisa a formação do patrimônio, utilizando o método de 
Balanços Sucessivos. Aborda a estrutura das Demonstrações Financeiras de acordo com a Lei 6.404/76 e as 
alterações estabelecidas pela Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09. Considera as informações contábeis como 
instrumento de tomada de decisões na empresa. Desenvolve operações básicas de lançamentos contábeis 
(método das partidas dobradas) e apuração do resultado. Elabora balancete de verificação, balanço 
patrimonial, demonstração do resultado do exercício e a demonstração do fluxo de caixa. 
 
OBJETIVOS: 
O estudo de Contabilidade Geral visa oferecer ao aluno condições de: 
▪ estudar as disciplinas de natureza contábil para contribuir no desenvolvimento e formação profissional do 
administrador; 
 ▪ conhecer a contabilidade como sistema de informação; 
▪ enfatizar os princípios lógicos e sistemáticos como base de relatórios contábeis; 
▪ enfocar o processo de administração com base nos relatórios contábeis; 
▪ analisar as finalidades e importância das demonstrações contábeis; 
▪ utilizar as informações contábeis no processo de tomada de decisão da empresa. 
 
 
Administração 
 
Data: ___/___/_ 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Coordenador 
 
 
 
____________________________ 
Chefe de Departamento 
Data: ___/___/___ 
 
____________________________ 
Pró-Reitor de Graduação 
Data: ___/___/___ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Código:GAE102 
Revisão: 01/09/16 
Emissão: 01/09/16 
Pág/Pág: 01/03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Código:GAE102 
Revisão: 01/09/16 
Emissão: 01/09/16 
Pág/Pág: 02/03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – A CONTABILIDADE 
 1.1– Definição 
 1.2 – Usuários da Contabilidade 
 1.3 – Manutenção da Contabilidade 
 1.4 – Das Pessoas Físicas 
 1.5 – Das Pessoas Jurídicas 
2 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS NO BRASIL PELA CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários) e CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) 
 2.1 – Postulados 
 2.2 – Princípios Contábeis 
 2.3 – Convenções Contábeis 
 2.4 – Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
 2.5 Harmonização das Normas Contábeis – Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
3 – O PATRIMÔNIO 
 3.1 – Bens 
 3.2 – Direitos 
 3.3 – Obrigações 
 3.4 – Representação Gráfica do Patrimônio 
 3.5 – Classificação dos Elementos Patrimoniais 
4 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 4.1 – Balanço Patrimonial (Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09) 
 4.2 – Conteúdo e Estrutura 
 4.3 – Agrupamento das Contas do Ativo 
 4.4 – Agrupamento das Contas do Passivo e Patrimônio Líquido 
 4.5 – Plano de Contas 
 5 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 5.1 – Conteúdo e Estrutura 
 5.2 – Conceitos de Receitas 
 5.3 – Conceitos de Despesas e Custos 
 5.4 - Apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício 
6 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
 6.1 – Conceitos 
 6.2 – Método Direto 
 6.3 – Método Indireto 
7 – MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
 7.1 – Conceitos 
 7.2 – Princípio Universal das Partidas Dobradas 
 7.3 – Débito (Aplicação de Recursos) 
 7.4 – Crédito (Origem de Recursos) 
 7.5 – Saldo 
 7.6 - Escrituração, Livros Contábeis e Razonete 
 7.7 - Balancete de Verificação 
8 – OPERAÇÕES BÁSICAS 
 8.1 – Escrituração de Operações Básicas 
 8.2 – Custo das Mercadorias Vendidas 
 8.3 – Apuração do Resultado do Exercício 
 8.4 – Balancete de Verificação 
 8.5 – Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício 
 
Código: GAE 102 
Revisão: 01/09/16 
Emissão: 01/09/16 
Pág/Pág: 03/03 
 
 
 
 
 
 
Datas e Critérios de Avaliação 
 
1ª Avaliação – Lista de Exercícios 20% 
2ª Avaliação – Prova 40% 
3ª Avaliação – Prova 40% 
Total............................100% 
 
A Prova de Recuperação substituirá a menor nota entre a 2ª e a 3ª avaliações 
ministradas no semestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia Básica: 
BORINELLI, Márcio Luiz e PIMENTEL, Renê Coppe. Curso de Contabilidade para Gestores, Analistas e 
Outros Profissionais. São Paulo: Editora Atlas, 2010. 
COTRIM, Celso Lucas. Contabilidade para Administração. Campinas: Apostila PUC-Campinas, 2016. 
IUDÍCIBUS, S. de et al. Contabilidade Introdutória. 11. ed., São Paulo: Editora Atlas, 2011. 
 
 
Bibliografia Complementar: 
 
GONÇALVES. E.C. e BAPTISTA, A. E. Contabilidade Geral. São Paulo: Editora Atlas, 2007. 
IUDICIBUS, S; MARION, J, C. Contabilidade Comercial. 7. ed., 2. reimpr., São Paulo: Editora Atlas, 2007. 
LEI Nº. 11.638 de 28 de dezembro de 2007. 
LEI 11.941 de 27 de maio de 2009. 
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10. ed., São Paulo: Editora Atlas, 2009. 
MULLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade Básica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de Contabilidade Básica. 8. ed., São Paulo: Editora Atlas, 2012. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. 8. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2012. 
SALAZAR, José Nicolas Albuja, BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Contabilidade Financeira. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2004. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 – A CONTABILIDADE... 08 
1.1– Definição... 08 
1.2 – Usuários da Contabilidade... 08 
1.3 – Manutenção da Contabilidade... 09 
1.4 – Das Pessoas Físicas... 09 
1.5 – Das Pessoas Jurídicas... 09 
1.6 – Atividades do Capítulo1... 10 
2 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS NO BRASIL PELA 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) E CPC (Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis)... 12 
2.1 – Postulados... 12 
2.2 – Princípios Contábeis... 12 
2.3 – Convenções Contábeis.. 12 
2.4 - CVM – Comissão de Valores Mobiliários... 12 
2.5 Harmonização das Normas Contábeis – Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis... 14 
2.6 – Atividades do Capítulo 2 .... 15 
CAPÍTULO 3 – O PATRIMÔNIO... 19 
3.1 – Bens... 19 
3.2 – Direitos... 20 
3.3 - Obrigações... 20 
3.4 – Representação Gráfica do Patrimônio... 21 
3.5 – Classificação dos Elementos Patrimoniais... 22 
3.6 – Atividades do Capítulo 3..... 25 
4 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS... 31 
4.1 – Balanço Patrimonial... 31 
4.2 – Conteúdo e Estrutura... 32 
4.3 – Agrupamento das Contas do Ativo... 32 
4.4 – Agrupamento das Contas do Passivo...... 34 
4.5 – Agrupamento das Contas do Patrimônio Líquido... 34 
4.6 – Deduções do Ativo e Patrimônio Líquido... 37 
4.6.1 – Contas Redutoras do Ativo... 37 
4.6.2 – Contas Redutoras do Patrimônio Líquido... 39 
4.7 – Plano de Contas...40 
4.8 – Balanços Sucessivos... 42 
 
 
4.8.1 – Método de Múltiplo Balanços... 42 
4.9 – Atividades Teóricas do Capítulo 4... 46 
4.10 – Atividades Práticas do Capítulo 4... 49 
5 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO... 55 
5.1 – Conteúdo e Estrutura... 55 
5.2 – Conceito de Receitas... 58 
5.3 – Conceito de Despesas e Custos... 56 
5.4 – Apresentação da DRE... 57 
5.5 – Detalhamento da DRE... 57 
5.6 – Regime de Competência do Exercício... 61 
5.7 – Atividades Práticas do Capítulo 5... 61 
6 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA... 67 
6.1 - Conceitos... 67 
6.2 – Método Direto... 67 
6.3 – Método Indireto... 67 
6.4 – Elaboração do Fluxo de Caixa pelo Método Direto... 68 
6.4.1 – Análise das Receitas... 68 
6.4.2 – Análise das Despesas.... 68 
6.4.3 – Análise do Balanço Patrimonial.... 69 
6.5 – Elaboração do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto... 70 
6.5.1 – Análise do Lucro da Empresa e seus Efeitos.... 70 
6.5.2 – Análise das Variações do Capital de Giro (Ativo/Passivo).... 70 
6.6 – Atividades Práticas do Capítulo 6 .... 71 
7 – MÉTDO DAS PARTIDAS DOBRADAS.... 73 
7.1 – Conceitos.... 73 
7.2 – Princípio Universal das Partidas Dobradas.... 73 
7.3 - Débito... 74 
7.4 - Crédito... 74 
 
 
7.5 - Saldo... 74 
7.6 – Escrituração, Livros Contábeis e Razonete 75 
7.7 – Balancete de Verificação... 77 
8 – OPERAÇÕES BÁSICAS... 78 
8.1 – Apuração do Resultado do Exercício/Procedimentos... 78 
8.2 – Atividades Práticas do Capítulo 8... 80 
BIBLIOGRAFIA... 83 
APÊNDICE... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – A CONTABILIDADE 
 
 
1.1 – Definição 
 
Segundo Marion (2009, p.26) “A Contabilidade é o instrumento que fornece 
o máximo de informações úteis para a tomada de decisões.” 
 
