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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA GCCA 435 – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM _____________________________________________________________________ MONITORES: ÉRICA BARBOZA JAILTON JÚNIOR APOSTILA PARA AUXÍLIO DE ESTUDO SISTEMA OSSEOARTICULAR FRATURAS Interrupção da solução de continuidade do osso, com ou sem deslocamento de fragmentos. Classificadas de acordo com: • CONTINUIDADE DA LINHA ▪ Completa: envolve as duas corticais ósseas. ▪ Incompleta: apenas uma cortical do osso. • DIREÇÃO ▪ Transversa: ângulo reto com o eixo longo. ▪ Oblíqua: ângulo maior ou igual a 30 graus em relação ao eixo longo. ▪ Espiral: rotacionada em relação ao eixo longo. • LOCALIZAÇÃO ▪ Diafisária: ocorre na diáfise – terço proximal, médio ou distal. ▪ Metafisária: ocorre na metáfise proximal ou distal. ▪ Epifisária: linha epifisária do osso. ▪ Articulares: envolve a superfície articular. ▪ Fisária: envolve as placas de crescimento, podendo acarretar alterações no desenvolvimento do animal. Tipo I: fratura transversa por meio da placa de crescimento. Tipo II: fratura por meio da placa de crescimento e metáfise. Tipo III: fratura por meio da placa de crescimento e epífise. Tipo IV: fratura atravessa a placa de crescimento, metáfise e epífise. Tipo V: fratura compressiva da placa de crescimento. • NÚMERO DE LINHAS ▪ Simples: dois fragmentos. ▪ Dupla: duas linhas com fragmentos entre as linhas. ▪ Cominutiva: três ou mais fragmentos. • ABERTA OU FECHADA ▪ Aberta: de acordo com origem e grau de lesão dos tecidos moles. ▪ Fechada: quando não há comunicação dos fragmentos ósseos com o meio externo. • DESLOCAMENTO ▪ Alongamento ou encurtamento: quando os fragmentos ósseos se distanciam ou se aproximam. ▪ Desvio angular: desvio das estruturas ósseas formando um ângulo. ▪ Deslocamento por torção: torção da estrutura óssea. ▪ Deslocamento transverso: mantem-se a estrutura óssea transversa. • OUTROS TIPOS ▪ Por avulsão: fragmento deslocado em inserção de ligamento ou tendão sem perda de continuidade. ▪ Por compressão: afeta coluna vertebral; colapso ósseo e perda de forma. ▪ Em galho verde: incompleta; separação mínima entre extremidades. ▪ Supracondilares: metafisárias em zona juncional entre osso esponjoso epifisário e cortical diafisário. ▪ Condilares: envolvem côndilos – fraturas articulares. ▪ Patológica: decorrente de processo patológico. CICATRIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Fases da consolidação: inflamatória, reparação e remodelação. Tecidos moles são lesionados e começa a ocorres o sangramento, acontece a formação de hematoma do canal medular com o início da cascata inflamatória para reparo tecidual. Há um aumento da vascularização no local – dilatação vascular e atividades osteoclásticas com reabsorção nas extremidades da fratura. Ocorre um estímulo para o processo de reparação, o calo externo é formado no local da fratura e reparação por ossificação endocondral. Por fim ocorre a remodelamento do calo. EXAME RADIOGRÁFICO Utilizado para acompanhar e determinar o tempo de consolidação óssea. • Fraturas recentes: linha bem definida, acompanhada pelo aumento de volume de tecidos moles. • 7 e 10 dias: linha de fratura já não está tão adelgaçada, observa-se uma reabsorção pela ação osteoclástica ou em animais jovens uma reação periosteal. • 2 a 3 semanas: reação periosteal evidente e presença de calo ósseo. • 4 a 8 semanas: linha preenchida pelo calo ósseo. • 8 a 12 semanas: calo ósseo começa a ser remodelado, organizado e incorporado à estrutura geral. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA • IDADE E SAÚDE GERAL: pacientes idosos e obesos tem cicatrização menos favorável. • PACIENTES HIPERATIVOS E INCONTROLÁVEIS: pacientes tendem a realizar movimentos que dão instabilidade ao foco de fratura. • AUSÊNCIA DE SUPRIMENTO VASCULAR: causa retardo na consolidação. • REDUÇÃO ANATÔMICA E ESTABILIDADE ADEQUADA: favorece a cicatrização. • OSSO ACOMETIDO E PERFIL DO PACIENTE: irrigação sanguínea inerente ao osso pode ser menor que o ideal. • INFECÇÃO LOCAL DOS TECIDOS MOLES: necrose tecidual ocasionando o retardo da consolidação. • CONDIÇÕES METABÓLICAS: diminuição da velocidade da consolidação óssea. • SELEÇÃO E APLICAÇÃO APROPRIADA DOS DISPOSITIVOS DE FIXAÇÃO: implante de tamanhos e diâmetros inapropriados podem proporcionar novas fraturas ou afrouxamento precoce. COMPLICAÇÕES Inviabilizam a total recuperação do tecido ósseo – perda da função do membro. • MÁ UNIÃO ÓSSEA: fratura reparada de forma desalinhada. • UNIÃO RETARDADA: tempo maior que o esperado para completar o reparo de uma fratura. • NÃO UNIÃO ÓSSEA: viáveis e não viáveis. ▪ Viáveis: biologicamente ativas e caracterizadas por grau viável de reação óssea proliferativa com interposição de tecido cartilaginoso e fibroso. Podendo ser: não união hipertrófica, quando há uma formação abundante de calo ósseo, ou não união oligotrófica, quando há pouca ou nenhuma formação de calo. ▪ Não viáveis: ausência de formação do calo e perda da atividade osteogênica; interrupção ou completa ausência de suprimento sanguíneo. Podendo ser: não união distrófica, quando há um insuficiente suprimento vascular; não união necrótica, quando há presença de fragmentos avasculares; não união defeituosa, quando há grande defeito ósseo; não união atrófica, uma progressão das anteriores.
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