Já na opinião da Equipe de Professores da USP (2011) temos que: A 
contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com metodologia 
especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar 
os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas 
de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não 
lucrativas, empresa, seja mesmo de Direito Público, tais como Estado, 
Município, União, Autarquia, entre outras, tem um campo de atuação muito 
amplo. 
 
Assim, temos que a Contabilidade de uma maneira geral está a serviço do 
empreendedor/administrador, cuja arte será a de tomar decisões úteis para o 
crescimento da empresa. 
 
 
1.2 – Usuários da Contabilidade 
 
Diversos são os usuários da Contabilidade, dentre os quais pode-se 
destacar: 
 
● Sócios e Acionistas; 
● Gerentes, Diretoria e Administradores em geral das empresas; 
● Instituições Financeiras; 
● Clientes; 
● Fornecedores; 
● Governo; 
● Empregados; 
● Sociedade em geral. 
 
Os sócios e acionistas se interessam pela contabilidade para verificar se o 
investimento efetuado está ou não gerando retorno. 
 
A gerência, diretoria e administradores em geral se interessam pela 
contabilidade para verificar se a política/estratégia utilizada está gerando 
resultados positivos. 
 
As instituições financeiras se interessam pelas informações contábeis para 
verificar por intermédio de análises das demonstrações contábeis se pode ou 
não fazer empréstimos para a empresa e de quanto pode ser este empréstimo. 
 
 
 
Os clientes se interessam pelas informações contábeis para verificar se a 
empresa fornecedora tem ou não condições de manter o fornecimento dos 
produtos necessários para o desenvolvimento de sua atividade. 
 
Os fornecedores se interessam pelas informações contábeis para saber se 
seu cliente pode ou não se comprometer com compras a prazo e se tem ou 
não condições de quitar sua dívida, visam ainda saber qual valor poderá ser 
liberado de origem para seus clientes. 
O governo se interessa pela informação contábil para diversos motivos: 
 
● Para fins estatísticos, verificando por meio do IBGE crescimentos 
industriais, comerciais e de serviços; 
● Para fins de tributação, verificando a base de cálculo de diversos 
impostos, dentre eles o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a 
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), dentre outros 
impostos e contribuições. 
 
Os empregados se interessam pela informação contábil para verificar se 
a empresa tem ou não condições de mantê-los. Quer ainda saber qual é a 
situação da empresa após ter sido agregado seu trabalho no produto da 
empresa. 
 
Enfim, a contabilidade interessa à sociedade de maneira geral, já que a 
empresa contribui para o desenvolvimento econômico e social do país. 
 
 
1.3 – Manutenção da Contabilidade 
 
A contabilidade é feita para fornecer o máximo de informações úteis para as 
pessoas físicas e pessoas jurídicas devendo ser mantida pelas pessoas 
jurídicas independentemente de regras fiscais ou previdenciárias que as 
dispensarem de mantê-la. 
 
1.4 - Das Pessoas Físicas 
 
Pessoa física é a pessoa natural, homem ou mulher. Toda pessoa 
natural ou física é capaz de direitos e deveres na ordem civil. A personalidade 
civil da pessoa começa do nascimento com vida. A existência da pessoa 
natural termina com a morte; 
 
 
1.5 – Das Pessoas Jurídicas 
 
Pessoa jurídica é uma entidade jurídica resultante de um agrupamento 
de pessoas naturais ou outras pessoas jurídicas que visa a fins de utilidade 
pública (pessoas jurídicas de direito público) ou privada (pessoas jurídicas de 
direito privado) e é completamente distinta dos indivíduos que a compõem. É 
chamada de jurídica porque nasce por meio de um contrato social, nos casos 
de sociedades limitadas ou por meio de um estatuto social, nos casos das 
sociedades anônimas de capital aberto ou fechado. 
 
 
 
 
 
 
 
Sociedade Limitada - a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de 
suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do 
capital social. As sociedades limitadas são assim chamadas porque os sócios 
respondem pelas obrigações da empresa até o valor do seu capital social (valor 
que os sócios investiram na formação da empresa), exceto pelo fato de ficar 
constatadoalgum crime como fraudes, por exemplo. A sociedade limitada tem 
seu capital social dividido em quotas de capital que os sócios adquirem. 
Conforme artigo 1.052 do Código Civil (Lei 10.406/2002), na sociedade 
limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, 
mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
 
Sociedade Anônima ou Companhia de Capital Aberto - o capital divide-se 
em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de 
emissão das ações que subscrever ou adquirir. Neste tipo de sociedade o 
capital também pode ser fechado, ou seja, não negociado em Bolsa de 
Valores. 
 
As sociedades anônimas têm seu capital social dividido em ações e são de 
duas espécies, a companhia aberta e a companhia fechada. 
 
A sociedade anônima de capital fechado não tem suas ações negociadas 
em Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que obtém recursos entre os 
próprios acionistas ou terceiros subscritores. 
 
A sociedade anônima de capital aberto tem suas ações negociadas em 
Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que procura captar recursos junto 
ao público por meio da emissão de ações. 
 
1.6 – Atividades do Capítulo 1 
 
1) O que se entende por Contabilidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) O que são usuários da Contabilidade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Qual a diferença existente entre pessoas físicas e pessoas jurídicas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Qual a principal característica das sociedades limitadas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Qual a diferença entre sociedade anônima de capital aberto e de capital 
fechado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6) De que forma é composto o capital social de uma sociedade anônima? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS NO BRASIL PELA 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) E CPC (Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis). 
A contabilidade é uma ciência social aplicada de caráter essencialmente 
prático. 
 
Ao longo dos anos, diversos critérios foram desenvolvidos, diversas opções 
foram efetuadas, numa tentativa de normalizar e de se chegar a uma melhor 
forma de controlar o patrimônio de uma entidade. 
Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos 
contadores. 
Considerando o patrimônio da entidade como objeto da contabilidade eram 
identificados os princípios da contabilidade, segundo a CVM em: postulados, 
princípios propriamente ditos e convenções. 
2.1 - Postulados 
 
Os postulados eram definições que não deixavam margem de dúvidas 
nem tinham necessidade de se provar, eram ainda imutáveis, em qualquer 
situação que viesse a acontecer, nenhuma alteração sofreriam. 
 
2.2 - Princípios Contábeis 
 
Já os princípios propriamente ditos ditavam regras de contabilização que 
estavam sujeitas a alterações de acordo com as necessidades econômicas, 
embora não fosse comum acontecer. 
 
2.3 - Convenções Contábeis 
 
As Convenções eram restrições aos princípios de contabilidade, que 
estavam sujeitas a alterações de acordo com as necessidades econômicas, 
embora não fosse comum acontecer. 
 
2.4 – Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
 
Os princípios contábeis aplicados no Brasil, pela Comissão de Valores 
Mobiliários – CVM (Deliberação CVM nº 29/86) e o Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil – IBRACON são os seguintes: 
 
 
 
• Postulado da Entidade 
• Postulado da Continuidade 
• Princípio do Custo Original como Base de Valor 
• Princípio da Realização da Receita 
• Princípio da Confrontação da Despesa 
• Princípio do Denominador Comum Monetário 
• Convenção da Objetividade 
• Convenção do Conservadorismo 
• Convenção da Materialidade/Relevância 
• Convenção da Consistência 
 
● Postulado da Entidade - inicia todo o encadeamento do raciocínio 
contábil. Sua característica principal é que para todos os casos, o 
patrimônio de uma entidade não se confunde com o de outra, como 
também os patrimônios dos sócios não se confundem com o da 
empresa. 
 
● Postulado da Continuidade - a premissa de que uma entidade irá 
operar por um período de tempo indeterminado e caso essa entidade 
tenha prejuízos persistentes, perda de substância econômica e de 
competitividade de mercado ou mesmo o fim jurídico dessa sociedade, 
ocorrerá a descontinuidade (fim das operações da entidade). 
 
● Princípio do Custo Original como Base de Valor - é o mais antigo 
princípio. Sua característica é que sempre o valor de entrada (de custo) 
deve prevalecer como base de registro para a Contabilidade. 
 
● Princípio da Realização da Receita - estabelece que a receita será 
realizada no momento em que produtos ou serviços são transferidos ao 
cliente e não o ponto em que o dinheiro é recebido por esta 
transferência. 
 
● Princípio da Confrontação da Despesa - Tem como característica o 
fato de que as despesas deverão ser reconhecidas e atribuídas aos 
períodos contábeis de acordo com a ocorrência de fatos geradores 
específicos e não pela entrada ou saída de caixa. 
 
● Princípio do Denominador Comum Monetário - estabelece que 
todos os elementos do Balanço Patrimonial devem estar com uma 
mesma avaliação em moeda corrente do país. 
 
● Convenção da Objetividade - o contador escolhe um procedimento 
mais objetivo para descrever as informações contábeis. Ele deve 
sempre ser objetivo, imparcial e impessoal (neutro) nos informes 
contábeis. 
 
● Convenção do Conservadorismo - o contador deve ter precaução 
(ser conservador) no sentido de antecipar prejuízo e nunca antecipar 
lucro. Não dar imagem otimista é o objetivo do conservadorismo. 
 
 
 
● Convenção da Materialidade - define o que é material (relevante) 
que o Contador deve informar em seus relatórios. Na Materialidade, é 
importante considerar o binômio Custo versus Benefício. 
 
● Convenção da Consistência/Uniformidade - um informe contábil 
deve ser consistente, ou seja, não mudar constantemente para 
possibilitar a comparação dos relatórios com o passar dos anos e das 
tendências. Também devem ser padronizados (uniformidade). 
 
 
 
 
Estrutura dos Princípios Fundamentais de Contabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5 Harmonização das Normas Contábeis – Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis. 
 
No final do ano calendário de 2007 foi editada a Lei nº 11.638 de 28 de 
dezembro de 2007, cujo objetivo principal é a convergência das Normas 
Princípios Fundamentais de 
Contabilidade 
Princípios 
Propriamente Ditos 
Postulados 
Continuidade 
Entidade Custo como Base de Valor 
Denominador Comum 
Monetário 
Confrontação da Despesa 
Realização da Receita 
Materialidade 
Conservadorismo 
Objetividade 
Consistência 
Convenções 
 
 
Contábeis locais para as Normas Internacionais de Contabilidade - (IFRS - 
International Financial Reporting Standard). 
Mesmo antes dessa norma, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) 
publicou a Resolução CFC nº 1.106/07 a qual dispõe que as Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBCs), editadas por esse órgão, deverão seguir 
os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas 
internacionais. 
Visando eliminar as várias fontes de normas contábeis editadas no 
Brasil, por meio da Resolução nº 1.055/05 do CFC, criou-se o CPC (Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis) formado pela Abrasca, Apimec, Bovespa, 
Conselho Federal de Contabilidade, Fipecafi e Ibracon. 
O CPC tem como responsabilidade emitir pareceres técnicos sobre 
questões contábeis, os quais devem ser homologados pelos demais órgãos 
reguladores (CVM, CFC, Susep, Bacen, entre outros) para seremaplicados no 
âmbito de cada um desses órgãos. 
O CPC editou vários pronunciamentos e orientações técnicas, além do 
Pronunciamento Conceitual Básico. O Pronunciamento Conceitual Básico têm 
o objetivo de servir como fonte dos conceitos básicos e fundamentais a serem 
utilizados na elaboração e na interpretação dos Pronunciamentos Técnicos, 
bem como na preparação e utilização das Demonstrações Contábeis das 
entidades. 
A edição do Pronunciamento Conceitual Básico fez-se necessário para 
dar respaldo técnico a todos os demais pronunciamentos, vez que, ao 
pretender alcançar a harmonização com as normas internacionais, não seria 
possível continuar utilizando os princípios contábeis anteriormente em vigor no 
Brasil. 
Apresentamos a seguir comentários extremamente resumidos a respeito 
do conteúdo do Pronunciamento Conceitual Básico, que podemos dividir em 
pressuposto básico da contabilidade e características qualitativas das 
Demonstrações Contábeis. 
 
Pressupostos básicos da contabilidade 
 
Regime de Competência: dispõe que os efeitos das transações bem como de 
outros eventos devem ser reconhecidos no momento em que ocorrem e não 
quando do pagamento ou recebimento dos recursos financeiros. Essas 
transações deverão ser lançadas nos registros contábeis e reportadas nas 
Demonstrações Contábeis nos períodos a que se referem. 
 
Continuidade: as demonstrações contábeis são normalmente preparadas no 
pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. 
Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a 
necessidade de entrar em liquidação, tampouco reduzir materialmente a escala 
das suas operações. Se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações 
contábeis terão que ser preparadas numa base diferente e terão também de 
ser divulgadas. 
 
Características qualitativas das Demonstrações Contábeis 
 
 
 
Compreensibilidade: fundamenta-se no objetivo do pronto entendimento por 
parte do usuário que utiliza as demonstrações contábeis para as tomadas de 
decisões econômicas, porém essa característica qualitativa não deverá levar a 
entidade à não registrar adequadamente suas transações sob o argumento de 
eventual dificuldade de entendimento por parte dos usuários dessas 
informações. 
 
Relevância: diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de 
decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as 
decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos 
passados, presentes ou futuros, confirmando ou corrigindo as suas avaliações 
anteriores. 
 
Confiabilidade: exige que a informação seja apresentada da forma mais 
apropriada possível, retratando adequadamente o que se pretende evidenciar. 
Para que essa característica seja constatada nas demonstrações contábeis é 
necessário que se respeite o conceito da “Primazia da Essência Sobre a 
Forma”, ou seja, que, a realidade econômica dos fatos prevaleça sob sua 
forma. Como exemplo, temos a contabilização das operações de leasing 
financeiro. Tendo em vista que as condições de contratação dessas operações 
as aproximam na essência de uma compra a prazo e não a uma locação, 
aplica-se o conceito da “Primazia da Essência Sobre a Forma” e, portanto, 
essas operações devem ser contabilizadas como aquisição a prazo de ativo. 
Para que as informações sejam confiáveis, é necessário ainda que se 
observem a neutralidade, ou seja, as demonstrações contábeis não devem 
induzir a tomada de decisões; a prudência, cuidados com julgamento em 
condições de incertezas no sentido de que ativos ou receitas não sejam 
superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados; e a 
integridade, objetivando que as informações das demonstrações contábeis 
estejam completas. 
 
Comparabilidade: trata-se de característica que permite aos usuários 
comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a 
fim de identificar tendências na sua posição patrimonial, financeira e no seu 
desempenho, ou seja, a evolução da entidade medida sob os mesmos critérios 
e princípios ao longo do tempo, mas sem que isso interfira na evolução das 
práticas contábeis. 
 
É importante destacar que a principal mudança conceitual diz respeito à 
utilização da primazia da essência sobre a forma, ou seja, a contabilidade deve 
procurar encontrar a essência dos fatos contábeis e assim registrá-los, ao invés 
de prender-se a forma. 
 
Outro exemplo desse conceito é o tratamento dos adiantamentos para futuro 
aumento de capital, cuja essência significa um verdadeiro acréscimo ao 
Patrimônio Líquido da empresa, vez que não resta dúvida sobre sua futura 
integralização. Nesse caso, em respeito à essência do fato, devemos registrar 
o adiantamento diretamente no Patrimônio Líquido. Manter o valor do 
adiantamento em conta do passivo significa respeitar a forma do ato, ao invés 
de sua essência. 
 
 
Os profissionais de contabilidade devem enfrentar os desafios naturais 
decorrentes de mudanças representativas como as que estamos vivendo, no 
entanto, é inegável que se trata de um momento de crescimento da importância 
e de valorização da profissão contábil no Brasil. 
 
2.6 – Atividades do Capítulo 2 
 
1 – O que se pode entender por meio do pressuposto básico do regime 
de competência? 
 
 
 
 
 
2 – Empresa que tenha vendido R$ 10.000,00, tendo recebido do valor 
da venda R$ 4.000,00; teve despesa de R$ 5.000,00, sendo que foi 
pago R$ 2.000,00. Informe qual o resultado apurado pelo regime de 
competência e pelo regime de caixa respectivamente. 
 
 
 
 
 
3 – Cite um exemplo relacionado com o postulado da continuidade. 
 
 
 
 
 
4 - Cite um exemplo de descontinuidade de uma empresa. 
 
 
 
 
 
5 – Dê um exemplo relacionado com a característica qualitativa da 
compreensibilidade. 
 
 
 
 
 
 
6 – Empresa que adquire determinado bem por meio de um leasing 
deve atender qual característica qualitativa? 
 
 
 
 
 
 
 
7 – O contador de determinada empresa exige que diariamente no final 
do dia se faça a requisição do que é usado de folhas de sulfite para 
que se registre como despesa o que fora consumido. O que você 
acha da atitude do contador? Qual característica qualitativa poderia 
justificar a eliminação deste controle? Explique. 
 
 
 
 
 
 
8 – Um ex-funcionário da Cia. Automotiva S.A. ajuizou uma ação 
trabalhista contra a empresa. O que deve ser feito na contabilidade, 
apesar de a empresa não ter certeza de que vá ganhar ou perder a 
ação? Qual característica qualitativa justifica o procedimento? 
 
 
 
 
 
 
 
9 – A empresa Industrial S.A. sediada no Brasil usa como componente 
de seu produto um material importado da Europa e que deve ser pago 
em Euros. Em qual moeda o valor deve ser registrado na 
contabilidade? Qual a relação com os princípios de contabilidade? 
 
 
 
 
 
 
 
10 – A empresa Comercial Ltda. costuma para fins de avaliação de seu 
estoque intercalar métodos, ou seja, em um ano utiliza o PEPS, no 
ano seguinte o UEPS e no terceiro ano utiliza o Custo Médio, 
reiniciando no quarto ano. Qual informação você pode passar para a 
empresa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- O PATRIMÔNIO 
 
 
Conceito Genérico - do ponto de vista amplo, Patrimônio é tido como os bens 
que uma pessoa possui, sendo também incluídos nesta relação, os direitos que 
eventualmente a pessoa também possua. 
Conceito Contábil – conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa 
física ou jurídica. 
 
No entanto, não se pode ignorar o “outro lado” do Patrimônio, ou seja, de 
nada adianta uma pessoa ter um apartamento triplex de cobertura em bairro 
nobre que tenha um valor de mercado de R$1 milhão seaquele bem tiver sido 
financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), estando o 
“proprietário” (mutuário) com um saldo devedor da Caixa Econômica Federal, 
por exemplo, de R$ 1,1 milhão, situação na prática possível. 
 
Assim, contabilmente, deve-se dizer que patrimônio liquido é o conjunto 
de bens e direitos deduzidos das obrigações. 
 
No exemplo acima o Patrimônio “líquido” do mutuário é de R$100 mil, 
negativos, ou seja, sua situação líquida é desfavorável (negativa). 
 
Assim são três as situações que o Patrimônio pode se apresentar: 
 
• Situação Líquida positiva – quando o total de bens + direitos 
forem maiores que o total das obrigações; 
 
• Situação Líquida negativa – quando o total de bens + direitos 
forem menores que o total das obrigações; e 
 
 
 
• Situação Líquida nula – quando o total de bens + direitos forem 
iguais ao total das obrigações. 
 
Conceito de Ativo - este elemento figura do lado esquerdo do Balanço 
Patrimonial representa o patrimônio com os quais o administrador irá fazer 
acontecer a organização, ou seja, o administrador terá como sua 
responsabilidade fazer girar o maior número de vezes possíveis bens e direitos 
que o compõem. 
 
3.1 - Bens 
 
De forma geral, pode-se dizer que os bens são coisas capazes de 
satisfazer as necessidades humanas e avaliadas economicamente. 
 
Os bens podem ser imóveis ou móveis, tangíveis ou intangíveis. 
 
São bens imóveis o solo com a sua superfície, os seus acessórios e 
adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço 
aéreo e o subsolo, tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, 
como a semente lançada a terra, os edifícios e construções, de modo que se 
não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
 
São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção 
por força alheia. 
 
 São bens tangíveis aqueles que são suscetíveis ao toque (podem ser 
tocados), como por exemplo: mesas, cadeiras, máquinas, prédios, entre outros. 
 
 São bens intangíveis aqueles não suscetíveis ao toque (não podem ser 
tocados), como por exemplo: as marcas, patentes, goodwill, entre outros. 
 
3.2 - Direitos 
 
 Diz respeito a todos os valores que a pessoa tem a receber, assim se a 
empresa vende a prazo, ela tem direito de receber de seu cliente, o valor 
correspondente. Se o funcionário trabalhou durante todo o mês, ele tem direito 
de receber seu salário. Se uma pessoa alugou seu imóvel, ela tem direito de 
receber o valor do aluguel. Quando deposito algum valor em uma conta 
corrente bancária, se tem direito de sacar aquele valor. Enfim, valores que 
foram colocados à disposição de alguém geram direitos a quem os colocou, de 
recebê-los. 
 
Ser Mensurável Monetariamente – este item significa, que só devemos 
registrar no ativo aqueles bens e direitos cujos valores estão expressos em 
documentos idôneos. De outra forma já o tratamos antes como bens e direitos 
INTANGÍVEIS, que não é possível determinar o valor objetivamente, exemplo 
calcular o valor de uma marca. Uma marca só terá valor objetivo quando 
decidida em uma rodada de negociações para compra e venda desta. Então 
quem a comprar terá o direito de registrar o valor definido na operação como 
seu ativo intangível. 
 
 
 
Benefícios Presentes ou no Futuro - se a empresa por ventura tiver 
duplicatas a receber de uma empresa que faliu, tal documento não trará mais 
benefícios no presente tampouco no futuro, assim deverá ser baixada 
contabilmente do seu ativo (direitos). 
 Quando se compra um veículo, o registro desta operação é no ativo 
como um bem, mas se o veículo sofrer um sinistro (roubo ou colisão que de 
perda total) tal veículo deverá ser baixado do ativo. Desta forma só podem ser 
considerados os bens e direitos que promovam no presente ou futuro um 
benefício para a organização. 
 
 
3.3 - Obrigações 
 
 De forma contrária dos direitos, obrigações são valores que são devidos 
a terceiros, assim se a empresa compra a prazo, ela tem obrigação de pagar 
pelo fornecimento, o valor correspondente. Se o funcionário trabalhou durante 
todo o mês, a empresa tem obrigação de pagar seu salário. Se uma empresa 
tomou um imóvel alugado, ela tem obrigação de pagar o valor do aluguel. Se o 
banco recebe um depósito em conta corrente, o banco tem obrigação de pagar 
aquele valor quando do saque. Enfim, valores que ficaram à disposição de 
alguém, devem por ele ser restituído. 
 
Assim não existe direito sem que se tenha uma obrigação 
correspondente e vice e versa. 
 
3.4. – Representação Gráfica do Patrimônio 
 
O patrimônio pode ser representado graficamente das seguintes formas: 
 
Situação Líquida Positiva: 
 
 
 
 
 
 
 
Situação Líquida negativa: 
 
 
 
 
 
Situação Líquida Negativa 
 
 
 
 
 
 
 
BENS 
+ 
DIREITOS 
 
OBRIGAÇÕES 
BENS 
+ 
DIREITOS 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Situação Líquida nula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim se o patrimônio de uma pessoa for constituído da seguinte forma: 
 
- dinheiro R$2.000 
- tenha adquirido um veículo por R$25.000 
- tenha adquirido um imóvel por R$120.000 
- tenha um empréstimo a receber no valor de R$5.000 e 
- tenha dívidas no valor de R$45.000 
 
Sua situação líquida será positiva em R$ 107.000 (R$2.000 + R$25.000 
+ R$120.000 + R$5.000 (-) R$45.000), pois o total dos bens e direitos é de R$ 
152.000 (dinheiro, veículo, imóvel, empréstimos a receber) e o total das 
obrigações é de R$ 45.000 (dívidas). Caso o total dos bens e direitos fossem 
menores que o total das obrigações a situação líquida seria negativa e caso o 
total dos bens e direitos fosse igual ao total das obrigações a situação líquida 
seria nula. 
 
Contabilmente, nas pessoas jurídicas, a situação líquida é conhecida 
como Patrimônio Líquido, ou seja, o total dos (bens + direitos) – obrigações. 
 
3.5 – Classificação dos Elementos Patrimoniais 
 
Os elementos Patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações) são alocados 
em um quadro patrimonial chamado de Balanço Patrimonial que é a 
demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, 
 
 
BENS 
+ 
DIREITOS 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade e 
pode ser representado como a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Balanço Patrimonial, se tem demonstrado do lado do Passivo e 
Patrimônio Líquido as origens dos recursos que estão aplicados do lado do 
Ativo em bens e direitos, pois é impossível adquirir bens e direitos sem que se 
tenha a origem do valor correspondente. 
 
Do ponto de vista de origens e aplicações de recursos, tem-se a 
seguinte representação gráfica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim do lado do Passivo e do Patrimônio Líquido são classificadas as 
origens de recursos captados pela empresa, ou seja, para que a empresa 
pudesse aplicar recursos em caixa, estoques, máquinas, etc., ela teve que 
obter os recursos (financiamentos) com outras pessoas, pessoas essas que 
podem ser os sócios, bancos, fornecedores, entre outros. 
 
Os recursos que são captados dos sócios, e que é representado no lado 
das origens de recursos é o chamado CAPITAL PRÓPRIO, ou seja, são 
valores que não são exigíveis por terceiros, representa o valor dos 
investimentos dos sócios ou acionistas na empresa. 
ATIVO PASSIVO e P.L. 
 
 
BENS 
 
E 
 
DIREITOS 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
SITUAÇÃO LÍQUIDA 
(PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 
ATIVO PASSIVO E PL 
 
 
APLICAÇÕES 
 
DE 
 
RECURSOS 
 
 
ORIGENS 
 
DE 
 
RECURSOS 
 
 
 
Os recursos que são captados de fornecedores, bancos e dívidasem 
geral, que também é representado no lado das origens de recursos é o 
chamado CAPITAL DE TERCEIROS, ou seja, são valores que serão exigidos 
por alguém, valores que na data de vencimento da dívida, deverão ser pagos 
pela empresa. 
 
Do lado do Ativo são classificadas todas as aplicações que a empresa 
fez dos recursos captados, aplicações que pode ser em caixa, estoque, 
máquinas, entre outros. 
 
As aplicações de recursos podem ser de caráter circulante, ou seja, 
valores que a empresa “gira” no desenvolvimento de suas atividades, valores 
que não ficam fixos em determinado lugar, e podem ter caráter permanente, ou 
seja, valores que são aplicados em itens necessários ou não para o 
desenvolvimento de suas atividades, e que ficarão ali aplicados 
permanentemente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim novamente pode-se elaborar outra representação gráfica do 
patrimônio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fica óbvia a questão de que sempre o total do Ativo coincide com o total 
do Passivo e Patrimônio Líquido, pois para a existência de Ativos (aplicações 
de recursos) é necessário ter existido origem daqueles recursos que foram 
ATIVO PASSIVO E P.L. 
 
 
CAPITAL 
 
CIRCULANTE 
 
 
CAPITAL DE 
 
TERCEIROS 
 
 
CAPITAL 
 
NÃO-CIRCULANTE 
 
 
CAPITAL 
 
PRÓPRIO 
APLICAÇÕES 
DE 
RECURSOS 
ORIGENS 
DE 
RECURSOS 
 
 
aplicados. (quem está financiando), sendo uma equação contábil constituída 
pela seguinte fórmula: (BENS + DIREITOS) = (OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO). 
 
Imagine um trabalhador assalariado que adquire um apartamento. O 
trabalhador terá que em sua declaração de imposto de renda declarar tal bem e 
mostrar onde ele conseguiu os recursos (dinheiro) para adquiri-lo, assim, terá 
também que declarar a fonte de renda que propiciou a aquisição daquele 
apartamento, ou seja, sem a origem dos recursos, salário fruto de seu trabalho, 
não poderia haver a aplicação de recursos (compra do apartamento). Caso o 
trabalhador declare somente a compra do apartamento, certamente cairá na 
chamada “malha fina”, situação em que teria que comparecer à Delegacia da 
Receita Federal para prestar esclarecimentos. 
 
 Sendo o total das Aplicações de Recursos sempre igual ao total das 
Origens de Recursos, conclui-se que o TOTAL DO ATIVO SEMPRE SERÁ 
IGUAL AO TOTAL DO PASSIVO MAIS O PATRIMÔNIO LÍQUIDO1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.6 – Atividades do Capítulo 3 
 
1 - Do ponto de vista contábil, o que é Patrimônio? 
 
 
 
 
 
2 - Quais as três situações em que o Patrimônio pode se apresentar? 
 
 
 
 
 
3 - Quais são os elementos Patrimoniais? 
 
 
 
 
1 Nos casos em que o valor do patrimônio líquido for positivo (situação líquida positiva). 
Quando o valor do patrimônio líquido for negativo, deverá segundo normas contábeis, ser 
demonstrado do lado do ativo, no final, ficando a equação = (BENS + DIREITOS + PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO NEGATIVO) = OBRIGAÇÕES. 
 
 
4 - Defina Bens, Direitos e Obrigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 - Qual a classificação dos Bens? Defina-os. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 - O que se entende por origens de recursos? 
 
 
 
 
 
 
7 - O que se entende por aplicações de recursos? 
 
 
 
 
 
 
8 - Porque o total do Ativo sempre coincide com o total do Passivo e PL? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 - O que se entende por Capital de Terceiros? 
 
 
 
 
 
10 - O que se entende por Capital Próprio? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11- Classifique os elementos do quadro abaixo em Bens, Direitos ou 
Obrigações. 
 
ELEMENTOS ATIVO PASSIVO 
Terrenos 
Promissórias a Pagar 
Promissórias a Receber 
Ferramentas 
Computador 
Estoques de Mercadorias 
Mesa 
Equipamentos 
Salários a Pagar 
Empréstimos a Pagar 
Duplicatas a Pagar 
Contas a Receber 
Dinheiro em Caixa 
Prédios 
 
 
Marcas e Patentes 
 
 
12 – Com os valores, montar o quadro patrimonial e dizer qual a 
situação líquida. 
 
Aluguéis a Receber............. 1.000 
Clientes................................ 1.000 
Duplicatas a Pagar.............. 7.000 
Impostos a Pagar................ 6.000 
Promissórias a Pagar.......... 2.000 
Caixa................................... 3.000 
Máquinas............................ 500 
Mercadorias........................ 700 
Instalações......................... 800 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA (PL) 
 
 
 
 
 
TOTAL TOTAL 
 
13– Com os valores, montar o quadro patrimonial e dizer qual a situação 
líquida. 
 
Edifícios............................... 1.000 
Computadores..................... 400 
Móveis e Utensílios............. 2.000 
Veículos............................... 4.000 
Bancos Conta Movimento... 3.000 
Estoque de Produtos........... 1.500 
Clientes................................ 2.500 
Fornecedores....................... 1.800 
Aluguéis a Pagar................. 1.200 
Empréstimos Bancários....... 1.300 
Caixa.................................... 5.200 
Duplicatas a Pagar............... 900 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA (PL) 
 
 
 
 
TOTAL TOTAL 
 
14 - Com base nos exercícios 12 e 13, informe: 
 
 
INFORMAR 
 
 
EXERCÍCIO 12 
 
EXERCÍCIO 13 
Total das Aplicações de Recursos. 
Total das Origens de Recursos. 
Total do Capital Circulante. 
Total do Capital Não-Circulante. 
Total do Capital de Terceiros. 
Total do Capital Próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15) Classifique os elementos do quadro abaixo em Bens, Direitos ou 
Obrigações. 
 
ELEMENTOS ATIVO PASSIVO 
Depósito Bancário 
Fornecedores 
Empréstimos a Receber 
Obrigações Tributárias 
Equipamentos de Computação 
Estoques de Matéria-Prima 
Duplicatas a Receber 
Caixa 
Terrenos 
Veículos 
Obrigações Sociais 
 
 
Dividendos a pagar 
Financiamentos Bancários 
Empréstimos de Empresas Coligadas 
Empréstimos às Empresas Coligadas 
 
16 – Com os valores, montar o quadro patrimonial e dizer qual a 
situação líquida. 
 
Depósitos Bancários.......................... 27.900 
Fornecedores..................................... 32.000 
Empréstimos a Receber...................... 9.000 
Obrigações Tributárias....................... 13.900 
Equipamentos de Computação.......... 9.800 
Estoque de Matéria-Prima.................. 42.580 
Duplicatas a Receber......................... 214.500 
Caixa.................................................. 3.200 
Terrenos............................................. 40.000 
Veículos.............................................. 35.000 
Obrigações Sociais............................. 3.500 
Dividendos a Pagar............................ 10.700 
Financiamentos Bancários................. 47.500 
Empréstimo de Empresas Coligadas...... 80.000 
Empréstimo às Empresas Coligadas........ 25.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA (PL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL TOTAL 
 
 
 
17 - Com base no exercício 16, informe: 
 
 
 
INFORMAR 
 
 
VALORES 
Total das Aplicações de Recursos. 
Total das Origens de Recursos. 
Total do Capital Circulante. 
Total do Capital Não-Circulante.Total do Capital de Terceiros. 
Total do Capital Próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
Segundo a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei das 
Sociedades por Ações), Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007 e a Lei nº 
11.941 de 27 de maio de 2009, as Demonstrações Contábeis são as seguintes: 
 
I – Balanço Patrimonial; 
II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
III – Demonstração do Resultado do Exercício; 
IV - Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
V - se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado. 
 
 
 
Apesar de na atual legislação constar apenas essas demonstrações, 
existem outras não obrigatórias como a Demonstração de Origens e Aplicações 
de Recursos (DOAR), Balanço Social e a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido. 
 
No nosso curso as demonstrações que serão trabalhadas serão o 
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e a 
Demonstração do Fluxo de Caixa, sendo que neste capítulo veremos o Balanço 
Patrimonial e no capítulo seguinte a Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
Periodicidade de Apresentação das Demonstrações Contábeis - as 
Demonstrações Contábeis, segundo regra societária, devem ser elaboradas no 
final do exercício social da empresa, normalmente no dia 31 de dezembro de 
cada ano, no entanto, nada impede que prazos mais curtos sejam definidos 
para apresentação das demonstrações. 
 
Fiscalmente, para apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da 
Contribuição Social sobre o Lucro, as Demonstrações Contábeis podem ser 
levantadas, mensalmente, trimestralmente ou anualmente, conforme a opção 
de tributação feita pela empresa. 
 
Gerencialmente, no mínimo, mensalmente as demonstrações contábeis 
devem ser elaboradas, para que se possa verificar o desempenho da empresa 
e corrigir eventuais falhas no futuro que deve ser próximo. 
 
 
4.1 – Balanço Patrimonial 
 
Balanço Patrimonial é um quadro em que se classificam os elementos 
do patrimônio de uma empresa (Bens, Direitos e Obrigações), demonstrando 
sua riqueza líquida (Patrimônio Líquido). 
 
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o 
Patrimônio e o Patrimônio Líquido da entidade. 
 
 
 
 
4.2 – Conteúdo e Estrutura 
 
 
O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo 
Patrimônio Líquido. 
 
a) O Ativo compreende as aplicações de recursos representados por bens 
e direitos; 
 
b) O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas 
obrigações para com terceiros; 
 
 
 
c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e 
seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do passivo (Ativo menos 
Passivo). Portanto, o valor do Patrimônio Líquido, pode ser positivo, negativo 
ou nulo. 
 
No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo, é também 
denominado de "Passivo a Descoberto", ou seja, o total do Ativo (bens e 
direitos) não é suficiente para “cobrir” o total do Passivo (obrigações). 
 
 As contas do ativo são dispostas em ordem decrescente de liquidez e as 
contas do passivo são dispostas em ordem decrescente de exigibilidade, 
estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os 
grupos e subgrupos. 
 
Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, 
desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das 
obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício 
subseqüente à data do balanço patrimonial. 
 
Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente, em 
grupos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos 
esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidos 
ou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüente à data do 
balanço patrimonial. 
 
Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o 
exercício social, a classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o 
prazo desse ciclo. 
 
 
4.3 – Agrupamento das Contas do Ativo 
 
 
As contas que compõem o ativo devem ser agrupadas, segundo sua 
expressão qualitativa, em: 
 
I - ATIVO CIRCULANTE 
 São bens e direitos que geram benefícios ou que serão transformados 
em dinheiro no decorrer do exercício subsequente ( prazo de um ano a partir 
da data oficial do balanço patrimonial). O Ativo Circulante compõe-se de: 
 
a) Disponível 
 
São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da 
Entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras 
espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. 
 
b) Direitos Realizáveis a Curto Prazo 
 
 
 
São os títulos de origem, quaisquer valores mobiliários e os outros 
direitos. 
 
c) Estoques 
 
São os valores referentes às existências de produtos acabados, 
produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, 
serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades-fins da 
Entidade. 
 
d) Despesas Antecipadas ou Despesas do Exercício Seguinte 
 
São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do 
período subseqüente à data do balanço patrimonial. 
 
II - ATIVO NÃO-CIRCULANTE 
 
São os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios 
de pagamento e cuja perspectiva de permanência na Entidade, ultrapasse um 
exercício. É constituído pelos seguintes subgrupos: 
 
a) Ativo Realizável a Longo Prazo 
 
São os ativos (bens e direitos), cujos prazos esperados de realização 
situem-se após o término do exercício subseqüente à data do balanço 
patrimonial. 
 
b) Investimentos 
 
Classificam-se as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não 
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. 
 
c) Imobilizado 
 
Classificam-se no ativo imobilizado os direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses 
bens. 
 
 
 
d) Intangível 
 
Classificam-se no intangível os direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa 
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
 
 
 
 
4.4 – Agrupamento das Contas do Passivo 
 
As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua 
expressão qualitativa, em: 
 
 
I - PASSIVO CIRCULANTE 
 
São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos 
estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à 
data do balanço patrimonial. 
 
II - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 
 
a) Passivo Exigível a Longo Prazo 
 
São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos 
estabelecidos ou esperados, situem-se após o término do exercício 
subseqüente à data do balanço patrimonial. 
 
4.5 – Agrupamento das Contas do Patrimônio Líquido 
 
As contas que compõem o patrimônio líquido se dividem em capital 
social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
 
 
a) Capital Social 
 
Segundo Muller (2009, p.94) “o Capital Social representa o investimento 
feito pelos acionistas da empresa, abrangendo não só as parcelas entregues 
por eles como também os valores obtidos pela sociedade, que, por decisão dos 
proprietários, são incorporados ao Capital Social.” 
 
 A conta do Capital Social é constituída quando da subscrição pelos 
sócios ou acionistas do capital da empresa.Subscrição significa o 
compromisso assumido pelos sócios ou acionistas de disponibilizar para a 
empresa o valor do capital social em moeda corrente ou em bens e direitos. 
 
 Enquanto o valor do capital da empresa não é aportado, a contrapartida 
do valor registrado na conta do Capital Social deve ficar registrada na conta de 
Capital Social a Realizar ou Integralizar, que é amortizada à medida que os 
sócios ou acionistas disponibilizam seu valor para a empresa, sendo portanto o 
Capital Social a Realizar ou Integralizar, a parcela do Capital Social que ainda 
não foi integralizada pelos sócios, assim integralização de capital significa o ato 
de disponibilizar para a empresa o valor do capital social subscrito. 
 
 
b) Reservas de Capital 
 
 
 
Conforme Muller (2009, p. 96) “a Reserva de Capital é constituída de 
valores recebidos pela empresa e que não transitam pelo resultado como 
receitas, por se referirem a valores destinados a reforço do capital, sem terem 
como contrapartida qualquer esforço da empresa em termos de entrega de 
bens ou de prestação de serviços.” 
As Reservas de Capital podem ser utilizadas somente para: 
● absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem os Lucros Acumulados e as 
Reservas de Lucros; 
● resgate, reembolso ou compra de ações; 
● incorporação ao capital; 
● pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes 
for assegurada. 
 
 
c) Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 
São classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído 
a elementos do ativo (ajustes para padrões internacionais de contabilidade 
adotados nos principais mercados de valores mobiliários, instrumentos 
financeiros, contabilização a valor de mercado em operações de fusão, cisão e 
incorporação) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de 
mercado. 
 
 
d) Reservas de Lucros 
 
Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. São os lucros retidos ou ainda não 
destinados. As Reservas de Lucros incluem, por exemplo: Reserva Legal; 
Reservas Estatutárias; Reservas para Contingências, entre outras. 
 
Reserva Legal – é obrigatória por força da Lei nº 6.404/76, que, em seu artigo 
193, determina que 5% do lucro do exercício devem ser destinados à formação 
da reserva legal. Contudo, também por força legal, o montante dessa reserva 
não deve ultrapassar o equivalente a 20% do Capital Social realizado, sendo 
que, ao ser atingido esse montante, a empresa poderá deixar de reconhecê-la 
ou capitalizar o excesso. A utilização da reserva legal está restrita à 
compensação de prejuízos e ao aumento do Capital Social. Essa incorporação 
ao capital pode ser feita a qualquer momento, a critério da companhia. A 
compensação ocorrerá obrigatoriamente quando ainda houver saldo de 
prejuízos, após terem sido absorvidos os saldos de Lucros Acumulados e das 
demais Reservas de Lucros. (MULLER, 2009, p. 98-99). 
 
 
Reservas Estatutárias – são registradas as reservas definidas no estatuto das 
sociedades. Embora não sejam obrigatórias, muitas empresas possuem 
normas sobre essa prática em seus estatutos. (MULLER, 2009, p. 99). 
 
 
 
Reservas para Contingências – são constituídas com o objetivo de evitar que 
a empresa distribua grande parte de seus lucros, os quais representarão um 
desembolso de recursos que poderá ser necessário para cobrir situações 
futuras que venham a representar perdas para a sociedade. Entre os motivos 
que podem levar a empresa a constituir uma reserva para contingência, 
podemos citar: 
● geadas ou secas que estiverem sendo anunciadas para o próximo ano, 
quando isso influenciar a rentabilidade da empresa; 
● cheias ou inundações que ocorrerem em localidades onde a empresa possua 
instalações, principalmente se existirem estoques nesses locais. (MULLER, 
2009, p. 99). 
 
e) Ações em Tesouraria 
 
As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução 
da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na 
sua aquisição. 
 
f) Prejuízos Acumulados 
 
Resultado negativo das operações da empresa. Prejuízos ainda não 
compensados. São apresentados como parcela redutora do Patrimônio 
Líquido. 
 
Patrimônio Líquido Negativo - no caso do patrimônio líquido ser negativo, 
será demonstrado após o Ativo, e seu valor final denominado de Passivo a 
Descoberto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO BALANÇO PATRIMONIAL: 
 
BALANCO PATRIMONIAL ENCERRADO EM ___/___/___ 
EMPRESA COMERCIAL S.A. CNPJ N. 11.111.111/0001/11 
 
 ATIVO PASSIVO E P.L. 
 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
Disponível 
Direitos Realizáveis a Curto Prazo 
Estoques 
Despesas Antecipadas PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 
 ATIVO NÃO-CIRCULANTE 
 Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo 
 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Investimentos Capital Social 
Imobilizado Reservas de Capital 
Intangíveis Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Reserva de Lucros 
 Ações em Tesouraria 
 Prejuízos Acumulados 
 
 
4.6 – Deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido 
 
Na estrutura patrimonial, existem as chamadas contas redutoras, ou 
seja, contas classificadas em determinados grupos patrimoniais que se 
apresentam de forma negativa, diminuindo o total daquele grupo. 
 
 
4.6.1 – Contas Redutoras do Ativo 
 
Contas Redutoras do Ativo - as principais contas redutoras do Ativo são: 
 
• Provisão para Devedores Duvidosos; 
• Duplicatas Descontadas; 
• Depreciação Acumulada. 
 
 
 
 
A conta de Provisão para Devedores Duvidosos surge quando tendo a 
empresa valores para receber de clientes, e sendo incerto que determinado 
percentual do valor a receber será recebido, deve então a empresa lançar o 
valor incerto em perdas naquele exercício. Assim se, por exemplo, determinada 
empresa tem R$400.000 para receber de vendas a prazo e segundo a média 
baseada em exercícios anteriores, 3% do valor é incerto de se receber, deve 
então a empresa lançar R$12.000 em perdas, ficando a seguinte situação em 
seu Balanço Patrimonial: 
 
 
Duplicatas a Receber.................................... 400.000 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos....... (12.000) 
 
 
 
Com relação à conta Duplicatas Descontadas, tendo a empresa 
duplicatas a receber referente vendas que realizou para recebimento a prazo e 
não tendo dinheiro suficiente pagar suas dívidas, pode ela, descontar no banco 
tais duplicatas, ou seja, entrega duplicatas que tem a receber de clientes para o 
banco e o banco abatendo do valor total as tarifas e juros, deposita na conta da 
empresa o valor líquido, sendo transferido para o banco a obrigação de cobrar 
a duplicata do cliente, ficando o banco com o valor recebido quando do 
recebimento do cliente, já que o banco pagou antecipadamente o valor para a 
empresa. 
 
Se por exemplo dos R$400.000 que a empresa tem para receber de 
seus clientes, necessite de R$ 50.000 para pagar suas dívidas, poderá 
negociar R$ 50.000 em duplicatas com o banco, assim, imagine-se que o 
banco cobre 5% de juros e tarifas para efetuar o desconto, tem-se: 
 
Valor Bruto das Duplicatas Descontadas............. R$50.000 
(-) Tarifas e Juros (50.000 x 5%).......................... R$ 2.500 
Líquido a ser liberado pelo banco........................ R$47.500 
 
Após a operação, a empresa apresentaria a seguinte situação em seu 
Balanço Patrimonial: 
 
 
Duplicatas a Receber....................................400.000 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos....... (12.000) 
(-) Duplicatas Descontadas........................... (50.000) 
 
 
 
Perceba-se que embora a empresa já tenha recebido o valor 
correspondente à duplicata, a mesma não foi baixada da conta de Duplicatas a 
Receber, já que se o cliente não quitar sua obrigação no vencimento, o banco 
irá tirar da conta corrente da empresa o valor que fora pago antecipadamente 
para a empresa mais juros, voltando para a empresa o ônus da cobrança do 
cliente do valor da venda a prazo realizada. 
 
 
 
No grupo do Ativo Não-Circulante, no subgrupo do Imobilizado encontra-
se a conta de Depreciação Acumulada que decorre do desgaste dos bens do 
Imobilizado (prédios, máquinas, veículos, entre outros) da empresa. 
 
Normalmente as taxas de depreciação utilizadas são as fixadas pela 
legislação do imposto de renda que dentre várias se destacam: 
 
Máquinas.................................. 10% a.a. 
Moveis e Utensílios.................. 10% a.a. 
Veículos.................................... 20% a.a. 
Equipamentos Informática........ 20% a.a. 
Construções.............................. 4% a.a. 
 
Assim se é adquirida uma máquina em 02 de janeiro no valor de 
R$120.000, a depreciação mensal a ser lançada será de R$1.000 ((R$120.000 
x 10%)/12), ficando a seguinte situação em seu Balanço Patrimonial: 
 
 
 
Imobilizado.................................................. R$119.000 
Máquinas e Equipamentos........................... R$120.000 
(-) Depreciação Acumulada.......................... (R$1.000) 
 
 
Além das taxas usuais citadas acima, podem ocorrer casos em que a 
depreciação deve ser calculada de forma acelerada, ou em função do tempo de 
uso dos bens ou em decorrência de algum incentivo fiscal. 
 
A depreciação calculada de forma acelerada mais comum é aquela 
decorrente do tempo de uso dos bens, ou seja, se uma empresa utiliza 
normalmente sua máquina em 1 turno de 8 horas, então a taxa fiscal a ser 
utilizada é de 10% a.a., caso a empresa utilize a máquina em dois turnos de 8 
horas, então a taxa de depreciação é multiplicada pelo coeficiente 1,5, 
resultando em taxa de 15% a.a. e, caso a empresa utilize a máquina em três 
turnos de 8 horas, a taxa de depreciação é multiplicada pelo coeficiente 2, 
resultando em taxa de 20% a.a. Assim, considera-se que se o bem é utilizado 
em 1 turno de 8 horas, seu tempo de vida útil será de 10 anos (100%/10% a.a), 
se for utilizado em 2 turnos de 8 horas, seu tempo de vida útil será de 6 anos e 
8 meses (100%/15%) e se for utilizado em 3 turnos de 8 horas, seu tempo de 
vida útil será de 5 anos (100%/20%). 
 
 
 
4.6.2 – Contas Redutoras do Patrimônio Líquido 
 
No caso do Patrimônio Líquido, a principal conta redutora é a de 
Prejuízos Acumulados. 
 
 
 
Assim, se determinada empresa com Capital Social de R$500.000, 
apure no seu primeiro ano de atividades prejuízo de R$50.000, a situação em 
seu Balanço Patrimonial será a seguinte: 
 
 
 
Patrimônio Líquido................................... R$450.000 
Capital Social............................................... R$500.000 
(-) Prejuízo do Exercício............................... (R$50.000) 
 
 
 Outra conta que pode aparecer como redutora do Patrimônio Líquido é a 
conta de Ações em Tesouraria que tem a função de registrar ações que a 
própria empresa adquire dos acionistas. 
 
 Por meio do quadro acima pode-se analisar evento a evento as 
mutações patrimoniais do pondo de vista de origens e aplicações de recursos, 
finalizando sempre o total do Ativo igual ao total do Passivo e Patrimônio 
Líquido. 
 
4.7– Plano de Contas 
 
Segundo Marion (2004, p.116) “Plano de contas é o agrupamento 
ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de 
determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é 
indispensável para os registros de todos os fatos contábeis.” 
 
 Assim o plano de contas engloba todas as operações a serem utilizadas 
no registro do fato contábil as quais são divididas em contas patrimoniais e 
contas de resultado. As contas patrimoniais são aquelas que compõem o 
Balanço Patrimonial, elementos do ativo, passivo e patrimônio líquido e as 
contas de resultados são aquelas que compõem a Demonstração do Resultado 
do Exercício, elementos que geram Receitas e de Despesas. 
As contas são todas codificadas, podendo-se seguir a seguinte 
estrutura: 
 
Código 1 - para contas do ativo; 
Código 2 - para contas do passivo; 
Código 3 - para contas de receitas; 
Código 4 - para contas de despesas 
 Código 5 - para a apuração do resultado 
 
Normalmente as contas são divididas em cinco graus conforme a seguir: 
 
GRAU DA CONTA 
 
GRAU 1 – Natureza das Contas (Ativas, Passivas ou de Resultado) 
GRAU 2 – Grupo de Contas (Circulantes, Realizáveis, Exigíveis...) 
GRAU 3 – Subgrupo de Contas (Disponibilidades, Despesas Operacionais, Custos) 
GRAU 4 – Contas Sintéticas (Contas simplesmente) (ex. Clientes) 
GRAU 5 – Contas Analíticas (ou subcontas) ex: Banco Itaú S.A. 
 
 
 
 
 Assim o primeiro grupo de contas de um plano seria o seguinte: 
 
 1 - ATIVO (CONTA DE GRAU 1) 
 1.1 - ATIVO CIRCULANTE (CONTA DE GRAU 2) 
 1.1.1 - DISPONIBILIDADES (CONTA DE GRAU 3) 
 1.1.1.01 - CAIXA (CONTA DE GRAU 4) 
1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ (CONTA DE GRAU 5) 
1.1.1.01.0002 - CAIXA FILIAL 1 (CONTA DE GRAU 6) 
 
 As contas de grau 1, 2, 3 e 4, não recebem lançamentos contábeis, são 
as chamadas contas sintéticas, aquelas que acumulam as contas analíticas. 
 
 Apenas as contas de grau 5 é que recebem lançamentos contábeis, 
contas essas que são acumuladas nas contas sintéticas. 
 
 Assim se em determinada empresa apenas a conta caixa matriz e a 
conta capital social tivessem saldos de R$100.000, cada, uma listagem de 
balancete teria a seguinte estrutura: 
 
 
1 - ATIVO....................................................100.000 
1.1 - ATIVO CIRCULANTE............................100.000 
1.1.1 - DISPONIBILIDADES.............................100.000 
1.1.1.01 - CAIXA....................................................100.000 
1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ......................................100.000 
 
 
 2 - PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO....100.000 
2.4 - PATRIMONIO LIQUIDO.........................100.000 
2.4.1 - CAPITAL.................................................100.000 
 2.4.1.01 - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO... 100.000 
2.4.1.01.0001 - CAPITAL SOCIAL...................................100.000 
 
 
 Em outro exemplo, caso a empresa tivesse os seguintes saldos: 
 
Caixa Matriz.......................................R$100.000 
Capital Social.....................................R$100.000 
Estoque de Matéria-Prima.................R$ 20.000 
Estoque de Produtos Acabados.......R$ 30.000 
Fornecedor Cia de Tecidos S.A........R$ 50.000 
 
Uma listagem de balancete teria a seguinte estrutura: 
 
1 - ATIVO.................................................150.000 
1.1 - ATIVO CIRCULANTE.........................100.000 
1.1.1 - DISPONIBILIDADES..........................100.000 
1.1.1.01 - CAIXA.................................................100.000 
1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ...................................100.000 
 
1.1.2 - ATIVO REALIZ. A CURTO PRAZO.........50.000 
 1.1.2.08 - ESTOQUES............................................ 50.000 
 1.1.2.08.0002 - ESTOQUE DE MATERIA PRIMA........... 20.000 
 
 
 1.1.2.08.0005 - ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS.....30.000 
 
2 - PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO......150.000 
2.1 - PASSIVO CIRCULANTE...................... 50.000 
 2.1.1 - FORNECEDORES............................... 50.000 
2.1.1.01 - FORNECEDORES NACIONAIS...........50.000 
 2.1.1.01.0003 - CIA. DE TECIDOS S.A........................ 50.000 
2.4 - PATRIMONIO LIQUIDO.........................100.000 
2.4.1 - CAPITAL.................................................100.000 
 2.4.1.01 - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO....100.000 
2.4.1.01.0001 - CAPITAL SOCIAL..................................100.000 
 
4.8 – Balanços Sucessivos 
 
 A metodologia proposta para os alunos do Curso de Administração é a 
dos Balanços Sucessivos que significa a elaboração de um balanço patrimonial 
após o outro, sempre que uma nova transação ocorra, para que se verifique 
após cada operação qual a mutação sofrida no patrimônio da empresa. 
 
À título ilustrativo segue abaixo quadro2 demonstrando o 
desenvolvimento da equação do Balanço Patrimonial em cada uma das 
operações, evidenciando a dinâmica contábil que culminam com a 
Demonstração Contábil. 
 
 
2 Extraído de SALAZAR, José Nicolas Albuja, DE BENEDICTO, Gideon Carvalho. 
Contabilidade Financeira. São Paulo : Pioneira Thomson Learning, 2004. 
 
 
 
 
 
 
4.8.1 – Método Múltiplo de Balanços 
 
Nesta metodologia a cada nova operação você deve elaborar um novo 
balanço, daí o nome Balanço Sucessivo. 
 
Estruturar as transações da Empresa Sol Ltda., que preparou uma 
demonstração financeira em 30 de abril de 2009. Durante o mês de maio, 
ocorreram os eventos econômicos listados abaixo: 
 
 
 
Balanço Patrimonial da Empresa Sol Ltda., em 30 de abril de 2009 
 
Ativo = Passivo 
 
 Caixa e Bancos 500.000 Fornecedores 20.000 
 Estoque de Mercadorias 25.000 Empréstimos 215.000 
 Móveis e Utensílios 10.000 
 Patrimônio Líquido 
 Equipamentos 800.000 Capital Social 1.150.000 
 Terreno 50.000 
 
 TOTAL DO ATIVO 1.385.000 = TOTAL DO PASSIVO E PL 1.385.000 
 
Contas a Estoque Móveis e Equipa- Emprés- Forne- Capital
Receber Mercad. Utensílios mentos timos cedores Social
1) Investimento Inicial
800,00 800,00 
1a) Depósito em Banco
700,00- 700,00 
2) Empréstimo Bancário
200,00 200,00 
3) Aquisição de Estoque
290,00- 290,00 
4) Aquisição de Móveis 
Utensílios 6,00- 6,00 
5) Aquisição de Estoque 
a Prazo 110,00 110,00 
6) Aquisição de 
Equipamentos 20,00- 30,00 10,00 
7) Venda de 
Computadores a Prazo 10,00 10,00- 
8) Devolução de 
Estoque 10,00- 10,00- 
9) Pagamento a 
Fornecedores 60,00- 60,00- 
10) Cobrança de Contas 
a Receber 10,00 10,00- 
Saldo das Contas 94,00 540,00 - 390,00 6,00 20,00 200,00 50,00 800,00 
Total = 1.050,00 Total1.050,00 
Patr.Líq.+
Caixa Bancos
Tipo de Transação Ativo = Passivo
 
 
a) Em 2 de maio, a empresa pagou uma parcela do 
empréstimo, no valor de R$ 75.000, 
b) Em 3 de maio, a Sol Ltda. decidiu comprar à vista R$ 
200.000 em estoque para continuar seu processo de produção. 
c) Em 4 de maio, a empresa pagou ao fornecedor o valor 
correspondente a R$ 20.000. 
d) Em 16 de maio, a empresa resolveu comprar um terreno 
para construir um armazém, operação que teve as seguintes 
características: entrada de R$ 50.000 e o saldo de R$ 100.000 
financiado (desconsideremos, para este exemplo, os juros decorrentes 
do financiamento). 
e) Em 20 de maio, um dos sócios integralizou o seu aporte 
de capital com equipamento novo, no valor de $ 1.115.000. 
 
 
 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES 
DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES 
DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES 
DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
 
 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES 
DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.9 – Atividades Teóricas do Capítulo 4 
 
1– O que se pode dizer sobre a periodicidade de apresentação das 
Demonstrações Contábeis? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2-Segundo a Lei das Sociedades por Ações, quais as demonstrações 
financeiras obrigatórias? 
 
 
 
 
 
 
 
3-O que se entende por passivo a descoberto? 
 
 
 
 
 
4- O que se entende por ciclo operacional? 
 
 
 
 
 
 
5- No Ativo Circulante são classificados os bens e direitos que se realizarão em 
quanto tempo? 
 
 
 
6 – No Ativo Realizável a Longo Prazo são classificados os bens e direitos que 
se realizarão em quanto tempo? 
 
 
 
 
 
 
 
7 – O que se entende por Imobilizado e quais elementos ele pode agregar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 – Qual a diferença de Passivo Circulante e de Passivo Exigível a Longo 
Prazo? 
 
 
 
 
 
 
9 – Como também é conhecido o grupo de contas do Patrimônio Líquido? 
 
 
 
 
10 – O que se entende por Provisão para Devedores Duvidosos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 – Como funciona a operação de Desconto de Duplicatas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 – O que se entende por Depreciação? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 – O que é Depreciação Acelerada? Como é calculada? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 – Bem que tenha taxa de depreciação igual a 4% a.a. tem seu tempo de 
vida útil estimada em quanto tempo? 
 
 
 
 
 
 
15 – O que é subscrição de capital? 
 
 
 
 
 
16 – O que é integralização de capital? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.10 – Atividades Práticas do Capítulo 4 
 
 
Exercício 1 – A partir dos dados abaixo realize os balanços sucessivos das 
operações. 
 
a)Em 02/12/2009 a empresa MAC TREF COMERCIAL LTDA constituiu-se pela 
subscrição de capital no valor de R$8.000 em partes iguais entre dois sócios, 
R$4.000 cada um. 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
 
Ativo Não-Circulante Passivo Não-Circulante 
 
 Patrimônio Líquido 
 
 
Total Total 
 
 
b)Em 10/12/2009 o sócio A integralizou a sua parcela subscrita, da seguinte 
forma: 20% em moeda corrente; 30% pela entrega de 250 quilos de 
mercadorias sem IPI e ICMS; e 50% em máquinas industriais. 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
Ativo Circulante Passivo Circulante

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